Este documento analisa como o jornal Zero Hora usa o Twitter para se legitimar institucionalmente em meio à crise de legitimação do jornalismo causada pela desintermediação proporcionada pelas mídias sociais. O estudo faz uma análise de conteúdo das postagens do jornal no Twitter durante a cobertura de um temporal no Rio Grande do Sul para entender como o jornal se apropria das mídias sociais para reforçar seu papel de intermediador entre fatos e público.
As mídias sociais colocando em xeque o monopólio da fala dos grandes veículosFlávia Lopes
No atual ambiente sociotécnico, a informação tem ganhado novos suportes, ocasionando uma mudança de paradigmas na maneira como as pessoas produzem e buscam conteúdo noticioso na atualidade. Hoje não se pode falar em produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, mas como “participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras”. A partir dessa percepção, torna-se oportuno analisar como as ferramentas de mídias sociais, em especial o Twitter, têm atuado na reconfiguração das relações de poder e na mudança do jogo de sentidos no qual imprensa se insere. O monopólio da fala dos grandes veículos parece ter sido colocado em xeque. A partir de casos como “Cala Boca Galvao”, o “erro na publicidade do Extra” e a “fala de Dilma” no Twitter, pretende-se avaliar como a população e mesmo os veículos de comunicação estão tendo a percepção de que “a imprensa está nua”.
Se há 20 anos era possível falar em monopólio da informação por parte do profissional que trabalha com a notícia, hoje essa nem é mais uma questão, especialmente quando se fala em jornalismo online. A internet possibilitou a descentralização e diversificação da produção jornalística e tornou possível a participação colaborativa do leitor, seja no processo de apuração e produção da informação, seja na circulação e recirculação desse conteúdo. Neste contexto, e na perspectiva do gatewatching, as redes sociais, especialmente o Facebook e o Twitter, consolidaram-se como ferramentas complementares ao jornalismo online, capazes de interferir nas práticas e no "fazer jornalístico" e alterar, inclusive, o modo como a notícia é produzida.
As mídias sociais colocando em xeque o monopólio da fala dos grandes veículosFlávia Lopes
No atual ambiente sociotécnico, a informação tem ganhado novos suportes, ocasionando uma mudança de paradigmas na maneira como as pessoas produzem e buscam conteúdo noticioso na atualidade. Hoje não se pode falar em produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, mas como “participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras”. A partir dessa percepção, torna-se oportuno analisar como as ferramentas de mídias sociais, em especial o Twitter, têm atuado na reconfiguração das relações de poder e na mudança do jogo de sentidos no qual imprensa se insere. O monopólio da fala dos grandes veículos parece ter sido colocado em xeque. A partir de casos como “Cala Boca Galvao”, o “erro na publicidade do Extra” e a “fala de Dilma” no Twitter, pretende-se avaliar como a população e mesmo os veículos de comunicação estão tendo a percepção de que “a imprensa está nua”.
Se há 20 anos era possível falar em monopólio da informação por parte do profissional que trabalha com a notícia, hoje essa nem é mais uma questão, especialmente quando se fala em jornalismo online. A internet possibilitou a descentralização e diversificação da produção jornalística e tornou possível a participação colaborativa do leitor, seja no processo de apuração e produção da informação, seja na circulação e recirculação desse conteúdo. Neste contexto, e na perspectiva do gatewatching, as redes sociais, especialmente o Facebook e o Twitter, consolidaram-se como ferramentas complementares ao jornalismo online, capazes de interferir nas práticas e no "fazer jornalístico" e alterar, inclusive, o modo como a notícia é produzida.
Transformações no jornalismo em rede: sobre pessoas comuns, jornalistas e org...Alex Primo
Este trabalho visa debater como o jornalismo em rede tem transformado a produção e circulação de notícias e processos como gatekeeping e agenda setting, a partir da ação
interdependente de pessoas comuns, jornalistas, organizações e tecnologias digitais (como blogs, Twitter, Facebook e Flipboard). Finalmente, faz-se uma análise das interações no aplicativo Flipboard e demonstra-se como elas fomentam a construção do
que chamou de composto informacional midiático.
Medindo influência nas mídias sociais: estudo de caso do Índice TAErika Heidi
Este artigo faz um estudo sobre a influência no contexto das mídias sociais, e desenvolve o estudo de caso da criação de uma medida de influência aplicável ao Twitter, a qual foi denominada "Índice TA" e está disponível online na ferramenta TweetAuditor.in .
Espaços self media de jornalismo em redes sociaisMárcio Coutinho
Este artigo discute o conceito de self media enquanto comunicação alternativa e novo paradigma na difusão de conteúdos e a participação dos consumidores de informação na produção de material informativo em redes sociais. Foi usado como objeto de análise as fanpages sobre bairros do Rio de Janeiro que relatam problemas enfrentados pelos moradores locais e onde os usuários se assumem como produtores de conteúdo. A intenção não será a de ponderar sobre as estratégias discursivas utilizadas neste tipo de mídia e sim o poder de interatividade, influência e a perspectiva de adoção de uma nova forma de jornalismo open source a partir das redes sociais.
Bases de dados como dispositivo para o jornalismo colaborativo Yuri Almeida
Oficina realizada no DCH III, UNEB-Juazeiro para alunos do curso de Jornalismo e Multimeios, no dia 19 de abril de 2017. O evento foi organizado pelos docentes Ms. André Santana e Ms. Ceres Santos, faz parte das atividades das disciplinas, Gestão da Comunicação e Introdução ao Jornalismo.
Este artigo vem fazer uma análise das principais ferramentas de gerenciamento e monitoramento de mídias digitais, como agregador de valor a produtos e serviços, facilitando a gestão dos dados obtidos oriundos destes canais de relacionamento entre empresas “Marcas” e seus usuários “Clientes”.
Discurso e redes sociais: o caso “Voz da comunidadeFlávia Lopes
Na atualidade, a informação tem ganhado novos suportes e modificado a forma como as pessoas produzem e buscam por conteúdo noticioso. As redes sociais introduziram, no atual cenário, novas vozes, que passaram a participar do debate público a partir dos movimentos iniciados nos territórios do ambiente sociotécnico. Por meio
dessas ferramentas, sujeitos evidenciam sua função de autoria, sem intermediários, e acabam sendo “convocados” a participar das discussões. Possibilitadas pelo avanço das tecnologias da sociedade em rede, as mídias sociais
transformaram-se em um novo espaço público de discussão. Nesse contexto, torna-se oportuno investigar a reconfiguração da relação de interlocução entre imprensa e sociedade, com a chega-da desses novos interlocutores.
Para isso, será abordada a repercussão do trabalho de um grupo de jovens durante a ocupação invasão da polícia no
Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, pelo perfil @vozdacomunidade no Twitter.
Manual desenvolvido com intuito de delimitar um padrão na atuação de todas as entidades vinculadas à SES/DF nas mídias sociais, facilitando o intercâmbio de informações entre as unidades de saúde e a secretaria para agilizar a entrega da informação à população, por meio dos ambientes interacionais online.
As Eleições 2010 em 140 caracteres: O Twitter como ferramenta de comunicação ...Cinthia Mendonça
A presente monografia traz como estudo as técnicas utilizadas pelos principais candidatos – José Serra e Dilma - à presidência do Brasil nas eleições corridas no ano de 2010 no âmbito da rede social Twitter. Sendo o Twitter uma rede social recente, porém muito utilizada por pessoas que possuem grande influência sobre a massa da população; ela se torna uma grande ferramenta para entender a relação entre candidatos à eleição e eleitor, bem como analisar que tipo de comunicação política foi aplicada e qual a linguagem utilizada. A pesquisa foi feita em dois momentos, o primeiro através de leituras doutrinárias relacionadas ao Twitter, à comunicação e à política. O segundo se deu a partir das análises dos Twitter de Dilma e Serra no período de 06 de julho de 2010 a 03 de outubro de 2010. A importância do tema examinado é grande, uma vez que ainda não se tem muitos estudos sobre o Twitter como ferramenta de comunicação política, já que se trata, como foi dito anteriormente, de uma rede social com pouco tempo de uso.
A comunicação organizacional as redes sociais afetos e imagemMargareth Michel
O artigo tem como objetivo refletir sobre a comunicação praticada pelas organizações no mundo contemporâneo, globalizado, no qual o conhecimento e a comunicação são rapidamente compartilhados por meio das tecnologias disponíveis. Trabalha-se o referencial teórico existente na área da comunicação organizacional, abordando brevemente seu histórico e desenvolvimento, refletindo sobre a relevância da comunicação interna e externa e da utilização das tecnologias, da internet às redes sociais, bem como os desafios envolvidos frentes às emoções e afetos presentes no ambiente virtual e sua relação com a organização. Dão suporte ao estudo exploratório uma pesquisa quantitativa e referencial teórico embasado em autores reconhecidos nas áreas abordadas.
A Comunicação Organizacional, as redes sociais e as fan pages – o caso “Dove ...Margareth Michel
o trabalho reflete sobre a comunicação das organizações no mundo contemporâneo,
globalizado, em que conhecimento e comunicação são compartilhados por meio das
tecnologias disponíveis, levando em conta muitos desafios: agregação de emoções e afetos à
memória organizacional/institucional. Busca saber como lidam com as redes sociais e seus
desafios, entender a importância das fan pages para o contexto da organização e para sua
imagem. Trabalha o referencial teórico na área da comunicação organizacional, vinculada à
utilização das tecnologias, da internet às redes sociaise às fan pages. Constitui-se numa
pesquisa exploratória, documental e descritiva. Dão suporte ao estudo exploratório o
referencial teórico embasado em autores reconhecidos nas áreas abordadas e pesquisa
realizada nas redes sociais.
Artigo CONSAD 2014 - Mídias Sociais Como Recurso Para o Governo Eletrônico: O...Marcelo Veloso
Artigo que apresenta uma avaliação do estágio atual da utilização das mídias sociais pela administração pública brasileira. Demonstra ainda algumas possibilidades de serviços a serem desenvolvidos a partir dessas plataformas, que possam fomentar o fortalecimento da participação cidadã, com estímulo à interação e à discussão dos problemas enfrentados pelo cidadão. Publicado nos anais do VII Congresso Consad de Gestão Pública, realizado em Brasília/DF em Mar/2014.
Transformações no jornalismo em rede: sobre pessoas comuns, jornalistas e org...Alex Primo
Este trabalho visa debater como o jornalismo em rede tem transformado a produção e circulação de notícias e processos como gatekeeping e agenda setting, a partir da ação
interdependente de pessoas comuns, jornalistas, organizações e tecnologias digitais (como blogs, Twitter, Facebook e Flipboard). Finalmente, faz-se uma análise das interações no aplicativo Flipboard e demonstra-se como elas fomentam a construção do
que chamou de composto informacional midiático.
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Espaços self media de jornalismo em redes sociaisMárcio Coutinho
Este artigo discute o conceito de self media enquanto comunicação alternativa e novo paradigma na difusão de conteúdos e a participação dos consumidores de informação na produção de material informativo em redes sociais. Foi usado como objeto de análise as fanpages sobre bairros do Rio de Janeiro que relatam problemas enfrentados pelos moradores locais e onde os usuários se assumem como produtores de conteúdo. A intenção não será a de ponderar sobre as estratégias discursivas utilizadas neste tipo de mídia e sim o poder de interatividade, influência e a perspectiva de adoção de uma nova forma de jornalismo open source a partir das redes sociais.
Bases de dados como dispositivo para o jornalismo colaborativo Yuri Almeida
Oficina realizada no DCH III, UNEB-Juazeiro para alunos do curso de Jornalismo e Multimeios, no dia 19 de abril de 2017. O evento foi organizado pelos docentes Ms. André Santana e Ms. Ceres Santos, faz parte das atividades das disciplinas, Gestão da Comunicação e Introdução ao Jornalismo.
Este artigo vem fazer uma análise das principais ferramentas de gerenciamento e monitoramento de mídias digitais, como agregador de valor a produtos e serviços, facilitando a gestão dos dados obtidos oriundos destes canais de relacionamento entre empresas “Marcas” e seus usuários “Clientes”.
Discurso e redes sociais: o caso “Voz da comunidadeFlávia Lopes
Na atualidade, a informação tem ganhado novos suportes e modificado a forma como as pessoas produzem e buscam por conteúdo noticioso. As redes sociais introduziram, no atual cenário, novas vozes, que passaram a participar do debate público a partir dos movimentos iniciados nos territórios do ambiente sociotécnico. Por meio
dessas ferramentas, sujeitos evidenciam sua função de autoria, sem intermediários, e acabam sendo “convocados” a participar das discussões. Possibilitadas pelo avanço das tecnologias da sociedade em rede, as mídias sociais
transformaram-se em um novo espaço público de discussão. Nesse contexto, torna-se oportuno investigar a reconfiguração da relação de interlocução entre imprensa e sociedade, com a chega-da desses novos interlocutores.
Para isso, será abordada a repercussão do trabalho de um grupo de jovens durante a ocupação invasão da polícia no
Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, pelo perfil @vozdacomunidade no Twitter.
Manual desenvolvido com intuito de delimitar um padrão na atuação de todas as entidades vinculadas à SES/DF nas mídias sociais, facilitando o intercâmbio de informações entre as unidades de saúde e a secretaria para agilizar a entrega da informação à população, por meio dos ambientes interacionais online.
As Eleições 2010 em 140 caracteres: O Twitter como ferramenta de comunicação ...Cinthia Mendonça
A presente monografia traz como estudo as técnicas utilizadas pelos principais candidatos – José Serra e Dilma - à presidência do Brasil nas eleições corridas no ano de 2010 no âmbito da rede social Twitter. Sendo o Twitter uma rede social recente, porém muito utilizada por pessoas que possuem grande influência sobre a massa da população; ela se torna uma grande ferramenta para entender a relação entre candidatos à eleição e eleitor, bem como analisar que tipo de comunicação política foi aplicada e qual a linguagem utilizada. A pesquisa foi feita em dois momentos, o primeiro através de leituras doutrinárias relacionadas ao Twitter, à comunicação e à política. O segundo se deu a partir das análises dos Twitter de Dilma e Serra no período de 06 de julho de 2010 a 03 de outubro de 2010. A importância do tema examinado é grande, uma vez que ainda não se tem muitos estudos sobre o Twitter como ferramenta de comunicação política, já que se trata, como foi dito anteriormente, de uma rede social com pouco tempo de uso.
A comunicação organizacional as redes sociais afetos e imagemMargareth Michel
O artigo tem como objetivo refletir sobre a comunicação praticada pelas organizações no mundo contemporâneo, globalizado, no qual o conhecimento e a comunicação são rapidamente compartilhados por meio das tecnologias disponíveis. Trabalha-se o referencial teórico existente na área da comunicação organizacional, abordando brevemente seu histórico e desenvolvimento, refletindo sobre a relevância da comunicação interna e externa e da utilização das tecnologias, da internet às redes sociais, bem como os desafios envolvidos frentes às emoções e afetos presentes no ambiente virtual e sua relação com a organização. Dão suporte ao estudo exploratório uma pesquisa quantitativa e referencial teórico embasado em autores reconhecidos nas áreas abordadas.
A Comunicação Organizacional, as redes sociais e as fan pages – o caso “Dove ...Margareth Michel
o trabalho reflete sobre a comunicação das organizações no mundo contemporâneo,
globalizado, em que conhecimento e comunicação são compartilhados por meio das
tecnologias disponíveis, levando em conta muitos desafios: agregação de emoções e afetos à
memória organizacional/institucional. Busca saber como lidam com as redes sociais e seus
desafios, entender a importância das fan pages para o contexto da organização e para sua
imagem. Trabalha o referencial teórico na área da comunicação organizacional, vinculada à
utilização das tecnologias, da internet às redes sociaise às fan pages. Constitui-se numa
pesquisa exploratória, documental e descritiva. Dão suporte ao estudo exploratório o
referencial teórico embasado em autores reconhecidos nas áreas abordadas e pesquisa
realizada nas redes sociais.
Artigo CONSAD 2014 - Mídias Sociais Como Recurso Para o Governo Eletrônico: O...Marcelo Veloso
Artigo que apresenta uma avaliação do estágio atual da utilização das mídias sociais pela administração pública brasileira. Demonstra ainda algumas possibilidades de serviços a serem desenvolvidos a partir dessas plataformas, que possam fomentar o fortalecimento da participação cidadã, com estímulo à interação e à discussão dos problemas enfrentados pelo cidadão. Publicado nos anais do VII Congresso Consad de Gestão Pública, realizado em Brasília/DF em Mar/2014.
E-government and social media: The role of social media in government!Rui Miguel
Este relatório enquadra-se na unidade curricular de Tecnologias e Sistemas de Informação no Governo (TSIG) do 4º ano do Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação (MIEGSI) lecionado na Universidade do Minho.
Irá ser discutida e analisada a questão, “E-government and social media: The role of social media in government!”
Inicialmente vamos perceber o que são os media sociais, e de que forma estão a gerar uma revolução na forma como comunicamos e interagimos com os outros, os conceitos de e-government e Web 2.0 serão abordados, vamos perceber a importância destas ferramentas para os governos e quais as suas principais limitações e implicações. Vamos tentar responder à questão: quem utiliza os media sociais? E por fim será analisado o panorama no nosso país, o nosso governo utiliza os media socias? Como? E para que fim?
O julgamento do mensalão e as redes sociais de interpretação. Pistas para uma...claudiocpaiva
Na sociedade midiatizada a experiência política não desapareceu; transfigurou-se. O fenômeno da internet e das redes sociais forjaram uma nova ambiência comunicacional em que os atores-em-rede, e-leitores, a partir de uma cognição coletiva conectada articulam novos agenciamentos ético-políticos, virando do avesso a concepção e a própria atividade política. Este texto apresenta elementos para uma compreensão das notícias acerca do chamado “julgamento do mensalão”, em que as relações entre mídia e poder se mostram em toda sua complexidade. Observamos a sua projeção no contexto do ciberespaço, um ambiente que pulsa permanentemente, num presente contínuo, agregando diferentes linguagens e sensibilidades, e cuja forma e sentido solicitam novos parâmetros de interpretação. Neste sentido propomos algumas pistas para um exercício de interpretação, uma hermenêutica da comunicação compartilhada, que possa desvelar o significado do “julgamento do mensalão” nas redes sociais.
O artigo relaciona a consolidação da Internet e das suas potencialidades com a
emergência de um novo tipo de interação dos públicos com as mídias. A partir da Web
2.0, entendida como marco de uma maior participação dos cidadãos no espaço público
em que tem se configurado a Internet, diversos meios de comunicação tradicionais
abriram-se à utilização de ferramentas que possibilitam produções colaborativas
Artigo sobre Redes Sociais na Internetisisnogueira
O presente trabalho foi desenvolvido para ser entregue a Disciplina História da Comunicação das Faculdades Integradas Ipitanga.
http://isisnogueiras.blogspot.com/
Comunicação Pública e Qualidade no Gasto Público – Uma abordagem da cobertura...Diane Lourenço
Monografia que concorreu ao prêmio Tesouro Nacional de monografias (2009) organizado pela ESAF, com a pesquisa de graduação: “Comunicação Pública e Qualidade no Gasto Público – Uma abordagem da cobertura jornalística, no caso do cartão corporativo e o papel do Portal da Transparência”. Apresenta uma reflexão sob a ótica da comunicação pública, da eficiência e eficácia das informações contidas no Portal e o impacto nas publicações do Correio Braziliense e Folha de S. Paulo. Apresentou leituras críticas sobre temas como: comunicação pública, esfera pública, accountability da comunicação, agenda setting, responsabilidade social e jornalística da mídia e seleção da notícia.
As mulheres no jornalismo esportivo no rio grande sulMargareth Michel
O artigo é uma síntese de um trabalho de conclusão de curso e aborda a presença das profissionais
mulheres no jornalismo esportivo de televisivo no Rio Grande do Sul, e tem como objetivos analisar as causas
que levaram um campo teoricamente dominado pelos homens, a despertar o interesse das profissionais de
comunicação a ponto de levá-las a beira de um gramado (situação recorrente nos últimos anos); e resgatar a
participação e contribuição da mulher no jornalismo de forma geral, e no esporte gaúcho, levantando a questão
da existência de preconceito nas relações de trabalho (mulher jogadora, comentarista, repórter, árbitra); para
em seguida, descrever parte do mercado da comunicação esportiva na TV do Rio Grande do Sul, enfocando
ainda as profissionais gaúchas que estão em outros centros do país e questionar a histórica “guerra dos sexos”
evidenciada no tema futebol: “mulher não entende de futebol”. O referencial teórico do trabalho está
ancorado em autores reconhecidos nesta área teórica, como Alves (1984), Maciel (1995), Coelho (2004,)
Teixeira Jr (2006) e Barbeiro & Rangel (2006), entre outros.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
As mulheres no jornalismo esportivo no Rio Grande do SulMargareth Michel
O artigo é uma síntese de um trabalho de conclusão de curso e aborda a presença das profissionais mulheres no jornalismo esportivo de televisivo no Rio Grande do Sul, e tem como objetivos analisar as causas que levaram um campo teoricamente dominado pelos homens, a despertar o interesse das profissionais de comunicação a ponto de levá-las a beira de um gramado (situação recorrente nos últimos anos); e resgatar a participação e contribuição da mulher no jornalismo de forma geral, e no esporte gaúcho, levantando a questão da existência de preconceito nas relações de trabalho (mulher jogadora, comentarista, repórter, árbitra); para em seguida, descrever parte do mercado da comunicação esportiva na TV do Rio Grande do Sul, enfocando ainda as profissionais gaúchas que estão em outros centros do país e questionar a histórica “guerra dos sexos” evidenciada no tema futebol: “mulher não entende de futebol”. O referencial teórico do trabalho está ancorado em autores reconhecidos nesta área teórica, como Alves (1984), Maciel (1995), Coelho (2004,)
Teixeira Jr (2006) e Barbeiro & Rangel (2006), entre outros.
Trabalho de conclusão de curso (jornalismo) sobre os movimentos organizados através das redes sociais, visando uma maior participação na gestão pública.
Semelhante a Transformações no processo de legitimação do jornalismo (20)
BARICHELLO, E.M.M.R.; CARVALHO, L.M. O Twitter como medium-ambiência mcluhaniano: o processo de apropriação dos interagentes na mídia social digital. In: VIZER, Eduardo (org). Lo que Mc Luhan no previó. Buenos Aires: Ed. La Crujía, 2012. ISBN 978-987-601-177-8
LEGITIMAÇÃO INSTITUCIONAL DO JORNALISMO INFORMATIVO NAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS: estratégias emergentes no conteúdo de Zero Hora no Twitter
Dissertação de Mestrado - 2011- PPGCOM/ UFSM
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ILetras Mágicas
Sequência didática para trabalhar o gênero literário CORDEL, a sugestão traz o trabalho com verbos, mas pode ser adequado com base a sua realidade, retirar dos textos palavras que iniciam com R ou pintar as palavras dissílabas ...
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfenpfilosofiaufu
Caderno de Resumos XVIII Encontro de Pesquisa em Filosofia da UFU, IX Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU e VII Encontro de Pesquisa em Filosofia no Ensino Médio
Transformações no processo de legitimação do jornalismo
1. Jornalismo e Mídias Sociais Digitais: transformações no processo de legitimação
institucional no serviço de micromensagens Twitter1
Eugenia Mariano da Rocha Barichello2
Luciana Menezes Carvalho3
Resumo: A crise de legitimação que atinge as instituições sociais na atualidade afeta
diretamente o jornalismo, que tem na intermediação seu principal papel institucional. O
cenário das mídias sociais digitais amplia esse processo. Este trabalho realiza uma análise de
conteúdo para identificar possíveis transformações no processo de legitimação institucional
do jornalismo nas mídias sociais digitais. Faz-se uma análise das postagens do jornal Zero
Hora no site de micromensagens Twitter na cobertura de um acontecimento para
compreender como o campo institucional se apropria da mídia social para se legitimar
perante o público e a sociedade.
Palavras-Chave: Estratégias de legitimação. Jornalismo. Mídias sociais digitais.
1. Introdução
O processo de legitimação institucional do jornalismo tem sido ancorado,
historicamente, em seu papel de intermediação, que o faz ser reconhecido socialmente como
meio entre os fatos e o público e intermediário no processo de seleção das informações. A
internet e as tecnologias digitais tornaram possível que um grande número de pessoas
passasse a produzir, distribuir e comentar conteúdo próprio ou de terceiros. Tal transformação
ocasiona uma crise no papel das instituições de mediação, dentre elas o jornalismo.
Essa possibilidade de acesso direto à informação por parte dos atores sociais
representa uma crise de legitimação às instituições que têm a mediação como papel central,
como é o caso do jornalismo. A popularização recente das mídias sociais digitais, com a
ampliação da participação dos usuários das tecnologias digitais, reforça este cenário.
São exemplos de sites de mídia social o Orkut4 (site de rede social), o Facebook5 (site
de rede social), o Youtube6 (site de compartilhamento de vídeos), o Flickr7
1
Trabalho apresentado ao I Colóquio Internacional Mudanças Estruturais no Jornalismo (MEJOR). Brasília,
UNB, 2011.
2
Doutora em Comunicação (UFRJ), professora titular e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em
Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: eugeniabarichello@gmail.com.
3
Jornalista, mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail:
lucianamenezescarvalho@gmail.com.
4
http://www.orkut.com
5
http://www.facebook.com
6
http://www.youtube.com
7
http:www.flikr.com
1
2. (compartilhamento de fotos), o Twitter8 (microblog ou serviço de micromensagens), o
Delicious9 (site de armazenamento de links), cada um com uma função distinta e sendo
apropriados de diferentes formas.
O serviço de micromensagens Twitter10 é uma ferramenta de mídia social que tem
sido apropriada pelos interagentes11 principalmente para busca e disseminação de
informações, além de permitir a conversação e a emergência de redes sociais. Atualmente
com mais de 200 milhões de usuários12, destaca-se pelas possibilidades de uso para fins
informativos, com caráter jornalístico e de relevância social.
O jornal Zero Hora (RS-Brasil) é um dos pioneiros no país a adotar as mídias digitais
como plataforma jornalística, tendo criado o cargo de editor de mídias sociais em 2009 13. A
partir de meados de 2009 intensificou as estratégias no Twitter, dando mais atenção à
interação com a audiência. Com o objetivo de compreender possíveis transformações no
processo de legitimação da instituição jornalística nas mídias sociais digitais, realizamos uma
análise de conteúdo no perfil do jornal Zero Hora no Twitter, a partir da cobertura de um
acontecimento jornalístico - um temporal que atingiu o estado do Rio Grande do Sul (Brasil)
em novembro de 2009.
2 O jornalismo como instituição social de intermediação
Informar a sociedade, operar a mediação da realidade são, desde suas origens, as
principais funções do campo institucional do jornalismo, formado pelas organizações
informativas e os profissionais que nela atuam. Essa perspectiva fundamenta os discursos
legitimadores das organizações noticiosas até hoje.
A linguagem jornalística objetiva e o apelo a diferentes estratégias de reforço de sua
função social de mediação fazem com que o jornalismo seja reconhecido em suas diferentes
manifestações, diferentes suportes, como uma instituição que, apesar de todas as
8
http://twitter.com
9
http://www.delicious.com.
10
http://twitter.com
11
Utilizamos a denominação “interagente” conforme Primo (2003), para o qual o termo é mais apropriado para
definir a ação recíproca entre os atores nas redes digitais.
12
Segundo reportagem do site Tech Crunch, seriam 190 milhões de usuários em junho de 2010 em todo o
mundo, com uma média de 65 milhões de tweets (postagens individuais) diários. Disponível em:
<http://techcrunch.com/2010/06/23/twitter-international-growth/>. Acesso em 23/06/2010.
13
Entre 2009 e 2010 criaram o cargo o norte-americano The New York Times, a Rede britânica BBC, o
paulistano O Estado de São Paulo e o carioca G1 – portal de notícias da Rede Globo. No jornal gaúcho Zero
Hora, o cargo é ocupado pela editora de conteúdo online do veículo, a jornalista Barbara Nickel.
2
3. transformações tecnológicas pelas quais passa, mantém suas principais características e
continua exercendo suas funções centrais junto à sociedade.
Assim se dá seu processo de legitimação desde que foi institucionalizada e tornou-se
predominante a matriz informativa do jornalismo. A noção de mediação, para Guerra (2008),
subentende um duplo papel social que o jornalismo enquanto instituição procura cumprir.
Inclui o papel intermediação, entre os fatos e acontecimentos e a sociedade e, ao mesmo
tempo, a adequação que o pólo emissor, pelo seu aspecto econômico, precisa operar em
relação às expectativas do público (GUERRA, 2008).
O conceito de instituição não se confunde com o de organização, essa entendida como
“(...) uma manifestação empírica daquilo que a instituição determina formalmente”
(GUERRA, 2008, p. 151). A credibilidade que marca a instituição jornalística é conquistada e
mantida ao longo dos anos por meio de uma relação contratual entre cada organização e seu
público, entre cada jornal e seu leitor.
A reafirmação desse papel pelo jornalismo tem como principal objetivo legitimá-lo
socialmente. Por meio de estratégias de legitimação, uma instituição “(...) se reconhece pelo
poder de ocupar o lugar de sujeito de enunciação, como sujeito de um dizer ou fazer,
remetendo à capacidade de impor algo com legitimidade para a sociedade” (BARICHELLO,
2004, p. 72).
De tempos em tempos, são comuns ocorrerem mudanças nos modos de as instituições
se explicarem e se justificarem perante seus públicos, o que ocorre sempre que há uma
transformação de significados ou uma ruptura social, ou mesmo quando uma nova geração
precisa ser instruída a respeito de seu funcionamento. Quanto mais complexa fica a
sociedade, mais problemas de legitimação tendem a ocorrer. É o que ocorre com o atual
processo de liberação do poder de emissão relacionado às possibilidades interativas das
tecnologias digitais de comunicação e informação.
3. Desintermediação e crise de legitimação do jornalismo
O contexto social do processo de desintermediação envolve uma crise nos dispositivos
de legitimação das instituições, operando o que Lyotard (2000) denomina “deslegitimação”.
O autor entende que, na virada do século XX para o XXI houve uma ruptura nos
“metadiscursos de emancipação” que marcaram a modernidade, afetando todos os campos
3
4. sociais e instituições. Com a informatização da sociedade, o saber passa a se exteriorizar,
diminuindo o poder dos experts e diluindo as fronteiras entre os campos.
Hoje, com os intermediários tradicionais tendo seu poder enfraquecido a partir das
práticas descentralizantes das tecnologias digitais, estaria havendo uma exacerbação do
processo de deslegitimação das instituições. É o que Pierre Levy (1998), bem antes do boom
das hoje denominadas mídias sociais, já classificava como processo de desintermediação, um
fenômeno típico da internet.
As mídias sociais representam o principal espaço de abertura e descentralização do
poder de mediação que era monopolizado pelas instituições. Elas promovem a autonomia do
usuário, com redução da necessidade de mediação da mídia tradicional. Com elas, o papel de
representar, de mediar o mundo através da informação, deixa de ser centralizado pelo campo
institucional do jornalismo (SAAD, 2008). Apropriações dessas ferramentas têm mostrado as
possibilidades de usos informativos, para produção e distribuição de conteúdos relevantes,
sem necessidade da intermediação de um jornalista, ampliando as possibilidades que a
internet já trazia em seus primórdios.
Segundo Saad (2008), as mídias sociais estão relacionadas à transformação no papel
do usuário que ocorre na web 2.0. Conforme a autora, neste estágio de maior participação, as
mídias digitais incorporam as principais características da plataforma digital, ou seja, ruptura
do predomínio do pólo de emissão; criação de canais independentes de informação e
conversação; alto grau de envolvimento e personalização pelos usuários; alto grau de
articulação coletiva; concentração em um mesmo ambiente de ferramentas de produção de
conteúdo e participação e diálogo gerando comunicação.
Para Recuero (2008), a web 2.0 reforça o caráter participativo da internet, mas não é
ela que inaugura a mídia social, que já estava de algum modo presente nos primórdios da
internet, com formas menos sofisticadas de interação. Elas reconfiguram a lógica de
comunicação um-todos da mídia de massa, baseada na transmissão e difusão linear de
mensagens, em direção a uma lógica de participação, que pode ser explicada pelo modelo
todos-todos que ocorre nos fluxos da rede.
Ao falar sobre os fluxos de informação na mídia social, Boyd (2010) visualiza uma
mudança de um modelo de distribuição de informações da mídia de massa (broadcast) para
um modelo de disputa por atenção no que ela denomina mídia em rede, relacionada às
possibilidades da web 2.0. A autora defiine o broadcast ou mídia de transmissão como um
4
5. modelo em que todo mundo recebe a mesma mensagem, ao mesmo tempo. Trata-se de um
modelo de fonte única e centralizada de informação, em que as organizações informativas
mantêm controle dos meios de distribuição de informações. Segundo Boyd (2010), um
número cada vez maior de fontes disputam atenção das pessoas nas ultimas décadas, algo que
a internet potencializou, pois suas ferramentas possibilitam que as pessoas criem e
disponibilizem seus próprios conteúdos nas mídias sociais.
Está em jogo uma lógica diferente daquela do jornalismo tradicional, com o antigo
receptor se transformando em usuário ativo com poder de pautar os acontecimentos. No
entanto, em muitos casos são os próprios usuários que noticiam primeiro, “furando” as
tradicionais organizações noticiosas. Isso ocorre especialmente em catástrofes climáticas ou
confrontos de ordem política, em que o acesso dos jornalistas da grande imprensa é
dificultado e as pessoas que estão in loco passam a noticiar por conta própria, mostrando a
força da mídia social na ambiência digital14.
As trocas de informação no Twitter, por exemplo, incluem não só interações pessoais
a respeito do dia a dia dos usuários, mas notícias oriundas dos veículos de imprensa, portanto
não originadas da mídia social. No entanto, mesmo nesses casos, as informações se dão a
partir de outra lógica, em oposição ao modelo de emissão unilateral da mídia de massa. As
informações são passadas adiante, na mídia social, com comentários dos usuários, seja nos
blogs, microblogs ou sites de rede social.
Para assegurar que continuarão tendo justificada sua existência em uma ambiência de
desintermediação e deslegitimação, as organizações marcam presença nas mídias sociais
digitais, onde empregam estratégias para legitimar seu clássico papel de intermediárias junto
aos públicos.
14
Um caso emblemático das possibilidades das mídias sociais para a disseminação de informações por parte dos
usuários é o dos conflitos pós-eleições presidenciais no Irã, ocorridos em 2009. Com os veículos de
comunicação internacionais impedidos de realizar a cobertura e a imprensa local censurada, manifestantes utilizaram o
Twitter e o Youtube para veicular fotos, vídeos e mensagens para revelar ao mundo a violenta repressão da polícia nos
protestos movidos pela oposição que denunciava fraude do pleito. As postagens em sites como o Twitter foram fundamentais
para que as emissoras e jornais pudessem realizar suas coberturas. O episódio ficou conhecido, pelo uso da internet pelos
militantes, como “revolução 2.0”. Também teve impacto primeiro nas mídias sociais a notícia da morte de Michael Jackcson,
fato só depois divulgado pelos veículos tradicionais. Há inúmeros casos em que as informações sobre incêncios, enchentes e
outras catástrofes foram primeiro disseminadas por pessoas comuns (não jornalistas), através da mídia social.
5
6. 4. O processo de legitimação do jornalismo nas mídias sociais digitais
A legitimação é um processo constante de justificação e explicação de uma ordem
institucional. É para buscar ou manter reconhecimento da sociedade que a instituição precisa
de mecanismos de legitimação. A legitimação renova um campo já institucionalizado,
garantindo sua permanência e mantendo coeso um universo de significação. “A função da
legitimação consiste em tornar objetivamente acessível e subjetivamente plausível as
objetivações de ‘primeira ordem’, que foram institucionalizadas” (BERGER e LUCKMANN,
1984, p. 127).
Assim, o jornalismo, por exemplo, quando reforça por meio de seu fazer e de seu
dizer o seu papel social de mediação, de ser um campo informativo que busca a verdade,
mobiliza sobre si mesmo discursos e práticas que atestam, estrategicamente, sua origem
institucional. Esses discursos e práticas fazem parte do processo de legitimação institucional.
As estratégias de legitimação no campo institucional do jornalismo são aquelas que
visam reforçar o seu papel de intermediação. Tratam-se, também, de estratégias de
sobrevivência diante de um cenário de competitividade e aceleração. A própria presença das
organizações informativas nesses espaços pode ser entendida como uma estratégia de
legitimação que tem na visibilidade em um espaço de abertura da rede digital uma de suas
bases. A intermediação que marcou a comunicação de massa é levada para o ambiente
descentralizado da mídia digital, provocando rupturas e adaptações no processo de
legitimação de cada organização jornalística.
A intermediação, na mídia digital, pode ser uma estratégia, de acordo com Saad
(2008, p. 80), para fortalecimento da marca das organizações informativas; está associada ao
oferecimento de conteúdo com credibilidade em um cenário de multiplicidade de oferta, “[...]
ou seja, quem domina a práxis do jornalismo tradicional e seus diferentes gêneros, é que teria
em mãos os instrumentos, as habilidades e as competências para trabalhar nesse novo formato
informativo”.
Visando renovar o processo de legitimação do jornalismo, as estratégias adotadas
pelas organizações informativas passam a envolver um resgate do papel de intermediação do
jornalismo ou, por outro lado, uma renovação desse mesmo papel com a incorporação de
características ou possibilidades das ferramentas de mídia social. Para compreender como se
dá esse processo na prática, realizamos uma pesquisa empírica visando analisar, no conteúdo
6
7. postado na mídia social, as estratégias que a organização jornalística adota objetivando à
legitimação.
5 Procedimentos metodológicos
A presente pesquisa, de caráter qualitativo, é guiada pela metodologia de Análise de
Conteúdo (AC), conforme definida por Bardin (1977). Segundo a autora, o problema, as
hipóteses, objetivos e referencial teórico fazem parte de uma etapa precedente da análise
propriamente dita, que envolve cinco fases: preparação das informações a serem analisadas;
transformação do conteúdo em unidades; classificação das unidades em categorias; descrição
das categorias e inferência ou interpretação. Neste caso, a AC, além de uma metodologia que
envolve todo o trabalho, é uma técnica para compreensão do objeto.
5.1 A importância da informação no twitter
O Twitter é um serviço de micromensagens15 que permite postagens de até 140
caracteres, lançado em 2006 nos Estados Unidos, e que inicialmente propunha aos usuários
responder à pergunta “O que você esta fazendo?”. Como passou a ser utilizado para fins mais
informativos, inclusive jornalísticos, a pergunta inicial foi modificada, em 2009, para “O que
está acontecendo?” 16. No Twitter, o usuário cria um perfil e pode seguir outros perfis com
quem deseja trocar mensagens ou simplesmente acessar as informações postadas, que irão
aparecer em sua timeline.
É possível manter um perfil público, que lhe confere um status de rede social17, ou
protegido, em que as mensagens serão acessadas apenas pelos seguidores com quem o
usuário deseje interagir. É possível enviar mensagens direcionadas a um outro perfil por meio
do sinal de @ (o reply), replicar informações utilizando a sigla RT à frente do nome do
usuário (o retweet) e referenciar ou fazer menção de outros usuários à sua rede (através das
mentions).
15
Também conhecido como microblog, por permitir postagens na ordem de atualização à semelhança dos blogs, porém
limitadas a 140 caracteres, o Twitter é considerado mais recentemente um serviço de micromensagens devido às
apropriações mais comuns que foram dadas pelos usuários (RECUERO e ZAGO, 2009).
16
O co-fundador do Twitter, Biz Stone, disse em entrevista que o objetivo não foi mudar como as pessoas utilizam o serviço,
mas tornar mais claro seu principal uso (http://blog.twitter.com/2009/11/whats-happening.html).
17
Embora esteja sendo usado o conceito de mídia social, entende-se que algumas apropriações desses sites lhes conferem um
status de site de rede social (Recuero, 2009), que é quando eles são utilizados como suporte para as redes sociais, ou seja, são
ferramentas em que se cria um perfil público e se torna pública a rede de amigos ou contatos, sendo permitida a interação.
Nem toda mídia social é apropriada como rede social. E nem toda rede social é uma mídia.
7
8. Uma apropriação importante das possibilidades do serviço é a utilização das hashtags,
palavras antecedidas do sinal sustenido (#), que servem para etiquetar os assuntos no Twitter.
As hashtags facilitam a recuperação das postagens, permitindo que, a partir da ferramenta
“search”, incorporada ao site, sejam acompanhados em tempo real os assuntos tratados pelos
interagentes, permitindo também a conversação. Apesar da limitação a textos de 140
caracteres, é possível enviar links para outros espaços da web, fotos, vídeo e áudio.
Apropriações voltadas para fins informativos, que vinham sendo apontadas pela literatura nos
primeiros estudos sobre o Twitter (JAVA et al, 2007; MISCHAUD, 2007; HONEYCUTT e
HERRING, 2009; RECUERO e ZAGO, 2009) já indicavam o papel da ferramenta na
distribuição de informações jornalisticamente relevantes.
A partir do seu crescimento como espaço de discussão e circulação de informações e
opiniões, as organizações jornalísticas passam a marcar presença no Twitter em busca de
visibilidade, oportunidade de negócios, adequação a um modismo, ou legitimação
institucional. É o caso do jornal Zero Hora, que possui perfil no Twitter desde 2008.
Atualmente, a página do jornal no site possui uma rede de 56.764 seguidores e segue 4.822
perfis18, priorizando a divulgação de manchetes da Zero Hora Online (figura 1) e o
compartilhamento de informações originadas em diferentes canais digitais do Grupo RBS. No
entanto, também há interação com os seguidores, através de retweets e replies, especialmente
em coberturas pontuais, como alagamentos urbanos e caos no trânsito.
Figura 1: Fragmento da página de Zero Hora no Twitter
5.2 O #temporalrs no Twitter de Zero Hora
18
Dados de dezembro/2010.
8
9. A seção “Cartas do Editor” do dia 22/11/2009, na página 02 de Zero Hora, trouxe um
artigo intitulado “Leitores também iluminam a cena”, assinado pelo diretor de redação do
jornal gaúcho, Ricardo Stefanelli. O mesmo texto foi publicado no dia anterior no Blog do
Editor19, espaço editorial de Zero Hora online. Segundo Stefanelli (2009), “Acostumados a
lidar com o público, que cada vez mais ajuda na produção do conteúdo, os veículos da RBS
viveram uma tarde diferente na quinta-feira” (dia 19/11/2009). Naquela data, o que era para
ser mais uma cobertura de temporal no Rio Grande do Sul, teria se transformado na maior
mostra da força das mídias sociais e do poder da participação do leitor no jornalismo para as
equipes do Grupo RBS. Segundo Stefanelli (2009),
(...) eram fotos, vídeos e textos em profusão, delimitando um novo marco na
participação de ouvintes, leitores, internautas e telespectadores. O acesso ilimitado a
novas ferramentas via internet estimulava a interatividade numa forma que nem nós
conhecíamos. Até mesmo Barbara Nickel, editora de Mídias Sociais da RBS, se
surpreendeu com a avalanche de colaboração. (...)
(...) Até a noite daquela quinta, mais de 22 mil pessoas haviam entrado no blog ao
vivo para acompanhar o minuto a minuto e relatar dramas ou buscar de
informações. Até então, a maior participação neste tipo de cobertura ao vivo de
zerohora.com envolvera cerca de 8 mil internautas.
A amplitude da participação teve impacto, também, na cobertura da RBS TV, que
usou, pela primeira vez, vídeos postados no site Youtube20 por internautas dando conta do
que ocorria pelo Estado com a chuva. Um dos vídeos postados por uma leitora registrava o
momento em que o temporal começou a varrer a região, em outro caso havia o registro de um
avião de carga tentando pousar no aeroporto Salgado Filho, quando os ventos atingiam 96
km/h. A voz institucional representada pelo editor mostra a importância que a própria
organização atribui à presença na mídia social e, além disso, à inclusão do leitor na cobertura,
através da participação e da interatividade.
No Twitter, foram 81 posts sobre o temporal no período de um mês, desde que foi
deflagrado o acontecimento. A seleção das unidades a serem analisadas utilizou um critério
semântico, elaborado com base na presença de palavras e termos relacionados ao tema
“temporal no Rio Grande do Sul” (chuvas, ventos fortes, temporal, “temporalpoa”,
“temporalrs”21), ao contexto das mensagens (estragos causados pela chuva, falta de energia
elétrica, problemas na infraestrutura urbana etc) e à questão da participação dos leitores na
19
http://wp.clicrbs.com.br/editor/2009/11/21/leitores-tambem-iluminam-a-cena
20
http://www.youtube.com.br
21
Os termos “temporalpoa” e “temporalrs” aparecem nos posts antecedidos pelo símbolo sustenido (#): #temporalpoa,
#temporalrs, assim como #clima, #chuva, formando as hashtags, que servem para etiquetar os assuntos no Twitter.
9
10. cobertura do temporal (com a presença de termos como “envie alertas”, “mande fotos”,
“colabore”, “participe”).
Levando em conta as características do Twitter e as principais apropriações apontadas
pela literatura, além da natureza do problema e dos objetivos da pesquisa, partiu-se para uma
categorização inicial inspirada em análise de Consoni e Oikawa (2009). No entanto, as
categorias foram adaptadas para se ajustar melhor ao problema em questão. Em relação ao
que denominam como variável uso do Twitter, por exemplo, os pesquisadores da UFRGS
utilizam quatro categorias – “falas diárias, conversação, compartilhamento e notícias”, que
se relacionam aos principais usos do Twitter conforme estudo de Java et Al. (2007). Para o
trabalho aqui relatado, foram reformuladas as categorias para adequá-las aos diferentes usos
dados por Zero Hora ao Twitter. São eles: interpelação, conversação, compartilhamento e
divulgação.
Quadro 1: Principais usos do Twitter por Zero Hora no acontecimento “temporal”
CATEGORIAS CRITÉRIOS Nº UNIDADES PERCENTUAL
INTERPELAÇÃO VERBOS NO IMPERATIVO 14 17%
CONVERSAÇÃO DIRECIONAMENTO A UM 8 9,8%
PERFIL DO TWITTER
COMPARTILHA- REPLICAÇÃO DE 10 12%
MENTO INFORMAÇÃO
DIVULGAÇÃO INFORMAÇÃO PRÓPRIA 49 60%
Fonte: elaborado pelas autoras
Os tweets classificados na categoria interpelação foram selecionados com base na
presença de verbos conjugados no imperativo, como “envie”, “mande”, “colabore”, “assista”,
“participe”, ou que sugerissem um apelo ao leitor para participar da cobertura, como “pode
enviar”. Foram encontradas 14 unidades com estas características, correspondendo a um
percentual de 17% dos tweets relacionados ao temporal. São postagens como esta, do dia
18/11/2009, solicitando a colaboração dos leitores na cobertura:
10
11. zerohora: Ao vivo: acompanhe notícias sobre os estragos provocados pela chuva
no Interior e mande relatos. http://migre.me/bVvy 3:56 PM Nov 18th,
2009 via HootSuite
A categoria conversação é constituída pelos posts que indicam conversa direta com
outro perfil do Twitter, seja leitor, fonte ou jornalista. Outros trabalhos (JAVA et al., 2007)
apontaram a presença do sinal de @ na frente do nome de usuário como marca de
conversação, no entanto não levaram em conta que o @ também aparece quando se replica
uma mensagem (por meio do RT, que é o retweet), conforme alertaram Consoni e Oikawa
(2009, p. 7). Portanto, para se detectar a conversação, foi realizada uma análise global do
tweet para além da mera presença do @ antes do nome de usuário. Assim, apenas 8 tweets do
total que constitui o corpus, ou seja, 9,8% sugeriram pertencer a esta categoria, como é o caso
deste:
zerohora: Obrigada pelas fotos e alertas
@dudupoa @demiandiniz@guirocha @carlosrpetersen @yasminegsantos @paolafr
ancine 1:14 PM Nov 19th, 2009 via HootSuite in reply to dudupoa
Na categoria compartilhamento, entraram os tweets que indicavam que ZH estava
replicando à sua rede de followers uma mensagem recebida de outrem (do Twitter ou não). A
presença da sigla RT também não deu conta de todas as unidades, caso de informação
replicada que fosse de uma fonte externa ao Twitter. Ao todo, 10 posts (12% do corpus)
entraram nesta categoria de análise, como o seguinte:
zerohora: RT @CEEE_IMPRENSA: A energia já foi restabelecida aos
consumidores da CEEE na Zona Norte de Porto Alegre. Técnicos avaliam o
problema. 8:44 PM Nov 25th, 2009 via HootSuite
Por fim, a categoria divulgação incluiu as unidades de análise em que predominasse a
função meramente informativa, de divulgação de notícias. Esta classificação reuniu a maior
parte dos tweets, com 49 unidades, ou 60% do corpus, como exemplifica essa postagem:
zerohora: #clima Dilma anuncia R$ 162 milhões para auxiliar vítimas de temporal
no RS http://migre.me/cMoT10:59 AM Nov 28th, 2009 via HootSuite
O quadro 1 reúne os dados de modo quantitativo, embora tenho sido feita uma
análise qualitativa de cada tweet, demonstrando um predomínio da estratégia nos usos
informativos, com o reforço do papel de intermediação do campo institucional do jornalismo.
A categorização adotada revelou um uso predominante do Twitter por ZH, na cobertura do
temporal ocorrido no Rio Grande do Sul em novembro de 2009, para fins informativos, com
60% do total de tweets que constituem o corpus relacionado à divulgação de notícias.
11
12. Levando-se ainda em conta que as demais categorias de tweets não deixam de ter
funções informativas, os dados reforçam conclusões de estudos anteriores (JAVA et al, 2007;
MISCHAUD, 2007; HONEYCUTT e HERRING, 2009; RECUERO e ZAGO, 2009) que
mostram a importância da informação no Twitter e confirmam o pressuposto de uso da
informação como estratégia de reforço do papel social de intermediação do jornalismo. O uso
estratégico das práticas interativas, de aproveitamento da participação dos usuários, apareceu
claramente no conteúdo do editorial referenciado anteriormente, confirmando a prática
desenvolvida no Twitter.
A cobertura analisada demonstra que a organização quer marcar presença nesses
espaços da mídia social e desempenhar ali o seu papel social de intermediação, papel que a
torna reconhecida como uma representante do campo institucional do jornalismo e que se
renova, no entanto, a partir da inclusão do leitor na mensagem, aproximando o jornal de uma
conversação, característica das mídias sociais digitais.
Considerações Finais
Neste trabalho, buscamos analisar as estratégias empregadas pelo campo institucional
do jornalismo nas mídias sociais digitais para compreender possíveis transformações no papel
de intermediação do jornalismo. Observamos como o papel de mediação institucional do
jornalismo, baseado na função de intermediação, pode se transformar em um cenário de
mediação descentralizada como o das mídias sociais digitais, e como as características dessas
mídias podem potencializar um processo já em curso de deslegitimação das instituições.
Observamos que a participação das organizações informativas nas mídias sociais
digitais representa, primeiramente, uma presença estratégica em busca da legitimação através
da visibilidade. Estar presente em uma ambiência de mídia social digital é uma forma de
mostrar certa predisposição à abertura e de buscar construir uma imagem de modernidade. No
entanto, as práticas informativas nessas mídias muitas vezes priorizam um modelo de
emissão unilateral, nos moldes do que tradicionalmente faz a mídia de massa. É o que faz a
maioria dos veículos de imprensa que utilizam o Twitter, apropriando-se dele mais como um
suporte para difusão de manchetes e divulgação de links para seus próprios sites, com baixo
aproveitamento das possibilidades interativas desses serviços. As coberturas envolvendo
12
13. tragédias e situações de conflitos urbanos são exceções em termos de prática colaborativa
com inclusão do leitor no processo.
No geral, a empresa informativa apresenta-se, na mídia social digital, como filtro e
atestado de credibilidade das informações que circulam na rede, aproveitando a força de sua
marca conquistada por meio de um contrato que tem na credibilidade seu principal valor para
mostrar que seu papel de intermediação continua tendo importância e talvez até tenha essa
importância aumentada diante de um cenário de desintermediação. Ou seja, em um fluxo
cada vez maior de informações, o interagente precisa de alguns guias que atestem
credibilidade e relevância aos conteúdos jornalísticos.
A partir da reflexão teórica e da análise de conteúdo realizada no Twitter de Zero
Hora, inferimos que o papel social do jornalismo de intermediário entre os acontecimentos e
o público alarga-se, hibridizando-se com as características da mídia social digital. A presença
da conversação, embora ainda sem segundo plano em relação à divulgação de notícias, indica
que transformações estão em curso, talvez ainda em um estágio inicial. Para que seja possível
entender que jornalismo está emergindo, só mesmo ampliando a investigação sobre a relação
entre jornalismo e espaços abertos como o das mídias sociais digitais. A tarefa do campo
acadêmico está apenas começando.
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