O documento discute o conceito de sociedade e como ela se organiza ao longo da história, desde as primeiras sociedades humanas até as sociedades modernas. Também aborda o conceito de pós-verdade e como pesquisas mostram que as percepções das pessoas muitas vezes divergem da realidade factual. No Brasil, os cidadãos tendem a ter percepções dissociadas da realidade em questões como felicidade, moral e distribuição de renda.
3. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO
DIRETORIA DE GRADUAÇÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - DIRGRAD
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS - DACHS
CIÊNCIAS SOCIAIS
Introdução
Sociologia / Sociedade e Politica 1
Professor Roberto Bondarik, Dr.
Docente e Pesquisador
Apresentação nº 001 - Cornélio Procópio – Março de 2022
5. A sociedade é um conjunto de indivíduos que
partilham uma cultura com as suas maneiras de
estar na vida e os seus fins, e que interagem entre
si para formar uma comunidade.
Embora as sociedades mais desenvolvidas sejam
as humanas (estudadas pelas ciências sociais
como a sociologia e a antropologia), também
existem as sociedades animais (estudadas pela
sociobiologia ou a etologia social).
6.
7. As sociedades humanas são formadas por entidades
populacionais cujos habitantes e o seu entorno se inter-
relacionam num projeto comum que lhes outorga uma
identidade de pertença.
O conceito também implica que o grupo partilhe laços
ideológicos, econômicos e políticos.
Na hora de analisar uma sociedade, são tidos em conta
fatores como o grau de desenvolvimento, a tecnologia
alcançada e a qualidade de vida.
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9. A sociedade existe desde o próprio aparecimento do Homem,
apesar de a sua forma de organização ter sofrido alterações
ao longo da história.
A sociedade do homem pré-histórico estava organizada numa
forma hierárquica, em que um chefe (o mais forte ou sábio do
grupo) ocupava o poder.
Na Grécia Antiga, a tendência absolutista do poder começou
a variar, já que as classes inferiores da sociedade puderem
chegar a certos sectores de destaque na tomada de decisões
através da democracia.
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11. Recentemente, em 1789, com a Revolução Francesa, a
organização social mudou radicalmente: desde então,
qualquer pessoa pode subir para uma classe superior
da sociedade.
Convém mencionar que o conceito de sociedade
também é empregue no âmbito jurídico e económico,
para definir o agrupamento entre duas ou mais pessoas
que se obrigam em comum acordo a contribuir para
desenvolver uma atividade comercial, com o objetivo
de repartir entre si os ganhos.
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13. Sociologia é o estudo das relações
ou interações entre as pessoas no
tempo e no espaço.
A medida que essas relações se
repetem e se tornam estáveis, elas
configuram padrões ou estruturas
sociais.
14. São exemplos de estruturas sociais:
As famílias;
Os grupos;
As associações;
As empresas;
As sociedades;
Os Estados ;
(Etc)
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21. As diversas abordagens (ou teorias) sociológicas enfatizaram
diferentes características das relações sociais:
42. No ano passado, a Oxford Dictionaries elegeu “PÓS-
VERDADE” como a palavra do ano em língua
inglesa.
Embora já fosse conhecido desde 1992 – quando o
dramaturgo sérvio-americano Steve Tesich o
empregou pela primeira vez em artigo na revista The
Nation –, somente em 2016 o termo ganhou espaço
central no debate público.
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44. O departamento da Universidade de Oxford
responsável pela edição dos dicionários definiu
como “pós-verdade” aquilo que “se relaciona ou
denota circunstâncias nas quais fatos objetivos
têm menos influência em moldar a opinião
pública do que apelos à emoção e a crenças
pessoais”.
Em outras palavras, trata-se de uma subversão do
conceito basilar de Descartes:
45. Uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos Mori constatou precisamente esse
predomínio da percepção sobre o conhecimento da realidade na formação da
opinião pública.
Durante um mês e meio – entre o fim de setembro e o início de novembro do
ano passado –, OS PESQUISADORES OUVIRAM 27.250 PESSOAS EM 40
PAÍSES.
Intitulada Os perigos da percepção, a pesquisa revelou quão equivocadas as
pessoas estão a respeito da própria realidade em que vivem.
Na maioria dos países, os pesquisados mostraram-se dissociados do
pensamento médio de seus concidadãos em questões centrais como religião,
46. As discrepâncias entre percepção e realidade foram tais
que levaram o instituto a criar o “Índice Ipsos de
Ignorância”.
A partir de cinco questões amparadas por dados factuais,
o Ipsos Mori avaliou quão acuradas eram as percepções
dos pesquisados nos 40 países.
Destes, O BRASIL OCUPA A SEXTA POSIÇÃO NO
RANKING DAS NAÇÕES MAIS IGNORANTES, ou
seja, onde A PERCEPÇÃO DOS CIDADÃOS É
BASTANTE DISSOCIADA DA REALIDADE.
47. O País perde apenas para os Estados
Unidos, África do Sul, Taiwan, China e
Índia.
Em posição oposta, Malásia, República
Checa, Coreia do Sul, Grã-Bretanha e
Holanda são os países onde se observam
as menores variações porcentuais entre
percepção e realidade.
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49. Quando perguntados sobre o estado de felicidade, por exemplo, os
cidadãos de todos os países pesquisados revelaram algum grau de
distanciamento entre suas percepções e os dados apresentados
por pesquisas sobre o tema conduzidas pelo Pew Research Center.
Os brasileiros entrevistados pensam que 40% de seus concidadãos
respondem que são felizes quando questionados por um
pesquisador, quando, na verdade, este índice é de 92%.
A tendência neste campo, em maior ou menor grau, é repetida nas
outras nações pesquisadas.
Em geral, as pessoas tendem a pensar que a população de seus
países é mais infeliz do que ela realmente é.
50. Sobre a homossexualidade, a pesquisa revelou que a
maioria dos países é mais tolerante do que pensam os
cidadãos ouvidos pelo Ipsos Mori.
Os brasileiros responderam que 51% da população
considera a homossexualidade um desvio moral,
quando – segundo dados do Pew Research Center –
39% pensam desta forma. Tendência inversa é
observada em relação ao aborto.
Os brasileiros estimaram em 61% a parcela da
população que classifica o aborto como uma
prática moralmente inaceitável, quando, na
51. Outro dado curioso trazido pela pesquisa diz respeito à
distribuição de renda.
Quase todos os países pesquisados pensam que a riqueza
é mais bem distribuída entre os cidadãos do que ela
realmente é.
No Brasil, esta é a percepção de 24% da população
pesquisada, quando – ainda segundo os dados do Pew
Research Center – 9% é o dado correto.
52. Para qualquer governo, a vida é sempre mais fácil quando a
opinião pública é formada a partir de percepções favoráveis.
Mas as percepções, ao contrário da realidade, podem ser
direcionadas.
Eis o perigo.
Em tempos de “PÓS-VERDADE”, quando convicções se
sobrepõem aos fatos, torna-se ainda mais vital o papel da
imprensa livre como fiel mediadora – e provedora de
informações verídicas e opiniões bem fundamentadas – do
55. Segundo um dos diretores do Ipsos, Bobby Duffy, os erros na
percepção podem ser justificados por uma sobrevalorização dos
temas que preocupam a sociedade.
"Há várias razões para esse resultado - da nossa
dificuldade com matemática simples e proporções, à
cobertura da mídia, passando por r questões de psicologia
social que envolvem nossos atalhos mentais, e também
nossos preconceitos", disse.
O levantamento ouviu 27.250 pessoas entre setembro e
novembro deste ano em 40 localidades usando uma combinação
de métodos, incluindo pesquisas online, pelo telefone e
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60.
61. Aquilo que foi construído
para nos aproximar pode
ao fim de tudo, nos
distanciar cada vez mais
profundamente...