O documento discute a definição do objeto de estudo do campo da Comunicação. Braga argumenta que as interações sociais e comunicacionais, não os meios de comunicação em si, devem ser o foco. Ele também rejeita a noção de que a Comunicação é interdisciplinar, defendendo que é um campo derivado das ciências humanas com seu próprio ângulo de estudo.
2. Constituição do Campo da
Comunicação
Qual a conclusão de Braga sobre
a relação entre interação (social ou
comunicacional) e os meios de comunicação
(MCS) no que diz respeito à determinação do
objeto do campo?
a relação entre o campo da Comunicação e as
outras disciplinas?
3. Constituição do Campo da
Comunicação
Duas alternativas (conceituais) para definir o
objeto:
Conversação
Sublinha a troca comunicacional. O campo
estudaria a conversa da sociedade com a própria
sociedade. Contudo, ressalta indevidamente um
sentido interpessoal dos processos comunicativos.
Interação social (ou comunicacional)
Evita o problema da restrição ao sentido
interpessoal, preservando o foco nos processos
comunicacionais específicos.
4. Constituição do Campo da
Comunicação
Uma alternativa (empírica) para definir o objeto:
Meios de Comunicação Social (MCS)
Três razões para centralizar os MCS como objetos
de estudo do campo:
1 – Eles objetivaram os processos de interação
(são uma condição de percepção do objeto, mas não
de constituição dele.)
2 – São produtores de sentido vastamente
presentes na atualidade (muito do que se comunica
ocorre por meio deles.)
3 – Eles incluem e penetram tudo o que pode ser
representado e, por isso, comunicado.
5. Constituição do Campo da
Comunicação
De todo modo, os meios de comunicação são
um fenômeno empírico. Logo, não podem ser
confundidos com o próprio objeto conceitual
(as interações), assim como não podem ser
confundidos com o ângulo comunicacional
a partir do qual o campo determina a sua
margem de interesse e investigação.
Nesse sentido, Braga faz a ressalva de que o
termo midiatização é preferível ao termo
mídia.
6. Constituição do Campo da
Comunicação
Sobre a tese da interdisciplinaridade:
- Braga rejeita que a Comunicação seja um terreno
vazio frequentado por outras disciplinas. Citando
Comte, apresenta a hipótese contrária de uma
derivação do campo a partir das ciências
humanas e sociais do século XX.
- Com isso, Braga explica a interdisciplinaridade
como o possível aparecimento do ângulo
comunicacional (o ponto de vista para as
interações e os MCS) em diferentes disciplinas.
7. Constituição do Campo da
Comunicação
Sobre a tese da interdisciplinaridade:
- Não existe um “objeto interdisciplinar”, mas sim
uma reflexão que perpassa disciplinas, sem que a
diferença entre uma disciplina “fornecedora” e
uma disciplina “usuária” seja um fator
determinante para o campo.
- O passo epistemológico mais coerente, em face
da hipótese da derivação, é “desenvolver
perguntas e hipóteses para além das que já são
feitas nas demais CHS”. Logo, não se trata de
forjar um “território” com objetos e métodos
exclusivos.
8. Constituição do Campo da
Comunicação
Questões:
1- De que modo o uso do termo “ângulo
comunicacional”, por Braga, produz uma
intervenção no debate sobre a delimitação do
campo da Comunicação frente à tese da
interdisciplinaridade?
2 - Por que a ideia de um “fluxo comunicacional de
circulação adiante” é relevante para a percepção do
objeto da Comunicação? De que modo ele torna
mais preciso esse objeto?
3 – Em quais aspectos a argumentação de Braga
faz avançar o debate encaminhado por Vera Veiga