O autor descreve seu primeiro emprego após a faculdade como assistente pessoal, realizando tarefas triviais como comprar itens para a casa e entregar encomendas. Embora seus amigos estejam trabalhando em empregos mais significativos, o autor também questiona se eles estão realmente satisfeitos. A experiência levanta dúvidas sobre o que fazer após a formatura e como encontrar um propósito.
Este capítulo discute as mudanças físicas e emocionais da puberdade que ocorrem na adolescência, incluindo o desenvolvimento do sistema reprodutivo e a capacidade de pensamento abstrato. O capítulo enfatiza que a adolescência é um período importante de relacionamentos com a família, amigos e o mundo, e começa a discutir os relacionamentos românticos nessa fase da vida.
O documento descreve a luta de um homem contra o alcoolismo, desde a infância até encontrar os Alcoólicos Anônimos. Ele narra como foi exposto ao álcool e tabaco desde cedo, e como desenvolveu vícios na adolescência, apesar dos esforços da família para ajudá-lo. Ao encontrar os AA aos 27 anos, ele começou um longo processo de recuperação que o levou a mais de 20 anos de sobriedade.
1. O capítulo conta a história de Mike Reed, um homem que viveu como homossexual por muitos anos, mas que depois conseguiu mudar através de um relacionamento com Cristo e um programa de ajuda.
2. A história de Starla Allen também é contada, uma mulher que teve um relacionamento lésbico por cinco anos após sofrer abuso sexual na infância, mas que também conseguiu mudar.
3. O capítulo argumenta que a mudança é possível para homossexuais que desejam deixar esse estilo de vida,
Adolescentes sa ciro sanches zibordi revDany Cullen
Este documento fornece um resumo conciso sobre um livro destinado a adolescentes sobre relacionamentos e sexualidade. O livro discute tópicos como puberdade, namoro, sexo, masturbação, orientação sexual, tentação e relacionamentos com a família e Deus. O documento fornece diretrizes gerais sobre como os adolescentes devem lidar com esses importantes assuntos durante esse período de transição em suas vidas.
Por meio da obra Joseph Nicolosi, um psicólogo clínico americano, relata a história de vida de oito homens que procuraram ajuda por problemas com a homossexualidade. Oito personalidades diferentes, mas problemas idênticos. O autor afirma que "alguns leitores podem surpreender-se com o estilo direto de minha intervenção terapêutica". Não vai deixar de ler né!
Este documento fornece um resumo de três frases sobre uma entrevista com Juliana Vasconcelos, uma dentista e empresária de Araruama, RJ, dona de uma loja de acessórios chamada De Fato. 1) Juliana nasceu em Campos dos Goytacazes e veio para Araruama após se casar com um ortodontista da cidade. 2) Ela abriu a loja De Fato em Araruama para oferecer acessórios femininos diferenciados e o público recebeu muito bem a ideia. 3
A parábola descreve quatro irmãos que desobedecem seu pai e são arrastados por um rio para uma terra estranha e hostil. Um dos irmãos decide permanecer na nova terra e abandonar as esperanças de retornar para casa, enquanto os outros três continuam sonhando em voltar para seu lar e pai.
Para os amados irmãos e irmãs em Cristo um livro com uma história real. Pra quem quiser baixar uma cópia, tem lá no scribd https://pt.scribd.com/document/380385275/DISFARCE-DE-PROFESSOR versão melhor
Este capítulo discute as mudanças físicas e emocionais da puberdade que ocorrem na adolescência, incluindo o desenvolvimento do sistema reprodutivo e a capacidade de pensamento abstrato. O capítulo enfatiza que a adolescência é um período importante de relacionamentos com a família, amigos e o mundo, e começa a discutir os relacionamentos românticos nessa fase da vida.
O documento descreve a luta de um homem contra o alcoolismo, desde a infância até encontrar os Alcoólicos Anônimos. Ele narra como foi exposto ao álcool e tabaco desde cedo, e como desenvolveu vícios na adolescência, apesar dos esforços da família para ajudá-lo. Ao encontrar os AA aos 27 anos, ele começou um longo processo de recuperação que o levou a mais de 20 anos de sobriedade.
1. O capítulo conta a história de Mike Reed, um homem que viveu como homossexual por muitos anos, mas que depois conseguiu mudar através de um relacionamento com Cristo e um programa de ajuda.
2. A história de Starla Allen também é contada, uma mulher que teve um relacionamento lésbico por cinco anos após sofrer abuso sexual na infância, mas que também conseguiu mudar.
3. O capítulo argumenta que a mudança é possível para homossexuais que desejam deixar esse estilo de vida,
Adolescentes sa ciro sanches zibordi revDany Cullen
Este documento fornece um resumo conciso sobre um livro destinado a adolescentes sobre relacionamentos e sexualidade. O livro discute tópicos como puberdade, namoro, sexo, masturbação, orientação sexual, tentação e relacionamentos com a família e Deus. O documento fornece diretrizes gerais sobre como os adolescentes devem lidar com esses importantes assuntos durante esse período de transição em suas vidas.
Por meio da obra Joseph Nicolosi, um psicólogo clínico americano, relata a história de vida de oito homens que procuraram ajuda por problemas com a homossexualidade. Oito personalidades diferentes, mas problemas idênticos. O autor afirma que "alguns leitores podem surpreender-se com o estilo direto de minha intervenção terapêutica". Não vai deixar de ler né!
Este documento fornece um resumo de três frases sobre uma entrevista com Juliana Vasconcelos, uma dentista e empresária de Araruama, RJ, dona de uma loja de acessórios chamada De Fato. 1) Juliana nasceu em Campos dos Goytacazes e veio para Araruama após se casar com um ortodontista da cidade. 2) Ela abriu a loja De Fato em Araruama para oferecer acessórios femininos diferenciados e o público recebeu muito bem a ideia. 3
A parábola descreve quatro irmãos que desobedecem seu pai e são arrastados por um rio para uma terra estranha e hostil. Um dos irmãos decide permanecer na nova terra e abandonar as esperanças de retornar para casa, enquanto os outros três continuam sonhando em voltar para seu lar e pai.
Para os amados irmãos e irmãs em Cristo um livro com uma história real. Pra quem quiser baixar uma cópia, tem lá no scribd https://pt.scribd.com/document/380385275/DISFARCE-DE-PROFESSOR versão melhor
A dependência emocional ocorre quando alguém considera a presença e o cuidado contínuos de outra pessoa essenciais para sua segurança pessoal. Relacionamentos de dependência limitam o crescimento pessoal e levam à estagnação dos envolvidos. Fatores como famílias disfuncionais, momentos de vulnerabilidade e combinações de personalidades contribuem para o desenvolvimento da dependência emocional.
"Como você desenvolve um desejo por algo que você nunca pensa? É meio difícil, não é?"
Entenda como funciona o processo de construção de desejos sadios heterossexuais.
Marcus cresceu em uma família cristã, com seu pai sendo pastor. Ele se sentia diferente dos outros meninos desde a infância, mas não sabia o porquê. Na puberdade, descobriu que era atraído por outros homens, o que o levou a questionar sua fé e identidade. Após um período de dúvidas, ele encontrou aceitação em Deus e hoje vive uma vida plena e feliz.
Este documento é um resumo de três capítulos do livro "Moldado por Deus" de Max Lucado. O livro descreve como Deus molda as pessoas à Sua imagem, muitas vezes por meio de dificuldades e sofrimentos na vida diária. Os capítulos resumidos descrevem como algumas pessoas se sentem quebradas e sem propósito, e como Deus oferece descanso e renovação para aqueles que se entregam a Ele.
Este documento discute vários argumentos em torno da homossexualidade. Em três frases, resume:
1) Afirma que pesquisas que dizem provar origem genética da homossexualidade são influenciadas por ativistas gays.
2) Apresenta opinião de ex-homossexual de que, mesmo se provada influência biológica, isso não torna a homossexualidade normal ou obrigatória.
3) Cita Freud definindo atividades sexuais desviadas da reprodução como "perversões".
Livro quando deus sussurra o seu nome max lucadoPatricia Machado
O autor presencia sua filha de 7 anos "tocando" um piano automático em uma loja de antiguidades. Embora ela não tenha controle total sobre o som produzido, ela se diverte tentando acompanhar a música. Isso serve como metáfora para como Deus controla nossas vidas e produz beleza mesmo em nossos esforços limitados, trazendo alegria e esperança.
O documento descreve uma aula sobre Chico Xavier para jovens, incluindo uma discussão sobre sua vida e ensinamentos de humildade, amor e caridade. Os jovens serão divididos em grupos para apresentar histórias sobre Chico Xavier. A aula terminará com uma discussão sobre projetos sociais da Mocidade e um vídeo com uma mensagem de Chico Xavier.
O autor descreve sua própria jornada de amadurecimento na masculinidade, que começou tarde, aos 38 anos, após se converter ao cristianismo. Ele explica que muitos rapazes desviam-se do caminho normal de desenvolvimento durante a adolescência e acabam se envolvendo com a homossexualidade. O objetivo deste livro é ajudar outros homens a retomarem sua jornada rumo à masculinidade plena, mesmo na idade adulta.
Este documento resume um livro que discute como Deus escolheu o leitor para receber seu amor e salvação através de Jesus. Apresenta como, apesar de sermos pecadores e inimigos de Deus, Ele nos ama profundamente e enviou Seu Filho para morrer na cruz para nos salvar. Convida o leitor a confiar em Jesus como seu Salvador.
Michael Thomas se sente infeliz e preso em seu trabalho de vendas e em seu apartamento solitário. Ele ainda está abalado por um relacionamento fracassado no passado. Embora mantenha a fé, ele sente que Deus está longe em sua vida atual. Ele sonha em escapar desta situação, mas se sente sem energia para mudar.
Viver de modo a serem dignos da moça com quem se casarão gordon bRodrigo Gobo
Gordon B. Hinckley encoraja os jovens homens a viverem de modo digno para merecerem a moça com quem se casarão no futuro. Ele pede que evitem pornografia, drogas, álcool e raiva, e que estudem para sustentar suas famílias. Também enfatiza a importância de servirem missões e casarem-se no templo.
O documento discute a importância de valorizar todos os funcionários da escola, incluindo as "Tias da limpeza", inspetores e professores, que desempenham papéis vitais para o bom funcionamento da instituição e o desenvolvimento dos alunos.
O documento apresenta a história de Maria Rosa Monteiro, mãe de Honestino Guimarães, que foi preso durante a invasão da Polícia Militar à Universidade de Brasília em 1968. O texto descreve o contexto da cidade de Brasília e da invasão policial que resultou na prisão de estudantes que faziam campanha contra o Regime Militar, incluindo o filho de Maria Rosa.
Este documento é uma introdução a um livro sobre homossexualidade e esperança de cura. Apresenta uma visão da homossexualidade como um problema psicológico que pode ser compreendido e tratado, oferecendo aos homossexuais a esperança de mudança. Argumenta que muitos homossexuais estão insatisfeitos com seu estilo de vida e que a homossexualidade pode ser vista como um desafio que pode ser superado, tornando essas pessoas modelos de coragem.
O documento descreve a primeira etapa de formação de Dom Bosco, focando no seu conhecimento da história de vida e obra de Dom Bosco, incluindo suas experiências em Chieri, onde estudou e ensinou outras crianças. Dom Bosco desenvolveu vários grupos de jovens para apoiar seus estudos e crescimento espiritual através de atividades como a Sociedade da Alegria. Ele também começou a discernir sua própria vocação sacerdotal nesse período.
O documento apresenta a história de Paul Potts, um vendedor de celulares tímido que encantou jurados e público ao cantar ópera no programa Britain's Got Talent. Apesar de suas dificuldades, Paul nunca desistiu de seu sonho de cantar e se tornou um exemplo de dedicação e realização dos sonhos. O autor usa esta história para incentivar os leitores a acreditarem em si mesmos e não desistirem dos desafios, pois pessoas aparentemente comuns podem surpreender e vencer através do esfor
Este resumo contém 3 frases ou menos:
O documento é um capítulo de um livro que discute como cada dia pode ser especial ao ser preenchido com a graça do Senhor. O autor sugere focar no presente em vez do passado ou futuro, e confiar nos cuidados e orientação de Deus para cada dia. A seção discute como a graça de Deus pode trazer misericórdia, gratidão e perdão para os dias difíceis.
Esse livro aborda o tema transtornos alimentares que acomete tantas mulheres por todo o mundo, muitas vezes de maneira quase que imperceptível. A ideia é mostrar como esses distúrbios podem exercer influência sobre sua vida, a ponto de te impedir de viver tudo aquilo que você nasceu para viver.
Os planos do Senhor são únicos para cada uma nós. Por isso, precisamos parar de nos comparar e de viver nos padrões desse mundo, para então alcançarmos a plenitude dos sonhos de Deus para nossas vidas.
O documento apresenta informações sobre o livro "Comendo com Porcos", incluindo o prefácio escrito por Anderson Cruz, o índice com os capítulos, e uma introdução sobre os tempos difíceis que vivemos com a influência do mundo dentro da igreja. O autor aborda problemas como envolvimento sexual ilícito, pornografia, drogas e outros, que têm afetado principalmente os jovens cristãos, levando-os a se afastar do caminho de Deus. Ele busca alertar sobre as táticas de Satanás e como podemos nos prote
O documento fornece informações sobre os direitos autorais da obra "Codependência nunca mais", de autoria de Melody Beattie. É proibida a venda ou uso comercial do conteúdo. A organização Le Livros disponibiliza obras de domínio público e propriedade intelectual de forma gratuita online e em seus parceiros, acreditando que o conhecimento deve ser acessível.
Codependencia Nunca Mais - Melody BeattieEdnaPedrosa1
EDIÇÕES VIVA LIVROS Codependência nunca mais Melody Beattie nasceu em Minnesota, Estados Unidos, em 1948. É uma dasautoras de autoajuda mais admiradas de seu país e um nome familiar noscírculos de recuperação de dependentes químicos. Seu best-seller Codependência nunca mais , que já vendeu mais de 5 milhões de exemplares,apresentou ao mundo o termo “codependência”, em 1986. Há mais de duasdécadas milhares de leitores têm confiado na orientação e nas palavrasincentivadoras de Melody Beattie, justamente porque ela tem conhecimentosobre o que essas pessoas passaram. Melody sobreviveu ao abandono, aoabuso sexual, às drogas e ao álcool, ao divórcio e à perda de um filho.Jornalista e escritora, também são de sua autoria os sucessos: Para além dacodependência , Pare de se maltratar , Assuma o controle da sua vida , Alinguagem da liberdade e Ouça o seu coração.
A dependência emocional ocorre quando alguém considera a presença e o cuidado contínuos de outra pessoa essenciais para sua segurança pessoal. Relacionamentos de dependência limitam o crescimento pessoal e levam à estagnação dos envolvidos. Fatores como famílias disfuncionais, momentos de vulnerabilidade e combinações de personalidades contribuem para o desenvolvimento da dependência emocional.
"Como você desenvolve um desejo por algo que você nunca pensa? É meio difícil, não é?"
Entenda como funciona o processo de construção de desejos sadios heterossexuais.
Marcus cresceu em uma família cristã, com seu pai sendo pastor. Ele se sentia diferente dos outros meninos desde a infância, mas não sabia o porquê. Na puberdade, descobriu que era atraído por outros homens, o que o levou a questionar sua fé e identidade. Após um período de dúvidas, ele encontrou aceitação em Deus e hoje vive uma vida plena e feliz.
Este documento é um resumo de três capítulos do livro "Moldado por Deus" de Max Lucado. O livro descreve como Deus molda as pessoas à Sua imagem, muitas vezes por meio de dificuldades e sofrimentos na vida diária. Os capítulos resumidos descrevem como algumas pessoas se sentem quebradas e sem propósito, e como Deus oferece descanso e renovação para aqueles que se entregam a Ele.
Este documento discute vários argumentos em torno da homossexualidade. Em três frases, resume:
1) Afirma que pesquisas que dizem provar origem genética da homossexualidade são influenciadas por ativistas gays.
2) Apresenta opinião de ex-homossexual de que, mesmo se provada influência biológica, isso não torna a homossexualidade normal ou obrigatória.
3) Cita Freud definindo atividades sexuais desviadas da reprodução como "perversões".
Livro quando deus sussurra o seu nome max lucadoPatricia Machado
O autor presencia sua filha de 7 anos "tocando" um piano automático em uma loja de antiguidades. Embora ela não tenha controle total sobre o som produzido, ela se diverte tentando acompanhar a música. Isso serve como metáfora para como Deus controla nossas vidas e produz beleza mesmo em nossos esforços limitados, trazendo alegria e esperança.
O documento descreve uma aula sobre Chico Xavier para jovens, incluindo uma discussão sobre sua vida e ensinamentos de humildade, amor e caridade. Os jovens serão divididos em grupos para apresentar histórias sobre Chico Xavier. A aula terminará com uma discussão sobre projetos sociais da Mocidade e um vídeo com uma mensagem de Chico Xavier.
O autor descreve sua própria jornada de amadurecimento na masculinidade, que começou tarde, aos 38 anos, após se converter ao cristianismo. Ele explica que muitos rapazes desviam-se do caminho normal de desenvolvimento durante a adolescência e acabam se envolvendo com a homossexualidade. O objetivo deste livro é ajudar outros homens a retomarem sua jornada rumo à masculinidade plena, mesmo na idade adulta.
Este documento resume um livro que discute como Deus escolheu o leitor para receber seu amor e salvação através de Jesus. Apresenta como, apesar de sermos pecadores e inimigos de Deus, Ele nos ama profundamente e enviou Seu Filho para morrer na cruz para nos salvar. Convida o leitor a confiar em Jesus como seu Salvador.
Michael Thomas se sente infeliz e preso em seu trabalho de vendas e em seu apartamento solitário. Ele ainda está abalado por um relacionamento fracassado no passado. Embora mantenha a fé, ele sente que Deus está longe em sua vida atual. Ele sonha em escapar desta situação, mas se sente sem energia para mudar.
Viver de modo a serem dignos da moça com quem se casarão gordon bRodrigo Gobo
Gordon B. Hinckley encoraja os jovens homens a viverem de modo digno para merecerem a moça com quem se casarão no futuro. Ele pede que evitem pornografia, drogas, álcool e raiva, e que estudem para sustentar suas famílias. Também enfatiza a importância de servirem missões e casarem-se no templo.
O documento discute a importância de valorizar todos os funcionários da escola, incluindo as "Tias da limpeza", inspetores e professores, que desempenham papéis vitais para o bom funcionamento da instituição e o desenvolvimento dos alunos.
O documento apresenta a história de Maria Rosa Monteiro, mãe de Honestino Guimarães, que foi preso durante a invasão da Polícia Militar à Universidade de Brasília em 1968. O texto descreve o contexto da cidade de Brasília e da invasão policial que resultou na prisão de estudantes que faziam campanha contra o Regime Militar, incluindo o filho de Maria Rosa.
Este documento é uma introdução a um livro sobre homossexualidade e esperança de cura. Apresenta uma visão da homossexualidade como um problema psicológico que pode ser compreendido e tratado, oferecendo aos homossexuais a esperança de mudança. Argumenta que muitos homossexuais estão insatisfeitos com seu estilo de vida e que a homossexualidade pode ser vista como um desafio que pode ser superado, tornando essas pessoas modelos de coragem.
O documento descreve a primeira etapa de formação de Dom Bosco, focando no seu conhecimento da história de vida e obra de Dom Bosco, incluindo suas experiências em Chieri, onde estudou e ensinou outras crianças. Dom Bosco desenvolveu vários grupos de jovens para apoiar seus estudos e crescimento espiritual através de atividades como a Sociedade da Alegria. Ele também começou a discernir sua própria vocação sacerdotal nesse período.
O documento apresenta a história de Paul Potts, um vendedor de celulares tímido que encantou jurados e público ao cantar ópera no programa Britain's Got Talent. Apesar de suas dificuldades, Paul nunca desistiu de seu sonho de cantar e se tornou um exemplo de dedicação e realização dos sonhos. O autor usa esta história para incentivar os leitores a acreditarem em si mesmos e não desistirem dos desafios, pois pessoas aparentemente comuns podem surpreender e vencer através do esfor
Este resumo contém 3 frases ou menos:
O documento é um capítulo de um livro que discute como cada dia pode ser especial ao ser preenchido com a graça do Senhor. O autor sugere focar no presente em vez do passado ou futuro, e confiar nos cuidados e orientação de Deus para cada dia. A seção discute como a graça de Deus pode trazer misericórdia, gratidão e perdão para os dias difíceis.
Esse livro aborda o tema transtornos alimentares que acomete tantas mulheres por todo o mundo, muitas vezes de maneira quase que imperceptível. A ideia é mostrar como esses distúrbios podem exercer influência sobre sua vida, a ponto de te impedir de viver tudo aquilo que você nasceu para viver.
Os planos do Senhor são únicos para cada uma nós. Por isso, precisamos parar de nos comparar e de viver nos padrões desse mundo, para então alcançarmos a plenitude dos sonhos de Deus para nossas vidas.
O documento apresenta informações sobre o livro "Comendo com Porcos", incluindo o prefácio escrito por Anderson Cruz, o índice com os capítulos, e uma introdução sobre os tempos difíceis que vivemos com a influência do mundo dentro da igreja. O autor aborda problemas como envolvimento sexual ilícito, pornografia, drogas e outros, que têm afetado principalmente os jovens cristãos, levando-os a se afastar do caminho de Deus. Ele busca alertar sobre as táticas de Satanás e como podemos nos prote
O documento fornece informações sobre os direitos autorais da obra "Codependência nunca mais", de autoria de Melody Beattie. É proibida a venda ou uso comercial do conteúdo. A organização Le Livros disponibiliza obras de domínio público e propriedade intelectual de forma gratuita online e em seus parceiros, acreditando que o conhecimento deve ser acessível.
Codependencia Nunca Mais - Melody BeattieEdnaPedrosa1
EDIÇÕES VIVA LIVROS Codependência nunca mais Melody Beattie nasceu em Minnesota, Estados Unidos, em 1948. É uma dasautoras de autoajuda mais admiradas de seu país e um nome familiar noscírculos de recuperação de dependentes químicos. Seu best-seller Codependência nunca mais , que já vendeu mais de 5 milhões de exemplares,apresentou ao mundo o termo “codependência”, em 1986. Há mais de duasdécadas milhares de leitores têm confiado na orientação e nas palavrasincentivadoras de Melody Beattie, justamente porque ela tem conhecimentosobre o que essas pessoas passaram. Melody sobreviveu ao abandono, aoabuso sexual, às drogas e ao álcool, ao divórcio e à perda de um filho.Jornalista e escritora, também são de sua autoria os sucessos: Para além dacodependência , Pare de se maltratar , Assuma o controle da sua vida , Alinguagem da liberdade e Ouça o seu coração.
O documento descreve a história de Steve, um jovem que sofreu abuso psicológico por parte de seus pais. Ele conta ao autor que o dia mais feliz de sua vida foi quando seus pais morreram em um acidente de carro. O autor também descreve outros casos de indivíduos que sofreram abusos emocionais e físicos por parte de seus pais e familiares, o que afetou negativamente sua visão de Deus como um Pai amoroso.
Neil strauss o desafio de mudar o seu estilo de vidaChristian Santana
O documento descreve um desafio de 30 dias para ajudar homens a melhorarem suas habilidades de sedução e atração de mulheres. O objetivo é ter um encontro dentro de 30 dias seguindo as missões diárias propostas no guia, que começam fáceis e vão ficando mais difíceis. O documento também contém depoimentos de participantes anteriores elogiando os resultados do desafio em suas vidas.
O documento discute a natureza distinta dos meninos em comparação às meninas. Afirma que meninos tendem a ser mais ativos, imprevisíveis e propensos a se envolver em travessuras do que as meninas. Fornece exemplos de histórias de coisas travessas que meninos fizeram quando crianças, como esconder-se debaixo da cama ou colocar gasolina em um bueiro e acendê-la. O objetivo é mostrar que a agitação dos meninos é parte de sua natureza e não apenas resultado da criação.
Livro: A marca da vitória, escrito por Phil Knightmelnickolle01
A Marca da Vitória” é um livro escrito por Phil Knight, o cofundador e ex-CEO da Nike. Publicado em 2016, o livro oferece uma visão fascinante dos primórdios da Nike e da jornada pessoal de Knight como empreendedor.
Knight compartilha as dificuldades enfrentadas ao fundar a empresa, desde seus dias como estudante de MBA até a transformação da Nike em uma das marcas mais reconhecidas e influentes do mundo. Ele descreve os desafios financeiros, as lutas de marketing e as batalhas jurídicas que a empresa enfrentou ao longo do caminho.
Além disso, o livro explora a filosofia de negócios única de Knight e sua abordagem inovadora para construir uma cultura corporativa forte e inspiradora. Ele também oferece insights sobre liderança, resiliência e perseverança que podem ser aplicados não apenas no mundo dos negócios, mas também na vida cotidiana.
Em última análise, “A Marca da Vitória” é uma história inspiradora sobre como um sonho audacioso e uma determinação inabalável podem levar ao sucesso extraordinário
O documento resume as dificuldades da vida desde o nascimento, como andar e falar, e como o ser humano precisa se preparar para enfrentar os desafios, doenças e perdas ao longo da vida. Também reflete sobre a racionalidade humana em comparação aos animais e a importância de se adaptar às mudanças.
O documento conta a história do avô do autor, que ouviu a voz de Deus para vender sua lavanderia e pregar o evangelho. Quando apenas obedeceu parcialmente, sua esposa e dois filhos morreram durante uma epidemia de varíola. Isso levou o avô a obedecer totalmente ao chamado de Deus, se tornando um pregador itinerante. A história ilustra como ouvir a voz de Deus pode mudar completamente a vida de uma família.
This document summarizes a book of confessions by Caio Fábio, who was formerly a rebellious youth but later became a Protestant pastor. The book describes his journey from a life of sin to religious conversion, and his unconventional pastoral work among criminals and politicians as a pastor in Rio de Janeiro in the 1990s. It faced opposition from political authorities but helped many people transform their lives through faith.
O narrador nota uma garota caminhando em frente à sua casa após se mudar para a propriedade rural de seu avô falecido. Ele observa que ela parece triste e com baixa autoestima. Enquanto faz reparos na casa, o narrador continua observando a garota passar, mas eles ainda não trocaram uma palavra.
O documento descreve as primeiras experiências sexuais da autora quando era criança e adolescente, incluindo pensamentos obsessivos sobre números de maridos e filhos, e experiências precoces de sexo grupal e oral. A autora reflete sobre como essas experiências precoces a levaram a se sentir mais à vontade com a sexualidade e a ter parceiros sexuais casuais.
Parte I. O QUE É CO-DEPENDÊNCIA, E QUEM
ATEM? 23
1. A História de Jessica 25
2. Outras Histórias 32
3. Co-dependência 44
4. Características do Co-dependente 54
Parte II. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO CUIDADO
PRÓPRIO 71
5. Desligamento 73
6. Não se Deixe Levar por Qualquer Vento 85
7. Liberte-se 95
8. Acabe com a Vítima 105
9. Em-dependência 121
10. Viva Sua Própria Vida 138
8 MELODY BEATTIE
11. Tenha um Caso de Amor com Você Mesmo 145
12. Aprenda a Arte da Aceitação 155
13. Sinta Suas Próprias Emoções 169
14. Raiva 180
15. Sim, Você Pode Pensar 193
16. Estabeleça Seus Próprios Objetivos 199
17. Comunicação 207
18. Faça o Programa de Doze Passos 217
19. Pedaços e Bocados 242
20. Aprendendo a Viver e a Amar de Novo 265
EPÍLOGO 273
NOTAS 275
BIBLIOGRAFIA 283
O documento relata uma história fictícia sobre um professor de física que repreende uma aluna por atrapalhar sua aula. A mãe da aluna aciona a polícia contra o professor. O texto discute os desafios enfrentados pelos professores e a falta de valorização da educação no Brasil.
Este documento é um resumo dos primeiros capítulos de uma fanfic sobre a saga Crepúsculo. A história começa após a batalha contra os Volturi, quando a família Cullen precisa se mudar de Forks para manter seu segredo. Edward e Bella temem contar a Jacob que precisarão se afastar de Renesmee, por quem Jacob desenvolveu um forte imprinting.
Este documento fornece instruções sobre como descobrir a vontade perfeita de Deus. Ele explica que (1) você não pode conhecer a vontade de Deus se estiver longe de Jesus, (2) a vontade de Deus sempre será consistente com Sua Palavra, e (3) você deve orar e ouvir a voz do Espírito Santo para entender a vontade de Deus. O documento também discute como ouvir a voz de Deus através da oração e da Bíblia.
O autor testemunha um assassinato em Watts e percebe que a violência e o sofrimento eram comuns naquela comunidade. Ele começa grupos de estudo bíblico para crianças, mas percebe que apesar de muitas "decisões por Cristo", não há transformações reais de vida. Isso o leva a reconsiderar seu método e entender que a comissão de Jesus era fazer discípulos e não apenas converter pessoas.
Maitê Proença conta sua jornada espiritual desde a infância até a idade adulta. Ela foi criada em uma família ateia, mas foi introduzida à religião católica na escola. Após a morte de sua mãe e problemas com seu pai, morou em uma instituição luterana e posteriormente na torre de uma igreja católica. Mais tarde viajou pelo mundo e percebeu que Deus pode ser encontrado de muitas formas. Atualmente encontra conforto espiritual em Deus e acredita que Ele guiou seus passos
Este documento contém uma história curta chamada "Quem mexeu no meu Queijo?" e sua explicação. A história fala sobre quatro personagens - dois ratos e dois duendes - que procuram por queijo em um labirinto. Eles desenvolvem rotinas para encontrar o queijo, mas um dia percebem que alguém "mexeu no seu queijo" ao mudar o local onde estava. A história é usada para ensinar sobre adaptação à mudança.
1) O documento descreve a história da autora Bronnie Ware e como ela começou a escrever sobre os arrependimentos comuns de pessoas que estavam morrendo, depois de cuidar de pacientes terminais.
2) O artigo dela sobre os cinco principais arrependimentos se tornou viral, levando-a a escrever um livro completo sobre o assunto.
3) A introdução fornece contexto sobre a vida e carreira da autora, incluindo seu trabalho anterior como cuidadora e compositora.
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Egito antigo resumo - aula de história.pdfsthefanydesr
O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. Estes funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes.
Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto Egito, que tornou-se o primeiro faraó, criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio.
Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos grandes faraós.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfenpfilosofiaufu
Caderno de Resumos XVIII Encontro de Pesquisa em Filosofia da UFU, IX Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU e VII Encontro de Pesquisa em Filosofia no Ensino Médio
4. Para Susie, por acreditar em mim antes de mim.
— Sam
Para Sam, Blaine e Luke, que desbravaram uma trilha para os jovens homens que
viajam com eles e seguem em sua cola. Vocês são os melhores.
— Pai
Para os jovens homens cujas vidas ajudaram a dar forma a este livro, e para os
jovens homens cujas vidas este livro ajudará a formar.
— John e Sam
5. SUMÁRIO
Capa
Folha de rosto
Créditos
Dedicatória
Prefácio
Capítulo 1 . Faculdade: e depois?
Capítulo 2. Cheques sem fundo
Capítulo 3. O livro do amor
Capítulo 4. Mudando o roteiro pelo qual vivemos
Capítulo 5. Voltando a falar sobre amor, sexo e mulheres
Capítulo 6. Decisões, decisões
Capítulo 7. Lutando por sua vida
Capítulo 8. Algumas perguntas sobre Deus
Capítulo 9. O choque da intimidade
Capítulo 10. Correndo em direção ao desconhecido
Orações para a jornada
6. A oração diária
Uma oração por orientação
Uma oração por cura sexual
Notas
Agradecimentos
Sobre os autores
7. Acrescente a isso que ele era, em parte, um rapaz do nosso tempo — isto é, honesto
por natureza, exigente na verdade, buscando-a e acreditando nela, e, nessa crença,
exigindo nela uma participação imediata com todas as forças de sua alma; exigindo
uma ação imediata, com um desejo infalível de sacrificar tudo por essa ação, até a
vida. Mesmo que, infelizmente, esses jovens homens não entendem que o sacrifício da
vida seja, talvez, o mais fácil dos sacrifícios em muitos casos, enquanto, por exemplo,
sacrificar cinco ou seis anos de sua jovem vida fervente a estudos duros e difíceis, ao
aprendizado, a fim de multiplicar por dez sua força para servir àquela verdade e
àquela ação que eles amavam e se propuseram a alcançar — esse sacrifício está,
muitas vezes, além do alcance da força de muitos deles.
— Fiódor Dostoiévski
Os irmãos Karamazov
8. PREFÁCIO
No verão de 2012, eu completei um ano desde que me formara na faculdade e, de
repente, me vi diante de muitas perguntas. Quando desci as montanhas do Colorado e
as troquei pelas praias da Califórnia à procura de uma formação no ensino superior, eu
o fiz sem muita reflexão. Gostava do clima mais quente, o campus era lindo, e eu
precisava sair da mentalidade que havia mantido enquanto morava na casa dos meus
pais. A maioria das minhas decisões naqueles anos foi impulsiva. “Gosto do que isso
tem a me oferecer? OK, eu topo.”
Então me formei. Após os primeiros meses do êxtase que a liberdade e a
independência podem gerar, minha vida parou. Eu havia pulado na parte funda da
piscina que é a vida aos vinte e poucos anos, e agora, batendo braços e pernas, não
conseguia sair do lugar. A vida estava ficando mais complicada a cada semana que
passava, e minha capacidade de escolher a direção certa estava desaparecendo. A
verdade é que eu já estava engolindo água.
Como a maioria dos jovens que conheço, quero ser autossuficiente. Quero desbravar
o meu próprio caminho e ir atrás dos meus sonhos. Quero saber tudo e nunca precisar
de ninguém. É assim que a maioria dos homens que conheço encara o início da
maturidade: sozinho, sem jamais pedir ajuda, vagando sem rumo ao longo dos anos e
fazendo de conta que estão se dando melhor do que realmente estão.
Talvez as minhas forças tenham se esgotado antes do tempo. Talvez eu soubesse
que não precisava dar conta de tudo sozinho caso não quisesse. Qualquer que tenha
sido a razão, certo dia eu parei e perguntei ao meu pai se podíamos conversar sobre
como as coisas estavam indo na minha vida. Seguiram-se ligações semanais, durante
as quais falamos sobre minhas dificuldades e procuramos soluções juntos —
conversas que nem todos os homens têm, mas que, creio eu, todos desejam ter
desesperadamente. Este livro é o resultado dessas conversas, uma oportunidade para
analisarmos esse processo, o que também beneficiará você.
A história tem seus altos e baixos pelos meus anos de faculdade, a busca por um
emprego significativo, a procura por uma garota, meu casamento, a corrida atrás dos
meus sonhos. Nada disso foi inventado; os questionamentos são reais, assim como as
dúvidas e as respostas. A interação entre pai e filho também é real.
9. Recentemente li um artigo sobre um jovem da tribo dos massai que veio aos Estados
Unidos para fazer seu mestrado e, depois, seu doutorado. Antes de chegar ao mundo
ocidental, o jovem guerreiro havia matado um leão a fim de proteger sua aldeia e seu
gado. Essa prática está profundamente arraigada em sua tradição: um jovem precisa
confrontar e vencer um leão com uma lança caso este ataque seu gado. Ele foi
gravemente ferido, como era de se esperar, mas, após matar o predador, foi
considerado um herói e um líder. Não consigo imaginar nenhum exame universitário
ou entrevista de emprego que amedronte tanto um homem quanto estar sob as garras
de um leão.
Havia algo nessa história que tocou os lugares mais íntimos da minha alma; algo
sobre ter encarado um grande desafio, um desafio sem vitória garantida, e, mesmo
assim, tê-lo vencido, que me fez pensar. Se eu tivesse passado pela minha própria
grande provação, será que encararia as incertezas do futuro com uma postura mais
firme e uma confiança maior? Fico imaginando que, se eu tivesse vencido um leão, a
vida não me faria sentir como se estivesse me aventurando na selva armado apenas
com um smartphone.
Assim oferecemos este livro como uma confissão, um convite e um manifesto para
uma geração.
É a minha confissão, por eu imaginar que, enquanto narro minha história, você
talvez esteja enfrentando as mesmas perguntas. É nosso convite para que você nos
acompanhe em nossa viagem, para que você possa ser o filho que recebe conselhos do
pai ou o pai que sabe o que precisa dizer ao seu filho. É um manifesto para a geração
que está emergindo e não sabe como iniciar sua caça ao leão ou por trás de que
máscara o leão se esconde. Acreditamos que, com uma pequena ajuda, você possa ser
o homem que deseja ser — o homem que o mundo precisa que você seja.
Sam Eldredge
Minneapolis, Minnesota
10. CAPÍTULO 1
FACULDADE: E DEPOIS?
Sentiu de repente que ele podia olhar o mundo como uma pobre vítima de um ladrão,
ou como um aventureiro em busca de um tesouro.
“Sou um aventureiro em busca de um tesouro”, pensou.
Paulo Coelho, O Alquimista
Acho que ainda não lhe contei o quanto meu primeiro emprego foi patético.
Provavelmente, porque eu estava envergonhado.
Eu tinha 22 anos, a tinta da assinatura no meu diploma — de uma prestigiada
faculdade da costa leste — ainda não havia secado, e eu era então membro da classe
trabalhista como assistente pessoal profissional. Algumas companhias grandes
empregam pessoas em posições conhecidas como rabbits [coelhos]. (Às vezes, tenho
a impressão de que esse pessoal desiste dos cartões de visita.) Encontrei meu emprego
num anúncio on-line sob o título “Corredor”, e pensei: “Eu corro.”
Não que meu emprego tenha sido muito exigente; na verdade, foi sua trivialidade
entorpecente que me deixou desesperado. Para lhe dar um exemplo dos serviços
prestados a uma família (muito) rica num dia normal, aqui está a lista:
uma caixa de refrigerante light;
três caixas de água mineral com sabor de limão;
12 latas de comida de gato (proibidos os sabores camarão e fígado. O gato deles,
Taco, já havia me mandado devolver esses sabores em inúmeras ocasiões. Mas
quem, afinal de contas, chamaria seu gato de “Taco”?);
dois galões de água destilada;
iogurte grego, sabor natural;
biscoitos;
11. almoço para os 18 funcionários num restaurante local (após checar três vezes que
a salada de Angie tinha sementes de girassol, e que eu não havia me esquecido da
vitamina especial para Lynn, e que o molho para a salada vinha num recipiente
separado);
deixar pacotes nos Correios e uma caixa de vinho na casa de um membro do
conselho no centro da cidade.
Tudo isso parecia uma piada. Primeiros empregos são infames; todo mundo reclama
sobre eles como adolescentes aterrorizados. Mas enquanto dirigia pela cidade
mudando as estações no rádio durante horas sem fim, fiquei me perguntando: “O que
estou fazendo com minha vida?” Meus amigos que haviam escolhido uma carreira
comercial estavam trabalhando em agências de músicas para publicidade e
contadorias; um amigo estava trabalhando numa start-up da área de tecnologia. Um
colega, que também havia se formado em Letras, comandava a recepção de um hotel
sofisticado para que Paris Hilton pudesse se dedicar a seu hobby de DJ. Contudo,
quando nos reuníamos em torno da mesa do bar às noites de sexta-feira, eu não tinha
certeza se meus colegas com diplomas de economia estavam tendo mais sucesso do
que eu. Eles também estavam decepcionados.
Os fins de semana passavam voando, e na segunda-feira eu estava de volta ao meu
emprego entediante para poder pagar minha comida e meu aluguel, para que eu
pudesse voltar ao meu emprego para pagar minha comida e meu aluguel. Eu me sentia
como um porquinho-da-índia, correndo sem sair do lugar.
Talvez essa história devesse começar no meu segundo ano de faculdade, quando os
pássaros ainda cantavam, o sol brilhava todos os dias e todo mundo estampava um
sorriso no rosto. Quando tínhamos que escolher nossa especialização. Tomar uma
decisão lembrava e muito a época da escola, quando cada estudante precisava escolher
o que queria ser quando crescesse. Eu escolhi Letras porque amo histórias e
criatividade, e quero ser escritor. Ainda fico nervoso quando conto às pessoas o que
estudo, e elas dizem “Ah” — sempre com aquele tom de quem está ouvindo uma
notícia ruim — “O que você vai fazer com isso?”, e eu respondo: “Que tal não ficar
preso num cubículo pelo resto da minha vida, seu traidor?” Mas agora, dois anos mais
tarde, já não é mais tão fácil convencer a mim mesmo de que tomei a decisão certa.
Eu me pergunto: “Será que perdi meu tempo na faculdade?” Pai?
O MBA que tirou o pó da minha escrivaninha ontem à noite e o
bacharelado em arquitetura que me ajudou a encontrar um livro na livraria se
perguntam a mesma coisa. E assim, a grande batalha começa: a batalha pelo
seu coração, a batalha para encontrar algo por que valha a pena viver, a
batalha para não perder sua alma enquanto você tenta encontrar esse algo.
12. Por isso, respire fundo e dê um passo atrás. No início, cada passo em
direção ao desconhecido lhe dá a sensação de uma queda livre. Eu me lembro
dessa sensação. A faculdade é um espaço de preparação. Mas para quê? A
fim de conseguir ver claramente os seus anos de faculdade, pergunte a si
mesmo: você é simplesmente um trabalhador, um carreirista num ciclo
econômico infinito? Ou você é um ser humano, e aquele coração batendo no
fundo do seu peito está fazendo você sonhar com uma vida cheia de propósito
e sentido para a qual você foi criado? Veja bem, Sam, as perguntas sobre
quem nós somos e por que estamos aqui são muito mais importantes do que
as perguntas sobre como conseguir um emprego maravilhoso e ganhar
dinheiro. Você não quer acabar tendo uma vida que odeia. Alguns anos atrás,
conversei com um dentista bem-sucedido que se aproximava dos cinquenta
anos — na verdade, eu estava ouvindo suas confissões. Ele tinha sucesso,
morava numa casa linda, saía de férias para lugares maravilhosos; e sofria de
profunda depressão. Após uma longa pausa, ele lamentou: “Eu não fazia ideia
daquilo que eu queria quando estava na faculdade; eu era outra pessoa
quando escolhi esta vida.”
A ideia de que um garoto de 18 anos saiba quem ele é e o que deve fazer
pelo resto da vida é pura loucura. No primeiro ano de faculdade, você mal
começou a refletir sobre sua vida ou a se separar de sua família e sua cultura;
é difícil enxergar o mundo com clareza. Acordar a tempo e não se atrasar
para as aulas já é uma conquista; lembrar-se de lavar sua roupa, um triunfo
pessoal.
Meu primeiro ano na faculdade foi como um acampamento. Todo mundo estava tão
animado por estar ali, todos sentiam tanta alegria e liberdade que, na metade do
período, nem parecíamos estar estudando. Deixávamos de fazer as tarefas de casa,
íamos à praia, ficávamos acordados até tarde e flertávamos com todo mundo. Alguns
começaram a fumar. Outros se iniciaram na arte do namoro em série. A única coisa
em que conseguíamos pensar era no fato de que estávamos livres. Livres de nossas
cidades natais e das regras dos nossos pais. Livres daquilo que havíamos sido no
ensino médio. Ainda tínhamos muito tempo para descobrir como o mundo
funcionava.
Não há nada de errado com isso. Afinal de contas, é assim que é o primeiro
ano na faculdade. Mas, pelo amor de Deus, não peça a esses calouros que
definam o curso de suas vidas. Um mundo de descobertas — algumas bem
13. difíceis — os espera, e eles precisam passar por tudo isso primeiro. Essa é
uma temporada de exploração e transformação, de descobrir quem somos e
do que gostamos, de compreender qual pode ser o nosso lugar no mundo.
Nossos sonhos e desejos precisam despertar, crescer e amadurecer. Nós
precisamos despertar, crescer e amadurecer para podermos lidar com esses
desejos e sonhos. O homem em que estava me transformando aos 18 anos era
muito diferente do homem que fui aos 30, e completamente diferente do
homem que sou hoje, aos 53 anos. Não há nada de vergonhoso nisso; é assim
que a vida funciona, para todos. Quem inventou essa ideia de que no dia em
que se forma na faculdade você já é uma pessoa adulta plenamente
amadurecida, prestes a entrar numa vida maravilhosa e completamente
desenvolvida? Isso é tão insensato quanto frustrante.
E é uma mentira. Acho que faríamos melhor se víssemos essa temporada
como uma viagem por um país selvagem cheio de beleza e perigo — e com
alguns pântanos — em vez de esperar que seja uma estrada clara e bem-
definida do tipo faculdade-trabalho-vida-aposentadoria.
Existem duas abordagens básicas à educação no nível da faculdade. O plano
A corresponde a uma mera preparação para a carreira. Escolha a trajetória
profissional para sua vida, curse as disciplinas prescritas que o prepararão
para essa profissão e suba na hierarquia o mais rápido possível. Compreendo
por que essa abordagem atrai tantas pessoas, pois parece fazer sentido e
promete resultados — pelo menos no papel. As faculdades adoram prometer
carreiras, e os pais amam essas promessas. Mas existem muitas pessoas
graduadas em economia que estão trabalhando em lanchonetes,
decepcionadas. “Siga este plano e você terá esta vida” pode causar um grande
choque quando o plano não der certo. Você se sente traído se esteve
trabalhando sob essa perspectiva. Isso vale especialmente no contexto de uma
economia global volátil.
O plano A ignora um elemento vital da realidade: pouquíssimas pessoas
acabam trabalhando na área de seus estudos. Não conheço ninguém
pessoalmente. Até meu amigo médico se cansou de sua profissão e agora
trabalha numa ONG. Eu me formei em artes cênicas, e depois fiz meu
mestrado em aconselhamento; minha mãe estudou sociologia. Hoje, somos
escritores. A vida não costuma seguir uma trilha limpa, clara e reta. As
pessoas não costumam fazer isso.
Estou lendo um livro fascinante intitulado Shop Class as Soulcraft [A
14. oficina como ateliê da alma]; o autor é um jovem com doutorado em filosofia
política pela Universidade de Chicago. Após a formatura, ele conseguiu um
bom emprego como diretor executivo num grupo de pesquisas em
Washington, no qual se sentia constantemente cansado e desanimado. Depois
de seis meses, ele se demitiu para realizar seu sonho de montar uma oficina
para motocicletas. Os tempos mudaram. Meu pai era de uma geração que,
depois de se formar na faculdade, trabalhava na mesma empresa a vida
inteira. Mas os sinais dos nossos dias indicam que a geração atual terá algo
em torno de nove carreiras diferentes — não só empregos, mas carreiras —
ao longo de sua vida.
Não somos e não queremos ser como nossos avôs. Sentar-se à mesma escrivaninha
pelo resto das nossas vidas não nos atrai tanto quanto atraía a geração que vivenciou a
Grande Depressão. Mas, mesmo sabendo que você tem razão quando diz que muitos
jamais trabalharão na área que estudaram, isso me parece contradizer o conceito de
“estude o que você ama”. Parece-me que estamos fadados a nunca trabalhar naquilo
que realmente amamos.
É justamente o contrário. Você deve estudar o que ama, porque nessa área
você se desenvolverá e terá seu melhor desempenho, e porque as garantias de
que “esse diploma equivale àquela carreira” costumam ter um prazo de
validade muito curto hoje em dia. O que nos leva ao plano B: exploração e
transformação. Este plano parte do pressuposto de que a faculdade deve ser
aproveitada para a sua transformação como pessoa, como ser humano, que,
muito provavelmente, terá uma vida de carreiras diferenciadas. Esta
abordagem faz muito mais jus àquilo que somos e ao modo como fomos
programados (o que sugere que seja um caminho muito melhor).
Agora, sim, eu entendo que determinadas profissões exigem uma formação
altamente especializada. Neurocirurgiões precisam estudar medicina por
muitos anos, e os engenheiros bioquímicos precisam passar pelas aulas de
cálculo e não devem gastar seu tempo com Platão e Dickens. No entanto,
esses médicos e engenheiros continuam sendo seres humanos, e,
independentemente daquilo que esses cursos possam oferecer para suas
carreiras, seu dever primário é se tornarem o tipo de ser humano ao qual
podemos confiar poder e influência. As faculdades de medicina entenderam
isso já há algum tempo, quando perceberam que o médico precisa estudar não
só a anatomia humana, mas também obter uma compreensão dos seres
15. humanos reais, especialmente dos que estão em situações de sofrimento. Se
negligenciarem sua própria humanidade em prol de uma carreira acadêmica
rigorosa, eles não se tornarão o tipo de médico com o qual as pessoas se
sentem à vontade.
Nossa primeira tarefa, e mais importante, é a formação como seres
humanos, não apenas como trabalhadores, mas como pessoas que precisam
de um sentido que lhes permita um desenvolvimento favorável.
Minha geração está desesperadamente à procura de sentido. Em todas as áreas da
vida. É difícil encontrar uma categoria em que alguma empresa não tenha se
apressado para satisfazer a demanda por uma “causa” hoje em dia. Há uma empresa
que doa um par de sapatos a uma criança necessitada para cada par vendido. Qualquer
cafeteria com algum autorrespeito — desde a da esquina até as empresas gigantes —
sabe que as pessoas estão comprando mais produtos produzidos em condições justas
para os trabalhadores (sem trabalho escravo), e o mesmo vale para os produtores de
chocolate. Fabricantes de roupa aprenderam que, evitando trabalho escravo e
propagando seus altos padrões morais, conseguem atrair clientes. (Queria que mais
empresas realmente praticassem o que pregam.) As pessoas compram “diamantes sem
sangue”. Na minha cozinha, por exemplo, não uso plástico. Se acrescentamos a isso a
alimentação ética, que justamente luta contra o sistema destrutivo e desumano das
fazendas industrializadas, acho que conseguimos abranger todas as áreas da vida
diária. É isso aí.
Alguns anos atrás, emprestávamos e repassávamos livros como Three Cups of Tea
[Três xícaras de chá], Eating Animals [Comendo animais] e Not for Sale [Não está à
venda], porque eles falavam daquilo que estava errado em nosso mundo e de como
poderíamos mudar isso. Em seu livro The Fourth Turning [A quarta virada], William
Strauss chama nossa geração de “geração herói”. [1] Queremos mudar o mundo. O
meio ambiente, as pessoas em necessidade, situações de injustiça, qualquer coisa,
todos esses assuntos nos preocupam. Queremos uma revolução à qual possamos
aderir. Sem revolução, preenchemos nossas vidas com pequenas transformações que
acendem uma chama e nos despertam momentaneamente. Tantas pequenas revoluções
nos são oferecidas de bandeja como se fossem a resposta para todos os nossos desejos.
Muitas vezes não passam de uma campanha de marketing, mas apelam a um anseio
real dentro de nós.
Você acaba de entrar na fase guerreira da vida de um jovem. Os jovens têm
ocupado o centro da maioria das revoluções na história. Lá no fundo, em seu
íntimo, se esconde uma paixão por derrubar tiranos, vencer a opressão e lutar
por um mundo melhor — de fazer parte de algo grande. E por que Deus lhe
16. deu esse tipo de motivação? Não é fascinante o fato de você e seus colegas
terem um coração que deseja transformar o mundo? Será que Deus lhe deu
esse desejo para que fosse simplesmente sufocado? Jamais! Sei que as
pessoas mais velhas gostam de olhar para vocês por sobre seus óculos de
leitura e dizer algo desdenhoso sobre “o idealismo da juventude” e como está
na hora de você crescer e aceitar a vida real. Mas essa não é a minha opinião,
e tampouco creio que seja a opinião de Deus. Esse conselho parte de pessoas
que mataram seus corações e suas almas a fim de “sobreviver” no mundo. O
cristianismo tem tudo a ver com revoluções — ele é uma revolução em sua
essência —, e é por isso que Deus dá aos homens e às mulheres jovens a
paixão de transformar o mundo. Deus lhe deu esse coração para que você
descubra a alegria de fazer parte da revolução divina e seu lugar único dentro
dela.
Há muita coisa errada que precisa ser corrigida no mundo. Não importa
para que lado olhemos, o planeta está sangrando, crianças são traficadas, a
escravidão ainda é uma realidade e a própria verdade está em cacos. Vivemos
num tempo perfeito para revoluções, e um dos grandes milagres do
cristianismo é a noção de que você nasceu em seu devido tempo a fim de
corrigi-lo. O que poderia ser mais empolgante? Frederick Buechner
acreditava que “o lugar para o qual Deus chama você é o lugar em que sua
mais profunda alegria e a profunda fome do mundo se encontram”.[2] Que
mensagem poderia trazer mais esperança?
Um dos períodos mais felizes da minha vida foi quando tinha vinte e
poucos anos. Sua mãe e eu fundamos uma companhia de teatro
imediatamente após a faculdade, não porque esperávamos nos transformar
em estrelas de Hollywood dirigindo um Maserati, mas porque queríamos
transformar o mundo. Fizemos apresentações de teatro nas ruas de Los
Angeles durante as Olimpíadas de 1984 — ignorando as regras de segurança
e montando nosso palco em qualquer lugar onde pudéssemos atrair uma
multidão a fim de apresentar peças curtas sobre a vida de Jesus Cristo. Nós
amamos aqueles anos.
Isso é bem legal; é exatamente isso que estou procurando, o que todos os meus
amigos estão procurando. Você chegou a vivenciar aquilo que amava. Chegou a
ganhar a vida com isso?
17. Não exatamente. Pelo menos não por alguns anos. Eu trabalhava como
zelador da nossa igreja, e sua mãe conseguiu um emprego como secretária
numa pequena empresa de alta tecnologia. Eu passava meus dias aspirando
pó, limpando banheiros e removendo o lixo; ela se ocupava com números,
relatórios e relações humanas. É muito importante manter isso em mente: sua
paixão, seu sentido — aquilo que os santos do passado chamavam de
“chamado” ou “vocação” — pode não ser aquilo que você faz para pagar suas
contas. Jesus era carpinteiro. Paulo costurava tendas. Pode chegar o dia em
que a sua paixão conseguirá pagar seu aluguel e em que você será o homem
mais rico do mundo. Mas a razão pela qual tantas pessoas desistem de seus
sonhos é que elas confundem as duas coisas. Elas fazem uma rápida
avaliação do “valor de mercado” de suas paixões — ou algum professor as
confronta com as improbabilidades — e trocam seus sonhos por uma vida
mais “previsível”, a qual elas naturalmente acabam odiando, e causa o
desenvolvimento de vários vícios, o que as leva à terapia. Como conselheiro,
eu ganhava minha vida ajudando essas pessoas a saírem de seu desespero, e a
fila na minha porta era longa.
Você não é apenas um “trabalhador”, um empregado ou carreirista. Você é
um ser humano cheio de paixões e desejos, e Deus o fez assim. Você é
também um jovem na oficina de Deus, onde é treinado para ser um homem
maduro. Não importa o que esteja acontecendo em sua vida, cada jovem se
encontra no processo de se tornar um homem maduro. Essa é a sua grande
missão, a correnteza mais profunda, o trabalho muito mais importante do que
a carreira, não importa se ele se juntou ao Corpo da Paz ou conseguiu um
emprego em uma agência de marketing em Nova York. Você precisa matar
alguns leões antes de saber que se transformou num homem ao qual Deus
pode confiar sonhos que se realizam. Não ajudaria se você encarasse esses
anos de trabalho simples como anos de treinamento de um guerreiro?
Talvez. Mas minha geração não gosta de ouvir: “Você precisa esperar.” Neste
instante, com meu telefone na mão, posso transferir dinheiro da minha conta bancária
enquanto leio as manchetes dos jornais, procuro a definição de uma palavra que não
conheço e sua tradução para qualquer língua (cuja pronúncia eu posso ouvir
simplesmente apertando um botão), ao mesmo tempo que envio uma mensagem a um
amigo e gravo um vídeo para postar no Facebook. Tudo isso dentro de poucos
segundos. E você quer que eu espere por algo? Por quantos anos eu vou ter que fazer
isso?
18. Essa é a voz do menino. O menino quer tudo da maneira fácil, e quer tudo
agora. Será de grande ajuda se você conseguir reconhecer a voz desse menino
— não para ser grosso com ele, mas para escolher o caminho que o leve à
maturidade. Adoro a expressão gravada nas traves de madeira da oficina de
Balian no filme Cruzada. Ela diz: “Que tipo de homem é o homem que não
transforma o mundo num lugar melhor?”[3] Esta é sua bússola, sua estrela
polar, enquanto ele trabalha na oficina de sua própria transformação de garoto
em homem. O menino quer brincar, quer que a maior parte da vida seja
recreio; o homem deseja algo mais nobre, algo maior, por isso, aceita o
processo. Como Dostoiévski escreveu, “sacrificar cinco ou seis anos de sua
jovem vida fervente a estudos duros e difíceis, ao aprendizado, a fim de
multiplicar por dez sua força para servir àquela verdade e àquela ação que
eles amavam e se propuseram a alcançar.”[4] Essa força multiplicada por dez
vale a pena.
Se eu for sincero comigo mesmo, confesso que me envergonho um pouco da forma
como minha geração encara o trabalho — incluindo eu. Se eu não estiver enganado,
no mundo antes da Revolução Industrial, os jovens não sentiam vergonha de iniciar
um aprendizado e trabalhar até se tornarem mestres de sua profissão. Mas as coisas
mudaram e continuam a mudar tão rapidamente que não nos dedicamos mais a uma
carreira específica, porque a profissão pode não existir mais quando a dominarmos.
Não sei. Questionar cada passo na carreira me parece uma receita certa para não se
chegar a lugar nenhum. Não quero chegar a lugar nenhum; quero sentido e propósito.
Quero ter a certeza de que estou iniciando algo que importa e que vale a pena. Então
me pergunto: será que desperdicei a minha faculdade indo atrás de algo que talvez não
me proporcione uma vida sustentável? Será que não conseguirei realizar aquelas
promessas de sentido e propósito? Eu abandonaria meu emprego estúpido neste
momento se encontrasse algo com sentido e propósito evidentes, algo que me
satisfaça. Como encontro isso? Se a oferta existir apenas na imaginação ou for mera
retórica, isso acabará comigo.
Lembro-me de uma piada que um professor de história do ensino médio nos contou
certa vez. “O estudante de ciências pergunta: ‘Como isso funciona?’ O estudante de
economia pergunta: ‘Como podemos vender isso?’ O estudante de engenharia
pergunta: ‘Como podemos construir isso?’ E o estudante de humanas pergunta: ‘Você
quer batatas fritas com isso?’”
Foi duro ouvir isso na época. Hoje, isso me assombra.
Exploração e transformação, meu filho. Existe uma vida que você pode
19. amar, mas é preciso ter coragem, perseverança e um pouco de esperteza para
alcançá-la. Você precisa ser guerreiro. Está no meio do processo de descobrir
quem é e por que está aqui, como o mundo funciona e como Deus está
agindo, como e para onde ele está levando você. Eu amo o que faço; meu
trabalho é minha paixão. E tenho a profunda alegria de saber que estou
causando um impacto sobre o mundo. Em termos gerais, amo a minha vida.
Você pode encontrar uma vida que ama. Você é capaz. Mas não encontrei
esta vida no dia em que saí da faculdade. Muita coisa teve que acontecer
comigo enquanto jovem antes que Deus pudesse confiar a mim a vida que
tenho agora.
Tudo isso soa um pouco como: “Espere. Trabalhe. Quem sabe, algum dia a vida virá
para você.”
Este é novamente o menino falando — ele está filtrando tudo que estou
tentando dizer. Não estou tentando deixá-lo deprimido dizendo: “Trabalhe e
talvez, em algum momento, a vida acontecerá.” Estamos tentando redefinir
do que se trata esse período de sua vida.
Há algo importante que você precisa saber sobre a nossa cultura — sua
cultura. O escritor Robert Bly chamou nossa cultura de “Sociedade de
Irmãos”, ou seja, uma sociedade formada por colegas em vez de anciãos, uma
sociedade marcada pela perda da paternidade. As crianças são forçadas a
entrar na adolescência cada vez mais cedo (garotas de 12 anos se vestem hoje
em dia como universitárias). Ao mesmo tempo, a adolescência é estendida até
a idade adulta, de forma que os adultos querem permanecer adolescentes.
Mulheres de 55 anos aparecem em bares vestidas como estudantes da
faculdade; e eu quero dizer a elas: “Vocês tem 55 anos, ajam como mulheres
maduras, pelo amor de Deus.” Uma Sociedade de Irmãos venera a juventude
e rejeita a rigidez da idade adulta; trata-se do mundo do eterno estudante de
primeiro ano. Segundo Bly, o fruto é simplesmente este: “As pessoas não se
preocupam em crescer.”[5]
Sim, quando penso nos caras que conheço — Michael, Skye, Julian, TJ, na verdade,
quase todos eles — me identifico com seus sentimentos, mas, é verdade, realmente
grande parte de nós ainda é “menino”. O menino pode ser uma fonte de maravilhas,
criatividade e alegria espontânea; mas ele também desiste rapidamente, exige que a
20. vida aconteça agora, e é ele que nos leva a querer beber e jogar videogame em vez de
fazer algo para as nossas vidas.
Exatamente. Portanto, a escolha que você precisa fazer é ousada: aceitar o
processo selvagem e corajoso de se tornar um homem.
As horas que gastei como zelador não foram desperdiçadas. Aprendi tanto
— a satisfação que resulta de um dia de trabalho duro, de perseverar em
situações difíceis para produzir um resultado bom, e o rigor da perseverança
— que me fortaleci como se estivesse fazendo corridas matinais ou exercícios
na academia. Aprendi também a lidar com todo tipo de pessoas e suas
manias. Na verdade, isso tira muita pressão de cima de você. A beleza de
aceitar o processo o liberta da pressão de chegar lá imediatamente.
Entendo aonde você quer chegar, mas detecto nisso um tom de “Aproveite a
viagem; a jornada é seu destino”. Espero que esteja errado; esse mantra não ajuda em
nada, e sempre imagino que a pessoa que o usa está sob a influência de alguma droga.
“A jornada é o destino” não me convence. Isso foi inventado por pessoas
que estavam eternamente perdidas e precisavam justificar a sua
desorientação. É desculpa de adolescente. A viagem é a viagem; o destino é o
destino. O voo noturno para Istambul não se parece em nada com Istambul.
Você precisa manter a esperança de Istambul — seus sonhos e desejos — em
vista. Esses voos de 13 horas podem ser brutais se você achar que nunca
alcançará seu destino, preso a uma “viagem” sem fim. O coração desanima, e
a próxima passagem do carrinho de bebidas se transforma em sua maior
esperança.
Sim, é claro que você tem uma jornada diante de você. Mas ela tem um
destino: a idade adulta — possuir uma sabedoria e uma força que lhe permita
amar uma mulher por uma vida inteira, ser um pai maravilhoso, liderar um
movimento, governar um reino e mudar o mundo. Você está na escola da
Fase do Guerreiro. (Esta é também a fase do Amante — falaremos sobre isso
em breve.) Esse período da sua vida começou mais ou menos aos 17 ou 18
anos e agora se tornou seu trabalho para valer. O guerreiro aprende a dominar
a arte de se agarrar ao sonho, aceitando ao mesmo tempo os rigores de se
transformar no tipo de homem ao qual esse sonho pode ser confiado; as
paixões do menino, por sua vez, são indisciplinadas e desorientadas, por isso,
sim, ele facilmente se perde e se desanima.
21. Um dos grandes inimigos contra os quais sua geração terá que lutar é a
pretensão. Sua infância foi uma em que cada menino ganhava um troféu —
independentemente de ter vencido ou perdido ou até mesmo de ter
participado do jogo. Minha geração deve a todos vocês um grande pedido de
desculpas. Nós tínhamos tanto medo de falhar, como tantos dos nossos pais
falharam, que mimamos e enfraquecemos a corrida, preocupando-nos mais
com sua autoestima do que com sua ética de trabalho. O menino pretensioso
acredita que a vida precisa ser fácil, que os sonhos devem se realizar e que
todos devem ganhar um prêmio qualquer que seja seu desempenho. Esse
menino fica realmente chocado quando percebe — muitas vezes de forma
dolorosa — que o mundo não lhe deve nada.
Isso está começando a me lembrar de Santiago, em O Alquimista, de Paulo Coelho.
Essa é uma daquelas histórias que me cativou, e eu a reli várias vezes. Santiago é um
jovem que sonha com um tesouro enterrado, e ele aprende a ouvir seu coração e
observar os sinais enquanto persegue seu sonho. A trama é simples assim em sua
essência, mas eu amo o livro. Temos aqui uma história sobre seguir a direção dos seus
sonhos, perseverar em meio a dúvidas e reveses, uma história cheia de amor e perigo
— e no fim o sonho dele se realiza.
Amo essa história, porque quero que seja verdade — para mim. Quero acreditar que
se eu seguir a direção dos meus sonhos, observar os “sinais” e lutar pelo meu caminho
apesar das derrotas, minha vida será cheia de aventuras e romance e eu encontrarei
meu tesouro. Logo no início do livro, Coelho oferece essa maravilhosa esperança para
começar a jornada — a figura do “sábio” Melquisedeque visita o menino Santiago no
exato momento em que ele precisa decidir se seguirá seu sonho ou não.
Todas as pessoas, no começo da juventude, sabem qual é sua lenda pessoal. Nesta
altura da vida, tudo é claro, tudo é possível, e não temos medo de sonhar e de
desejar tudo aquilo que gostaríamos de fazer. Entretanto, à medida que o tempo vai
passando, uma misteriosa força começa a tentar provar que é impossível realizar a
Lenda Pessoal. [6]
Pouco antes, Melquisedeque havia dito:
“[Elas acreditam] na maior mentira do mundo.”
“Qual é a maior mentira do mundo”, perguntou o garoto, totalmente surpreso.
“É esta: em determinado momento da nossa existência, perdemos o controle das
nossas vidas, e ela passa a ser governada pelo destino. Esta é a maior mentira do
mundo.” [7]
22. Recomendo este livro às pessoas o tempo todo. Algumas das minhas conversas
favoritas com meus amigos aconteceram tarde de noite quando acabávamos de
começar a falar sobre sonhos e como nada poderia nos impedir de ir à África, ou de
fundar uma empresa, ou de criar o primeiro jornal que realmente falasse a verdade.
Nessas noites, ninguém censurava seus sonhos. De alguma forma, sob a luz das
estrelas, voltávamos a sentir que tudo era possível. Eu adorava esses momentos. Mas,
como Santiago quando é roubado em Tânger, nós nos esquecemos desse sentimento e,
ao nascer do sol, a dúvida volta a nos atormentar, e não conheço muitas pessoas que
tenham chegado perto dos sonhos que expressaram naquelas noites. Sinto muito por
meus amigos. Quero que cada um persiga seus sonhos, antes de “mudarem” (ou seja,
se entregarem) com a voz do conforto ou do medo. Ou eles saem correndo atrás de
tudo, qualquer coisa, esperando que algo de bom resulte disso.
Mais tarde, quando Santiago não desiste de seu sonho, Coelho oferece outro
conselho: “Só sentimos medo de perder aquilo que temos, sejam nossas vidas ou
nossas plantações. Mas esse medo passa quando entendemos que nossa história e a
história do mundo foram escritas pela mesma mão.” [8] Gosto disso; é tão
reconfortante.
A razão pela qual você — assim como eu — ama O Alquimista é que a
história transmite uma verdade profunda. Ela sussurra uma promessa que o
coração anseia ouvir: “É possível. A vida pode dar certo. Sonhos se
realizam.” Mas lembre-se: Você está assistindo ao Santiago do lado de fora
da história. Como você acha que ele se sentiu dentro dela? Provavelmente de
forma semelhante a como você está se sentindo agora — por vezes,
esperançoso; por outras, confuso, e até desorientado e um pouco
desencorajado. Amamos Santiago porque ele se sente como nós. E não se
esqueça: Santiago é adolescente no início da história. No fim, ele já se
transformou num jovem homem.
Essas histórias são como mapas: a vista do alto lhe apresenta a estrutura da
terra, ajuda você a se orientar, mas é bem diferente quando você volta sua
atenção do mapa para o mundo bem a sua frente — é a velha história de
conseguir ver as árvores, mas não a floresta. É vital que nos lembremos disto:
viver dentro de uma história maravilhosa é bem diferente de assisti-la. “O
caminho através do mundo/ é bem mais difícil de achar do que o caminho
para além dele”, como disse o poeta Wallace Stevens.[9] Uma das mensagens
essenciais de O Alquimista — ou de O Hobbit, da Eneida, e de qualquer
grande história — é esta: não ceda ao desespero; não desanime. Essa luta por
23. uma vida que valha a pena é muito mais arte do que ciência. É a arte do
guerreiro.
Certo dia, assisti a um documentário notável sobre os caçadores da tribo
dorobo, que vivem no sul da Quênia. Seus arcos simplesmente não são fortes
o bastante para matar animais de grande porte, por isso, eles roubam as presas
dos leões. Numa manifestação incrível de coragem e astúcia, eles caminham
diretamente para um leão que está devorando um gnu; sua confiança
inabalável faz com que o leão fuja. Na cena seguinte, vemos os homens
assando a carne do gnu sobre uma fogueira, conversando e rindo. Um deles
diz: “Mas nem todos lutam contra leões; algumas pessoas são covardes.” [10]
Esta é a fogueira à qual você quer se sentar — a festa dos ousados.
Isso exige coragem, pois o medo é a razão número um pela qual os homens
desistem e se vendem. Isso exige perseverança, pois nada que valha a pena
possuir vem sem algum tipo de luta. Isso exige esperteza, pois a maioria dos
homens-que-na-verdade-ainda-são-meninos enfrenta o mundo com um tipo
de ingenuidade infantil, ignora os leões, falha em alcançar seus sonhos e
depois acusa o mundo ou Deus quando, na verdade, eles estavam
simplesmente insistindo que a vida lhes permitisse serem calouros para o
resto de suas vidas. Você terá que matar alguns leões — o medo é um deles.
O desespero é outro. A pretensão — a pretensão da adolescência — é o
terceiro. Ou você os mata, ou eles devoram você e seus.
Coragem, perseverança, esperteza — é assim que se mata um leão. Viva
isso e você terá uma história para contar.
24. CAPÍTULO 2
CHEQUES SEM FUNDO
Eu gostaria de viver como um homem pobre com muito dinheiro.
Pablo Picasso
O emprego de assistente pessoal não se parecia em nada com aquilo por que eu me
esforçava na faculdade. Eu aceitei o emprego para pagar as contas— e porque foram
os primeiros a responder aos meus e-mails. Quatro anos de ensino superior, e lá estava
eu comprando comida de gato. Minha faculdade não oferecia um curso para esse tipo
de carreira, e esse emprego certamente fazia com que eu me sentisse ridículo.
Quando é que o desejo de fazer algo que valesse a pena se transformou no desejo de
que o dia passasse o mais rápido possível? Antes da formatura, costumávamos ir à
praia e conversar sobre “mergulhar de cabeça” no desconhecido. O chão desaparecia
sob nossos pés, mas já que íamos ser lançados na escuridão, queríamos afundar com
grandeza.
Eu levei quase um ano até não aguentar mais essa completa falta de sentido. Levei
quase um ano antes de voltar ao que parecia ser o deserto selvagem do mercado de
trabalho. Eu me demiti no meu aniversário, como maneira de celebrar, mas a maioria
dos meus colegas não me apoiou. Olharam para mim como seu eu estivesse louco por
abrir mão de um emprego tão fácil, que pagava minhas contas e me rendia boas
histórias para contar. Para muitos deles, insistir em algo com o que havíamos sonhado
na faculdade era ingênuo. Criar o sonho que cobiçávamos era uma fantasia. A
expectativa de vida dos sonhos parece ser muito curta.
Tudo se reduz ao dinheiro.
Tenho amigos que estão perseguindo o sonho americano, outros que estão optando
pelo movimento minimalista, e alguns que tentam harmonizar os dois. Na verdade,
acho que minha geração está ficando louca e completamente desorientada no que diz
respeito ao dinheiro. De um lado, vemos (como nenhuma geração antes de nós)
25. milionários aparecerem do nada, e não estou falando de um milhão de dólares. Estou
falando de centenas de milhões de dólares ganhos com a venda de um simples
aplicativo. Em 2012, Rovio, a empresa que criou o jogo Angry Birds, valia mais do
que 2,25 bilhões de dólares. [11] Qualquer moça pode publicar seu vídeo no YouTube,
tornar-se uma sensação instantânea e ganhar muito dinheiro vendendo anúncios.
Conheço um cara que desenvolveu um aplicativo e lucrou 75 mil dólares no mês
passado, e a festa continua.
E quer saber? Não culpo meus amigos por tentarem. Meu emprego como entregador
era ridiculamente bem pago, e eu consegui comprar uma moto. Eu amava aquela
moto. O dono anterior havia transformado a máquina num lutador de rua. Ele retirou o
assento do passageiro e fez modificações para transformá-la no epítome de uma
máquina preta. Voando pelos cânions, eu me sentia como Sam Flynn no filme Tron:
O legado. Comecei a acreditar que dinheiro comprava felicidade sim.
Mas então comecei a namorar uma garota muito responsável financeiramente e
ciente das necessidades do mundo. Ela prefere dar tudo aos sem-teto a comprar algo
bonito para si mesma. Ela compra suas coisas em lojas de segunda mão (antes de isso
se tornar relativamente comum) e remenda roupas velhas várias vezes antes de
aposentá-las. Esta é uma daquelas novas revoluções das quais falei mais acima — o
movimento minimalista como rejeição ao excesso norte-americano, pregando a
desistência de todas as coisas desnecessárias e a doação de tudo que não seja
realmente indispensável. Recentemente, um amigo esteve numa conferência para
jovens do novo milênio, e o palestrante disse que, se tivermos duas camisetas, temos o
dobro daquilo que precisamos. No momento, isso está cativando a imaginação de
muitos jovens cristãos.
Quem está certo? Alguém está certo? Essas duas posturas me parecem ser dois
extremos. A primeira nos leva a crer que podemos ter sucesso instantâneo e usar notas
de cem dólares como toalha de banho. (Acabo de ter notícia de um amigo que
desenvolveu um aplicativo: neste mês em que escrevo ele ganhou 90 mil dólares.) A
segunda apela ao sentimento de culpa e nos obriga doar tudo que possuímos a um
asilo. Perseguir um novo sonho americano ou ser um cidadão do mundo — ambos me
fazem sentir como se alguém tivesse encomendado ostras das Montanhas Rochosas
para mim. Bem, pelo menos a segunda opção me permite doá-las ao meu vizinho.
Odeio dinheiro. Mas gosto de comer. Quero um celular para poder entrar em contato
com as pessoas. Quero poder sair com a Susie. Prefiro dormir sob um teto. E para
fazer tudo isso, preciso de dinheiro. Meus amigos estão se vendendo por dinheiro ou
recusando o dinheiro e voltando a viver como nos anos 1960. Odeio como o dinheiro
confunde tudo. Talvez ele realmente seja a raiz de todo mal.
Estou ouvindo você. Dinheiro é complicado, e, no futuro, quando você
acrescentar uma esposa e filhos à essa equação, o dinheiro se tornará urgente.
26. Mas ele também é muito esclarecedor — nada revela suas prioridades tão
rapidamente quanto o dinheiro. É isso que as Escrituras estavam tentando
dizer quando afirmaram que “o amor ao dinheiro é raiz de todos os males”
(1Timóteo 6:10; grifado pelo autor). O dinheiro em si não é mau — mas a
ganância é. Os homens derrubaram as matas virgens por causa de sua
ganância, sem pensar no futuro ou nas implicações éticas de seus atos;
exploraram os oceanos pelas mesmas razões. Trabalho escravo e infantil —
todas essas injustiças que deixam sua geração enfurecida — isso tudo é
resultado da ganância. A questão é o desejo, a gula, o excesso — estes estão
na raiz de todos os males. Não o dinheiro. A ganância.
Mas quanto ao fato de tudo funcionar em virtude do dinheiro? É tão normal homens
e mulheres aceitarem empregos que matam suas almas e trabalharem até se
desgastarem, abrindo mão do tempo com a família, nunca se alegrando com o mundo
em que vivem, e tudo isso apenas para sustentar uma vida que todos os outros dizem
ser “importante”. Em The Everlasting Stream [O rio eterno], Walt Harrington
escreveu: “Alguns anos atrás, eu saí para o meu jardim com uma taça de vinho na mão
e senti uma grande satisfação por tudo aquilo que conseguira adquirir. Mas
rapidamente comecei a me perguntar se todas essas aquisições não poderiam se
transformar numa armadilha, obrigando-me a continuar num emprego que já não me
dava nenhum prazer apenas para pagar as contas.” [12]
O dinheiro é como uma sedução que o atrai para uma armadilha, e, então, essa
armadilha se transforma na prisão de sua vida.
Nunca ouvimos falar do carpinteiro que passou a vida inteira construindo mesas e
cadeiras para conseguir sobreviver; ouvimos as histórias de pessoas bem-sucedidas,
poderosas, realizadas. Uma pessoa pode ter uma vida gratificante, mas ser pobre, e
ninguém a conhecer; outra pessoa parece ter uma vida glamorosa e importante, mas eu
sei que jamais conseguiria me transformar numa pessoa assim. Acho que você está
começando a entender minha frustração.
O que você está criticando é o Mundo. Com todo direito. O Mundo
inventou os shoppings, as minas de ouro e as casas noturnas. O Mundo é
governado pela injustiça e pelo excesso. Mas ganhar dinheiro não é,
necessariamente, “do mundo”. As Escrituras dizem: “O generoso prosperará;
quem dá alívio aos outros, alívio receberá. [...] Quem é generoso será
abençoado, pois reparte seu pão com o pobre” (Provérbios 11:25; 22:9). Uma
das grandes alegrias de ganhar dinheiro é ter algo para compartilhar. Mas
você não pode compartilhar o que não tem; quanto mais você tem, mais
27. oportunidades você tem para fazer o bem. Alguns amigos da igreja queriam
muito adotar uma criança, mas não conseguiam arcar com as despesas. O
dinheiro pode ser um recurso para realizar uma grande obra.
Comparemos o Mundo e o Reino de Deus — o dinheiro é um daqueles
lugares dramáticos em que a diferença entre o Reino e o Mundo se manifesta
claramente. O Mundo é impulsionado por aquilo que Aristóteles chamou de
“desejo mimético”. Funciona assim: dois garotos se encontram num quarto;
um deles pega uma bola e começa a brincar; e, de repente, o outro garoto
também quer a bola. Você pode observar isso todos os anos, no Natal —
existe “a coisa” que todos querem receber. Pessoas são pisoteadas em dias de
promoção por causa do desejo mimético. As pessoas “querem” o que as
outras pessoas parecem curtir. Todo o sistema foi construído na base da
inveja e do consumo infinito. O Mundo alega que o dinheiro equivale à
felicidade, e assim você gasta sua vida correndo atrás dele. Jesus se opôs à
loucura como o único homem sensato num prédio em chamas, calmamente
apontando o caminho para a saída, quando disse:
Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se
dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao
Dinheiro.
Portanto eu lhes digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao
que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não
é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a
roupa? Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem
armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês
muito mais valor do que elas? Quem de vocês, por mais que se preocupe,
pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?
Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios
do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem
Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste
assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não
vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se
preocupem, dizendo: “Que vamos comer?” ou “Que vamos beber?” ou
“Que vamos vestir?”. Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas
o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro
28. lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão
acrescentadas.
Mateus 6:24-33
Então os minimalistas estão certos — não deveríamos nem pensar em dinheiro ou
possuir “coisas”.
Bem, mais ou menos. Quando a Bíblia nos diz que, se tivermos dois
mantos, devemos dar um ao pobre, precisamos ficar de olho na matemática
— você não pode dar a alguém seu segundo manto a não ser que você tenha
um segundo manto. Você não pode ajudar aos pobres se você mesmo for
pobre. E você não gostaria de fazer isso mais do que uma vez em sua vida?
Portanto, precisará de recursos para adquirir mais mantos. Se você tiver
recursos, você pode fazer um grande bem. Acho que o movimento
minimalista é um exemplo de uma intenção muito boa tirada de seu contexto.
Como advertiu G.K. Chesterton:
Quando um esquema religioso é abalado (como o cristianismo foi abalado
pela Reforma), não são apenas os vícios que são liberados. Os vícios são, de
fato, liberados, e eles se propagam e causam danos. Mas as virtudes
também são liberadas; e as virtudes se propagam de forma ainda mais feroz,
e causam danos ainda mais terríveis. O mundo moderno está repleto de
antigas virtudes cristãs descontroladas. As virtudes se descontrolaram
porque foram isoladas umas das outras e estão vagando sozinhas.[13]
Respeito a virtude dos minimalistas, mas, assim como os hippies dos anos
1960, seu conceito representa uma noção infantil de como o mundo funciona.
(E, falando nisso, de onde vem a fascinação de sua geração pela década de
1960? Ela foi um desastre.) Só porque um movimento parece ser humilde ou
nobre não significa que ele representa o Reino de Deus. O comunismo
prometeu ao homem trabalhador uma remuneração mais justa, mas acabou
destruindo todas as economias de cada país que o adotou, e as pessoas que
mais sofreram com isso foram os trabalhadores. Alguns anos atrás, passei por
uma linda aldeia na Eslováquia, onde mora um amigo. A praça da cidade
estava rodeada de lojas vazias. “É aqui que os artesãos costumavam trabalhar
29. e vender seus produtos”, Bo explicou. “Produtos lindos. Mas o comunismo
destruiu essas oficinas e o comércio. Ninguém possui mais as habilidades
para passá-las adiante. É realmente muito triste.”
Minha geração considera o capitalismo algo mau por causa de toda a ganância. O
movimento Occupy Wall Street foi causado por uma fúria legítima. Não conheço
ninguém da minha idade que não tenha ficado empolgado e apoiado a revolução. Mas
agora que mudou a legislação, é a revolta prolongada que se tornou quase ilegal, e não
a manipulação de fundos e o roubo descarado que está sendo cometido por executivos
e gerentes de ações.
Não há dúvida de que a ganância corrompeu o sistema capitalista. Mas isso
não significa que o sistema em si seja corrupto. Dinheiro é como um carro —
ele pode levá-lo a lugares bons e a lugares ruins. Ele pode propiciar aventuras
ou causar grandes danos. Tudo depende do motorista. As pessoas fazem
coisas estúpidas com carros, mas isso não transforma o carro em si em algo
mau. Ficou comprovado que o capitalismo é o melhor sistema existente, por
permitir que a classe de trabalhadores melhore sua vida. Sugiro que você o
encare da seguinte forma — os pobres votam com seus pés. Por que temos
um controle de imigração tão rígido na fronteira com o México? Não é
porque os cidadãos norte-americanos estariam tentando ir para o sul. No
mundo inteiro, os trabalhadores sabem que sua maior chance de melhorar sua
vida está nos Estados Unidos — a não ser que destruamos nossa própria
economia, é claro.
Mas deixemos o dinheiro de lado por um minuto e falemos sobre os frutos
do trabalho. O dinheiro é simplesmente a representação do nosso trabalho.
Jamais voltaremos ao sistema de troca de bens — eu conserto seus sapatos e,
em troca, você me dá o pão que assou hoje de manhã. Atualmente,
trabalhamos e somos pagos, e usamos esses salários para satisfazer nossas
necessidades e, com o amor de Deus, as necessidades dos outros. O dinheiro
é simplesmente o fruto do nosso trabalho, e o trabalho é uma coisa muito boa
e muito importante para que um homem se sinta homem de verdade. Quando
Deus criou o homem, ele o criou para que fosse “fértil” (Gênesis 1:28). A
primeira coisa que Adão fez foi conseguir um emprego. Um dia de trabalho
duro rende uma satisfação profunda. Nenhum homem de verdade quer se
sentir como um parasita, como alguém que vive a custo de outro.
Um dos empregos mais duros que já tive na minha vida foi nas férias de
30. verão, quando eu tinha 18 anos. Eu estava trabalhando no município de
Oregon, e meu trabalho consistia em fazer o isolamento de sótãos. Naquele
mês de julho, as temperaturas atingiram 32 graus, e no sótão a temperatura
chegava aos 48. Eu suei como um político ligado ao detector de mentiras;
suei como nunca antes, o que fez com que as minúsculas fibras de isolamento
ficassem grudadas em cada milímetro da minha pele. Foi uma coisa horrível.
Mesmo assim, quando encerrávamos o dia, tínhamos a profunda sensação de:
“Cara, conseguimos! Persistimos numa tarefa muito dura. Merecemos essa
folha de pagamento!”
Isso é essencial para a masculinidade — dedicar-se com tudo a um trabalho.
Não a um trabalho escravo e sem sentido, mas como homens que estão aqui
para serem produtivos, que desejam ser produtivos. Como escreveu o
apóstolo Paulo:
Não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, nem comemos
coisa alguma à custa de ninguém. Ao contrário, trabalhamos arduamente e
com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês, não
porque não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um
modelo para ser imitado por vocês. Quando ainda estávamos com vocês,
nós lhes ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não
coma.
2Tessalonicenses 3:7-10
Acho que preciso ser sincero e confessar que, muitas vezes, não é o emprego que
me desagrada; durante muito tempo, foi o trabalho em geral. Ele não me fornecia essa
sensação de satisfação, e eu atribuí isso ao fato de sempre fazer trabalhos pequenos.
Mas um projeto no verão passado esclareceu um pouco as coisas. Meu amigo Trevor e
eu estávamos pintando uma grande plataforma ao ar livre. Os dias eram longos e
quentes, e o produto químico que estávamos usando era agressivo; mesmo com
máscaras e óculos protetores, precisávamos fazer pausas sempre que o mundo
começava a girar e personagens de desenhos animados começavam a dançar ao redor
de nossas cabeças. Mas à noite, quando o trabalho estava feito e nos sentamos à mesa
de pôquer, nós dois sentimos que o refrigerante e a camaradagem eram ainda mais
preciosos por causa do trabalho que havíamos feito.
Uma das melhores sensações que tive como um jovem homem foi cortar os laços
financeiros que eu tinha com você e mamãe. Eu estava grato pela ajuda que vocês me
deram durante a faculdade, mas depois não aguentava mais depender de vocês. Existe
algo em mim que diz que eu devo resolver meus problemas sozinho. Talvez seja até
31. um instinto animal que me diz que eu devo ser capaz de colocar comida na mesa. Seja
o que for, para mim, a independência financeira é essencial para que eu me sinta
homem.
Certo, então abandonamos a questão do dinheiro e focamos no trabalho, e
descobrimos que o trabalho honesto e seus frutos são coisas muito boas. Isso
é crucial na transição da fase de garoto para homem. O dinheiro nos obriga a
crescer; ele é uma dose constante de realidade, e a realidade é uma dádiva de
Deus. Ela tem esse jeito maravilhoso de manter nossos pés no chão. Dean
Potter é um alpinista fenomenal, mas agora ele acredita que consegue voar. O
menino está de volta. Os psicólogos chamam isso de “pensamento mágico”.
Os filósofos chegaram ao ponto de duvidar que a realidade existe. Então
batem com seu carro na árvore do vizinho, e a realidade os acorda de seu
“pensamento mágico”. Você precisa comer. Você precisa de roupas para
vestir. A realidade nos mostra o quão dependente somos como criaturas.
E é aí que entra o medo. Conheço tantos homens que tomam suas decisões baseadas
nele. Medo de não ter dinheiro; por isso, aceitam o primeiro emprego que conseguem
encontrar. Medo de não serem bem-sucedidos na área de seus sonhos; por isso, nem
tentam conseguir o emprego. Medo de não encontrar algo melhor ou de não realizar
seus sonhos; por isso, jamais abandonam o emprego que os está matando.
O que me lembra de uma conversa que tive com Blaine e Luke sobre o medo...
Blaine sugeriu que muitas pessoas têm medo de nadar e, por isso, nunca chegam perto
de uma piscina. Da mesma forma, muitas pessoas da igreja evitam o dinheiro,
afastando-se dele ou optando por um caminho mais “humilde”. Segundo Blaine, isso
não representa um ato de força ou santidade; não se envolver com o mundo do
dinheiro é, em sua opinião, um ato motivado pelo medo. “O tamanho da torta é
limitado”, ele continuou. “Ela será repartida, e eu gostaria de poder participar da
decisão sobre o destino desse dinheiro, fortalecendo os sistemas que eu apoio...”
(Tenho certeza de que ele foi bem mais eloquente do que minha paráfrase, perdão.)
Mas a ideia ficou gravada na minha mente: É preciso ser corajoso para entrar no
mundo do dinheiro, e se nos mantivermos afastados, perdemos a oportunidade de
exercer um papel maior em sua distribuição.
Ontem à tarde, recebi uma ligação terrível do mecânico ao qual confiei o conserto
do meu fusquinha. Ele me disse aquela frase antiga, que eu já ouvi tantas vezes na
minha vida: “Parece que isso será mais difícil do que imaginávamos.” Imediatamente,
pensei: “Como é que eu vou pagar por isso?” Mas ele estava certo. O fusca precisava
de uma reforma geral. E agora a reserva que eu havia acumulado na minha poupança
não bastava para pagar a conta, e eu me senti como se o chão estivesse cedendo sob
meus pés. Foi difícil manter o foco no fato de que Deus cuida de mim. Pensei em
32. maneiras de conseguir outro emprego ou em abrir os velhos cartões de aniversário na
esperança de encontrar algum dinheiro da vovó. A sensação dominante era: “Estou
afundando, e não há ninguém para me salvar.”
Era disso que eu estava falando quando chamei o dinheiro de dose
constante de realidade. Ele nos obriga a lidar com aquilo em que realmente
acreditamos. Você é fundamentalmente independente? Está tudo em suas
mãos? Creio que essa seja a essência subjacente ao dízimo cristão. Quando
você recebe seu cheque no fim do mês e a primeira coisa que você faz é
separar dez por cento para ajudar a outros, você se pergunta imediatamente:
“Eu realmente confio que Deus cuidará de mim?” Era disso que Jesus estava
falando quando contou sua história dos lírios no campo:
Quero convencê-los a relaxar, a não se preocuparem tanto em adquirir. Em
vez disso, prefiram dar, correspondendo, assim, ao cuidado de Deus. Quem
não conhece Deus e não sabe como ele trabalha é que se prende a essas
coisas, mas vocês conhecem Deus e sabem como ele trabalha. Orientem sua
vida de acordo com a realidade, a iniciativa e a provisão de Deus. Não se
preocupem com as perdas, e descobrirão que todas as suas necessidades
serão satisfeitas.
Mateus 6:31-33 (A Mensagem)
O Mundo diz: “Corra atrás de dinheiro. Dinheiro é sua segurança.” Deus
diz: “Corra atrás de mim. Eu sou sua segurança.” Quando sua mãe e eu nos
casamos, nenhum de nós tinha nem sequer um centavo. Nossas poupanças
estavam vazias. Todos os nossos móveis eram doados ou emprestados.
Comemos numa mesa dobrável de acampamento, que sua avó Jane nos
emprestou, durante dez anos. Fazíamos nossas compras em lojas de segunda
mão. Vivíamos de mês em mês, e aqueles foram os anos mais felizes de
nossas vidas. Tínhamos amigos maravilhosos, amávamos nossa igreja, e nos
divertíamos muito. Deus cuidou de nós. A grande mentira é que mais
dinheiro o deixa mais feliz. Não é verdade.
Mas sem dinheiro, sua vida pode ser miserável.
Isso também é verdade. As Escrituras não veem dinheiro como “lucro
sujo”, mas como benção de Deus:
33. A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma.
Provérbios 10:22
A recompensa da humildade e do temor do Senhor são a riqueza, a honra e
a vida.
Provérbios 22:4
Essa é a beleza do Reino. Há uma condição vinculada à promessa de que
todas as coisas lhe serão dadas: busque primeiro o reino de Deus. Deus
providenciará tudo se você estiver buscando o seu Reino, se você estiver
vivendo para ele.
Veja, ou você tem Deus, ou não tem Deus. Ou ele é seu aliado, ou está por
conta própria. Sua convicção em relação a isso afeta todo o resto.
Se você não tem Deus — e estou falando de Deus como aliado íntimo, que
está do seu lado, colado em você —, precisa empenhar todas as suas forças
para definir um caminho para sua vida. Evidentemente, é assim que a maioria
dos homens vive. O mundo inteiro se apoia nessa suposição, em todas as
áreas — acadêmica, profissional, econômica. Eu não posso lhe dar conselho
algum quanto a isso, pois rejeitei essa visão do mundo e não posso lhe dizer
como funciona ou como se dar bem. Eu rejeito a premissa sobre a qual esse
castelo de cartas se ergue.
“Existe um Deus; ele é nosso Pai” muda tudo.
Agora, deixe-me acrescentar rapidamente que quando digo “acreditar em
Deus” não me refiro a um reconhecimento casual de sua existência. Se você
tem Deus, precisa agir de acordo. Pois ele não ajuda àqueles que não o levam
a sério — da mesma forma como você não oferece os tesouros de sua
amizade a uma pessoa que não o leva a sério. Você precisa buscá-lo com todo
seu coração para descobrir sua ajuda, para alinhar-se aos seus movimentos e
suas ações e para tirar proveito de tudo aquilo que ele estiver lhe oferecendo.
Deus nos prometeu: “Procurarão o Senhor, o seu Deus, e o acharão, se o
procurarem de todo o seu coração e de toda a sua alma” (Deuteronômio
4:29). No entanto, há uma condição vinculada a essa promessa: se você o
34. buscar com todo o seu coração e com toda a sua alma. A maioria dos cristãos
ignora essa parte e depois se pergunta por que Deus não se faz mais presente
em suas vidas.
Sim, é verdade. Alguns meses atrás, recebi um e-mail de um amigo que dizia:
Não sei como não me dei conta disso antes. Como pude ser tão cego, tão insensível
aos meus próprios sentidos? Agora é tão óbvio. Se não fosse assim, como poderia
explicar o que experimentei aqui? O cheiro, o fedor rançoso que entra pelas portas
abertas e que eles atribuem ao oceano, mas não é que detecto um traço de enxofre?
As pessoas, almas miseráveis que se agarram a seus salários, como se aqueles
míseros benefícios, aos quais estão tão acostumadas, pudessem salvar suas almas.
Elas gritam e choram, socam o ar, rangem os dentes, exigem um tratamento justo,
como se o merecessem mais do que o resto do mundo. O meu castigo é suportar
seus gritos, e o que os trouxe aqui foram seus pecados de gula, ganância, orgulho,
vaidade e ira. Tudo que posso fazer é me perguntar que pecado abominável eu
cometi em meu passado para ter que aturar um castigo tão severo.
Não sei como não me dei conta disso antes. Trabalho no inferno.
Minha reação ao ler isso? Eu ri, e de imediato concordei mentalmente. Não que seu
emprego fosse pior do que o de qualquer outra pessoa, mas entendo que ele se sinta
muito distante de onde deseja estar, de onde sonha estar, mas precisa pagar as contas.
O que, então, devo dizer ao meu amigo? Isso é algo que ele precisa simplesmente
suportar? Se estivermos apenas trabalhando para sobreviver — ou, como diria o pai de
Calvin em Calvin & Haroldo, se estivermos “desenvolvendo caráter” —, o que
acontece com nossos sonhos?
Obviamente, fomos instruídos a perseguir nossos sonhos. Cada discurso no ensino
médio e na faculdade nos desafiou a conquistar os céus. Mas, ao mesmo tempo, não
nos ofereceram muita ajuda para nos transformarmos nas pessoas capazes de lidar
com o sonho quando o alcançássemos. Provavelmente, porque a Disney não
conseguiu transformar isso num musical.
O que eu diria ao seu amigo é: “Por enquanto, apenas por enquanto. Você
tem um futuro. Você tem um Pai que o ama. Mas, sim, você está na fornalha;
permita que ela o fortaleça. Aguente firme. Deus está planejando algo — veja
como ele o está formando. Valerá a pena.” Como guerreiro, você terá que
lutar para se agarrar aos seus sonhos. Como jovem, precisa aprender também
a disciplina para não desanimar em meio a situações realmente difíceis. Hoje,
sou um escritor bem-sucedido, mas aos vinte anos passei por maus bocados.
35. Deus está nos formando, e transformando, em homens que conseguem lidar
com a vida. O dinheiro destrói muitos homens. Nas mãos de pessoas que
ainda são crianças por dentro, o dinheiro — e também o poder, a fama e a
influência — causa danos enormes.
A humanidade é alérgica a Deus. Achamos desagradável buscá-lo, alinhar
nossos desejos e nossa maneira de resolver as coisas aos desejos de Deus e
sua maneira de resolver as coisas. O agnosticismo nos parece tão natural,
esquecê-lo e aceitar as “evidências” de que estamos por conta própria nessa
vida. Quando se trata de Deus e de sua maneira de resolver as coisas, somos
criaturas pouco entusiasmadas. Assim, ele permite provações, confusão e
desespero, na esperança de que isso nos impulsione a buscá-lo. E quando o
fazemos, algumas questões são levantadas: nossa descrença, nossa
independência, nossa autoconfiança, nosso medo, nosso orgulho. (É melhor
tratar dessas questões o quanto antes, são essas coisas que, em algum
momento, costumam destruir a vida de um homem.)
O cristão se parece com um anfíbio. Vivemos em dois mundos: neste
mundo dos homens e do comércio, do nosso tempo e da nossa cultura, mas
também no reino de Deus. Muitos cristãos aceitam a noção vaga de que, de
alguma forma, Deus esteja operando neste mundo, mas normalmente aceitam
o mundo dos homens como sendo o mais real e, por isso, vivem de acordo
com as regras e suposições dele.
Você precisa resolver esta questão primeiro: eu vivo num universo
paralelo? Existe um Reino de Deus do qual eu sou membro e do qual
participo? Eu posso contar com sua ajuda? Se sua resposta for “sim”, então
aja de acordo — busque-o, aprenda a viver nele. Caso contrário, tudo que lhe
resta é: “Aqui está o mundo: ele é instável, injusto e imprevisível. Encontre
uma maneira de viver com isso.” O que é muito difícil para a maioria dos
homens, mas praticamente impossível para o cristão, pois Deus é ciumento e
não lhe ajudará em seus esforços de viver a vida se você não buscar sua
proximidade.
Observe como seu coração reage a algumas disciplinas fundamentais do
dinheiro: não faça dívidas. Viva de acordo com seus recursos. Se você não
tiver dinheiro para comprar aquele cappuccino todos os dias, não compre. É o
menino que não consegue se controlar e que compra a TV de 60 polegadas
com o cartão de crédito — e acaba pagando o dobro de seu preço em juros.
Você não quer ser o escravo de outra pessoa, e a dívida o escraviza.
36. Sim, é isso mesmo. Tenho um amigo que esgota o limite de cada cartão de crédito
que recebe para comprar roupas e frequentar restaurantes chiques. Chamamos isso de
“síndrome de homem rico, homem pobre”, como o povo que ganha um salário
mínimo, mas rebaixa sua van em vez de comprar mochilas para seus filhos. Não quero
ser um escravo. O menino dentro de mim pode não gostar de ter que esperar, mas o
homem em mim sabe: prefiro viver sem dívidas e ficar longe dessa terrível dicotomia
entre a corrida de ratos e os minimalistas.
E a coisa mais linda de tudo isso é: se rejeitarmos todo esse pesadelo
mimético do Mundo, se nos alinharmos com a maneira divina de fazer as
coisas, nem o dinheiro nem o medo dominarão nossa vida. Não pensaremos
mais no dinheiro como coisa mais importante; estaremos buscando coisas
mais nobres. Então, nossas finanças se transformam numa das principais
oportunidades de experimentar como Deus se manifesta. E Deus adora se
manifestar.
37. CAPÍTULO 3
O LIVRO DO AMOR
Ela não disse aquilo, eu apenas achei que ela disse. Então, na verdade, o
pensamento, as palavras eram minhas, não dela. Como pude confundir “Eu te amo”
com “Posso anotar seu pedido?”
Jarod Kintz
Chamávamos isso de turkey drop [levar um fora do peru], e, segundo o Urban
Dictionary, não éramos os únicos a usar essa expressão. Ela se refere à situação de
estudantes que tentam manter seu namoro a longa distância quando entram na
faculdade, mas no feriado de Ação de Graças descobrem que a paixão se perdeu,
levando um ou o outro a terminar o relacionamento. Por isso, turkey drop. Em algum
lugar, li que 95% dos casais a distância não sobrevivem ao primeiro ano de faculdade.
Quando entrei na faculdade, eu namorava uma garota havia quase dois anos, e,
semelhante a muitos estudantes calouros, meu tempo estava dividido em dois. Por um
lado, mergulhei em todos os rituais de iniciação — como churrascos na praia e
reuniões. Mas minha atenção nunca estava totalmente lá. Eu me definia por meio de
um relacionamento que existia num mundo de SMS e conversas pelo computador, e,
enquanto outros calouros almoçavam juntos, eu ficava no meu quarto esperando por
uma ligação. Na verdade, eu não possuía uma identidade própria. Eu sabia que queria
sair para o mundo, e pouco tempo depois de “levar um fora do peru”, eu me encontrei
solteiro e feliz. (Ou melhor, levei mais ou menos um mês para reencontrar minha
felicidade.)
Foi apenas naquele período após o rompimento que percebi que eu sempre havia
ficado com alguma garota desde os 12 anos. O período mais longo que passei sem
namorada ou sem correr atrás de uma garota tinha sido um mês. Agora, queria saber
como seria ter uma identidade fora de um relacionamento. Eu não queria mais ser
38. “Sam e Christina”, ou “Sam e Liz”, mas apenas “Sam”. No entanto, ser “apenas Sam”
não foi tão fácil assim. Tive que me adaptar.
No início não me dei conta, mas eu havia aberto a porta para uma tonelada de
questões prontas para me atacar. No ano seguinte, comecei a perceber o quanto eu
havia me sentido como a ovelha negra da família e o quanto eu permitira que isso
definisse minhas ações. Eu comecei a tomar remédios para melhorar meu humor; eu
bebia, entrava nos quartos dos meus amigos e deitava em seus sofás para descarregar
toda minha frustração. Enquanto isso, eu me apaixonei perdidamente por uma amiga
—a garota que ninguém conseguia conquistar — e, quando finalmente lhe confessei
meus sentimentos, ela me acrescentou à lista de rejeitados.
Ao ouvir — não verbalmente, mas por meio de uma reação clara e da perda de uma
amiga — que eu não era bom o bastante, passei o segundo ano da faculdade no
exterior e em algum lugar dentro de mim eu decidi que nunca mais não seria “bom o
bastante”. Assim, comecei a brincar com as garotas na viagem: como um babaca
brinca com garotas. E rapidamente adquiri outra fama: Sam é problema.
Eu estaria mentindo se dissesse que não gostei daquilo.
Pela primeira vez em muito tempo, eu não estava sendo definido pela garota que
namorava, pois não estava ficando com nenhuma garota, e eu não estava sendo
definido como perdedor. Eu significava encrenca. “Cuidado com ele, porque ele vai
arrebentar seu coração.”
Nunca ser considerado “bom o bastante” por garota após garota é tão
emasculador; nas regiões íntimas do coração, você acaba acreditando que não
é homem o bastante, destinado a ser o “cara legal”, mas nunca o namorado,
nunca o amante. Não me surpreende que você tenha decidido romper esse
padrão. Não ser mais definido pela garota e, mesmo assim, continuar a ser
definido — agora como o cara perigoso.
Para ser sincero, isso ainda me lembra muito o menino.
Você acha mesmo? Existem muitos meninos aí fora, especialmente no mundo do
namoro. Durante a primeira semana de faculdade, o supervisor do nosso dormitório
nos disse: “Agora vocês entraram no ‘Vale Dourado da Flor Selvagem’.” Todos esses
garotos, que agora se viam nos campos verdes das belezas da faculdade, começaram a
namorar feito doidos, pulando de um relacionamento superficial para o próximo. Ou
sonhando com isso.
Eu tinha um amigo chamado Dale que evitava todas as garotas para se concentrar
em seus estudos da Grécia antiga ou em sua coleção de discos de vinil do Velvet
Underground. Ele queria um relacionamento e até chegou a se fixar durante um ano
inteiro numa paixão por uma loira de sua aula de latim, mas ele nunca teve coragem
para tentar conquistá-la. Toda essa atmosfera de amor de faculdade me parecia um
reality show dramático com roteiro ruim.
39. Um dos meus colegas de dormitório chegou a se envolver num pesadelo. Todos os
seus colegas sabiam que aquilo não daria certo, e nós até lhe dissemos; mas apesar de
ser um cara legal, ele nunca conseguiu ser firme o bastante para se afastar. Eles
rompiam o namoro o tempo todo, mas ele continuava voltando para esse
relacionamento. Ela o havia fisgado, e ele levou anos para se livrar dela. Àquela
altura, não se tratava de reconhecer que ela não era saudável para ele — ele sabia que
ela não era —, mas ele achava que precisava ser o herói dela e torná-la uma pessoa
saudável. Ele não tinha coragem para se afastar, e também não tinha força para
reconhecer o fato de que, ficando com ela, nenhum dos dois ficaria bem. Felizmente,
meu colega conseguiu sobreviver a essa experiência terrível antes de se afundar
demais nesse drama.
Não acho que seja apenas o menino agindo. Acho que, no fundo de seus corações,
os caras queriam ser homens e assumir o papel de herói, mas eles estragavam tudo.
Eram os caras que sabiam que suas namoradas desejavam ser confortadas ou
conquistadas, e assim — querendo fazer o que eles sabiam que elas esperavam —
diziam às garotas que as amavam ou faziam outras promessas românticas, e o
relacionamento ficava íntimo demais. Na maioria das vezes, era a garota errada. Os
casos mais afortunados se desfaziam em lágrimas após um ano; outros se
transformaram em caso para os tribunais.
Outro amigo realmente gostava de uma garota que era alguns anos mais nova do que
ele. Ela era descontraída e atraente, e incitou nele o desejo de ser “o herói”. Bem,
assim que começaram a namorar, ela começou a agir... diferente. Ela enlouqueceu
totalmente após alguns dias, literalmente perseguindo-o e enviando mensagens a cada
hora para saber onde ele estava, tentando controlá-lo. Ela parecia ser maravilhosa, mas
acabou revelando que tinha muitos problemas ocultos, que se manifestaram assim que
ele se aproximou. Finalmente, ele rompeu com ela.
Acho que a maioria dos caras quer conhecer a resposta à grande pergunta referente
às mulheres: O que, diabos, está acontecendo?
Exatamente. É a mesma pergunta que ainda atormenta homens que têm o
dobro de sua idade.
A resposta é simples e profunda: você é um homem, ela é uma mulher,
vocês têm uma história. Vocês são irresistível e inexplicavelmente atraídos
uns pelos outros por um campo de força para um mundo estranho que contém
os êxtases do Éden e o desespero do inferno. Esse é o bê-á-bá do amor.
Não estou tentando ser espertinho; estou falando sobre a verdade nua e
crua. Quando o amor é bom, ele é maravilhoso. O mundo inteiro parece
brilhar sob a luz de um lindo sol. Quando o amor se torna ruim, a escuridão
encobre o resto de sua vida. Ele eclipsa seu coração durante muito tempo.
40. Mas, evidentemente, fomos criados para o amor. Ele é muito mais importante
do que dinheiro, do que a carreira, e até mais do que seu chamado. O amor é
literalmente a batida do coração do universo. Santiago aprende que era “[...] a
linguagem que todos na terra eram capazes de entender em seus corações. Era
o amor. Algo mais antigo do que a humanidade, mais velho do que o
deserto.”[14]
Então, vamos deixar três coisas bem claras desde o início:
Primeiro, é claro que você quer namorar. Nada neste planeta é capaz de
reduzir um homem a uma tigela de pudim quanto a presença de uma mulher
que o atrai. A feminilidade é um remédio poderoso. Vá e tente ler um livro na
praia; a distração é muito forte. Não é só a testosterona e o desejo de passar
seus genes adiante — isso é apenas outro exemplo de como o Mundo tenta
estragar algo lindo com suas “explicações” científicas. Os atrativos femininos
são mágicos, meu filho. Nos primórdios da nossa história, em meio a um
sono encantado, a mulher foi extraída das nossas costelas, e nós nunca mais
nos recuperamos. Procuramos pela deusa perdida durante nossa vida inteira.
Você precisa se reconciliar com o seguinte fato: somos assombrados por Eva.
Segundo a vontade de Deus. O cara que alega que não está sendo assombrado
ou matou sua alma ou tem outras questões que precisa resolver em sua vida.
“Não é bom que o homem esteja só”, ou seja, sem mulher — não é bom
agora nem jamais foi. Alguns poucos podem ser chamados para viver uma
vida no celibato, mas a maioria de nós foi chamada para passar o resto de sua
vida com uma mulher.
Em segundo lugar: é claro que isso nos deixa confusos. Você tem mais em
comum com um porco-da-terra do que com as filhas de Eva. Encontrar uma
garota é como receber o Código de Hammurabi com a ordem de decifrá-lo.
Na verdade, isso é uma boa notícia — você não é apenas um idiota, o “cara
ignorante”. Deus criou Eva como um mistério. Que maravilha! Por mais
frustrante que esse mistério possa ser, você não ficará entediado após duas
semanas. Justamente quando acha que conseguiu decifrar as mulheres ou uma
mulher específica, ela o surpreende com algo completamente novo. O
relacionamento com uma mulher sempre nos deixará atentos. Isso é bom e é
uma das razões pelas quais o sexo após uma briga pode ser tão selvagem.
Quando tudo se torna previsível, o homem começa a olhar para o jardim do
vizinho.
Agora, ao dizer que ela é um mistério, não estou dizendo que ela esteja
41. “para sempre além da sua compreensão”. De forma alguma. O amor deve
observar seu funcionamento. Existe uma razão. Os caras leem manuais sobre
motores de motocicletas e comércio on-line, mas nunca leem um artigo sobre
o sexo feminino. Não seja um desses tolos. O amor funcionará bem melhor se
você aprender algo sobre o coração feminino.
Por fim, você não vai querer brincar com isso. Não aqui, não na arena do
amor. Não existem exercícios leves aqui, não é um campo de treinamento.
Alguém vai se machucar, e essas feridas podem ser devastadoras. Não existe
namoro por diversão. Amar uma mulher é como descer uma queda d’água
num caiaque — você não vai querer cometer erros. Quando tudo está bem
com Eva, o amor é glorioso. Mas existem muitos casais divorciados neste
mundo que tropeçam pela vida como vítimas de um acidente terrível e que se
perguntam o que deu errado. O amor importa. Corações humanos importam.
Com cada ano que nos aproximamos da idade adulta, as apostas se tornam
cada vez mais altas.
Agora que você já se encontra na Fase do Guerreiro Amante, tenho certeza
de que já está sentindo a pressão para não errar no amor.
Comecei a sentir essa pressão no último ano de faculdade. Todas as piadas sobre “
faculdade de casamento” e “aliança na primavera” estavam nos atingindo mais do que
queríamos admitir. Pode parecer tolo, mas eu conhecia muitos rapazes que ficaram
deprimidos porque estavam encerrando seu tempo de faculdade e ainda não tinham
namorada. Esse medo se ligava, provavelmente, à suposição tácita de que encontrar
alguém, principalmente a garota certa, é bem mais difícil no mundo lá fora. Nem
sempre um cara deseja conhecer uma garota num bar, porque isso supostamente
revela algo sobre o tipo de garota que ela é, mas nós não estávamos andando em
círculos enquanto podíamos encontrar inúmeras garotas “certas” por qualquer motivo.
Depois, há o medo do compromisso. Um dos meus amigos mais próximos faz parte
do grupo de jovens que está assustado com a geração do divórcio que tantos dos meus
colegas têm como pais. Nossos pais — ou os amigos dos nossos pais ou os pais dos
nossos amigos — não tiveram que lutar pela sobrevivência numa selva ou durante a
invasão de uma praia; tiveram que lutar nos tribunais. Agora, seus filhos não querem
nem ouvir falar em casamento. E por que deveriam? O medo os afasta dos
relacionamentos tanto quanto um coração partido.
E já que estamos falando sobre razões para não se envolver num relacionamento:
Um rapaz deve se sentir firme e resolvido antes de ir atrás de uma garota? Seguir uma
carreira e conquistar segurança financeira parece lhe fornecer um solo firme, mas
quando é que isso acontece? Daqui a dez anos? Vinte? Isso jamais acontecerá?
42. Segundo o centro de pesquisas Pew, a geração do novo milênio se casa mais tarde. [15]
Por outro lado, parece-me que casais cristãos estão se casando mais cedo. O que resta
são dois grupos de colegas diferentes: um adia o casamento para depois dos trinta
anos, o outro se casa no primeiro final de semana após a formatura.
Quando sabemos que o amor é real e não apenas uma quedinha? Como nos
aproximamos com firmeza de uma mulher — e quando?
É como começar tudo de novo, desde o início, quando você conhece alguém. É um
processo desgastante descobrir o bastante sobre ela para saber se você deve pedi-la em
namoro; é cansativo redefinir como o namoro deveria ser e depois saber até onde levá-
lo antes de pular no navio e partir rumo ao pôr do sol — e você espera que este não te
leve ao fim do mundo. As apostas parecem ser cada vez mais altas quanto mais velho
você for.
Tenho um amigo chamado Derek. Ele foi para a América do Sul como professor de
inglês após sua formatura. Enquanto estava lá, conheceu uma linda mulher da Nova
Zelândia, que também era professora. Eles se apaixonaram rapidamente, mas, como
ela já havia se comprometido a iniciar um programa de pós-graduação naquele
outono, decidiram não levar o relacionamento adiante, e, quando seus contratos se
esgotaram, cada um seguiu seu caminho. Bem, quando Derek voltou para casa, ele
sofreu uma crise no sótão da casa do seu irmão e não saiu dali durante meses.
Conversei com ele recentemente. Ele finalmente conseguiu se erguer e começou a
trabalhar numa fazenda no meio do nada; ele me parecia tão infeliz quanto no dia em
que saiu do avião.
Agora chegamos à essência da questão. Por isso, devemos fazer um
pequeno intervalo; precisamos interromper a conversa, porque tocamos num
ponto crítico. Estamos tentando responder perguntas sobre o amor sem
resolver antes uma questão mais profunda e bem mais urgente: identidade —
saber quem somos, não só como seres humanos, mas como homens. Eva vai
colocar você à prova, como você já descobriu. Até você encontrar uma
resolução, uma firmeza interior, as tempestades do relacionamento vão ficar
jogando você para todos os lados como um barquinho de brinquedo, e talvez
afundem seu navio, como aconteceu com seu amigo Derek. Vamos deixar o
amor e o romance de lado por um instante e falar um pouco mais sobre por
que os homens não se sentem como homens na presença das mulheres.
43. CAPÍTULO 4
MUDANDO O ROTEIRO PELO QUAL VIVEMOS
“E o que te interessa se eu for apenas uma garota? Você provavelmente é apenas um
garoto; um garoto comum e rude — provavelmente um escravo que roubou o cavalo
do seu mestre.” [...]
“Por que você não diz logo que você acha que não sou bom o bastante para você?”,
respondeu Shasta.
C. S. Lewis, O cavalo e seu menino
Fui eu quem escolhi a minha faculdade; reconheço que sou o único que pode colher os
frutos que semeei ali. E não foram todos bons. Após frequentar o ensino médio numa
escola pública, a transição para uma faculdade cristã foi um choque cultural tão
grande quanto para a garotada que seguiu o caminho inverso. Eu sabia que queria
estudar mais a fundo a minha fé, e o campus era lindo, mas tive grandes dificuldades
para me adaptar à nova cultura. Eu me senti como se tivesse sido transportado para o
reino de Oz.
Apesar de assinar um contrato que me obrigava a respeitar os “padrões comunais”
— um belo eufemismo para regras desmancha-prazeres — eu fui pego fumando meu
cachimbo no campus. Fui pego várias vezes entrando de fininho no final do culto
obrigatório, tentando ganhar presença após dar uma volta pela multidão e sair por
outra porta. Escrevi um ensaio exacerbado que deveria elogiar o “feminismo cristão”,
mas que focou no problema de obrigar-nos a elogiar um ponto de vista com o qual não
concordávamos. (Eu defendi o igualitarismo ou algo parecido.) Recebi nota 8 por me
afastar do tema.
Dancei. Bebi. Se o dia estava lindo, matava as aulas e ia para a praia.
Você não precisa ser muito esperto para saber o que aconteceu; eu me meti em
encrenca. Rapidamente conheci a “alavanca” motivacional que aquela faculdade
favorecia: a vergonha. A vexação acadêmica era usada por professores e colegas para
44. combater o fraco desempenho — na verdade, para combater qualquer coisa abaixo de
um desempenho “exemplar”. Parecia que minha faculdade era um lugar onde se
reuniam os melhores alunos do país. O envergonhamento espiritual era aplicado pela
comunidade cristã com narizes empinados ou, pior, na forma de uma abordagem
sincera do líder espiritual que vinha oferecer “aconselhamento”: “Você acha que isso
é coisa que um cristão faria, Sam? É isso o que Jesus faria?” Blá, blá, blá.
O engraçado é que eu os condenava por me tratarem de acordo com a forma com
que eu me apresentava a eles. Uma expressão que ouvi com frequência durante meu
tempo na faculdade era: “Ah Sam, você é um perdedor tão amável.” Eu era charmoso,
de forma que as pessoas não ficavam chateadas ou decepcionadas comigo por muito
tempo, mas eu sabia disso, e eu sabia também que eles me viam como a piada que eu
sentia que era, por isso continuei a me comportar dessa forma.
Em todo caso, comecei a me sentir rodeado pela vergonha, pela decepção e pela
reprovação. Quando certo número de pessoas lhe diz que você é de tal maneira, você
começa a acreditar nelas. Eu escrevia na faculdade, mas apenas durante os últimos três
semestres, e, mesmo assim, eu escrevia e coeditava apenas uma página do jornal
estudantil — uma página sarcástica, humorística e rebelde. Confesso que adoro ser um
rebelde; esse espírito lutador existe em mim por uma boa razão. Mas as aspirações da
rebeldia daquela página não eram nobres. Eu escrevia a partir da identidade que
tinham me dado, e eu me irritava com ela, o que gerou muitos trabalhos vaidosos e
mordazes, dos quais não me orgulho.
Quando me formei, tinha certeza de que não teria futuro como escritor, apesar do
fato de continuar a sonhar com isso.
A identidade é como a rotação da terra — você nunca percebe que ela o
arrasta consigo, mas a todos os momentos você está se movimentando a
1.673 quilômetros por hora. É uma força poderosa. Não podemos viver além
da forma como nos vemos. Quando o mundo nos entrega um roteiro, quando
nos encontramos repetidamente em determinado papel, precisamos de uma
força quase sobrenatural para escapar de sua força gravitacional. Esses
roteiros nos são dados por muitos círculos — família, “amigos”, um
treinador, uma igreja, nossa cultura. Na verdade, nunca me preocupei muito
com o resto — com aquilo que a comunidade teria chamado de “agir
impulsivamente” ou de “viver a sua fase rebelde”. Eu sabia que era sua forma
de lidar com o sufoco religioso, e, francamente, isso é mais saudável do que
obedecer todas as regras, permitir que o legalismo imponha suas visões falsas
de Deus e da vida cristã. Jesus não era exatamente o maior fã do povo
religioso. Mas os efeitos cumulativos da vergonha me doeram no coração,
45. porque eu sabia que, a despeito de sua força, eles desgastariam você. Eles
desgastam todos nós.
John Watson, o pastor escocês, disse: “Seja gentil, pois cada homem está
travando uma batalha difícil.”[16] Essa era a sua — a batalha pelo seu
coração. A luta para permanecer leal a Jesus e, ao mesmo tempo, jogar a
religião pela janela do segundo andar. A batalha de perseverar em meio à
crítica e permanecer fiel a seu desejo de escrever. A luta para se agarrar às
verdades mais importantes de sua vida — a verdade de que o coração é e
sempre será central, o gerador da energia de vida dentro de nós. “Acima de
tudo”, disse o homem mais sábio da história, “guarde o seu coração, pois dele
depende toda a sua vida” (Provérbios 4:23).
Acho que isso é verdade para a maioria das faculdades, mas a minha realmente
priorizava (leia-se: idolatrava) a mente. Eu tinha muitos amigos queridos que
encontravam sua autoestima no desempenho acadêmico, o que então se transformou
numa pressão para ter um bom desempenho sempre. Foi um turbilhão que levou
consigo os melhores e do qual poucos conseguiram escapar. Ninguém lhes dizia que
seus corações eram importantes. Ninguém sabia dizer isso. Portanto, você não deve
ficar surpreso ao ouvir que, em vez de cultivar um coração vivo, a mente reinava toda
poderosa, como devoradora de tudo.
Fiquei chocado quando os poderes acima mencionados me nomearam conselheiro
estudantil em meu último ano de faculdade. Mas eu tinha um dom de lidar com as
pessoas, e senti que podia ajudar os estudantes mais novos a se adaptarem ao sistema
depois de tudo que eu havia experimentado. Eu disse aos meus supervisores que, no
que dizia respeito aos meus estudantes, seus corações importavam mais para mim do
que a observação da lei ao pé da letra. Provavelmente foi desnecessário anunciar isso,
mas eu sabia o que era importante. Como contracultura, creio que consegui
desenvolver relacionamentos mais profundos com os meus homens do que aqueles
conselheiros estudantis que se viam apenas como “executores da lei”. E os corações
daqueles jovens precisavam de muita atenção.
Um dos rapazes era muito passional — amava a igreja que ele frequentava, amava
as pessoas à sua volta e se empenhava com tudo naquele mundo. O fato triste é que,
em seus relacionamentos, ele sempre se metia em situações difíceis. Em algum lugar
dentro dele existia muita raiva e um disco arranhado que repetia em sua cabeça algo
como “você não vale muito”, o que acabou afetando a forma como ele se relacionava
com as pessoas e investia seu tempo. Isso destruiu muitas amizades e queimou muitas
pontes. Infelizmente.
Outro rapaz era a atração das festas, era muito divertido estar com ele, porque ele
possuía uma sensibilidade social que transformava tudo que fazia em algo muito legal.
46. Certa vez, saímos para tomar café, e ele compartilhou comigo a dor e a tristeza que
viviam dentro nele, como a família havia sido destruída pela morte de seu irmão,
como ele achava que ninguém o conhecia de verdade nem se importava em perguntar.
Sua fachada de alegria e descontração era seu mecanismo para lidar com sua crença
verdadeira num mundo horrível repleto de tristeza. E daí se eles tinham ótimas notas?
Suas vidas eram trágicas.
É simplesmente impossível negligenciar o coração e sair ileso. A mente é
um instrumento lindo, que devemos desenvolver durante toda a vida e não só
durante os anos de faculdade. Mas Deus nos deu a mente para proteger o
coração, não para traí-lo. Como disse Walker Percy: “Você pode tirar nota 10
em tudo e mesmo assim estragar sua vida.”[17]
Por isso, sugiro que reflitamos sobre a identidade e o coração por um
momento. Todos os homens, jovens ou velhos, têm dentro de si um desejo
ardente de validação. Esse desejo não será negado. Buscamos legitimação em
todos os lugares, e aprendemos rapidamente o que o mundo recompensa, o
que ele condena, com o que ele não se importa. Assim, os atletas buscam sua
validação na rapidez, na força e na vitória, enquanto os estudantes se dedicam
a redações, exames e notas altas. O “líder espiritual” se alimenta dos elogios
que recebe, e dedica sua alma e seu coração àquela dança, enquanto os
garotos “maneiros” andam descalços e não cortam o cabelo. Todos estamos
procurando a mesma coisa.
Quando um jovem não sabe quem ele é e do que é feito, resistir àqueles
“roteiros” é tão inútil quanto resistir à gravitação. “Vejamos — preciso lavar
a roupa, sair de carro e — ah é, acho que vou voar um pouco mais tarde.”
A despeito do meu amor pelo teatro, eu desisti dele completamente e aceitei
um emprego no mundo das grandes corporações aos vinte e poucos anos,
principalmente porque achava que não conseguiria chegar ao nível do teatro
profissional. Eu era bom, mas será que eu era bom o bastante? Eu ansiava ser
reconhecido pelos homens mais velhos da empresa para a qual trabalhava, e
quanto mais recompensavam minhas conquistas, mais eu me entregava ao
carrossel do mundo corporativo. Camisas da Brooks Brothers, pastas da
Tumi, o pacote inteiro. Não que haja algo de errado em querer uma vida
nesse mundo, contanto que esse seja o seu chamado. No meu caso, minha
vida se apoiava completamente numa autoimagem falsa — eu estava
47. simplesmente vivendo por algo que os outros aprovavam, faminto pela
validação masculina.
Mas essa autoimagem falsa — mesmo quando ela é construída sobre algum
dom genuíno — nunca resolverá a questão em seu íntimo. A coisa horrível de
correr atrás de validação por meio de dinheiro, trabalho ou mulheres é que
você nunca pode diminuir seus esforços; você precisa continuar batalhando
para não cair da escada.
Mas aqui está você — assumindo um risco enorme ao voltar a escrever para
que o mundo inteiro o veja. Como você explica isso?
Eu me sinto como se ainda estivesse no meio do processo. Quando me formei, eu
estava perdido. Evidentemente, muitos estudantes se sentem perdidos após a
formatura, mas eu realmente não fazia ideia de para onde ir. Não me sentia confiante
como escritor, apesar de ter sido essa a meta que eu havia perseguido durante quatro
anos. Por isso, pedi a alguns amigos que me ajudassem a orar por orientação. Tudo
indicava que as coisas não seriam tão simples assim. Após meses de estancamento
espiritual, vi apenas duas possibilidades: Deus simplesmente não vai me revelar “o
plano” ou Deus quer que eu faça outra pergunta. Optando pelo caminho otimista —
que Deus realmente fala e não me abandonou — meus amigos perguntaram a Deus
sobre o que ele estava querendo falar em relação à minha vida.
Dessa vez, ele respondeu imediatamente: identidade.
Meus amigos sentiram, corretamente, que Deus estava querendo rever o modo como
via a mim mesmo. Após vencer a decepção de que Deus não me ofereceria um mapa
para os próximos anos da minha vida, perguntei para onde isso estava indo. A resposta
dos meus amigos: “Bem, como é que você vê a si mesmo, Sam?” “Isso é fácil”,
pensei. “Eu sou um perdedor, uma ovelha negra, um marginalizado. No melhor dos
casos, sou o Dharma Bum de Jack Kerouac — um andarilho que não consegue
encontrar seu lugar no mundo, à procura de respostas, um homem irresponsável e
malcompreendido, que não tem para onde ir nem nada a conquistar.”
Hoje, isso parece patético. Mas eu acreditava naquilo e estava pensando em pegar
minha mochila e viajar pela Europa durante alguns anos vivendo uma aventura sem
rumo — como Dharma Bum. Perdido, mas cool. Eu estava vivendo a identidade que
recebera na faculdade.
“OK, entendi. E agora?” perguntei. Oramos e perguntamos a Deus o que ele achava
de mim, e um dos meus amigos arregalou os olhos e começou a falar sobre O cavalo e
seu menino, de C.S. Lewis. “Este é você! Você é Shasta!” Levei um tempinho para
entender o que ele estava insinuando. Naquela história maravilhosa, o protagonista é
um garoto chamado Shasta. Ele fugiu do pescador cruel que o criou, e em algum
momento de sua viagem, Shasta — juntamente com seu cavalo falante — cruza o