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Sucos tropicais
CURSO DE TECNOLOGIA EM AGROINDÚSTRIA
Agroindústria de Produtos de Origem Vegetal
Definição
Caracteriza-se como suco tropical o produto obtido pela
dissolução, em água potável, da polpa da fruta de origem
tropical, por meio de processo tecnológico adequado, não
fermentado, de cor, aroma e sabor característicos da fruta,
submetido a tratamento que assegure sua conservação e
apresentação até o momento do consumo (BRASIL,
2003).
Pode ser feito também a partir do
suco integral ou concentrado da fruta
Nos locais que estão sob o clima tropical, ao contrário de
outros tipos de clima, as estações do ano resumem-se
a duas: uma mais chuvosa e quente no verão e outra
mais seca no inverno. Habitualmente se utiliza a
denominação “verão” e “inverno”,
Produção de frutas Brasil
E X P O R T A Ç Ã O
53%
47%
Emprega 27% de toda mão de obra
agrícola
• Art. 2º Considera como frutas polposas de origem
tropical, na elaboração do Suco Tropical, as seguintes
frutas:
• Abacate, abacaxi, acerola, ata, abricó, açaí, abiu, banana, bacuri,
cacau, caju, cajá, carambola, cupuaçu, goiaba, graviola, jenipapo,
jabuticaba, jaca, jambo, mamão, mangaba, manga, maracujá,
melão, murici, pinha, pitanga, pupunha, sapoti, seriguela,
tamarindo, taperebá, tucumã e umbu.
Classificação
O Suco Tropical classifica-se em:
1. Suco Tropical;
2. Suco Tropical Misto.
Designação
1. Suco Tropical de (nome da fruta): é o produto definido no item
2. Suco Tropical Misto de (nomes das frutas): é o produto definido no item
3. obtido de duas ou mais frutas. É opcional a designação: "Misto".
4. É vedada a designação de "Suco Tropical" ao suco que não necessite de água na sua
elaboração e que não seja proveniente de fruta de origem tropical.
Não pode ser denomidado
de suco integral
3.1 Coposição
3.1.1. O Suco Tropical deve ser obtido de fruta fresca, sã e madura, e manter as
características físicas, químicas e organolépticas da fruta.
3.1.2. O Suco Tropical deve ser obrigatoriamente elaborado com água potável, de acordo
com os critérios de potabilidade estabelecidos na legislação específica.
3.1.3. A expressão "suco pronto para beber", ou expressões semelhantes, somente poderão
ser declaradas no rótulo do Suco Tropical quando adicionado de açúcar.
3.1.4. O Suco Tropical, cuja quantidade mínima de polpa de uma determinada fruta não
tenha sido fixada em Regulamento Técnico específico, deve conter um mínimo de 50%
(m/m) da respectiva polpa, ressalvado o caso de fruta com acidez alta ou conteúdo de polpa
muito elevado ou sabor muito forte que, neste caso, o conteúdo de polpa não deve ser
inferior a 35% (m/m).
3.1 Composição
 Quantidade mínima de suco da fruta nos sucos tropicais
estabelecida pela legislação brasileira:
• Abacaxi: 60% não adoçado e 50% adoçado
• Acerola: 60% não adoçado e 35% adoçado
• Cajá: 50% não adoçado e 35% adoçado
• Goiaba: 50% não adoçado e 45% adoçado
• Manga: 60% não adoçado e 50% adoçado
• Maracujá: 50% não adoçado e 12% adoçado
3.2.1. As características físicas, químicas e organolépticas devem ser as provenientes da fruta de sua
origem, observando-se os limites mínimos e máximos dos parâmetros fixados para o respectivo Suco
Tropical, parâmetros estes previstos nos padrões de identidade e qualidade específicos para cada
fruta.
3.2.2. As características físicas, químicas e organolépticas do Suco Tropical Misto devem manter a
mesma proporcionalidade com as quantidades de cada polpa de fruta que o compõe.
3.2.3. O Suco Tropical deve ser conservado por meios físicos adequados ou por meio de conservadores
químicos autorizados para sucos de frutas.
3.2.4. O Suco Tropical não deve ter as características organolépticas e composição física e química
alteradas pelos materiais dos recipientes, dos utensílios e dos equipamentos utilizados no seu
processamento e comercialização.
3.2.5. O Suco Tropical pode ser obtido de suco concentrado de fruta de origem tropical.
3.2.6. Ao Suco Tropical podem ser adicionados nutrientes essenciais, previstos em legislação
específica.
3.2 Requisitos
4. ADITIVOS E COADJUVANTES DA TECNOLOGIA DE
FABRICAÇÃO
4.1. Podem ser utilizados os aprovados pela legislação específica
para sucos de frutas.
5. CONTAMINANTES
5.1. Os teores de resíduos de defensivos agrícolas e de
contaminantes inorgânicos devem obedecer aos limites
estabelecidos pela legislação específica para sucos de frutas.
• 10. DISPOSIÇÕES GERAIS
10.1. O valor mínimo para os sólidos solúveis naturais da fruta, expresso
em ºBrix, para a polpa de fruta que compõem o Suco Tropical, é aquele
definido nos Padrões de Identidade e Qualidade para a respectiva polpa
de fruta.
• 10.2. Aplica-se ao Suco Tropical as disposições sobre Bebidas de Baixa
Caloria, previstas no Decreto nº 2.314, de 4 de setembro de 1997, e em
normas regulamentares.
Legislação
De acordo com o Decreto da presidência da república 6871/2009, o
suco tropical industrializado deve ter cor, aroma e sabor característicos
da fruta. Deve também ser submetido a tratamento que assegure a sua
apresentação e conservação até o momento do consumo. A bebida pode
também ser mista quando for produzida a partir da mistura de duas ou
mais polpas de frutas de origem tropical.
Composição
PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO SUCO TROPICAL DE ABACAXI
Características
• É importante mencionar que a colheita dos frutos
deve-se ocorrer no ponto ótimo de maturação,
procurando minimizar a injúria mecânica e reduzir
a infecção de patógenos e o ataque de insetos bem
como manter uma temperatura suficiente para
diminuir o metabolismo e não causar injúria por
frio.
• O transporte dos frutos para as indústrias é feito a
granel ou em sacos de polietileno. O transporte
deve ser feito com muito cuidado e a baixa
velocidade para evitar que injúrias sejam causadas
aos frutos.
Etapas do processamento
Reduzir ou eliminar o teor de sólido suspensos
Retirar o excesso de gases do suco, particularmente
o O2 , a fim de evitar a oxidação do produto
Pasteurização e refrigeração
R E F E R Ê N C I A S
BRASIL. Instrução Normativa nº 12, de 4 de setembro de 2003: Aprova o Regulamento Técnico
para Fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade Gerais para Suco Tropical, e os Padrões de
Identidade e Qualidade para Néctares. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 2003.
PIRILLO, Camila Pires; SABIO, Renata Pozelli. 100% SUCO. Brasil Hortifruit–Uma publicação do
CEPEA/USP. Ano, 2009, 8.
RIBEIRO, Amarolina. "Clima tropical"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/clima-tropical.htm. Acesso em 20 de fevereiro de 2020.
SUL, Universidade de Cachias do. processamento de suco de fruta: Cachias do Sul:
Universidade de Cachias do Sul, 2013. Color.
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Artigo
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Materiais e métodos
Para a realização dos experimentos foram utilizadas acerolas (Malphigia
emarginata D.C.) maduras, frescas e sãs, colhidas manualmente na Região
Metropolitana de Fortaleza-CE e transportadas para a unidade de
processamento em caixas plásticas.
Hot fill – Envase a quente em garrafas de vidro
Asséptico - Embalagem cartonada (Tetra park)
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Objetivo
Este trabalho objetivou avaliar a estabilidade do suco tropical de acerola adoçado,
elaborado pelos processos hot fill (garrafas de vidro) e asséptico (embalagens
cartonadas), com relação às alterações químicas, físico-químicas, sensoriais e
microbiológicas, durante 350 dias de armazenamento em condições similares às de
comercialização.
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Processos
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Análises
Imediatamente após o processamento (tempo zero) e a intervalos regulares de 50 dias, foram
realizadas análises de:
• pH
• Sólidos solúveis totais
• Acidez total titulável,
• Açúcares redutores, não-redutores e totais de acordo
• Cor de acordo
• Análise sensorial de aceitação dos atributos sabor e aceitação global, utilizando-se o teste de
escala hedônica com 40 consumidores adultos, voluntários, como recomendado.
• Análises microbiológicas
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Avaliação dos resultados
Os resultados das análises químicas, físico-químicas e sensoriais, obtidos
durante os 350 dias de armazenamento dos sucos, foram avaliados
estatisticamente, por programa de computador, por meio de análise de
variância (ANOVA) e teste de Tukey ao nível de 5% (p < 0,05).
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Avaliação dos resultados
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Avaliação dos resultados
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Conclusão
• Os sucos do processo hot fill apresentaram um pequeno aumento na aceitação
global, enquanto os do processo asséptico mantiveram, ao final dos 350 dias, a
mesma aceitação inicial.
• Os sucos do processo hot fill mantiveram o sabor estável, enquanto que o sabor dos
sucos do processo asséptico foi menos aceito ao longo do armazenamento.
ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata
D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO
Conclusão
• Alterações químicas e físico-químicas foram constatadas nos sucos de ambos os
processos, no entanto as amostras do processo hot fill apresentaram maior
estabilidade ao longo do período de armazenamento.
• Os sucos tropicais de acerola adoçados elaborados pelos processos hot fill e
asséptico mantiveram uma adequada estabilidade microbiológica durante o período
de armazenamento.

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Suco tropical: definição, produção e legislação

  • 1. Sucos tropicais CURSO DE TECNOLOGIA EM AGROINDÚSTRIA Agroindústria de Produtos de Origem Vegetal
  • 2. Definição Caracteriza-se como suco tropical o produto obtido pela dissolução, em água potável, da polpa da fruta de origem tropical, por meio de processo tecnológico adequado, não fermentado, de cor, aroma e sabor característicos da fruta, submetido a tratamento que assegure sua conservação e apresentação até o momento do consumo (BRASIL, 2003). Pode ser feito também a partir do suco integral ou concentrado da fruta
  • 3. Nos locais que estão sob o clima tropical, ao contrário de outros tipos de clima, as estações do ano resumem-se a duas: uma mais chuvosa e quente no verão e outra mais seca no inverno. Habitualmente se utiliza a denominação “verão” e “inverno”,
  • 4.
  • 6. E X P O R T A Ç Ã O
  • 8. Emprega 27% de toda mão de obra agrícola
  • 9. • Art. 2º Considera como frutas polposas de origem tropical, na elaboração do Suco Tropical, as seguintes frutas: • Abacate, abacaxi, acerola, ata, abricó, açaí, abiu, banana, bacuri, cacau, caju, cajá, carambola, cupuaçu, goiaba, graviola, jenipapo, jabuticaba, jaca, jambo, mamão, mangaba, manga, maracujá, melão, murici, pinha, pitanga, pupunha, sapoti, seriguela, tamarindo, taperebá, tucumã e umbu.
  • 10. Classificação O Suco Tropical classifica-se em: 1. Suco Tropical; 2. Suco Tropical Misto. Designação 1. Suco Tropical de (nome da fruta): é o produto definido no item 2. Suco Tropical Misto de (nomes das frutas): é o produto definido no item 3. obtido de duas ou mais frutas. É opcional a designação: "Misto". 4. É vedada a designação de "Suco Tropical" ao suco que não necessite de água na sua elaboração e que não seja proveniente de fruta de origem tropical. Não pode ser denomidado de suco integral
  • 11. 3.1 Coposição 3.1.1. O Suco Tropical deve ser obtido de fruta fresca, sã e madura, e manter as características físicas, químicas e organolépticas da fruta. 3.1.2. O Suco Tropical deve ser obrigatoriamente elaborado com água potável, de acordo com os critérios de potabilidade estabelecidos na legislação específica. 3.1.3. A expressão "suco pronto para beber", ou expressões semelhantes, somente poderão ser declaradas no rótulo do Suco Tropical quando adicionado de açúcar. 3.1.4. O Suco Tropical, cuja quantidade mínima de polpa de uma determinada fruta não tenha sido fixada em Regulamento Técnico específico, deve conter um mínimo de 50% (m/m) da respectiva polpa, ressalvado o caso de fruta com acidez alta ou conteúdo de polpa muito elevado ou sabor muito forte que, neste caso, o conteúdo de polpa não deve ser inferior a 35% (m/m).
  • 12. 3.1 Composição  Quantidade mínima de suco da fruta nos sucos tropicais estabelecida pela legislação brasileira: • Abacaxi: 60% não adoçado e 50% adoçado • Acerola: 60% não adoçado e 35% adoçado • Cajá: 50% não adoçado e 35% adoçado • Goiaba: 50% não adoçado e 45% adoçado • Manga: 60% não adoçado e 50% adoçado • Maracujá: 50% não adoçado e 12% adoçado
  • 13. 3.2.1. As características físicas, químicas e organolépticas devem ser as provenientes da fruta de sua origem, observando-se os limites mínimos e máximos dos parâmetros fixados para o respectivo Suco Tropical, parâmetros estes previstos nos padrões de identidade e qualidade específicos para cada fruta. 3.2.2. As características físicas, químicas e organolépticas do Suco Tropical Misto devem manter a mesma proporcionalidade com as quantidades de cada polpa de fruta que o compõe. 3.2.3. O Suco Tropical deve ser conservado por meios físicos adequados ou por meio de conservadores químicos autorizados para sucos de frutas. 3.2.4. O Suco Tropical não deve ter as características organolépticas e composição física e química alteradas pelos materiais dos recipientes, dos utensílios e dos equipamentos utilizados no seu processamento e comercialização. 3.2.5. O Suco Tropical pode ser obtido de suco concentrado de fruta de origem tropical. 3.2.6. Ao Suco Tropical podem ser adicionados nutrientes essenciais, previstos em legislação específica. 3.2 Requisitos
  • 14. 4. ADITIVOS E COADJUVANTES DA TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO 4.1. Podem ser utilizados os aprovados pela legislação específica para sucos de frutas. 5. CONTAMINANTES 5.1. Os teores de resíduos de defensivos agrícolas e de contaminantes inorgânicos devem obedecer aos limites estabelecidos pela legislação específica para sucos de frutas.
  • 15. • 10. DISPOSIÇÕES GERAIS 10.1. O valor mínimo para os sólidos solúveis naturais da fruta, expresso em ºBrix, para a polpa de fruta que compõem o Suco Tropical, é aquele definido nos Padrões de Identidade e Qualidade para a respectiva polpa de fruta. • 10.2. Aplica-se ao Suco Tropical as disposições sobre Bebidas de Baixa Caloria, previstas no Decreto nº 2.314, de 4 de setembro de 1997, e em normas regulamentares.
  • 16. Legislação De acordo com o Decreto da presidência da república 6871/2009, o suco tropical industrializado deve ter cor, aroma e sabor característicos da fruta. Deve também ser submetido a tratamento que assegure a sua apresentação e conservação até o momento do consumo. A bebida pode também ser mista quando for produzida a partir da mistura de duas ou mais polpas de frutas de origem tropical.
  • 17. Composição PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO SUCO TROPICAL DE ABACAXI
  • 18. Características • É importante mencionar que a colheita dos frutos deve-se ocorrer no ponto ótimo de maturação, procurando minimizar a injúria mecânica e reduzir a infecção de patógenos e o ataque de insetos bem como manter uma temperatura suficiente para diminuir o metabolismo e não causar injúria por frio. • O transporte dos frutos para as indústrias é feito a granel ou em sacos de polietileno. O transporte deve ser feito com muito cuidado e a baixa velocidade para evitar que injúrias sejam causadas aos frutos.
  • 19. Etapas do processamento Reduzir ou eliminar o teor de sólido suspensos Retirar o excesso de gases do suco, particularmente o O2 , a fim de evitar a oxidação do produto Pasteurização e refrigeração
  • 20. R E F E R Ê N C I A S BRASIL. Instrução Normativa nº 12, de 4 de setembro de 2003: Aprova o Regulamento Técnico para Fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade Gerais para Suco Tropical, e os Padrões de Identidade e Qualidade para Néctares. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 2003. PIRILLO, Camila Pires; SABIO, Renata Pozelli. 100% SUCO. Brasil Hortifruit–Uma publicação do CEPEA/USP. Ano, 2009, 8. RIBEIRO, Amarolina. "Clima tropical"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/clima-tropical.htm. Acesso em 20 de fevereiro de 2020. SUL, Universidade de Cachias do. processamento de suco de fruta: Cachias do Sul: Universidade de Cachias do Sul, 2013. Color.
  • 21. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Artigo
  • 22. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Materiais e métodos Para a realização dos experimentos foram utilizadas acerolas (Malphigia emarginata D.C.) maduras, frescas e sãs, colhidas manualmente na Região Metropolitana de Fortaleza-CE e transportadas para a unidade de processamento em caixas plásticas. Hot fill – Envase a quente em garrafas de vidro Asséptico - Embalagem cartonada (Tetra park)
  • 23. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Objetivo Este trabalho objetivou avaliar a estabilidade do suco tropical de acerola adoçado, elaborado pelos processos hot fill (garrafas de vidro) e asséptico (embalagens cartonadas), com relação às alterações químicas, físico-químicas, sensoriais e microbiológicas, durante 350 dias de armazenamento em condições similares às de comercialização.
  • 24. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Processos
  • 25. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Análises Imediatamente após o processamento (tempo zero) e a intervalos regulares de 50 dias, foram realizadas análises de: • pH • Sólidos solúveis totais • Acidez total titulável, • Açúcares redutores, não-redutores e totais de acordo • Cor de acordo • Análise sensorial de aceitação dos atributos sabor e aceitação global, utilizando-se o teste de escala hedônica com 40 consumidores adultos, voluntários, como recomendado. • Análises microbiológicas
  • 26. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Avaliação dos resultados Os resultados das análises químicas, físico-químicas e sensoriais, obtidos durante os 350 dias de armazenamento dos sucos, foram avaliados estatisticamente, por programa de computador, por meio de análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey ao nível de 5% (p < 0,05).
  • 27. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Avaliação dos resultados
  • 28. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Avaliação dos resultados
  • 29. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Conclusão • Os sucos do processo hot fill apresentaram um pequeno aumento na aceitação global, enquanto os do processo asséptico mantiveram, ao final dos 350 dias, a mesma aceitação inicial. • Os sucos do processo hot fill mantiveram o sabor estável, enquanto que o sabor dos sucos do processo asséptico foi menos aceito ao longo do armazenamento.
  • 30. ESTABILIDADE DO SUCO TROPICAL DE ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) ADOÇADO ENVASADO PELOS PROCESSOS HOT-FILL E ASSÉPTICO Conclusão • Alterações químicas e físico-químicas foram constatadas nos sucos de ambos os processos, no entanto as amostras do processo hot fill apresentaram maior estabilidade ao longo do período de armazenamento. • Os sucos tropicais de acerola adoçados elaborados pelos processos hot fill e asséptico mantiveram uma adequada estabilidade microbiológica durante o período de armazenamento.