2. Objetivo
Proporcionar aos participantes, noções
básicas da prática ergonômica e sua
importância como ferramenta na
prevenção do surgimento de doenças
relacionadas ao trabalho na empresa.
1
2
3
4
5
6
2
3. Programa
• Definição e Conceito de Ergonomia;
• LER/DORT;
• Princípios de Biomecânica e sua Aplicação Em Ergonomia;
• Prevenção dos Distúrbios Músculo- esqueléticos dos
Membros Superiores;
• A Análise Ergonômica do Trabalho (AET);
3
4. O que é Ergonomia ?
A palavra “Ergonomia” é derivada das palavras
gregas:
ERGO= Trabalho e
NOMOS= Leis naturais.
“Leis naturais do trabalho”.
4
5. Trabalho (português), travail (francês) –
Origem no latim tripallium :
instrumento de tortura destinado a domesticar
seres humanos para o trabalho.
- Na Grécia e Roma Antiga: o trabalho era
reservado aos escravos.
- Para os Hebreus - trabalho visto de forma
menos indigna - missão sagrada para a expiação
do pecado original.
5
6. Definição de Ergonomia
6
Uma das suas definições mais técnicas é:
“Disciplina científica que trata da compreensão das
interações entre os seres humanos e outros elementos de
um sistema, e a aplicação de teorias, princípios, dados e
métodos ao projeto a fim de otimizar o bem estar
humano e o desempenho global dos sistemas.”
IEA – Associação Internacional de Ergonomia;
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia).
7. De uma forma mais simples pode-se dizer que:
“Ergonomia é a adaptação do trabalho às pessoas,
aliando conforto e produtividade”.
7
8. De maneira geral, os domínios de especialização
da ergonomia são:
1. Ergonomia física: está relacionada com às
características da anatomia humana,
antropometria, fisiologia e biomecânica em sua
relação a atividade física.
Os tópicos relevantes incluem o estudo da
postura no trabalho, manuseio de materiais,
movimentos repetitivos, distúrbios
músculo-esqueletais relacionados ao trabalho,
projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.
8
9. 2.Ergonomia organizacional: concerne à
otimização dos sistemas sócio técnicos, incluindo
suas estruturas organizacionais, políticas e de
processos.
Os tópicos relevantes incluem comunicações,
projeto de trabalho, organização temporal do
trabalho, trabalho em grupo, projeto
participativo, novos paradigmas do trabalho,
trabalho cooperativo, cultura organizacional.
9
10. 3. Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos
mentais, tais como percepção, memória,
raciocínio e resposta motora conforme afetem as
interações entre seres humanos e outros
elementos de um sistema.
Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga
mental de trabalho, tomada de decisão,
desempenho especializado, interação homem
computador, stress e treinamento conforme
esses se relacionem a projetos envolvendo seres
humanos e sistemas.
10
11. Origens da Ergonomia
A ergonomia tem sua gênese no momento em
que o homem primitivo criou sua primeira
ferramenta rudimentar valendo-se de sua
intuição criativa e movido pela necessidade de
garantir sua sobrevivência.
11
12. Ossos de animais, pedras afiadas, lanças, arcos,
flechas e machados são os antepassados das
modernas ferramentas hoje utilizadas pelo
homem, ainda com o mesmo objetivo: garantir a
sobrevivência.
Agora através do trabalho e não mais disputando
a caça e os abrigos com outros predadores.
12
13. Foi durante a Segunda Guerra Mundial, que se
situou oficialmente o surgimento da ergonomia
de forma sistematizada.
A partir da necessidade de solucionar os
problemas de inter-relação entre o homem e os
equipamentos militares é que um grupo de
pessoas especializadas como médicos,
psicólogos, engenheiros, etc. foi reunido.
13
14. Em 1949 esses grupos reuniram-se em Oxford, na
Inglaterra, e fundaram então a Ergonomic
Reseach Society (Sociedade de Pesquisas
Ergonômicas).
Assim, a ergonomia tem um caráter
multidisciplinar e se apoia em várias áreas do
conhecimento:
14
16. Área de atuação da ergonomia
A área atuação dos ergonomistas é uma área de
atrito entre:
Empresas que buscam sempre maiores ganhos de
produtividade para assegurar sua manutenção...
X
As exigências sociais dos trabalhadores que tem
o direito a condições dignas de trabalho,
segurança e garantias de saúde ocupacional e
também de desenvolvimento pessoal.
16
17. Equilibrar essas exigências antagônicas não é
tarefa das mais fáceis e nessa tarefa é
importante que ergonomistas, engenheiros de
produção, analistas de métodos, engenheiros de
segurança do trabalho, supervisores e todos os
envolvidos no desenvolvimento de sistemas
produtivos tenham em consideração que, para
quantificar a carga de trabalho atribuída a um
individuo ou grupo, é necessário que se leve em
consideração...
17
19. O posto de trabalho é a menor unidade produtiva
de um sistema, relaciona o homem e seu local
de trabalho. Fábricas e escritório são formados
por vários postos de trabalho que se
inter-relacionam, são interdependentes. Dessa
forma, para que o sistema (fábrica ou escritório)
funcione de forma satisfatória é preciso que os
postos de trabalho também funcionem dessa
forma.
19
20. Para isso, vários cuidados precisam ser tomados
quando se faz o projeto do local de trabalho
pois,
“O dimensionamento correto do posto de
trabalho é uma etapa fundamental para o bom
desempenho da pessoa que ocupará este posto. É
possível que essa pessoa passe várias horas ao
dia, durante anos a fio, sentada ou de pé neste
posto. Qualquer erro cometido neste
dimensionamento pode, então, submetê-la a
sofrimentos por longos anos” (Lida, 1990).
20
22. LER/DORT
22
LER/DORT 2ª. CAUSA DE
AFASTAMENTO NO BRASIL
A cada 100 trabalhadores de SP, um sofre de
LER
Data: 13/12/2012 / Fonte: Portal Nacional de Seguros
23. Segunda causa de afastamento do trabalho no
Brasil, somente nos últimos cinco anos foram
abertas 532.434 CATs (Comunicação de Acidente
de Trabalho) geradas pelas LER / DORT — sem
contar os trabalhadores que pleiteiam na Justiça
o reconhecimento do nexo causal, em milhares
de ações movidas em todo o País.
As LER / DORT atingem o trabalhador no auge de
sua produtividade e experiência profissional.
Existe maior incidência na faixa etária de 30 a 40
anos, e as mulheres são as mais atingidas.
23
24. Segundo o INSS, as LER/DORT no Brasil foram
inicialmente descritas como tenossinovite
ocupacional, das quais foram apresentados casos
verificados em lavadeiras, limpadoras e
engomadeiras, durante o XII Congresso Nacional
de Prevenção de Acidentes de Trabalho, em
1973.
24
25. Em 1990, foram editadas medidas preventivas,
através da Portaria nº 3.751, do Ministério do
Trabalho, que alterou a NR17 ( Norma
Regulamentadora nº 17), e atualizou a Portaria
nº 3.214/78.
O ato normativo em questão abordou vários
aspectos das condições de trabalho que
propiciavam o aparecimento das LER/DORT,
aconselhando a adequação ergonômica dos
postos de trabalho e pausas para descanso em
determinadas atividades.
25
26. O INSS, em 1993, publicou uma revisão de suas
normas sobre LER, ampliando o conceito até
então aceito e reconhecendo na etiologia da
doença, além dos fatores biomecânicos, os
fatores relacionados à organização do trabalho.
Essas normas foram substituídas, em 1998, pela
Ordem de Serviço INSS/DSS nº 606/98.
Recentemente, a OS nº 606/98 foi revisada pela
Instrução Normativa nº 98, de 5 de dezembro de
2003.
26
27. O que são as LER/DORT ?
Por LER (Lesão por esforço repetitivo)/DORT
(Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao
Trabalho)* entende-se um conjunto de síndromes
(quadros clínicos, patologias, doenças) que atacam
os nervos, músculos e tendões, juntos ou
separadamente.
* Terminologia adotada pelo INSS
27
28. São resultado:
• da combinação da sobrecarga das estruturas
anatômicas do sistema osteomuscular;
• com a falta de tempo para sua recuperação e
• têm seu surgimento relacionado a condições
de trabalho inadequadas.
28
29. Tanto a utilização excessiva de determinados
grupos musculares em movimentos repetitivos ,
como a permanência de determinados segmentos
do corpo em uma mesma posição por período de
tempo prolongado, podem ocasionar a
sobrecarga que permite o aparecimento das
LER/DORT.
Fatores emocionais, tais como a tensão imposta
pela organização do trabalho e a necessidade de
concentração, também interferem de forma
significativa no aparecimento da síndrome.
29
30. Quais os principais sintomas das LER/DORT?
O sintoma mais frequente e característico das
LER/DORT é a dor, que de início se manifesta de
forma lenta. Porém, após algum tempo, torna-se
intensa e contínua, prejudicando a produtividade
e o sono do trabalhador.
Em virtude dos sintomas, as LER/DORT
costumam ser classificadas em diferentes graus.
30
31. É importante que o trabalhador conheça as
características da doença em cada estágio, pois
a cura depende do diagnóstico precoce e do
efetivo tratamento.
São os seguintes os sintomas verificados em cada
fase:
31
32. GRAU 1: sensação de peso e desconforto no
membro afetado. Dor espontânea no local, às
vezes com pontadas ocasionais durante a jornada
de trabalho, as quais não chegam a interferir na
produtividade.
Essa dor é leve e melhora com o repouso. Não há
sinais clínicos.
32
33. GRAU 2: dor mais persistente e mais intensa.
Aparece durante a jornada de trabalho de forma
contínua.
É tolerável e permite o desempenho de
atividade, mas afeta o rendimento nos períodos
de maior esforço.
33
34. GRAU 3: A dor torna-se mais persistente, forte e
tem irradiação mais definida. O repouso em
geral só diminui a intensidade, nem sempre
fazendo-a desaparecer por completo.
Aparece mais vezes fora da jornada,
especialmente à noite. Perde-se um pouco a
força muscular e há queda de produtividade, ou
a impossibilidade de executar a função.
34
35. GRAU 4: Dor forte, contínua, por vezes
insuportável, levando a intenso sofrimento. A
dor se acentua com os movimentos,
estendendo-se a todo o membro afetado. Dói até
quando o membro estiver imobilizado.
A capacidade do trabalho é anulada e a invalidez
se caracteriza pela impossibilidade de um
trabalho produtivo regular.
35
36. Biomecânica
Como qualquer máquina o corpo humano
necessita de energia para trabalhar.
Podemos comparar os músculos aos motores uma
vez que eles produzem movimento.
O combustível que alimenta os músculos vem dos
alimentos que comemos e do oxigênio que
respiramos.
36
37. Os músculos são tecidos que se caracterizam por
ampla flexibilidade, por contração e
alongamento de suas células. Tais células são
especialistas em retirar energia química
proveniente dos alimentos que ingerimos e
transportada pelo sangue, transformando-a em
energia mecânica.
37
38. O trabalho produzido pelos músculos é
possibilitado pela vaso-irrigação que lhes garante
a devida alimentação, mas dentro de
determinadas condições.
Enquanto o músculo estiver trabalhando, ele
deve ser constantemente abastecido de alimento
e oxigênio pelo fluxo sanguíneo.
O sistema circulatório retira das células os
produtos indesejados do metabolismo (toxinas
como o ácido lático).
38
39. A contração dos músculos recebe duas
classificações básicas:
• Contração Isotônica ou DINÂMICA: o tamanho
do músculo é alterado, mas não há aumento de
tensão em sua parte interna. Exemplo: Fletir o
antebraço sobre o braço.
• Contração Isométrica ou ESTÁTICA: ocorre o
contrário, ou seja, não é alterado o tamanho do
músculo, mas há um aumento de sua tensão
interna. Exemplo: Sustentar uma carga com a
mão, enquanto o braço permanece estendido.
39
40. Tal classificação é muito importante, pois as
diferentes contrações implicam num consumo
variável de oxigênio pelo músculo.
Assim, a contração DINÂMICA implica em maior
consumo de oxigênio, mas possibilita um fluxo
sanguíneo facilitado aos tecidos musculares, pois
neste tipo de contração, há períodos
intercalados de contração e relaxamento dos
músculos.
40
41. Já na contração ESTÁTICA, há um aumento de
pressão muscular externa sobre as artérias e
vasos capilares, deixando-os parcial ou
totalmente fechados, diminuindo muito o fluxo
sanguíneo, e sem que haja relaxamento durante
a atividade.
Cada fibra muscular aperta a fibra vizinha,
reduzindo, assim, o fluxo . Com esta diminuição
do fluxo sanguíneo, a taxa de oxigênio nos
tecidos cai e, ao mesmo tempo,
41
42. aumenta a taxa de ácido lático, que é
responsável por dores musculares. Dependendo
do tempo de duração da contração, para
realizar-se a atividade, haverá também a
presença de ESPASMOS MUSCULARES, que
prejudicam a precisão dos trabalhos.
42
Fibra
muscular
Vaso
Capilar
44. O trabalho dinâmico
É aquele que permite contrações e relaxamentos
alternados dos músculos, como na tarefa de
martelar, serrar, girar um volante ou caminhar.
O trabalho estático
É aquele que exige contração contínua de alguns
músculos, para manter uma determinada
posição. trabalho estático é altamente fatigante
e, sempre que possível, deve ser evitado.
44
45. Principais características da biomecânica do ser
humano
1. O ser humano tem pouca capacidade de
desenvolver força física no trabalho.
O sistema osteomuscular do ser humano o
habilita a desenvolver movimentos de grande
velocidade e de grande amplitude, porém contra
pequenas resistências. Essa característica é uma
decorrência direta do tipo de alavanca
predominante no sistema osteomuscular.
45
46. Alavanca de 1º. Grau
(Interfixa)
46
O apoio encontra-se entre a força e a
resistência.
Produz maior velocidade e pouca força.
Ex: Tríceps
Alavanca de 2º. Grau
(Interpotente)
A força encontra-se entre e o apoio e a
resistência.
Ex: Bíceps
47. 47
Alavanca de 3º. Grau
(Inter-resistente)
A resistência situa-se entre o ponto de
apoio e a força. Produz maior força e
pouca velocidade.
Ex.: Músculos posteriores da perna
48. Outro detalhe muito importante relacionado à
alimentação dos músculos, seja qualquer a
contração por eles apresentada, refere-se à
CARGA HEMODINÂMICA, que é a coluna a ser
vencida pelo fluxo sanguíneo, quando um
membro está elevado.
Um ótimo exemplo é o do braço estendido acima
do nível da cabeça, abduzido sobre o ombro,
desenvolvendo alguma atividade (apertar
parafusos com uma chave combinada, muito
comum para mecânicos embaixo de veículos).
48
49. Com os braços elevados, o fluxo de sangue
encontra enorme dificuldade em subir até a
extremidade (ponta das mãos), resultando em
dormência no braço.
49
50. 2. O ser humano é adaptado a fazer contrações
musculares dinâmicas. É mal adaptado a fazer
contrações musculares estáticas, nas quais
ocorre dor muscular intensa e fadiga precoce,
devido ao acúmulo de ácido lático e outros
metabólitos.
As situações de fadiga por esforço muscular
estático são aliviadas pelo relaxamento do
músculo, durante o qual ocorre fluxo de sangue
e remoção das substâncias tóxicas produzidas
durante o esforço.
50
51. 1. Nunca usar um esforço excessivo sobre o
trabalhador de uma só vez. Procurar, ao
contrário, adaptá-lo gradativamente ao
esforço exigido na tarefa;
51
Em função dessas características, no
aproveitamento racional do ser humano no
trabalho, as seguintes regras devem ser
respeitadas:
52. 2. Garantir a adaptação do automatismo dos
movimentos de forma gradativa,
especialmente em tarefas que exijam
bastante desse automatismo;
3. Praticar a ginástica de aquecimento e de
alongamento ao início de jornadas de
trabalho; enfocar especialmente sobre
aqueles movimentos que serão mais exigidos
durante a atividade;
52
53. 4. Quanto mais frequente é o esforço, menor é a
porcentagem da força máxima que pode ser
usada. Para esforços dinâmicos, aceita-se que
um valor seguro, mesmo para esforços
repetidos frequentemente, é de 1/3 da força
máxima do grupamento muscular.
5. A melhor postura para trabalhar é aquela em
que o corpo alterna as diversas posições:
sentado, de pé, andando.
53
54. Quais são os fatores de risco envolvidos no
desenvolvimento das LER/DORT?
As LER/DORT são multicausais, isto é, na sua
origem não há um único fator de risco envolvido
e, sim, vários fatores que, geralmente, interagem
no local de trabalho.
O que é risco ?
Segundo Cnockaert e Claudon, risco é “o resultado
de um desequilíbrio entre o que se exige que a
pessoa faça e a sua capacidade funcional”.
54
55. A solicitação ao indivíduo é expressa em três
fatores biomecânicos fundamentais:
• Os esforços;
• A repetitividade dos movimentos e
• As posturas .
A capacidade funcional do indivíduo depende:
• De sua condição física;
• Do envelhecimento de seu aparato locomotor;
• Do grau de estresse e do seu estado geral de
saúde.
55
56. Esse conceito pode ser expresso conforme a
Figura a seguir:
56
Esforço
Repetitividade Postura
Solicitação
Capacidade Funcional
Condição
Física
Envelhecimento Estresse
Risco
57. A avaliação dos fatores repetitividade, esforço e
postura são muito importantes para que o risco
de LER/DORT seja quantificado e a partir dessa
quantificação seja possível estabelecer
prioridades nas ações preventivas ou corretivas.
57
58. A repetitividade dos movimentos nem sempre é
definida da mesma forma:
Tanaka e col. dizem que é o número de produtos
similares fabricados por unidade de tempo.
Luoparvi e col. dizem que é o número de ciclos
de trabalho efetuados durante uma jornada de
trabalho.
58
Repetitividade
59. Enquanto que Silverstein e col. consideram
repetitividade elevada quando o tempo de ciclo
é inferior a 30 segundos ou quando mais de 50%
do tempo de ciclo é composto pela mesma
sequência de gestos.
Couto (2002) afirma que a repetitividade é o
principal fator na origem dos distúrbios dos
membros superiores e classifica-a como:
59
60. • Risco muito significativo quando acima de
6.000 repetições por turno de trabalho;
• Entre 3.000 e 6.000 repetições por turno, a
incidência de distúrbios e lesões costuma
ocorrer entre 12 a 20% dos expostos;
• Abaixo de 3.000 ocorre alguma incidência;
• Abaixo de 1.000 repetições por turno os
pesquisadores consideram a exposição como
segura;
60
61. Entretanto, esse limite não se aplica quando,
associado à repetitividade, existem outros
fatores como força excessiva e postura incorreta
dos membros superiores.
61
62. O esforço físico está relacionado ao emprego de
força física na execução das ações. A aplicação
de força principalmente pelos membros
superiores deve ser evitada.
Especialmente críticos são os esforços com a
mão em pinça:
• Lateral;
• palmar e
• pulpar.
62
Esforço
64. 1.Postura estática em geral de qualquer parte
dos membros superiores: leva a prejuízo no fluxo
de sangue para o músculo, com a possibilidade
de ocorrência de acúmulo de ácido lático;
2.Pescoço excessivamente estendido;
3.Pescoço excessivamente fletido;
64
Postura
65. 4.Abdução do ombro: leva a compressão do
músculo supra-espinhoso e também pode levar
ao desenvolvimento de bursite nessa região;
65
66. 5.Desvio ulnar do punho (associado a força);
6.Flexão do punho;
7.Extensão do punho;
66
Neutro
Flexão Extensão
Neutro
Radial Ulnar
67. Nas ilustrações, vemos que as mãos que
aparecem na coluna do meio, em “NEUTRO”,
não apresentam angulação em relação ao
antebraço. Em “FLEXÃO” e em “EXTENSÃO”,
observamos que a mão chegou a um limite a
partir do qual não consegue mais prosseguir.
Para o desvio “RADIAL” e “ULNAR”, acontece o
mesmo. O ângulo de conforto é um ângulo que se
localiza entre o neutro e o limite.
67
68. Estes limites determinam o que chamamos de
“ângulo-limite” de uma articulação e toda vez
que isto acontece, os tendões da região ficam
estrangulados (contra estruturas ósseas da área)
e passam a sofrer atrito.
O resultado final disto é uma inflamação, que
pode limitar-se ao tendão, ou também atingir o
tendão + a bainha sinovial que o recobre.
68
69. Acrescente-se que a força muscular obtida de
uma articulação diminui à medida em que
aumenta-se o ângulo da mesma.
• Em ângulo neutro, a força é de 100%.
• Em extensão, consegue-se apenas 75% de força
na articulação do punho e,
• Em flexão, apenas 45%. Se houver contração
muscular estática, a força no membro cai para
apenas 60%.
69
70. Quando é apenas o tendão que se inflama, temos
a TENDINITE. Quando, além do tendão, também
se inflama a bainha sinovial, temos a
TENOSSINOVITE.
70
Tendão
Bainha sinovial
71. 8.Compressão mecânica das estruturas das mãos;
9. Compressão da estrutura dos antebraços por
mesas ou postos de trabalho dotados de quinas
vivas.
71
72. Principais situações de sobrecarga para a coluna
vertebral
• Levantar, manusear e carregar cargas pesadas
(acima de 25 kg) ou muito pesadas (acima de
40 kg).
• Carregar cargas na cabeça (leva à degeneração
dos discos da região cervical).
• Levantar e manusear cargas distantes do
corpo.
• Levantar e manusear cargas em torção e
flexão do tronco;
72
74. • Trabalhar sentado em situação em que o
tronco fica inclinado para frente ou que a
coluna vertebral fica encurvada — leva a
degeneração precoce dos discos
intervertebrais, por pressão assimétrica sobre
a região do disco.
74
Disco intervertebral
75. Principais situações de sobrecarga relacionadas à
gestão da produção
• Tempo insuficiente de recuperação da
integridade: todas as estruturas do organismo
podem ser recuperar da sobrecarga caso haja
tempo suficiente;
• Fatores da organização do trabalho que
ocasionam sobrecarga:
❑ as horas extras;
❑ dobras de turno;
75
76. ❑ trabalhos aos sábados, domingos e feriados e
❑ demais formas de desorganização do trabalho.
Esses fatores costumam causar sobrecarga e
serem os fatores desencadeantes de alta
incidência de distúrbio.
❑ Fatores psicossociais que acarretam tensão: a
pressão excessiva sobre os trabalhadores e
outros fatores psicossociais faz com que o
trabalhador fique tenso, prejudicando a
recuperação das estruturas.
76
77. • Fatores de anulação dos mecanismos de
regulação vindo com sobrecarga: o principal
deles é a impossibilidade de pausa ao se sentir
cansado.
77
78. Dimensionamento dos postos de trabalho
Em algumas situações, é necessário uma
abordagem mais detalhada da questão
antropométrica, especialmente quando
estiverem envolvidas tarefas diversificadas.
No entanto, a experiência mostra a seguinte
relação de “números mágicos”, extremamente
úteis para o planejamento de postos de trabalho.
78
Antropometria é o estudo das medidas humanas. Estas são muito
importantes na determinação de diversos aspectos relacionados ao
ambiente de trabalho para se manter uma boa postura.
79. Altura de bancadas de trabalho
Tarefas com empenho visual para perto:
Pessoa trabalhando de pé: de 127 a 132 cm (na
dúvida: 127 cm);
Pessoa trabalhando sentada: de 92,5 a 99,5 cm
(na dúvida, 92,5 cm).
79
80. Esforço moderado ou tarefas leves, sem
empenho visual:
Pessoa trabalhando de pé: 109 a 118 cm (na
dúvida, 109 cm);
Pessoa trabalhando sentada: de 73,5 a 78,5 cm
(na dúvida, 73,5 cm).
Esforço pesado: Sempre na posição de pé: 90,5
cm a 99,5 cm (na dúvida, 95 cm).
80
81. 81
Trabalho em pé
Trabalho leve
Trabalho
moderado
Trabalho
pesado
h1 h2 h3
h1= alturas do púbis
h2=altura dos cotovelos
h3=altura do apêndice xifóide/linha
mamilar
82. Distância das áreas de alcance
Objetos a serem pegos frequentemente, estando
na posição sentada:
❑ no máximo 31 cm de distância entre a borda
do posto de trabalho e o ponto de pega do
objeto.
❑ Objetos a serem pegos frequentemente,
estando na posição de pé: 62 cm.
82
31cm
83. Ferramentas manuais
❑ Diâmetro do cabo das ferramentas que exigem
esforço físico:
34 mm para mulheres e 38 mm para homens
(aceitável de 30 a 45 mm).
❑ Operações de precisão: diâmetro de 12 mm
(aceitável de 8 a 16 mm).
83
85. Cadeiras
1. O ASSENTO:
Superfície macia, com revestimento em espuma;
Forração lisa, perfurada;
Borda frontal arredondada;
Altura regulável;
Giratório (sempre que possível).
85
86. 2)O ENCOSTO:
Altura regulável;
Inclinável, conforme movimentos do tronco;
Definição da inclinação (+ ou - ereto, com
trava);
Superfície macia, com revestimento em espuma;
Forração lisa, perfurada;
Espaço livre para a região sacrococigeana.
86
87. Conceito importantíssimo
Nunca projetar um posto de trabalho levando em
conta APENAS o assento (cadeira, banqueta,
etc.). É importante considerar o assento e a
SUPERFÍCIE DE TRABALHO com a qual o assento
está relacionado.
87
88. 88
Tampo de bancada muito alto, ou cadeira muito
baixa. A postura corporal fica forçada, com
braços e ombros elevados e ângulo do joelho
acima da linha das nádegas.
Tampo de bancada e assento da cadeira na relação
adequada, mas se observa a ausência do APOIO
PARA OS PÉS, que estão apenas tocando levemente
o piso. Esta condição inicia um processo de má
circulação sanguínea nas pernas, causando
dormência e dores. Os pés devem estar com toda a
sola “plantada” no piso.
Cadeira muito alta, mantendo uma boa relação entre
ombros e braços e a altura da bancada, mas
oferecendo uma péssima condição para as pernas,
pois os pés estão “flutuando” no espaço. A ausência
do APOIO PARA OS PÉS é mais do que evidente,
provocando esmagamento da parte inferior das
nádegas e coxas, pressão excessiva na dobra inferior
do joelho e falta de circulação sanguínea até os pés.
89. Assento duro: Vejamos, como exemplo, o que
ocorre com a cadeira de madeira. A superfície,
não sendo revestida, produz uma concentração
de pressão sobre a parte inferior da cintura
pélvica, sobre duas tuberosidades localizadas na
base da bacia.
89
90. É que todo o peso do corpo que se encontra
acima da bacia é concentrado nesta região,
apenas sobre dois pontos, sem que haja uma
distribuição da carga sobre uma superfície
uniforme e mais ampla.
Portanto, o assento da cadeira não deve ser
constituído apenas com uma tábua de madeira,
nem receber um revestimento tipo “almofada de
sofá”.
90
91. O ideal é que a estrutura do assento seja em
prancha de madeira moldada e revestida de
espuma com uns 05 centímetros de espessura. A
borda frontal deve ser arredondada. O
dimensionamento das cadeiras deve, desde 1997,
respeitar ao conteúdo da NBR 13962, da ABNT. O
apoio para os pés está previsto na NBR 13965,
que trata de mobiliário para informática. O item
que o especifica é o 4.2.1
91
92. A análise ergonômica do trabalho (AET)
A Norma Regulamentadora 17 do Ministério do
Trabalho (NR17), diz em seu item 17.1.2 que:
“para avaliar a adaptação das condições de
trabalho às características psico-fisiológicas dos
trabalhadores, cabe ao empregador realizar a
Análise Ergonômica do trabalho [...]”.
Ou seja, existe uma exigência normativa para
que a análise ergonômica do trabalho seja feita
pelo empregador.
92
93. Entretanto essa análise traz dúvidas e levanta
controvérsias, pois pode ir de uma análise
extremamente detalhada com pouca aplicação
prática ou, em outro extremo, a uma visão
generalista do sistema produtivo. Tanto uma
visão como a outra podem induzir a erros.
A análise das condições de trabalho é elemento
essencial para o desenvolvimento da Ergonomia -
que, como lembra Fialho & Santos (1997), só
existe se houver uma Análise Ergonômica - e se
93
94. realizada para avaliar o entorno de um posto de
trabalho, com vistas a determinar riscos,
observar excessos, propor mudanças de melhoria
etc.
Couto (1995) recomenda a seguinte metodologia
para a realização da analise ergonômica do
trabalho:
1. Análises qualitativas;
2. Análises quantitativas;
94
95. 3. A análise ergonômica macroscópica que é
uma análise simples, feita andando-se pelo
local de trabalho, com o registro dos
problemas mais evidentes.
4. A análise ergonômica microscópica, por sua
vez, envolve as questões relacionadas ao
trabalho manual e ao método de trabalho.
Nesta fase é importante notar as atitudes do
trabalhador, suas posturas e movimentos do
corpo, cabeça e olhos e suas ações de
comunicação com o grupo.
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96. Há a recomendação pelo autor que se grave um
vídeo da área e posteriormente, se analise as
posturas e ações.
5. A análise dos fatores ocultos consiste em
procurar alguns indicadores que não estão
visíveis na área de trabalho analisada, mas
que refletem diretamente no trabalho
realizado. Por exemplo:
96
97. a) Número de horas-extras;
b) Número de horas-extras/trabalhador/mês;
c) Número de produção x efetivo x horas-extras;
d) Estudo e erros e falhas que estejam
acontecendo;
e) Dados do ambulatório médico
f) Verificação da existência de revezamentos,
pausas e sistemas de descanso;
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98. 6. Os questionários ou check-lists (Listas de
verificação) são indicados pelo autor, pois,
“os questionários ou check-lists tem como
grande vantagem o fato de exigirem que o
observador pesquise todos os itens, o que
equivale a dizer que a chance de algum item
específico ser
A análise através de check list ajuda a
diagnosticar de maneira simples e ordenada os
diferentes fatores de risco existentes e pode
servir como ferramenta preventiva, na medida
98
99. em que sinalizará aquele conjunto de tarefas
com maior risco, ainda na fase de projeto do
processo.
O MOORE-GARG STRAIN INDEX
O Strain Index proposto por Moore e Garg (1995)
que faz uma avaliação semiqualitativa, onde os
fatores:
99
100. i. Intensidade do Esforço;
ii. Duração do Esforço;
iii. Número De Esforços por Minuto;
iv. Postura Mão-Punho;
v. Velocidade do Trabalho e
vi. Duração da Jornada.
São avaliados e a cada um deles é atribuído um
valor índice. Ao final da análise, esses índices
são multiplicados entre si trazendo um valor
final que é assim interpretado:
100
101. • valores abaixo de 3(três) indicam que o
conjunto de tarefas é seguro;
• valores entre 3(três) e 5(cinco), indicam uma
situação duvidosa de risco;
• valores maiores que 5 (cinco) e menores que 7
(sete), indicam que há algum risco e
• valores maiores que 7 (sete) indicam que o
posto de trabalho é positivamente perigoso.
101
103. O ÍNDICE TOR-TOM
O Índice TOR-TOM é uma ferramenta de
avaliação ergonômica proposta pelo Dr. Hudson
de Araújo Couto em 2006 e é uma forma de
quantificar a exposição do trabalhador em
atividades repetitivas, ao invés das formas
tradicionais conhecidas até então, de usar check
lists.
103
104. Segundo Couto (2006), é possível uma definição
relativamente segura usando-se a análise
ergonômica qualitativa, entretanto há um
potencial de incerteza haja vista que essa
avaliação é estruturada basicamente na visão
dos analistas, sendo respeitada pelas gerências,
mas sem dados objetivos.
Essa objetividade é algo de que os gerentes
precisam para ter uma noção clara do que pode
ou não ser feito, do esquema de trabalho que
podem ou não instituir a fim de cumprir seus
104