O documento discute como avaliar a exposição ao ruído ocupacional de um trabalhador que passa por diferentes ambientes com níveis de ruído variados ao longo do dia de trabalho. O autor explica como usar a fórmula matemática LAeq,d para calcular o nível de exposição equivalente ao longo do dia (LAeq,d), substituindo os valores de pressão sonora obtidos em cada ambiente na fórmula.
1. Sem
a edição passada escrevi sobre o choro dos
meus alunos quando tento explicar como
somar valores em decibéis.
E acabei lembrando de outro tipo de choro
que chega a molhar os corredores da escola
também relacionado ao tema ruído. Choro dos
estagiários e ex-alunos quando começam a
atuar nas empresas depois de perceberem que
não há dosímetro e sobre a imensa dificuldade
de realizar a avaliação do ruído apenas com
um decibelímetro.
É verdade, professor. Na minha empresa já
cansei de pedir, mas sempre dizem que o
dosímetro custa muito caro.
Ok, não pare de tentar, mas enquanto isso
vamos ver o que é possível fazer com o
decibelímetro.
Ahhh, professor, o problema aqui na empresa é
que toda hora eles fazem uma coisa diferente.
Por exemplo, tem um trabalhador que fica
aproximadamente uma hora cortando peças
exposto a um nível de pressão sonora de
86dBA, depois fica mais quatro horas em uma
máquina que gera algo em torno de 90dBA e
por fim, fica mais 3 horas em um setor com
ruído de 88dBA.
Peguei esses valores com o decibelímetro, mas
como faço para saber o valor a que ele está
exposto no dia de trabalho sem o dosímetro?
Vamos lá! É preciso usar uma equação para
resolver o problema, esta abaixo, mas não vai
correr de medo antes de tentar.
LAeq,d = 10 log 1/8 (1 x 100,1x86) + (4 x
100,1x90) + (3 x 100,1x88)
LAeq,d = 88.95 dBA
Tente refazer o cálculo para realmente
entender como utilizar a fórmula, depois é só
substituir os valores obtidos com o
decibelímetro nas suas avaliações.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
penas a seleção do nível de proteção
adequado não é suficiente para conferir a
devida proteção ao trabalhador. Os trajes de
proteção química são confeccionados com
materiais resistentes a uma ampla gama de
produtos químicos, porém não existe material
que seja resistente a todos os produtos
químicos possíveis de se deparar durante uma
ocorrência.
Além disso, mesmo que a roupa seja resistente
a determinado produto químico faz-se
necessário saber: “Resistente por quanto
tempo e em que condições? ” Mesmo uma
roupa impermeável a determinado produto só
será impermeável por determinado tempo.
Mesmo uma roupa resistente sofrerá
degradação sob determinadas condições.
Conhecer a adequação dos diferentes
materiais aos diferentes produtos é
determinante no que se refere à segurança
durante o atendimento a uma emergência
química.
Fonte: Manual de Atendimento a Emergências
Químicas – CETESB – Coordenação: Jorge Luiz
Nobre Gouveia.
Só com o decibelímetro
Resistência química
dos materiais
Contatos: Jornal Segurito www.jornalsegurito.com jornalsegurito@bol.com.br
Neste mês dei uma relaxada na
leitura sobre Segurança do
Trabalho. Mas acho que foi o mês
em que mais li. Comecei com Mário
Sérgio Cortella, passei por
Shakespeare, Eric Ries, Daniel
Goleman, Clóvis de Barros Filho e
finalmente o livro que vou indicar.
Uma excelente leitura para início de
ano para você aprender a ter foco e
sab priorizar.
Prezados Prevencionistas,
Já está valendo! E olha que beleza, 2016
é bissexto. Então, aproveite os 366 dias
de oportunidades e faça. Não se
preocupe com ninguém, apenas faça o
melhor que você é capaz de fazer.
E o Segurito também faz, tanto que na
próxima edição chega ao décimo ano
sempre com o objetivo de difundir a
Segurança do Trabalho.
Feliz 2016!!!
Prof. Mário Sobral Jr.
Mensagem
ao Leitor N
A Única Coisa – Gary Keller e Jay
Papasan – Editora Novo Século.
Manaus, Janeiro 2016 – edição 112 – ano 9Periódico Para Rir e Aprender
A
Minha avó, quando tinha 60 anos,
começou a andar cinco quilômetros por
dia. Hoje ela tem 97, e não temos a
mínima ideia de onde ela esteja.
Felicidade é virar para o outro lado da
cama e continuar dormindo.
p
Piadinhas
comentários
2. egundo a OIT, apenas 26,4% dos
trabalhadores no mundo têm contrato
permanente de emprego, ou seja, os quase
75% restantes são de trabalhadores por conta
própria, com serviços temporários ou que
atuam sem qualquer tipo de contrato. Estes
dados foram divulgados em 2015 e são
referentes ao período entre 2009 e 2013.
E daí professor o que isso tem a ver com o
SESMT? Há uma obrigatoriedade de
contratação acho que podemos ficar
tranquilos.
Será que ter uma obrigatoriedade de
contratação para o SESMT é tão bom assim?
E por que não seria, professor?
Primeiro porque eu acho que ficar na zona de
conforto pode nos deixar preguiçosos e
temporariamente cegos para as mudanças no
mercado de trabalho.
Vamos imaginar, e estou falando apenas para
imaginar (não significa que irá acontecer), que
o mercado de empregos formais diminua
devido a automatização que possibilita,
dependendo do serviço, maior qualidade,
precisão e trabalho árduo sem reclamar.
Continuando na imaginação, talvez passemos a
ter até mais empresas, mas cada vez mais
trabalhando em nichos específicos, como
consequência teremos menor número de
vagas formais e como os profissionais do
conhecido SESMT dependem do número de
trabalhadores contratados, há uma tendência
Papai Noel precisa
de um TST
enho por hábito ser direto, às vezes até em
exagero. Por exemplo, a maioria dos textos
deste jornal são relativamente curtos, pois
tento passar a informação com o mínimo de
palavras.
Na minha concepção, precisamos sempre
buscar esta objetividade.
Na área de Segurança nem sempre isto é
praticado o que acaba dificultando mais o
nosso trabalho. Por exemplo, por que fazer
três procedimentos se posso fazer um? Por
que escrever dez páginas se posso passar a
mensagem em três? Por que dar um
treinamento de 4 horas se posso passar a
mesma informação em 1 hora?
Quantidade, não é sinônimo de qualidade.
E para não ficar com um texto longo, vou
concluir com uma frase de Antoine de Saint-
Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe:
Perfeição não é quando não há nada mais a
acrescentar, mas sim quando não há nada
mais a tirar.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
o dia do Natal acordei um pouco mais cedo e
com todo mundo dormindo fiquei enrolando
para levantar e comecei a imaginar que o Papai
Noel, apesar de todas as lições de bondade,
tem pouco a ensinar sobre Segurança do
Trabalho.
Professor, era melhor o senhor ficar dormindo
mesmo!
Ok, tentei, mas não consegui. E fiquei
imaginando sobre o mau exemplo do bom
velhinho. Pense bem, um senhor de idade
avançada que pula do trenó para o telhado de
milhares de casas, provavelmente sem curso de
NR 35 e depois, provavelmente sem um
treinamento de espaço confinado, desce por
chaminés, sabe-se lá como faz a ancoragem
para fazer esta descida, no mínimo não tem
ART. Além disso, usa um gorro ao invés do
capacete.
No trenó não usa cinto de segurança, correndo
o risco de uma queda das alturas após uma
freada das renas devido a passagem de um
avião ou do desequilíbrio no desviar dos
arranha-céus.
E tem mais, como é que passa a noite toda
carregando um saco com brinquedos
totalmente antiergonômico com a possibilidade
de gerar até uma hérnia de disco.
Ahhh, professor!!! Mas ele é mágico, nada vai
acontecer com ele.
E o exemplo, meu filho? Você quando passa
alguns segundos em um ambiente com muito
ruído não usa o protetor auricular mesmo
sabendo que não vai ficar surdo, só para não
dar mau exemplo?
Uso mesmo, professor!!!
Pois bem, independente de mágica ele tem que
seguir as regras e trabalhar com redundância,
pois vá que na última casa a mágica dê uma
falhadinha.
Lógico que é uma brincadeira, mas é
interessante notar que quando vivemos a
Segurança do Trabalho tudo pode ser visto por
olhos mais seguros.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
Menos é mais
Vamos só imaginar
JORNAL SEGURITO
N
T
S
Seus problemas acabaram...
2
na queda de empregos.
Professor, eu estava aqui tranquilo, agora vem
o senhor e coloca esta pulga atrás da minha
orelha.
Desculpe, meu filho. Espero que eu esteja
enganado e que o mercado não mude.
Tudo bem, professor. Mas eu já estou
estudando e me mantendo atualizado em
relação à SST.
Ok, mas vamos imaginar...
De novo, professor!
Chora não. Você sabia que mesmo os serviços
que exigem conhecimento específico também
começam a cair? Por exemplo, já temos artigos
de jornais feitos por máquinas e casos de
diagnósticos médicos sendo triados por
computador.
Perceba que mesmo o conhecimento, pode ser
substituído, pois hoje ele cabe na palma da
mão e tem tela touch. Mas o que não cabe na
mão é a capacidade de utilizar estas
informações de forma criativa, saber interagir
com as pessoas, saber liderar, ou seja, o
mercado irá a cada dia precisar mais das
habilidades únicas dos seres humanos e ficar
esperando que uma reserva de mercado seja o
suficiente para manter seu emprego nas
próximas décadas pode ser um problema.
Mas se você preferir é só você não imaginar e
esperar que nada mude.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
o fim de ano fui dar um passeio na minha
cidade natal para visitar meus pais e ainda no
avião fiquei literalmente, mas, principalmente,
mentalmente, viajando e pensando que apesar
de toda energia de uma aeronave, em alguns
momentos ela sempre irá precisar de um
apoio. Por exemplo, apesar de toda tecnologia,
avião não dá ré e tem até flanelinha que fica
indicando o local correto para parar.
Professor, esta sua viajem foi para a Colômbia
ou para a Jamaica em companhia do Bob
Marley, porque o senhor está viajando mesmo!
Respeita, moleque!!! Lembrei disso porque
por mais preparado que você esteja, sempre
será preciso o apoio dos outros. E nem sempre
para algo extremamente técnico, mas às vezes
para um complemento pequeno que pode
fazer toda a diferença na qualidade do seu
trabalho.
Mas além de buscar este apoio precisamos
ajudar também, esta reciprocidade é boa para
o espírito e inestimável para o trabalho.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho.
Flanelinha de Avião
N
3. em gente que perde muito tempo tentando
resolver problemas relacionados a acidentes
do trabalho, mas apesar de todo o esforço
acaba tendo pouco resultado.
Isto corre porque não há uma busca
direcionada aos acidentes e suas causas.
Para conseguir saber por onde começar é
importante analisar os acidentes ocorridos nos
últimos anos e no ano corrente, para tentar
identificar uma tendência destes acidentes.
Isto deve ser feito utilizando uma ferramenta
muito simples, o Diagrama de Pareto.
Esta ferramenta consiste em identificar quais
itens ocorrem com maior frequência.
Vamos contar uma breve história para facilitar
o entendimento.
Imaginemos que o Rei Seguritão tinha um
m um dos vídeos do SST É O CANAL
(http://bit.ly/1lLnFUk) falamos sobre
equipamento de proteção individual e sobre a
possibilidade de descontar do trabalhador o
valor do EPI extraviado ou danificado em
atividade não relacionada ao trabalho e fui
questionado se não seria melhor criar medidas
disciplinares para este caso, pois poderíamos
contrariar a NR 06, no Item 6.3.
6.3 - A empresa é obrigada a fornecer aos
empregados, gratuitamente, EPI adequado ao
risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento
Concordo plenamente em estabelecer
medidas disciplinares, pois dependendo do EPI
e da frequência, talvez não fosse interessante
realizar este desconto.
Mas o problema são os EPIS de maior valor,
para estes uma frequência elevada pode trazer
algum impacto financeiro para a empresa.
No entanto, o desconto não pode ser realizado
sem um aviso prévio, as regras precisam ser
informadas para o trabalhador na entrega e
podem estar presentes na cautela de EPIs, na
ordem de serviço ou em ambas.
Para não ter dúvidas da possibilidade do
desconto, com prévio acordo, recomendo a
leitura do art. 462 da CLT:
Art. 462 – Ao empregador é vedado efetuar
qualquer desconto nos salários do empregado,
salvo quando este resultar de adiantamentos,
de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
§ 1º – Em caso de dano causado pelo
empregado, o desconto será lícito, desde de
que esta possibilidade tenha sido acordada ou
na ocorrência de dolo do empregado.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
Cobrar pelos EPIs
T
JORNAL SEGURITO
Piadinha
E
Quais os acidentes mais frequentes?
Meu cupido é sempre lerdo, enquanto
ele me dá a flechada, acaba deixando a
outra pessoa escapar.
F
3
cobrador chamado Pareto. Todo mês Pareto ia
à casa de cada súdito cobrar os impostos para
o seu Rei.
No entanto, não estava conseguindo coletar
todo o dinheiro e recebia dez chibatadas pelo
atraso (se fosse hoje em dia, por muito menos,
Pareto teria processado o Rei Seguritão por
dano moral).
Pareto então, teve uma brilhante ideia,
identificou quais eram os súditos que
contribuíam com maior valor e todo mês
começava a cobrança por esses, ou seja, no
meio do mês, tinha a maior parte do valor
total a ser arrecadado e nunca mais levou as
chibatadas.
Na Segurança do Trabalho, podemos utilizar o
mesmo princípio, ou seja, identificar os itens
de maior significância, como por exemplo:
setores e máquinas com maior número de
acidentes, partes do corpo com maior número
de lesões, dias da semana e horários de maior
incidência etc.
Depois de fazer este levantamento ficará bem
mais fácil saber por onde começar e priorizar
os acidentes de maior frequência.
Fonte: Segurança do Trabalho – Organizando o
Setor - Mário Sobral Júnior.
Filtro não é peneira
ico impressionado com a tecnologia utilizada
para desenvolver os diversos EPIs da
atualidade, como por exemplo os
desenvolvidos para proteção respiratória.
Hoje são avaliados itens de vedação, estética,
conforto e muito mais.
Em relação a este tipo de equipamento, além
da máscara, temos os filtros que também têm
toda uma tecnologia incorporada. Muita gente
acredita que o filtro para aerodispersóides
funciona apenas como uma peneira.
Na verdade, se olharmos o filtro no
microscópio veremos que boa parte das
partículas são muito menores que a distância
entre as fibras.
Mas então como o filtro consegue reter os
contaminantes, professor?
Além da interceptação por meio do contato
direto da partícula com a fibra ou por
peneiração, onde algumas partículas são
maiores que o espaço entres as fibras, temos
mais algumas possibilidades. Vejamos abaixo:
- Inércia: como a partícula vem em uma
determinada velocidade e segue o fluxo do ar,
em algum momento acaba esbarrando nas
fibras.
- Movimento browniano: vou tentar explicar
este movimento com um exemplo. Pegue uma
pedra e arremesse-a. Ela irá ter um percurso
reto até perder a força do lançamento. Agora
imagine arremessar uma folha de uma planta,
em função das suas dimensões e peso ela não
manterá um percurso retilíneo. O mesmo
ocorre com as partículas menores que neste
movimento desordenado acabam esbarrando
em alguma fibra.
- Atração elestrostática: os filtros possuem um
tratamento eletrostático que atraem as
partículas que passam próximas às fibras.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
4. Piadinhas
a Segurança do Trabalho, uma das minhas
paixões é a Ergonomia e trabalhando há algum
tempo na área percebo que a solução para
este e outros problemas depende da cultura
de segurança da empresa e podemos dizer que
temos degraus desta cultura.
Para mim o primeiro patamar a que
geralmente as empresas chegam é o de
despertar para as dificuldades biomecânicas. O
ergonomista vai identificando os problemas e
indicando as sugestões de melhorias. Nesse
primeiro patamar, boa parte dos problemas
estão escancarados e gritando para você
encontrá-los e apesar das soluções exigirem
investimentos, o retorno é relativamente fácil
de ser comprovado.
Mas depois de uma primeira busca, que pode
levar até anos, os problemas começam a ficar
escondidos e a empresa começa a perceber
que não tem apenas problemas biomecânicos
(posturas inadequadas, vibração, compressão
mecânica etc), há também questões
decorrentes de problemas cognitivos. Este
patamar é bem mais difícil de identificar, pois
mesmo que no patamar biomecânico a palavra
do trabalhador seja importante sem sua
participação conseguimos, talvez, subir um
degrau, mas no patamar cognitivo a falta de
informação do trabalhador pode até nos fazer
descer vários degraus. Porém como nem
sempre a empresa tem uma relação de
confiança com este trabalhador, a
comunicação acaba não ocorrendo e as
#preocupado
questões cognitivas ficam escondidas debaixo
do tapete (fatores como relações laborais, alto
nível de atenção, falta de autonomia e outros
que afetam a carga mental do trabalhador).
Além disso, neste patamar, os fatores pessoais
e condições extra laborais podem ser
determinantes na identificação dos problemas
e só vamos ter acesso a estas informações por
meio do trabalhador.
Um outro patamar seria o organizacional, pois,
por mais que as condições biomecânicas dos
postos de trabalho sejam excelentes e o
trabalhador tenha uma certa satisfação com o
seu trabalho, a forma como a empresa
organiza seus processos pode ser
determinante para a ergonomia do
trabalhador. Questões como turnos,
rotatividade, logística de materiais etc.
Por fim, um patamar final seria a qualidade de
vida do trabalhador, ou seja, seria preciso
tentar alcançar este trabalhador no seu lar, no
seu lazer e consequentemente nos seus
problemas extra laborais que irão influenciar
na empresa.
Para isto o esforço inicial será imenso, pois
será necessário quase que uma avaliação
individual e como precisamos de respostas
para ontem e dinheiro para hoje os problemas
ergonômicos vão se arrastando com pequenas
vitórias que são comemoradas nos fazendo
esquecer que muito pouco está sendo feito.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho
JORNAL SEGURITO
N a fanpage do Jornal Segurito, posto
diversos materiais e algumas fotos com
trabalhadores se expondo a riscos e sempre
tem alguns comentários.
No último mês, quando postei a foto abaixo,
que foi bastante compartilhada, percebi que
muitos profissionais têm uma visão distorcida
sobre a Segurança do Trabalho.
Um comentário frequente foi relacionado à
indignação de ver um trabalhador estar se
expondo ao risco, e que muitas vezes este
mesmo trabalhador reclama das condições de
Segurança da empresa.
Vamos parar um pouco para avaliar o que
ocorre na vida real. É óbvio que é uma
empresa sem cultura de Segurança e neste
tipo de empresa, dentre várias outras
possibilidades, pode haver uma chefia de
repressão, daquela que diz o seguinte: ou faz
ou está na rua. Neste caso, dependendo da
necessidade do trabalhador, ele prefere fazer.
Mas pode ser uma empresa sem cultura de
Segurança, mas com uma liderança que
consegue motivar a todos a realizarem as suas
atividades. Pode ser que o trabalhador esteja
realizando a “peripécia” por acreditar na
empresa e ser estimulado a concluir o serviço.
Na verdade, ele pode ser visto como um
excelente funcionário e ao final será elogiado
pela “coragem” e por ter conseguido concluir a
missão.
Outro comentário frequente foi relacionado à
falta de fiscalização do MTE e dos profissionais
de Segurança do Trabalho. E este comentário é
preocupante porque passa a ideia de que a
responsabilidade por evitar um acidente seja
exclusiva da Segurança do Trabalho.
Fiquei preocupado porque os comentários
foram de profissionais de Segurança do
Trabalho e se na nossa área ainda não temos
uma visão mais abrangente como é que
podemos esperar que os demais trabalhadores
a tenham?
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho.
Minha mulher chegou do salão de
beleza toda feliz. Olhou pra mim e
perguntou:
- Não vai falar nada?
Então eu falei:
- Estava fechado de novo?
Estou contando a história do hospital.
N
4
Por que será?
Avance 7 casas
epois de um jogo de tabuleiro com os
sobrinhos, comecei a pensar que a
Segurança do Trabalho pode ser
comparada com este tipo de jogo.
Professor, estou começando a ficar
preocupado com a sua sanidade. Nesta
edição o senhor está só viajando.
Ok, meu filho. Vou ter de começar a
concordar e antes da próxima edição
prometo procurar um psicólogo.
Mas voltando à comparação, o primeiro dia
de trabalho é parecido com o momento em
que iniciamos o jogo onde jogamos o dado e
pegamos as primeiras cartas.
As alternativas são diversas. Você pode cair em
um avance para um novo trabalho com o
salário dobrado, mas também há a
possibilidade de ficar duas rodadas sem jogar
porque está sendo notificado e multado pelos
fiscais do trabalho ou quem sabe ganhou seis
pontos nas duas próximas rodadas porque
agora tem estabilidade como cipeiro.
Tirando a viagem, professor! O senhor sempre
fala que é preciso planejamento e se
pensarmos a Segurança do Trabalho como um
jogo não será mais sorte do que
planejamento?
Na verdade, mesmo em um jogo de “sorte”
sempre será necessário planejamento e uma
verdadeira estratégia para se sair melhor.
Então apesar dos dados lhe jogarem em
qualquer casa, sempre devemos avaliar as
possibilidades para minimizar os riscos.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de
Segurança do Trabalho.
D
SST no tabuleiro