Em janeiro de 2023, no âmbito de atividades do projeto “Educação Intercultural como Diálogo entre Modos de Conhecer e Formas de Conhecimento: Pesquisa Multiestratégica e Colaborativa em Comunidades Tradicionais” (financiado pelo CNPq, Proc. n. 423948/2018-0), realizamos uma viagem de campo à Namíbia. O intuito foi colaborar em estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Namíbia, sob coordenação de Cynthy Haihambo, sobre a evasão escolar de estudantes de diferentes povos San – Hai//om, Ju/hoansi e !Kung – e possiveis transformações na educação dirigida a esses povos, de modo a diminui-la. Em uma das viagens de campo durante essa estadia, duas colegas da Universidade da Namíbia – Cynthy Haihambo e Misitilde Jonas-Iita – e uma mediadora Hai//om – Martha Xoagus, que mobilizava os contatos com as comunidades e lideranças locais no assentamento de Tsintsabis e arredores – nos levaram para conhecer o Sítio de Patrimônio Nacional do Lago Otjikoto, situado próximo à cidade de Tsumeb, na região de Oshikoto, a cerca de 450 quilômetros da capital do país, Windhoek. Este lago sumidouro (ou de dolina) é um dos dois únicos lagos naturais permanentes existentes no país (o outro é o lago Guinas, a apenas 32Km de distância do lago Otjikoto).
1. The Otjikoto Lake and its
different narratives
O lago Otjikoto e suas
diferentes narrativas
2. Picture 1: The entrance of the
Otjikoto Lake National Heritage Site,
located in the Tsumeb region in
Namibia (19°11′41″S 17°32′59″E).
Foto 1: A entrada do Sítio de
Patrimônio Nacional do Lago
Otjikoto, situado na região de
Tsumeb na Namíbia (19°11′41″S 17°
32′59″E).
3. Picture 2: Announcement at the entrance
of the Otjikoto Lake National Heritage Site
which promotes a “touch of African
curious” at the local kiosk.
Imagem 3: Anúncio na entrada do Sítio de
Patrimônio Nacional do Lago Otjikoto, o
qual promove um “toque de curiosidade
africana” no quiosque local.
4. Picture 3: Board listing the
guns dropped into the Otjikoto
Lake by the Germans in June
1915, located by the pathway
to the lake.
Foto 3: Listagem das armas
jogadas no Lago Otjikoto
pelos Alemães em junho de
1915, situada no caminho
para o lago.
5. Picture 4: Arrival at the shore of
Otjikoto Lake on the pathway
surrounded by the local
vegetation.
Foto 4: Chegada na borda do
Lago Otjikoto através do
caminho cercado pela vegetação
local.
6. Picture 5: View of the Otjikoto
Lake, whose exact depth is difficult
to establish, because it is
connected with a lateral cave
system. The name comes from the
Bantu Herrero expression for
“deep hole”. But the Hai//om call it
Gaisis, which means “ugly”.
Foto 5: Vista do Lago Otjikoto,
cuja exata profundidade é difícil de
determinar, porque é conectado
com um sistema lateral de
cavernas. O nome vem da
expressão para“buraco profundo”
na língua do povo Bantu Herrero.
Mas os Hai//om o chamam Gaisis,
que significa “ugly”.
7. Picture 6: Plate on the shore of
Otjikoto Lake commemorating
Francis Galton and Carl Johan
Andersson, the first Europeans
who arrived there in 1851. But
the lake was already well-known
by the San peoples living in the
region.
Foto 6: Placa na beira do Lago
Otjikoto celebrando os primeiros
europeus que ali chegaram em
1851, Francis Galton e Carl
Johan Andersson. Mas o lago já
era bem conhecido pelos povos
San que habitam a região.
8. Picture 7: Platform at the shore of
Otjikoto Lake. Below, at sixty meter’s
depth there are still some of the
guns disbanded by the German
Colonial army in 1915. Others have
been transferred to the Tsumeb
Museum and the Independence
Memorial Museum in Windhoek.
Foto 7: Plataforma na beira do Lago
Otjikoto, sob a qual ainda há, a uma
profundidade de sessenta metros,
algumas das armas abandonadas
pelo exército colonial alemão.
Outras foram levadas para o Museu
de Tsumeb e para o Museu da
Independência em Windhoek.
9. Picture 8: Pump in the lake, currently
used for pumping its waters for
irrigating the plantations in the
agricultural fields of the region.
Foto 8: Bomba no lago, atualmente
utilizada para levar suas águas para a
irrigação das plantações nos campos
agrícolas da região.
10. Picture 9: Ruins of the pump installed
by the colonial German government
for pumping the water to a copper
mine in Tsumeb, now deactivated.
Foto 9: Ruínas da bomba instalada
pelo governo colonial alemão para
levar água para uma mina de cobre
em Tsumeb, atualmente desativada.
11. Picture 10: Plate by the shore of
Otjikoto Lake remembering Johannes
Stephanus Cook, a South African
tourist who drowned when diving in
the lake. The Hai//om people cemetery
close by is not recognized as a site of
national heritage.
Foto 11: Placa na beira do Lago
Otjikoto lembrando o turista
sul-africano Johannes Stephanus
Cook, que morreu mergulhando no
lago. O cemitério do povo Hai//om
perto do lago não é reconhecido como
sítio de patrimônio nacional.
12. Picture 11: The only image of the
San people at the site is a mural in
which they are shown alongside
local animals. There is no mention
of the history of the origin ofthe
Otjikoto Lake after the Hai//om
people tradition.
Foto 11: A única imagem do povo
San no lugar é um desenho num
mural junto com animais locais.
Não há nenhuma menção da
história da origem do Lago Otjikoto
segundo a tradição do povo
Hai//om.
13. Credits/Ficha técnica:
Direction/Direção: Paride Bollettin1,2,3
and Charbel El-Hani2,4
Institution/Instituição: 1
Department of Anthropology, Faculty of Science, Masaryk
University; 2
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estudos
Interdisciplinares e Transdisciplinares em Ecologia e Evolução (INCT IN-TREE);
3
Universidade Estadual Paulista; 4
Instituto de Biologia, Universidade Federal da
Bahia
Pictures’ authors/autoria das imagens: Paride Bollettin (1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 10, 11)
and Charbel El-Hani (7, 8)
Caption date/data de realização: 29 de janeiro de 2023