2. Sumário
O que é o Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade(TDAH)?.............................
Tdah x Escola ...............................
TDAH x Dificuldades de Leitura...................
Ludicidade e Aprendizado..................
Leitura e Registro..........................
Eu Mostro e Você corrige.......................
Concluindo.............................
Referências..........................
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3. O que é o Transtorno de Déficit de
Atenção com Hiperatividade (TDAH)?
Para começar o assunto deste e-book, precisamos deixar claro
que o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade ou TDAH
não é uma doença e sim um transtorno neurobiológico, de causas
genéticas. Portanto, precisa de tratamento com uma equipe
multidiscipinar que, por sua vez, deverá trabalhar em conjunto com a
escola.
O TDAH geralmente é percebido na fase infantil, geralmente quando
a criança é inserida na escola e, encaminhada para os profissionais
competentes. Como é um transtorno que envolve, simultaneamente, o
funcionamento cognitivo (mental, de aprendizagem), comportamental,
emocional, familiar, escolar e profissional... Diagnosticá-lo com precisão é
extremamente importante, para isso é necessário um profissional que tenha
experiência no assunto para que sua visão seja ampla em relação às
queixas que o paciente traz para a consulta.
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MAS...COMOSABER?
Usualmente, estas áreas são abordadas por psicólogos e médicos psiquiatras. Outras
especialidades, como neurologistas e pediatras também podem, em certas condições,
terem conhecimento e prática suficiente para investigá-los. Quando não é devidamente
tratado, o TDAH pode abrir portas para comorbidades, como dificuldades de
aprendizagem, como a disgrafia, dislexia e disfasia, depressão, transtorno opositivo
desafiador (TOD), além do baixo rendimento nas notas, podendo levar à evasão
escolar, baixa autoestima, prejuízos na vida social, escolar, entre outros.
Por fim, há três tipos de TDAH: o desatento, o hiperativo/compulsivo e também o
combinado. O problema pode surgir por diversas causas, entre elas a hereditariedade.
4. TDAHxEscola
Qual professor que não tem ou teve aquele aluno inquieto em sala, pede para ir ao
banheiro várias vezes durante a aula, é impulsivo e/ou ansioso em dar logo sua
resposta, muitas vezes precipitada e fora de contexto, quer terminar logo a atividade ou,
na maioria dos casos, não consegue concluir uma atividade por completo? Pois é.
Essas são umas das muitas características dos alunos com o transtorno. Mas, a
pergunta é... Como alcançar esse aluno?
Sabemos, como professores, que uma sala jamais será homogênea e este e-book
não tem a pretensão de simplificar práticas pedagógicas no que diz respeito à um
transtorno com muitas singularidades e, para cada caso e/ou dificuldade sempre haverá
um método diferente.
O grande passo para a inclusão é conhecer o aluno, suas preferências, suas
características cognitivas, emocionais, sociais... Enfim, são várias nuances que, quando
percebidas e aplicadas em sala de aula, o farão conquistar a atenção e dedicação desse
aluno.
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5. TDAHxDificuldadesdeLeitura
Chegamos ao motivo deste e-book ser escrito e disponibilizado.
O relato que segue, diz respeito à um caso particular deAtendimento Educacional
Especializado (AEE).
O aprendente, sexo masculino, 11 anos, diagnóstico de TDAH fechado. Está
regularmente matriculado no 5º ano do ensino fundamental, apresenta dificuldades na
escrita, suprime letras, mesmo copiando por outro modelo. No ditado, o aluno apresenta
a mesma dificuldade, porém a supressão de letras se torna mais evidente quando há
diferenças entre fonemas surdos e sonoros.
A primeira pergunta que nos vem à mente é? Sua dificuldade é pela condição do
TDAH ou por que há associado, neste caso, comorbidades e/ou dificuldades no
aprendizado? Em um primeiro momento, vamos nos concentrar em ajudá-lo a superar
suas dificuldades de leitura.
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Concentração é a palavra - chave!
Como ter a concentração do aprendente?
Usamos a melhor ferramenta que existe:
Isso mesmo, dividi nosso encontro
em 4 (quatro) momentos, que explico à
seguir.
O brincar!
6. LudicidadeeAprendizado
Antes de apresentar o recurso, informei ao aprendente que tinha levado um jogo
novo que, talvez, ele nunca tinha visto ou jogado e perguntei se ele queria ver. Então,
apresentei algumas pranchas como, Jogo das sombras, Opostos e Orientação
Espacial. Pranchas são jogos que desenvolvi ao longo dos atendimentos e que são
ótimos, tanto para professores quanto para Psicopedagogas, Psicólogas e/ou
profissionais doAEE.
Expliquei uma de cada vez, de forma direta e concisa, as regras que envolviam
cada jogo. Consegui a atenção e dedicação do aprendente em todas as pranchas. Esse
foi o primeiro resultado positivo.
A prancha “Tem na Sala” foi a que mais deteve sua atenção e dedicação. Então,
através dela pude identificar as primeiras dificuldades, no que diz respeito ao
conhecimento das letras e seus valores sonoros.
Também estimulei:
- Memória
- Vocabulário
- Formação de novas palavras
- Sons iniciais e finais
- Utilidade do objeto mostrado
- Formação de frases
-Tipo de material do que é feito o objeto da figura
- Identificação do objeto na sua sala
E, assim fui avançando...
Essa dinâmica marcou o primeiro momento.
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Cad...ra
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LeituraeRegistro
O momento da leitura não precisa ser uma tortura... Transformamos esse
momento em uma brincadeira legal!
Com a mesma prancha, adicionei palavras e figuras. Pedi ao aprendente que as
organizasse pelo critério - FIGURA x NOME e foi um momento muito rico! Sobraram
algumas fichas com nomes de objetos que não tinham figuras e, nesse momento, pude
avaliar o engajamento na atividade, o senso de organização, a perspectiva quanto ao
seu raciocínio e sua leitura!
O aprendente estava tão envolvido na atividade que não se opôs à próxima etapa!
Eumostro...Vocêescreve!
Guardei as fichas com os nomes e expliquei que a próxima brincadeira era de que
eu mostraria a ficha com a figura e o aprendente escreveria seu nome. Então, separei 12
fichas de figuras, mas só mostrei 11. Sendo elas:
- Sofá
- Quadro
- Relógio
- Luminária
-Telefone
- Poltrona
- Plantas
- Mesa de Centro
- Livros
- Estante
-Televisão
Importante salientar que qualquer
atividade com o aprendente que tem
TDAH não pode ser extensa e deve ser
objetiva, a fim de manter seu foco e
esse foi o motivo de ter apresentado
apenas 11..
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Eumostro...Vocêcorrige.
Guardei as fichas de figuras e, desta vez, mostrei as fichas dos seus respectivos
nomes que deveriam ter sido escritos. O objetivo da atividade, além da leitura, era de que
o aprendente identificasse os próprios erros, corrigindo-os em seguida.
Abaixo, deixo as imagens da prancha.
Caso queiram encomendar o material, basta entrar em contato pelo e-mail
danyscavalcante@gmail.com e, em seguida, enviarei os detalhes.
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Concluindo...
Primeiramente devemos desmitificar que o aluno com TDAH não aprende. Pelo
contrário, ele aprende muitas coisas ao mesmo tempo e sua dificuldade está exatamente
nesse detalhe. Ou seja, ele ainda não está preparado ou não foi preparado para lidar com
o turbilhão de informações que recebe ao mesmo tempo.
Aatividade de avaliação e intervenção pedagógica foi dividida em etapas, sempre
mantendo a linha de raciocínio de que, a aprendizagem ou a superação de uma
dificuldade, parte do "conceito global" para o "conceito objetivo". Ou seja, o objetivo era
de identificar as dificuldades de leitura, mas antes dividi a atividade em pequenas etapas
e conversei com o aprendente sobre os objetivos de forma objetiva, resumindo o máximo
das instruções, até chegar no registro de pensamento, ou seja, na escrita em si.
Com a atividade consegui identificar as dificuldades fonéticas e
gráficas, fiz as intervenções pedagógicas necessárias e, na
finalização, o próprio aprendente identificou, corrigiu e celebrou seu
resultado.
Ao todo, nosso momento durou cerca de 1 hora e 40 minutos, com
ótimos resultados e um aprendente muito alegre com o seu
desempenho.
“A melhor recompensa do professor é ver
a satisfação no olhar do aluno, como quem
diz: agora eu sei!”
Dany Cavalcante