(1) Keynes criticou a suposição neoclássica de que a taxa de juros é flexível, argumentando que ela é determinada monetariamente e não se ajusta automaticamente para manter o pleno emprego. (2) Sraffa criticou a ideia de que há sempre substituição entre fatores, mostrando que com capital heterogêneo a intensidade do uso de um fator não se correlaciona necessariamente com seu preço. (3) Ambas as críticas questionam se os mecanismos propostos pela teoria neoclássica são suficientes para garant
1) O documento discute as contribuições teóricas de Piero Sraffa à teoria do valor e distribuição.
2) Sraffa propôs retomar a abordagem clássica do excedente e criticou a abordagem marginalista neoclássica.
3) Ele mostrou que há uma relação inversa entre salário real e taxa de lucro para qualquer número de bens, confirmando os resultados clássicos.
O documento apresenta um modelo macroeconômico alternativo ao Novo Consenso que incorpora elementos heterodoxos como inércia parcial na curva de Phillips, histerese do produto e conflito distributivo. O modelo analisa os custos de longo prazo da política econômica nos EUA pós-anos 80, levando em conta esses elementos ausentes no modelo do Novo Consenso.
O presente artigo apresenta um esquema analítico com base na Economia Política Clássica e na idéia de crescimento da capacidade produtiva liderado pela demanda efetiva, que permita avaliar os custos de longo prazo em termos de capacidade produtiva e que consiga identificar os canais de transmissão e controle inflacionários levando em conta a idéia de conflito distributivo, pensando na economia americana no período recente (pós meados da década de 80).
Economia em exercícios – o modelo de oferta agregada e demanda agregadaFelipe Leo
1) O documento discute o modelo de oferta e demanda agregadas, explicando as flutuações econômicas de curto prazo.
2) Apresenta a controvérsia entre as teorias clássica e keynesiana sobre a forma da curva de oferta agregada.
3) Segundo a teoria keynesiana, os salários nominais são rígidos, levando a uma curva de oferta agregada com inclinação positiva.
O documento descreve a evolução da escola pós-keynesiana em duas vertentes principais: 1) crescimento e distribuição de renda, influenciada por Harrod-Domar; 2) reação crítica à síntese keynesiana-neoclássica focada na incerteza não-probabilística. Também apresenta os pressupostos teóricos e três gerações de modelos pós-keynesianos de crescimento.
Economia aula 10 - o modelo de oferta e demanda agregadasFelipe Leo
1) O documento discute o modelo de oferta e demanda agregadas, explicando como a curva de demanda agregada é derivada ao se observar como variações no nível geral de preços afetam o produto de equilíbrio.
2) A curva de oferta agregada é derivada de uma função de produção que relaciona o produto total ofertado aos níveis de capital e trabalho empregados. No curto prazo, o capital é considerado constante e o produto depende apenas do nível de emprego.
3) A demanda por mão
Economia aula 3 – a elasticidade e suas aplicaçõesFelipe Leo
1. O documento discute o conceito de elasticidade e sua aplicação em vários campos econômicos, como a demanda por produtos quando seus preços variam.
2. Elasticidade mede a sensibilidade dos consumidores ou produtores a variações de preço. É calculada como a variação percentual na quantidade demandada dividida pela variação percentual no preço.
3. A elasticidade pode ser usada para determinar se a receita total irá aumentar ou diminuir quando os preços variam, o que é útil para produtores estabelecerem pre
Economia – economia intertemporal parte 4Felipe Leo
O documento descreve o modelo de crescimento econômico de Solow, discutindo como a poupança, o investimento e a depreciação afetam o estoque de capital e o crescimento de longo prazo da economia. Apresenta a função de produção de Solow e explica que há um nível único de capital que equilibra investimento e depreciação, chamado de "estado estacionário", no qual a economia permanece sem crescimento adicional.
1) O documento discute as contribuições teóricas de Piero Sraffa à teoria do valor e distribuição.
2) Sraffa propôs retomar a abordagem clássica do excedente e criticou a abordagem marginalista neoclássica.
3) Ele mostrou que há uma relação inversa entre salário real e taxa de lucro para qualquer número de bens, confirmando os resultados clássicos.
O documento apresenta um modelo macroeconômico alternativo ao Novo Consenso que incorpora elementos heterodoxos como inércia parcial na curva de Phillips, histerese do produto e conflito distributivo. O modelo analisa os custos de longo prazo da política econômica nos EUA pós-anos 80, levando em conta esses elementos ausentes no modelo do Novo Consenso.
O presente artigo apresenta um esquema analítico com base na Economia Política Clássica e na idéia de crescimento da capacidade produtiva liderado pela demanda efetiva, que permita avaliar os custos de longo prazo em termos de capacidade produtiva e que consiga identificar os canais de transmissão e controle inflacionários levando em conta a idéia de conflito distributivo, pensando na economia americana no período recente (pós meados da década de 80).
Economia em exercícios – o modelo de oferta agregada e demanda agregadaFelipe Leo
1) O documento discute o modelo de oferta e demanda agregadas, explicando as flutuações econômicas de curto prazo.
2) Apresenta a controvérsia entre as teorias clássica e keynesiana sobre a forma da curva de oferta agregada.
3) Segundo a teoria keynesiana, os salários nominais são rígidos, levando a uma curva de oferta agregada com inclinação positiva.
O documento descreve a evolução da escola pós-keynesiana em duas vertentes principais: 1) crescimento e distribuição de renda, influenciada por Harrod-Domar; 2) reação crítica à síntese keynesiana-neoclássica focada na incerteza não-probabilística. Também apresenta os pressupostos teóricos e três gerações de modelos pós-keynesianos de crescimento.
Economia aula 10 - o modelo de oferta e demanda agregadasFelipe Leo
1) O documento discute o modelo de oferta e demanda agregadas, explicando como a curva de demanda agregada é derivada ao se observar como variações no nível geral de preços afetam o produto de equilíbrio.
2) A curva de oferta agregada é derivada de uma função de produção que relaciona o produto total ofertado aos níveis de capital e trabalho empregados. No curto prazo, o capital é considerado constante e o produto depende apenas do nível de emprego.
3) A demanda por mão
Economia aula 3 – a elasticidade e suas aplicaçõesFelipe Leo
1. O documento discute o conceito de elasticidade e sua aplicação em vários campos econômicos, como a demanda por produtos quando seus preços variam.
2. Elasticidade mede a sensibilidade dos consumidores ou produtores a variações de preço. É calculada como a variação percentual na quantidade demandada dividida pela variação percentual no preço.
3. A elasticidade pode ser usada para determinar se a receita total irá aumentar ou diminuir quando os preços variam, o que é útil para produtores estabelecerem pre
Economia – economia intertemporal parte 4Felipe Leo
O documento descreve o modelo de crescimento econômico de Solow, discutindo como a poupança, o investimento e a depreciação afetam o estoque de capital e o crescimento de longo prazo da economia. Apresenta a função de produção de Solow e explica que há um nível único de capital que equilibra investimento e depreciação, chamado de "estado estacionário", no qual a economia permanece sem crescimento adicional.
1) O artigo propõe um modelo de restrição externa com elasticidades endógenas, onde a taxa de câmbio real afeta as elasticidades de longo prazo e a taxa de crescimento.
2) O modelo sugere que manter a taxa de câmbio real num nível estável e competitivo pode alterar a estrutura produtiva em favor dos produtos de alta tecnologia e aumentar a taxa de crescimento.
3) Isso ocorre porque a taxa de câmbio real afeta a composição das exportações e importações ao longo do tempo
O documento discute os princípios fundamentais da economia pós-keynesiana. A economia é caracterizada como "empresarial" ou "monetária da produção", com ênfase nos aspectos do tempo, da moeda e da incerteza. Agentes econômicos tomam decisões monetárias no presente que geram resultados incertos no futuro, em um ambiente não ergódico e não estacionário.
Este documento resume o capítulo 1 do livro "Fundamentos de Economia 2a ed." da Editora Saraiva. O capítulo aborda os conceitos fundamentais de economia como escassez de recursos, curva de possibilidades de produção e o fluxo circular da renda em uma economia de mercado. Além disso, apresenta respostas para questões de revisão sobre esses tópicos.
O documento discute as questões centrais da economia, sendo elas: (1) o que e quanto produzir, levando em conta a escassez de recursos; (2) como produzir de forma eficiente; e (3) para quem produzir e como distribuir a renda gerada. A escassez é apresentada como o problema central de qualquer sociedade, já que os desejos humanos são ilimitados enquanto os recursos são limitados.
O documento discute oito modelos alternativos de curva de oferta agregada considerando uma economia fechada, incluindo modelos keynesianos nos quais as empresas fixam preços com base em custos e um modelo no qual o salário nominal depende da taxa de desemprego, gerando uma curva de oferta positivamente inclinada.
Este documento apresenta o modelo de crescimento econômico de Solow, que explica o crescimento a partir do comportamento de firmas e famílias. O modelo mostra que a economia atinge um estado estacionário onde o capital, produto, consumo e investimento se tornam constantes no longo prazo. Quanto maior a taxa de poupança, maior será o nível desses agregados no estado estacionário, sugerindo que políticas para aumentar a poupança podem promover o crescimento econômico.
Este documento apresenta uma lista de exercícios sobre fundamentos de economia, incluindo questões sobre sistemas econômicos, papel das empresas, problemas econômicos fundamentais, definição de mercado, tipos de mercado, escolha restrita, microeconomia versus macroeconomia, objetivo da macroeconomia, características do monopólio, elasticidade da demanda, oferta e demanda, equilíbrio de mercado, políticas fiscal e monetária, análise de equilíbrio parcial e geral, mercados macroeconômicos
[1] O documento discute a teoria da demanda, oferta e equilíbrio de mercado. [2] Apresenta o conceito de utilidade total e utilidade marginal e como isso influencia a demanda de bens. [3] Explica que a demanda de um bem é influenciada pelo seu preço, preços de bens substitutos e complementares, e renda do consumidor.
Fatos estilizados dos ciclos de negócios no estado do Espírito Santo: uma abo...Matheus Albergaria
Este documento técnico-científico:
1) Estuda as propriedades quantitativas dos ciclos de negócios no Espírito Santo desde a década de 1990 usando análise de volatilidade e correlação com medidas de atividade;
2) Identifica padrões como crescimento sustentado do estado, maior volatilidade das variáveis estaduais versus nacionais, e forte correlação do estado com o índice nacional e outros estados do Sul e Sudeste;
3) Tem como objetivo fornecer informações sobre as
O objetivo destas notas é duplo. Em primeiro lugar, apresentar da forma mais simples e básica possível os aspectos principais das diversas teorias do crescimento, tanto neoclássicas quanto heterodoxas.
Em segundo lugar, novamente considerando apenas seus aspectos mais essenciais, fazer uma avaliação crítica preliminar das diversas teorias, no que diz respeito tanto a consistência lógico-teórica quanto à possível relevância para o entendimento de alguns fatos estilizados básicos sobre o processo de desenvolvimento.
O documento discute oito modelos alternativos de curva de oferta agregada, incluindo o modelo de Lucas que considera imperfeições de informação. A curva de oferta de Lucas mostra como as firmas ajustam sua produção com base em seu preço relativo em comparação com o preço esperado pela economia. No longo prazo, apenas os preços são afetados por mudanças na oferta monetária, não o produto real. O documento também compara os diferentes modelos de curva de oferta agregada.
Este documento apresenta respostas de questões de revisão sobre o capítulo 1 do livro "Fundamentos de Economia 2a ed." da Editora Saraiva. As respostas abordam conceitos como curva de possibilidade de produção, fluxo circular da renda e escassez de recursos como origem dos problemas econômicos fundamentais.
O presente artigo busca avaliar os determinantes da inflação brasileira recente, mais especificamente a partir de 1999 quando é instituído o Sistema de Metas de Inflação (SMI). Utilizando um modelo de Redes Neurais, avaliamos: (1) se a dinâmica inflacionária é explicada por um modelo aceleracionista ou pela curva de Phillips tradicional; (2) se as pressões de demanda, medidas pelo hiato do produto e do desemprego têm impacto claro e sistemático sobre a inflação; (3) se a inflação importada, incluindo a inflação dos produtos transacionáveis em dólares e a variação da taxa de câmbio nominal, exerce influencia significativa sobre a inflação; e (4) se o canal de custo da taxa de juros se verifica empiricamente no caso brasileiro.
O documento discute o conceito de oferta e procura para resolver problemas econômicos. A procura de um bem depende do seu preço e de outros fatores como renda e preços de bens substitutos ou complementares. Mudanças no preço ou nesses outros fatores causam deslocamentos na curva de procura.
1) O documento discute modelos macroeconômicos e economia política, abordando temas como influências na escolha de políticas e modelos alternativos.
2) Apresenta o modelo de Nordhaus-Lindbeck, que sugere que políticos adotam medidas para favorecer o desempenho econômico próximo às eleições, podendo causar instabilidade.
3) Discutem-se também a Curva de Phillips, expectativas racionais e o modelo novo-keynesiano, que incorpora estas ideias em um modelo teórico com fundamentação micro
O documento discute os conceitos básicos do mercado de trabalho, como população residente, força de trabalho, taxa de desemprego e salários. Explica que a população residente se divide em população economicamente ativa, não ativa e incapacitada. A taxa de desemprego é calculada comparando o número de desempregados com a força de trabalho.
Preços de commodities e nível de atividade em uma pequena economia aberta: ev...Matheus Albergaria
(i) O documento analisa os efeitos das variações nos preços de commodities sobre o nível de atividade no estado do Espírito Santo utilizando técnicas econométricas de séries temporais;
(ii) Os resultados mostram que o estado do Espírito Santo é mais impactado por choques nos preços de commodities do que o Brasil devido à sua alta abertura econômica;
(iii) Os preços de commodities antecedem os níveis de atividade tanto no estado quanto no país.
O documento descreve os principais pressupostos e modelos da teoria clássica da economia, incluindo: (1) a economia opera no nível de pleno emprego; (2) preços e salários são flexíveis; (3) a oferta determina a demanda através da lei de Say.
Economia – a economia intertemporal parte 2Felipe Leo
1. O documento discute o investimento em capital fixo privado, explicando que as empresas comparam o benefício e o custo de possuir capital adicional.
2. A taxa de juros afeta o custo do capital, de modo que quanto maior a taxa de juros, maior o custo do capital e menor o incentivo para investir.
3. Vários fatores determinam o nível de investimento, incluindo a taxa de juros real, a taxa de depreciação do capital e o preço relativo dos bens de capital.
Este artigo propõe um modelo de restrição externa com elasticidades endógenas, onde a taxa de câmbio real afeta o desenvolvimento econômico ao longo prazo ao influenciar as elasticidades de exportações e importações. O artigo revisa modelos anteriores e argumenta que manter a taxa de câmbio real em nível estável e competitivo pode promover o crescimento alterando a estrutura produtiva em favor de bens de alta tecnologia e maior valor agregado.
1) O documento discute se a taxa de investimento de uma economia é determinada pela taxa de poupança agregada ou se é o inverso, com a taxa de poupança sendo determinada pela taxa de investimento.
2) O autor critica a visão tradicional de que a poupança determina o investimento, argumentando que na verdade é o investimento que determina a poupança agregada a longo prazo.
3) O autor identifica três problemas no raciocínio tradicional: a dificuldade de entender a demanda efetiva, equ
Este documento apresenta um resumo do modelo keynesiano de determinação da renda a curto prazo. Ele discute os principais conceitos como demanda efetiva, consumo, investimento e multiplicador keynesiano. O documento também apresenta modelos simples que ilustram como a renda é determinada pela demanda agregada considerando diferentes componentes como consumo, investimento e gastos do governo.
1) O artigo propõe um modelo de restrição externa com elasticidades endógenas, onde a taxa de câmbio real afeta as elasticidades de longo prazo e a taxa de crescimento.
2) O modelo sugere que manter a taxa de câmbio real num nível estável e competitivo pode alterar a estrutura produtiva em favor dos produtos de alta tecnologia e aumentar a taxa de crescimento.
3) Isso ocorre porque a taxa de câmbio real afeta a composição das exportações e importações ao longo do tempo
O documento discute os princípios fundamentais da economia pós-keynesiana. A economia é caracterizada como "empresarial" ou "monetária da produção", com ênfase nos aspectos do tempo, da moeda e da incerteza. Agentes econômicos tomam decisões monetárias no presente que geram resultados incertos no futuro, em um ambiente não ergódico e não estacionário.
Este documento resume o capítulo 1 do livro "Fundamentos de Economia 2a ed." da Editora Saraiva. O capítulo aborda os conceitos fundamentais de economia como escassez de recursos, curva de possibilidades de produção e o fluxo circular da renda em uma economia de mercado. Além disso, apresenta respostas para questões de revisão sobre esses tópicos.
O documento discute as questões centrais da economia, sendo elas: (1) o que e quanto produzir, levando em conta a escassez de recursos; (2) como produzir de forma eficiente; e (3) para quem produzir e como distribuir a renda gerada. A escassez é apresentada como o problema central de qualquer sociedade, já que os desejos humanos são ilimitados enquanto os recursos são limitados.
O documento discute oito modelos alternativos de curva de oferta agregada considerando uma economia fechada, incluindo modelos keynesianos nos quais as empresas fixam preços com base em custos e um modelo no qual o salário nominal depende da taxa de desemprego, gerando uma curva de oferta positivamente inclinada.
Este documento apresenta o modelo de crescimento econômico de Solow, que explica o crescimento a partir do comportamento de firmas e famílias. O modelo mostra que a economia atinge um estado estacionário onde o capital, produto, consumo e investimento se tornam constantes no longo prazo. Quanto maior a taxa de poupança, maior será o nível desses agregados no estado estacionário, sugerindo que políticas para aumentar a poupança podem promover o crescimento econômico.
Este documento apresenta uma lista de exercícios sobre fundamentos de economia, incluindo questões sobre sistemas econômicos, papel das empresas, problemas econômicos fundamentais, definição de mercado, tipos de mercado, escolha restrita, microeconomia versus macroeconomia, objetivo da macroeconomia, características do monopólio, elasticidade da demanda, oferta e demanda, equilíbrio de mercado, políticas fiscal e monetária, análise de equilíbrio parcial e geral, mercados macroeconômicos
[1] O documento discute a teoria da demanda, oferta e equilíbrio de mercado. [2] Apresenta o conceito de utilidade total e utilidade marginal e como isso influencia a demanda de bens. [3] Explica que a demanda de um bem é influenciada pelo seu preço, preços de bens substitutos e complementares, e renda do consumidor.
Fatos estilizados dos ciclos de negócios no estado do Espírito Santo: uma abo...Matheus Albergaria
Este documento técnico-científico:
1) Estuda as propriedades quantitativas dos ciclos de negócios no Espírito Santo desde a década de 1990 usando análise de volatilidade e correlação com medidas de atividade;
2) Identifica padrões como crescimento sustentado do estado, maior volatilidade das variáveis estaduais versus nacionais, e forte correlação do estado com o índice nacional e outros estados do Sul e Sudeste;
3) Tem como objetivo fornecer informações sobre as
O objetivo destas notas é duplo. Em primeiro lugar, apresentar da forma mais simples e básica possível os aspectos principais das diversas teorias do crescimento, tanto neoclássicas quanto heterodoxas.
Em segundo lugar, novamente considerando apenas seus aspectos mais essenciais, fazer uma avaliação crítica preliminar das diversas teorias, no que diz respeito tanto a consistência lógico-teórica quanto à possível relevância para o entendimento de alguns fatos estilizados básicos sobre o processo de desenvolvimento.
O documento discute oito modelos alternativos de curva de oferta agregada, incluindo o modelo de Lucas que considera imperfeições de informação. A curva de oferta de Lucas mostra como as firmas ajustam sua produção com base em seu preço relativo em comparação com o preço esperado pela economia. No longo prazo, apenas os preços são afetados por mudanças na oferta monetária, não o produto real. O documento também compara os diferentes modelos de curva de oferta agregada.
Este documento apresenta respostas de questões de revisão sobre o capítulo 1 do livro "Fundamentos de Economia 2a ed." da Editora Saraiva. As respostas abordam conceitos como curva de possibilidade de produção, fluxo circular da renda e escassez de recursos como origem dos problemas econômicos fundamentais.
O presente artigo busca avaliar os determinantes da inflação brasileira recente, mais especificamente a partir de 1999 quando é instituído o Sistema de Metas de Inflação (SMI). Utilizando um modelo de Redes Neurais, avaliamos: (1) se a dinâmica inflacionária é explicada por um modelo aceleracionista ou pela curva de Phillips tradicional; (2) se as pressões de demanda, medidas pelo hiato do produto e do desemprego têm impacto claro e sistemático sobre a inflação; (3) se a inflação importada, incluindo a inflação dos produtos transacionáveis em dólares e a variação da taxa de câmbio nominal, exerce influencia significativa sobre a inflação; e (4) se o canal de custo da taxa de juros se verifica empiricamente no caso brasileiro.
O documento discute o conceito de oferta e procura para resolver problemas econômicos. A procura de um bem depende do seu preço e de outros fatores como renda e preços de bens substitutos ou complementares. Mudanças no preço ou nesses outros fatores causam deslocamentos na curva de procura.
1) O documento discute modelos macroeconômicos e economia política, abordando temas como influências na escolha de políticas e modelos alternativos.
2) Apresenta o modelo de Nordhaus-Lindbeck, que sugere que políticos adotam medidas para favorecer o desempenho econômico próximo às eleições, podendo causar instabilidade.
3) Discutem-se também a Curva de Phillips, expectativas racionais e o modelo novo-keynesiano, que incorpora estas ideias em um modelo teórico com fundamentação micro
O documento discute os conceitos básicos do mercado de trabalho, como população residente, força de trabalho, taxa de desemprego e salários. Explica que a população residente se divide em população economicamente ativa, não ativa e incapacitada. A taxa de desemprego é calculada comparando o número de desempregados com a força de trabalho.
Preços de commodities e nível de atividade em uma pequena economia aberta: ev...Matheus Albergaria
(i) O documento analisa os efeitos das variações nos preços de commodities sobre o nível de atividade no estado do Espírito Santo utilizando técnicas econométricas de séries temporais;
(ii) Os resultados mostram que o estado do Espírito Santo é mais impactado por choques nos preços de commodities do que o Brasil devido à sua alta abertura econômica;
(iii) Os preços de commodities antecedem os níveis de atividade tanto no estado quanto no país.
O documento descreve os principais pressupostos e modelos da teoria clássica da economia, incluindo: (1) a economia opera no nível de pleno emprego; (2) preços e salários são flexíveis; (3) a oferta determina a demanda através da lei de Say.
Economia – a economia intertemporal parte 2Felipe Leo
1. O documento discute o investimento em capital fixo privado, explicando que as empresas comparam o benefício e o custo de possuir capital adicional.
2. A taxa de juros afeta o custo do capital, de modo que quanto maior a taxa de juros, maior o custo do capital e menor o incentivo para investir.
3. Vários fatores determinam o nível de investimento, incluindo a taxa de juros real, a taxa de depreciação do capital e o preço relativo dos bens de capital.
Este artigo propõe um modelo de restrição externa com elasticidades endógenas, onde a taxa de câmbio real afeta o desenvolvimento econômico ao longo prazo ao influenciar as elasticidades de exportações e importações. O artigo revisa modelos anteriores e argumenta que manter a taxa de câmbio real em nível estável e competitivo pode promover o crescimento alterando a estrutura produtiva em favor de bens de alta tecnologia e maior valor agregado.
1) O documento discute se a taxa de investimento de uma economia é determinada pela taxa de poupança agregada ou se é o inverso, com a taxa de poupança sendo determinada pela taxa de investimento.
2) O autor critica a visão tradicional de que a poupança determina o investimento, argumentando que na verdade é o investimento que determina a poupança agregada a longo prazo.
3) O autor identifica três problemas no raciocínio tradicional: a dificuldade de entender a demanda efetiva, equ
Este documento apresenta um resumo do modelo keynesiano de determinação da renda a curto prazo. Ele discute os principais conceitos como demanda efetiva, consumo, investimento e multiplicador keynesiano. O documento também apresenta modelos simples que ilustram como a renda é determinada pela demanda agregada considerando diferentes componentes como consumo, investimento e gastos do governo.
Antes da Grande Depressão de 1929, a teoria econômica clássica predominava, defendendo um mercado livre sem intervenção estatal. Após a crise, que se caracterizou por uma grave crise de emprego, a teoria macroeconômica ganhou força ao questionar a capacidade da teoria clássica de explicar eventos como crises. Isso aumentou o interesse pela macroeconomia.
Economia aula 8 - o sistema is - lm e as políticas fiscal e monetáriaFelipe Leo
1) O documento discute o sistema IS-LM, que analisa a atuação conjunta das políticas fiscal e monetária.
2) O sistema contém as curvas IS e LM, que representam equilíbrios nos mercados de produtos e monetário.
3) A curva IS mostra combinações de renda e taxa de juros que equilibram poupança e gastos, enquanto a LM equilibra oferta e demanda de moeda.
O documento discute questões sobre o equilíbrio no mercado de bens e serviços e a equação fundamental da macroeconomia. As três principais ideias são:
1) A equação fundamental equilibra a demanda agregada e a oferta agregada de bens e serviços na economia.
2) O investimento é a variável mais instável da demanda agregada, pois depende da taxa de juros.
3) As variáveis que compõem a demanda agregada (c, i, g, x-m) são endógenas, enquanto as do lado da of
Pela natureza dos custos fixos, criou-se o Custeio Variável onde só custos variáveis são agregados aos produtos. Isso gera lucros que acompanham as vendas, diferente do Custeio por Absorção. Entretanto, o Custeio Variável não é aceito para balanços externos por contrariar princípios contábeis. É possível usá-lo internamente e ajustá-lo ao final do período.
Economia aula 7 - a macroeconomia keynesianaFelipe Leo
1) O documento discute a teoria macroeconômica keynesiana, que argumenta que o equilíbrio econômico pode ocorrer com desemprego e que o governo pode aumentar a demanda agregada através de gastos para reduzir o desemprego.
2) A teoria keynesiana se contrapõe à visão clássica de que as forças de mercado sempre levam à pleno emprego, apontando que a demanda agregada determina a oferta agregada e o nível da renda.
3) A demanda agregada
Neste trabalho reavaliamos criticamente o modelo de dois hiatos de Chenery. Tentaremos mostrar que o modelo original de Chenery tinha um caráter normativo, pois era um modelo de planejamento, e que o modelo foi desenvolvido precisamente para dizer que a restrição externa em geral era a mais relevante. No caso da literatura brasileira a partir dos anos 80, o modelo foi usado como um mo- delo positivo de uma economia não planejada e em geral com o objetivo de argu- mentar que a restrição mais relevante era (e é) a de poupança. Mostramos também que numa economia não planejada, no que diz respeito ao hiato de poupança, a operação do mecanismo do supermultiplicador garante que mesmo a longo prazo a taxa de poupança é determinada endogenamente pela taxa de investimento. Por outro lado, quanto à restrição de divisas, mostraremos que na economia não plane- jada ela não deve ser formalizada como um limite ao investimento e sim ao nível de atividade em geral.
Macroeconomia introdução aos modelos macroeconômicosJosé Hudson
Este documento apresenta um resumo de quatro capítulos de um livro sobre macroeconomia. O Capítulo 1 introduz conceitos como ciclo econômico, produto potencial, taxa de crescimento e relação entre inflação e nível de atividade. O Capítulo 2 descreve os modelos IS-LM, com as curvas IS e LM e seu equilíbrio. O Capítulo 3 aborda diferentes modelos de oferta agregada. E o Capítulo 4 trata da dinâmica macroeconômica e do papel das expectativas nos ajustes de curto
Este documento apresenta um resumo de quatro capítulos de um livro sobre macroeconomia. O Capítulo 1 introduz conceitos como ciclo econômico, produto potencial, taxa de crescimento e relação entre inflação e nível de atividade. O Capítulo 2 descreve os modelos IS-LM, analisando o equilíbrio nos mercados de bens e serviços e monetário. O Capítulo 3 aborda diferentes modelos de oferta agregada. E o Capítulo 4 discute a dinâmica macroeconômica e o papel das expectativ
O documento apresenta um resumo de um livro sobre macroeconomia. O livro discute modelos macroeconômicos, incluindo as curvas IS-LM, demanda agregada, oferta agregada e equilíbrio macroeconômico. O livro analisa como esses modelos podem ser usados para entender o ciclo econômico, inflação, políticas monetária e fiscal.
Trade-off Inflação e Desemprego e Inconsistência DinâmicaRoseli Silva
O documento discute os efeitos de políticas monetárias restritivas sob regimes de câmbio fixo e flexível. Sob câmbio fixo, a política monetária é ineficaz, pois o Banco Central deve intervir no mercado de câmbio para manter a taxa fixa, revertendo os efeitos iniciais. Sob câmbio flexível, a política é eficaz, levando a uma renda menor devido à valorização da moeda doméstica e maior déficit em transações correntes.
O documento discute os conceitos de demanda e oferta agregadas e ciclos econômicos. Ele define ciclos econômicos e apresenta suas características principais, como o movimento coordenado de variáveis em diferentes setores da economia durante expansões e contrações. Também descreve o comportamento típico de variáveis como produção, emprego e salários durante diferentes fases do ciclo.
1) O documento discute como a inflação e variações de preços afetam a contabilidade e como a contabilidade tradicional tem dificuldades em lidar com isso. 2) É mencionado que alguns países permitem reavaliações de ativos fixos para refletir variações de preços, porém essas soluções tratam o problema de forma parcial. 3) O documento também discute índices de preços e como medem variações gerais e específicas de preços.
Economia – introdução às teorias da inflaçãoFelipe Leo
1. O documento introduz os conceitos de inflação e suas principais causas.
2. São descritas as principais distorções provocadas pela inflação, incluindo efeitos sobre distribuição de renda, pagamentos de dívidas, mercado financeiro e balanço de pagamentos.
3. São explicados três tipos de inflação: inflação de demanda, inflação de custos causada por choques de oferta, e a antiga teoria da inflação estrutural em países em desenvolvimento.
A tradição estruturalista Latino Americana, em geral, e brasileira, em particular, adotou a chamada equação de Cambridge para interpretar a dinâmica da acumulação nas décadas de 1950 e início dos anos 1960. Segundo essa interpretação haveria uma limitação ao crescimento dada por uma restrição de poupança, ou seja, uma poupança potencial máxima inferior a necessária para se atingir taxas de crescimento elevadas, como as perseguidas pelos governos desenvolvimentistas do período. A compatibilização entre as políticas econômicas de alto crescimento e o potencial de poupança voluntária máxima da economia resultaria no surgimento de um processo inflacionário, que geraria, assim, a poupança forçada necessária.
Apesar das mudanças de interpretação teórica ocorridos dentro do próprio campo heterodoxo, com o surgimento do chamado pensamento da escola de Campinas (ver Serrano 2001) e o abandono da equação de Cambridge como modelo teórico básico para explicar crescimento e acumulação no Brasil, não foi empreendida uma revisão histórica sobre o período a luz dessa nova interpretação.
Se teoricamente tal revisão nunca foi propriamente levada adiante pelos economistas heterodoxos brasileiros, a própria história acabou por sugerir fortemente que sua interpretação estaria possivelmente equivocada. Afinal, o plano de estabilização do governo militar, o PAEG, teve como componente central sua política de rendas (ver Lara Resende 1989), ou, mais precisamente, uma fórmula para limitação da elevação do salário nominal. A retomada do crescimento se fez em período muito curto e os primeiros momentos do Milagre Econômico registraram inflação cadente e crescimento acelerado. Mesmo a aceleração inflacionária que segue ao período do Milagre nos anos 1970 se deveu mais a fortes choques em alguns componentes de custo ligados a uma exacerbação do conflito distributivo, como a limitação do regime militar em impor total contenção das demandas salariais (ver Bastos 2002). Finalmente, a grande aceleração inflacionária dos anos 1980 e 1990 ocorreu exatamente quando o país encerrou sua fase de crescimento acelerado, reduzindo a sua chamada “média histórica” de crescimento do PIB de 7% ao ano para cerca de 2,5%.
O presente trabalho tem por objetivo inicial criticar a hipótese da interpretação da poupança forçada para o período de 1956 a 1963. Tal crítica levanta automaticamente uma questão por responder: se não foi a carência de poupança, logo um persistente processo de excesso de demanda na economia, que causou a aceleração inflacionária observada de 1956 até 1963, qual foi a sua causa principal? No presente trabalho busca-se resposta para essa pergunta com base na teoria da inflação de custos, analisando-se a dinâmica dos principais componentes da formação de preços no p
1) O documento discute modelos pós-keynesianos de crescimento e distribuição de renda, comparando-os com a teoria da distribuição de Cambridge.
2) Nos modelos iniciais, o nível de produção e utilização da capacidade dependem negativamente da parcela de lucros, enquanto a taxa de lucro realizada é constante.
3) A teoria de Cambridge argumenta que a parcela de lucros é determinada endogenamente no longo prazo, variando positivamente com o grau de utilização da capacidade.
Modelos Macro com Metas de Inflação para graduaçãoRoseli Silva
O documento discute modelos macroeconômicos, incluindo a Regra de Taylor e os modelos de Taylor e Walsh. Apresenta conceitos como curva de Phillips, expectativas racionais e políticas monetária e fiscal. Explica como esses elementos se relacionam para determinar o produto real, inflação e flutuações econômicas de curto e médio prazo.
O objetivo deste trabalho é discutir o papel jogado nas teorias do desenvolvimento e acumulação dos níveis e taxas de crescimento do que a economia política clássica chamava de ‘gasto improdutivo’ . A característica marcante deste tipo de gasto é que ele não cria capacidade produtiva e , ao mesmo tempo, não é financiado pela folha de salários da economia.
Semelhante a Sraffa e Keynes: Duas críticas à tendência ao pleno emprego dos fatores na abordagem neoclássica (20)
Atualmente, diversos economistas das mais variadas origens e tendências argumentam que o Banco Central deve imprimir dinheiro para financiar o déficit público e zerar a taxa básica de juros para fazer políticas monetárias não convencionais, chamadas lá fora de Quantitative Easing (QE) e que consistem na compra de ativos privados e talvez até divida pública de prazos mais longos.
1) O artigo discute a evolução do conceito de Lei de Say no pensamento econômico, desde a versão original de Jean Baptiste Say até as interpretações clássicas, neoclássicas e da escola de Cambridge.
2) A versão original de Say tratava da identidade entre produção e consumo, onde toda produção gera demanda equivalente através dos salários pagos e do poder de compra gerado. Isso pressupunha a neutralidade da moeda e ausência de entesouramento.
3) Posteriormente, interpretações cl
The purpose of this paper is to contribute to an interpretation of Ricardo’s theory of foreign trade following the lead of Sraffa ́s own 1930 critique of Ricardo ́s alleged error and recently developed by other Sraffians. We argue that Ricardo assumed that trade happened at natural prices in each country. And once we take the process of gravitation towards those prices into account it follows that : (i) Ricardo’s theory is not incomplete, but fully determined so there is no need for price elastic demand functions, contrary to what John Stuart Mill argued; and (ii) in the simple cases of the examples of chapter 7 of Ricardo ́s Principles, the terms of trade are determined by the ratio of the given actually traded levels of reciprocal effectual demands.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This document analyzes Brazilian National Treasury primary auctions from the 2000s using a Modern Monetary Theory interpretation. It finds that:
1) The Brazilian government was always able to sell its treasury bonds and was not pressured into higher interest rates by bond markets or rating downgrades.
2) Downgrades by international rating agencies did not cause persistent pressure on auction rates or changes in bond sales volumes.
3) The Central Bank ensured liquidity for treasury bonds through repo operations, maintaining interest rate targets and guaranteeing demand for government bonds.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo's results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo´s results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
Thirlwall’s law, given by the ratio of the rate of growth of exports to the income elasticity of imports is a key result of Balance of Payments (BOP) constrained long run growth models with balanced trade. Some authors have extended the analysis to incorporate long run net capital flows. We provide a critical evaluation on these efforts and propose an alternative approach to deal with long run external debt sustainability, based on two key features. First, we treat the external debt to exports ratio as the relevant indicator for the analysis of external debt sustainability. Second, we include an external credit constraint in the form of a maximum acceptable level of this ratio. The main results that emerge are that sustainable long run capital flows can positively affect the long run level of output, but not the rate of growth compatible with the BOP constraint, as exports must ultimately tend to grow at the same rate as imports. Therefore, Thirlwall’s law still holds.
(1) O documento discute a análise de Lara Resende sobre as ideias da Teoria Monetária Moderna (MMT) e propõe um arcabouço teórico alternativo baseado na abordagem do excedente.
(2) A análise de Lara Resende aceita o modelo do Novo Consenso, mas reconhece que não há restrições monetárias ou fiscais. No entanto, suas implicações de política econômica não decorrem desse modelo.
(3) O arcabouço teórico alternativo propõe
1. O documento apresenta um modelo matemático para analisar sistemas econômicos representados por matrizes que indicam insumos e horas de trabalho necessárias para a produção.
2. É definido o conceito de matrizes redutíveis e irredutíveis e apresentados teoremas sobre propriedades de matrizes irredutíveis como tendo um autovalor máximo único.
3. Explica como representar sistemas de preços com e sem excedente usando esse modelo, encontrando soluções relacionadas a autovalores e autovetores das matriz
1) O documento é uma tese de doutorado apresentada à Universidade Federal do Rio de Janeiro que analisa o crescimento liderado pela demanda na economia norte-americana nos anos 2000 a partir da abordagem do supermultiplicador sraffiano com inflação de ativos.
2) No primeiro capítulo, a tese faz uma crítica à abordagem da macroeconomia dos três saldos proposta por W. Godley, argumentando que ela tem inconsistências contábeis.
3) Em seguida, a tese apresenta o arcabouço teórico do
Este documento é uma dissertação de mestrado que analisa criticamente os modelos neo-kaleckianos sobre como a competitividade internacional influencia a taxa de crescimento de uma economia aberta. O autor argumenta que esses modelos restringem excessivamente a relação entre taxa de câmbio e distribuição de renda e omitem fontes alternativas de desvalorização cambial. Além disso, eles podem permitir déficits comerciais permanentes sem mecanismos de ajuste e sugerem que a desvalorização pode piorar o déficit comercial.
This paper examines the semiconductor’s industry growing importance
as a strategic technology in the modern industrial system and in contemporary war
-
fare. It also analyzes this industry’s evolution in China and the Chinese semiconduc-
tor industrial policy over the last years. We review the Chinese interpretation of the
‘revolution in military affairs’ and China’s perception of its backwardness as well as
the possibilities of catch-up and evolution in the most sophisticated segments of this
productive chain through domestic firms and indigenous innovation.
1) O documento discute a Hipótese de Estagnação Secular (HES) e suas inconsistências teóricas ao analisá-la a partir de perspectivas neoclássicas e heterodoxas da teoria do crescimento econômico.
2) A HES sugere que economias avançadas enfrentam tendência de estagnação devido a fatores como baixo crescimento populacional, tecnológico e da produtividade que limitam o investimento.
3) O documento mostra que a HES apresenta inconsistências tanto na abordagem neo
O objetivo deste trabalho é discutir as causas principais da interrupção, a partir de 2015,do processo de crescimento com inclusão social que ocorreu na economia brasileira a partir de meados dos anos 2000, processo que chamaremos de “Breve Era de Ouro” da economia brasileira em alusão ao processo semelhante, porém bem mais longo e intenso, que ocorreu nos países centrais depois da Segunda Guerra Mundial até o inicio da década de 70 do século passado. Nossa analise se baseia em duas hipóteses centrais. A primeira é de que, por uma série de razões estruturais operando tanto no lado da oferta quanto da demanda de trabalho, este processo gerou, a despeito das taxas de crescimento da economia não terem sido muito elevadas,uma “revolução indesejada” no mercado de trabalho brasileiro entre 2004 e 2014, que reforçou muito o poder de barganha dos trabalhadores (particularmente os menos qualificados).Esta “revolução indesejada” gerou uma tendência dos salários reais crescerem continuamente acima do crescimento da produtividade, o que acirrou progressivamente o conflito distributivo e reduziu as margens e taxas de lucros das empresas.
Este documento resume a trajetória acadêmica de Carlos Aguiar de Medeiros, desde quando ele ingressou na UFRJ como aluno de graduação em 1971 até se tornar Coordenador da Pós-Graduação do Instituto de Economia Industrial (IEI) entre 1993-1996. Ele destaca suas influências iniciais como aluno, sua produção como professor e pesquisador, e seu papel na reestruturação da pós-graduação do IEI.
The document presents a new analytical framework for modeling the classical theory of market price gravitation towards normal prices. It proposes that market prices react to the difference between effectual demand and quantity supplied, rather than the rate of change of that difference as in previous "cross-dual" models. This approach avoids instability issues found in cross-dual models. The paper explores this approach through several models that describe how market prices can converge asymptotically to normal prices over time through adjustments in supply.
Gravitation of market prices towards normal prices: some new results
Sraffa e Keynes: Duas críticas à tendência ao pleno emprego dos fatores na abordagem neoclássica
1. 1
Sraffa e Keynes: Duas críticas à tendência ao pleno emprego dos fatores na
abordagem neoclássica1
Franklin Serrano, IE-UFRJ
A tendência ao pleno emprego de todos os fatores na visão neoclássica da operação do
mecanismo de mercado competitivo deveria estar assegurada por dois mecanismos
centrais, a saber: a flexibilidade dos preços reais (e nominais) dos fatores de produção e
um suficientemente alto grau de substituição direta e indireta de fatores. A substituição
direta de fatores é a substituição na produção, na qual métodos de produção mais
intensivos no uso de um fator são adotados quando seu preço relativo se reduz. A
substituição indireta de fatores diz respeito ao efeito sobre a utilização de um fator cujo
preço foi reduzido devido à substituição direta no consumo, o que ocorre como reação à
redução do preço relativo de bens produzidos com alto uso deste fator. Asduas
formas de substituição de fatores deveriam operar em conjunto e definir funções de
demanda por fatores que seriam negativamente inclinadas.
Esta teoria, bastante conhecida e ainda amplamente aceita, foi alvo de uma série
de críticas teóricas importantes. Nesta nota vamos nos referir a dois tipos de crítica que
consideramos bem gerais e relevantes, a saber:
(i) Crítica externa monetária de John Maynard Keynes à flexibilidade da taxa de
juros como mecanismo de ajuste entre poupança potencial e investimento.
(ii) Crítica interna real de Piero Sraffa o efeito substituição na demanda por
fatores
Uma crítica empírica critica a própria ocorrência do resultado proposto por uma
teoria. A crítica teórica é dita externa quando questiona o realismo das hipóteses
necessárias para se obter um dado resultado teórico. E uma crítica interna questiona se
as hipóteses postuladas para se obter um dado resultado realmente são suficientes para
que este resultado ocorra.
1.Crítica externa monetária: Keynes e o principio Princípio da Demanda Efetiva
Nas teorias neoclássicas, se supõe que a taxa real de juros seja flexível, num sentido
muito específico de aumentar (ou diminuir) automaticamente sempre que o
1
Versão preliminar, 2 outubro 2018. O autor agradece a colaboração de Miguel Henriques Carvalho.
2. 2
investimento estiver acima (ou abaixo) do nível de poupança correspondente ao produto
de pleno emprego de todos os fatores da economia. Esta flexibilidade dos juros,
combinada com a suposição de uma alta elasticidade juros do investimento é que
permite que se postule que qualquer aumento da propensão a poupar (que reduz o
consumo) irá, a longo prazo, aumentar o nível de investimento e que portanto a
economia sempre ajustará o nível de demanda agregada ao nível do produto potencial
existente.
A crítica monetária baseada nas contribuições de Keynes de que a taxa de juros é
uma variável monetária, de caráter convencional e controlada em última instância
institucionalmente pelo Estado, é suficiente para impedir a flexibilidade real da taxa de
juros e, desta forma, que esta taxa assegure que o nível de demanda efetiva (i. e. o total
de gastos em investimento e consumo aos preços de oferta) se ajuste ao nível do produto
potencial. Se a taxa de juros é dada, a moeda não é neutra a longo prazo e a demanda
agregada e o produto efetivo não se ajustam automaticamente ao produto de pleno
emprego dos fatores. Por consequência, aumentos da propensão a poupar apenas
reduzem o consumo e a produção agregada em vez de estimular o investimento de
forma a compensar a queda no consumo e, assim, a prevalência do produto potencial.
Colocada desta forma, esta crítica poderia ser considerada como dependente da
suposição de que a taxa de juros afinal é rígida e não flexível e esta rigidez é que criaria
o problema.
Mas na realidade a crítica não pode ser considerada uma hipótese de rigidez da
taxa de juros. A base da crítica vem do chamado Princípio da Demanda Efetiva,
formulado de forma independente por Keynes e Kalecki, derivado da constatação de
que, numa economia monetária (fechada), o que todo mundo gasta, a demanda agregada
(D), unilateralmente determina o que todo mundo de fato mundo ganha, a renda
agregada (Y).
D = Y
Como a demanda agregada (gastos totais) é igual a soma dos gastos em consumo
com os gastos em investimento e a poupança é definida como renda menos consumo
(Y – C ), temos que:
C + I = C + S
3. 3
I = S
Portanto, para qualquer nível da taxa de juros, ou tipo de função consumo e
função investimento, temos sempre que, no agregado, investimento e poupança são
iguais, sendo a poupança agregada determinada pelo investimento.
I → S
De fato, é a poupança efetivamente realizada que é igual ao investimento,
podendo ser, e usualmente é, bem menor que a poupança que ocorreria se a economia
por acaso empregasse todos os fatores, o que corresponde a poupança de pleno emprego
(S*).
Suponha que este seja inicialmente o caso, e que a taxa de juros esteja por algum
motivo estritamente monetário, como os apontados por Keynes, acima da taxa natural
de juros (aquela em que I = S*) e o investimento (e a poupança agregada de fato) esteja
abaixo da poupança de pleno emprego. Neste caso, a demanda agregada D esta menor
que o produto de pleno emprego Y*.
Não podemos dizer que esta situação esteja sendo causada por uma “rigidez” da
taxa de juros. Como o investimento é igual e determina uma poupança agregada do
mesmo montante, simplesmente nunca existe desequilíbrio entre poupança efetiva e
investimento e, portanto, não haveria motivo nenhum para a taxa de juros se mover,
independentemente de qualquer rigidez. Pelo contrário, para Keynes a taxa de juros na
economia monetária se move de acordo com desequilíbrios entre oferta e demanda por
moeda e não por uma suposta e impossível discrepância entre a demanda por
investimento e uma oferta de fundos emprestáveis (poupança) monetária. A poupança
de pleno emprego em si não exerce nenhum efeito sobre os juros, pois trata-se apenas de
um ponto de referência que a poupança de fato da economia poderia atingir se o
investimento fosse igual a este nível. Assim, a ausência na realidade da “flexibilidade”
da taxa de juros postulada pela abordagem neoclássica, não se trata de uma imperfeição
ou interferência no mecanismo de mercado e sim uma característica básica de como
funciona de fato uma economia monetária (explicada pelo Princípio da Demanda
Efetiva). Se por acaso a taxa de juros estiver acima da taxa natural, simplesmente não
haverá demanda efetiva em consumo e investimento suficiente para que o valor do
4. 4
produto correspondente ao pleno emprego de todos os fatores seja vendido, e, neste
caso, a produção vai se ajustar a esta demanda efetiva e o emprego dos fatores vai ser
reduzido ao que for necessário para atender este nível de demanda.
Note que o que foi dito acima tem validade bastante geral. Numa economia
monetária, como o total que se ganha é determinado pelo total que se gasta é fácil
mostrar que:
(i) nenhuma redução do consumo de qualquer agente aumenta a poupança
agregada;
(ii) qualquer queda do investimento reduz no mesmo montante a poupança
agregada.
Vamos mostrar a seguir isso supondo que existe apenas dois grupos de agentes
na economia. Desagregando as expressões acima temos:
D1 + D2 = Y1 + Y2
C1 + I1 + C2 + I2 = Y1 + Y2
I1 + I2 = Y1 − C1 + Y2 − C2
I1 + I2 = S1 + S2
Investimento agregado = I = I1 + I2
Poupança agregada = S = S1 + S2
I = S
Vamos supor que o grupo de agentes 1 produz e vende os bens de capital da
economia. Logo sua renda é determinada pela total de investimento do período. E que o
grupo 2 produz e vende os bens de consumo da economia. Então temos que:
Y1 = I1 + I2
5. 5
Y2 = C1 + C2
Dessas últimas equações, podemos ver que qualquer queda no consumo levará a
uma queda da demanda total, mas não levará a um aumento da poupança agregada, S,
que é igual a S1 + S2. Uma queda no consumo do grupo 1 aumenta a poupança S1 =
Y1 – C1, mas necessariamente reduz no mesmo exato momento e no mesmo montante a
renda dos vendedores de bens de consumo Y2 e portanto cai a poupança deste grupo S2
tanto quanto aumentou S1. O caso da queda de C2 é ainda mais evidente, pois reduz
diretamente a renda do próprio grupo 2 e não altera nem a poupança S1 nem a S2.
Logo, nenhuma queda do consumo aumenta a poupança agregada. Quedas do
consumo geram queda da renda agregada, mas a poupança agregada não se altera.
Por outro lado, qualquer queda do investimento reduz a poupança agregada. Se a
queda for no I2 a poupança S2 não é afetada. Mas a queda da renda dos vendedores de
bens de capital Y1 vai se reduzir e, portanto, S1 e S agregado caem. Se a queda do
investimento ocorrer no grupo 1, o efeito é mais direto. Para este grupo, a redução do
investimento diretamente reduz a renda do próprio grupo e, portanto, dado o consumo
C1, cai a sua poupança S1 e a poupança agregada da economia. Note que a
demonstração acima pode ser estendida para qualquer número de agentes ou grupos de
agentes e também que nada precisou ser dito sobre a forma exata das funções consumo
ou investimento. Se supusermos adicionalmente que o consumo é em parte ou todo
função da própria renda dos agentes, isso só implica que quedas do investimento terão
efeitos multiplicadores adicionais de redução do consumo induzido e da renda, mas não
mudarão os resultados das proposições (i) e (ii) acima.
Por exemplo, dado o modelo keynesiano simples:
D = Y = I + cY
S = Y − cY = I
Y(1 − c) = I
Y =
I
1 − c
6. 6
Qualquer redução em I reduzirá Y e S Por sua vez, nenhuma redução de c
aumenta S, pois não aumenta I, só reduz Y.
2. A Crítica Interna Real de Sraffa: Reversão da Intensidade de Capital e Retorno
das Técnicas
A crítica de Sraffa ao efeito substituição na demanda por fatores é uma crítica interna
porque mostra que, no contexto minimamente realista de capital heterogêneo, isto é,
quando os diversos bens de capital e de consumo não são produzidos sempre
exatamente com as mesmas proporções de capital e trabalho, simplesmente não é
correto dizer que sempre haverá uma relação inversa entre a intensidade do uso de um
fator de produção e seu preço, de forma a permitir a construção de uma curva de
demanda por fatores negativamente inclinada.
2.1. Capital Homogêneo
Suponha inicialmente uma economia de escambo (isto é, não monetária) de livre
concorrência em que seja produzido apenas um bem que é, ao mesmo tempo, o único
bem de consumo e seu próprio meio de produção (supomos que se trata de um bem de
capital circulante, inteiramente consumido em um período de produção). Este bem é
produzido utilizando como insumo somente trabalho homogêneo e quantidades do
mesmo tipo de bem como único insumo. Todos os métodos de produção a serem
considerados terão retornos constantes de escala e os salários são pagos (em trigo) no
final do período de produção.
Um método de produção deste bem será definido pelos dois coeficientes técnicos
L/Y e K/Y, que medem respectivamente as quantidades físicas de trabalho e capital por
unidade de produto. Estes dois coeficientes evidentemente definem conjuntamente a
relação capital-trabalho deste método. O produto líquido desta economia (Y) será
distribuído entre a folha de salários reais bL e a massa de lucros rK (onde r é a taxa de
lucro uniforme e K a quantidade física do mesmo produto utilizado como capital na
produção):
Y = bL + rK
7. 7
Y/L
b
R r
Note que neste esquema o capital é necessariamente homogêneo em relação ao
produto.
2.1.1 A relação inversa linear entre salário real e taxa de lucro
Neste caso particular de capital homogêneo. a relação entre salário real e taxa de lucro
correspondente a um dado método de produção é linear .
b =
Y
L
− r
K
L
O salário real máximo compatível com este método será dado pelo produto
líquido por trabalhador, que se obtém quando a taxa de lucro cai a zero (Y/L). Por outro
lado a taxa máxima de lucro (R = Y/K) será aquela que corresponde a um salário real
nulo, quando todo o produto líquido é distribuído para os donos do capital. Note que a
inclinação desta reta é igual à relação capital-trabalho desta técnica (K/L), que é
constante para qualquer nível da taxa de lucro.
2.1.2 Escolha da técnica
O critério para a adoção de um método de produção é o de maximização de lucro, ou,
simetricamente, a minimização de custos. Dessa forma, o método que, para a mesma
taxa de lucro, pague um salário maior ou que, para o mesmo salário real, pague uma
taxa de lucro maior é aquele que tenderá a ser adotado.
Suponha que exista um segunda método alternativo para produzir o produto
líquido da economia. No exemplo abaixo, o método I é o mais lucrativo quando o
salário real é relativamente alto (e a taxa de lucro é relativamente baixa), isto é, se
8. 8
Y/L I
b
R II r
Y/L II
R I
a
encontra acima do ponto 'a'. Já o método II é o mais lucrativo quando o salário real é
relativamente baixo (e a taxa de lucro relativamente alta), isto é, para salários abaixo do
ponto ‘a’.
Note que no contexto deste modelo, no qual as quantidades dos “fatores de
produção” utilizadas em cada método são definidas em unidades físicas, existe uma
clara regularidade no processo de escolha das técnicas. Níveis mais altos de salários b
levarão à escolha de métodos que utilizam menos trabalho por unidade de produto (Y/L
mais altos), enquanto níveis mais baixos de salários sempre tornarão mais lucrativa a
produção com métodos que utilizam mais trabalho por unidade de produto. Da mesma
forma, taxas de lucro baixas sempre estarão associadas aos métodos que usam mais
capital por unidade de produto. Assim, quanto menores forem as taxas de lucro (e
maiores os salários) maior tenderá a ser o a relação capital-trabalho (K/L) do método de
produção adotado nesta economia.
2.1.3 Substituição entre capital homogêneo e trabalho
Se supusermos agora que existe uma infinidade de métodos diferentes para produzir o
produto, mas mantivermos a hipótese de que em cada uma delas o capital é homogêneo,
teremos uma situação em que o método escolhido e a relação capital-trabalho (K/L)
varia continuamente com a variação da taxa de lucro ( e do salário).
9. 9
Y/L
b
r
b
Y/L
r
É dessa regularidade, deduzida logicamente do processo de minimização de
custos ( e não da observação empírica), de uma relação sempre inversa entre os preços
dos fatores de produção e a intensidade em que estes fatores são usados nos métodos
adotados que vem a ideia de “curvas de demanda por fatores” baseadas no princípio da
substituição entre estes fatores.
Esta mesma regularidade nos permite, no caso em que há uma grande
disponibilidade de métodos alternativos, representar a escolha das técnicas por uma
“função de produção” que, escrita na forma “intensiva”, relaciona o produto por
trabalhador à relação capital-trabalho adotada como:
Y
L
= f (
K
L
)
na qual níveis relativamente altos de produto por trabalhador correspondem a níveis de
salários reais elevados (e taxa de lucros relativamente baixas). Da mesma forma níveis
relativamente altos de taxa de lucros (e salários baixos) correspondem à relações
capital-trabalho mais baixas.
Por exemplo, o conhecido processo chamado de “aprofundamento do capital”
(“capital deepening”) ocorre quando existe cada vez maior disponibilidade de capital na
economia em relação à disponibilidade (dotação) de trabalho. Supondo adicionalmente
que o preço dos fatores são flexíveis (isto é, respondem a discrepâncias entre oferta e
demanda) a taxa de lucro tenderá a cair o suficiente para que todo este capital adicional
seja efetivamente utilizado através da adoção de métodos com K/L mais elevado que só
se tornam lucrativos se a taxa de lucro se reduz.
2.2 Capital Heterogêneo
10. 10
Vamos agora modificar nossas hipóteses e supor que a economia produz dois bens
diferentes. O primeiro é um meio de produção, que é utilizado como bem de capital
circulante, inteiramente consumido em um período de produção e que é produzido
utilizando a si mesmo e trabalho homogêneo como insumos. O outro bem será um bem
de consumo, que é produzido por meio de trabalho homogêneo e do bem de capital.
Todos os métodos de produção considerados terão retornos constantes de escala tanto
na produção do bem de capital quanto na do bem de consumo e os salários são pagos
(em unidades do bem de consumo) ao final do período de produção.
Vamos chamar de uma “técnica” cada maneira alternativa de se produzir o bem
de consumo final, ou seja, uma “técnica” agora consiste em dois métodos: um método
especifico para produzir o bem de consumo e um método que produz um tipo particular
de bem de capital, que é utilizado para produzir os insumos direta e indiretamente
necessários para produzir o bem de consumo final desta forma.
Vamos supor adicionalmente, para simplificar, que a economia se encontra num
estado estacionário (investimento líquido é zero) e que, portanto, o produto líquido da
economia consiste somente de uma certa quantidade do bem de consumo.
Medindo o produto líquido da economia em unidades deste bem de consumo
temos que:
Y = bL + rpkK
em que L é a quantidade de trabalho total direta e indiretamente utilizada para produzir
o produto líquido Y, w é o salário real medido em quantidade do bem de consumo, r é a
taxa de lucro e pk é preço do bem de capital em termos do bem de consumo (o preço
relativo do bem de capital em relação ao bem de consumo) e pkK é o valor do capital
(medido em bens de consumo) usado para produzir o produto líquido.
2.2.1 Preço relativo e distribuição de renda
Note que neste esquema o capital não é mais necessariamente homogêneo em relação ao
produto (são bens diferentes). Isto significa que, quando muda a distribuição entre
salários e lucros, pode ser que o preço relativo do bem de capital e com ele o valor do
11. 11
capital utilizado (pkK) para produzir o produto líquido da economia, com uma dada
técnica, mude.
Somente se o método de produção (relação física capital-trabalho (K/L)c
)
utilizado para a produção do bem de consumo for exatamente o mesmo que é utilizado
na produção do bem de capital ((K/L)k
) mudanças na taxa de lucro (e no salário real)
manterão inalterado o preço relativo do bem de capital pk .
Se o método utilizado para a produção do bem de capital for relativamente mais
intensivo em capital ((
K
L
)
k
> (
K
L
)
c
) do que aquele que é usado para a produção do bem
de consumo, o preço relativo do bem de capital aumentará toda vez que a taxa de lucro
aumentar (e diminuirá com o aumento do salário real). Isto ocorre porque como o bem
de capital utiliza relativamente mais capital e menos trabalho do que o bem de consumo,
um aumento da taxa de lucro aumenta relativamente mais o preço do setor onde o
capital tem um peso maior na composição dos custos.
Evidentemente, o oposto ocorre se o setor que produz o bem de capital utiliza
um método fisicamente menos intensivo em capital ( e mais intensivo em trabalho) do
que o setor que produz o bem de consumo ((
K
L
)
k
< (
K
L
)
c
). Neste caso o preço relativo
do bem de capital pk
diminui com o aumento da taxa de lucro (e queda do salário), pois
agora é no setor de bem de consumo que o custo do capital tem um peso maior. Temos
então que:
pk
= f(r)
f′
= 0 se (
K
L
)
k
= (
K
L
)
c
f′
= 0 se (
K
L
)
k
> (
K
L
)
c
f′
= 0 se (
K
L
)
k
< (
K
L
)
c
2.2.2 A relação não-linear entre salário taxa de lucro2
2
Ver F. Freitas & F. Serrano “O Problema do Valor e a Contribuição de Sraffa”, IE-UFRJ, maio, 2002.
12. 12
As mudanças no preço relativo do bem de capital, quando muda a distribuição,
modificam a relação inversa entre salário real e taxa de lucro, para uma dada técnica.
No caso em que o bem de capital de uma técnica é mais intensivo em capital do que o
bem de consumo desta técnica, a relação inversa entre salários e taxa de lucros é não-
linear na forma de parábola. Embora a taxa de lucro ainda aumente quando cai o salário
real o preço relativo do bem de capital em relação ao bem de consumo aumenta
também, o que faz a taxa de lucro aumentar relativamente mais devagar do que no caso
do capital homogêneo.
Já no caso em que o bem de capital é menos intensivo em capital do que o bem
de consumo, a relação salário-lucro também é não-linear só que com uma forma de
hipérbole. Agora, uma redução do salário real, além de aumentar a taxa de lucro
diretamente, tem um efeito secundário de reduzir o preço do bem de capital em relação
ao bem de consumo, o que faz a taxa de lucro aumentar ainda mais.
No caso em que o setor que produz o bem de capital tem a mesma razão física capital-
trabalho que o setor que produz o bem de consumo (o que torna o capital homogêneo),
o preço relativo do bem de capital não muda quando muda a distribuição e portanto a
relação salário-lucro é uma reta.
b =
Y
L
− rpk
K
L
2.3 Escolha da técnica com capital heterogêneo
Podemos agora finalmente analisar a escolha da técnica no contexto desta economia
com capital heterogêneo. Vamos supor que existam duas técnicas alternativas
disponíveis para produzir o produto líquido desta economia. Para simplificar os
gráficos, vamos supor que na técnica I, por acaso, a razão física capital-trabalho na
produção do bem de capital é idêntica à razão física capital-trabalho na produção do
bem de consumo e, portanto, a relação salário-lucro correspondente é linear. Por outro
lado, vamos supor que na técnica II, a produção do bem de capital utilizado é
fisicamente mais intensiva em capital do que a do setor que produz o bem de consumo
((
K
L
)
II
k
> (
K
L
)
II
c
)A relação entre salário real e taxa de lucro correspondente a técnica II,
13. 13
b
ppppkR
r
a
b
b
a
bb
wb
portanto, é parabólica e o valor da relação capital trabalho desta técnica (pk
K
L
)
II
é
função crescente da taxa de lucro.
Vemos que, para qualquer salário acima de ba
, a técnica I é a que maximiza
ataxa de lucro e, portanto, é a que tenderá a ser adotada. Se o salário cair abaixo de wa
é
a
técnica II que será mais lucrativa e passará então a ser adotada. Dessa forma, quando o
salário real é reduzido de um nível acima de ba
para um nível abaixo deste valor há um
aumento da taxa de lucro e, coerentemente com o que se espera na teoria neoclássica, o
salário menor levou a escolha de uma técnica que tem um menor produto por
trabalhador uma vez que
Y
LII
<
Y
LI
. Ao mesmo tempo, também de acordo com o previsto
pela teoria neoclássica, a taxa de lucro correspondentemente maior levou a uma
diminuição do valor do capital empregado na economia(pk
K
LI
> pk
K
LII
), o uso maior de
trabalho reduz o valor do capital empregado.
Neste caso, a queda do salário real para um nível um pouco inferior a ba
, reduziu
o custo de mão de obra. Embora o preço relativo do bem de capital e o custo do capital
da técnica II (que é mais intensiva em trabalho que a técnica I) também tenham
aumentado, este aumento não foi o suficiente para eliminar a vantagem de custos da
técnica II para salários abaixo de (mas próximos a) ba
.
2.3 A Crítica Sraffiana
2.3.1 Reversão da intensidade de capital (e de trabalho)
14. 14
As coisas são muito diferentes, no entanto, se fizéssemos a mesma análise começando
em torno de um nível de salário real bem mais baixo, igual a bb
. No gráfico acima
vemos que, quando o salário passa de um nível ligeiramente superior a bb
para um
nível inferior, haverá uma mudança de técnicas, desta vez da técnica II para a técnica I,
que agora é a mais lucrativa.
O problema é que esta mudança que ocorre em torno do ponto bb
, como notou
Sraffa, contradiz completamente a teoria neoclássica. Em primeiro lugar, é fácil ver que
embora o salário real tenha sido reduzido a economia passou a operar um sistema com
coeficiente de mão-de-obra menor (e um produto por trabalhador maior), pois
Y
LII
<
Y
LI
.
Se a queda do salário leva a um uso menos intensivo de trabalho, isso implica também,
ao contrário do que devia acontecer segundo o suposto “princípio da substituição”
neoclássico, que a taxa de lucro aumentou e o sistema escolhido tem um valor da
relação capital-trabalho maior do que o do sistema anterior, isto é, pk
K
LI
> pk
K
LII
ou seja
“mais intensivo em capital”.
Esta mudança da técnica II para a técnica I, quando o salário cai abaixo de bb
ou
então, o que dá no mesmo, a mudança da técnica I para a II quando o salário aumenta
acima de bb
, ilustra o caso mais simples possível do que ficou conhecido na literatura
crítica Sraffiana como o fenômeno da “reversão da intensidade do capital” (“reverse
capital deepening”). Isto ocorre quando a taxa de lucro diminui e o valor da relação
capital-trabalho diminui em vez de aumentar (e o produto por trabalhador aumenta em
vez de diminuir com a queda do salário, o que seria a reversão da intensidade de
trabalho).
A reversão da intensidade do capital (e de trabalho) mostra que mudanças de
técnica baseadas na estrita observância da lógica da minimização de custo em condições
competitivas ocorrerem tão facilmente na direção oposta ao que a teoria neoclássica
presume – isto é, se utiliza relativamente mais e não menos do “fator de produção” que
ficou mais caro. Repare que isso implica, entre outras coisas, em valores dos “produtos
marginais” dos fatores crescentes e não decrescentes, como prevê a teoria neoclássica.
Portanto, a reversão da intensidade do capital mostra que não é possível derivar
logicamente funções “bem comportadas” de demanda por fatores de produção em
economias que têm capital heterogêneo.
15. 15
O que está ocorrendo aqui é que, embora a queda do salário abaixo de bb
tenha
diminuído o custo da mão-de-obra a estas taxas de lucro relativamente elevadas, o
efeito do aumento do preço do bem de capital encarecendo a técnica II é tão intenso que
mais do que compensa a presumida vantagem que esta técnica teria a salários baixos por
usar mais trabalho por unidade de produto. Isto é algo perfeitamente possível, pois com
capital heterogêneo, como a relação salário lucro de cada técnica pode ser não linear,
nada impede que as relações salário-lucro de duas técnicas se cruzem duas vezes, como
no gráfico acima.
Note que toda vez que as relações salário lucro de duas técnicas se cruzarem
duas vezes, haverá reversão da intensidade do capital em uma das duas interseções.
Note também que somente se as curvas salário lucro de duas diferentes técnicas nunca
se cruzassem duas vezes se poderia garantir que a reversão da intensidade do capital não
vai ocorrer. No entanto, a maneira de garantir isto logicamente é supondo
arbitrariamente que todas as relações salário lucro das técnicas disponíveis são retas
(pois duas retas não se cruzam mais de uma vez), mas isto, contraditoriamente, equivale
a supor que o capital afinal não é heterogêneo.
2.3.2 Retorno das Técnicas
Se olharmos o gráfico acima como um todo, em vez de concentrarmos num dos dois
pontos de mudança de técnicas podemos ilustrar um outro fenômeno que contradiz
completamente as ideias neoclássicas.
No gráfico acima, observamos que conforme a taxa de lucro vai aumentando,
inicialmente se escolhe a técnica I. Quando a taxa de lucro sobe ainda mais a técnica I é
superada pela técnica II. No entanto, para taxas de lucro ainda maiores, a técnica I volta
a ser utilizada. O retorno da mesma técnica física (composta dos mesmos dois métodos
de produção, um para o bem de consumo e um para o bem de capital) em dois trechos
totalmente distintos de níveis de taxa de lucros (ou do salário real), um muito baixo e
outro bastante elevado, é o que os críticos sraffianos chamam de “retorno das técnicas”
(“reswitching of techniques”).
A possibilidade de retorno da mesma técnica a níveis diversos dos preços dos
fatores mostra que é simplesmente impossível , no caso geral, obter qualquer ordenação
de técnicas em termos de sua maior “intensidade de capital física”, ou em termos das
que usam “métodos mais indiretos” de produção, de forma independente da distribuição
16. 16
entre salários e lucros. Se a técnica I for adotada inicialmente, a níveis baixos da taxa de
lucro, poderia se presumir que esta fosse em algum sentido intensiva em capital, mas
como exatamente a mesma técnica pode ser adotada a taxas de lucros muito altas
qualquer argumento deste tipo fica desprovido de sentido.
2.3.3 Implicações Para as “Funções de Demanda de Fatores”
A ocorrência de reversão da intensidade do capital implica em que haverão trechos
positivamente inclinados tanto na “curva de demanda” por capital (medida em valor)
quanto da curva de demanda por trabalho (medido em quantidade de trabalho por
unidade do produto líquido). Já o fenômeno de retorno das técnicas faz com que a
mesma técnica (e portanto o mesmo nível de “demanda” pelo fator) esteja associada a
dois níveis diferentes da taxa de lucros e do salário real. Com a ocorrência destes
fenômenos ligados a escolha das técnicas as curvas de demanda por fatores podem ficar
muito “mal comportadas” o que tende a levar a equilíbrios múltiplos e/ou instáveis.
Note também que neste caso é impossível montar uma “função de produção” para a
economia.
2.3.4 Reversão da intensidade de capital sem retorno da técnica
Note que no exemplo acima, com escolha entre apenas duas técnicas alternativas, a
reversão da intensidade de capital implica necessariamente em retorno da técnica. No
entanto, em geral, os dois fenômenos não precisam ocorrer juntos se existem mais de
duas técnicas disponíveis. É verdade o fato de que as curvas de salários de duas
técnicas podem se cruzar duas vezes , o que permite a possibilidade tanto de reversão
da intensidade de capital quanto de retorno das técnicas. No entanto, é bem possível (e
até provável) que ocorra reversão da intensidade de capital sem que ocorra retorno da
técnica. Em outras palavras, é perfeitamente possível que exista mudanças de técnica na
direção oposta do que postula a teoria neoclássica, mesmo que nenhuma técnica de fato
seja escolhida em dois níveis diversos da taxa de lucro. O exemplo do gráfico abaixo
mostra esta possibilidade. No ponto de mudança correspondente ao salário bc
há
reversão da intensidade do capital, de forma que a mudança da técnica acontece na
direção que os neoclássicas chamariam de “errada” (de II pra I) . Só que antes a
economia não tinha passado ainda pela técnica I, pois esta era, a níveis mais altos do
17. 17
r
c
b
bc
b
salário real, dominada por uma terceira técnica (a técnica III, desenhada como linear
para simplificar o gráfico).
Neste caso temos claramente a reversão da intensidade do capital, mas não
ocorreu retorno das técnicas. Isto é, apesar de haver dois cruzamentos entre as técnica II
e I, não houve uma situação de uma mesma técnica ter sido adotada novamente a uma
nova taxa de lucro, uma vez tendo sido abandonada à taxa de lucro anterior. Isto mostra
que a reversão da intensidade do capital é condição necessária, mas não suficiente para
o retorno da técnica.3
3. Observações finais
3
Se três ou mais bens são produzidos, a função que relaciona preços relativos e taxa de lucro é um
polinômio de grau 3 ou mais e, portanto, o preço relativo de um bem pode, por exemplo, inicialmente
aumentar com a taxa de lucros e depois diminuir a taxa de lucros mais altas e depois aumentar de novo.
Isto significa que a simplificação usada no texto de que ao menos era possível identificar se um
“método” específico de produção (embora não uma “técnica”) era mais intensivo em capital do que
outro de forma independente da distribuição não se sustenta fora deste modelo simplificado com
apenas dois bens em cada técnica. Assim, em geral, não é possível definir, apenas a partir dos
coeficientes técnicos físicos, qual é o método mais intensivo em capital, pois dependendo do nível da
taxa de lucro em que for feita a comparação, o mesmo método pode aparecer como mais ou menos
intensivo em capital do que outro. No caso geral, a relação salário lucro de duas técnicas podem “se
cruzar” não apenas duas mas até n-1 vezes onde n é o número de bens de utilizados em cada técnica.
Portanto a reversão da intensidade do capital e o retorno da técnica entre duas técnicas podem ocorrer
várias vezes e não apenas uma como no modelo usado acima.
18. 18
As críticas de Keynes e Sraffa discutidas acima são complementares. A primeira, de
Keynes, implica que não há motivo, numa economia monetária para o nível de produto
ser aquele que corresponderia ao pleno emprego de todos os fatores, pois a taxa de juros
real não tem porque ser “flexível”, no sentido neoclássico, de forma a igualar o
investimento com a poupança de pleno emprego . A segunda crítica, de Sraffa,
questiona o próprio principio de substituição de fatores, no caso mais geral de capital
heterogêneo, já que as possibilidades de reversão da intensidade do capital (e do
trabalho) e de retorno da mesma técnica mostram que, em geral, não é possível deduzir
das hipóteses de maximização de lucro e existência de muitos técnicas de produção
alternativos, que a intensidade do uso de um fator (seja capital ou trabalho) por unidade
de produto para a economia como um todo é uma função inversa do seu preço. A
crítica de Keynes nega a flexibilidade da taxa de juros. A de Sraffa mostra que mesmo
que tal flexibilidade existisse o investimento não teria porque sempre ser uma função
inversa da taxa de juros, assim como o emprego não tem porque sempre ser uma função
inversa e não positiva do nível do salário real. A relação entre uso de fatores e seus
respectivos preços pode, em geral, ter qualquer formato.