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UMA AVENTURA
NA SERRA
e outros contos
UMA AVENTURA
DA SERRA
e outros contos
ÍNDICE
PESADELO FITOFARMACÊUTICOS			 7
UMA CONSCIÊNCIA COMPROMETIDA		 15
UMA VISITA DE ESTUDO AMBIENTAL		 23
UMA AVENTURA NO ROSMANINHAL		 27
OS DESFLORESTADORES				33
UMA AVENTURA DA SERRA			 37
III ENCONTRO DE JOVENS AMBIENTALISTAS	 41
A FLORESTA DE FAUNA E FLORA			 45
UMA CAMINHADA NOTURNA			 49
MUDANÇAS NO PARQUE				 55
UMA VOZ DO PASSADO PARA O FUTURO		 59
TÍTULO:
AUTORES:
EDITOR:
UMA AVENTURA NA SERRA E OUTROS CONTOS
LUÍS MARTINS, LEONOR CARDOSO, MARIANA COSTA, BRUNA DUARTE,
INÊS AMARO, DALILA RIBEIRO, DANIELA FIÊNS, EMANUEL LOPES,
FILIPA CONCEIÇÃO, INÊS BARBOSA, MARISA COSTA, ADRIANA ALVES,
FRANCISCO MAGUSTO, JOANA SIMÕES, JOSÉ MARTINS.
QUERCUS
CENTRO ASSOCIATIVO DO CALHAU
BAIRRO DO CALHAU
PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO
1500-045 LISBOA
+351 217 788 474
QUERCUS@QUERCUS.PT
RUI MIRANDA
ALLRISE, LDA
CAPA E PAGINAÇÃO:
IMPRESSÃO:
COFINANCIADO POR APOIOS
7
À noite, no Parque Natural do Douro Internacional
Desesperadamente, João corria assustado pela floresta obscura, de-
pois de ver um vulto estranho, quando fotografava junto ao rio Douro,
perto de uns pauis. Correu como nunca o fez, até chegar à sua cabana,
e fechar-se até ao amanhecer. Adormecendo com o canto do bufo-real
que se ouvia a quilómetros da cabana.
Assim que amanheceu no parque, os guardas chegaram e João de-
pressa foi ter com eles, relatando-lhes o que tinha visto. Eles conhe-
ciam o fotógrafo, que trabalhava, muitas vezes, para ONG´s, tomando
logo conta da ocorrência com toda a urgência que o momento impu-
nha. Deslocaram-se até ao lugar do “crime”. Ficaram surpreendidos
Luís Martins
PESADELO
FITOFARMACÊUTICOS
Uma aventura no Parque Natural do Douro Internacional em que
o mau uso de produtos fitofarmacêuticos provoca consequências
inesperadas na fauna e recursos do parque.
8
quando repararam nas carcaças de javali (Sus scrofa) e de corças
(capreolus capreolus).
Começaram por, obviamente, suspeitar dos lobos, pois eles eram os
culpados do costume. A notícia, rapidamente, se espalhou pelos jor-
nais da zona norte e até conseguiu ser espalhada por um documentá-
rio que passou no canal 2.
Dias mais tarde, João, preparadíssimo, com os binóculos, óculos de
visão noturna e uma câmara de alta definição:
- Se, por acaso, conseguir ver algum desses tais “criminosos”! A câ-
mara consegue captar tudo! - pensou ele em voz alta.
Já o relógio assinalava as 22:30, junto à superfície da água, o guarda
profissionalavistoucriaturasparecidascomaespécieSalmotrutta,mais
conhecidas como Trutas-do-rio, mas com um tamanho fora do vulgar.
Primeiro, morre Uma corça. Mas?!
Acabaram de ouvir o som de um trator enorme, da gama de tra-
tores FENDT. Para eles, muito assustadores! Não só por possuir lu-
zes muito fortes, que era a sua fraqueza, mas também por produzir
um barulho assustador.
Esconderam-se na água e, tal como os mutantes, o guarda sur-
preendido viu o grande trator a deitar uma pequena quantidade de
produtos fitofarmacêuticos para a água do rio! O guarda não perce-
beu o porquê daquilo, mas decidiu anotar o sucedido e ainda foi reco-
lher uma pequena amostra da água contaminada para um frasco que
entregou ao cientista que estava a trabalhar no parque! Com o sus-
to do trator, os anormalmente peixes grandes, nessa noite, não mais
voltaram à superfície!
Dias depois, todos os habitantes foram ter ao local, a televisão e os
mais importantes, os cientistas, que iriam conseguir observar a água,
9
pois os peixes mutantes vinham de lá. Também iriam analisar o sangue
dos animais que aí morreram, pois especulava-se que os monstros da
água tinham mordido o pescoço das vítimas e, se isso acontecesse,
supostamente, o sangue iria estar contaminado também.
Pouco depois, descobriu-se que a água estava contaminada, não só
devido aos produtos fitofarmacêuticos, mas também por causa da des-
carga de esgotos que estavam presentes. Aquele líquido tornou-se um
pesadelo ambiental! No entanto, o estudo sanguíneo ainda não estava
acabado. Era o mais árduo trabalho que eles iriam ter naquele dia.
Só horas mais tarde é que se aferiu que a análise sanguínea acusa-
va uma substância mutagénica, presente na composição de produtos
fitofarmacêuticos agrícolas, que criava descendência mutante. Mas
não perceberam o porquê deles não se transformarem em mutante!
Esperaram até ao anoitecer.
Pouco demorou para que os bichos enormes viessem “visitar” os
animais. Assistiram à morte de um javali. Entraram os guardas em ação
e, num abrir e fechar de olhos, um dos mutantes já estava neutralizado!
Consultar as imagens captadas pelo João foi uma grande solução,
pois, na câmera, percebeu-se, definitivamente, que os animais expos-
tos a agentes cancerígenos ou mutagénicos dos produtos fitofarma-
cêuticos, usados na agricultura de forma descuidada, não se tornavam
em mutantes, pois os pobres animais, de tanta força que os mutan-
tes usavam, morriam...
Decidiram pôr sensores de movimento e câmeras na água...Os re-
sultados foram imensos!
Aqueles pobres peixes tornaram-se todos em obscuridades totais.
- Esperemos que isto não se espalhe por todo o parque - disse
João ainda pensativo.
10
- Veremos o que acontecerá...Talvez se tenha de investir milhares de
euros para pôr uma rede mesmo no fundo do rio. Iremos ter de cha-
mar nadadores para a pôr lá e várias máquinas… É um grande prejuízo!
Dito isto, as pessoas à volta dele ficaram surpreendidas! João recu-
sou-se a responder a mais perguntas.
Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Um estudante chamado Victor estava a estudar para poder ser um
grande cientista! Ao ouvir esta chocante e assustadora notícia sobre o
Parque Natural do Douro Internacional, ficou entusiasmado e, como
ele  era um aluno de excelência, queria fazer alguma coisa…
Já no parque, às 21:30h
Na estrada, conhecida pelo grande número de traficantes de droga,
mesmo ao lado do rio Caldo, passava uma adolescente que ia a correr
a sete pés, pois estava a ser perseguida por um dos traficantes, amea-
çando que ia disparar um tiro se ela não lhe desse as suas coisas...
Do nada, dois dos mutantes apareceram e gritaram tão alto, que
se ouviu do outro lado da serra! Logo, dois carros da polícia ligaram as
sirenes e, velozmente, dirigiram-se para o local da cena.
Com o susto dos mutantes, o traficante enganou-se e gastou uma
das suas duas balas no chão! Decidiu gastar as outras balas com o
mutante, tendo-se esquecido da rapariga… Conseguiu matar uma
das criaturas e começou a correr que nem uma chita, para tentar
fugir aos carros da polícia! Ele não sabia é que a polícia vinha de
todos os lados... Momentos depois, já estava dentro do carro da po-
lícia, sem escapatória!
11
BUM...Ouviu-se um disparo de um dos policiais e outro mutante
morreu...Deixou uma gosma verde que começou a espalhar-se pelas
árvores mais próximas, mas os polícias mal se preocuparam e mal re-
param… não sabiam do poder que aquele viscoso líquido tinha!
Amanheceu e nada tinha acontecido aos animais, mas as árvores
que, na noite anterior tinham sido atingidos pela gosma, algumas esta-
vam caídas na estrada, outras estavam castanhas incluindo as folhas…
Felizmente, a única câmera ainda “viva” (as restantes tinham sido par-
tidas na noite anterior) estava num ângulo perfeito e conseguiu ver-se,
perfeitamente, a causa daquela desgraça.
No quarto do estudante Victor
“Tinha de ser algo especial que matasse ou mutantes ou que as
tornasse normais”. Por causa dessa nova descoberta, todos percebe-
ram que o plano de pôr uma rede no fundo do rio não ia funcionar!
Se os matarmos, sairá aquela gosma nojenta que pode destruir a bio-
diversidade do parque natural, que é o que já está a acontecer”- leu
Victor no jornal local!
Cada vez mais intrigado, Victor continua, persistentemente, a tentar
solucionar o problema, mas errava sempre, pois não aparecia o que
devia no ecrã do seu computador! Tinha um não garantido naquele
projeto! Mas, como o seu pai sempre lhe disse: “Um não é garanti-
do sempre!”. Outro pensamento que o entusiasmava desde criança
era que ”Com esforço, tudo se consegue”. Ao pensar nisso, o seu cé-
rebro inspirou-se como nunca e pôs uma noite de trabalho duro na
sua “agenda do cérebro”. Mas não podia pensar nisso, pois iria ter au-
las, na manhã seguinte!
12
De volta ao Parque Natural do Douro Internacional
Agora a parte do culpado disto tudo...
Foram diretos à quinta do agricultor que provocou tudo isto. Logo
que falaram com ele, ele admitiu que tinha feito isso e reconheceu o
mal que fez ao usar esses produtos sem nenhum cuidado quando o
aplicava. Levou uma multa de quinhentos euros e ficou proibido de
utilizar produtos fitofarmacêuticos! Rapidamente se percebeu que a
causa de tudo isso não estava só relacionado com o despejo desses
produtos na água, mas também com o facto de, porque também havia
um campo agrícola mesmo à beira do rio, alguma quantia desse mal
existente na terra foi ter ao rio. Teve o castigo de ir cortar as árvores
devastadas pela gosma.
No dia seguinte, 00:42, o fim do trabalho de Victor
Finalmente o resultado do trabalho tão esperado...
A sorte de Victor foi que, no dia seguinte, era fim-de-semana!
No parque
Logo que amanheceu, Victor foi, diretamente, a uma das instalações
que havia na Peneda Gerês, para se encontrar com o guarda-florestal.
O momento mais feliz da sua vida tinha acabado de acontecer, pois o
trabalho por ele desenvolvido tinha sido aprovado pela Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro! O antídoto por ele descoberto foi
guardado em cinco frascos. Uma relíquia nunca antes descoberta! Dois
dos frascos foram despejados nas águas do rio Douro e os outros três
na parte da floresta, comida pela gosma, cerca de 34 km quadrados de
floresta. Tudo voltou ao normal!
13
Mutantes? Nem vê-los! Nunca mais se ouviu falar de tais criaturas!
Anos depois
Victor era cada vez mais conhecido mundialmente e o seu produto
teve de ser usado mais uma vez, mas, felizmente, para um caso menos
grave… O nome de Victor ficou na história!
-ACORDALUÍS!-gritousuamãe-Játeestouachamarhámuitotempo!
Luís acordou ainda um bocado chocado com o sonho que teve.
Era quase um pesadelo…
Nesse dia, no colégio, ele teve de escrever uma frase com tema de
“O que podemos melhorar na natureza”!
Luís Inspirou-se no seu sonho: “É uma palavra que muitos de vocês
não conhecem: “produtos fitofarmacêuticos”. Temos de ter cuidado
com estes produtos porque, de um dia para o outro, por culpa desses
produtos, os nossos dias podem tornar-se pesadelos!!
COLÉGIO DOM DIOGO DE SOUSA, BRAGA
3º ESCALÃO – 2º CICLO
ALUNO:
LUÍS AFONSO AZEVEDO MARTINS - 5º ANO
PROFESSOR DE SUPERVISÃO:
VÍTOR MOREIRA MARTINS
14
15
Numa noite tempestuosa, como nunca antes visto, dois jovens lo-
bitos brincavam e exploravam o local na Peneda do Gerês inconscien-
tes dos perigos que poderiam ocorrer  numa noite como aquela. Os
lobitos, de nomes Mixa e Negrito, eram especiais pois pertenciam à
espécie canis lupus, uma espécie em vias de extinção. Brincavam livre-
mente, quando, de repente, um dos lobitos foi atingido por grandes
pedaços de lixo metálico. Um poste da EDP desprendera-se devido às
avassaladoras rajadas de vento. No meio de tanta brincadeira e de pro-
vocações mútuas, nada de mau parecia poder acontecer, mas Negrito
não resistiu ao impacto do pedaço de ferro contra o seu corpo. O ir-
mão, perante este cenário tão doloroso, uivou como na angústia de um
Leonor Cardoso Mariana Costa
UMA CONSCIÊNCIA
COMPROMETIDA
Uma história que se passa no parque da Peneda-Gerês, onde o
impossível se torna possível. Com a natureza em comunhão com o lixo
que se torna vida e coloca a verdade no coração de uma criança.
16
pesadelo, abafando o ruído das árvores sacudidas pelo vento enfureci-
do. Neste preciso momento os raios da trovoada começaram a atingir
o solo, e a noite ficou iluminada como o dia! Foi neste cenário tormen-
toso que Mixa arrastou o corpo inanimado do seu irmão para junto de
um monte de lixo, um depósito ilegal de resíduos urbanos e industriais.
Pouco depois, o vento tornou-se ainda mais forte levantando o lixo no
ar e produzindo descargas elétricas tão fortes que o lixo que estava
suspenso no ar ficou ligado entre si em torno do corpo do infeliz lobito.
A ira de Mixa era tão grande que conseguiu atrair todo o lixo para si.
De repente dá-se uma explosão gigantesca que atira Negrito para junto
de um carvalho centenário. Negrito ainda se tenta levantar, mas, ator-
doado, não se consegue mover, ficando estupefacto a olhar para o lo-
cal onde Mixa estava. Assustado, Negrito vê emergir à sua frente uma
enorme e assustadora silhueta ardente e fumegante. Cheio de medo
procura arrastar-se para junto de uns teixos para se proteger daquele
gigantesco ser feito de lixo, fruto de um  furacão de lixo e trovões, mas
acaba por não resistir.
Após a tempestade noturna, o dia surgiu soalheiro, com águias a
voar. Mixa acordou confuso  sobre o que acontecera. Olhou para as
suas mãos feita de cabos elétricos e plásticos velhos, e, procurando
a resposta de quem era, foi até junto do rio, o Rio Cabril, e viu espe-
lhada na água uma  figura humana. Não percebia como era possível
o revestimento de um humano ser de lixo. Perto do local uma meni-
na chamada Carolina, curiosa do que estava para além dos trilhos da
enorme Peneda do Gerês ignorara as ordens do Guarda Florestal, e
tinha seguido o seu próprio caminho. Mas, como previsto, apercebeu-
-se rapidamente que não foi boa ideia. Perdida e assustada ao longo
de um caminho estreito tentou agarrar-se às folhas de um chorão, mas
o vento arrastou-a para as margens do Rio Cabril, ficando com o seu
pé preso numa pequena rocha. Quando o lobinho viu aquela menina
17
aflita e com o olhar lacrimejante, correu na sua direção. Com as suas
garras, puxou fortemente os braços fracos da Carolina e conseguiu sol-
tá-la. Carolina estava assustada com a cara e o corpo daquele ser es-
tranho, feito de lixo.
- Não te quero fazer mal! Também me estou a habituar à minha
nova figura. - confessou o lobo, tristemente.
Pelo tom doce da sua voz Carolina ficou mais tranquila e responde:
- Oh, não fiques assim, eu sou a Carolina, mudei-me para o Gerês
há pouco tempo e tu?
- Eu sou o Mixa, um lobo transformado em lixo, mas não te preocu-
pes sou caso único – disse o Mixa.
- Muito bem! Parece que somos amigos! E  já que o somos, que tal
se amanhã me desses a conhecer as paisagens mais bonitas do Gerês?
– perguntou entusiasmada a Carolina.
- Ok! Acho boa ideia!- concordou o Mixa.
- Mas preciso de um favor teu, Mixa. Levas-me até ao trilho principal
para encontrar o caminho de regresso para casa?- pediu Carolina
- Claro que sim, eu acompanho-te -respondeu o Mixa satisfeito.
Como já era tarde e estava cansada, Carolina despediu-se de Mixa e
foi para casa. Nessa noite sonhou que iria avistar as mais bonitas pai-
sagens de sempre, mas estranhamente o lobo não estava ao seu lado.
Acordou e não conseguiu voltar a adormecer. Resolveu pesquisar no
computador «as mais bonitas paisagens da Peneda do Gerês» e mara-
vilhou-se com o que via, até amanhecer. Mixa e Carolina encontraram-
-se no local onde se tinham despedido. Carolina estava  expectante. O
seu entusiasmo deu lugar a uma grande desilusão, as paisagens não
eram como as que viu. Ao ver o local onde a transformação de Mixa
18
aconteceu, o seu coração encheu-se de tristeza.
Mixa perguntou-lhe se ela tinha contado aos seus pais o que iriam
fazer. Carolina respondeu:
- Não, porque quando cheguei a casa os meus pais ain-
da não tinham chegado.
- Sabes o que é que os teus pais fazem enquanto não estão conti-
go? - perguntou o Mixa.
- Não! Por que perguntas?
- Na minha opinião, os pais das crianças devem estar sempre presen-
tes, para ajudá-las a fazer as melhores opções. E que tal se tentássemos
descobrir o que é que os teus pais fazem quando não estão contigo?
- Está bem, mas é melhor sermos discretos! Encontramo-nos de
manhã cedo à porta de minha casa. - sugeriu a Carolina. Os pais de
Carolina saíram com o céu ainda um pouco escuro e as plantas húmi-
das e repletas de orvalho fizeram-nos escorregar várias vezes, mas per-
sistentes seguiam em frente; eram uma verdadeira equipa em ação.
Os pais de Carolina chegaram a um edifício onde se encontraram
com uma pessoa com um aspeto muito suspeito, de cara tapada com
um lenço, avistavam-se apenas os olhos. Falavam muito baixo, de ma-
neira a que ninguém os ouvisse, mas Carolina e Mixa conseguiram per-
ceber o que eles estavam a dizer:
- Então, quanto nos dá pela descarga de ontem? Terá de ser a do-
brar, para pagar o medo que ficámos quando vimos uma espécie de
monstro de lixo. Foi muito assustador! - disseram em coro os pais de
Carolina. O Mixa lembrou-se de que encontrara, na noite em que se
dera a sua transformação, duas pessoas que realizaram várias descar-
gas ilegais. Então, resolveu perguntar à Carolina:
19
- Carolina achas que há hipótese de os teus pais faze-
rem descargas ilegais?
- Neste momento tudo é possível. Mas é difícil  acreditar que os
meus pais fariam isso.
- É melhor continuarmos a nossa investigação durante a noite junto
do local das descargas, para descobrirmos a verdade.
- Ok, concordo contigo. Agora tenho de me despachar a ir para casa
antes deles.- afirmou a Carolina.
A curiosidade deles não parava de aumentar, estavam mesmo dis-
postos a descobrir este mistério. Como combinado encontraram-se e
poucos minutos depois avistaram duas pessoas a fazer descargas ile-
gais. Carolina reconheceu o bigode grande e preto do pai e os sapa-
tos altíssimos da mãe. O Mixa reparou no aspeto sinistro deles e viu
que a roupa preta que usavam era a mesma do dia anterior. Era fácil
concluir que as descargas eram diárias e que o dinheiro que lhes era
pago devia ser bastante.
Pelo Mixa aguardariam algum tempo para obter mais provas da cul-
pa deles mas a Carolina estava prestes a chorar e não se conseguiu
conter. Correu até aos pais e a chorar confrontou-os:
- Então são mesmo vocês, é isto que vocês fazem? Como conse-
guem enganar-me desta forma? Encorajam-me a amar e proteger o
ambiente e as horas que passo sem vocês e sinto a falta do vosso amor,
é passada a destruir o que Deus vos oferece! Quero apresentar-vos um
amigo muito especial: este é o Mixa.
Por trás das árvores estava o Mixa, que apareceu envergonhado e
com medo do que poderia acontecer. O pai de Carolina remexeu nos
seus bolsos fundos e largos e tirou uma arma. Apontou-a ao Mixa, e
este não conseguiu controlar a  raiva. Sem saber como, lançou um raio
20
e a arma do pai de Carolina saltou das suas mãos e desapareceu no ar.
Com isto, os pais dela fugiram e nunca mais ninguém os avistou. Mixa
e Carolina estavam certos de que os seus pais não voltariam a repetir o
que fizeram naqueles anos todos de mentiras.
No final desta aventura Carolina estava muito grata a Mixa. Sentia
uma grande vontade de lhe agradecer, mas as palavras não basta-
vam.  Esta linda menina, agora sem pais, passou a viver com o Mixa.
Numa bela manhã, decidiu levar o seu grande amigo ao encontro da
população do Gerês. No início, o Mixa não queria ir, mas percebeu que
tinha de fazer as pessoas compreenderem a importância de um am-
biente saudável e limpo. Carolina começou por visitar o edifício dos
negócios secretos onde os pais trabalhavam e pedir ao gerente que a
recebesse. Mixa permanecia atrás dela quando o gerente apareceu  e,
imediatamente, gritou pelos guardas e disse-lhes que um monstro
enorme estava a atacar uma menina.
- Que injustiça preocuparem-se comigo e não com o ambiente. As
descargas ilegais não se fazem! As consequências estão à vista. Olhem
bem para ele! Ele era um jovem lobo, mas vocês mataram o irmão dele
com o lixo das descargas ilegais deitados no solo. Mesmo tendo sido
um poste a cair sobre ele, o lixo matou-o de vez. O meu amigo sugou
todo o lixo para o corpo dele, apenas com o poder da sua raiva, pois
os grandes sentimentos têm mais poder do que tudo no mundo. Agora
ele está aqui, a ser julgado pelas aparências.Mixa emocionado e os tra-
balhadores que foram aparecendo, envergonhados, entenderam que
o seu negócio provocava graves prejuízos e decidiram nunca o voltar a
fazer. O chefe das descargas ilegais, quis ser uma pessoa muito melhor
e decidiu aclamar o Mixa “guardião do lixo. O corpo do Mixa não voltou
a ser de um lobo, mas a Carolina conseguiu que todos o vissem como
um ser vivo. Todos os dias iam limpar o lixo humano deixado diaria-
mente no Parque Nacional da Peneda do Gerês. Carolina apanhava o
21
lixo e Mixa usava o seu corpo para o transformar em coisas reutilizá-
veis. De um momento para o outro toda a gente teve consciência do
mal das suas ações e também de que as atitudes nada têm a ver com
a aparência.
Com esta história queremos sensibilizar-vos para a proteção do am-
biente. Carolina e Mixa, apesar de serem dois seres no meio de mi-
lhões no mundo, lutaram e fizeram a diferença! Faça isso também!
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES, BRAGA
3º ESCALÃO – 2º CICLO
ALUNOS:
LEONOR CARDOSO – 5ºE
MARIANA COSTA – 5ºE
PROFESSOR DE SUPERVISÃO:
VÍTOR MOREIRA MARTINS
22
23
O António, a Vanessa, a Daniela e o Jorge são um grupo de amigos
que fazem parte da turma L do nono ano. Num dia de calor, em plena
primavera, a professora de ciências levou-os numa visita de estudo à
Serra de Sintra, para testar os seus conhecimentos sobre os perigos
ambientais e as suas consequências no futuro.
Da parte da manhã, visitaram o Castelo dos Mouros, o Convento dos
Capuchos e, de seguida, foram caminhar pelos belos jardins do Palácio
da Pena, onde acabaram por almoçar.
Após o almoço, não tendo onde depositar o lixo, António e Jorge
deixaram as embalagens de comida vazias em cima da mesa e foram
para perto do lago observar os cágados e os patos-reais que nadavam
Bruna Duarte Inês Amaro
UMA VISITA
DE ESTUDO AMBIENTAL
Um grupo de alunos faz uma visita de estudo, depara-se com um
depósito de lixo ilegal e, reconhecendo os perigos que isso acarreta
para animais e plantas, decide agir.
24
tranquilamente. Daniela encontrava-se encostada a um pinheiro-bravo
e apreciava uma linda borboleta de cor alaranjada a pousar num peque-
no cravo-de-sintra, enquanto Vanessa acabava de comer ao seu lado.
De repente, a professora aproximou-se deles, porque todo o lixo
deixado em cima da mesa caíra ao chão.
-Queméquedeixouestelixonochão?-indagoudeformaintimidante.
Jorge lançou um olhar cúmplice a António e ambos desataram a
correr, arrastando consigo Daniela e Vanessa. Esta resmungou, ao
ver a sua comida cair num arbusto de azevinho, enquanto os rapazes
explicavam a situação.
A voz da professora de ciências fazia-se ouvir pela floresta, cha-
mando por eles, mas os jovens, com medo das consequências,
continuaram a correr.
- Ei, parem! - pediu Vanessa ofegante - Onde é que estamos?
O grupo parou e olhou em volta, estavam perdidos. Decidiram,
então, caminhar em direção ao palácio, que era visível por entre as
árvores. Entretanto, depararam-se com um pequeno lago, onde eram
visíveis enguias que nadavam por entre as algas. Contornaram a água
e continuaram a avançar.
Cerca de vinte minutos depois, avistaram, numa vala pouco profun-
da, um amontoado de lixo, coisas como garrafas de água vazias, sacos
de plástico e embalagens de comida deixadas ali de forma desleixada.
Um texugo e uma raposa, que farejavam o monte timidamente, fugi-
ram ao ouvirem as suas vozes.
- Aqui estão vocês! - exclamou a professora, fazendo-os dar um
salto com o susto que apanharam.- Vejo que acharam um depó-
sito de lixo ilegal. Vocês sabem as consequências que isto pode
trazer para o ambiente?
25
Os alunos negaram e a professora começou a explicar:
- Para além de fazer com que os animais que tentam comer o lixo
adoeçam, polui o solo e, consequentemente, se os resíduos aban-
donados forem tóxicos podem contaminar as águas que as plantas
consomem. Além disso, também estragam a paisagem.
Os alunos mostraram-se preocupados e, em conjunto com o resto
da turma, ofereceram-se para limpar o pequeno monte de lixo.
No final do dia foram-se embora orgulhosos de si mesmos por terem
salvado dezenas de seres vivos no Parque Natural de Sintra-Cascais.
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO
ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO
NOME DA EQUIPA:
AS BORBOLETAS
TRABALHO REALIZADO POR:
BRUNA FILIPA AGOSTINHO DUARTE - 8ºJ
INÊS DA SILVA AMARO - 8ºJ
PROFESSORA DE SUPERVISÃO:
IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
26
27
Numa manhã de primavera, um grupo de alunos do oitavo ano par-
ticipava numa visita de estudo ao Centro de Estudos da Natureza, no
Parque Natural do Tejo Internacional, próximo do Rosmaninhal. Três
desses alunos, Manuel, Margarida e Luísa, pararam a conversar e a
apreciar a paisagem. O Manuel era considerado o mais inteligente da
sua turma e, apesar do ar descontraído e pouco intelectual, era diver-
tido e amigo de todos. Já a Margarida preferia a companhia do Manuel
e da Luísa, talvez porque a sua altura fosse pouco vulgar para uma ra-
pariga de treze anos, o que deixava os rapazes, em especial, pouco à
vontade, era observadora e sempre pronta a ajudar. Por fim, Luísa era
a tímida do grupo, escondendo-se muitas vezes atrás da Margarida. Era
Dalila Ribeiro
UMA AVENTURA
NO ROSMANINHAL
Um grupo de alunos participa numa visita de estudo, alguns perdem-se
e deparam-se com animais presos em gaiolas. Alertam a professora, a
G.N.R. e os traficantes acabam por ser presos.
28
sonhadora e idealista e não gostava nada da atenção dos rapazes, que
era muita, talvez por culpa dos seus grandes olhos verdes.
Enquanto conversavam, repararam que os seus colegas tinham de-
saparecido de vista. Como todos tinham entregado os telemóveis à
professora no início da visita, telefonar estava fora de questão.
- Não se preocupem, encontraremos o caminho – disse Manuel,
olhando para as duas amigas.
- Vamos por aqui! Estou a ouvir qualquer coisa do outro lado…
.- chamou Margarida, andando lentamente para ver o que esta-
va atrás das estevas.
Caminharam lado a lado até à origem do barulho. Afastaram as fo-
lhas e viram uma ave pousada numa árvore.
- Manuel, olha! Aquele pássaro ali não é um grifo? –
perguntou Margarida.
- Eu acho que é uma águia-de-Bonelli – opôs Luísa.
- Podemos confirmar no guia sobre as espécies que a professora nos
deu à entrada do parque – disse Manuel, retirando o guia da mochila.
– Bem….não é uma cegonha-preta nem um abelharuco, também não
é uma rola-brava…..cá está, é uma águia imperial ! Está em perigo de
extinção, coitada…. Que sorte conseguirmos ver uma.
Continuaram o seu caminho, passando por diferentes plantas e
árvores que Manuel ia procurando no guia. Aqui sobreiros e azinhei-
ras, ali giestas e tojos. O caminho atravessava uma área de rosma-
ninho e acabava numa anta, de onde vinham muitos ruídos diferen-
tes que se misturavam.
-Ali,umaanta!Altamente!–gritouManuel,correndonasuadireção.
Margarida e Luísa seguiram-no, correndo também. Os três entraram
29
na anta, sorrateiramente. Luísa arregalou os olhos.
- Estão a ver o mesmo que eu?! – perguntou incrédula.
- Sim, pobrezinhos! Quem é que pode ter feito isto? – disse
Margarida assustada.
Dentro da anta, encontravam-se imensas gaiolas com dife-
rentes aves e animais.
- Raposas, borboletas… borboletas-carnaval, diz o meu guia…olhem,
até uma águia imperial! Porque estão todos estes animais aqui presos?
Vamos libertá-los já! – decidiu Manuel.
As duas raparigas concordaram. As gaiolas estavam trancadas, mas
Luísa lembrou-se que tinha um gancho e que com ele poderia abri-las.
Gostava de séries policiais e recordou-se de ter visto como se fazia.
Depois de algumas tentativas, lá conseguiram libertar todos os ani-
mais. Descobriram ainda um pequeno balde com rãs. Mais uma vez
Manuel consultou o guia e disse que eram rãs-de-focinho-pontiagudo.
A Margarida tirou o lenço que tinha ao pescoço e recolheu-as. Por sor-
te, ao pé da anta havia um pequeno lago. Com cuidado, puseram as rãs
no lago e sorriram uns para os outros, satisfeitos.
Pensaram em sair dali rapidamente, mas ouviram passos.
Esconderam-se atrás de uns choupos e observaram. Aproximavam-
se dois homens, com ar duvidoso, transportando mais gaiolas.
Ouviram um deles dizer:
- Estes vão dar um belo dinheirinho! Bichos malcheirosos….
Os dois riram e afastaram-se na direção da anta. Os amigos, assus-
tados, perceberam que tinham de sair dali bem depressa e sem olhar
para trás. Começaram a correr, por entre amieiros e giestas, ouvindo
ao longe os gritos dos homens que saíam da anta, tentando perceber
quem soltara os animais.
30
- Venham cá! Vão arrepender-se! – gritava um deles.
Manuel, Margarida e Luísa avançavam sem pensar para onde, es-
colhendo caminhos ao acaso até que…Seria verdade? Ouviram a voz
da professora e dos seus colegas que tinham parado para lanchar. Que
sorte! Que sorte, pensaram. Aproximaram-se da professora, que os
olhava admirada. Respiraram fundo, os pulmões a rebentar do esforço
da corrida. Contaram tudo com calma, cada um acrescentando porme-
nores. A Luísa, por sorte, tinha uma máquina fotográfica e tinha tirado
fotos de tudo como prova. A professora ligou logo para a G.N.R. e rela-
tou o sucedido. Passados poucos minutos, apareceram alguns agentes
que, por acaso, andavam por ali perto. Ouviram os três amigos e parti-
ram sem perder tempo.
A G.N.R. prendeu os traficantes que andavam a recolher os animais
há semanas. A polícia suspeitava que era naquela zona, mas nunca
os tinham apanhado até os três amigos darem aquela preciosa infor-
mação. Telefonaram à professora para agradecer a colaboração dos
seus alunos e para dizer que aqueles dois não iam fazer mais tráfico
de animais. Apesar de terem ficado para trás e do perigo que tinham
corrido, a professora não lhes deu um grande sermão… Afinal de con-
tas, eram quase heróis.
Para os alunos, era hora de entrar no autocarro e os três amigos
adormeceram rapidamente de tão exaustos que estavam. Apesar de
se terem perdido e dos perigos que enfrentaram, estavam contentes
por terem podido fazer justiça, evitando o comércio de espécies pro-
tegidas, uma das razões para que tantas se encontrem em vias de ex-
tinção. Afinal de contas, os animais selvagens não servem para animais
de estimação e nunca devem ser retirados dos seus habitats naturais.
Podemos observá-los, estudá-los, mas nunca capturá-los. As gerações
futuras devem poder apreciá-los nos seus habitats, não numa foto de
umlivrosobreanimaisjáextintospornossaculpa,pelaaçãodoHomem.
31
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO
ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO
ALUNO:
DALILA DOS REIS FERREIRA RIBEIRO – 8ºK
PROFESSORA DE SUPERVISÃO:
IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
32
33
Numa bela manhã, no Parque Natural do Tejo Internacional, quando
os raios de sol se infiltraram nas raízes de uma velha árvore, acorda-
ram a pequena raposa que lá vivia. Esta foi-se alongando, enquanto
se dirigia para a entrada da toca. Quando lá chega, fica com os olhos
arregalados ao ver que desapareceram várias árvores e que, por sor-
te, não levaram a sua.
A pequena raposa foi-se aproximando da zona das árvores desa-
parecidas e constatou que faltavam por volta de vinte. Havia muitos
farrapos e pequenos galhos espalhados pelo chão e ela percebeu que
eram ninhos desfeitos, pois também lá estavam muitos ovos partidos.
Observou com atenção a floresta à sua volta e, ao ver que está tudo
Daniela Fiêns
OS DESFLORESTADORES
Uma pequena raposa, preocupada com o abate ilegal de árvores que
decorre e com a perda dos seus habitats, decide pedir ajuda a um
abelharuco. Este arquiteta um plano, a raposa mobiliza vários animais
e juntos conseguem que a situação seja denunciada.
34
calmo, avança até à árvore do velho abelharuco e chama por ele:
- Abelharuco, olha só o que aconteceu à floresta!
- Ó pequena raposa, ainda bem que estás a salvo…
- Sabes o que é que aconteceu?
- Sim, ontem, ao entardecer, vieram aqui uns homens, eram cerca
de quatro, e começaram a cortar as árvores. Levaram mais ou menos
umas dez azinheiras e uns dez sobreiros. Um deles até levou várias es-
tevas e as que não levou estragou-as.
- Achas que vão voltar?
- Infelizmente sim. Eles montaram acampamento perto do
rio, junto aos zimbros.
-Não podemos deixar que levam a nossa floresta, o que vamos fazer?
Depois de muito pensar, o abelharuco afirmou:
-Tenho uma ideia, mas vamos precisar de ajuda.
- Vou chamar alguns animais, e logo à noite encontramo-nos aqui –
respondeu decidida a raposa.
Primeiro foi ter com as garças.
- Garça preta, garça branca, preciso de falar com vocês.
As garças desceram das árvores onde estavam pousadas e
vão ter com a raposa.
– O que se passa? – quis saber a garça branca.
– Há homens na floresta e estão a destruir as árvores e os ninhos –
esclareceu a pequena raposa.
– Como podemos ajudar? – perguntou a garça preta.
– O abelharuco tem um plano, mas precisamos da ajuda de todos.
35
Eu vou chamar as ginetas e vocês podiam ir procurar as corsas e os vea-
dos. Encontramo-nos todos na árvore do velho abelharuco logo a noite.
– Assim o faremos – responderam as garças em coro.
A raposa foi ter com as ginetas na clareira da floresta. Depois de lhes
pedir ajuda, correm juntas pela erva alta até à árvore do abelharuco.
Então este revela-lhes o plano:
- Olá a todos, levantou-se um grande mal sobre a nossa floresta. Se
os homens continuarem a desflorestar a este ritmo, teremos todos de
abandonar estas terras, mas ainda há esperança. Mora aqui perto um
senhor que é ambientalista e fotógrafo, se ele vir isto vai chamar al-
guém da polícia e os homens serão levados daqui. Ginetas, quero que
roubem tudo o que puderem aos madeireiros, pois, como são peque-
nas e esguias, podem entrar facilmente nas tendas sem serem desco-
bertas. É que nós temos de os atrasar! Corsas e veados, devem ajudar
as ginetas a levarem os objetos roubados. Garças, atraiam o senhor
fotógrafo até ao rio, a partir daí a raposa vai guiá-lo até ao local onde
as árvores foram cortadas.
As garças voaram até à casa do fotógrafo. Este, ao vê-las, começou
a segui-las ao mesmo tempo que tirava fotografias. Quando chegaram
ao rio, elas despistaram-no. Então, ele, vendo a raposa, seguiu-a até
à zona de floresta que tinha sido desflorestada. O fotógrafo, ao ver
aquilo, chamou a polícia que chegou ao amanhecer. Quanto aos ho-
mens, saíram das tendas e andaram à procura das suas ferramentas
que tinham desaparecido, o que deu tempo para que a polícia che-
gasse e os apanhasse.
Os homens foram detidos e levados a tribunal. A floresta estava
salva e os animais puderam viver novamente em paz.
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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO
ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO
ALUNO:
DANIELA SALVADOR FIÊNS - 8ºH
PROFESSORA DE SUPERVISÃO:
IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
37
Durante as férias grandes, o Guilherme convidou os seus melho-
res amigos para irem almoçar a sua casa, em Linhares da Beira, aldeia
situada no Parque Natural da Serra da Estrela. O João, o Joaquim e
o Zé apareceram numa quente manhã de agosto e Guilherme re-
cebeu-os com alegria.
Durante a tarde, foram jogar à bola para o quintal, onde havia
uma azinheira e uma oliveira que serviram de baliza. Foi nessa altu-
ra que o Guilherme lhes perguntou se eles gostariam de ir acampar
para a Serra. Eles disseram que sim, mas tinham de ver quantos sa-
cos-cama e quantos equipamentos de acampamento precisavam, por
isso foram até ao sótão, onde recolheram todo o material necessário.
Emanuel Lopes
UMA AVENTURA DA SERRA
Alguns amigos decidem acampar na Serra e durante a noite
confrontam-se com a presença de caçadores furtivos. Conseguem
salvar um falcão peregrino e denunciar os caçadores à polícia, que
acaba por os prender.
38
Depois ligaram aos pais para pedirem autorização para acampar e eles
acabaram por consentir.
Quando os quatro amigos começaram a caminhar pela Serra, rapida-
menteanoiteceu.Maselesencontraramumlocalagradáveleespaçoso,
mais à frente, para montarem as tendas e foi lá que decidiram passar
a noite. Durante o sono, foram acordados por um barulho e o Zé disse:
- Ouviram!? Parecia um tiro de espingarda.
- Sim, ouvimos - disseram os amigos.
Calçaram-se com rapidez, pegaram nas lanternas e foram ver o que
se passava. De repente, avistaram uma raposa e uma águia-calçada
perto de um castanheiro, o que os assustou. Mais à frente, encontra-
ram dois caçadores com um cão da Serra da Estrela.
Amedrontado, o João pisou um ramo seco que fez muito barulho
e os caçadores ordenaram logo ao cão que fosse atrás deles. Mas ao
fugirem com tanta rapidez, no meio da escuridão, caíram num peque-
no lago. Junto à margem, encontrava-se um gato bravo a comer uma
enguia que lhe fugia da boca. O animal acabou por desistir da refeição,
porque se assustou com os latidos do cão que se aproximava.
Quando os quatros amigos se levantaram da água, o Guilherme
começou a gritar, porque tinha na cabeça um sapo que se segurava
aos seus cabelos e o desorientava. O Zé acudiu de imediato, conseguiu
agarrar o sapo e devolveu-o ao lago. Entretanto, os caçadores aproxi-
maram-se e o cão, bem perto deles, farejava-os como se estivesse à
procura de alguma coisa.
Os quatros rapazes não se deixaram intimidar e, ao verem que numa
sacola que um dos caçadores transportava estava um falcão peregrino,
ameaçaram-nos, dizendo que iam participar a situação à G.N.R.. Afinal,
os dois indivíduos eram bem conhecidos do Guilherme, pois já não era
39
a primeira vez que eram apanhados a caçar espécies em vias de ex-
tinção naquela zona.
Os homens, sem perderem mais tempo, começaram a correr, dei-
xando para trás a sacola com o falcão ferido. Os rapazes voltaram ao
acampamento, recolheram as suas coisas e transportaram, com todo
o cuidado, a sacola com o falcão até ao veterinário da aldeia, para que
pudesse receber o tratamento necessário.
Passaram-se três semanas e em Linhares da Beira toda a gente ficou
a saber que o Filipe e o Emanuel tinham sido presos por caçarem espé-
cies protegidas. Os quatros amigos nunca esqueceram esta aventura e
foram reconhecidos pela população.
Atualmente, sempre que vão acampar, podem apreciar alguns fal-
cões peregrinos a comer carochas e vacas louras, contribuindo assim
para o equilíbrio do ecossistema da Serra da Estrela.
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO
ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO
TRABALHO REALIZADO POR:
EMANUEL ALEXANDRE DA CONCEIÇÃO LOPES - 8ºJ
PROFESSORA DE SUPERVISÃO:
IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
40
41
Num dia de sol, um grupo de jovens dirigiu-se ao Parque Natural
do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina para passar o fim de se-
mana. Os jovens tinham idades compreendidas entre os dezassete
e dezoito anos: Laura e Maria eram irmãs e Salvador e Diogo eram
amigos de infância. Todos eles pertenciam ao Clube de Ambiente da
Escola, que tinha como principal objetivo sensibilizar toda a comuni-
dade escolar, através de cartazes, palestras e Visitas de Estudo, para
a importância da Natureza. Eles foram selecionados para esta viagem
por serem os melhores alunos, os mais interessados e por despende-
rem muito do seu tempo nas atividades do Clube. Tratava-se do “III
Encontro de Jovens Ambientalistas”, que iria juntar muitos alunos dos
Filipa Conceição
III ENCONTRO DE
JOVENS AMBIENTALISTAS
Um grupo de jovens participa num encontro para ambientalistas,
passando ainda mais a reconhecer a importância
do respeito pela natureza.
42
clubes de várias escolas.
No primeiro dia, os quatro jovens chegaram ao acampamento
e montaram as tendas, enquanto conversavam sobre as expetati-
vas que tinham para o fim de semana. Quando acabaram, foram dar
uma volta para conhecer melhor o Parque. Pelo caminho, conhece-
ram um grupo de rapazes que também iam participar no evento, o
Miguel, o João e o Tiago,
Quando já estava a anoitecer, foram chamados todos os alunos para
se dirigirem às suas tendas, porque se iria realizar uma caminhada no-
turna. Vestiram as roupas adequadas, pegaram nas lanternas e come-
çaram a atividade. Foram andando atrás de um guia que conhecia a
zona e pelo caminho depararam-se com um casal a fazer uma fogueira.
Olharam uns para os outros e decidiram ir falar com eles para os alertar
que é muito perigoso fazer fogueiras num acampamento.
- Boa noite! Nós somos jovens ambientalistas e estamos a participar
num evento que pretende alertar para os comportamentos corretos a
ter na natureza. Queríamos avisar que fazer uma fogueira aqui no par-
que é muito perigoso, pode provocar um fogo indesejado.
- Olá, jovens! Claro que é perigoso, mas não temos outro modo
de cozinhar! No entanto podem estar descansados que iremos apa-
gá-la daqui a pouco.
- Nós é que agradecemos, mas à entrada do parque existem imen-
sos fogões, lavatórios…Lá podem, cozinhar!
-Ah,nãosabíamos!Obrigadapelaatençãoedesculpemoincómodo.
- Obrigada nós! Agora vamos continuar a nossa caminhada!
Tenham uma boa noite!
- Está bem! Boa sorte então! Boa noite!
43
Os alunos muito felizes por terem sensibilizado o casal, continuaram
a caminhada. Mais à frente, depararam-se com uma grande quanti-
dade de resíduos sólidos urbanos espalhados pelo parque e por um
pequeno lago. Havia garrafas de vidro, papéis, sacos de plástico…
Quando voltaram ao acampamento, decidiram fazer alguns carta-
zes apelativos para reduzir a poluição. Pregaram-nos no tronco de um
sobreiro e de um medronheiro, onde uma gralha-de-bico-vermelho e
uma gralha-de-nuca-cinzenta tinham feito o seu ninho.
Regressaram às tendas e foram dormir. Porém, ao longo da noite,
ouviram barulhos muito estranhos e decidiram vir cá fora para ver o
que é que se passava. Agarraram nas lanternas e seguiram em frente.
De repente, apontaram para uma giesta, atrás dela estava uma rapo-
sa que tentava caçar um mocho-galego que se encontrava no topo de
uma árvore. Com o impacto da luz, a raposa fugiu assustada e nunca
mais a viram. Entretanto, os jovens voltaram para as tendas.
No segundo dia, acordaram por volta das nove e meia, estava sol
e não havia vento. Os alunos foram avisados que iria haver um Jogo
de Orientação. Juntaram-se em grupos, foi-lhes dado um mapa e uma
caneta e começaram o jogo.
No primeiro ponto de controlo, foi-lhes pedido que descrevessem
uma cegonha branca. Eles escreveram que é uma ave branca com o
bico e as patas vermelhos. Correram e encontraram o segundo ponto
de controlo, onde lhes pediram para descrever um texugo. Aí só con-
seguiram escrever que era preto e branco. Mais abaixo, perto de uma
azinheira, encontrava-se o terceiro ponto de controlo, onde tiveram de
descrever um guincho. Eles não sabiam explicar bem o que era, mas
disseram que era parecido com uma gaivota. Já cansados, avançaram
para o quarto ponto de controlo, que era o último. Correram e encon-
traram-no com alguma dificuldade. Foi-lhes pedido para descrever um
44
falcão peregrino, ao que responderam que era castanho, tinha as patas
amarelas e também tinha tons de bege.
Como acabaram, foram andando devagar para o local das tendas,
onde todos se reuniriam para apurar as respostas. O esforço acabou
por compensar, pois a equipa deles foi a vencedora. O resto do dia foi
passado a fazer imensos jogos.
NoterceirodiaforamvisitaroEstuáriodoMira.Observaramaspaisa-
gens, tiraram imensas fotografias e, no final, andaram de canoa. Depois
lancharam e regressaram ao acampamento, onde arrumaram as tendas
e todas as coisas que levaram consigo e partiram de regresso a casa.
Aqueles dias vividos no meio da natureza e cheios de aventu-
ras fez com que os alunos percebessem que os animais e as plan-
tas são muito importantes e que devemos ter os devidos cuidados
para os protegermos.
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO
ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO
ALUNO:
FILIPA ALEXANDRA SANTOS DA CONCEIÇÃO - 8ºJ
PROFESSORA DE SUPERVISÃO:
IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
45
Antigamente, quando era normal ver carroças na rua e ter reis a
governar países, as florestas eram lugares grandes e misteriosos.
No séc. XIV, o rei D. Fernando III mandou construir o Palácio da Pena
e ao seu redor havia uma floresta enorme com pinheiros, azevinhos e
carvalhos. Nela, a fauna e a flora gostavam de falar entre si, não havia
conflitos entre as plantas e os animais e todos eram amigos.
Há 700 anos atrás havia muitas florestas, então a maioria delas era
desconhecida para a maioria das pessoas e só os que viviam mais pró-
ximo é que conseguiam desvendar os seus segredos. Muitas vezes, era
a partir dessas pessoas que as lendas surgiam, como por exemplo: os
monstros, os animais que falam ou as fadas.
Inês Barbosa
A FLORESTA
DE FAUNA E FLORA
Há muito tempo atrás, Fauna e Flora, duas pequenas fadas, protegiam
as plantas e os animais. Sacrificaram-se pela sua sobrevivência,
deixando esse papel para os humanos.
46
Na zona de Sintra, a maioria dos animais habitava no extremo da
floresta, onde existia uma nascente que passava para a vila e dava água
para todos, incluindo os do castelo. Na nascente havia algumas algas e
alguns peixes que falavam entre si. Os animais que habitavam lá perto
eram o pica-pau-malhado, o musaranho-de-dentes- vermelhos, a bor-
boleta fritilária dos pântanos, a aguia-de-bonelli, o morcego-cerradu-
ra-mediterrânio, e o cagado-de-carapaça-estriada, por outras palavras,
alguns dos animais típicos da região.
Fauna e Flora eram duas fadas do tamanho de um lápis de carvão
afiado, bastante cuidadosas e protetoras. Entre os seus melhores ami-
gos, para além dos animais, havia também uma velhinha que tinha
uma casa mesmo no meio da floresta. Ela já tinha uma idade muito
avançada e, por isso, andava sempre com uma bengala que a Flora
tinha feito a partir de ramos de pinheiros. A velhinha chamava-se Alice
e ela tinha cabelos brancos e encaracolados.
Alice gostava de proteger a floresta das pessoas que queriam cor-
tar a madeira das árvores ou matar os animais ou levá-los em gaiolas
para serem vendidos.
Todos os dias os caçadores entravam na floresta montados nos seus
cavalos para caçar os animais, e todos os dias Alice inventava uma des-
culpa para os caçadores não os matarem. Por vezes dizia que eles eram
venenosos ou que, na verdade, eram monstros que matavam pessoas
e depois comiam-nas, tal como os humanos faziam com os animais.
Eles iam-se sempre embora, com medo das palavras de Alice.
Um dia, o rei D. Fernando III ordenou que os caçadores entrassem
na floresta e que não regressassem sem acharem alguma coisa. Alice
não sabia o que fazer, foi o mais depressa que pode avisar as pequenas
fadas. Quando souberam da notícia, Fauna e Flora entraram em deses-
pero com medo do que os caçadores poderiam fazer aos animais e às
plantas da floresta.
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Alice ofereceu-se para guiar os caçadores através do denso arvore-
do, enquanto Fauna tentava esconder os animais numa pequena gruta
bem no fundo da floresta, pois tinham a certeza de que lá ninguém os
iria encontrar. Os caçadores partiam com rudeza os ramos das árvores
enquanto passavam, e Flora ia atrás deles tentando minimizar os danos.
Os caçadores comentavam que era estranho não encontrarem ani-
mais na floresta e Alice reforçava que era porque os animais, na verda-
de, eram monstros e que só não eram atacados por eles porque ela os
acompanhava. De repente, ouviram uns ramos de árvores a mexerem-
-se e umas folhas secas no chão a partirem-se. Assim que se viraram,
viram um animal deslumbrante e inocente a rasgar a floresta. Ele tinha
uns enormes olhos verde água, com um tom de galáxia misturado, ti-
nha corpo de veado, o pelo era todo negro e brilhava intensamente.
Os homens decidiram logo caçá-lo a todo o custo, pois era um ótimo
presente para o rei.
Mas, na verdade, tratava-se de Fauna e Flora disfarçadas, elas ti-
nham um plano: se os caçadores matassem aquele animal e o levas-
sem para o castelo, deixariam a floresta em paz. Alice disse-lhes que
aquele veado era o último de sua espécie e que vivia ali já há milha-
res de anos, não era, por isso, justo matarem-no. Mesmo assim, os
caçadores levaram-no.
A Fauna e a Flora eram protetoras de todas as florestas e, se mor-
ressem, os animais tornar-se-iam espécies que podiam extinguir-se
ou as plantas começariam a morrer e poderiam desaparecer também.
Contudo, aqueles homens cruéis não o sabiam e mesmo que alguém
lhes dissesse eles não estavam interessados. Movidos pela vonta-
de de levar ao rei o melhor dos presentes, arrastaram aquele belo
veado até ao palácio.
Foi assim que o mundo perdeu a proteção das duas pequenas fadas.
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Fauna e Flora sacrificaram-se para poderem salvar todos os animais e
plantas, deixando, a partir daí, essa função para os humanos.
Nos dias de hoje, todos os anos há vários animais que entram em
vias de extinção e muitas florestas que começam a desaparecer. Se os
humanos não ocuparem o dever que Fauna e Flora lhes deixaram, to-
dos os recursos acabarão por desaparecer.
Os humanos são os únicos animais que destroem a um ritmo acele-
rado plantas e animais. Por isso, deveríamos pensar com cuidado e res-
ponsabilidade naquilo que queremos para o futuro do nosso planeta e
começar a poupá-lo para as próximas gerações.
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO
ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO
ALUNO:
INÊS DE PROENÇA BARBOSA - 8ºK
PROFESSORA DE SUPERVISÃO:
IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
49
Foi cerca das quatro horas da manhã que Bilo viu o seu sono de be-
leza interrompido. Quando entreabriu os olhos, deparou-se com a sua
amiga Jade, que o abanava numa tentativa de o acordar. Assim que se
apercebeu da situação, sobressaltou-se, cobrindo-se completamente.
- Que fazes aqui?!
- Vim lançar-te uma proposta que não podes recusar! –
disse ela entusiasmada.
- Mas são quatro da manhã! – constatou Bilo, olhando para o relógio
que estava em cima da sua cabeceira.
- Quatro e vinte, para ser mais precisa – retorquiu. – Eu cheguei a
Marisa Costa
UMA CAMINHADA
NOTURNA
Jade, uma adolescente, encontra um lago poluído e decide pedir
ajuda ao melhor amigo, Bilo. Juntos mobilizam vários voluntários e
conseguem transformar a zona numa área protegida.
50
tua casa por volta das quatro, mas tive de escalar até ao topo do teu
telhado, encontrar a tua claraboia, atravessar o teu sótão, enfiar-me
na tua ventilação para não ter de passar pelo corredor e correr o risco
de acordar os teus pais. Foi assim que cheguei ao teu quarto, através
respirador da tua parede para te acordar.
- Mas a janela estava aberta! – disse ele exaurido.
- Bom, isso agora já não interessa… Tens que te despachar, pois va-
mos numa expedição até à cascata.
- Nem penses! Tu és louca, mulher! Ainda é muito cedo! – exclamou
ele, cobrindo-se de novo e preparando-se para voltar a dormir.
- Anda! Eu depois recompenso-te, faço-te um barquinho de comida,
daqueles que tu tanto gostas de comer quando vais a Lisboa, num da-
queles restaurantes de Pastel de Flango.
- Um barco de sushi, como no Tsubaki… – declarou Bilo, saltando da
cama com os olhos reluzentes e tão grandes como pires.
- Sim, sim, tudo o que tu quiseres… Agora despacha-te porque daqui
a pouco os teus pais acordam com todo o barulho que estamos a fazer.
Aliás, eu penso que eles iam achar que a nossa situação atual não é
muito própria… - afirmou ela com um pouco de rosa polvilhado sobre
as suas bochechas, ao mesmo tempo que desviava o olhar.
Bilo apercebeu-se que Jade tinha razão: estar às quatro da manhã
com uma rapariga no seu quarto e apenas de boxers, era algo que os
pais não iriam aprovar.
	 Jade ainda passou mais meia hora à espera do amigo. É que ele
estava muito preocupado em ter a certeza que ia com um par de meias
que combinasse com o que ele chamou de “a sua roupa para não cha-
mar a atenção”, que não passava de um par de calças de ganga e uma
T-shirt pretas e umas botas de caminhada da mesma cor. Finalmente
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puderam deixar a casa e iniciar a sua caminhada até à cascata.
O trilho que percorriam situava-se na zona do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina e passava pelo meio de uma floresta. Caminhavam
cercados por árvores altas, tais como o sobreiro e o carvalho-cerqui-
nho, e também por vegetação mais rasteira, como a giesta e o tojo.
Estes últimos coloriam o espaço com as suas pétalas iluminadas pela
luz da lua, o que fazia o seu amarelo parecer mais místico. Nos ramos
das árvores, permaneciam imóveis o que pareciam ser um bufo-real e
um mocho-galego; ambos observavam com curiosidade os dois jovens
que passavam. Nos seus ninhos, o pisco-de-peito-azul e outras aves,
como o papa-moscas-preto, dormiam descansados para recuperar as
energias para o novo dia que se seguia.
Jade estava mergulhada em pensamentos, não conseguia parar de
pensar no motivo pelo qual tinha arrastado o seu amigo para ali, àque-
las horas da manhã. Bilo estranhou o facto de a sua amiga faladora
estar demasiado calada, por isso tentou desvendar o mistério.
- O que se passa?
- …
- Jade, estás a ouvir-me?
- O quê?!
- Perguntei-te se estava tudo bem…
- Ah! Sim, está tudo bem.
-Tensacerteza?Pareciaqueestavasapensaremalgumacoisagrave.
- Nada de especial… Já vais ver.
- Se tu o dizes… Mas se precisares de alguma coisa já sabes que estou
aqui para te apoiar, afinal é para isso que servem os melhores amigos.
52
- Sim, melhores amigos… - disse Jade com a cabeça baixa.
Continuaram a caminhar ainda por um bom acaso, até que avis-
taram um belo lagarto de água que se tinha atravessado no seu ca-
minho. Tinham chegado à lagoa que se situava no fundo da cascata.
Subitamente ouviram um som de folhas a abanarem e, ao olharam
para o lado esquerdo, viram uma raposa que se tinha acabado de lan-
çar sobre um fuinha que estava a comer bagas de um arbusto. Após
a sua caça bem-sucedida, a raposa arrastou a sua refeição para longe
de olhares curiosos.
Deixando de lado aquela aparição repentina, os dois jovens aproxi-
maram-se da margem da lagoa e Bilo ficou horrorizado com a paisagem
que surgiu à sua frente. A água estava completamente impregnada de
lixo e tinha uma tonalidade bem mais escura do que o normal. Mas o
que mais o impressionou foi o facto de a sua superfície estar coberta
de pequenos animais aquáticos que boiavam inertes.
- Sabes eu vim aqui ontem, de manhã, e deparei-me com esta
cena macabra e triste… - começou Jade a explicar, com os seus
olhos azuis embaciados.
Bilo ficou a olhar para a amiga à espera que esta continuasse.
- Eu vi um sapo morto a boiar nesta lagoa e comecei a pensar como
é que aquilo teria acontecido. Aproximei-me um pouco mais e depa-
rei-me com o estado degradado em que a lagoa se encontra. Depois
consegui ver uma argola de plástico à volta do pescoço do pobre sapo.
O pior é que o coitado era uma fêmea que estava para ser mãe, era um
sapo parteiro ibérico e já tinha os seus ovos prontos para eclodir.
Bilo estava estupefacto com tudo o que via e ouvia.
- Então decidi passar o dia a fazer cartazes contra a poluição nos rios,
lagos e mares. Decidi trazer-te aqui para que me ajudasses a afixá-los. E
53
também precisava de ajuda para reunir o máximo de pessoas possível
para tentarmos limpar a lagoa.
Bilo pegou nos cartazes e, sem levantar questões, ajudou Jade a
afixá-los nos troncos das árvores. Também decidiram que, assim que
o sol nascesse, iriam até ao quartel da polícia relatar a situação. Eles
pretendiam que de alguma forma as pessoas passassem a estar mais
sensibilizadas para os perigos da poluição e percebessem como isso
afeta quem menos culpa tem, ou seja, os animais.
Puseram em curso o plano combinado e, com a ajuda de vários
voluntários, conseguiram limpar a lagoa, que hoje em dia se tornou
numa área protegida.
É importante não ignorarmos os maus tratos à fauna e à flora, pois,
às vezes, basta denunciar a situação para que muitos se unam em
defesa da Natureza.
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO
ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO
ALUNO:
MARISA OLIVEIRA COSTA - 8ºH
PROFESSORA DE SUPERVISÃO:
IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
54
55
Há dezassete anos atrás, vivia em Sintra uma gineta chama-
da Raquel. A sua casa era perto de um pinheiro-bravo. Levava uma
vida pacífica, à exceção de ter de lidar com os turistas e visitantes
curiosos que frequentemente se aproximavam, tiravam fotografias e
faziam muito barulho.
Como Raquel era tímida, escondia-se quando pressentia a sua che-
gada. Assim que eles se iam embora, Raquel reaparecia e deparava-
-se com as constantes faltas de respeito para com a Natureza deixa-
das para trás, tais como plásticos, papéis, garrafas e sacos. Ela não se
contentava com esta situação, que já tantos lares tinha estragado e
tantos danos provocado.
Adriana Alves Francisco Magusto Joana Simões
MUDANÇAS NO PARQUE
Uma gineta, chamada Raquel, decide mobilizar os animais para
recordarem os humanos a respeitar a natureza.
56
A presença de visitantes era natural no Parque Natural de Sintra-
Cascais, o que, com o avançar do tempo, foi causando a modificação da
fauna e da flora do parque. Os números de animais existentes baixaram
drasticamente, nomeadamente texugos, doninhas e raposas. Graças a
isso, Raquel teve de dizer adeus a muitos dos seus amigos.
Mas nem todos se tinham ido embora. Ao lado de Raquel, es-
tavam os seus fiéis companheiros: o Gil, um falcão-peregrino; a
Mariana, uma lagartixa-do-mato; a Marina, uma enguia, e o Pedro,
que era um pato-real.
Todas as noites, quando os humanos não estavam por perto, eles
encontravam--se, à vez, nas suas casas. Nessa noite, a reunião iria de-
correr na casa de Marina: um enorme junco situado mesmo no meio
do jardim romântico de D. Fernando II.
- Não podemos continuar a viver desta forma! Está na altura de agir-
mos! -declarou convictamente Gil. Todos estavam de acordo.
- O que podemos então fazer? – perguntou a Mariana.
- Temos que alertar os humanos para o perigo a que nos estão a
submeter -disse Raquel.
- E eles ouvir-nos-ão?- questionou o Pedro, que temia represálias.
- Eu acho que não, mas tenho uma ideia! Vamos falar com eles acer-
ca do assunto através de cartazes feitos de madeira.
E assim fizeram. Trabalharam arduamente durante toda a noite e,
de madrugada, apareceram misteriosamente diversas placas de ma-
deira espalhadas pelo Parque. Nelas podiam ler-se várias regras bási-
cas de respeito pela natureza, que os Homens pareciam ter esquecido.
Os humanos realmente perceberam o seu erro e o mal que fizeram
a este Parque Natural. Com a ajuda do diretor, o habitat de Raquel e
dos seus amigos passou a ser uma reserva natural e nunca mais foram
57
incomodados. Depois disto, implementaram novas espécies, como o
Cravo-de-Sintra e o azevinho. A partir daí, o parque voltou a ser biolo-
gicamente sustentável.
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO
ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO
ALUNOS:
ADRIANA RIBEIRO DE CASTRO ALVES, 8ºH
FRANCISCO MIGUEL MADEIRA MAGUSTO, 8ºH
JOANA BEATRIZ NOBRE DOS SANTOS SIMÕES, 8ºH
PROFESSORA DE SUPERVISÃO:
IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
58
59
No século XXII havia um rapaz de 13 anos chamado Victor Martins
que vivia em Braga. Uma noite ele estava na sala de estar com o seu
avô Diogo, e perguntou:
- Ó vô qual foi o lugar mais incrível onde já estiveste?-per-
guntou Victor curioso.
- Eu já vivi num sítio magnífico-responde o avô Diogo nostalgica-
mente- Há já alguns anos…!
- A sério vô, onde era?-retorquiu Victor.
- Era, não muito longe do parque natural do vale do Guadiana,
perto do rio Guadiana…
José Martins
UMA VOZ DO PASSADO
PARA O FUTURO
Na última década, as áreas desertificadas no nosso país aumentaram
para o dobro, ou seja passámos de 32 por cento de área desertificada e
árida para mais de 60 por cento, este conto fala sobre as ameaças que
o futuro nos reserva, e o futuro do Parque Natural do Vale do Guadiana
e do nosso país e da nossa cultura.
60
- Rio Guadiana? Nunca ouvi falar…-pergunta Víctor intrigado.
- Sim, era um rio belíssimo, perto da zona havia tanta coisa esplên-
dida, desde as abertadas até aos bufos reais e os lindos sobreiros que
lá havia...era quase perfeito!- responde o avô tendo muitas memórias.
- E onde era isso vô?- pergunta Victor contente por ouvir
outra memória do avô.
- Era na área do deserto… agora é só areia...já não há vida…- res-
ponde avô desiludido.
- A sério, o deserto já foi uma área verde? Que estranho….-
Retorquiu Victor espantado.
- Antes de se tornar deserto, a nossa família, e outras, foram obri-
gadas a se mudar, fomos migrantes ambientais. Devido ao ambiente
tivemos de nos mover para outras áreas.
- Uau…
- Eu tenho no sótão umas lembranças e fotografias dentro duma
caixa.- diz Diogo pensativo.
De repente ouve-se a voz da mãe a chamar por eles:
- Vamos meu filho, já é tarde, cama!
Victor um pouco desiludido com o final da conversa, interessantíssi-
ma, despede-se do avô e da mãe indo deita-se.
Já mais tarde Víctor não consegue dormir com tantos pensamen-
tos a ocorrerem-lhe na cabeça, só pensava no antigo espaço verde,
agora deserto… Então lembra-se de o avô lhe ter falado na caixa com
recordações no sótão. Decide lá ir sem fazer barulho, em pezinhos de
lã. Chega ao sótão e começa a vasculhar nas coisas à procura da caixa.
Quando encontrou uma bela caixa de madeira com faixas verdes em
sua volta e uma simples abertura de metal decide abri-la e, de tanta
61
excitação, pareceu-lhe vir um brilho lá de dentro. No interior tinha fo-
tos, alguns itens, algumas outras coisas e um grande livro, que o cha-
mou particularmente à atenção, com o título de “Parque Natural do
Vale do Guadiana e tudo mais sobre o parque”. Decidiu começar por
ver as fotos e os variados objetos e por fim pegou no grande livro que o
intrigava… logo ao tocar naquele livro, viu um clarão em seu redor só se
conseguindo ver a si próprio e ao livro...uns segundos depois já tinha
fechado os olhos e adormeceu.
De repente tudo volta ao normal, mas havia qualquer coisa estra-
nha… o sítio onde estava era diferente, nunca tinha estado lá. Ao le-
vantar-se repara no grande livro à sua frente e ao ler o título surgiu-lhe
uma ideia de onde estava… no Parque Natural do Vale Guadiana. Isso
confirmou-se ao ver uma placa com o respetivo nome escrito.
- Como é que vim aqui parar...Que estranho- Pensou para si mesmo.
Pensouumpouco,relembrou-sedoacontecimentonosótãoepergun-
tou-se a si mesmo se teria viajado no tempo ou teletransportando-se…
Então, para descobrir o que tinha acontecido, decidiu olhar à sua
volta e reparou em duas pessoas com uns relógios estranhos, relógios
de ponteiros, já ninguém usava isso, e também tinham uns telemóveis
de uma marca estranha. Aí obviamente tinha a certeza que tinha viaja-
do no tempo… “que estranho “pensou ele.
Agora restava descobrir o porquê de ele estar ali. Porquê? Decidiu
então abrir o livro para ver se encontrava algo. Antes de o abrir re-
parou numa página marcada com uma folha seca. Abriu então o livro
na página marcada e reparou logo num papel com uma coisa escrita:”
Se alguém está a ler isto, faça qualquer coisa para impedir a deser-
tificação deste belo sítio...por favor ajuda”. Então descobre o motivo
da sua viagem: tinha de tentar impedir o desaparecimento daquele
lugar. Orgulhoso da sua descoberta, começa por pensar como ia ajudar.
62
Lembrou-se que, obviamente, tinha de ir ter à reserva natural falada no
livro. Perguntou então às pessoas dos relógios de ponteiros onde era:
- Boa tarde, podem-me dizer onde é o Parque Natural do Guadiana?
-Éjáali,conseguesver?-responderamossenhoresaomesmotempo.
- Sim, muito obrigado!- responde Víctor animadamente.
Dirigindo-se então para a entrada, já com o plano de ir falar com o
responsável do parque. Repara numa funcionária e pergunta-lhe onde
pode encontrar o gerente. A senhora, cansada, responde que Víctor es-
tavacomsortepoisoresponsávelnaquelediaestavalá,apontandopara
um homem novo e elegante, que era o gerente. Dirigindo-se a ele diz.
- Boa tarde, posso falar consigo?
- Boa tarde, claro mas sobre quê?
- A preservação deste parque natural.- Responde Victor com con-
vicção - Temos de combater a aridez dos solos que já atinge quase
todo o Alentejo e o interior algarvio, este fenómeno não está, contudo,
confinado ao Sul do país, pois, todo o interior junto à fronteira com
Espanha, do Algarve a Trás-os-Montes, está a ficar deserto, com a per-
da de potencial biológico dos solos (desertificação física) e de popula-
ção (desertificação humana).
- OK. - Responde o responsável intrigado. Vou ouvir o
que tens para me dizer.
A partir daí Victor conta, ao gerente, a história que o avô e a sua
ida ao sótão referindo a viagem do tempo, mesmo sabendo que
o senhor não iria acreditar nesta parte. O responsável espantado
por tudo isto pergunta:
- Então tu queres que tome medidas para a preservação deste sítio?
- Sim, Se nada for feito, terá grandes dificuldades de abastecimento
63
público de água e a qualidade de vida terá tendência para se degradar
e consequentemente teremos de migrar para outras áreas!- responde
Temos de iniciar projetos de práticas agrícolas de proteção e conser-
vação da terra que poderão, gradualmente, difundidas junto dos agri-
cultores da região e de todo o país.
Durante horas traçaram um plano para discutir as implicações
ambientais, económicas e sociais do fenómeno, através do inter-
câmbio de experiências, nacionais e internacionais, para fomentar
o desenvolvimento de medidas de mitigação e combate à deserti-
ficação no nosso país.
Victor empolgado termina e aguarda por uma resposta.
- Então está decidido - Responde o responsável empolgado - já ago-
ra qual é o teu nome?
- Victor Martins, e o seu?
- Podes-me chamar por Diogo Martins.
- O quê? Diogo Martins… esse é o nome do meu avô… será que...
Qual é o seu primeiro nome?! - Pergunta ansiosamente.
- José... - Responde Diogo sem perceber muito bem.
-Entãoquerdizerquevocêéomeuavô...nopassado!–Exclamaemo-
cionado–Defactovocêé-metãofamiliar.Osseusolhossãoosmesmos!
Repentinamente, Victor volta a ver o mesmo clarão do sótão, mas
ouve umas vozes a dizer que ele ia esquecer-se de tudo, como se de um
sonho se tratasse… Aí Víctor fecha os olhos e regressa à casa.
O futuro fora alterado! Agora, Victor e a sua família têm a respon-
sabilidade do parque em suas mãos… o futuro foi mudado e o sul de
Portugal, com as medidas tomadas na viagem para o passado, não se
tornou num deserto. A situação foi “invertida” com a utilização “correta
64
dos solos”, utilizando para o efeito “culturas apropriadas a cada região
e às suas condições climáticas” e ao mesmo tempo “implantando” de
um conjunto de medidas apropriadas, para minimizar este impacto da
aridez nos solos. Foram utilizadas novas técnicas de silvicultura, evitan-
do a degradação dos solos, terminaram com lavouras intensivas e foi
protegida toda a vida animal.
A pequena ajuda de uma pessoa pode ser um passo de mudança
colossal para todos. O futuro do nosso ambiente está nas nossas mãos
e no presente das nossas ações.
COLÉGIO DOM DIOGO DE SOUSA
ALUNO:
JOSÉ DIOGO AZEVEDO MARTINS - 4º ESCALÃO
COFINANCIADO POR APOIOS

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Os Fantásticos da Natureza - Uma Aventura na Serra e outros contos

  • 1. UMA AVENTURA NA SERRA e outros contos
  • 2.
  • 3. UMA AVENTURA DA SERRA e outros contos
  • 4.
  • 5. ÍNDICE PESADELO FITOFARMACÊUTICOS 7 UMA CONSCIÊNCIA COMPROMETIDA 15 UMA VISITA DE ESTUDO AMBIENTAL 23 UMA AVENTURA NO ROSMANINHAL 27 OS DESFLORESTADORES 33 UMA AVENTURA DA SERRA 37 III ENCONTRO DE JOVENS AMBIENTALISTAS 41 A FLORESTA DE FAUNA E FLORA 45 UMA CAMINHADA NOTURNA 49 MUDANÇAS NO PARQUE 55 UMA VOZ DO PASSADO PARA O FUTURO 59
  • 6. TÍTULO: AUTORES: EDITOR: UMA AVENTURA NA SERRA E OUTROS CONTOS LUÍS MARTINS, LEONOR CARDOSO, MARIANA COSTA, BRUNA DUARTE, INÊS AMARO, DALILA RIBEIRO, DANIELA FIÊNS, EMANUEL LOPES, FILIPA CONCEIÇÃO, INÊS BARBOSA, MARISA COSTA, ADRIANA ALVES, FRANCISCO MAGUSTO, JOANA SIMÕES, JOSÉ MARTINS. QUERCUS CENTRO ASSOCIATIVO DO CALHAU BAIRRO DO CALHAU PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO 1500-045 LISBOA +351 217 788 474 QUERCUS@QUERCUS.PT RUI MIRANDA ALLRISE, LDA CAPA E PAGINAÇÃO: IMPRESSÃO: COFINANCIADO POR APOIOS
  • 7. 7 À noite, no Parque Natural do Douro Internacional Desesperadamente, João corria assustado pela floresta obscura, de- pois de ver um vulto estranho, quando fotografava junto ao rio Douro, perto de uns pauis. Correu como nunca o fez, até chegar à sua cabana, e fechar-se até ao amanhecer. Adormecendo com o canto do bufo-real que se ouvia a quilómetros da cabana. Assim que amanheceu no parque, os guardas chegaram e João de- pressa foi ter com eles, relatando-lhes o que tinha visto. Eles conhe- ciam o fotógrafo, que trabalhava, muitas vezes, para ONG´s, tomando logo conta da ocorrência com toda a urgência que o momento impu- nha. Deslocaram-se até ao lugar do “crime”. Ficaram surpreendidos Luís Martins PESADELO FITOFARMACÊUTICOS Uma aventura no Parque Natural do Douro Internacional em que o mau uso de produtos fitofarmacêuticos provoca consequências inesperadas na fauna e recursos do parque.
  • 8. 8 quando repararam nas carcaças de javali (Sus scrofa) e de corças (capreolus capreolus). Começaram por, obviamente, suspeitar dos lobos, pois eles eram os culpados do costume. A notícia, rapidamente, se espalhou pelos jor- nais da zona norte e até conseguiu ser espalhada por um documentá- rio que passou no canal 2. Dias mais tarde, João, preparadíssimo, com os binóculos, óculos de visão noturna e uma câmara de alta definição: - Se, por acaso, conseguir ver algum desses tais “criminosos”! A câ- mara consegue captar tudo! - pensou ele em voz alta. Já o relógio assinalava as 22:30, junto à superfície da água, o guarda profissionalavistoucriaturasparecidascomaespécieSalmotrutta,mais conhecidas como Trutas-do-rio, mas com um tamanho fora do vulgar. Primeiro, morre Uma corça. Mas?! Acabaram de ouvir o som de um trator enorme, da gama de tra- tores FENDT. Para eles, muito assustadores! Não só por possuir lu- zes muito fortes, que era a sua fraqueza, mas também por produzir um barulho assustador. Esconderam-se na água e, tal como os mutantes, o guarda sur- preendido viu o grande trator a deitar uma pequena quantidade de produtos fitofarmacêuticos para a água do rio! O guarda não perce- beu o porquê daquilo, mas decidiu anotar o sucedido e ainda foi reco- lher uma pequena amostra da água contaminada para um frasco que entregou ao cientista que estava a trabalhar no parque! Com o sus- to do trator, os anormalmente peixes grandes, nessa noite, não mais voltaram à superfície! Dias depois, todos os habitantes foram ter ao local, a televisão e os mais importantes, os cientistas, que iriam conseguir observar a água,
  • 9. 9 pois os peixes mutantes vinham de lá. Também iriam analisar o sangue dos animais que aí morreram, pois especulava-se que os monstros da água tinham mordido o pescoço das vítimas e, se isso acontecesse, supostamente, o sangue iria estar contaminado também. Pouco depois, descobriu-se que a água estava contaminada, não só devido aos produtos fitofarmacêuticos, mas também por causa da des- carga de esgotos que estavam presentes. Aquele líquido tornou-se um pesadelo ambiental! No entanto, o estudo sanguíneo ainda não estava acabado. Era o mais árduo trabalho que eles iriam ter naquele dia. Só horas mais tarde é que se aferiu que a análise sanguínea acusa- va uma substância mutagénica, presente na composição de produtos fitofarmacêuticos agrícolas, que criava descendência mutante. Mas não perceberam o porquê deles não se transformarem em mutante! Esperaram até ao anoitecer. Pouco demorou para que os bichos enormes viessem “visitar” os animais. Assistiram à morte de um javali. Entraram os guardas em ação e, num abrir e fechar de olhos, um dos mutantes já estava neutralizado! Consultar as imagens captadas pelo João foi uma grande solução, pois, na câmera, percebeu-se, definitivamente, que os animais expos- tos a agentes cancerígenos ou mutagénicos dos produtos fitofarma- cêuticos, usados na agricultura de forma descuidada, não se tornavam em mutantes, pois os pobres animais, de tanta força que os mutan- tes usavam, morriam... Decidiram pôr sensores de movimento e câmeras na água...Os re- sultados foram imensos! Aqueles pobres peixes tornaram-se todos em obscuridades totais. - Esperemos que isto não se espalhe por todo o parque - disse João ainda pensativo.
  • 10. 10 - Veremos o que acontecerá...Talvez se tenha de investir milhares de euros para pôr uma rede mesmo no fundo do rio. Iremos ter de cha- mar nadadores para a pôr lá e várias máquinas… É um grande prejuízo! Dito isto, as pessoas à volta dele ficaram surpreendidas! João recu- sou-se a responder a mais perguntas. Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Um estudante chamado Victor estava a estudar para poder ser um grande cientista! Ao ouvir esta chocante e assustadora notícia sobre o Parque Natural do Douro Internacional, ficou entusiasmado e, como ele  era um aluno de excelência, queria fazer alguma coisa… Já no parque, às 21:30h Na estrada, conhecida pelo grande número de traficantes de droga, mesmo ao lado do rio Caldo, passava uma adolescente que ia a correr a sete pés, pois estava a ser perseguida por um dos traficantes, amea- çando que ia disparar um tiro se ela não lhe desse as suas coisas... Do nada, dois dos mutantes apareceram e gritaram tão alto, que se ouviu do outro lado da serra! Logo, dois carros da polícia ligaram as sirenes e, velozmente, dirigiram-se para o local da cena. Com o susto dos mutantes, o traficante enganou-se e gastou uma das suas duas balas no chão! Decidiu gastar as outras balas com o mutante, tendo-se esquecido da rapariga… Conseguiu matar uma das criaturas e começou a correr que nem uma chita, para tentar fugir aos carros da polícia! Ele não sabia é que a polícia vinha de todos os lados... Momentos depois, já estava dentro do carro da po- lícia, sem escapatória!
  • 11. 11 BUM...Ouviu-se um disparo de um dos policiais e outro mutante morreu...Deixou uma gosma verde que começou a espalhar-se pelas árvores mais próximas, mas os polícias mal se preocuparam e mal re- param… não sabiam do poder que aquele viscoso líquido tinha! Amanheceu e nada tinha acontecido aos animais, mas as árvores que, na noite anterior tinham sido atingidos pela gosma, algumas esta- vam caídas na estrada, outras estavam castanhas incluindo as folhas… Felizmente, a única câmera ainda “viva” (as restantes tinham sido par- tidas na noite anterior) estava num ângulo perfeito e conseguiu ver-se, perfeitamente, a causa daquela desgraça. No quarto do estudante Victor “Tinha de ser algo especial que matasse ou mutantes ou que as tornasse normais”. Por causa dessa nova descoberta, todos percebe- ram que o plano de pôr uma rede no fundo do rio não ia funcionar! Se os matarmos, sairá aquela gosma nojenta que pode destruir a bio- diversidade do parque natural, que é o que já está a acontecer”- leu Victor no jornal local! Cada vez mais intrigado, Victor continua, persistentemente, a tentar solucionar o problema, mas errava sempre, pois não aparecia o que devia no ecrã do seu computador! Tinha um não garantido naquele projeto! Mas, como o seu pai sempre lhe disse: “Um não é garanti- do sempre!”. Outro pensamento que o entusiasmava desde criança era que ”Com esforço, tudo se consegue”. Ao pensar nisso, o seu cé- rebro inspirou-se como nunca e pôs uma noite de trabalho duro na sua “agenda do cérebro”. Mas não podia pensar nisso, pois iria ter au- las, na manhã seguinte!
  • 12. 12 De volta ao Parque Natural do Douro Internacional Agora a parte do culpado disto tudo... Foram diretos à quinta do agricultor que provocou tudo isto. Logo que falaram com ele, ele admitiu que tinha feito isso e reconheceu o mal que fez ao usar esses produtos sem nenhum cuidado quando o aplicava. Levou uma multa de quinhentos euros e ficou proibido de utilizar produtos fitofarmacêuticos! Rapidamente se percebeu que a causa de tudo isso não estava só relacionado com o despejo desses produtos na água, mas também com o facto de, porque também havia um campo agrícola mesmo à beira do rio, alguma quantia desse mal existente na terra foi ter ao rio. Teve o castigo de ir cortar as árvores devastadas pela gosma. No dia seguinte, 00:42, o fim do trabalho de Victor Finalmente o resultado do trabalho tão esperado... A sorte de Victor foi que, no dia seguinte, era fim-de-semana! No parque Logo que amanheceu, Victor foi, diretamente, a uma das instalações que havia na Peneda Gerês, para se encontrar com o guarda-florestal. O momento mais feliz da sua vida tinha acabado de acontecer, pois o trabalho por ele desenvolvido tinha sido aprovado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro! O antídoto por ele descoberto foi guardado em cinco frascos. Uma relíquia nunca antes descoberta! Dois dos frascos foram despejados nas águas do rio Douro e os outros três na parte da floresta, comida pela gosma, cerca de 34 km quadrados de floresta. Tudo voltou ao normal!
  • 13. 13 Mutantes? Nem vê-los! Nunca mais se ouviu falar de tais criaturas! Anos depois Victor era cada vez mais conhecido mundialmente e o seu produto teve de ser usado mais uma vez, mas, felizmente, para um caso menos grave… O nome de Victor ficou na história! -ACORDALUÍS!-gritousuamãe-Játeestouachamarhámuitotempo! Luís acordou ainda um bocado chocado com o sonho que teve. Era quase um pesadelo… Nesse dia, no colégio, ele teve de escrever uma frase com tema de “O que podemos melhorar na natureza”! Luís Inspirou-se no seu sonho: “É uma palavra que muitos de vocês não conhecem: “produtos fitofarmacêuticos”. Temos de ter cuidado com estes produtos porque, de um dia para o outro, por culpa desses produtos, os nossos dias podem tornar-se pesadelos!! COLÉGIO DOM DIOGO DE SOUSA, BRAGA 3º ESCALÃO – 2º CICLO ALUNO: LUÍS AFONSO AZEVEDO MARTINS - 5º ANO PROFESSOR DE SUPERVISÃO: VÍTOR MOREIRA MARTINS
  • 14. 14
  • 15. 15 Numa noite tempestuosa, como nunca antes visto, dois jovens lo- bitos brincavam e exploravam o local na Peneda do Gerês inconscien- tes dos perigos que poderiam ocorrer  numa noite como aquela. Os lobitos, de nomes Mixa e Negrito, eram especiais pois pertenciam à espécie canis lupus, uma espécie em vias de extinção. Brincavam livre- mente, quando, de repente, um dos lobitos foi atingido por grandes pedaços de lixo metálico. Um poste da EDP desprendera-se devido às avassaladoras rajadas de vento. No meio de tanta brincadeira e de pro- vocações mútuas, nada de mau parecia poder acontecer, mas Negrito não resistiu ao impacto do pedaço de ferro contra o seu corpo. O ir- mão, perante este cenário tão doloroso, uivou como na angústia de um Leonor Cardoso Mariana Costa UMA CONSCIÊNCIA COMPROMETIDA Uma história que se passa no parque da Peneda-Gerês, onde o impossível se torna possível. Com a natureza em comunhão com o lixo que se torna vida e coloca a verdade no coração de uma criança.
  • 16. 16 pesadelo, abafando o ruído das árvores sacudidas pelo vento enfureci- do. Neste preciso momento os raios da trovoada começaram a atingir o solo, e a noite ficou iluminada como o dia! Foi neste cenário tormen- toso que Mixa arrastou o corpo inanimado do seu irmão para junto de um monte de lixo, um depósito ilegal de resíduos urbanos e industriais. Pouco depois, o vento tornou-se ainda mais forte levantando o lixo no ar e produzindo descargas elétricas tão fortes que o lixo que estava suspenso no ar ficou ligado entre si em torno do corpo do infeliz lobito. A ira de Mixa era tão grande que conseguiu atrair todo o lixo para si. De repente dá-se uma explosão gigantesca que atira Negrito para junto de um carvalho centenário. Negrito ainda se tenta levantar, mas, ator- doado, não se consegue mover, ficando estupefacto a olhar para o lo- cal onde Mixa estava. Assustado, Negrito vê emergir à sua frente uma enorme e assustadora silhueta ardente e fumegante. Cheio de medo procura arrastar-se para junto de uns teixos para se proteger daquele gigantesco ser feito de lixo, fruto de um  furacão de lixo e trovões, mas acaba por não resistir. Após a tempestade noturna, o dia surgiu soalheiro, com águias a voar. Mixa acordou confuso  sobre o que acontecera. Olhou para as suas mãos feita de cabos elétricos e plásticos velhos, e, procurando a resposta de quem era, foi até junto do rio, o Rio Cabril, e viu espe- lhada na água uma  figura humana. Não percebia como era possível o revestimento de um humano ser de lixo. Perto do local uma meni- na chamada Carolina, curiosa do que estava para além dos trilhos da enorme Peneda do Gerês ignorara as ordens do Guarda Florestal, e tinha seguido o seu próprio caminho. Mas, como previsto, apercebeu- -se rapidamente que não foi boa ideia. Perdida e assustada ao longo de um caminho estreito tentou agarrar-se às folhas de um chorão, mas o vento arrastou-a para as margens do Rio Cabril, ficando com o seu pé preso numa pequena rocha. Quando o lobinho viu aquela menina
  • 17. 17 aflita e com o olhar lacrimejante, correu na sua direção. Com as suas garras, puxou fortemente os braços fracos da Carolina e conseguiu sol- tá-la. Carolina estava assustada com a cara e o corpo daquele ser es- tranho, feito de lixo. - Não te quero fazer mal! Também me estou a habituar à minha nova figura. - confessou o lobo, tristemente. Pelo tom doce da sua voz Carolina ficou mais tranquila e responde: - Oh, não fiques assim, eu sou a Carolina, mudei-me para o Gerês há pouco tempo e tu? - Eu sou o Mixa, um lobo transformado em lixo, mas não te preocu- pes sou caso único – disse o Mixa. - Muito bem! Parece que somos amigos! E  já que o somos, que tal se amanhã me desses a conhecer as paisagens mais bonitas do Gerês? – perguntou entusiasmada a Carolina. - Ok! Acho boa ideia!- concordou o Mixa. - Mas preciso de um favor teu, Mixa. Levas-me até ao trilho principal para encontrar o caminho de regresso para casa?- pediu Carolina - Claro que sim, eu acompanho-te -respondeu o Mixa satisfeito. Como já era tarde e estava cansada, Carolina despediu-se de Mixa e foi para casa. Nessa noite sonhou que iria avistar as mais bonitas pai- sagens de sempre, mas estranhamente o lobo não estava ao seu lado. Acordou e não conseguiu voltar a adormecer. Resolveu pesquisar no computador «as mais bonitas paisagens da Peneda do Gerês» e mara- vilhou-se com o que via, até amanhecer. Mixa e Carolina encontraram- -se no local onde se tinham despedido. Carolina estava  expectante. O seu entusiasmo deu lugar a uma grande desilusão, as paisagens não eram como as que viu. Ao ver o local onde a transformação de Mixa
  • 18. 18 aconteceu, o seu coração encheu-se de tristeza. Mixa perguntou-lhe se ela tinha contado aos seus pais o que iriam fazer. Carolina respondeu: - Não, porque quando cheguei a casa os meus pais ain- da não tinham chegado. - Sabes o que é que os teus pais fazem enquanto não estão conti- go? - perguntou o Mixa. - Não! Por que perguntas? - Na minha opinião, os pais das crianças devem estar sempre presen- tes, para ajudá-las a fazer as melhores opções. E que tal se tentássemos descobrir o que é que os teus pais fazem quando não estão contigo? - Está bem, mas é melhor sermos discretos! Encontramo-nos de manhã cedo à porta de minha casa. - sugeriu a Carolina. Os pais de Carolina saíram com o céu ainda um pouco escuro e as plantas húmi- das e repletas de orvalho fizeram-nos escorregar várias vezes, mas per- sistentes seguiam em frente; eram uma verdadeira equipa em ação. Os pais de Carolina chegaram a um edifício onde se encontraram com uma pessoa com um aspeto muito suspeito, de cara tapada com um lenço, avistavam-se apenas os olhos. Falavam muito baixo, de ma- neira a que ninguém os ouvisse, mas Carolina e Mixa conseguiram per- ceber o que eles estavam a dizer: - Então, quanto nos dá pela descarga de ontem? Terá de ser a do- brar, para pagar o medo que ficámos quando vimos uma espécie de monstro de lixo. Foi muito assustador! - disseram em coro os pais de Carolina. O Mixa lembrou-se de que encontrara, na noite em que se dera a sua transformação, duas pessoas que realizaram várias descar- gas ilegais. Então, resolveu perguntar à Carolina:
  • 19. 19 - Carolina achas que há hipótese de os teus pais faze- rem descargas ilegais? - Neste momento tudo é possível. Mas é difícil  acreditar que os meus pais fariam isso. - É melhor continuarmos a nossa investigação durante a noite junto do local das descargas, para descobrirmos a verdade. - Ok, concordo contigo. Agora tenho de me despachar a ir para casa antes deles.- afirmou a Carolina. A curiosidade deles não parava de aumentar, estavam mesmo dis- postos a descobrir este mistério. Como combinado encontraram-se e poucos minutos depois avistaram duas pessoas a fazer descargas ile- gais. Carolina reconheceu o bigode grande e preto do pai e os sapa- tos altíssimos da mãe. O Mixa reparou no aspeto sinistro deles e viu que a roupa preta que usavam era a mesma do dia anterior. Era fácil concluir que as descargas eram diárias e que o dinheiro que lhes era pago devia ser bastante. Pelo Mixa aguardariam algum tempo para obter mais provas da cul- pa deles mas a Carolina estava prestes a chorar e não se conseguiu conter. Correu até aos pais e a chorar confrontou-os: - Então são mesmo vocês, é isto que vocês fazem? Como conse- guem enganar-me desta forma? Encorajam-me a amar e proteger o ambiente e as horas que passo sem vocês e sinto a falta do vosso amor, é passada a destruir o que Deus vos oferece! Quero apresentar-vos um amigo muito especial: este é o Mixa. Por trás das árvores estava o Mixa, que apareceu envergonhado e com medo do que poderia acontecer. O pai de Carolina remexeu nos seus bolsos fundos e largos e tirou uma arma. Apontou-a ao Mixa, e este não conseguiu controlar a  raiva. Sem saber como, lançou um raio
  • 20. 20 e a arma do pai de Carolina saltou das suas mãos e desapareceu no ar. Com isto, os pais dela fugiram e nunca mais ninguém os avistou. Mixa e Carolina estavam certos de que os seus pais não voltariam a repetir o que fizeram naqueles anos todos de mentiras. No final desta aventura Carolina estava muito grata a Mixa. Sentia uma grande vontade de lhe agradecer, mas as palavras não basta- vam.  Esta linda menina, agora sem pais, passou a viver com o Mixa. Numa bela manhã, decidiu levar o seu grande amigo ao encontro da população do Gerês. No início, o Mixa não queria ir, mas percebeu que tinha de fazer as pessoas compreenderem a importância de um am- biente saudável e limpo. Carolina começou por visitar o edifício dos negócios secretos onde os pais trabalhavam e pedir ao gerente que a recebesse. Mixa permanecia atrás dela quando o gerente apareceu  e, imediatamente, gritou pelos guardas e disse-lhes que um monstro enorme estava a atacar uma menina. - Que injustiça preocuparem-se comigo e não com o ambiente. As descargas ilegais não se fazem! As consequências estão à vista. Olhem bem para ele! Ele era um jovem lobo, mas vocês mataram o irmão dele com o lixo das descargas ilegais deitados no solo. Mesmo tendo sido um poste a cair sobre ele, o lixo matou-o de vez. O meu amigo sugou todo o lixo para o corpo dele, apenas com o poder da sua raiva, pois os grandes sentimentos têm mais poder do que tudo no mundo. Agora ele está aqui, a ser julgado pelas aparências.Mixa emocionado e os tra- balhadores que foram aparecendo, envergonhados, entenderam que o seu negócio provocava graves prejuízos e decidiram nunca o voltar a fazer. O chefe das descargas ilegais, quis ser uma pessoa muito melhor e decidiu aclamar o Mixa “guardião do lixo. O corpo do Mixa não voltou a ser de um lobo, mas a Carolina conseguiu que todos o vissem como um ser vivo. Todos os dias iam limpar o lixo humano deixado diaria- mente no Parque Nacional da Peneda do Gerês. Carolina apanhava o
  • 21. 21 lixo e Mixa usava o seu corpo para o transformar em coisas reutilizá- veis. De um momento para o outro toda a gente teve consciência do mal das suas ações e também de que as atitudes nada têm a ver com a aparência. Com esta história queremos sensibilizar-vos para a proteção do am- biente. Carolina e Mixa, apesar de serem dois seres no meio de mi- lhões no mundo, lutaram e fizeram a diferença! Faça isso também! AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES, BRAGA 3º ESCALÃO – 2º CICLO ALUNOS: LEONOR CARDOSO – 5ºE MARIANA COSTA – 5ºE PROFESSOR DE SUPERVISÃO: VÍTOR MOREIRA MARTINS
  • 22. 22
  • 23. 23 O António, a Vanessa, a Daniela e o Jorge são um grupo de amigos que fazem parte da turma L do nono ano. Num dia de calor, em plena primavera, a professora de ciências levou-os numa visita de estudo à Serra de Sintra, para testar os seus conhecimentos sobre os perigos ambientais e as suas consequências no futuro. Da parte da manhã, visitaram o Castelo dos Mouros, o Convento dos Capuchos e, de seguida, foram caminhar pelos belos jardins do Palácio da Pena, onde acabaram por almoçar. Após o almoço, não tendo onde depositar o lixo, António e Jorge deixaram as embalagens de comida vazias em cima da mesa e foram para perto do lago observar os cágados e os patos-reais que nadavam Bruna Duarte Inês Amaro UMA VISITA DE ESTUDO AMBIENTAL Um grupo de alunos faz uma visita de estudo, depara-se com um depósito de lixo ilegal e, reconhecendo os perigos que isso acarreta para animais e plantas, decide agir.
  • 24. 24 tranquilamente. Daniela encontrava-se encostada a um pinheiro-bravo e apreciava uma linda borboleta de cor alaranjada a pousar num peque- no cravo-de-sintra, enquanto Vanessa acabava de comer ao seu lado. De repente, a professora aproximou-se deles, porque todo o lixo deixado em cima da mesa caíra ao chão. -Queméquedeixouestelixonochão?-indagoudeformaintimidante. Jorge lançou um olhar cúmplice a António e ambos desataram a correr, arrastando consigo Daniela e Vanessa. Esta resmungou, ao ver a sua comida cair num arbusto de azevinho, enquanto os rapazes explicavam a situação. A voz da professora de ciências fazia-se ouvir pela floresta, cha- mando por eles, mas os jovens, com medo das consequências, continuaram a correr. - Ei, parem! - pediu Vanessa ofegante - Onde é que estamos? O grupo parou e olhou em volta, estavam perdidos. Decidiram, então, caminhar em direção ao palácio, que era visível por entre as árvores. Entretanto, depararam-se com um pequeno lago, onde eram visíveis enguias que nadavam por entre as algas. Contornaram a água e continuaram a avançar. Cerca de vinte minutos depois, avistaram, numa vala pouco profun- da, um amontoado de lixo, coisas como garrafas de água vazias, sacos de plástico e embalagens de comida deixadas ali de forma desleixada. Um texugo e uma raposa, que farejavam o monte timidamente, fugi- ram ao ouvirem as suas vozes. - Aqui estão vocês! - exclamou a professora, fazendo-os dar um salto com o susto que apanharam.- Vejo que acharam um depó- sito de lixo ilegal. Vocês sabem as consequências que isto pode trazer para o ambiente?
  • 25. 25 Os alunos negaram e a professora começou a explicar: - Para além de fazer com que os animais que tentam comer o lixo adoeçam, polui o solo e, consequentemente, se os resíduos aban- donados forem tóxicos podem contaminar as águas que as plantas consomem. Além disso, também estragam a paisagem. Os alunos mostraram-se preocupados e, em conjunto com o resto da turma, ofereceram-se para limpar o pequeno monte de lixo. No final do dia foram-se embora orgulhosos de si mesmos por terem salvado dezenas de seres vivos no Parque Natural de Sintra-Cascais. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO NOME DA EQUIPA: AS BORBOLETAS TRABALHO REALIZADO POR: BRUNA FILIPA AGOSTINHO DUARTE - 8ºJ INÊS DA SILVA AMARO - 8ºJ PROFESSORA DE SUPERVISÃO: IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
  • 26. 26
  • 27. 27 Numa manhã de primavera, um grupo de alunos do oitavo ano par- ticipava numa visita de estudo ao Centro de Estudos da Natureza, no Parque Natural do Tejo Internacional, próximo do Rosmaninhal. Três desses alunos, Manuel, Margarida e Luísa, pararam a conversar e a apreciar a paisagem. O Manuel era considerado o mais inteligente da sua turma e, apesar do ar descontraído e pouco intelectual, era diver- tido e amigo de todos. Já a Margarida preferia a companhia do Manuel e da Luísa, talvez porque a sua altura fosse pouco vulgar para uma ra- pariga de treze anos, o que deixava os rapazes, em especial, pouco à vontade, era observadora e sempre pronta a ajudar. Por fim, Luísa era a tímida do grupo, escondendo-se muitas vezes atrás da Margarida. Era Dalila Ribeiro UMA AVENTURA NO ROSMANINHAL Um grupo de alunos participa numa visita de estudo, alguns perdem-se e deparam-se com animais presos em gaiolas. Alertam a professora, a G.N.R. e os traficantes acabam por ser presos.
  • 28. 28 sonhadora e idealista e não gostava nada da atenção dos rapazes, que era muita, talvez por culpa dos seus grandes olhos verdes. Enquanto conversavam, repararam que os seus colegas tinham de- saparecido de vista. Como todos tinham entregado os telemóveis à professora no início da visita, telefonar estava fora de questão. - Não se preocupem, encontraremos o caminho – disse Manuel, olhando para as duas amigas. - Vamos por aqui! Estou a ouvir qualquer coisa do outro lado… .- chamou Margarida, andando lentamente para ver o que esta- va atrás das estevas. Caminharam lado a lado até à origem do barulho. Afastaram as fo- lhas e viram uma ave pousada numa árvore. - Manuel, olha! Aquele pássaro ali não é um grifo? – perguntou Margarida. - Eu acho que é uma águia-de-Bonelli – opôs Luísa. - Podemos confirmar no guia sobre as espécies que a professora nos deu à entrada do parque – disse Manuel, retirando o guia da mochila. – Bem….não é uma cegonha-preta nem um abelharuco, também não é uma rola-brava…..cá está, é uma águia imperial ! Está em perigo de extinção, coitada…. Que sorte conseguirmos ver uma. Continuaram o seu caminho, passando por diferentes plantas e árvores que Manuel ia procurando no guia. Aqui sobreiros e azinhei- ras, ali giestas e tojos. O caminho atravessava uma área de rosma- ninho e acabava numa anta, de onde vinham muitos ruídos diferen- tes que se misturavam. -Ali,umaanta!Altamente!–gritouManuel,correndonasuadireção. Margarida e Luísa seguiram-no, correndo também. Os três entraram
  • 29. 29 na anta, sorrateiramente. Luísa arregalou os olhos. - Estão a ver o mesmo que eu?! – perguntou incrédula. - Sim, pobrezinhos! Quem é que pode ter feito isto? – disse Margarida assustada. Dentro da anta, encontravam-se imensas gaiolas com dife- rentes aves e animais. - Raposas, borboletas… borboletas-carnaval, diz o meu guia…olhem, até uma águia imperial! Porque estão todos estes animais aqui presos? Vamos libertá-los já! – decidiu Manuel. As duas raparigas concordaram. As gaiolas estavam trancadas, mas Luísa lembrou-se que tinha um gancho e que com ele poderia abri-las. Gostava de séries policiais e recordou-se de ter visto como se fazia. Depois de algumas tentativas, lá conseguiram libertar todos os ani- mais. Descobriram ainda um pequeno balde com rãs. Mais uma vez Manuel consultou o guia e disse que eram rãs-de-focinho-pontiagudo. A Margarida tirou o lenço que tinha ao pescoço e recolheu-as. Por sor- te, ao pé da anta havia um pequeno lago. Com cuidado, puseram as rãs no lago e sorriram uns para os outros, satisfeitos. Pensaram em sair dali rapidamente, mas ouviram passos. Esconderam-se atrás de uns choupos e observaram. Aproximavam- se dois homens, com ar duvidoso, transportando mais gaiolas. Ouviram um deles dizer: - Estes vão dar um belo dinheirinho! Bichos malcheirosos…. Os dois riram e afastaram-se na direção da anta. Os amigos, assus- tados, perceberam que tinham de sair dali bem depressa e sem olhar para trás. Começaram a correr, por entre amieiros e giestas, ouvindo ao longe os gritos dos homens que saíam da anta, tentando perceber quem soltara os animais.
  • 30. 30 - Venham cá! Vão arrepender-se! – gritava um deles. Manuel, Margarida e Luísa avançavam sem pensar para onde, es- colhendo caminhos ao acaso até que…Seria verdade? Ouviram a voz da professora e dos seus colegas que tinham parado para lanchar. Que sorte! Que sorte, pensaram. Aproximaram-se da professora, que os olhava admirada. Respiraram fundo, os pulmões a rebentar do esforço da corrida. Contaram tudo com calma, cada um acrescentando porme- nores. A Luísa, por sorte, tinha uma máquina fotográfica e tinha tirado fotos de tudo como prova. A professora ligou logo para a G.N.R. e rela- tou o sucedido. Passados poucos minutos, apareceram alguns agentes que, por acaso, andavam por ali perto. Ouviram os três amigos e parti- ram sem perder tempo. A G.N.R. prendeu os traficantes que andavam a recolher os animais há semanas. A polícia suspeitava que era naquela zona, mas nunca os tinham apanhado até os três amigos darem aquela preciosa infor- mação. Telefonaram à professora para agradecer a colaboração dos seus alunos e para dizer que aqueles dois não iam fazer mais tráfico de animais. Apesar de terem ficado para trás e do perigo que tinham corrido, a professora não lhes deu um grande sermão… Afinal de con- tas, eram quase heróis. Para os alunos, era hora de entrar no autocarro e os três amigos adormeceram rapidamente de tão exaustos que estavam. Apesar de se terem perdido e dos perigos que enfrentaram, estavam contentes por terem podido fazer justiça, evitando o comércio de espécies pro- tegidas, uma das razões para que tantas se encontrem em vias de ex- tinção. Afinal de contas, os animais selvagens não servem para animais de estimação e nunca devem ser retirados dos seus habitats naturais. Podemos observá-los, estudá-los, mas nunca capturá-los. As gerações futuras devem poder apreciá-los nos seus habitats, não numa foto de umlivrosobreanimaisjáextintospornossaculpa,pelaaçãodoHomem.
  • 31. 31 AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO ALUNO: DALILA DOS REIS FERREIRA RIBEIRO – 8ºK PROFESSORA DE SUPERVISÃO: IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
  • 32. 32
  • 33. 33 Numa bela manhã, no Parque Natural do Tejo Internacional, quando os raios de sol se infiltraram nas raízes de uma velha árvore, acorda- ram a pequena raposa que lá vivia. Esta foi-se alongando, enquanto se dirigia para a entrada da toca. Quando lá chega, fica com os olhos arregalados ao ver que desapareceram várias árvores e que, por sor- te, não levaram a sua. A pequena raposa foi-se aproximando da zona das árvores desa- parecidas e constatou que faltavam por volta de vinte. Havia muitos farrapos e pequenos galhos espalhados pelo chão e ela percebeu que eram ninhos desfeitos, pois também lá estavam muitos ovos partidos. Observou com atenção a floresta à sua volta e, ao ver que está tudo Daniela Fiêns OS DESFLORESTADORES Uma pequena raposa, preocupada com o abate ilegal de árvores que decorre e com a perda dos seus habitats, decide pedir ajuda a um abelharuco. Este arquiteta um plano, a raposa mobiliza vários animais e juntos conseguem que a situação seja denunciada.
  • 34. 34 calmo, avança até à árvore do velho abelharuco e chama por ele: - Abelharuco, olha só o que aconteceu à floresta! - Ó pequena raposa, ainda bem que estás a salvo… - Sabes o que é que aconteceu? - Sim, ontem, ao entardecer, vieram aqui uns homens, eram cerca de quatro, e começaram a cortar as árvores. Levaram mais ou menos umas dez azinheiras e uns dez sobreiros. Um deles até levou várias es- tevas e as que não levou estragou-as. - Achas que vão voltar? - Infelizmente sim. Eles montaram acampamento perto do rio, junto aos zimbros. -Não podemos deixar que levam a nossa floresta, o que vamos fazer? Depois de muito pensar, o abelharuco afirmou: -Tenho uma ideia, mas vamos precisar de ajuda. - Vou chamar alguns animais, e logo à noite encontramo-nos aqui – respondeu decidida a raposa. Primeiro foi ter com as garças. - Garça preta, garça branca, preciso de falar com vocês. As garças desceram das árvores onde estavam pousadas e vão ter com a raposa. – O que se passa? – quis saber a garça branca. – Há homens na floresta e estão a destruir as árvores e os ninhos – esclareceu a pequena raposa. – Como podemos ajudar? – perguntou a garça preta. – O abelharuco tem um plano, mas precisamos da ajuda de todos.
  • 35. 35 Eu vou chamar as ginetas e vocês podiam ir procurar as corsas e os vea- dos. Encontramo-nos todos na árvore do velho abelharuco logo a noite. – Assim o faremos – responderam as garças em coro. A raposa foi ter com as ginetas na clareira da floresta. Depois de lhes pedir ajuda, correm juntas pela erva alta até à árvore do abelharuco. Então este revela-lhes o plano: - Olá a todos, levantou-se um grande mal sobre a nossa floresta. Se os homens continuarem a desflorestar a este ritmo, teremos todos de abandonar estas terras, mas ainda há esperança. Mora aqui perto um senhor que é ambientalista e fotógrafo, se ele vir isto vai chamar al- guém da polícia e os homens serão levados daqui. Ginetas, quero que roubem tudo o que puderem aos madeireiros, pois, como são peque- nas e esguias, podem entrar facilmente nas tendas sem serem desco- bertas. É que nós temos de os atrasar! Corsas e veados, devem ajudar as ginetas a levarem os objetos roubados. Garças, atraiam o senhor fotógrafo até ao rio, a partir daí a raposa vai guiá-lo até ao local onde as árvores foram cortadas. As garças voaram até à casa do fotógrafo. Este, ao vê-las, começou a segui-las ao mesmo tempo que tirava fotografias. Quando chegaram ao rio, elas despistaram-no. Então, ele, vendo a raposa, seguiu-a até à zona de floresta que tinha sido desflorestada. O fotógrafo, ao ver aquilo, chamou a polícia que chegou ao amanhecer. Quanto aos ho- mens, saíram das tendas e andaram à procura das suas ferramentas que tinham desaparecido, o que deu tempo para que a polícia che- gasse e os apanhasse. Os homens foram detidos e levados a tribunal. A floresta estava salva e os animais puderam viver novamente em paz.
  • 36. 36 AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO ALUNO: DANIELA SALVADOR FIÊNS - 8ºH PROFESSORA DE SUPERVISÃO: IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
  • 37. 37 Durante as férias grandes, o Guilherme convidou os seus melho- res amigos para irem almoçar a sua casa, em Linhares da Beira, aldeia situada no Parque Natural da Serra da Estrela. O João, o Joaquim e o Zé apareceram numa quente manhã de agosto e Guilherme re- cebeu-os com alegria. Durante a tarde, foram jogar à bola para o quintal, onde havia uma azinheira e uma oliveira que serviram de baliza. Foi nessa altu- ra que o Guilherme lhes perguntou se eles gostariam de ir acampar para a Serra. Eles disseram que sim, mas tinham de ver quantos sa- cos-cama e quantos equipamentos de acampamento precisavam, por isso foram até ao sótão, onde recolheram todo o material necessário. Emanuel Lopes UMA AVENTURA DA SERRA Alguns amigos decidem acampar na Serra e durante a noite confrontam-se com a presença de caçadores furtivos. Conseguem salvar um falcão peregrino e denunciar os caçadores à polícia, que acaba por os prender.
  • 38. 38 Depois ligaram aos pais para pedirem autorização para acampar e eles acabaram por consentir. Quando os quatro amigos começaram a caminhar pela Serra, rapida- menteanoiteceu.Maselesencontraramumlocalagradáveleespaçoso, mais à frente, para montarem as tendas e foi lá que decidiram passar a noite. Durante o sono, foram acordados por um barulho e o Zé disse: - Ouviram!? Parecia um tiro de espingarda. - Sim, ouvimos - disseram os amigos. Calçaram-se com rapidez, pegaram nas lanternas e foram ver o que se passava. De repente, avistaram uma raposa e uma águia-calçada perto de um castanheiro, o que os assustou. Mais à frente, encontra- ram dois caçadores com um cão da Serra da Estrela. Amedrontado, o João pisou um ramo seco que fez muito barulho e os caçadores ordenaram logo ao cão que fosse atrás deles. Mas ao fugirem com tanta rapidez, no meio da escuridão, caíram num peque- no lago. Junto à margem, encontrava-se um gato bravo a comer uma enguia que lhe fugia da boca. O animal acabou por desistir da refeição, porque se assustou com os latidos do cão que se aproximava. Quando os quatros amigos se levantaram da água, o Guilherme começou a gritar, porque tinha na cabeça um sapo que se segurava aos seus cabelos e o desorientava. O Zé acudiu de imediato, conseguiu agarrar o sapo e devolveu-o ao lago. Entretanto, os caçadores aproxi- maram-se e o cão, bem perto deles, farejava-os como se estivesse à procura de alguma coisa. Os quatros rapazes não se deixaram intimidar e, ao verem que numa sacola que um dos caçadores transportava estava um falcão peregrino, ameaçaram-nos, dizendo que iam participar a situação à G.N.R.. Afinal, os dois indivíduos eram bem conhecidos do Guilherme, pois já não era
  • 39. 39 a primeira vez que eram apanhados a caçar espécies em vias de ex- tinção naquela zona. Os homens, sem perderem mais tempo, começaram a correr, dei- xando para trás a sacola com o falcão ferido. Os rapazes voltaram ao acampamento, recolheram as suas coisas e transportaram, com todo o cuidado, a sacola com o falcão até ao veterinário da aldeia, para que pudesse receber o tratamento necessário. Passaram-se três semanas e em Linhares da Beira toda a gente ficou a saber que o Filipe e o Emanuel tinham sido presos por caçarem espé- cies protegidas. Os quatros amigos nunca esqueceram esta aventura e foram reconhecidos pela população. Atualmente, sempre que vão acampar, podem apreciar alguns fal- cões peregrinos a comer carochas e vacas louras, contribuindo assim para o equilíbrio do ecossistema da Serra da Estrela. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO TRABALHO REALIZADO POR: EMANUEL ALEXANDRE DA CONCEIÇÃO LOPES - 8ºJ PROFESSORA DE SUPERVISÃO: IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
  • 40. 40
  • 41. 41 Num dia de sol, um grupo de jovens dirigiu-se ao Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina para passar o fim de se- mana. Os jovens tinham idades compreendidas entre os dezassete e dezoito anos: Laura e Maria eram irmãs e Salvador e Diogo eram amigos de infância. Todos eles pertenciam ao Clube de Ambiente da Escola, que tinha como principal objetivo sensibilizar toda a comuni- dade escolar, através de cartazes, palestras e Visitas de Estudo, para a importância da Natureza. Eles foram selecionados para esta viagem por serem os melhores alunos, os mais interessados e por despende- rem muito do seu tempo nas atividades do Clube. Tratava-se do “III Encontro de Jovens Ambientalistas”, que iria juntar muitos alunos dos Filipa Conceição III ENCONTRO DE JOVENS AMBIENTALISTAS Um grupo de jovens participa num encontro para ambientalistas, passando ainda mais a reconhecer a importância do respeito pela natureza.
  • 42. 42 clubes de várias escolas. No primeiro dia, os quatro jovens chegaram ao acampamento e montaram as tendas, enquanto conversavam sobre as expetati- vas que tinham para o fim de semana. Quando acabaram, foram dar uma volta para conhecer melhor o Parque. Pelo caminho, conhece- ram um grupo de rapazes que também iam participar no evento, o Miguel, o João e o Tiago, Quando já estava a anoitecer, foram chamados todos os alunos para se dirigirem às suas tendas, porque se iria realizar uma caminhada no- turna. Vestiram as roupas adequadas, pegaram nas lanternas e come- çaram a atividade. Foram andando atrás de um guia que conhecia a zona e pelo caminho depararam-se com um casal a fazer uma fogueira. Olharam uns para os outros e decidiram ir falar com eles para os alertar que é muito perigoso fazer fogueiras num acampamento. - Boa noite! Nós somos jovens ambientalistas e estamos a participar num evento que pretende alertar para os comportamentos corretos a ter na natureza. Queríamos avisar que fazer uma fogueira aqui no par- que é muito perigoso, pode provocar um fogo indesejado. - Olá, jovens! Claro que é perigoso, mas não temos outro modo de cozinhar! No entanto podem estar descansados que iremos apa- gá-la daqui a pouco. - Nós é que agradecemos, mas à entrada do parque existem imen- sos fogões, lavatórios…Lá podem, cozinhar! -Ah,nãosabíamos!Obrigadapelaatençãoedesculpemoincómodo. - Obrigada nós! Agora vamos continuar a nossa caminhada! Tenham uma boa noite! - Está bem! Boa sorte então! Boa noite!
  • 43. 43 Os alunos muito felizes por terem sensibilizado o casal, continuaram a caminhada. Mais à frente, depararam-se com uma grande quanti- dade de resíduos sólidos urbanos espalhados pelo parque e por um pequeno lago. Havia garrafas de vidro, papéis, sacos de plástico… Quando voltaram ao acampamento, decidiram fazer alguns carta- zes apelativos para reduzir a poluição. Pregaram-nos no tronco de um sobreiro e de um medronheiro, onde uma gralha-de-bico-vermelho e uma gralha-de-nuca-cinzenta tinham feito o seu ninho. Regressaram às tendas e foram dormir. Porém, ao longo da noite, ouviram barulhos muito estranhos e decidiram vir cá fora para ver o que é que se passava. Agarraram nas lanternas e seguiram em frente. De repente, apontaram para uma giesta, atrás dela estava uma rapo- sa que tentava caçar um mocho-galego que se encontrava no topo de uma árvore. Com o impacto da luz, a raposa fugiu assustada e nunca mais a viram. Entretanto, os jovens voltaram para as tendas. No segundo dia, acordaram por volta das nove e meia, estava sol e não havia vento. Os alunos foram avisados que iria haver um Jogo de Orientação. Juntaram-se em grupos, foi-lhes dado um mapa e uma caneta e começaram o jogo. No primeiro ponto de controlo, foi-lhes pedido que descrevessem uma cegonha branca. Eles escreveram que é uma ave branca com o bico e as patas vermelhos. Correram e encontraram o segundo ponto de controlo, onde lhes pediram para descrever um texugo. Aí só con- seguiram escrever que era preto e branco. Mais abaixo, perto de uma azinheira, encontrava-se o terceiro ponto de controlo, onde tiveram de descrever um guincho. Eles não sabiam explicar bem o que era, mas disseram que era parecido com uma gaivota. Já cansados, avançaram para o quarto ponto de controlo, que era o último. Correram e encon- traram-no com alguma dificuldade. Foi-lhes pedido para descrever um
  • 44. 44 falcão peregrino, ao que responderam que era castanho, tinha as patas amarelas e também tinha tons de bege. Como acabaram, foram andando devagar para o local das tendas, onde todos se reuniriam para apurar as respostas. O esforço acabou por compensar, pois a equipa deles foi a vencedora. O resto do dia foi passado a fazer imensos jogos. NoterceirodiaforamvisitaroEstuáriodoMira.Observaramaspaisa- gens, tiraram imensas fotografias e, no final, andaram de canoa. Depois lancharam e regressaram ao acampamento, onde arrumaram as tendas e todas as coisas que levaram consigo e partiram de regresso a casa. Aqueles dias vividos no meio da natureza e cheios de aventu- ras fez com que os alunos percebessem que os animais e as plan- tas são muito importantes e que devemos ter os devidos cuidados para os protegermos. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO ALUNO: FILIPA ALEXANDRA SANTOS DA CONCEIÇÃO - 8ºJ PROFESSORA DE SUPERVISÃO: IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
  • 45. 45 Antigamente, quando era normal ver carroças na rua e ter reis a governar países, as florestas eram lugares grandes e misteriosos. No séc. XIV, o rei D. Fernando III mandou construir o Palácio da Pena e ao seu redor havia uma floresta enorme com pinheiros, azevinhos e carvalhos. Nela, a fauna e a flora gostavam de falar entre si, não havia conflitos entre as plantas e os animais e todos eram amigos. Há 700 anos atrás havia muitas florestas, então a maioria delas era desconhecida para a maioria das pessoas e só os que viviam mais pró- ximo é que conseguiam desvendar os seus segredos. Muitas vezes, era a partir dessas pessoas que as lendas surgiam, como por exemplo: os monstros, os animais que falam ou as fadas. Inês Barbosa A FLORESTA DE FAUNA E FLORA Há muito tempo atrás, Fauna e Flora, duas pequenas fadas, protegiam as plantas e os animais. Sacrificaram-se pela sua sobrevivência, deixando esse papel para os humanos.
  • 46. 46 Na zona de Sintra, a maioria dos animais habitava no extremo da floresta, onde existia uma nascente que passava para a vila e dava água para todos, incluindo os do castelo. Na nascente havia algumas algas e alguns peixes que falavam entre si. Os animais que habitavam lá perto eram o pica-pau-malhado, o musaranho-de-dentes- vermelhos, a bor- boleta fritilária dos pântanos, a aguia-de-bonelli, o morcego-cerradu- ra-mediterrânio, e o cagado-de-carapaça-estriada, por outras palavras, alguns dos animais típicos da região. Fauna e Flora eram duas fadas do tamanho de um lápis de carvão afiado, bastante cuidadosas e protetoras. Entre os seus melhores ami- gos, para além dos animais, havia também uma velhinha que tinha uma casa mesmo no meio da floresta. Ela já tinha uma idade muito avançada e, por isso, andava sempre com uma bengala que a Flora tinha feito a partir de ramos de pinheiros. A velhinha chamava-se Alice e ela tinha cabelos brancos e encaracolados. Alice gostava de proteger a floresta das pessoas que queriam cor- tar a madeira das árvores ou matar os animais ou levá-los em gaiolas para serem vendidos. Todos os dias os caçadores entravam na floresta montados nos seus cavalos para caçar os animais, e todos os dias Alice inventava uma des- culpa para os caçadores não os matarem. Por vezes dizia que eles eram venenosos ou que, na verdade, eram monstros que matavam pessoas e depois comiam-nas, tal como os humanos faziam com os animais. Eles iam-se sempre embora, com medo das palavras de Alice. Um dia, o rei D. Fernando III ordenou que os caçadores entrassem na floresta e que não regressassem sem acharem alguma coisa. Alice não sabia o que fazer, foi o mais depressa que pode avisar as pequenas fadas. Quando souberam da notícia, Fauna e Flora entraram em deses- pero com medo do que os caçadores poderiam fazer aos animais e às plantas da floresta.
  • 47. 47 Alice ofereceu-se para guiar os caçadores através do denso arvore- do, enquanto Fauna tentava esconder os animais numa pequena gruta bem no fundo da floresta, pois tinham a certeza de que lá ninguém os iria encontrar. Os caçadores partiam com rudeza os ramos das árvores enquanto passavam, e Flora ia atrás deles tentando minimizar os danos. Os caçadores comentavam que era estranho não encontrarem ani- mais na floresta e Alice reforçava que era porque os animais, na verda- de, eram monstros e que só não eram atacados por eles porque ela os acompanhava. De repente, ouviram uns ramos de árvores a mexerem- -se e umas folhas secas no chão a partirem-se. Assim que se viraram, viram um animal deslumbrante e inocente a rasgar a floresta. Ele tinha uns enormes olhos verde água, com um tom de galáxia misturado, ti- nha corpo de veado, o pelo era todo negro e brilhava intensamente. Os homens decidiram logo caçá-lo a todo o custo, pois era um ótimo presente para o rei. Mas, na verdade, tratava-se de Fauna e Flora disfarçadas, elas ti- nham um plano: se os caçadores matassem aquele animal e o levas- sem para o castelo, deixariam a floresta em paz. Alice disse-lhes que aquele veado era o último de sua espécie e que vivia ali já há milha- res de anos, não era, por isso, justo matarem-no. Mesmo assim, os caçadores levaram-no. A Fauna e a Flora eram protetoras de todas as florestas e, se mor- ressem, os animais tornar-se-iam espécies que podiam extinguir-se ou as plantas começariam a morrer e poderiam desaparecer também. Contudo, aqueles homens cruéis não o sabiam e mesmo que alguém lhes dissesse eles não estavam interessados. Movidos pela vonta- de de levar ao rei o melhor dos presentes, arrastaram aquele belo veado até ao palácio. Foi assim que o mundo perdeu a proteção das duas pequenas fadas.
  • 48. 48 Fauna e Flora sacrificaram-se para poderem salvar todos os animais e plantas, deixando, a partir daí, essa função para os humanos. Nos dias de hoje, todos os anos há vários animais que entram em vias de extinção e muitas florestas que começam a desaparecer. Se os humanos não ocuparem o dever que Fauna e Flora lhes deixaram, to- dos os recursos acabarão por desaparecer. Os humanos são os únicos animais que destroem a um ritmo acele- rado plantas e animais. Por isso, deveríamos pensar com cuidado e res- ponsabilidade naquilo que queremos para o futuro do nosso planeta e começar a poupá-lo para as próximas gerações. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO ALUNO: INÊS DE PROENÇA BARBOSA - 8ºK PROFESSORA DE SUPERVISÃO: IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
  • 49. 49 Foi cerca das quatro horas da manhã que Bilo viu o seu sono de be- leza interrompido. Quando entreabriu os olhos, deparou-se com a sua amiga Jade, que o abanava numa tentativa de o acordar. Assim que se apercebeu da situação, sobressaltou-se, cobrindo-se completamente. - Que fazes aqui?! - Vim lançar-te uma proposta que não podes recusar! – disse ela entusiasmada. - Mas são quatro da manhã! – constatou Bilo, olhando para o relógio que estava em cima da sua cabeceira. - Quatro e vinte, para ser mais precisa – retorquiu. – Eu cheguei a Marisa Costa UMA CAMINHADA NOTURNA Jade, uma adolescente, encontra um lago poluído e decide pedir ajuda ao melhor amigo, Bilo. Juntos mobilizam vários voluntários e conseguem transformar a zona numa área protegida.
  • 50. 50 tua casa por volta das quatro, mas tive de escalar até ao topo do teu telhado, encontrar a tua claraboia, atravessar o teu sótão, enfiar-me na tua ventilação para não ter de passar pelo corredor e correr o risco de acordar os teus pais. Foi assim que cheguei ao teu quarto, através respirador da tua parede para te acordar. - Mas a janela estava aberta! – disse ele exaurido. - Bom, isso agora já não interessa… Tens que te despachar, pois va- mos numa expedição até à cascata. - Nem penses! Tu és louca, mulher! Ainda é muito cedo! – exclamou ele, cobrindo-se de novo e preparando-se para voltar a dormir. - Anda! Eu depois recompenso-te, faço-te um barquinho de comida, daqueles que tu tanto gostas de comer quando vais a Lisboa, num da- queles restaurantes de Pastel de Flango. - Um barco de sushi, como no Tsubaki… – declarou Bilo, saltando da cama com os olhos reluzentes e tão grandes como pires. - Sim, sim, tudo o que tu quiseres… Agora despacha-te porque daqui a pouco os teus pais acordam com todo o barulho que estamos a fazer. Aliás, eu penso que eles iam achar que a nossa situação atual não é muito própria… - afirmou ela com um pouco de rosa polvilhado sobre as suas bochechas, ao mesmo tempo que desviava o olhar. Bilo apercebeu-se que Jade tinha razão: estar às quatro da manhã com uma rapariga no seu quarto e apenas de boxers, era algo que os pais não iriam aprovar. Jade ainda passou mais meia hora à espera do amigo. É que ele estava muito preocupado em ter a certeza que ia com um par de meias que combinasse com o que ele chamou de “a sua roupa para não cha- mar a atenção”, que não passava de um par de calças de ganga e uma T-shirt pretas e umas botas de caminhada da mesma cor. Finalmente
  • 51. 51 puderam deixar a casa e iniciar a sua caminhada até à cascata. O trilho que percorriam situava-se na zona do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e passava pelo meio de uma floresta. Caminhavam cercados por árvores altas, tais como o sobreiro e o carvalho-cerqui- nho, e também por vegetação mais rasteira, como a giesta e o tojo. Estes últimos coloriam o espaço com as suas pétalas iluminadas pela luz da lua, o que fazia o seu amarelo parecer mais místico. Nos ramos das árvores, permaneciam imóveis o que pareciam ser um bufo-real e um mocho-galego; ambos observavam com curiosidade os dois jovens que passavam. Nos seus ninhos, o pisco-de-peito-azul e outras aves, como o papa-moscas-preto, dormiam descansados para recuperar as energias para o novo dia que se seguia. Jade estava mergulhada em pensamentos, não conseguia parar de pensar no motivo pelo qual tinha arrastado o seu amigo para ali, àque- las horas da manhã. Bilo estranhou o facto de a sua amiga faladora estar demasiado calada, por isso tentou desvendar o mistério. - O que se passa? - … - Jade, estás a ouvir-me? - O quê?! - Perguntei-te se estava tudo bem… - Ah! Sim, está tudo bem. -Tensacerteza?Pareciaqueestavasapensaremalgumacoisagrave. - Nada de especial… Já vais ver. - Se tu o dizes… Mas se precisares de alguma coisa já sabes que estou aqui para te apoiar, afinal é para isso que servem os melhores amigos.
  • 52. 52 - Sim, melhores amigos… - disse Jade com a cabeça baixa. Continuaram a caminhar ainda por um bom acaso, até que avis- taram um belo lagarto de água que se tinha atravessado no seu ca- minho. Tinham chegado à lagoa que se situava no fundo da cascata. Subitamente ouviram um som de folhas a abanarem e, ao olharam para o lado esquerdo, viram uma raposa que se tinha acabado de lan- çar sobre um fuinha que estava a comer bagas de um arbusto. Após a sua caça bem-sucedida, a raposa arrastou a sua refeição para longe de olhares curiosos. Deixando de lado aquela aparição repentina, os dois jovens aproxi- maram-se da margem da lagoa e Bilo ficou horrorizado com a paisagem que surgiu à sua frente. A água estava completamente impregnada de lixo e tinha uma tonalidade bem mais escura do que o normal. Mas o que mais o impressionou foi o facto de a sua superfície estar coberta de pequenos animais aquáticos que boiavam inertes. - Sabes eu vim aqui ontem, de manhã, e deparei-me com esta cena macabra e triste… - começou Jade a explicar, com os seus olhos azuis embaciados. Bilo ficou a olhar para a amiga à espera que esta continuasse. - Eu vi um sapo morto a boiar nesta lagoa e comecei a pensar como é que aquilo teria acontecido. Aproximei-me um pouco mais e depa- rei-me com o estado degradado em que a lagoa se encontra. Depois consegui ver uma argola de plástico à volta do pescoço do pobre sapo. O pior é que o coitado era uma fêmea que estava para ser mãe, era um sapo parteiro ibérico e já tinha os seus ovos prontos para eclodir. Bilo estava estupefacto com tudo o que via e ouvia. - Então decidi passar o dia a fazer cartazes contra a poluição nos rios, lagos e mares. Decidi trazer-te aqui para que me ajudasses a afixá-los. E
  • 53. 53 também precisava de ajuda para reunir o máximo de pessoas possível para tentarmos limpar a lagoa. Bilo pegou nos cartazes e, sem levantar questões, ajudou Jade a afixá-los nos troncos das árvores. Também decidiram que, assim que o sol nascesse, iriam até ao quartel da polícia relatar a situação. Eles pretendiam que de alguma forma as pessoas passassem a estar mais sensibilizadas para os perigos da poluição e percebessem como isso afeta quem menos culpa tem, ou seja, os animais. Puseram em curso o plano combinado e, com a ajuda de vários voluntários, conseguiram limpar a lagoa, que hoje em dia se tornou numa área protegida. É importante não ignorarmos os maus tratos à fauna e à flora, pois, às vezes, basta denunciar a situação para que muitos se unam em defesa da Natureza. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO ALUNO: MARISA OLIVEIRA COSTA - 8ºH PROFESSORA DE SUPERVISÃO: IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
  • 54. 54
  • 55. 55 Há dezassete anos atrás, vivia em Sintra uma gineta chama- da Raquel. A sua casa era perto de um pinheiro-bravo. Levava uma vida pacífica, à exceção de ter de lidar com os turistas e visitantes curiosos que frequentemente se aproximavam, tiravam fotografias e faziam muito barulho. Como Raquel era tímida, escondia-se quando pressentia a sua che- gada. Assim que eles se iam embora, Raquel reaparecia e deparava- -se com as constantes faltas de respeito para com a Natureza deixa- das para trás, tais como plásticos, papéis, garrafas e sacos. Ela não se contentava com esta situação, que já tantos lares tinha estragado e tantos danos provocado. Adriana Alves Francisco Magusto Joana Simões MUDANÇAS NO PARQUE Uma gineta, chamada Raquel, decide mobilizar os animais para recordarem os humanos a respeitar a natureza.
  • 56. 56 A presença de visitantes era natural no Parque Natural de Sintra- Cascais, o que, com o avançar do tempo, foi causando a modificação da fauna e da flora do parque. Os números de animais existentes baixaram drasticamente, nomeadamente texugos, doninhas e raposas. Graças a isso, Raquel teve de dizer adeus a muitos dos seus amigos. Mas nem todos se tinham ido embora. Ao lado de Raquel, es- tavam os seus fiéis companheiros: o Gil, um falcão-peregrino; a Mariana, uma lagartixa-do-mato; a Marina, uma enguia, e o Pedro, que era um pato-real. Todas as noites, quando os humanos não estavam por perto, eles encontravam--se, à vez, nas suas casas. Nessa noite, a reunião iria de- correr na casa de Marina: um enorme junco situado mesmo no meio do jardim romântico de D. Fernando II. - Não podemos continuar a viver desta forma! Está na altura de agir- mos! -declarou convictamente Gil. Todos estavam de acordo. - O que podemos então fazer? – perguntou a Mariana. - Temos que alertar os humanos para o perigo a que nos estão a submeter -disse Raquel. - E eles ouvir-nos-ão?- questionou o Pedro, que temia represálias. - Eu acho que não, mas tenho uma ideia! Vamos falar com eles acer- ca do assunto através de cartazes feitos de madeira. E assim fizeram. Trabalharam arduamente durante toda a noite e, de madrugada, apareceram misteriosamente diversas placas de ma- deira espalhadas pelo Parque. Nelas podiam ler-se várias regras bási- cas de respeito pela natureza, que os Homens pareciam ter esquecido. Os humanos realmente perceberam o seu erro e o mal que fizeram a este Parque Natural. Com a ajuda do diretor, o habitat de Raquel e dos seus amigos passou a ser uma reserva natural e nunca mais foram
  • 57. 57 incomodados. Depois disto, implementaram novas espécies, como o Cravo-de-Sintra e o azevinho. A partir daí, o parque voltou a ser biolo- gicamente sustentável. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DO ENTRONCAMENTO ESCOLA E. B. 2,3 DR. RUY D’ ANDRADE, ENTRONCAMENTO ALUNOS: ADRIANA RIBEIRO DE CASTRO ALVES, 8ºH FRANCISCO MIGUEL MADEIRA MAGUSTO, 8ºH JOANA BEATRIZ NOBRE DOS SANTOS SIMÕES, 8ºH PROFESSORA DE SUPERVISÃO: IDALINA RAPOSO DE MATOS GOVERNO
  • 58. 58
  • 59. 59 No século XXII havia um rapaz de 13 anos chamado Victor Martins que vivia em Braga. Uma noite ele estava na sala de estar com o seu avô Diogo, e perguntou: - Ó vô qual foi o lugar mais incrível onde já estiveste?-per- guntou Victor curioso. - Eu já vivi num sítio magnífico-responde o avô Diogo nostalgica- mente- Há já alguns anos…! - A sério vô, onde era?-retorquiu Victor. - Era, não muito longe do parque natural do vale do Guadiana, perto do rio Guadiana… José Martins UMA VOZ DO PASSADO PARA O FUTURO Na última década, as áreas desertificadas no nosso país aumentaram para o dobro, ou seja passámos de 32 por cento de área desertificada e árida para mais de 60 por cento, este conto fala sobre as ameaças que o futuro nos reserva, e o futuro do Parque Natural do Vale do Guadiana e do nosso país e da nossa cultura.
  • 60. 60 - Rio Guadiana? Nunca ouvi falar…-pergunta Víctor intrigado. - Sim, era um rio belíssimo, perto da zona havia tanta coisa esplên- dida, desde as abertadas até aos bufos reais e os lindos sobreiros que lá havia...era quase perfeito!- responde o avô tendo muitas memórias. - E onde era isso vô?- pergunta Victor contente por ouvir outra memória do avô. - Era na área do deserto… agora é só areia...já não há vida…- res- ponde avô desiludido. - A sério, o deserto já foi uma área verde? Que estranho….- Retorquiu Victor espantado. - Antes de se tornar deserto, a nossa família, e outras, foram obri- gadas a se mudar, fomos migrantes ambientais. Devido ao ambiente tivemos de nos mover para outras áreas. - Uau… - Eu tenho no sótão umas lembranças e fotografias dentro duma caixa.- diz Diogo pensativo. De repente ouve-se a voz da mãe a chamar por eles: - Vamos meu filho, já é tarde, cama! Victor um pouco desiludido com o final da conversa, interessantíssi- ma, despede-se do avô e da mãe indo deita-se. Já mais tarde Víctor não consegue dormir com tantos pensamen- tos a ocorrerem-lhe na cabeça, só pensava no antigo espaço verde, agora deserto… Então lembra-se de o avô lhe ter falado na caixa com recordações no sótão. Decide lá ir sem fazer barulho, em pezinhos de lã. Chega ao sótão e começa a vasculhar nas coisas à procura da caixa. Quando encontrou uma bela caixa de madeira com faixas verdes em sua volta e uma simples abertura de metal decide abri-la e, de tanta
  • 61. 61 excitação, pareceu-lhe vir um brilho lá de dentro. No interior tinha fo- tos, alguns itens, algumas outras coisas e um grande livro, que o cha- mou particularmente à atenção, com o título de “Parque Natural do Vale do Guadiana e tudo mais sobre o parque”. Decidiu começar por ver as fotos e os variados objetos e por fim pegou no grande livro que o intrigava… logo ao tocar naquele livro, viu um clarão em seu redor só se conseguindo ver a si próprio e ao livro...uns segundos depois já tinha fechado os olhos e adormeceu. De repente tudo volta ao normal, mas havia qualquer coisa estra- nha… o sítio onde estava era diferente, nunca tinha estado lá. Ao le- vantar-se repara no grande livro à sua frente e ao ler o título surgiu-lhe uma ideia de onde estava… no Parque Natural do Vale Guadiana. Isso confirmou-se ao ver uma placa com o respetivo nome escrito. - Como é que vim aqui parar...Que estranho- Pensou para si mesmo. Pensouumpouco,relembrou-sedoacontecimentonosótãoepergun- tou-se a si mesmo se teria viajado no tempo ou teletransportando-se… Então, para descobrir o que tinha acontecido, decidiu olhar à sua volta e reparou em duas pessoas com uns relógios estranhos, relógios de ponteiros, já ninguém usava isso, e também tinham uns telemóveis de uma marca estranha. Aí obviamente tinha a certeza que tinha viaja- do no tempo… “que estranho “pensou ele. Agora restava descobrir o porquê de ele estar ali. Porquê? Decidiu então abrir o livro para ver se encontrava algo. Antes de o abrir re- parou numa página marcada com uma folha seca. Abriu então o livro na página marcada e reparou logo num papel com uma coisa escrita:” Se alguém está a ler isto, faça qualquer coisa para impedir a deser- tificação deste belo sítio...por favor ajuda”. Então descobre o motivo da sua viagem: tinha de tentar impedir o desaparecimento daquele lugar. Orgulhoso da sua descoberta, começa por pensar como ia ajudar.
  • 62. 62 Lembrou-se que, obviamente, tinha de ir ter à reserva natural falada no livro. Perguntou então às pessoas dos relógios de ponteiros onde era: - Boa tarde, podem-me dizer onde é o Parque Natural do Guadiana? -Éjáali,conseguesver?-responderamossenhoresaomesmotempo. - Sim, muito obrigado!- responde Víctor animadamente. Dirigindo-se então para a entrada, já com o plano de ir falar com o responsável do parque. Repara numa funcionária e pergunta-lhe onde pode encontrar o gerente. A senhora, cansada, responde que Víctor es- tavacomsortepoisoresponsávelnaquelediaestavalá,apontandopara um homem novo e elegante, que era o gerente. Dirigindo-se a ele diz. - Boa tarde, posso falar consigo? - Boa tarde, claro mas sobre quê? - A preservação deste parque natural.- Responde Victor com con- vicção - Temos de combater a aridez dos solos que já atinge quase todo o Alentejo e o interior algarvio, este fenómeno não está, contudo, confinado ao Sul do país, pois, todo o interior junto à fronteira com Espanha, do Algarve a Trás-os-Montes, está a ficar deserto, com a per- da de potencial biológico dos solos (desertificação física) e de popula- ção (desertificação humana). - OK. - Responde o responsável intrigado. Vou ouvir o que tens para me dizer. A partir daí Victor conta, ao gerente, a história que o avô e a sua ida ao sótão referindo a viagem do tempo, mesmo sabendo que o senhor não iria acreditar nesta parte. O responsável espantado por tudo isto pergunta: - Então tu queres que tome medidas para a preservação deste sítio? - Sim, Se nada for feito, terá grandes dificuldades de abastecimento
  • 63. 63 público de água e a qualidade de vida terá tendência para se degradar e consequentemente teremos de migrar para outras áreas!- responde Temos de iniciar projetos de práticas agrícolas de proteção e conser- vação da terra que poderão, gradualmente, difundidas junto dos agri- cultores da região e de todo o país. Durante horas traçaram um plano para discutir as implicações ambientais, económicas e sociais do fenómeno, através do inter- câmbio de experiências, nacionais e internacionais, para fomentar o desenvolvimento de medidas de mitigação e combate à deserti- ficação no nosso país. Victor empolgado termina e aguarda por uma resposta. - Então está decidido - Responde o responsável empolgado - já ago- ra qual é o teu nome? - Victor Martins, e o seu? - Podes-me chamar por Diogo Martins. - O quê? Diogo Martins… esse é o nome do meu avô… será que... Qual é o seu primeiro nome?! - Pergunta ansiosamente. - José... - Responde Diogo sem perceber muito bem. -Entãoquerdizerquevocêéomeuavô...nopassado!–Exclamaemo- cionado–Defactovocêé-metãofamiliar.Osseusolhossãoosmesmos! Repentinamente, Victor volta a ver o mesmo clarão do sótão, mas ouve umas vozes a dizer que ele ia esquecer-se de tudo, como se de um sonho se tratasse… Aí Víctor fecha os olhos e regressa à casa. O futuro fora alterado! Agora, Victor e a sua família têm a respon- sabilidade do parque em suas mãos… o futuro foi mudado e o sul de Portugal, com as medidas tomadas na viagem para o passado, não se tornou num deserto. A situação foi “invertida” com a utilização “correta
  • 64. 64 dos solos”, utilizando para o efeito “culturas apropriadas a cada região e às suas condições climáticas” e ao mesmo tempo “implantando” de um conjunto de medidas apropriadas, para minimizar este impacto da aridez nos solos. Foram utilizadas novas técnicas de silvicultura, evitan- do a degradação dos solos, terminaram com lavouras intensivas e foi protegida toda a vida animal. A pequena ajuda de uma pessoa pode ser um passo de mudança colossal para todos. O futuro do nosso ambiente está nas nossas mãos e no presente das nossas ações. COLÉGIO DOM DIOGO DE SOUSA ALUNO: JOSÉ DIOGO AZEVEDO MARTINS - 4º ESCALÃO
  • 65.