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SEMINÁRIOS CIEO 2014
ÉTICA
E COMUNICAÇÃO NO MARKETING
SOCIAL

Ana Cláudia Campos
1
Faro, Março 2014
CONTEÚDOS
PARTE I: ÉTICA E ÉTICA DA COMUNICAÇÃO

PARTE II: ÉTICA E COMUNICAÇÃO NO MARKETING
SOCIAL

2
ÉTICA E ÉTICA DA
COMUNICAÇÃO
PARTE I

3
ÉTICA (1)
“… relativa às normas, valores e crenças
enraizados nos processos sociais e que definem o
correcto (√) e o incorrecto (×) para um indivíduo
ou uma comunidade.”
(Crane & Matten, 2010)

• Ética = Moral
4
Altruísmo
Beleza
Beneficência
Consenso
Liberdade
Conhecimento
Cuidado
Respeito
Justiça
Honestidade
Hospitalidade
Amor
Ordem
Prosperidade
Verdade
Utilidade
Prazer
…

Egoísmo
Fealdade
Maleficência
Dissensão
Opressão
Ignorância
Indiferença
Desrespeito
Injustiça
Desonestidade
Hostilidade
Ódio
Caos
Pobreza
Falsidade
Inutilidade
Dor
5
…
ÉTICA (2)
“… esse saber viver, ou arte de viver.”
(Savater, 1991)

“… a arte do difícil compromisso.”
(Plaisance, 2009)

• Ética = Modo ou forma de vida do indivíduo
6
ÉTICA (3)
“… relativa ao estudo da moral e à aplicação da
razão para elucidar as regras e princípios
específicos que determinam o correcto e o
incorrecto numa dada situação. Estas regras e
princípios são designados teorias éticas.”
(Crane & Matten, 2010)

• Ética = Disciplina filosófica
7
A. Rand
(1905-1982)

Plato
(427 BC-347 BC)

8
FONTES DA ÉTICA (1)

RELIGIÃO
9
FONTES DA ÉTICA (1)

SOCIEDADE(S) E CULTURA

10
EMERGÊNCIA DA ÉTICA (2,3)
“A Ética tem origem na vida quotidiana.”
(Popkin & Stroll, 1956)

11
… i.e. nos dilemas morais que decorrem das
situações particulares da vida dos indivíduos,
das organizações e sociedades e desafiam a
consciência, pessoal e colectiva, reclamando a
necessidade de uma tomada de decisão.

12
Há ética para além do código e da lei
“As inscrições constantes nos
sinais [de trânsito] são escritas em
português, salvo o que resulte das
convenções
internacionais.”
(Código da Estrada, Art.º 6º, 2)
“A sede da pessoa colectiva é a que
os respectivos estatutos fixarem
ou, na falta de designação
estatutária, o lugar em que
funciona
normalmente
a
administração principal.” (Código
Civil Português, Art.º 159 º, 1)

“A lealdade à empresa deve
prevalecer sobre a lealdade
a si próprio.”
“A prática da caridade só se
justifica
moralmente
quando
os
benefícios
revertem em exclusivo a
favor do(s) visado(s).”
“A abnegação dos bens
materiais é o caminho da
felicidade.”

“Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de
qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções
políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.”
(Constituição da República Portuguesa, Art.º 13º, 2)
“Todos devem guardar reserva quanto à intimidade da vida privada de outrem” (Código Civil
Português, Art.º 80º, 1)
“A vida humana é inviolável.” (Constituição da República Portuguesa, Art.º 24º, 1)

13
Entre

O Bem

O Mal

há áreas cinzentas, i.e. para as quais não há
resposta universal e definitiva
14
15
Respeito
Fidelidade

Verdade
Confiança
Liberdade

Transparência
Solidariedade

Justiça

Que valores em
primeiro lugar?
A tomada de decisão envolve escolher a nossa
própria hierarquia de princípios e valores éticos
16
Neste sentido, a Ética
envolve, mais do que a
proposta de enunciados
morais, a deliberação e
justificação da razão
porque, numa dada
situação, devemos
preferir um valor
relativamente a outro.

17
DESENVOLVIMENTO ÉTICO
Aprendizagem social
Relativo ao tempo e espaço (cultura)
Dimensões cognitiva (crenças, princípios) e
afectiva (emoções)
18
ÉTICA DA COMUNICAÇÃO
O Que Significa?

Discussão ou reflexão sobre os princípios e
valores, a conduta correcta e incorrecta
aplicada aos contextos da comunicação
interpessoal e organizacional, por um lado, e do
exercício das actividades profissionais ligadas
aos meios de comunicação, por outro.
19
ÉTICA DA COMUNICAÇÃO
O Que Significa?
“…a essência do pensamento responsável, da
tomada de decisão e desenvolvimento das relações e
comunidades no âmbito dos vários contextos,
culturas, canais e meios de comunicação.”
(National Communication Association)
https://www.natcom.org/

20
ÉTICA DA COMUNICAÇÃO
Porquê?
A comunicação – o uso de recursos disponíveis
para transmitir informação, mobilizar, inspirar,
persuadir, esclarecer, conectar – é uma realização
inerentemente ética.
(Makau, 2009)

21
Envolve escolha e responsabilidade
Todo o acto comunicacional ocorre num
contexto relativamente ao qual existem opções
disponíveis, algumas delas com significado e
implicações éticos.
• Sobre com quem comunicar (alvo)
• Sobre como comunicar (meios)
• Sobre o que se pretende alcançar (fim)
22
Reflecte princípios e valores
Todo o acto comunicacional é permeado pelos
valores do indivíduo, que sancionam ou não os
valores e princípios éticos profissional e/ou
socialmente estabelecidos
• Veracidade?
• Confiança?
• Respeito?
• Transparência?
• …
23
"O discurso é o rosto do espírito.“
(Séneca)

24
Gera efeitos (consequências)
Todo o acto comunicacional gera efeitos no seu
interlocutor/público (receptor), pelo que o seu
significado ético terá de ser observado para além
dos fins ou motivos da comunicação (emissor).
• Danos e benefícios são equacionados tendo como quadro de
referência:
• Valores socialmente apreciados
• Valores individuais
• Valores profissionais
• Consequências expectáveis /desejáveis da comunicação
25
"Pensem que as palavras a que não se
segue nenhuma consequência são ditas
para nada.“
(Demóstenes)

"A acção põe o ardor no trabalho,
mas é a palavra que a suscita.“
(de Gaulle)

26
ÉTICA E COMUNICAÇÃO NO
MARKETING SOCIAL
PARTE II

27
ÉTICA E COMUNICAÇÃO NO MARKETING
SOCIAL (MS)

Marketing Social
Comunicação no Marketing Social
Ética - Porquê?
Valores
Exemplos
28
MS: O Que Significa?
“… é o processo que aplica os princípios e técnicas
de marketing para criar, comunicar e entregar
valor de modo a influenciar os comportamentos do
público-alvo que beneficiam a sociedade (saúde
pública, segurança, ambiente e comunidades) e o
próprio público-alvo.”
(Kotler, Lee, Rothschild, 2006)
29
MS: O Que Significa?

“… é a adaptação das técnicas do marketing
comercial a programas concebidos para
influenciar o comportamento voluntário dos
públicos-alvo a fim de melhorar o seu bem-estar
e o da sociedade de que fazem parte.”
(Andreasen, 1994)
30
MS: O Que Significa?
• O objectivo principal do MS é o bem público ou social
(Andreasen, 1994; Mahesh, 2007) e, neste sentido, visa alcançar
a

manifestação

comportamental

voluntária

necessária

(mudança ou manutenção) para o atingir;
• É levado a cabo por entidades governamentais, organizações
públicas ou privadas sem fins lucrativos, na medida em que
estão implicadas em problemas e questões de interesse público
e que carecem da atenção e envolvimento da sociedade (saúde,
comportamento ecológico, violência doméstica…);
31
32
MS: O Que Significa?
Assim, no MS, o Produto designa-se
PRODUTO SOCIAL
Exs:
• Não consumir tabaco/álcool/drogas
• Usar contraceptivo
• Realizar exame médico regular
• Poupar água
• Reciclar embalagens ou produtos
• Praticar planeamento familiar
• …..
33
34
MS: Especificidades
• Problemas/assuntos do domínio público ou que vêm
a ganha visibilidade pela sua relevância social
• Problemas/assuntos

normalmente

sensíveis

do

ponto de vista moral ou emocional
• Dirigido a uma procura inexistente (indiferente) ou
negativa (adversa)
• Os

benefícios

proclamados

muitas

vezes

são

invisíveis, não garantidos ou tardam a ser notados
35
Produto social “doação de sangue” com
procura inexistente se o público é
indiferente à sua prática

Produto social “não consumir drogas” com
procura negativa se o público é adverso à
sua prática (toxicodependentes)
36
COMUNICAÇÃO NO MS: Sentido Restrito

À semelhança do que sucede com o Marketing
comercial, para o MS, a comunicação é uma das
variáveis do marketing-mix e, por conseguinte, o
conjunto dos instrumentos que se usam para
influenciar o comportamento do público-alvo.

37
COMUNICAÇÃO NO MS: Sentido Restrito

Neste sentido, a comunicação no MS é desenvolvida
em articulação com
O Produto
O Preço
A Distribuição
38
PRINCIPAIS OBJECTIVOS DA
COMUNICAÇÃO NO MS
Gerar consciência, mudar valores
e crenças
Persuadir e motivar
Educar
Facilitar a acção
Reforçar a mudança /manutenção
e relembrar
39
COMUNICAÇÃO NO MS: Sentido Amplo

Em sentido mais amplo, porém, comunicação no MS
refere a transmissão de uma proposta de bem social.

E sob esta perspectiva, ela torna-se uma matéria
de ética por excelência

40
ÉTICA PORQUÊ?

1. Quem decide o que é o bem social?
2. Quais os limites da comunicação e quem os decide?
3. Que valores devem governar a sua comunicação?

41
1. Quem Decide O Que É O Bem Social?

42
Poderão a natureza instrumental do MS e a sua
consequente neutralidade ética deixá-lo à mercê de “bens
sociais” concorrentes, alguns deles “não tão bons assim”?

43
Que visão de bem social deve prevalecer e
qual o papel do profissional de MS na
construção desse bem social?

Apenas o de um técnico executante ou o de
um profissional eticamente orientado?

44
2. Quais os Limites da Comunicação e Quem os
Decide?
Existem? Devem existir? Quem os estabelece?

Que dimensões da natureza humana devem ser
exploradas (cognitiva, emocional) e como?

Que ideias e emoções se aceitam como comunicáveis,
seja através da escrita ou da imagem?

45
Emoções

Crenças e Valores

46
Informação/Apelo

Associação

47
http://www.theonion.com/video/new-antismoking-ads-warn-teens-its-gay-tosmoke,14373/
video 48
http://archives-lepost.huffingtonpost.fr/article/2010/02/19/1949712_les-anti-tabac-naiment-ni-la-cigarette-ni-la-pipe.html

49
Aspectos Discutidos na Literatura
• Assentar a prática numa definição consensual de MS que
estabeleça os limites da sua aplicação (Andreasen, 1994);
• Aprimorar a ética pessoal no sentido de se discernirem as
organizações e indivíduos que solicitam os serviços e
competências do profissional (Andreasen, 1994);
• Assegurar que o comportamento visado no MS pode
ser medido nos seus benefícios para a sociedade (Spotswood et
al., 2012);

• Atender ao nível de consenso social acerca matérias vistas
como bem para a sociedade (Andreasen, 1994; Spotswood et al., 2012);
50
3. Que Valores Devem Governar a Comunicação?
Código de Ética dos Profissionais de Marketing
“Os profissionais do Marketing devem reconhecer
que não servem apenas a sua empresa mas também
a sociedade na criação, facilitação e execução de
transacções eficientes e eficazes que fazem parte do
ambiente económico mais abrangente.”
(AMA)

www.ama.org
https://archive.ama.org/Archive/AboutAMA/Pages/Statement%20of%20Ethics.aspx

51
VALORES

(Evitar o) DANO

Fundamentalmente, definido pela negativa:
‘não-maleficência’ ou ‘não prejudicar os outros’
ou, ainda, ‘evitar fazer mal aos outros’.

52
•

Conceito identificado com ‘ofender o outro’ ou ‘violar
os seus direitos’, implica uma previsão relativa aos
efeitos de uma decisão que possam prejudicar a
integridade pessoal

•

Com base neste valor, um programa de MS deve evitar
acções ou omissões que se presumam danosas para
stakeholders/sociedade,

apelar

a

padrões

de

comportamento ético e exibir respeito pela legalidade
53
VALORES

VERACIDADE → HONESTIDADE → CONFIANÇA
Representa a obrigação de se comunicar a percepção da
verdade, com base em informação disponível, credível e
verificável.
(Adaptado de Makau, 2009)

54
• Com base neste valor, um programa de MS deve
contribuir para o esclarecimento e elevação do
nível de informação e conhecimento da sociedade,
repudiando a mentira, o engano deliberado.
•

Factos, estatísticas e respectivas fontes

•

Visão abrangente e multidisciplinar

•

Consequências ou custos da mudança comportamental

• O agir ético deve assumir o ser humano como
capaz

de

discernimento

e

desenvolvimento

cognitivos, assim como favorável à noção de
verdade

55
"É de bom cidadão preferir as palavras
que salvam às palavras que agradam.“
(Demóstenes)

“Há 3 espécies de mentiras: mentiras,
malditas mentiras e estatísticas.”
(Benjamin Disraeli)
56
VALORES
TRANSPARÊNCIA
“… conduta que presume uma abertura (openness) na
comunicação e responde à expectativa razoável de
uma troca franca (forthright exchange) quando as
partes têm um interesse legítimo (legitimate stake) nas
consequências que se seguem ao envio ou recepção
de uma mensagem.”
(Plaisance, 2009)

57
•

… é deixar claras as nossas motivações, aspirações e
intenções aos outros, para que assim possam, como seres
racionais que são, avaliar as nossas acções e propostas;

•

O agir ético deve assumir o ser humano não como um
meio, mas como um fim em si mesmo. Ao (so)negarmos
informação relevante negamos, a fortiori, a capacidade
racional do Outro, portanto, a sua liberdade de
julgamento;

•

Com base neste valor, um programa de MS deve
comunicar claramente os custos e riscos envolvidos na
mudança comportamental pretendida

58
VALORES
RESPEITO
“… reconhecer a dignidade humana básica de todos os
stakeholders”
(AMA)

“… é uma relação de resposta [face ao Outro] e o discurso
vulgar sobre o respeito identifica alguns elementos-chave
da resposta, incluindo atenção, deferência, juízo,
reconhecimento, valorização e comportamento.”
(Standford Encyclopedia of Philosophy, http://plato.stanford.edu/entries/respect)
59
• O dever fundamental de humanidade obriga ao
reconhecimento da individualidade, da vontade
livre e da racionalidade dos outros;
• Com base neste valor, um programa de MS deve
atender ao relativismo cultural, às sensibilidades
do diferentes stakeholders, evitando a comunicação
assente no estereótipo e preconceito; como base de
legitimação do respeito é aconselhável a adopção
da Regra Dourada

60
VALORES
RESPONSABILIDADE
Relacionada com a noção de liberdade de escolha e
efeitos decorrentes dessa escolha. Nas situações
concretas, a escolha determina-se na primazia que se
dá a um valor/princípio ético relativamente a outro
e que os resultados da acção não são moralmente
indiferentes, sobretudo no que se refere ao impacto
que geram nos alvos da comunicação.

61
•

Com base neste valor, um programa de MS deve
atender às necessidades e vulnerabilidades dos
públicos-alvo, repudiando o uso da coerção;

•

Mais geralmente, está em causa a capacidade de
cumprimento das obrigações sociais para com os
stakeholders, incluindo o meio ambiente

•

No

que

respeita

ao

profissional

de

MS,

a

responsabilidade é tanto maior quanto mais se
reconhece o poder instrumental do marketing na
realização de objectivos
62
VALORES
JUSTIÇA → EQUIDADE
“… engloba um conjunto de ideias e teorias,
incluindo as pretensões de que temos certos direitos,
que estes direitos legais se baseiam numa concepção
e obrigações morais, que de alguma forma a noção de
justiça se relaciona com ideias acerca da equidade,
igualdade, imparcialidade e bem social.”
(Plaisance, 2009)

63
• Com base neste valor, um programa de MS deve
acolher uma visão de equilíbrio entre os interesses de
todos os stakeholders;
• Numa

lógica

de

democracia

representativa

e

partilhada, o MS deve dispor-se a aceitar o sacrifício
do indivíduo ou do seu grupo-alvo em nome do
que a sociedade democraticamente determina ser o
bem social… ou vice-versa!!!
64
VALORES

COMUNIDADE/DEMOCRACIA → CIDADANIA
“… refere-se à rede de indivíduos em relações sociais
uns com os outros que nos ajuda a definir quem
somos, ao mesmo tempo que constitui a base de
acção e expressão de valores e objectivos
partilhados.”
(Plaisance, 2009)
65
• Com base neste valor, um programa de MS carece
de fundamentação na legitimidade política/cívica
para

representar

os

valores

da

maioria

da

comunidade, ou seja, aqueles que essa maioria
considera ser o bem social (perspectiva de inclusão).
• Neste

sentido,

parece

existir

uma

relação

indissociável entre o bem social, democracia e
responsabilidade

social,

residindo

o

valor

instrumental do MS na consolidação desta relação.
66
“Só pode existir uma comunidade global com uma
comunicação global, o que significa algo mais do
que vastas instalações eléctricas espalhadas pelo
mundo. Significa um entendimento comun, uma
tradição comum, ideias comuns e ideais comuns.”
(Robert Maynard Hutchins)

67
EXEMPLOS

68
http://www.wiseuptowaste.org.uk/recycle/why-recycle

69
http://www.youtube.com/watch?v=7Xg-14U0RlM

video

70
71
Programa
governamental para
incentivar os
portugueses ao
consumo de
72
produtos nacionais
73
http://www.steppingstonens.ca/
Desencorajamento da desumanização dos trabalhadores da indústria do sexo

74
Agência publicitária produz video para a THINK!, uma campanha governamental para a
segurança rodoviária dirigida pelo Ministério dos Transportes britânico

http://www.youtube.com/watch?v=lTHeDcvaPfg
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2338000/Shocking-anti-drink-drivingcampaign-scares-pub-goers-simulating-car-crash-complete-fake-blood-toiletmirror.html

video

75
http://www.wimp.com/secretmessage/
Campanha contra a violência infantil (La Fundación ANAR, Ayuda a Niños y Adolescentes
en Riesgo)
video

76
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE
MARKETING
“Os profissionais do Marketing devem reconhecer
que não servem apenas a sua empresa mas
também a sociedade na criação, facilitação e
execução de transacções eficientes e eficazes que
fazem parte do ambiente económico mais
abrangente.”
www.ama.org

(AMA)

https://archive.ama.org/Archive/AboutAMA/Pages/Statement%20of%20Ethics.aspx

77
Referências
Andreasen, A. R. (1994) Social Marketing: Its Definition and Domain. Journal of Public Policy &
Marketing, 13(1), 108-114
Durif, F., Graf, R., Chaput, M.-A., Ducharme, R., Elbakkali, A. (2009) Do Ethics Have a Place in
Marketing? Na Overview of the Last 20 Years. Innovative Marketing, 5(1), 6-15
Ferreira, R. A. (2007) Ética e Deontologia no Fenómeno da Comunicação. Comunicação e
Sociedade, 11, 31-35
Mahesh, P. (2007) Social Marketing: A Communication Tool For Development. International
Marketing Conference on Marketing & Society, 8-10, IIMK
Makau, J. M. (2009) Ethical and Unethical Communication. 21st Century Communication: A
Reference Handbook, Thousand Oaks, Sage, 433-444
Plaisance, P. L. (2009) Media Ethics, Key Principles for Responsible Practice, Sage, London
Savater, F. (1991) Ética Para um Jovem, D. Quixote, Alfragide
Spotswood, F., French, J., Tapp, A., Stead, M. (2012) Some Reasonable but Unconfortable
Questions About Social Marketing. Journal of Social Marketing, 2(3), 163-175
78
Ana Cláudia Campos
acalves@ualg.pt
03.2014

79

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  • 1. SEMINÁRIOS CIEO 2014 ÉTICA E COMUNICAÇÃO NO MARKETING SOCIAL Ana Cláudia Campos 1 Faro, Março 2014
  • 2. CONTEÚDOS PARTE I: ÉTICA E ÉTICA DA COMUNICAÇÃO PARTE II: ÉTICA E COMUNICAÇÃO NO MARKETING SOCIAL 2
  • 3. ÉTICA E ÉTICA DA COMUNICAÇÃO PARTE I 3
  • 4. ÉTICA (1) “… relativa às normas, valores e crenças enraizados nos processos sociais e que definem o correcto (√) e o incorrecto (×) para um indivíduo ou uma comunidade.” (Crane & Matten, 2010) • Ética = Moral 4
  • 6. ÉTICA (2) “… esse saber viver, ou arte de viver.” (Savater, 1991) “… a arte do difícil compromisso.” (Plaisance, 2009) • Ética = Modo ou forma de vida do indivíduo 6
  • 7. ÉTICA (3) “… relativa ao estudo da moral e à aplicação da razão para elucidar as regras e princípios específicos que determinam o correcto e o incorrecto numa dada situação. Estas regras e princípios são designados teorias éticas.” (Crane & Matten, 2010) • Ética = Disciplina filosófica 7
  • 9. FONTES DA ÉTICA (1) RELIGIÃO 9
  • 10. FONTES DA ÉTICA (1) SOCIEDADE(S) E CULTURA 10
  • 11. EMERGÊNCIA DA ÉTICA (2,3) “A Ética tem origem na vida quotidiana.” (Popkin & Stroll, 1956) 11
  • 12. … i.e. nos dilemas morais que decorrem das situações particulares da vida dos indivíduos, das organizações e sociedades e desafiam a consciência, pessoal e colectiva, reclamando a necessidade de uma tomada de decisão. 12
  • 13. Há ética para além do código e da lei “As inscrições constantes nos sinais [de trânsito] são escritas em português, salvo o que resulte das convenções internacionais.” (Código da Estrada, Art.º 6º, 2) “A sede da pessoa colectiva é a que os respectivos estatutos fixarem ou, na falta de designação estatutária, o lugar em que funciona normalmente a administração principal.” (Código Civil Português, Art.º 159 º, 1) “A lealdade à empresa deve prevalecer sobre a lealdade a si próprio.” “A prática da caridade só se justifica moralmente quando os benefícios revertem em exclusivo a favor do(s) visado(s).” “A abnegação dos bens materiais é o caminho da felicidade.” “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.” (Constituição da República Portuguesa, Art.º 13º, 2) “Todos devem guardar reserva quanto à intimidade da vida privada de outrem” (Código Civil Português, Art.º 80º, 1) “A vida humana é inviolável.” (Constituição da República Portuguesa, Art.º 24º, 1) 13
  • 14. Entre O Bem O Mal há áreas cinzentas, i.e. para as quais não há resposta universal e definitiva 14
  • 15. 15
  • 16. Respeito Fidelidade Verdade Confiança Liberdade Transparência Solidariedade Justiça Que valores em primeiro lugar? A tomada de decisão envolve escolher a nossa própria hierarquia de princípios e valores éticos 16
  • 17. Neste sentido, a Ética envolve, mais do que a proposta de enunciados morais, a deliberação e justificação da razão porque, numa dada situação, devemos preferir um valor relativamente a outro. 17
  • 18. DESENVOLVIMENTO ÉTICO Aprendizagem social Relativo ao tempo e espaço (cultura) Dimensões cognitiva (crenças, princípios) e afectiva (emoções) 18
  • 19. ÉTICA DA COMUNICAÇÃO O Que Significa? Discussão ou reflexão sobre os princípios e valores, a conduta correcta e incorrecta aplicada aos contextos da comunicação interpessoal e organizacional, por um lado, e do exercício das actividades profissionais ligadas aos meios de comunicação, por outro. 19
  • 20. ÉTICA DA COMUNICAÇÃO O Que Significa? “…a essência do pensamento responsável, da tomada de decisão e desenvolvimento das relações e comunidades no âmbito dos vários contextos, culturas, canais e meios de comunicação.” (National Communication Association) https://www.natcom.org/ 20
  • 21. ÉTICA DA COMUNICAÇÃO Porquê? A comunicação – o uso de recursos disponíveis para transmitir informação, mobilizar, inspirar, persuadir, esclarecer, conectar – é uma realização inerentemente ética. (Makau, 2009) 21
  • 22. Envolve escolha e responsabilidade Todo o acto comunicacional ocorre num contexto relativamente ao qual existem opções disponíveis, algumas delas com significado e implicações éticos. • Sobre com quem comunicar (alvo) • Sobre como comunicar (meios) • Sobre o que se pretende alcançar (fim) 22
  • 23. Reflecte princípios e valores Todo o acto comunicacional é permeado pelos valores do indivíduo, que sancionam ou não os valores e princípios éticos profissional e/ou socialmente estabelecidos • Veracidade? • Confiança? • Respeito? • Transparência? • … 23
  • 24. "O discurso é o rosto do espírito.“ (Séneca) 24
  • 25. Gera efeitos (consequências) Todo o acto comunicacional gera efeitos no seu interlocutor/público (receptor), pelo que o seu significado ético terá de ser observado para além dos fins ou motivos da comunicação (emissor). • Danos e benefícios são equacionados tendo como quadro de referência: • Valores socialmente apreciados • Valores individuais • Valores profissionais • Consequências expectáveis /desejáveis da comunicação 25
  • 26. "Pensem que as palavras a que não se segue nenhuma consequência são ditas para nada.“ (Demóstenes) "A acção põe o ardor no trabalho, mas é a palavra que a suscita.“ (de Gaulle) 26
  • 27. ÉTICA E COMUNICAÇÃO NO MARKETING SOCIAL PARTE II 27
  • 28. ÉTICA E COMUNICAÇÃO NO MARKETING SOCIAL (MS) Marketing Social Comunicação no Marketing Social Ética - Porquê? Valores Exemplos 28
  • 29. MS: O Que Significa? “… é o processo que aplica os princípios e técnicas de marketing para criar, comunicar e entregar valor de modo a influenciar os comportamentos do público-alvo que beneficiam a sociedade (saúde pública, segurança, ambiente e comunidades) e o próprio público-alvo.” (Kotler, Lee, Rothschild, 2006) 29
  • 30. MS: O Que Significa? “… é a adaptação das técnicas do marketing comercial a programas concebidos para influenciar o comportamento voluntário dos públicos-alvo a fim de melhorar o seu bem-estar e o da sociedade de que fazem parte.” (Andreasen, 1994) 30
  • 31. MS: O Que Significa? • O objectivo principal do MS é o bem público ou social (Andreasen, 1994; Mahesh, 2007) e, neste sentido, visa alcançar a manifestação comportamental voluntária necessária (mudança ou manutenção) para o atingir; • É levado a cabo por entidades governamentais, organizações públicas ou privadas sem fins lucrativos, na medida em que estão implicadas em problemas e questões de interesse público e que carecem da atenção e envolvimento da sociedade (saúde, comportamento ecológico, violência doméstica…); 31
  • 32. 32
  • 33. MS: O Que Significa? Assim, no MS, o Produto designa-se PRODUTO SOCIAL Exs: • Não consumir tabaco/álcool/drogas • Usar contraceptivo • Realizar exame médico regular • Poupar água • Reciclar embalagens ou produtos • Praticar planeamento familiar • ….. 33
  • 34. 34
  • 35. MS: Especificidades • Problemas/assuntos do domínio público ou que vêm a ganha visibilidade pela sua relevância social • Problemas/assuntos normalmente sensíveis do ponto de vista moral ou emocional • Dirigido a uma procura inexistente (indiferente) ou negativa (adversa) • Os benefícios proclamados muitas vezes são invisíveis, não garantidos ou tardam a ser notados 35
  • 36. Produto social “doação de sangue” com procura inexistente se o público é indiferente à sua prática Produto social “não consumir drogas” com procura negativa se o público é adverso à sua prática (toxicodependentes) 36
  • 37. COMUNICAÇÃO NO MS: Sentido Restrito À semelhança do que sucede com o Marketing comercial, para o MS, a comunicação é uma das variáveis do marketing-mix e, por conseguinte, o conjunto dos instrumentos que se usam para influenciar o comportamento do público-alvo. 37
  • 38. COMUNICAÇÃO NO MS: Sentido Restrito Neste sentido, a comunicação no MS é desenvolvida em articulação com O Produto O Preço A Distribuição 38
  • 39. PRINCIPAIS OBJECTIVOS DA COMUNICAÇÃO NO MS Gerar consciência, mudar valores e crenças Persuadir e motivar Educar Facilitar a acção Reforçar a mudança /manutenção e relembrar 39
  • 40. COMUNICAÇÃO NO MS: Sentido Amplo Em sentido mais amplo, porém, comunicação no MS refere a transmissão de uma proposta de bem social. E sob esta perspectiva, ela torna-se uma matéria de ética por excelência 40
  • 41. ÉTICA PORQUÊ? 1. Quem decide o que é o bem social? 2. Quais os limites da comunicação e quem os decide? 3. Que valores devem governar a sua comunicação? 41
  • 42. 1. Quem Decide O Que É O Bem Social? 42
  • 43. Poderão a natureza instrumental do MS e a sua consequente neutralidade ética deixá-lo à mercê de “bens sociais” concorrentes, alguns deles “não tão bons assim”? 43
  • 44. Que visão de bem social deve prevalecer e qual o papel do profissional de MS na construção desse bem social? Apenas o de um técnico executante ou o de um profissional eticamente orientado? 44
  • 45. 2. Quais os Limites da Comunicação e Quem os Decide? Existem? Devem existir? Quem os estabelece? Que dimensões da natureza humana devem ser exploradas (cognitiva, emocional) e como? Que ideias e emoções se aceitam como comunicáveis, seja através da escrita ou da imagem? 45
  • 50. Aspectos Discutidos na Literatura • Assentar a prática numa definição consensual de MS que estabeleça os limites da sua aplicação (Andreasen, 1994); • Aprimorar a ética pessoal no sentido de se discernirem as organizações e indivíduos que solicitam os serviços e competências do profissional (Andreasen, 1994); • Assegurar que o comportamento visado no MS pode ser medido nos seus benefícios para a sociedade (Spotswood et al., 2012); • Atender ao nível de consenso social acerca matérias vistas como bem para a sociedade (Andreasen, 1994; Spotswood et al., 2012); 50
  • 51. 3. Que Valores Devem Governar a Comunicação? Código de Ética dos Profissionais de Marketing “Os profissionais do Marketing devem reconhecer que não servem apenas a sua empresa mas também a sociedade na criação, facilitação e execução de transacções eficientes e eficazes que fazem parte do ambiente económico mais abrangente.” (AMA) www.ama.org https://archive.ama.org/Archive/AboutAMA/Pages/Statement%20of%20Ethics.aspx 51
  • 52. VALORES (Evitar o) DANO Fundamentalmente, definido pela negativa: ‘não-maleficência’ ou ‘não prejudicar os outros’ ou, ainda, ‘evitar fazer mal aos outros’. 52
  • 53. • Conceito identificado com ‘ofender o outro’ ou ‘violar os seus direitos’, implica uma previsão relativa aos efeitos de uma decisão que possam prejudicar a integridade pessoal • Com base neste valor, um programa de MS deve evitar acções ou omissões que se presumam danosas para stakeholders/sociedade, apelar a padrões de comportamento ético e exibir respeito pela legalidade 53
  • 54. VALORES VERACIDADE → HONESTIDADE → CONFIANÇA Representa a obrigação de se comunicar a percepção da verdade, com base em informação disponível, credível e verificável. (Adaptado de Makau, 2009) 54
  • 55. • Com base neste valor, um programa de MS deve contribuir para o esclarecimento e elevação do nível de informação e conhecimento da sociedade, repudiando a mentira, o engano deliberado. • Factos, estatísticas e respectivas fontes • Visão abrangente e multidisciplinar • Consequências ou custos da mudança comportamental • O agir ético deve assumir o ser humano como capaz de discernimento e desenvolvimento cognitivos, assim como favorável à noção de verdade 55
  • 56. "É de bom cidadão preferir as palavras que salvam às palavras que agradam.“ (Demóstenes) “Há 3 espécies de mentiras: mentiras, malditas mentiras e estatísticas.” (Benjamin Disraeli) 56
  • 57. VALORES TRANSPARÊNCIA “… conduta que presume uma abertura (openness) na comunicação e responde à expectativa razoável de uma troca franca (forthright exchange) quando as partes têm um interesse legítimo (legitimate stake) nas consequências que se seguem ao envio ou recepção de uma mensagem.” (Plaisance, 2009) 57
  • 58. • … é deixar claras as nossas motivações, aspirações e intenções aos outros, para que assim possam, como seres racionais que são, avaliar as nossas acções e propostas; • O agir ético deve assumir o ser humano não como um meio, mas como um fim em si mesmo. Ao (so)negarmos informação relevante negamos, a fortiori, a capacidade racional do Outro, portanto, a sua liberdade de julgamento; • Com base neste valor, um programa de MS deve comunicar claramente os custos e riscos envolvidos na mudança comportamental pretendida 58
  • 59. VALORES RESPEITO “… reconhecer a dignidade humana básica de todos os stakeholders” (AMA) “… é uma relação de resposta [face ao Outro] e o discurso vulgar sobre o respeito identifica alguns elementos-chave da resposta, incluindo atenção, deferência, juízo, reconhecimento, valorização e comportamento.” (Standford Encyclopedia of Philosophy, http://plato.stanford.edu/entries/respect) 59
  • 60. • O dever fundamental de humanidade obriga ao reconhecimento da individualidade, da vontade livre e da racionalidade dos outros; • Com base neste valor, um programa de MS deve atender ao relativismo cultural, às sensibilidades do diferentes stakeholders, evitando a comunicação assente no estereótipo e preconceito; como base de legitimação do respeito é aconselhável a adopção da Regra Dourada 60
  • 61. VALORES RESPONSABILIDADE Relacionada com a noção de liberdade de escolha e efeitos decorrentes dessa escolha. Nas situações concretas, a escolha determina-se na primazia que se dá a um valor/princípio ético relativamente a outro e que os resultados da acção não são moralmente indiferentes, sobretudo no que se refere ao impacto que geram nos alvos da comunicação. 61
  • 62. • Com base neste valor, um programa de MS deve atender às necessidades e vulnerabilidades dos públicos-alvo, repudiando o uso da coerção; • Mais geralmente, está em causa a capacidade de cumprimento das obrigações sociais para com os stakeholders, incluindo o meio ambiente • No que respeita ao profissional de MS, a responsabilidade é tanto maior quanto mais se reconhece o poder instrumental do marketing na realização de objectivos 62
  • 63. VALORES JUSTIÇA → EQUIDADE “… engloba um conjunto de ideias e teorias, incluindo as pretensões de que temos certos direitos, que estes direitos legais se baseiam numa concepção e obrigações morais, que de alguma forma a noção de justiça se relaciona com ideias acerca da equidade, igualdade, imparcialidade e bem social.” (Plaisance, 2009) 63
  • 64. • Com base neste valor, um programa de MS deve acolher uma visão de equilíbrio entre os interesses de todos os stakeholders; • Numa lógica de democracia representativa e partilhada, o MS deve dispor-se a aceitar o sacrifício do indivíduo ou do seu grupo-alvo em nome do que a sociedade democraticamente determina ser o bem social… ou vice-versa!!! 64
  • 65. VALORES COMUNIDADE/DEMOCRACIA → CIDADANIA “… refere-se à rede de indivíduos em relações sociais uns com os outros que nos ajuda a definir quem somos, ao mesmo tempo que constitui a base de acção e expressão de valores e objectivos partilhados.” (Plaisance, 2009) 65
  • 66. • Com base neste valor, um programa de MS carece de fundamentação na legitimidade política/cívica para representar os valores da maioria da comunidade, ou seja, aqueles que essa maioria considera ser o bem social (perspectiva de inclusão). • Neste sentido, parece existir uma relação indissociável entre o bem social, democracia e responsabilidade social, residindo o valor instrumental do MS na consolidação desta relação. 66
  • 67. “Só pode existir uma comunidade global com uma comunicação global, o que significa algo mais do que vastas instalações eléctricas espalhadas pelo mundo. Significa um entendimento comun, uma tradição comum, ideias comuns e ideais comuns.” (Robert Maynard Hutchins) 67
  • 71. 71
  • 72. Programa governamental para incentivar os portugueses ao consumo de 72 produtos nacionais
  • 73. 73
  • 74. http://www.steppingstonens.ca/ Desencorajamento da desumanização dos trabalhadores da indústria do sexo 74
  • 75. Agência publicitária produz video para a THINK!, uma campanha governamental para a segurança rodoviária dirigida pelo Ministério dos Transportes britânico http://www.youtube.com/watch?v=lTHeDcvaPfg http://www.dailymail.co.uk/news/article-2338000/Shocking-anti-drink-drivingcampaign-scares-pub-goers-simulating-car-crash-complete-fake-blood-toiletmirror.html video 75
  • 76. http://www.wimp.com/secretmessage/ Campanha contra a violência infantil (La Fundación ANAR, Ayuda a Niños y Adolescentes en Riesgo) video 76
  • 77. CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE MARKETING “Os profissionais do Marketing devem reconhecer que não servem apenas a sua empresa mas também a sociedade na criação, facilitação e execução de transacções eficientes e eficazes que fazem parte do ambiente económico mais abrangente.” www.ama.org (AMA) https://archive.ama.org/Archive/AboutAMA/Pages/Statement%20of%20Ethics.aspx 77
  • 78. Referências Andreasen, A. R. (1994) Social Marketing: Its Definition and Domain. Journal of Public Policy & Marketing, 13(1), 108-114 Durif, F., Graf, R., Chaput, M.-A., Ducharme, R., Elbakkali, A. (2009) Do Ethics Have a Place in Marketing? Na Overview of the Last 20 Years. Innovative Marketing, 5(1), 6-15 Ferreira, R. A. (2007) Ética e Deontologia no Fenómeno da Comunicação. Comunicação e Sociedade, 11, 31-35 Mahesh, P. (2007) Social Marketing: A Communication Tool For Development. International Marketing Conference on Marketing & Society, 8-10, IIMK Makau, J. M. (2009) Ethical and Unethical Communication. 21st Century Communication: A Reference Handbook, Thousand Oaks, Sage, 433-444 Plaisance, P. L. (2009) Media Ethics, Key Principles for Responsible Practice, Sage, London Savater, F. (1991) Ética Para um Jovem, D. Quixote, Alfragide Spotswood, F., French, J., Tapp, A., Stead, M. (2012) Some Reasonable but Unconfortable Questions About Social Marketing. Journal of Social Marketing, 2(3), 163-175 78