1) O documento descreve Ruy Duarte de Carvalho, um angolano exilado em Portugal que trabalha como antropólogo na Universidade de Coimbra.
2) Apesar de ter muitas histórias fascinantes sobre a luta pela independência de Angola, Ruy é reservado e protege sua privacidade.
3) Seu trabalho antropológico mais notável foi o livro "Vou lá visitar pastores", no qual ele estudou o povo Kuvale no deserto de Namibe em Angola.
O documento resume o romance Mayombe, escrito por Pepetela em 1970-1971. Narra a história de guerrilheiros do MPLA na floresta do Mayombe em Cabinda, Angola durante a guerra pela independência. É considerado um documento social importante que captura a realidade histórica angolana da época através de múltiplas vozes e perspectivas.
O documento apresenta a biografia do escritor português Miguel Torga. Aborda sua infância, educação, carreira literária e obras publicadas. Destaca seu trabalho pioneiro no gênero diarístico português e sua admiração por Fernando Pessoa, considerado por Torga o maior poeta português do século.
06. Os Ratos no Sótão de Uma Memória Rock'n'roll. Ano I, Nº 06 - Volume I - ...estevaofernandes
O artigo resume um livro sobre a história da música ocidental, dividido em seções que cobrem desde as origens cristãs até a segunda metade do século XX, com ênfase nos encontros, desenvolvimentos e inventores que reinventaram a música ao longo dos séculos. O autor também discute como a leitura do livro foi complementada por músicas de rock que serviram como trilha sonora, estabelecendo conexões entre o texto literário e as composições musicais.
Este documento lista as obras e textos literários recomendados para educação literária nos 7o, 8o e 9o anos de escolaridade de uma escola em Loures, Portugal. Inclui títulos de autores portugueses e estrangeiros, bem como o número de exemplares disponíveis na biblioteca da escola.
Miguel Horta e Paula Ramos trabalham com programas de leitura em prisões portuguesas. Eles usam livros e histórias para aproximar reclusos e suas famílias e ajudar a criar leitores dentro e fora da prisão. Apesar dos desafios, ambos sentem que vale a pena o esforço por ver o impacto positivo nos participantes.
1. O documento descreve uma revista literária moçambicana chamada "Literatas" que publica contos e artigos sobre literatura moçambicana.
2. O artigo principal discute o livro "Ninguém Matou Suhura" de Lília Momplé, que conta histórias ilustrando a história de Moçambique através da perspectiva feminina.
3. Dois dos contos são resumidos, incluindo o suicídio de um homem devido à pobreza colonial e a acusação injusta de um jove
O documento apresenta uma agenda de agosto com sugestões culturais para o verão, incluindo exposições temporárias, sugestões de leitura e filmes. Destaca duas exposições de pintura - "Anjos Solidários Ajudam África" e "De Passagem... pela literatura de viagens" - assim como várias sugestões de livros e filmes para diferentes faixas etárias.
Negrinha é uma narrativa em terceira pessoa que conta a história de uma menina órfã e negra chamada Negrinha, que sofre maus-tratos constantes na casa onde vive. Após conhecer o mundo das brincadeiras ao pegar uma boneca de uma sobrinha da patroa, Negrinha cai em tristeza profunda e morre. O conto é uma crítica à crueldade e à falta de compaixão.
O documento resume o romance Mayombe, escrito por Pepetela em 1970-1971. Narra a história de guerrilheiros do MPLA na floresta do Mayombe em Cabinda, Angola durante a guerra pela independência. É considerado um documento social importante que captura a realidade histórica angolana da época através de múltiplas vozes e perspectivas.
O documento apresenta a biografia do escritor português Miguel Torga. Aborda sua infância, educação, carreira literária e obras publicadas. Destaca seu trabalho pioneiro no gênero diarístico português e sua admiração por Fernando Pessoa, considerado por Torga o maior poeta português do século.
06. Os Ratos no Sótão de Uma Memória Rock'n'roll. Ano I, Nº 06 - Volume I - ...estevaofernandes
O artigo resume um livro sobre a história da música ocidental, dividido em seções que cobrem desde as origens cristãs até a segunda metade do século XX, com ênfase nos encontros, desenvolvimentos e inventores que reinventaram a música ao longo dos séculos. O autor também discute como a leitura do livro foi complementada por músicas de rock que serviram como trilha sonora, estabelecendo conexões entre o texto literário e as composições musicais.
Este documento lista as obras e textos literários recomendados para educação literária nos 7o, 8o e 9o anos de escolaridade de uma escola em Loures, Portugal. Inclui títulos de autores portugueses e estrangeiros, bem como o número de exemplares disponíveis na biblioteca da escola.
Miguel Horta e Paula Ramos trabalham com programas de leitura em prisões portuguesas. Eles usam livros e histórias para aproximar reclusos e suas famílias e ajudar a criar leitores dentro e fora da prisão. Apesar dos desafios, ambos sentem que vale a pena o esforço por ver o impacto positivo nos participantes.
1. O documento descreve uma revista literária moçambicana chamada "Literatas" que publica contos e artigos sobre literatura moçambicana.
2. O artigo principal discute o livro "Ninguém Matou Suhura" de Lília Momplé, que conta histórias ilustrando a história de Moçambique através da perspectiva feminina.
3. Dois dos contos são resumidos, incluindo o suicídio de um homem devido à pobreza colonial e a acusação injusta de um jove
O documento apresenta uma agenda de agosto com sugestões culturais para o verão, incluindo exposições temporárias, sugestões de leitura e filmes. Destaca duas exposições de pintura - "Anjos Solidários Ajudam África" e "De Passagem... pela literatura de viagens" - assim como várias sugestões de livros e filmes para diferentes faixas etárias.
Negrinha é uma narrativa em terceira pessoa que conta a história de uma menina órfã e negra chamada Negrinha, que sofre maus-tratos constantes na casa onde vive. Após conhecer o mundo das brincadeiras ao pegar uma boneca de uma sobrinha da patroa, Negrinha cai em tristeza profunda e morre. O conto é uma crítica à crueldade e à falta de compaixão.
O documento descreve as características da narrativa brasileira após 1960, incluindo a experimentação, fusão de gêneros e estilos realistas. Aponta Rubem Fonseca como um expoente do hiperrealismo, que retrata a violência, sexo e marginalidade de forma crua.
Este documento apresenta uma lista de temas e obras literárias brasileiras pré-modernistas, como Canudos, Cangaço e a Borracha. Também resume trechos de obras como Os Sertões de Euclides da Cunha e Lima Barreto, além de citar momentos históricos como a Revolta da Armada e a imigração. Por fim, apresenta trechos analíticos de Augusto dos Anjos e Monteiro Lobato.
APOSTILA DE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL COM QUESTÕES DE SEMIÓTICA.Antônio Fernandes
Este documento contém:
(1) Questões sobre um texto sobre Hagar, o Horrível analisando registros de linguagem;
(2) Questão classificando um signo visual;
(3) Questão associando um ditado popular a uma figura;
(4) Questão analisando características de gênero de um texto.
O documento descreve encontros entre Macário e um Desconhecido em uma estalagem durante uma noite de tempestade. O Desconhecido lembra ter visto Macário outras vezes, incluindo em uma serra, e oferece a Macário uma garrafa de vinho para beber enquanto conversam. Macário convida o Desconhecido a conversar depois de jantar, curioso sobre quem ele é e o que quer.
A SubVersa é uma revista on-line de literatura luso-brasileira que se propõe a manter um canal aberto entre autores contemporâneos brasileiros e portugueses, com o objetivo de divulgar práticas diversas de escrita e conectar diferentes modos de expressão e conhecimento. Quer sejam textos literários ou não, o que caracteriza o conteúdo da SubVersa é, exclusivamente, a qualidade da boa literatura.
Este documento apresenta um resumo de um capítulo do livro "A Chave do Tamanho" de Monteiro Lobato. Nele, Emília comenta sobre um pôr do sol de trombeta e questiona a expressão "pôr do sol". Chega um estafeta trazendo correspondência, incluindo uma carta para o Visconde. Pedrinho lê sobre bombardeios na guerra, o que entristece Dona Benta.
1) A lista apresenta obras literárias recomendadas para alunos do 7o, 8o e 9o ano de escolaridade, incluindo narrativas, poemas, textos dramáticos e outros gêneros de autores portugueses e estrangeiros.
2) São fornecidos exemplos de obras de cada gênero literário e autor, com o número de exemplares disponíveis na biblioteca.
3) A lista tem como objetivo orientar a seleção de obras para a iniciação à educação literária dos alunos, de acordo com os
O documento resume uma oficina literária que ocorrerá em Maputo nos dias 1 e 2 de Agosto com a escritora brasileira Ana Rusche. Também discute a visita da jornalista brasileira Rosália Diogo a Moçambique para falar sobre literatura feminina na diáspora. Por fim, apresenta um poema de Hélio José Mendoso sobre a alegoria do negro.
O autor apresenta o conceito de metáfora funcional e discute suas implicações nos estudos linguísticos e antropológicos. Ele define metáfora funcional como a atribuição de sentido de um paradigma cultural a outra palavra de paradigma diferente. Isso demonstra a importância de levar em conta os aspectos culturais de uma língua, não apenas os formais, nos estudos linguísticos.
O documento discute o surgimento e desenvolvimento do capitalismo no mundo ocidental. Apresenta que o capitalismo se tornou dominante a partir do século XVI e gradualmente substituiu outras formas de produção. Também divide o capitalismo em três fases: comercial, mercantil e industrial, e descreve as principais características de cada uma.
Este documento resume o enredo do livro "O Portador da Concha" de Chitra Banerjee Divakaruni. O livro conta a história de Anand, um menino de 12 anos na Índia que precisa trabalhar para sustentar sua família. Um dia, ele conhece um sábio chamado Abhaydatta que pede sua ajuda para levar uma concha mágica até um vale secreto.
1) A entrevista discute a poesia e visão de mundo de Manuel António Pina, incluindo sua idade ("tardia idade") e sentimentos de melancolia.
2) Pina prefere a poesia que valoriza as relações humanas acima de versos, criticando Joaquim Manuel Magalhães.
3) Seu livro recente, "Como Se Desenha Uma Casa", usa a casa como símbolo para explorar temas como linguagem, inocência e separação do mundo.
Este documento descreve memórias da infância do autor relacionadas ao bairro da Penha de França em Lisboa, incluindo a escola primária, a biblioteca municipal e uma fábrica onde a avó trabalhava.
O documento resume a vida e obra de Monteiro Lobato, importante escritor brasileiro do século XX. Conta sobre sua infância, educação, carreira como promotor público e fazendeiro antes de se dedicar à literatura infantil e fundar sua própria editora. Também aborda brevemente sua defesa da exploração do petróleo no Brasil e seu falecimento em 1948.
O documento descreve o livro "Uma Abelha na Chuva" de Carlos de Oliveira, publicado em 1953. O livro conta a história de dois casais, Álvaro e Maria, marcados por conflitos, e Jacinto e Clara, que se amam apesar da oposição dos pais. Clara engravida de Jacinto, o que leva o pai dela a cometer um crime e Clara a suicidar-se depois. O livro faz comparações entre os personagens e abelhas, mel e a chuva como símbolos.
O documento apresenta um resumo de um livro de contos de Manuel da Fonseca intitulado "O Fogo e as Cinzas". O relatório de leitura foca-se no conto "O Fogo e as Cinzas" que descreve a vida de um homem atormentado pelas memórias da noiva que perdeu num incêndio e dos amigos que também morreram em chamas.
O livro conta a história de Gilinho, um rapaz sonhador de uma aldeia, que parte para descobrir o mundo. Narra a sua infância, primeiro amor e amizade com Rosas. Após 15 anos sem se verem, Gilinho é escritor e Rosas o primeiro a ler o seu livro, que infelizmente é roubado.
1) Emília ficou sozinha no Sítio do Pica-Pau Amarelo enquanto Dona Benta, Tia Nastácia e os outros foram para a Europa participar de uma conferência de paz.
2) Emília convidou sua amiga Rã para visitá-la no sítio para que elas possam colocar em prática seu plano de reformar a Natureza.
3) Ao receber a carta de Emília, Rã dividiu metade de um pó misterioso e se preparou para viajar sozinha ao sítio para
Este artigo discute o livro de crônicas "O sangue da buganvília" de Ana Paula Tavares. Apesar de ter sido escrito para rádio, o trabalho não cede à superficialidade e sim preserva a qualidade literária por meio de linguagem apurada. As crônicas abordam diversos temas sobre a sociedade de forma perspicaz. Particular atenção é dada ao trabalho feminino, retratado com dignidade e não de forma estereotipada.
Este documento resume um conto de Manuel da Fonseca sobre a solidão dos idosos em aldeias portuguesas e a chegada da telefonia. Conta a história de Batola, um homem idoso e solitário cujo único amigo se suicidou, e como a chegada de um aparelho de rádio na aldeia altera os comportamentos dos moradores e devolve-lhes a humanidade ao ligá-los ao mundo exterior.
Este documento fornece uma biografia e uma lista das principais obras do escritor português António Lobo Antunes. Também lança um desafio à comunidade escolar para escolher e defender uma citação do autor, com um prémio para a melhor defesa.
O documento descreve uma crônica sobre uma passageira inexperiente em aviões que causou diversos "vexames" durante o voo devido a sua falta de conhecimento sobre o funcionamento de aeronaves, deixando os outros passageiros e o narrador constrangidos com suas perguntas e atitudes inapropriadas.
O documento descreve as características da narrativa brasileira após 1960, incluindo a experimentação, fusão de gêneros e estilos realistas. Aponta Rubem Fonseca como um expoente do hiperrealismo, que retrata a violência, sexo e marginalidade de forma crua.
Este documento apresenta uma lista de temas e obras literárias brasileiras pré-modernistas, como Canudos, Cangaço e a Borracha. Também resume trechos de obras como Os Sertões de Euclides da Cunha e Lima Barreto, além de citar momentos históricos como a Revolta da Armada e a imigração. Por fim, apresenta trechos analíticos de Augusto dos Anjos e Monteiro Lobato.
APOSTILA DE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL COM QUESTÕES DE SEMIÓTICA.Antônio Fernandes
Este documento contém:
(1) Questões sobre um texto sobre Hagar, o Horrível analisando registros de linguagem;
(2) Questão classificando um signo visual;
(3) Questão associando um ditado popular a uma figura;
(4) Questão analisando características de gênero de um texto.
O documento descreve encontros entre Macário e um Desconhecido em uma estalagem durante uma noite de tempestade. O Desconhecido lembra ter visto Macário outras vezes, incluindo em uma serra, e oferece a Macário uma garrafa de vinho para beber enquanto conversam. Macário convida o Desconhecido a conversar depois de jantar, curioso sobre quem ele é e o que quer.
A SubVersa é uma revista on-line de literatura luso-brasileira que se propõe a manter um canal aberto entre autores contemporâneos brasileiros e portugueses, com o objetivo de divulgar práticas diversas de escrita e conectar diferentes modos de expressão e conhecimento. Quer sejam textos literários ou não, o que caracteriza o conteúdo da SubVersa é, exclusivamente, a qualidade da boa literatura.
Este documento apresenta um resumo de um capítulo do livro "A Chave do Tamanho" de Monteiro Lobato. Nele, Emília comenta sobre um pôr do sol de trombeta e questiona a expressão "pôr do sol". Chega um estafeta trazendo correspondência, incluindo uma carta para o Visconde. Pedrinho lê sobre bombardeios na guerra, o que entristece Dona Benta.
1) A lista apresenta obras literárias recomendadas para alunos do 7o, 8o e 9o ano de escolaridade, incluindo narrativas, poemas, textos dramáticos e outros gêneros de autores portugueses e estrangeiros.
2) São fornecidos exemplos de obras de cada gênero literário e autor, com o número de exemplares disponíveis na biblioteca.
3) A lista tem como objetivo orientar a seleção de obras para a iniciação à educação literária dos alunos, de acordo com os
O documento resume uma oficina literária que ocorrerá em Maputo nos dias 1 e 2 de Agosto com a escritora brasileira Ana Rusche. Também discute a visita da jornalista brasileira Rosália Diogo a Moçambique para falar sobre literatura feminina na diáspora. Por fim, apresenta um poema de Hélio José Mendoso sobre a alegoria do negro.
O autor apresenta o conceito de metáfora funcional e discute suas implicações nos estudos linguísticos e antropológicos. Ele define metáfora funcional como a atribuição de sentido de um paradigma cultural a outra palavra de paradigma diferente. Isso demonstra a importância de levar em conta os aspectos culturais de uma língua, não apenas os formais, nos estudos linguísticos.
O documento discute o surgimento e desenvolvimento do capitalismo no mundo ocidental. Apresenta que o capitalismo se tornou dominante a partir do século XVI e gradualmente substituiu outras formas de produção. Também divide o capitalismo em três fases: comercial, mercantil e industrial, e descreve as principais características de cada uma.
Este documento resume o enredo do livro "O Portador da Concha" de Chitra Banerjee Divakaruni. O livro conta a história de Anand, um menino de 12 anos na Índia que precisa trabalhar para sustentar sua família. Um dia, ele conhece um sábio chamado Abhaydatta que pede sua ajuda para levar uma concha mágica até um vale secreto.
1) A entrevista discute a poesia e visão de mundo de Manuel António Pina, incluindo sua idade ("tardia idade") e sentimentos de melancolia.
2) Pina prefere a poesia que valoriza as relações humanas acima de versos, criticando Joaquim Manuel Magalhães.
3) Seu livro recente, "Como Se Desenha Uma Casa", usa a casa como símbolo para explorar temas como linguagem, inocência e separação do mundo.
Este documento descreve memórias da infância do autor relacionadas ao bairro da Penha de França em Lisboa, incluindo a escola primária, a biblioteca municipal e uma fábrica onde a avó trabalhava.
O documento resume a vida e obra de Monteiro Lobato, importante escritor brasileiro do século XX. Conta sobre sua infância, educação, carreira como promotor público e fazendeiro antes de se dedicar à literatura infantil e fundar sua própria editora. Também aborda brevemente sua defesa da exploração do petróleo no Brasil e seu falecimento em 1948.
O documento descreve o livro "Uma Abelha na Chuva" de Carlos de Oliveira, publicado em 1953. O livro conta a história de dois casais, Álvaro e Maria, marcados por conflitos, e Jacinto e Clara, que se amam apesar da oposição dos pais. Clara engravida de Jacinto, o que leva o pai dela a cometer um crime e Clara a suicidar-se depois. O livro faz comparações entre os personagens e abelhas, mel e a chuva como símbolos.
O documento apresenta um resumo de um livro de contos de Manuel da Fonseca intitulado "O Fogo e as Cinzas". O relatório de leitura foca-se no conto "O Fogo e as Cinzas" que descreve a vida de um homem atormentado pelas memórias da noiva que perdeu num incêndio e dos amigos que também morreram em chamas.
O livro conta a história de Gilinho, um rapaz sonhador de uma aldeia, que parte para descobrir o mundo. Narra a sua infância, primeiro amor e amizade com Rosas. Após 15 anos sem se verem, Gilinho é escritor e Rosas o primeiro a ler o seu livro, que infelizmente é roubado.
1) Emília ficou sozinha no Sítio do Pica-Pau Amarelo enquanto Dona Benta, Tia Nastácia e os outros foram para a Europa participar de uma conferência de paz.
2) Emília convidou sua amiga Rã para visitá-la no sítio para que elas possam colocar em prática seu plano de reformar a Natureza.
3) Ao receber a carta de Emília, Rã dividiu metade de um pó misterioso e se preparou para viajar sozinha ao sítio para
Este artigo discute o livro de crônicas "O sangue da buganvília" de Ana Paula Tavares. Apesar de ter sido escrito para rádio, o trabalho não cede à superficialidade e sim preserva a qualidade literária por meio de linguagem apurada. As crônicas abordam diversos temas sobre a sociedade de forma perspicaz. Particular atenção é dada ao trabalho feminino, retratado com dignidade e não de forma estereotipada.
Este documento resume um conto de Manuel da Fonseca sobre a solidão dos idosos em aldeias portuguesas e a chegada da telefonia. Conta a história de Batola, um homem idoso e solitário cujo único amigo se suicidou, e como a chegada de um aparelho de rádio na aldeia altera os comportamentos dos moradores e devolve-lhes a humanidade ao ligá-los ao mundo exterior.
Este documento fornece uma biografia e uma lista das principais obras do escritor português António Lobo Antunes. Também lança um desafio à comunidade escolar para escolher e defender uma citação do autor, com um prémio para a melhor defesa.
O documento descreve uma crônica sobre uma passageira inexperiente em aviões que causou diversos "vexames" durante o voo devido a sua falta de conhecimento sobre o funcionamento de aeronaves, deixando os outros passageiros e o narrador constrangidos com suas perguntas e atitudes inapropriadas.
Este documento analisa os romances para a infância e juventude de António Mota. A vida é retratada como um desafio constante, onde os personagens respondem de acordo com sua individualidade. As obras também exploram temas como envelhecimento e morte de forma humanizada. O estilo de Mota se caracteriza por frases fluídas e imagens cinematográficas que transmitem de forma rítmica as histórias do mundo rural português.
José Eduardo Agualusa é um escritor angolano nascido em 1960. Seus romances misturam ficção com fatos reais e transitam entre as culturas africana, portuguesa e brasileira. Agualusa já recebeu vários prêmios literários importantes pelo seu trabalho.
O documento apresenta a biografia do escritor angolano Uanhenga Xitu, descrevendo sua vida e obra literária. Também resume o conto "O Cabelereiro", retratando a rotina dos cabeleireiros em Luanda e um incidente cômico em um estabelecimento que oferecia perfumes.
Este documento apresenta a agenda de eventos e atividades da Biblioteca Municipal de São João da Madeira para o mês de Setembro, incluindo exposições temporárias, programas para escolas e público sénior, sugestões de leitura e informações úteis.
Os três documentos resumem livros e obras sobre a história de Portugal e Lisboa em diferentes períodos temporais, a psicologia e a filosofia. O último documento é uma coletânea de textos sobre D. Frei Bartolomeu dos Mártires.
O documento resume um livro de contos de Manuel Alegre intitulado "O Homem do País Azul". Apresenta uma breve biografia do autor e descreve alguns dos dez contos, focando-se nas temáticas da ditadura, exílio e esperança. O resumidor analisa alguns contos em particular e expressa a opinião geral positiva sobre a obra, embora tenha tido dificuldades em compreender totalmente alguns contos.
O documento resume um livro chamado "Milagrário Pessoal" escrito por José Eduardo Agualusa. O livro é um romance publicado em 2010 que conta a história de uma linguista portuguesa que descobre alguém mudando a língua portuguesa de forma insidiosa globalmente. Ela parte em busca de palavras misteriosas com um antigo professor angolano para desvendar o mistério.
O documento descreve uma entrevista com a escritora portuguesa Lídia Jorge onde ela fala sobre livros que a influenciaram ao longo da vida, como a literatura a ajudou a lidar com a experiência da guerra colonial em Moçambique e a importância da literatura para renovar o mundo.
O documento lista 10 livros recomendados e fornece resumos sobre 3 deles: Vidas Secas de Graciliano Ramos, que retrata a vida de uma família de retirantes durante a seca no sertão nordestino; Eu de Augusto dos Anjos, que mostra a obsessão do poeta com a morte através de uma linguagem científica; e O Cortiço de Aluísio Azevedo, que narra a história de João Romão em sua busca por riqueza e status social na cidade do Rio de Janeiro do século X
A Geração De 22 - Prof. Kelly Mendes - LiteraturaHadassa Castro
O documento descreve o período modernista português entre 1922 e 1930. Foi um período de rebeldia em que os modernistas romperam com a tradição acadêmica e divulgaram ideais anárquicos, marcado por um nacionalismo exagerado. Destacaram-se nomes como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira.
Este documento fornece informações sobre três importantes fenômenos da música portuguesa:
1) A banda de metal gótico Moonspell se formou em 1989 em Portugal e mudou seu nome em 1993, lançando seu primeiro álbum em 1995 que quebrou com seu estilo black metal original e os colocou na cena metal internacional.
2) O CD seguinte da banda de 1996 continha sua música mais conhecida inspirada em um poema de Fernando Pessoa.
3) Os álbuns subsequentes da banda lançados em 1998 e 1999 experimentaram
Primo Levi escreveu Histórias Naturais após ser conhecido por seus livros de testemunho sobre Auschwitz. Os contos misturam ficção científica e fantasia para explorar a tensão entre a vida biológica e a organização burocrática das sociedades modernas. Influenciado por seu interesse pela ciência desde a juventude, Levi usou os contos para reivindicar seu direito de criar diferentes tipos de obras literárias.
Este documento discute como Lobo Antunes em Os Cus de Judas e Uzodinma Iweala em Feras de Lugar Nenhum abordam o tema da guerra em suas narrativas. Ambos os autores usam narradores em primeira pessoa que foram forçados a lutar em guerras contra suas vontades. Eles mostram como a violência da guerra pode transformar homens e meninos inocentes em monstros.
Laureano Barros dedicou sua vida a colecionar livros e formar uma das mais valiosas bibliotecas privadas do século XX em Portugal. Solitário e obcecado por perfeição, ele acumulou mais de 6 mil livros raros ao longo de sua vida. No fim de sua vida, preocupou-se com o destino de sua biblioteca após sua morte.
Laureano Barros dedicou sua vida a reunir a mais valiosa biblioteca privada de Portugal no século XX. Solitário e obcecado pela verdade e legalidade, ele acumulou mais de 6.000 livros raros em sua quinta. Após sua morte, aos 84 anos, sua extensa biblioteca será leiloada, já que seus filhos não a quiseram.
O homem cuja orelha cresceu - Inácio de Loyola BrandãoJoselaine
O documento descreve a vida e obra do escritor brasileiro Ignácio de Loyola Brandão, incluindo seu contexto histórico e político durante a ditadura militar no Brasil. O documento também fornece um resumo de sua produção literária, com ênfase em seu livro "Cadeiras Proibidas" e como ele refletiu a censura da época de forma metafórica.
Este documento apresenta um catálogo de livros à venda de uma livraria online portuguesa. O catálogo inclui 10 itens, principalmente livros em português sobre literatura e história portuguesa dos séculos XX e XXI. A livraria tem como objetivo promover a cultura e o conhecimento através da venda e compra de livros usados e raros.
Microsoft Word - SERIE ECONOMIA DO MAL - ENSAIOSJose Vegar
O documento discute a ascensão da "economia do mal globalizada" representada por grupos terroristas e criminosos organizados que usam a globalização para seus fins. Estas entidades formam "estruturas celulares" que desafiam a soberania dos estados-nação através de atividades transfronteiriças e aproveitando falhas nos sistemas financeiros e de comunicação globais. Os estados enfrentam dificuldades para combatê-las sem comprometer suas próprias estruturas e valores democráticos.
INTRODUÇÕES DOS MANUAIS DE FICÇÃO E NÃO -FICÇÃOJose Vegar
Este documento discute o processo de escrita ficção em três partes. Primeiro, explora como os escritores devem superar a fronteira entre a perturbação inicial e a construção de uma história completa através de eventos e personagens. Segundo, destaca a importância de um processo de escrita lento e iterativo para desenvolver a história. Terceiro, refere que os escritores devem "inventar o mundo de raiz" para criar uma realidade ficcional distinta da realidade.
Este documento é um manual sobre jornalismo literário e fornece definições operacionais e teóricas do gênero. Também apresenta uma breve história do jornalismo narrativo, com exemplos de Truman Capote e Tom Wolfe, e fornece uma bibliografia de referência com obras exemplares do gênero.
Este documento descreve o projeto Atlas Group, criado por Walid Raad para documentar as guerras no Líbano entre 1975-1991 através da manipulação ficcional de imagens, textos e artefatos. O projeto inclui um arquivo com três tipos de documentos, incluindo 145 fotografias de carros usados como bombas. A exibição desses documentos pode fornecer uma visão mais clara do passado da guerra no Líbano.
Este documento discute a importância da circulação e posse de informação para entidades envolvidas em terrorismo, crime organizado e agências de segurança. Primeiro, analisa teoricamente o terrorismo jihadista e crime organizado global. Em seguida, examina como essas entidades circulam informação e como agências de segurança a obtém. Finalmente, sugere que plataformas digitais são fundamentais nesse confronto, podendo haver uma diferença entre a informação em posse de agências versus aquela circulada por grupos terroristas e criminosos.
VEGAR - TRAJECTOS - TERRORISMO JIHADISTAJose Vegar
O documento discute como o modelo de investigação do terrorismo jihadista usado pelas autoridades portuguesas limita severamente o jornalismo sobre o tema no país. O modelo foca em monitorar suspeitos muçulmanos e conexões entre seus atos para descobrir células terroristas, mas produz impossibilidades de revelar informações, compartilhar conhecimento, e provar acusações de terrorismo nos tribunais portugueses. Isso impede os jornalistas de fornecerem informações completas sobre investigações.
O documento discute as deficiências da capacidade do sistema de investigação de segurança português, argumentando que os serviços de informações portugueses não conseguem cumprir suas funções essenciais devido a limitações legais e operacionais, conflitos de competência com a polícia, falta de coordenação e adiamento de reformas necessárias, colocando os cidadãos e o Estado português em maior risco de ameaças como terrorismo e crime organizado.
- In 1980, Portuguese poet Herberto Helder asked publisher Vitor Silva Tavares how much it would cost to have something specially printed by master printer José Apolinário Ramos. This started "something secret", which turned out to be one of the most legendary works of Portuguese literature.
- Apolinário Ramos and his partner Benamor Palma were the last generation of manual printers in Lisbon. Their shop Ideal Typography was fading when Tavares convinced them to start printing books by hand again.
- Helder was already a renowned but secretive poet. His request to Ramos began the ultra-rare book "Flash", which was conceived in obscurity and distributed privately by
1. O contador relutante
Temporariamente residente em Portugal sem que quase
ninguém dê por ele, exilado num escuro, anónimo, poeirento e
vazio gabinete do edifício de Antropologia da velha
universidade de Coimbra, está um angolano que teria muitas
histórias fantásticas para contar, se tal fosse a sua vontade.
Infelizmente, ao contrário do que poderia parecer à primeira
vista, é mais fácil encontrar Ruy Duarte de Carvalho num
labirintico e decadente imóvel da universidade de Coimbra do
que lhe arrancar alguma coisa palpável sobre os seus 50 anos
de filho de colonos que lutou pela liberdade da sua pátria
africana, a esperança “numa ideia de Angola” que o mantém
vivo, a poesia hermética, a ficção que nos traz mundos pouco
habituais, ou a investigação antropológica no sudoeste
angolano, de que resultou um dos mais belos livros de
aventuras da literatura portuguesa dos últimos anos.
Para se chegar a Ruy Duarte de Carvalho entra-se pela enorme
porta de madeira do departamento de antropologia, inquire-se
junto das quatro funcionárias que tagarelam junto ao
aquecedor eléctrico, admiram-se de passagem sequências
enormes de belos azulejos com motivos azuis que decoram as
paredes das escadas, ultrapassa-se um enorme, largo e escuro
corredor, abre-se a porta onde está escrito “Antropometrista -
gab 318” e encontra-se uma figura alta, elegante, magra, com
uma ligeira barriga, presumivelmente construída pela cerveja
angolana, uma barba branca cuidadosamente aparada, a
compensar alguma calvice na região frontal do crâneo, mas a
condizer com uns óculos de aros redondos. A figura veste de
preto, com um bom gosto ascético, e vê-se que está em casa
neste cenário despojado. Ela e o espaço parecem ter sido feitos
um para o outro. Talvez seja a luz escassa, a velha cadeira de
madeira, ou o silêncio que predispõe para ouvir histórias de
2. uma longitude longinqua, pausadas por fumaças saídas do
cachimbo do contador. A verdade é que, seja por que motivo
for, o gabinete do antropometrista é um cenário único. Um
pouco semelhante aos gabinetes clínicos dos velhos hospitais
públicos portugueses, depois do médico libertar boas notícias.
Pena é que nada disto interfira com o homem quando dele se
querem revelações, e que o percurso para as conseguir seja
ainda mais sinuoso que os corredores da universitas. Ruy
Duarte de Carvalho tem a sua alma e o seu percurso protegidos
por coletes à prova de curiosidade, seja esta de leitor, ou de
profissional. A sua delicadeza, o seu sentido de humor
apuradissimo, a sua capacidade de encantar com histórias, até a
sua camaradagem, que se percebem quando está envolvido
numa conversa sem consequências, desaparecem quando o
diálogo não é para ser só um momento a dois. As barreiras com
que se protege são várias: Há primeiro o autor “snob” que
defende estar tudo nos seus livros, não admitindo a
importância de esclarecer pormenores ou fornecer algumas
pistas sobre as origens das suas narrativas. Há, a par e passo, o
intelectual cosmopolita e simultaneamente periférico que,
fazendo uso de todo o arsenal linguístico que possui, à base de
conceitos teóricos e categorias cientifícas, consegue responder a
inúmeras perguntas sem nunca mostrar o que pensa. E, há
igualmente o lutador pela liberdade do seu continente, em
permanente descoincidência de rumo com o poder, que sabe
que em África as palavras ainda têm muito peso. Ruy Duarte
de Carvalho vigia-se a si próprio, e é muito disciplinado nesse
exercício. O preço são os cigarros Camel que desaparecem
velozmente, e o cachimbo trincado.
No entanto, é possível, mesmo assim, contar com ele para
descrever pedaços de um mundo a que muito poucos
conseguem pertencer.
Ruy Duarte de Carvalho nasceu em 1941, nas terras do Sul de
angola, perto de Moçamedes e do deserto do Namibe. Os pais
eram portugueses, e viveram sempre relacionados com a terra,
3. tendo o pai ocupado a posição de regente agrícola. “Razões da
cabeça e do coração, que às vezes não são as mesmas”, como
ele próprio diz, levaram cedo o jovem Ruy, então com 18 anos,
a estar inequivocamente do lado “dos angolanos, dos
independentistas e dos africanos”. Racionalmente, diz que a
vida o colocou do lado dos que estavam a ser oprimidos.
Emotivamente, aquilo a que chama a “teoria do arrepio”desfez-
lhe todas as dúvidas. “Quando um jovem de 18 anos se arrepia
ao ler certos poemas, o seu destino está determinado. Eu tinha
uma alma angolana”. Viriato da Cruz e Aires de Almeida
Santos foram os poetas que o puseram no
caminho.Acompanhou o MPLA, nunca se arrependeu da sua
escolha. “Sou angolano. É a minha casa. Vou lá ver se a luz está
apagada”. Para ele é límpido, tudo “corresponde a uma
fidelidade a determinadas referências”.
No entanto, hoje como ontem, a sua alma não o cega. Na sua
casa na Maianga, um dos bairros mais carismáticos de Luanda,
na cátedra de Antropologia da universidade da capital do seu
país, ou nas inúmeras viagens que faz, sabe que o sonho vai
sendo destruído por uma terrível realidade de guerra, fome,
destruição, para indicar só alguns chavões mediáticos que não
deixam de se aplicar com propriedade ao dia a dia angolano.
Diz que a tristeza se gere não perdendo de vista “os
verdadeiros problemas angolanos”, mantendo uma
permanente “atitude muito crítica” e fazendo recurso de “uma
grande ironia”.
Acrescenta, com ardor na voz, que o que se passa em Angola é
igual ao que se passa no Congo ou na Serra Leoa,
correspondendo a “uma sequela de um processo de
ocidentalização que se mantém”. Para ele, Angola debate-se
com a falta de alternativas políticas e económicas, mas não é
isso que o faz desistir “de uma hipótese de Angola sobreviver
como país”.
4. Confidencia que este combate está todo descrito na sua poesia,
da qual “Observação Directa”, disponível em Portugal, é o
último volume.
Foi também a vontade de descobrir o que é ser angolano, e a
demanda de respostas para perguntas que o acompanhavam
desde a adolescência, que o fez abraçar a antropologia.
Curiosamente, começou pelo cinema – na sua biografia pode-se
ler que produziu vinte horas de cinema documental – que
considera uma óptima ferramenta para conhecer povos e
modos de vida. No entanto, foi a antropologia – intervalada
com outras actividades, como a regência agrícola, porque “os
anos têm muitos dias”- que o seduziu definitivamente, já que
lhe fornece “os instrumentos para tratar a diferença” e lhe
permite ir à procura, com sentido, “do cidadão angolano”.
Estudou a disciplina em Paris, entre 1979 e 1986.
De regresso à sua terra, bem apetrechado, Ruy Duarte de
Carvalho foi, a partir de 1992, ao encontro de um povo que
esteve sempre atravessado na sua vida: Os Kuvale do Namibe,
povo da lança, guerreiros, nómadas, pastores e angolanos como
ele. O antropólogo conhecera-os na sua infância, tinha ouvido
algumas das suas epopeias em conversas de mato e arredores,
filmara alguns deles em 1975. Entre 1992 e 1997, vivendo
longas expedições pelo mato e pelo deserto, viveu com os
kuvale tanto quanto eles permitiram, observou-os, recolheu os
seus depoimentos. Depois, durante um ano, escreveu um livro.
“Vou lá visitar pastores”, editado em Portugal pela Cotovia, é
um livro único, com a mesma magia e beleza estranha que o
“Breviário Mediterrânico” (edição Quetzal) Predrag
Matvejevitch. Um dos fios condutores da escrita, que tal como
a de Matvejevitch rouba coisas à ficção e à ciência, é todo o
mundo Kuvale, donos de uma cultura pastoril e guerreira, mas
também de resistência “porque preservam os traços de uma
economia e de uma cultura pouco afectada pela colonização e
pela desarticulação da sociedade que se deu após a
independência”, explica o antropólogo. É fascinante encontrar
5. nas páginas o minucioso trabalho de campo de Ruy Duarte de
Carvalho, que disseca as complexas hierarquias dos clans e das
famílias kuvale, as ainda mais complexas relações de poder,
parentesco, amor e familiares, o quotidiano dos pastores e os
seus trajectos, os roubos de gado e consequentes punições e,
acima de tudo, os fascinantes rituais e partilhas da carne, o
único verdadeiro bem que possuem. Está nas páginas descrito
todo um povo diferente, que mantém um equilíbrio na sua
sociedade e nos lugares que habitam. Todo o acto tem uma
razão, e um preço.
Mas “Vou lá visitar pastores” é muito mais que só observação
participante dos Kuvale. É também o diário de um angolano
intelectual que deixa a cidade, que viaja num Land Rover
acompanhado pelo seu ajudante Paulino, dorme na tenda,
adormece no deserto, sofre com o calor, em busca dos seus. “Eu
cresci ali e observo concidadãos meus. Estamos implicados”.
Durante aqueles cinco anos, Ruy Duarte de Carvalho
percorreu as inúmeras picadas do Namibe, esperou pela altura
certa para falar com os homens certos, escutou confidências e
histórias míticas, observou as festas, onde às vezes também era
convidado. “A confiança com os kuvale é uma manta que se vai
tecendo muito lentamente”. Com um lápis e o bloco sempre na
algibeira, e um gravador para todas as entrevistas. “Nas
entrevistas, anoto todos os espirros, exclamações, suspiros. Um
suspiro pode ser mais revelador que horas de palavras”.
Realizou um daqueles projectos que perseguem a vida inteira
certos homens, o que é um feito. E teve ainda tempo para ser
feliz. “Estar no deserto, sair da tenda de madrugada, pelas 5
horas, antes do mundo acordar, e beber um café, é qualquer
coisa... “.
Poder-se-ia pensar que “Vou lá visitar pastores” encerraria o
capítulo do Sul. Mas não. Nesse inesgotável bloco notas que é o
cérebro ficaram alguns apontamentos que mereciam ficção. Daí
nasceu “Os papéis do Inglês”, agora editado pela Cotovia,
gerado pela leitura de um conto de quatro páginas de Henrique
6. Galvão, porque “há uma carga dramática nessas páginas que
mereciam mais corpo”, explica Ruy Duarte.
Diz ele que este seu livro é todo ficção, mas di-lo com um
sorriso irónico. Nunca se sabe. A narrativa cruza várias
histórias a partir da reproduzida por Galvão, sobre um inglês,
Archibald Perkings, que no princípio do século se refugia do
mundo no mato angolano, vivendo da caça, até cometer um
crime, e se suicidar algum tempo depois. Dos escritos de
Archibald, os papéis do inglês, que terão passado por inúmeras
mãos mas nunca terão saído do sul de Angola, parte Ruy
Duarte Carvalho, para se confrontar com o seu passado, e o da
sua família, para voltar aos kuvale e aos seus territórios, para
veladamente descrever a sua Angola de hoje, e todos aqueles
que nela vivem ou não a esquecem. É uma ficção com tanto de
real, mas os livros costumam ser assim.
Ruy Duarte de Carvalho está agora em repouso, ensinando
antropologia comparada e métodos e técnicas comparadas aos
estudantes de Coimbra. Celibatário, depois de dois casamentos
e dois filhos, ambos angolanos, vai tecendo, no segredo natural
que faz parte dele, novos projectos e viagens, que darão novos
livros. Continua a levantar-se de madrugada, para ver o
mundo acordar. E continua a batalhar pela “hipótese que
justifica a minha vida: Angola”. Foi uma das poucas revelações
claras que fez.
7. Galvão, porque “há uma carga dramática nessas páginas que
mereciam mais corpo”, explica Ruy Duarte.
Diz ele que este seu livro é todo ficção, mas di-lo com um
sorriso irónico. Nunca se sabe. A narrativa cruza várias
histórias a partir da reproduzida por Galvão, sobre um inglês,
Archibald Perkings, que no princípio do século se refugia do
mundo no mato angolano, vivendo da caça, até cometer um
crime, e se suicidar algum tempo depois. Dos escritos de
Archibald, os papéis do inglês, que terão passado por inúmeras
mãos mas nunca terão saído do sul de Angola, parte Ruy
Duarte Carvalho, para se confrontar com o seu passado, e o da
sua família, para voltar aos kuvale e aos seus territórios, para
veladamente descrever a sua Angola de hoje, e todos aqueles
que nela vivem ou não a esquecem. É uma ficção com tanto de
real, mas os livros costumam ser assim.
Ruy Duarte de Carvalho está agora em repouso, ensinando
antropologia comparada e métodos e técnicas comparadas aos
estudantes de Coimbra. Celibatário, depois de dois casamentos
e dois filhos, ambos angolanos, vai tecendo, no segredo natural
que faz parte dele, novos projectos e viagens, que darão novos
livros. Continua a levantar-se de madrugada, para ver o
mundo acordar. E continua a batalhar pela “hipótese que
justifica a minha vida: Angola”. Foi uma das poucas revelações
claras que fez.