1) A implementação do Modelo de Auto-Avaliação requer liderança forte do professor bibliotecário e mudança nas atitudes e práticas da escola.
2) A biblioteca escolar deve adaptar-se aos novos paradigmas da Sociedade da Informação, com foco na construção ativa do conhecimento pelos alunos.
3) A avaliação periódica e coleta de evidências permitem medir o impacto da biblioteca na aprendizagem e melhorar continuamente os serviços.
1. Tarefa 3
A implementação do Modelo de Auto-Avaliação requer uma liderança forte e uma mudança de atitude e
de práticas por parte do professor bibliotecário e da escola.
Exponha num texto que contenha citações das leituras obrigatórias sugeridas os aspectos que considera
ser essenciais a essa mudança.
A literatura recente sobre a biblioteca escolar é unânime em constatar as profundas
transformações por que ela tem vindo a passar, decorrentes do crescimento, diversidade e
acessibilidade da informação. A Sociedade da Informação, que surge por volta da década de
80 do séc. XX, é o resultado do desenvolvimento rápido das Tecnologias de Informação e
Comunicação que, por sua vez, são responsáveis pelo aparecimento da era digital.
A biblioteca escolar do séc. XXI não pode ficar indiferente a estas alterações, devendo,
por isso, perspectivar o futuro e traçar novas formas de actuação, gerindo a mudança e
adaptando-se ao novo paradigma que coloca a BE a interagir com a escola, articulando o seu
trabalho com o dos outros docentes. Esta nova atitude pressupõe a existência de novos
conceitos inerentes à missão da BE: as aprendizagens dos alunos estão directamente
relacionadas com o desenvolvimento curricular e com o sucesso educativo. Neste novo
contexto, o aluno é um “actor activo”, é ele que constrói o seu próprio conhecimento, o que
pressupõe o desenvolvimento de novas estratégias centradas no trabalho de pesquisa e no
uso de diferentes fontes de informação. Para isso, a BE deve ser um espaço enriquecido com
uma colecção de recursos variados, que vão de encontro aos conteúdos programáticos das
diferentes disciplinas; deve disponibilizar guiões de apoio ao trabalho de pesquisa e ao
desenvolvimento da leitura, bem como desenvolver acções de formação com o objectivo de
formar e promover a leitura e a literacia digital. De realçar a importância do trabalho
colaborativo entre o professor bibliotecário e os outros professores “virado para objectivos
formativos e de aprendizagem bem definidos no âmbito do trabalho de projecto ou do
desenvolvimento curricular”. Estamos, pois, perante “uma pedagogia que tem a construção
do conhecimento e a aprendizagem da investigação no seu centro, onde através do acesso a
múltiplas fontes e formatos de informação e tecnologia da informação, os alunos adquirem as
matrizes intelectuais para se envolverem com múltiplas perspectivas, fontes e formatos de
informação para serem capazes de construir o seu próprio entendimento”. (Ross Todd) O
professor bibliotecário assume, assim, um papel fundamental ao apoiar e orientar os alunos
na utilização dos diferentes recursos que lhes vão permitir a aquisição de conhecimento e
saber e simultaneamente desenvolver as competências de literacia da informação. “O
desenvolvimento e a utilização do saber humano, a construção do entendimento e significado
são o cerne da aprendizagem, e que define o papel fundamental do bibliotecário escolar”.
(Ross Todd)
O professor bibliotecário e a escola trabalham de forma articulada para e com um
objectivo comum: o seu trabalho produzir “impacto no funcionamento global da escola e nas
aprendizagens”. Isso é mensurável através duma prática avaliativa periódica e da recolha de
evidências diária que servem para demonstrar à escola que a BE interfere directamente na
formação e na aprendizagem dos alunos. “A prática baseada em evidências combina o saber
profissional, a prática reflexiva e o conhecimento das necessidades dos estudantes e requer
uma prática de uso judicioso dessas evidências para tomar decisões acerca da melhor forma
de adequar as práticas aos objectivos educativos da escola”. (Ross Todd)
2. A recolha de evidências é parte integrante do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares, que tem exactamente a função de avaliar o trabalho da BE e o seu impacto no
funcionamento global da escola e nas aprendizagens dos alunos e permite ainda detectar os
pontos fortes e os pontos fracos, proporcionando a possibilidade de elaboração de um novo
plano de desenvolvimento ajustado à realidade da BE e da escola. A recolha e tratamento das
evidências dão ao professor bibliotecário e à escola o feedback sobre o modo de
funcionamento da BE, a qualidade dos seus serviços, a frequência com que é utilizada pelos
utilizadores e os impactos no ensino e na aprendizagem. Por que a avaliação é um processo
aberto, o professor bibliotecário pode sempre proceder a reformulações e, por vezes, a
alterações das práticas até aí desenvolvidas, caminhando para a melhoria da qualidade e
para a procura de inovação.
Ao implementar e aplicar o MAABE, o professor bibliotecário exerce a sua liderança,
motivando a equipa da BE para a planificação detalhada de como será feita a divulgação do
Modelo à escola e define a metodologia a utilizar para motivar e envolver toda a comunidade
escolar, com particular relevo para o diálogo próximo com a direcção da escola, a
apresentação e discussão no Conselho Pedagógico e posterior diálogo com os departamentos
e professores no sentido de cada um destes intervenientes directos preparar qual o seu papel
e contributo no MAABE. Refira-se que em todo este processo que é composto por várias
etapas, vão destacar-se algumas das competências do professor bibliotecário com particular
relevo para a sua capacidade de interagir com a direcção da escola e os outros professores e
a de saber gerir e avaliar de acordo com a missão e os objectivos da escola.
Os desafios que se colocam ao professor bibliotecário no processo de implementação e
aplicação do Modelo são um teste, sem dúvida, difícil à sua capacidade de liderança, uma vez
que a sua actuação exige requisitos complexos e abrangentes como: pensar e gerir
estrategicamente de acordo com as prioridades da escola e para o sucesso; promover uma
cultura de avaliação e comunicar permanentemente, articulando prioridades.
Para Ross Todd “a educação baseada em resultados é uma prática curricular que
estabelece resultados de aprendizagem claramente definidos com base na premissa de que
todos os alunos podem ser alunos de sucesso”. Esta é a missão da escola e da BE.
Penso que foram identificados alguns dos aspectos que constatam uma mudança de
atitude e de práticas por parte do professor bibliotecário e da escola e que são reveladores de
que a implementação do Modelo de Auto-Avaliação requer uma liderança forte.
FONTES: os textos de leitura obrigatória
NOTA: O texto: Professores Bibliotecários Escolares: resultados da aprendizagem e prática
baseada em evidências foi lido na íntegra.
FORMANDA: FILOMENA AZEVEDO
DATA: 4/11/2010