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Editorial
A revista Bem-Estar que chega as suas mãos
neste domingo contempla o mais sublime dos
sentimentos, o amor, assunto que não se esgota
porque essencial à condição humana e indissociável
da felicidade. Nos interessa neste momento o amor
romântico, que nasce invariavelmente no turbilhão da
paixão e se estabelece, e se fortalece, na convivência
e confirmação das afinidades. As reportagens se dividem
entre as incertezas que acometem as pessoas antes de
se entregar em uma relação; a coragem necessária para
dizer “chega” a um relacionamento falido (porque vale
a pena apostar em um novo amor); a importância de
interromper a busca de um par idealizado quando há
outros possíveis, viáveis no plano da realidade, e até
o benefício da rotina na vida a dois. Cada uma destas
reportagens vem acompanhada de depoimentos com
lições de casais bem-sucedidos no amor. Para encerrar,
o grande Rubem Alves, educador, filósofo e escritor dos
mais renomados do País, a pedido da revista, escreve
sobre o valor de ouvir o outro. Tenha uma semana
apaixonante!
24
Madri, a deliciosa capital
espanhola, tem um roteiro para
o visitante saborear aos poucos
18
Um dos atores mais versáteis da TV
brasileira, Dan Stulbach comemora o
bom momento em “Fina Estampa”
15
Educador, filósofo e escritor colabora
com a Revista Bem-Estar com um
artigo inédito sobre “a arte de ouvir”
Poesia
Se...
Se eu pudesse deixar algum presente a você,
deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora...
Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se
repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável:
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.
E, quando tudo mais faltasse, um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo
a resposta e a força para encontrar a saída.
Mahatma Gandhi
“A vida em abundância vem apenas através do amor.”
(Elbert Hubbard)
“Viver sem amar não é realmente viver.”
(Moliere)
“A medida do amor é amar sem medida.”
(Santo Agostinho)
“Tão bom morrer de amor ... e continuar vivendo.”
(Mário Quintana)
Agência O Globo/Divulgação
Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação
Turismo
Divulgação
Televisão
Vale a pena se
arriscar no amor
Rubem AlvesDIÁRIO DA REGIÃO
Editor-chefe
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fabricio.carareto@diarioweb.com.br
Editora-executiva
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rita.magalhaes@diarioweb.com.br
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Agência Estado
Agência O Globo
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2 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Vivemos sem pausas, sem equilíbrio entre os momentos
de ação exterior e os de recolhimento interior
Trigueirinho
Vivemos numa época em que
pouco ou nenhum apoio psicológi-
co e material é encontrado em ins-
tituições, sociedades e estilos de
vida, quaisquer que sejam. Até ho-
je, estruturas externas davam res-
paldo suficiente para os indiví-
duos, a ponto de eles se descuida-
rem do encontro com a verdadei-
ra fonte de segurança no interior
de si mesmos. Principalmente a
partir deste último século, porém,
o apoio que tais estruturas davam
ao homem começou a faltar, e ho-
je nada mais lhe resta do que bus-
car o centro da própria consciên-
cia, ou “a única coisa necessária”,
no dizer dos livros antigos.
Nos últimos milênios, a Terra
atingiu seu mais alto grau de den-
sidade física. Isso aconteceu não
só com o planeta físico, mas tam-
bém com todos os seres que nele
vivem e têm o seu ser nessa di-
mensão. A partir dessa condensa-
ção extrema, chegou-se ao mate-
rialismo quase generalizado, que
se viu e que se vê ainda hoje, in-
tensificado em todos os setores da
vida humana. Tendo, porém, atin-
gido essa densidade máxima, o
planeta tenderá a desmaterializar-
se gradualmente, obra que durará
milhões e milhões de anos. A tal
densidade, correspondem as estru-
turas que mantinham as pessoas
“seguras” no lado material da vi-
da; à desmaterialização que tem
início corresponde a quebra des-
sas mesmas estruturas.
Dizem os livros antigos que,
quando o mundo atinge uma gran-
de decadência aparente, algo mui-
to maior do que o mundo, em cons-
ciência, manifesta-se nele. Seguin-
do essa lei, há dois mil anos uma
grande força cósmica encarnou
num homem e “caminhou sobre a
Terra”. Naquele tempo, Jesus - co-
mo era chamado esse homem - ia
de cidade em cidade e hospedava-
se em casas de conhecidos. Um dia
parou na casa de duas mulheres,
Marta e Maria. Logo que chegou,
ambas demonstram íntima alegria
por recebê-lo, cada urna tomando
a atitude que lhe era mais caracte-
rística: Marta pôs-se a lidar, a lim-
par a casa, a preparar alimentos, ao
passo que Maria sentou-se, recos-
tou a cabeça e ficou em silêncio,
junto ao recém-chegado. Como a li-
da era grande, Marta perguntou a
Jesus se aquilo era justo: ela a tra-
balhar sozinha, enquanto Maria
contemplava. Jesus respondeu que
Marta fazia muitas coisas, mas que
Maria fazia a única coisa realmen-
te necessária.
Essa mensagem nos dá a chave
da compreensão para uma ação
verdadeira, que nenhuma relação
tem com inércia. Sem desmerecer
e tampouco anular a atividade ex-
terna em si, também necessária, a
referida história simboliza uma
atitude real diante dos fatos da vi-
da. A necessidade premente de
quietude, de silêncio e de privaci-
dade, que quase todos sentem pro-
fundamente hoje em dia, provém
do centro interior do homem, ra-
ramente buscado em virtude des-
sa atividade contínua à qual quase
todos se entregaram na época mo-
derna. Vivemos sem pausas, sem
equilíbrio entre os momentos de
ação exterior e os de recolhimen-
to interior.
Extraído do livro “Do Irreal ao Real” (Editora
Pensamento), de Trigueirinho
www.trigueirinho.org.br. “Palestras do autor
poderão ser ouvidas, gratuitamente, no
site: www.irdin.org.br”
Esoterismo
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA açãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoação verdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraA ação verdadeira
nononononononononononononononononononono momentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomento corretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretono momento correto
José Trigueirinho Netto é
filósofo espiritualista, autor de
77 livros, com cerca de 2,5
milhões de exemplares
publicados até o momento, e
mais de 1,7 mil palestras
gravadas ao vivo
Quem é
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 3
Doces
incertezas
Especialistas em relacionamentos
reforçam a importância de arriscar
e vencer os medos que atrasam o
encontro com o amor
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diarioweb.com.br
Todos nós queremos ser
felizes, mas antes da felicida-
de costumamos colocar na
frente os estudos, a carreira,
o dinheiro... Por que temos’
tanto medo de apostar e per-
der todas as fichas quando o
assunto é amor? Algumas ati-
tudes camuflam alguns dos
nossos medos. Mas é possível
vencer todos deles. Especia-
listas falam sobre esses temo-
res no amor e ensinam como
mantê-los à distância para
que você possa definitivamen-
te encontrar seu parceiro
ideal e ser feliz em 2012.
Especial amor
Irene Araújo Corrêa, psicóloga cog-
nitivo-comportamental - É importante
saber como chegou a essa conclusão,
qual seu nível de exigência em relação
ao que ele pode lhe oferecer. Verifique
quais fatos motivaram sua decisão e,
se tudo fizer sentido, aceite que há ou-
tras possibilidades. Na vida, há muitos
encontros e desencontros.
Dica
Verifique suas expectativas e seus
conceitos para se certificar do que es-
pera de alguém. Quando a pessoa pas-
sa por um relacionamento com frustra-
ções, ela acumula muitos medos e in-
certezas. Portanto, nas novas rela-
ções, é fundamental que ela saiba dis-
tinguir o que realmente está errado da-
quilo que é apenas o não cumprimento
de suas expectativas.
Thiago de Almeida, psicólogo, es-
pecialista em relacionamentos amoro-
sos, autor do livro “A Arte da Paquera:
Inspirações à Realização Afetiva”
(ed. Letras do Brasil) - Não acredito
que haja homens ou mulheres certos
uns para os outros. Existem uniões
mais ou menos satisfatórias que
se traduzem em fatores como du-
rabilidade da relação, por exem-
plo. Primeiramente, devemos
nos amar para tentarmos pen-
sar em nos doar, e nunca se en-
tregue 100% de cara. Antes de
você entrar no relacionamen-
to, observe se é a pessoa que
você quer a seu lado. E nunca
se prive das coisas que você gosta e
dos seus amigos.
Dica
Não tem como evitar e antever es-
se tipo de situação. Simplesmente ca-
da mulher, assim como o homem, de-
ve estar consciente de que qualquer re-
lacionamento pode machucar ou não e
lidar com as situações/conflitos con-
forme os mesmos forem aparecendo.
Se o homem não é o “cara certo”, en-
tão temos de ver onde o outro se en-
contra. E isso vale também para o ho-
mem. Ficar com a pessoa errada não é
bom para nenhuma das partes
Mariah Bressani, psicóloga, psico-
terapeuta e master coach - Para en-
contrar o homem certo, o primeiro pas-
so é compreender que não existe “o ho-
mem certo”. Uma relação é feita por
duas pessoas, dois corações e duas
cabeças, que pensam, sentem e têm
interesses e aspirações diferentes e
também em comum. Assim, todo rela-
cionamento amoroso acontece como
uma espécie de alquimia de afinida-
des e diferenças entre duas pessoas;
e que, portanto, precisam conhecer-se
mutuamente, “negociar” e fazer con-
cessões para funcionar como casal.
Tendo essa base de compreensão, é
possível aceitar que cada um reage e
processa essa alquimia internamente
de maneira sui generis.
Dica
O segredo é parar de idealizar a pes-
soa e permitir-se conhecê-la, bem co-
mo ser conhecida por ela
E se ele não for o homem certo para mim?
4 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Irene Araújo Corrêa - As situações de confli-
to em um relacionamento podem se transfor-
mar num repertório pessoal de sentimentos
aversivos aos desafios triviais da vida a dois. O
medo de um novo relacionamento é um meca-
nismo de autopreservação exacerbado, irracio-
nal, por desconsiderar as novas possibilidades
de fazer dar certo. Há também os casos de pes-
soas que, mesmo sem motivos reais para te-
mer uma nova relação, nutrem medo por in-
fluência do insucesso de pessoas próximas.
Dica
Viva sua própria vida, com tudo que ela po-
de lhe oferecer. Existe sempre a possibilidade
de haver enganos, frustrações e decepções.
Mas pode existir também a possibilidade de en-
contrar alguém que a valorize, que tenha admi-
ração por você, que se preocupe quando as coi-
sas não estão dando certo e que divida com vo-
cê a busca por soluções. Uma relação se cons-
trói a dois e não há uma pronta, esperando
Thiago de Almeida - O medo existe
por conta de relacionamentos fali-
dos e tristes experiências.
Muitas vezes, por medo
de errar novamente e
sermos magoados,
acabamos nos sabo-
tando e deixamos
de compartilhar nos-
sa vida com pes-
soas muito espe-
ciais. Claro que o
cuidado é inevitá-
vel, mas não é pre-
ciso se fechar em
copas. Portanto, o
medo é uma espécie de
escudo a nos proteger das decep-
ções e fracassos.
Dica
Quem busca entender o medo deve enfren-
tar o medo. Faça uma retrospectiva dos envolvi-
mentos passados, tente assumir as falhas.
Avaliar as expectativas e a parcela de respon-
sabilidade que nos cabe a cada um pelo insu-
cesso anterior é importante
Mariah Bressani - A mulher atual conseguiu
independência pessoal, profissional e financei-
ra, porém, parece que não desenvolveu maturi-
dade no “quesito” emocional. O medo de en-
trar em um relacionamento e se machucar é de-
corrente das altas expectativas fantasiosas so-
bre o mesmo. Como se ela, semelhante à mu-
lher do passado, ainda estivesse “esperando
seu príncipe encantado”, que pudesse salvá-
la. É a idealização da pessoa e de como deve
ser um relacionamento amoroso que faz com
que se torne difícil uma relação real.
Dica
É a falta de autoconhecimento que faz com
que surjam dúvidas sobre si, suas forças e fra-
gilidades diante do outro. Quando a pessoa se
conhece e tem boa autoestima, é possível até
entrar em um relacionamento, frustrar-se, mas
não se machucar
E se eu entrar no relacionamento e me machucar?
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 5
Irene Araújo Corrêa - A in-
segurança, o medo da rejei-
ção, desconhecer as expectati-
vas do outro causam o medo
de não corresponder. Esse me-
do é o responsável por muitos
bloqueios e fugas emocionais.
É importante lembrar que a in-
segurança começa com a auto-
crítica, e é assustador que o
outro concorde com o que a
pessoa pensa sobre si mes-
ma. Foque em suas qualida-
des, sinta sua força, pense
sempre que nenhum dos dois
é perfeito sem questionar o
seu próprio valor. Se der liga,
ótimo. Se não der, siga em
frente e divirta-se até surgir ou-
tro sortudo.
Dica
Dê a oportunidade de co-
nhecer bem a outra pessoa.
Para que o medo de investir
sua energia no relacionamen-
to não atrapalhe, deve-se fa-
zer uma reflexão sobre os moti-
vos pelos quais quer estar
com essa pessoa e se suas ex-
pectativas são realistas
Thiago de Almeida - Nin-
guém quer ser rejeitado. Nin-
guém gosta de ouvir um não e
de se sentir menosprezado.
Mas esse sentimento é impor-
tante, porque deixa a gente
menos atirado, inibe nas ho-
ras certas.
Dica
Infelizmente, temos a ten-
dência de sempre pensar no
pior. O pessimismo é a pri-
meira coisa que vem a nos-
sa cabeça numa circunstân-
cia assim. Tente não ser tão
pessimista
Mariah Bressani - Esse te-
mor de que a pessoa que nos
interessa não quer nada co-
nosco é natural em todo ser
humano. É o medo primário de
“não ser amado”. O problema
é quando este medo paralisa
a pessoa e não lhe permite ar-
riscar quando surge a possibili-
dade de um relacionamento.
Dica
Para superar este medo e
investir na possibilidade de
um relacionamento, é neces-
sário compreender que a vida
em si é um risco constante,
que nada é seguro efetivamen-
te. É ter a confiança em si mes-
ma, em sua capacidade de
amar, de ser amada e de su-
portar as frustrações da vida
que lhe permitirá investir nes-
sa relação
Ire
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E se ele não quiser
nada comigo?
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6 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
ene Araújo Corrêa - Nossa
endência é muito valiosa
ra somar sua vida com a
guém, é preciso valer a pe-
erder a independência e
nfeliz é uma carga muito
da, frustrante e um atalho
a solidão a dois.
ca
ente para os “sinalizado-
á no início. Deixe que a
oa fale sobre o que aceita
ue não aceita num relacio-
nto. Fale sobre o que vo-
eita e o que não aceita.
poucos, você conhecerá
mites da pessoa e ela sa-
os seus
hiago de Almeida - O envol-
nto com alguém não pres-
e o cerceamento da liber-
ou independência. Esta-
no século 21, relaciona-
os afetivos sexuais são
fatores de satisfação e,
do isso não acontece, a re-
provavelmente não pros-
e.
ca
ão existe uma saída/
ão para este impas-
ém de se arriscar.
s podem acreditar
ode ser mais custo-
o entanto, se arris-
ão é um salto em
É uma ampliação
ossas zonas de
rto emocional. Um
dizado. A vitória e a
ta estão dentro da
e não fora. E cabe a nós
mos com as diversas situa-
que nos aparecem
ariah Bressani - Todas as
ções, inclusive os relacio-
ntos amorosos, exigem
ejam feitas escolhas. E to-
da escolha leva a abrir mão de
algo. Por exemplo, não é possí-
vel estar fisicamente em dois
lugares ao mesmo tempo. Es-
tar em um relacionamento sig-
nifica dividir seu tempo com ou-
tra pessoa e fazer concessões
sobre atividades e interesses.
Não estar em um relaciona-
mento significa ter todo o seu
tempo para si e voltar-se exclu-
sivamente para suas ativida-
des e interesses.
Dica
Quando existe a proposta
de um relacionamento amoro-
so estável, subentende-se ter
um compromisso mútuo. É im-
portante, por exemplo, deixar o
outro a par sobre o que está
acontecendo consigo. Isso se
chama comprometimento e
não perda de liberdade
Fim do processo de luto
se eu perder minha
dependência?
“Após dois anos contínuos em um relacionamento não bem
sucedido, cheguei à conclusão de que éramos
incompatíveis e terminamos definitivamente. Após passar
por uma relação difícil e dolorida, fiquei receosa de partir
para outra. Entrei em um processo de luto, em que parei
para fazer um balanço dos erros, acertos e do aprendizado
disso tudo. Esse processo durou dois anos. Mas gosto de
ter um parceiro. Como diz a música “Wave”, acho que “é
impossível ser feliz sozinho”. Foi aí que um dia conheci o
Marcus, durante uma reunião de trabalho, uma pessoa que
está muito alinhada com a minha vida atual e que
também já estava separado
e, assim como eu, tinha uma filha. Ele ficou me olhando,
cobiçando. Foram três meses de namoro até assumirmos o
relacionamento de morar juntos, o que completou um
ano em novembro de 2011. Quatro meses depois disso,
colocamos a aliança de casamento e estamos muito
felizes até hoje.”
Apresentadora de televisão Soraya Pericoco,
42 anos, casada com o programador
audiovisual Marcus Paulo Barboza, 35
Edvaldo Santos 14/7/2011
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 7
O medo da perda torna a decisão difícil, mas junto com a renúncia há sempre um aprendizado.
Reescreva o roteiro da sua vida e seja feliz em uma nova relação amorosa
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diarioweb.com.br
“Entre homens e mulheres que
acham que amor é só poesia, tem que
haver discernimento, pé no chão, ra-
cionalidade. Tem que saber que o
amor pode ser bom, pode durar para
sempre, mas, sozinho, não dá conta
do recado. O amor é grande. Mas não
são dois. Tem que saber se aquele
amor faz bem ou não; se não fizer
bem não é amor. É preciso convocar
uma turma de sentimentos para ampa-
rar esse amor que carrega o ônus da
onipotência. O amor até pode nos bas-
tar, mas ele próprio não se basta”, diz
um trecho de um texto do advogado,
jornalista e escritor Artur da Távola
(1936-2008).
A verdade é que quando duas pes-
soas se casam, o rito do casamento
traz junto a ideia de que deve ele du-
rar para sempre e que o amor de am-
bos deve bastar. Acontece que não
mandamos no amor e as desavenças e
diferenças (muitas vezes mascaradas
até então) aparecem e, se não der cer-
to, tão importante quanto vivê-lo é
deixar que o amor siga seu caminho.
Ainda nos dias de hoje uma gran-
de quantidade de parceiros, mesmo
sabendo que o roteiro do filme não
irá garantir um bom final, se conten-
ta em receber migalhas. Por que isso
acontece? Porque muitas pessoas es-
peram que a simples condição de es-
tar junto com a pessoa amada resolva
de modo mágico os problemas que
surgem nos relacionamentos e que o
final será feliz como nos filmes.
Não precisa ser assim. Não tenha
medo de dizer adeus se tudo caminha
para um filme de terror. Você pode es-
crever o roteiro da sua vida. Isso não
significa fracasso, mas sabedoria para
aliviar o peso das costas e encontrar
novamente a sua essência. Não se es-
queça de que seu grande e verdadeiro
amor pode estar na próxima esquina.
“Despedir-se de algo que não faz
sentido e abrir-se para desafios é par-
te natural da vida. Não importa onde
você parou ou em que momento da vi-
da você cansou. Recomeçar é dar uma
nova chance a si mesmo. É renovar as
esperanças”, disse o escritor e poeta
Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987).
A verdade é que, em diferentes
graus, todo ser humano tem dificulda-
de em colocar um ponto final. É preci-
so coragem para dizer adeus. O medo
da perda torna ainda mais difícil essa
decisão, especialmente pela
constatação de que deixamos para
trás uma parte de nós mesmos. Mas
junto com a renúncia, há sempre um
ganho e um aprendizado que aos pou-
cos se deixam conhecer.
O primeiro passo para isso, é uma
autoavaliação, se afastando da zona
de conforto emocional. Especialistas
comparam o processo e encerramento
de um ciclo a experiência do luto. Pri-
meiro vem o choque inicial, o perío-
do de negação ou dúvida e o momen-
to em que sentimentos e sensações
são misturados. Depois, vem o instan-
te em que o indivíduo se dá conta da
realidade e, por fim, a aceitação.
O psiquiatra e psicanalista Luiz
Alberto Py, autor de livros como “Sa-
ber Amar” e “A Felicidade é Aqui”
(ed. Rocco), explica que o medo do
desconhecido é o que mantém as pes-
soas unidas em relações falidas. Re-
sultado: sofrimento e infelicidade.
“Tenha coragem de correr riscos, já
que eles existem”, diz. Avalie o risco
de forma racional. Problemas do cora-
ção tendem a ser vistos como proble-
mas emocionais e não deve ser assim.
Para o psicólogo cognitivo-com-
portamental Alexandre Caprio, o
amor é resultado de uma conquista
diária. Amor não é uma condição.
Ele é o resultado de uma condição.
“Gosto da ideia de que conquistar
uma pessoa é fácil. Mas conquistar a
mesma pessoa todos os dias é desafia-
dor”, explica. O amor ganha força
com cada momento de respeito e diá-
logo entre duas pessoas. Mas também
pode ser destruído com intolerância
e egoísmo.
Amor é algo que exige cultivo, in-
vestimento e que é capaz de acompa-
nhar as mudanças das pessoas ao lon-
go do tempo. O que é eterno não mu-
da e o amor muda porque as pessoas
mudam, assim como o tempo e os
contextos se transformam. O verda-
deiro amor supõe mudanças. “Curio-
samente, são os casais que não acredi-
tam na eternidade do amor que mais
evoluem em suas relações amorosas,
pois têm a clareza de que tudo pode
terminar, por isso, estão sempre reno-
vando e reafirmando o amor”, diz a
psicóloga Blenda de Oliveira, psica-
nalista e psicoterapeuta.
Mas durar para sempre não é uma
regra nas relações humanas. Alguns
relacionamentos simplesmente não
dão certo e são claros os indicativos
de que está na hora de colocar um
ponto final sem que isso gere trau-
mas ou mágoas. Como saber se o seu
está ameaçado? Basta ser honesto
com você mesmo para assumir que a
presença do parceiro desperta mais
emoções ruins do que boas. “Se o par-
ceiro não se interessa ou não aceita
passar pelo processo de reconquista,
entende-se que a relação está no fim”,
diz Caprio.
“É preciso aprender a se comuni-
car adequadamente para que os con-
flitos normais de todo casal não se
transformem em questões complica-
das, que levam ao término da rela-
ção”, diz a psicóloga Marina Vascon-
cellos, psicodramatista e terapeuta fa-
miliar e de casal.
Coragem para
dizer adeus
Especial
8 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
“Casei muito cedo porque estava grávida e começamos a ter problemas de
relacionamento já no primeiro mês de casamento, mas fui sempre tentando fazer
com que desse certo. Durante este tempo todo, nos separamos uma vez, mas
voltamos e engravidei novamente. Tentei ao máximo fazer com que desse certo,
mas o relacionamento começou a afetar também meu filho mais velho. Enquanto
mexia só comigo, tudo bem, mas não com meus filhos. Quando meu filho mais velho
estava com 13 anos e o mais novo com quatro, nos separamos definitivamente. Saí
de casa só com meus filhos. Deixei tudo para trás e voltei para a casa dos meus
pais sem nenhuma culpa. Meses depois, minha irmã ficava pegando no meu pé para
sairmos e fomos a um bar, onde reencontrei o Beto, que é o amor da minha vida. Eu
o conhecia de vista quando era solteira e adolescente. Com nove meses de namoro,
nos casamos. Tive uma doença séria neste período e ele sempre esteve do meu
lado. Isso já faz sete anos e nos completamos.”
Isabella Perinotto, secretária, 37 anos, e Carlos Roberto Almeida dos Santos Filho, 39
O fim pelo recomeço
Tenha em mente que é possível
reabilitar-se e conhecer outras pessoas
Olhe para frente, o passado deve ser
encarado como um aprendizado. Uma
relação fracassada não é um fracasso. Ela
agrega experiência, o que ajudará a
aumentar as chances de você ser feliz com
outra pessoa
Não se feche dentro de casa evitando
amigos, trabalho e família. Isso fará com
que você passe grande tempo remexendo o
próprio lixo
Para amar o outro, é preciso aprender
a se amar e se aceitar antes de tudo.
Somente assim você se permitirá conhecer
um grande e verdadeiro amor
Cuide de sua aparência, faça
exercícios e alguma atividade física que lhe
dê prazer. Profissionalmente, invista nos
conhecimentos necessários para crescer e
ter sua independência financeira
Não se preocupe com o que os outros
vão dizer. Sua “cara metade” pode estar
em outro lugar e o medo de deixar a zona
de conforto pode impedi-lo de enxergar
novas possibilidades
Tenha coragem para tomar a decisão
e mantenha o foco nela
Fonte: Alexandre Caprio, Blenda de Oliveira,
Marina Vasconcellos, psicólogos, e Luiz
Alberto Py, psiquiatra
Desapegue-se
Rubens Cardia 19/1/2012
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 9
Muitas oportunidades de viver um grande amor são negligenciadas pelo medo dos riscos inerentes
aos envolvimentos intensos. Cabe à mulher atual, moderna, independente, vencer esta barreira
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diarioweb.com.br
No livro “Mulheres de su-
cesso querem poder... Amar”
(ed. Gente), a jornalista Joyce
Moisés alerta para os prejuízos
pessoais de focar apenas na car-
reira e abandonar todo o resto:
os amigos, a saúde, as necessi-
dades individuais e, principal-
mente, as relações de afeto. “A
mulher conquistou espaço no-
bre no mercado de trabalho e
agora seu maior desafio é reor-
ganizar a vida afetiva”, diz a
autora.
A dica para encontrar al-
guém (e ficar com essa pes-
soa) é encarar o homem
atual com os pés no
chão. Isso certamente
vai provocar a abertu-
ra do leque de possi-
bilidades na pirâmi-
de de relacionamen-
tos. A primeira ati-
tude prática a ser
tomada, segundo
os especialistas, é
desativar men-
talmente o pro-
tótipo de companheiro ideal
construído junto com as ami-
gas e com a mãe. Hoje não dá
mais para se ligar a estereótipos
de gênero.
O grande desafio para o en-
contro do parceiro hoje, na vi-
são de Mara Lúcia Madureira,
psicóloga cognitivo-comporta-
mental, é romper com o ideal e
viver no plano da realidade.
Em termos parabólicos, é como
idealizar uma roupa e perder a
festa por não encontrar o mode-
lo imaginado. “Observe a sua
volta, identifique o que lhe
agrada, se permita provar, esco-
lha o que lhe cai bem, faça ajus-
tes e não perca o evento por exi-
gências mesquinhas”, ensina.
Segundo ela, se a exuberân-
cia do salto inviabiliza a cami-
nhada, considere o conforto do
tênis para conduzir ao destino
e, especialmente, para enfren-
tar os trechos acidentados do
percurso.
Muitas mulheres desejam
um grande amor, porém, que-
rem mais se proteger dos riscos
inerentes aos envolvimentos in-
tensos. A dualidade de senti-
mentos paralisa o comporta-
mento de busca e produz justifi-
cativas para se evitar a entrega
quando o alvo surge à frente.
O primeiro passo é analisar
que tipo de relacionamento se
está buscando, o quanto real-
mente deseja se envolver e o
quanto prefere se preservar.
Considerar a ambivalência e a
intensidade desses sentimen-
tos é imprescindível para ven-
cer o duelo entre razão e emo-
ção, concentrar forças e manter
o foco num único aspecto da
questão.
Grande parte das pessoas es-
tá mais preocupada com as crí-
ticas do que com sua satisfação
pessoal. O apego aos padrões
idealizados de outras épocas
ainda reverberam nas mentali-
dades atuais, tirando-lhes a
atenção de seus verdadeiros ob-
jetivos, aspirações e desejos.
Muitas oportunidades de
viver um grande amor são ne-
gligenciadas pelo medo da re-
provação, pela crença de que
é preciso satisfazer primeira-
mente as expectativas do gru-
po antes de se decidir pelo
amor, tal como ele
se apresenta.
“Em mui-
tos casos,
não é a ex-
pectativa
feminina
que difi-
culta o en-
volvimento, mas a
autocobrança masculina
em relação às mulheres”,
diz Mara. Muitos homens
são bons candidatos, porém,
eles próprios têm expectati-
vas pouco realistas acerca das
mulheres que os consideram
elegíveis, por vezes, superesti-
mam a imagem que fazem de-
las em detrimento de suas pró-
prias potencialidades.
O fortalecimento da mu-
lher nos papéis antes exercidos
predominantemente por ho-
mens e a conquista da indepen-
dência financeira enfraquece-
ram o domínio masculino nas
relações de pares, enrijeceram
a ternura feminina e aguçaram
a sensibilidade dos homens. Os
dois gêneros ainda estão se
adaptando às mudanças sociais
e ao novo status relacional.
As pessoas precisam com-
preender, ressalta Mara, que as
recentes transformações não in-
terferem na necessidade de afe-
to e companheirismo, e se per-
ceber como elementos comple-
mentares da díade amorosa,
não como oponentes numa luta
em que os dois perdem a chan-
ce de uma aliança poderosa de
apoio e prazer recíprocos.
“Cinco milhões de mulhe-
res foram queimadas nas fo-
gueiras da Inquisição somente
por não se renderem às normas
repressivas da Igreja Católica
dos primeiros tempos, que que-
riam nos fazer ter vergonha do
nosso corpo, dos nossos ciclos
naturais, do nosso conhecimen-
to intuitivo sobre os sentimen-
tos humanos”, diz a psicanalis-
ta Débora Damasceno. Talvez
esse pavor histórico tenha se es-
tabelecido nas mulheres atuais
que, da mesma forma que as an-
tigas, são guerreiras. O nosso
grande questionamento é: “co-
mo saber se, ao se entregar a es-
te homem, ele não irá nos trair,
agredir, difamar?” Com essas
dúvidas, é sempre mais seguro
manter-se longe de relaciona-
mentos. A parte triste é que
quem tem medo de sofrer nun-
ca será capaz de amar de verda-
de. E tão pouco ser amado.
APOSTE NO AMOR
Especial
10 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
O grande desafio para a mu-
lher atual é vencer o próprio
medo de amar. Débora Damas-
ceno ressalta que as mulheres
ainda têm arraigada na cons-
ciência a imagem do macho
agressor, que por ser o mante-
nedor da casa se acha no direi-
to de podar toda a individuali-
dade feminina. Muitas se esfor-
çam para alcançar o sucesso fi-
nanceiro, obedecendo o conse-
lho materno de não serem de-
pendentes de homem nenhum.
Hoje em dia, esse homem agres-
sivo pode estar travestido de ho-
mem oportunista, aquele que
quer viver à sombra do sucesso
financeiro ou social. Embora
tais homens existam, eles não
estão nem de longe em maior
número. A maioria é delicada,
prestativa.
Vencer esse medo de se en-
tregar a um homem ruim, per-
ceber que esse homem existe
mais em sua própria mente do
que na realidade é, portanto, o
grande desafio para as mulhe-
res atualmente.
“Os homens são, incons-
cientemente, educados para sa-
tisfazer as expectativas femini-
nas”, explica Débora. Dentro
do relacionamento, acontece o
mesmo: eles vão corresponder
as nossas expectativas incons-
cientes de sofrer ou de ser feliz
conforme nosso desejo.
Apesar de ter alcançado
grande sucesso profissional e fi-
nanceiro, a mulher atual perma-
nece com medo de ser subjuga-
da emocionalmente. Isso faz
com que, num relacionamento
emocional, ela sempre haja na
defensiva, tentando provar pa-
ra o homem e, principalmen-
te, para si mesma, que não vai
se tornar capacho de ninguém.
Com isso, acaba sendo agressi-
va ou autossuficiente, de um
jeito que os únicos homens
que aceitam ficar perto são os
dependentes, pois um homem
ativo quer sentir-se necessário
a sua mulher. “Então, não é
uma questão de expectativa e a
questão de redescobrir-se co-
mo mulher, forte, independen-
te, mas que sabe aceitar os cui-
dados de um homem”, explica
Débora. (GB)
Abandone a capa de super e aja como uma mulher adulta
Decifre o homem de hoje
Ache tempo e energia
Dimensione seus planos e ações para caber amor
Cultive desejo e crie sua assinatura erótica
Tenha vínculo e cumplicidade com ele para ajudar na carreira
sua carreira
Fonte: Do livro “Mulheres de Sucesso Querem Poder... Amar” (ed. Gente), da
jornalista Joyce Moisés
As aparências enganam
Atitudes para conciliar
carreira e amor
“Conheci o Luis há pouco mais de quatro anos. Ele trabalhava em um
produtora de TV onde eu gravava meu programa. Ele tinha na época 20
anos, eu 47. Sou mãe de duas meninas, uma de 25 e outra de 21, e avó de
um bebê de nove meses. Minhas filhas já estavam morando fora do País,
na Inglaterra, e eu tinha acabado de sair de um casamento. Fui casada
com um inglês durante 22 anos. A diferença cultural é absurda. Conhecer o
Luis foi como reencontrar a alegria. Começar de novo é uma chance que a
vida dá e você não pode deixar passar. O Luis é o oposto do meu ex-marido
e dos rapazes com quem namorei. Bem de família simples, um trabalhador,
e com pele morena. Eu nunca me imaginei com um homem mais novo,
principalmente tão mais novo. O Luis é 27 anos mais novo que eu. As
brincadeiras durante a gravação viraram uma paixão louca, e esta paixão
se transformou em amor. Vivemos em uma união estável há quatro anos. E
quando olho para trás, eu penso que se não tivesse tido coragem de
assumir esse relacionamento eu não teria tido a oportunidade de viver
momentos de grande alegria. Ele é um moleque, a alegria em pessoa, tudo
que eu precisava na minha vida. É como um gás novo, um recomeço que
você abraça”
Malu Rodrigues, 51 anos, jornalista, e o marido Luis Soares, 24
Para vencer o
medo de amar
Hamilton Pavam 24/1/2012
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 11
Manutenção de certos hábitos
ajuda a manter a estabilidade
emocional de uma relação a dois
Gisele Bortoleto
Gisele.bortoleto@diarioweb.com.br
Antes de mais nada, é preciso
ter em mente que casamento é
uma relação, não uma instituição,
e uma relação que vale a pena não é
coisa de amadores. Se deu certo, ou
você tem muita sorte ou fez uma
opção pensada, adulta. Antes de
mais nada, o matrimônio depende
da escolha certa da pessoa que vai
viver ao seu lado, misturando a vi-
da dela com a sua. Tenha em men-
te que essa história de que os opos-
tos se atraem vale para a física, não
para a psicologia.
Isso não significa que os dois te-
nham de pensar igual ou concor-
dar em tudo. Só que é fundamental
quetenham escalas de valores com-
patíveis, hábitos que não se cho-
quem e, principalmente, projetos,
e é claro, rotina.
Mas nãoconfunda: rotina e mo-
notonia não são a mesma coisa. Ro-
tina é saber que as coisas essenciais
funcionam porque alguém cuida
para que isso aconteça. Essa conti-
nuidade não é sinônimo de mono-
tonia - que é uma conduta chata e
sem sabor - e sim a base de qual-
quer relação.
De acordo com especialistas
em relacionamentos, a rotina pode
atrapalhar o casal, mas também po-
de ser saudável desde que você sai-
ba lidar com ela.
A psicóloga clínica Danielle
Carminatti, psicoterapeuta de ca-
sais, explica que, primeiramente, é
necessário entender que a rotina é
sim importante para que haja con-
sistência, algo seguro para a rela-
ção e que não cause instabilidade.
“Esta rotina é necessária, por exem-
plo, para manter o hábito de jantar
juntos, falar ao telefone em um de-
terminado horário (pausa do almo-
ço, por exemplo), conversar sobre
o dia de cada um, planejar coisas
juntos... tudo isso faz com que o ca-
sal tenha uma estabilidade emocio-
nal, e qualquer coisa dessas, quan-
do não é feita, gera uma sensação
de insegurança”, explica.
Porém, o que se diz sobre o des-
gaste por conta da rotina é sempre
manter o mesmo ritual para fazer
as coisas, não há surpresas. No iní-
cio, é romântico, mas com o tem-
po, isso se torna tão previsível que
sai do romantismo e vai para o can-
sativo. “Sair da rotina é manter os
hábitos e surpreender vez ou ou-
tra, ligar em outros horários, sair
para jantar em lugares diferentes,
decidir na hora o que fazer ao invés
de planejar semanas antes. A que-
bra de rotina só é ineficiente para
casais que não estão em sintonia”,
diz Danielle.
Pesquisadores da Escola de Me-
dicina de Universidade de Pitts-
burg, nos Estados Unidos, concluí-
ram que a rotina nas relações amo-
rosas diminui as oscilações de hu-
mor. O estudo mostra que se são
preservados os rituais, mesmo
quando o cansaço bate, cria-se espa-
ço para as surpresas. É mais ou me-
nos assim: o casal sai para fazer
uma caminhada no parque e perce-
be que foi inaugurada uma acade-
mia de dança e se matriculam.
AiltonAmélio, professorde psi-
cologia experimental da Universi-
dade de São Paulo (USP) e autor do
livro “Para Viver Um Grande
Amor(ed. Gente), explica que, para
funcionar bem, o casamento preci-
sade uma dosedeestabilidade e ou-
tra de variabilidade. Para ele, a roti-
na é a parte que segue sozinha, im-
Especial
O LADO BOM
DA ROTINA
Rotina não é fazer sempre a
mesma coisa do mesmo jeito,
mas sim fazer coisas juntos,
com certa periodicidade, mas
com espaço para renovação e
criação
Ana Cristina Penteado Trazzi, psicóloga
12 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
portante para liberar as pessoas
para a surpresa. Porém, ele alerta
para o perigo de, por comodida-
de, deixarmos as coisas no piloto
automático e não voar mais alto.
Para Cláudia Marra Jacob-
son, psicoterapeuta de casais, de
fato a construção de uma rotina a
dois pode trazer segurança, cum-
plicidade, solidez, intimidade e
momentos de prazer. Pesquisas
apontamque ao estabelecerem re-
lações estáveis, como por exem-
plo casamentos, casais estariam
buscando, entre outros aspectos,
segurança e estabilidade para a
relacão. “Entretanto, muitas ve-
zes a ideia de intimidade, em que
tudo deve ser partilhado, aniqui-
la a individualidade tão impor-
tante na construção de uma boa
autoestima que, por sua vez, é in-
grediente essencial na manuten-
ção do desejo”, diz.
De acordo com a terapeuta de
casais Esther Perel, no livro “Se-
xo no cativeiro” (ed. Objetiva), a
ideia de que a intimidade gera se-
xualidade podeser uma das arma-
dilhas da vida a dois, na medida
em que esta é vivida de modo a
excluir o espaço individual dos
parceiros.
Sendo assim, ressalta Cláudia
Marra, os hábitos que se repetem
são inerentes à vida e importan-
tíssimos na construção de proje-
tos, de uma família, do amor em
uma relação. A rotina pode tra-
zer o acolhimento e a proximida-
de essenciais às necessidades afe-
tivas do ser humano. Porém, não
podemos perder de vista que o
equilíbrio é a chave de muitas
questões ligadas ao relaciona-
mento humano.
Não existem receitas para o
relacionamento, à medida que
não existe perfeição. Talvez o se-
gredo seja transitar entreo conhe-
cido e o novo. Dividir e preser-
var, aproximar e respeitar o que
precisa de distância. Construir
uma rotina a dois, mas nunca es-
quecer das necessidades indivi-
duais e compreender que elas
não são nocivas à união e sim par-
te integrante dela.
“O que é na verdade a rotina?
São hábitos repetidos com algu-
ma organização e periodicidade.
Dessa forma, a rotina é sim uma
maneira de organização da vida,
seja de uma pessoa ou de um ca-
sal”, diz a psicóloga Ana Cristina
PenteadoTrazzi. Mas dentro des-
sa rotina há espaço para a impro-
visação, mudanças, curiosidades
e surpresas.
A rotina passa a ser maléfica
quando se torna uma obrigação
sem definição de um objetivo pra-
zeroso ou criatividade. “Rotina
não é fazer sempre a mesma coisa
domesmo jeito. Mas sim fazer coi-
sasjuntos,comcertaperiodicidade
erepetição,porémhavendoespaço
para renovação e criação”, diz.
O namoro continua
“O Rodrigo, além de ser publicitário, é músico. Acordo e saio
de casa mais cedo do que ele todos os dias, mas não abrimos
mão de almoçarmos juntos, mesmo que não seja no mesmo
horário. Se isso não acontece, fico mal. Gostamos muito de
brincar um com o outro o tempo todo e de estar juntos. À
noite, quando ele chega em casa, todos os dias saímos para
passear com os cachorros pelas ruas do condomínio,
momento que colocamos as conversas em dia e depois
também nós jantamos juntos. Valorizamos essa nossa
“rotina” desde que casamos há três anos e meio e
continuamos a namorar. Gosto muito também de cozinhar
para ele. Namoramos durante seis anos e meio. Éramos
amigos antes e saíamos juntos quando ele me pediu em
namoro. Somos cúmplices um do outro e sinto muita falta
quando não temos essa rotina”
Carla Figueiredo, atendente, 26 anos, está há dez
anos com o publicitário Rodrigo Carriel, 29
Thomaz Vita Neto 3/1/2012
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 13
Quando estamos apaixonados, o cérebro ativa as áreas de prazer e bem-estar e desativa a “área da razão”
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diarioweb.com.br
Os sintomas da paixão são
inconfundíveis. Às vezes, é qua-
se impossível esconder os si-
nais do corpo. É só falar ou ver
uma foto da pessoa amada que
o coração bate mais forte, o ros-
to fica ruborizado, os olhos bri-
lham e um sorriso largo se
abre. Para o apaixonado, a úni-
ca coisa que interessa é a pes-
soa amada, é como se o mundo
circulasse ao redor dela. Perde-
se a sensação de si próprio e
não se consegue parar de pen-
sar no outro, como se estivesse
acampado na nossa cabeça.
E quando perguntamos o
que está por trás das sensações
exclusivas quando estávamos
encantados com alguém, apare-
cem eles, os cientistas, nos con-
vencendo de que toda esta áu-
rea sedutora de mistério que en-
volve os assuntos do coração é
resultado de equações bioquí-
micas e algumas manifestações
anatômicas.
O médico e neurocientista
Roberto Lent, professor e dire-
tor do Instituto de Ciências
Biomédicas da Universidade
Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), chefe do laboratório
de neuroplasticidade, explica
no livro “Sobre Neurônios, Cé-
rebros e Pessoas” (ed. Athe-
neu) que as áreas ativadas pelo
cérebro apaixonado contêm
grandes quantidades do neuro-
transmissor dopamina, nor-
malmente liberado em situa-
ções de prazer, e dos hormô-
nios ocitocina e vasopressina,
bem como das proteínas que
os reconhecem.
Mas o cérebro não apenas
ativa as áreas do prazer e bem-
estar durante a paixão. A área
do lobo frontal do córtex cere-
bral, conhecida pelo seu envol-
vimento com o raciocínio lógi-
co e matemático, ou seja, a
“área da razão”, é desativada.
Emoções como o medo e a rai-
va são geralmente excluídas
ou minimizadas. “Os apaixo-
nados ficam quase exclusiva-
mente dedicados a esse senti-
mento”, diz Lent.
Evolucionistas explicam es-
se achado como um mecanis-
mo para aproximar casais re-
produtores e fortalecer seu vín-
culo recíproco. A perda da ra-
zão no cérebro apaixonado é
justificada pela vantagem bioló-
gica de aproximar casais apa-
rentemente improváveis. “A
natureza desenvolveu engenho-
sas estratégias de aproximação
entre machos e fêmeas e de ma-
nutenção de vínculos entre
eles”, explica Lent.
As técnicas de neuroima-
gem funcional permitiram ao
neurocientista Semir Zeki, do
University College London,
na Inglaterra, e seu colabora-
dor Andreas Bartels mapear as
regiões cerebrais ativadas e de-
sativadas durante a paixão, e
até compará-las com outros ti-
pos de amor, como o materno.
Ambos têm em comum a vanta-
gem biológica e evolutiva es-
sencial, que é favorecer a sobre-
vivência.
Os antropólogos descobri-
ram provas de amor em 170 so-
ciedades e nunca descobriram
alguma em que não existisse.
A antropóloga Helen Fi-
sher observa que o amor é uma
das substâncias mais viciantes
da humanidade. No livro “Por
que Amamos - A Natureza e a
Química do Amor Românti-
co” (ed. Record), ela tenta
comprovar que o amor faz par-
te da natureza humana tanto
quanto o medo ou a fome. Ele
seria, na verdade, o instinto
responsável por fazer nossa es-
pécie se perpetuar no planeta.
“O amor está profundamente
implantado no cérebro. Nosso
desafio é entendermos uns aos
outros”, diz.
A pesquisadora Cindy Ha-
zan, da Universidade Cornell,
de Nova York, nos Estados
Unidos, garante que: “seres hu-
manos são biologicamente pro-
gramados para se sentir apaixo-
nados durante 18 a 30 meses.”
Ela entrevistou e testou 5 mil
pessoas de 37 culturas diferen-
tes e descobriu que o amor pos-
sui um “tempo de vida” longo
o suficiente para que o casal se
conheça, copule e produza
uma criança. “Em termos evo-
lucionários”, ela completa,
“não necessitamos de corações
palpitantes e suores frios nas
mãos”, diz.
A pesquisadora também
identificou algumas substân-
cias responsáveis pelo amor-
paixão: dopamina, feniletilami-
na e ocitocina, substâncias rela-
tivamente comuns no corpo hu-
mano, mas encontradas juntas
apenas durante as fases iniciais
do flerte. Com o tempo, o orga-
nismo vai se tornando resisten-
te aos seus efeitos. A partir daí,
são duas opções: ou o casal se
separa ou se habitua a manifes-
tações mais brandas de amor -
companheirismo, afeto e tole-
rância - e permanece junto. “Is-
to é especialmente verdadeiro
quando filhos estão envolvidos
na relação”, diz Cindy Hazan.
Especial
CIÊNCIA DA PAIXÃO
Seres
humanos são
biologicamente
programados
para sesentir
apaixonados
durante 18
a30 meses
Cindy Hazan, pesquisadora
norte-americana
14 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
As duas velhinhas nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo
Rubem Alves
Escritor e educador
De todos os sentidos, o mais
importanteparaaaprendizagem
do amor, do viver juntos e da ci-
dadania é a audição. Disse o es-
critor sagrado: “No princípio
era o Verbo”. Eu acrescento:
“Antes do Verbo era o silên-
cio.” É do silêncio que nasce o
ouvir. Só posso ouvir a palavra
se meus ruídos interiores fo-
rem silenciados. Só posso ouvir
a verdade do outro se eu parar
de tagarelar. Quem fala muito
não ouve. Sabem disso os poe-
tas, esses seres de fala mínima.
Eles falam, sim. Para ouvir as
vozesdosilêncio.Vejaessepoe-
ma de Fernando Pessoa, dirigi-
doaumpoeta:“Cessaoteucan-
to!Cessa,que,enquantooouvi,
ouvia uma outra voz como que
vindo nos interstícios do bran-
doencantocomqueoteucanto
vinhaaténós.Ouvi-teeouvia-a
no mesmo tempo e diferentes,
juntas a cantar. E a melodia
que não havia se agora a lem-
bro, faz-me chorar...” A magia
do poema não está nas palavras
do poeta. Está nos interstícios
silenciosos que há entre as suas
palavras. É nesse silêncio que
se ouve a melodia que não ha-
via.Aíamagiaacontece:amelo-
diamefaz chorar.
Não nos sentimos em casa
no silêncio. Quando a conversa
é interrompida por não haver o
que dizer, tratamos logo de fa-
lar qualquer coisa, para por um
fim no silêncio. Vez por outra
tenho vontade de escrever um
ensaio sobre a psicologia dos
elevadores. Ali estamos, nós
dois, fechados naquele cubícu-
lo. Um diante do outro. Olha-
mos nos olhos um do outro?
Ou olhamos para o chão? Nada
temosafalar.Essesilêncio éco-
mosefosseumaofensa.Aí fala-
mos sobre o tempo. Mas nós
dois bem sabemos que se trata
deumafarsaparaencherotem-
po até que o elevador pare.
Os orientais entendem me-
lhor do que nós. Esqueci-me do
nomedofilme.Duasvelhinhasse
visitavam.Porhorasficavamjun-
tas, sem dizer uma única palavra.
Nadadiziamporquenoseusilên-
ciomoravaummundo.Faziamsi-
lêncio não por não ter nada a di-
zer,masporqueoquetinhamadi-
zernãocabiaempalavras.Afiloso-
fiaocidentaléobcecadapelaques-
tãodoSer.Afilosofiaoriental,pe-
la questão do Vazio, do Nada. É
no Vazio da jarra que se colocam
flores.
O aprendizado do ouvir não
seencontraemnossoscurrículos.
A prática educativa tradicional se
iniciacom a palavra doprofessor.
Amenininha,Andréa,voltavado
seu primeiro dia na creche. “Co-
mo é a professora?”, sua mãe lhe
perguntou. Ao que ela respon-
deu: “Ela grita...” Não bastava
que a professora falasse. Ela grita-
va.Nãomelembrodequeminha
primeira professora, Dona Clotil-
de,tivessejamaisgritado.Masme
lembro dos gritos esganiçados
que vinham da sala ao lado. Um
únicogritoencheoespaçodeme-
do. Na escola, a violência começa
comestuprosverbais.
MilanKunderacontaaestó-
ria de Tamina, uma garçonete.
“TodomundogostadeTamina.
Porque ela sabe ouvir o que lhe
contam. Mas será que ela ouve
mesmo?Não sei...O que conta é
queelanãointerrompeafala.Vo-
cês sabem o que acontece quan-
do duas pessoas falam. Uma fala
eoutralhecortaapalavra:‘éexa-
tamentecomoeu,eu...’ecomeça
a falar de si até que a primeira
consigaporsuavezcortar:‘éexa-
tamente como eu, eu...’ Essa fra-
se‘éexatamentecomoeu...’pare-
ceserumamaneiradecontinuar
areflexãodooutro,maséumen-
godo. É uma revolta brutal con-
tra uma violência brutal: um es-
forço para libertar o nosso ouvi-
dodaescravidãoeocuparàforça
o ouvido do adversário. Pois to-
da a vida do homem entre os
seussemelhantesnadamaisédo
que um combate para se apossar
doouvido dooutro...”
Será que era isso que aconte-
cia na escola tradicional? O pro-
fessor se apossando do ouvido
do aluno (pois não é essa a sua
missão?), penetrando-o com sua
fala fálica e estuprando-o com a
força da autoridade e a ameaça
de castigos, sem se dar conta de
que no ouvido silencioso do alu-
no há uma melodia que se toca.
Talvez seja essa a razão porque
hátantoscursosdeoratória,pro-
curados por políticos e executi-
vos, mas não haja cursos de
“escutarória”. Todo mundo
querfalar. Ninguém querouvir.
Todomundoquerserescuta-
do.(Comonãoháquemosescu-
te,osadultosprocuramumpsica-
nalista,profissionalpagodoescu-
tar.) Toda criança também quer
serescutada.Encontrei,narevis-
ta pedagógica italiana “Cem
Mondialità”, a sugestão de que,
antes de se iniciarem as ativida-
des de ensino e aprendizagem,
osprofessores se dedicassem por
semanas,talvezmeses,asimples-
mente ouvir as crianças. No si-
lênciodascriançasháumprogra-
ma de vida: sonhos. É dos so-
nhos que nasce a inteligência. A
inteligênciaéa ferramentaqueo
corpo usa para transformar os
seussonhosemrealidade.Épre-
ciso escutar as crianças para que
asua inteligênciadesabroche.
A arte de ouvir
Divulgação
Thomaz Vita Neto
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 15
Longe da tevê
há três anos,
Camila Rodrigues dá
vida à liberal Merabe na
minissérie “Rei Davi”
TV Press
Logo que soube do jeito espontâ-
neo, romântico e carismático da
personagem Merabe em
“Rei Davi”, Camila Ro-
drigues aceitou o papel
na nova minissérie da
Record. “Ela é bem pa-
recida comigo. Tem
um estilo apaixonado,
meigo e sonhador. Bus-
ca seguir seus próprios
sonhos e ideais”, expli-
ca. Liberal e à frente de
seu tempo, Merabe é a
filha mais velha do Rei
Saul, interpretado por
Gracindo Jr, e irmã de
Mical, vivida por Ma-
ria Ribeiro, sua maior
rival na história. “Ela é
muito invejosa e sem-
pre busca ter as mes-
mas coisas que a irmã.
Minha personagem é
sensual por ser, diferen-
te da Mical que precisa
fazer tudo para cha-
mar atenção”, analisa.
Belíssima e vaidosa,
Merabe adora fazer
charme e seduzir os sol-
dados do exército de seu
pai. Envolve-se com
Adriel, interpretado por
Rômulo Estrela, mas é
prometida para Davi, Leo-
nardo Brício, em casa-
mento como prêmio por
ele ter derrotado Golias.
O que deixa a irmã com
mais ódio e ciúmes.
Foram quase dois
meses de workshops e
laboratórios para am-
bientar os atores com a
época e os costumes
completamente diferen-
tes dos atuais. Todo o elen-
co passou por aulas de dan-
ça, comportamento, culinária
e tear. “Tivemos de aprender a nos por-
tar à mesa, perder o sotaque, ter postura,
como se relacionar em público com seu
marido, não deixar o tornozelo aparecer
ao sentar ou se movimentar”, lembra. Ca-
mila enfrentou diversas dificuldades pa-
ra coordenar todo o figurino de sua perso-
nagem. “Era roupa demais para se acostu-
mar e eram muito quentes, vestidos mui-
tos longos e com véu. E ainda tinham as
joias. Eram milhões de anéis, colares no
pescoço e na cabeça”, afirma. Mas, o ver-
dadeiro desafio para a atriz durante as
gravações foi a adaptação ao “megahair”.
A enorme quantidade de cabelo dificulta-
va tarefas simples e eliminava qualquer
praticidade durante o dia a dia, como la-
var e secar os fios, pois não podia dormir
com os cabelos molhados e montar um
penteado para pode sair. “Odiei o ‘mega
hair’. Embolava muito. A quantidade de
cabelo que colocaram nas nossas cabeças
poderia colocar em outras três”, brinca.
Com o fim das gravações, Camila não per-
deu tempo e logo retirou os apliques. Po-
rém, mesmo com todos os contratempos
do “megahair”, a atriz afirma que os lon-
gos cabelos eram uma parte essencial na
composição estética da personagem e de
todo o visual que a envolve.
Seu último trabalho na Globo havia si-
do “Malhação” em 2008. Após seis anos
na Globo, Camila encara a mudança de
emissora como uma forma de amadureci-
mento e novas descobertas. “A gente tem
de estar onde está trabalhando. Tive uma
proposta da Record que me pareceu me-
lhor no momento. Vejo cada trabalho se-
paradamente, não é uma questão de emis-
sora”, explica. Afastada da tevê há três
anos, Camila comemora sua volta com um
papel dramático e de forte composição his-
tórica. “A Merabe tem cenas muito sofri-
das, principalmente quando apanha. Sem-
pre tive mais facilidade para fazer drama
do que comédia. Adoro fazer drama. Você
pode brincar muito mais com a carga emo-
cional”, ressalta. Durante esse período em
que esteveafastada da tevê, Camila se dedi-
cou ao teatro, uma de suas maiores pai-
xões. A atriz ficou um ano e meio em car-
taz com a comédia “Decamerão - A Comé-
dia do Sexo” e logo depois emendou na pe-
ça “Após a Chuva”. “É muito bom fazer
comédia, porque é um trabalho mais leve,
mais solto e com uma carga de persona-
gem menor. Mas eu já estava com saudade
de fazer drama”, conta.
Assim como muitas atrizes, Camila co-
meçou a carreira como modelo, aos 14
anos. Eladescobriu seu interesse pela atua-
ção quando começou a fazer cursos de tea-
tro para poder melhorar sua desenvoltura
em comerciais de tevê. A partir daí, Cami-
la, que é formada pela Casa das Artes de
Laranjeiras, começou a fazer teste para a
Globo até passar na novela “América”, de
2005, em que viveu Mari, irmã de Debo-
rah Secco. “Foi um trabalho maravilhoso
e de grande responsabilidade. É muito
bom ter a chance de estrear em uma nove-
la das oito”, explica.
Contratada da Record por três anos, a
atriz ainda não está escalada para as próxi-
mas produções, mas afirma que não quer
parar de trabalhar. “Como fiquei três anos
nos palcos estou com saudades da televi-
são. Quero atuar, não quero férias”, afirma.
Perfil
RETORNO
BÍBLICO
Em 2001, Camila ficou entre as
finalistas para viver a protagonista
da série “Presença de Anita”, mas
perdeu o papel para Mel Lisboa
A atriz possui apenas uma
experiência no cinema com filme
“O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”,
de 2006
Antes de receber o convite para
a minissérie “Rei Davi”, Camila
estava lendo o livro “As 100
Melhores Histórias da Bíblia”
O trabalho em “Rei Davi” não
é o primeiro de época da atriz.
Quando estava na Globo, Camila
atuou em “Desejo Proibido” e
“Amazônia, de Galvez a Chico
Mendes”, ambas de 2007
Instantâneas
JorgeRodriguesJorge/Divulgação
TV - 16 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Anti-heroína
Carolina Dieckmann é fã confessa dos persona-
gens que se arrependem dos males feitos ao longo de
uma trama. No caso da periguete Teodora, de “Fina
Estampa”, da Globo, não poderia ser diferente. A
atriz não esconde uma certa predileção à possibilida-
de da personagem realmente estar em busca de um
perdão de Quinzé, interpretado por Malvino Salva-
dor. “O vilão costuma terminar morrendo. Mas, se
ela começa má e termina boa, iria adorar porque tem
tudo que eu gosto. Atazano a vida da outra, me arre-
pendo e vou pedir perdão. Mas se terminarei aceita
pelo público? Bom, vamos ver. Ele é soberano”, des-
conversa.
Rebelde sem causa
Em “Marias do Lar”, próxima novela das sete da
Globo, Miguel Roncato deixará de lado a postura de
bom menino dos seus papéis anteriores. Na trama
de Filipe Miguez e Isabel de Oliveira, o ator viverá
Samuel, um garoto problema e mentiroso, que
aprontará na escola, nas ruas e em casa. “A trama de-
le será bem dramática e isso tem um tom especial pa-
ra todo ator”, empolga-se. Acostumado a persona-
gens gentis e solidários, esta será a chance de Miguel
mostrar que pode fazer diferente. “É importante o
público ver uma outra faceta artística minha. Sei
que tenho rosto de bonzinho, mas estou me prepa-
rando para ser odiado nas ruas”, diverte-se. “Essa se-
rá a chance de liberar todos os meus males”, comple-
ta. “Marias do Lar” estreia em março.
Na agenda
A HBO estreia, no dia 5 de fevereiro, a série dra-
mática “Luck”. A produção é protagonizada por
Dustin Hoffman e conta com participação de Nick
Nolte. A trama conta a história de um chefe da
máfia, Hoffman, viciado em corridas de cavalo. A sé-
rie foi lançada nos Estados Unidos em dezembro de
2011. A criação é de David Milch, mesmo criador de
“Deadwood”, de 2004.
Mulher arretada
Heloísa Périssé será uma cabeleireira nordestina
em “Avenida Brasil”, próxima novela das nove da
Globo. No texto de João Emanuel Carneiro, a atriz
interpretará a ex-namorada do personagem Tufão,
papel de Murilo Benício, um jogador de futebol. Ao
lado dela, Fabiula Nascimento será sua sócia no sa-
lão de beleza. A novela estreia em março.
Noites de terça
A partir de abril, a série “Louco Por Elas” fará
parte da segunda linha de shows das terças na Glo-
bo. De João Falcão, a série mostrará, em 10 episó-
dios, a concorrida vida de um treinador de futebol
feminino, interpretado por Eduardo Moscovis, que
se vê cercado, basicamente, por mulheres. Como sua
ex, sua filha, sua avó e alunas. Deborah Secco e Gló-
ria Menezes estão no elenco.
Início de trabalho
”Gabriela”, próxima novela das 11 h, terá 60 ca-
pítulos, como “O Astro”, anterior “remake” da Glo-
bo. As gravações estão agendadas para março. Mas
boa parte do elenco continua indefinida pelo autor
Walcyr Carrasco e o diretor de núcleo Roberto Tal-
ma. Juliana Paes será a protagonista da produção. A
estreia é em junho.
Novo ofício
A Fox Sports do Brasil contratou dois atores da
Globo como apresentadores: Tammy Di Calafiori,
que interpretou a doce Lorena, de “Passione”, e Eri-
ch Pelitz, que viveu o simpático Victor de “Malha-
ção ID”. Eles são algumas das apostas do novo canal
esportivo para fisgar parte do público jovem. O lan-
çamento oficial do canal está previsto para o dia 5 de
fevereiro.
Em pauta
A Record estuda a possibilidade de mudar o dia
de apresentação do programa “Câmera em Ação”,
apresentado por Marcos Hummel. A intenção é
transferir o jornalístico, que é exibido às sextas, para
as noites de segunda. A mudança deve acontecer
após o Carnaval.
Ninguém vê
Roberto Bomtempo será José Maria em “Másca-
ras”, próxima novela de Lauro César Muniz, na Re-
cord. No texto, José Maria e sua mulher, interpreta-
da por Bárbara Bruno, terão um filho imaginário
com quem conversam normalmente. As gravações
correm normalmente desde o último dia 26 de janei-
ro. A estreia acontece em abril.
Retorno pródigo
Depois de várias novelas na Record, Sérgio Ma-
lheiros está de volta à Globo. O ator foi convidado
por Denise Saraceni para integrar o elenco “Marias
do Lar”, onde ela é diretora de núcleo. Em tempo,
foi em “Da Cor Do Pecado”, da mesma diretora, on-
de Sérgio estreou na tevê interpretando o carismáti-
co garoto Raí.
De olho neles
Distante da tevê desde a série “Macho Man”, da
Globo, Ingrid Guimarães acertou com o GNT. Ela
está envolvida com os preparativos do novo projeto
do canal: “Homens Possíveis”. A produção é um des-
dobramento de “Mulheres Possíveis”, que ficou três
temporadas no ar e que contava a rotina de uma fa-
mosa e uma desconhecida.
Realidade paralela
A Band deve estrear, em março, o novo “reality
show” “Perdidos Na Tribo”. A produção terá 10 epi-
sódios com 90 minutos cada. O programa propõe
uma experiência em que uma família viaja até uma
área inóspita e passa a conviver com a tribo local em
meio a todas as dificuldades inerentes a essa nova ro-
tina.
Para poucos
O autor Silvio de Abreu pretende trabalhar com
um elenco enxuto em “Guerra dos Sexos”. A trama
deve substituir “Marias do Lar” no segundo semes-
tre de 2012. Reynaldo Gianecchini, Irene Ravache,
Glória Pires, Tony Ramos, Cláudia Raia, Edson Ce-
lulari, Mariana Ximenes, Drica Moraes, Guilhermi-
na Guinle, Daniel Boaventura e Mayana Moura são
alguns dos confirmados.
Data do retorno
O “CQC”, da Band, deve voltar a ser exibido, ao
vivo, a partir do dia 12 de março. A expectativa está
em torno do substituto de Rafinha Bastos na banca-
da do programa, ao lado de Marcelo Tas e Marco Lu-
que. Um dos cotados para o posto é o repórter Oscar
Filho.
Reservados
Em breve, Sophie Charlotte e Marco Pigossi de-
vem repetir a dobradinha de “Fina Estampa”, da
Globo. Os atores que vivem a Amália e o Rafa foram
convidados por Maria Adelaide Amaral para prota-
gonizarem sua próxima novela para a faixa das sete.
Ambos trabalharam com a autora no “remake” “Ti-
Ti-Ti”, em 2010 . A produção deve estrear em 2013.
Zapping
TV Press
Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 17 - TV
No ar como o Paulo de “Fina Estampa”,
Dan Stulbach mostra-se empolgado em
diversificar a carreira
TV Press
Dan Stulbach tem orgulho
de sua personalidade multi-
mídia. Sempre ocupado com
trabalhos na tevê e nos palcos,
o intérprete do Paulo de “Fina
Estampa” ainda arranja tempo
para debater atualidades no
“Saia Justa”, do GNT, coman-
dar o programa “Fim de Expe-
diente”, na rádio CBN, e fazer
a direção artística do Teatro
Eva Herz, em São Paulo, sua ci-
dade natal. “Minha agenda é
uma loucura. Queria muito fa-
zer essa novela, mas expliquei
para a equipe o quanto os ou-
tros projetos são importantes.
Acho ótimo me dividir e traba-
lhar em lugares diferentes”, ex-
plica o ator de 42 anos.
A ligação de Dan com a atua-
ção começou de forma amado-
ra, ainda nas peças do Colégio
Rio Branco, de São Paulo. Apai-
xonado pelos palcos, onde es-
treou profissionalmente aos 20
anos, ele demorou a se interes-
sar pela televisão. “Não era pre-
conceito, apenas não tinha liga-
ção com o veículo”, garante. De-
pois de pequenas participações
em séries e novelas, o ator ficou
conhecido nacionalmente em
2003, ao dar vida ao violento
Marcos de “Mulheres Apaixona-
das”. A partir daí, desenvolveu
uma íntima e criteriosa relação
com a tevê, onde acumula pa-
péis de destaque em novelas co-
mo “Senhora do Destino”, de
2004, e séries como “Queridos
Amigos”, de 2008, e “Som & Fú-
ria”, de 2009. “A maturidade
me trouxe outra perspectiva so-
bre a atuação. Dizer não para
um convite define mais minha
carreira do que os trabalhos que
aceitei fazer. Ter a rédea sobre o
que quero e me estimula é im-
portante”, acredita.
Pergunta – Sua última no-
vela foi “Senhora do Desti-
no”, de 2004. Após sete
anos, o que o motivou a voltar
a trabalhar em produções de
longa duração?
Dan Stulbach – Ficar sem
fazer novelas não foi algo pensa-
do. Depois de “Senhora do Des-
tino”, recusei convites para fo-
lhetins porque estava sempre
envolvido com outros projetos
dentro da Globo. Tanto que, lo-
go depois da novela, eu engatei
diversas séries, praticamente
uma por ano. O que me motiva
na televisão é a abrangência
que ela proporciona. Quando
surgiu o convite para fazer o
Paulo, vi que o assunto que se-
ria abordado dentro do núcleo
dele poderia render boas dis-
cussões e personagens natura-
listas. Gostei do convite e acei-
tei na hora.
Pergunta – O fato de “Fina
Estampa” ser uma novela es-
crita pelo Aguinaldo Silva e di-
rigida pelo Wolf Maya, mes-
ma dupla responsável por “Se-
nhora do Destino”, pesou na
hora de acertar seu retorno
aos folhetins?
OUTRO
OLHAR
Entrevista Jorge Rodrigues Jorge /Divulgação
TV - 18 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Stulbach – Com certeza. Te-
nho boas lembranças de “Se-
nhora do Destino”, pois encaro
essa novela como a consolida-
ção da minha imagem na tevê
depois do “boom” de “Mulhe-
res Apaixonadas”. O texto do
Manoel Carlos não era minha
estreia na tevê, mas é como se
tivesse sido. E a leveza com que
o Aguinaldo conduziu a histó-
ria do Edgard era a melhor saí-
da para que as pessoas ligassem
meu nome a outro persona-
gem. Me dei muito bem com a
equipe do Wolf e fiquei feliz de-
les terem lembrado de mim pa-
ra fazer “Fina Estampa”.
Pergunta – A fixação pela
maternidade acabou separan-
do a Esther, de Julia Lem-
mertz, e o Paulo. A partir daí,
seu personagem começou a
se envolver com outras mulhe-
res da trama. Esse lado galã
estava previsto na sinopse?
Stulbach – Não tinha ideia
de que ele iria se envolver com
outras personagens. Quando
recebi a sinopse, existiria ape-
nas a relação com a Esther e a
questão da gravidez, dele acei-
tar ou não. Gosto dessa coisa
de novela, onde a gente vai des-
vendando o trabalho aos pou-
cos. É uma espécie de dança, a
gente vai atuando e o autor vai
escrevendo.
Pergunta – Geralmente,
seus personagens são cons-
truídos a partir do texto ou vo-
cê embarca em processos de
preparação?
Stulbach – Depende muito
do tipo de trabalho. Claro que a
base de tudo é o texto, mas faço
trabalho de composição tam-
bém. Às vezes, para dar conta
daquele papel, é necessário es-
tudar algo que você não conhe-
ce, um sotaque, uma história es-
pecífica. O Paulo tem essa ques-
tão com a moda praia, com os
tecidos, e tive de dar uma pes-
quisada nisso, saber como fun-
ciona essa indústria para falar
com propriedade. Sobre a gravi-
dez da Esther, antes de come-
çar a novela, conversei com es-
pecialistas em fertilização. São
conhecimentos que não fazem
parte da caracterização do per-
sonagem. É só para dar uma
sustentação.
Pergunta – O Paulo alter-
na momentos de simpatia e
egoísmo. Você teve alguma
dificuldade para interpretar
as ambiguidades do papel?
Stulbach – Personagens na-
turalistas são os mais difíceis,
pois é preciso evitar certos exage-
ros na atuação. O Paulo é cheio
de realidade. Um homem com
qualidades e defeitos, dividido
entre o bem e o mal. Assim co-
mo qualquer pessoa, em alguns
momentos ele está supercalmo e
racional, em outros, tem seus ata-
ques. Existe uma sequência lógi-
ca, como se fosse na vida. Essa
alternância dele me preocupou
bastante, pois é o tipo de perso-
nagem que exige uma interpreta-
ção mais madura. Mesmo sendo
autocrítico demais, ando satisfei-
to com minhas cenas.
Pergunta – Depois de 14
trabalhos na tevê, você ainda
sofre ao se assistir?
Stulbach – Não assisto mui-
to o que faço. Só de vez em
quando. Mesmo assim, gravo
os capítulos de “Fina Estam-
pa”. Quando vou ver, é um tor-
mento. Como sou muito obsti-
nado, é um sofrimento objeti-
vo. Tento ser bem prático den-
tro do meu constrangimento
quando não gosto da minha
atuação. Consigo ver onde é
que preciso melhorar para as
próximas cenas.
Pergunta – Além da nove-
la, você segue no comando
do “Fim de Expediente”, pro-
grama da rádio CBN, e ainda
participa do “Saia Justa”, do
GNT. Como você faz para con-
ciliar as gravações da novela
e esses os outros projetos?
Stulbach – A produção da
novela tem sido muito legal.
Quando aceitei fazer o Paulo,
pedi a eles que me liberassem
para o rádio, pois não queria fi-
car sem fazer o programa. O
programa é feito às sextas e até
agora não tive problemas com
liberação. Já o “Saia Justa” é
um acordo do GNT com a Glo-
bo. A novela me libera algumas
segundas para gravar o progra-
ma em São Paulo. Minha vida
é uma correria. São dois proje-
tos especiais para mim. Não é
só chegar e gravar. É preciso de-
cidir as pautas, pesquisar, en-
saiar. Mas até agora, estou con-
seguindo dar conta desses com-
promissos.
Pergunta – Já pensou em
largar a atuação para focar
em sua porção apresentador?
Stulbach – Já pensei em lar-
gar a carreira de ator. Principal-
mente, quando era mais novo.
Tem muita gente que vive me
dizendo que eu deveria inves-
tir mais no meu lado apresenta-
dor por causa dessa história do
rádio e também do GNT. En-
quanto tiver sentido interpre-
tar, vou encarar. Gosto muito
de ser ator. Sempre fui apaixo-
nado por teatro e os palcos vira-
ram minha vida do avesso. Ao
mesmo tempo, Gosto de estar
fazendo várias coisas ao mesmo
tempo. Ser uma espécie de ca-
leidoscópio. Acabo encontran-
do e trabalhando com pessoas
diferentes. Isso me ajuda a não
ficar acomodado.
Pergunta – Desde “Mulhe-
res Apaixonadas”, de 2003,
você está cada vez mais pre-
sente na tevê. O que o veículo
representa para você?
Stulbach – Para mim, a tevê
representa a possibilidade de
mexer com o público. Na nove-
la, estou escondido atrás de um
personagem, mas no “Saia Jus-
ta”, sou eu dando a cara a tapa.
O teatro é feito para muitos,
mas ao mesmo tempo é de pou-
co alcance. Muita gente no tea-
tro é um público de mil pes-
soas. Na televisão, a repercus-
são é infinitamente maior, pois
ela representa um país inteiro.
Fazer tevê faz parte da minha
escolha em ser ator, de querer
falar com as pessoas e estabele-
cer uma relação com o público.
Pergunta – Este ano você
completa 23 anos de carrei-
ra. Em qual momento você
sentiu que estava na profis-
são certa?
Stulbach – Alguns traba-
lhos me confirmaram que esta-
va no caminho certo. Mas acho
que a peça “Novas Diretrizes
em Tempos de Paz” foi funda-
mental para meu crescimento
profissional. Foi onde tive a
sensação de que poderia dizer
coisas do meu jeito, misturar
minha história e minha identi-
dade com o meu trabalho, e
compartilhar isso com as pes-
soas. Foi um sucesso surpreen-
dente na minha vida, virou um
filme onde contracenei com o
Tony Ramos e me levou para a
televisão. Tudo de relevante
que me aconteceu como ator
veio depois desse trabalho.
“Fina Estampa” – Globo – Segunda a
sábado, às 21h10.
“Saia Justa” – GNT – Quartas, às 22h.
“O Amor Está no Ar”
(Globo, 1997) – Horácio.
“Os Maias” (Globo,
2001) – Craft.
“Esperança” (Globo,
2002) – André.
“Mulheres
Apaixonadas” (Globo,
2003) – Marcos.
“Papo de Anjo” (Globo,
2003) – Anjo Gabriel.
“Senhora do Destino”,
(Globo, 2004) – Edgard.
“JK” (Globo, 2006) –
Zinque.
“Amazônia, de Galvez
a Chico Mendes” (Globo,
2007) – Leandro.
“Queridos Amigos”
(Globo, 2008) – Léo.
“Som & Fúria” (Globo,
2009) – Ricardo.
“Norma” (Globo,
2009) – Fernando.
“Afinal, o Que Querem
as Mulheres?” (Globo,
2010) – Jonas.
“Fina Estampa”
(Globo, 2011) – Paulo.
Trajetória
televisiva
Ao pensar sobre a importân-
cia do teatro para sua formação,
Dan Stulbach logo lembra da
primeira vez que foi aos Estados
Unidos, aos 18 anos. O propósi-
to de estudar Inglês escondia o
real objetivo do ator: conhecer
Nova York e assistir ao maior
número de espetáculos teatrais
possíveis. Para garantir a aven-
tura pelo país, Dan trabalhou
por alguns meses como bilhetei-
ro em um cinema de San Diego,
na Califórnia. Até juntar dinhei-
ro suficiente para garantir a di-
versão pelas ruas da Broadway.
“Fiquei deslumbrado com a vi-
da. Quando consegui chegar em
Nova York, acho que assisti 14
peças em 12 dias. Acabavam os
espetáculos e eu tentava falar
com os atores. Conheci Al Paci-
no, John Malkovich, entre ou-
tros”, conta.
Até hoje, regularmente, Dan
volta à cidade para assistir novas
peças e fazercursos. Em uma des-
sas idas, muito antes de se tornar
conhecido no Brasil, o ator fez
um curso de televisão e acabou
arranjando um emprego por lá.
No entanto, a carreira que estava
construindo no Brasil falou mais
alto. “Não queria viver essa expe-
riência em outro país. Se eu co-
meçasse, talvez não voltasse para
o Brasil. Eu queria era fazer tevê,
teatro e cinema aqui. Para as pes-
soas que falam minha língua,
que eu conheço, onde tudo faz
mais sentido”, derrama-se.
Na frequência
A experiência de Dan Stul-
bach com o rádio surgiu da von-
tade de fazer algo despretensio-
so ao lado dos amigos José Go-
doy, Rodrigo de Moares e Luiz
Medina.
No ar pela rádio CBN desde
2006, o “Fim de Expediente”
consolidou-se no “dial” e já re-
cebeu convites para ser adapta-
do para a tevê. “Fiquei com o
pé atrás de levar o programa pa-
ra o vídeo. O rádio foge da ilu-
são da tevê. Não preciso me ma-
quiar para apresentar. É onde a
opinião é mais importante que
a imagem”, filosofa.
Mesmo receoso com a ida
do programa para a televisão,
Dan já começa a pensar nesta
possibilidade com outros olhos.
“Ir para a televisão é uma
consequência da repercussão do
programa no rádio. A única exi-
gência seria manter a liberdade
no formato”, avisa. (TP)
‘Reciclagem’ na Broadway
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 19 - TV
Atrizes adolescentes tentam se adaptar às súbitas transformações
entre a infância e a fase adulta em seus personagens
TV Press
Em um papel, uma menini-
nha. Meses depois, em outra no-
vela, um mulherão. Essa mu-
dança drástica por que passam
parte das atrizes tem sido cada
vez mais comum na tevê. De
personagens infantis, uma con-
siderável fatia das atrizes parte,
em pouco espaço de tempo, pa-
ra papéis mais sensuais, nor-
malmente até com figurinos ou-
sados, muita maquiagem e far-
tos cabelões. Neste salto da in-
fância ou pré-adolescência para
uma fase mais adulta, algumas
sentem dificuldades para se en-
caixar e se adaptar a alguns per-
sonagens que pareçam ter me-
nos ou mais idade e que se dis-
tanciam da realidade em que vi-
vem. Bruna Marquezine, por
exemplo, que vive a ex-Miss Be-
lezinha em “Aquele Beijo”, na
Globo, passou por isso em sua
última trama na emissora,
quando interpretava a lúdica
Terezinha em “Araguaia”. Nes-
se trabalho, em que a atriz já
media 1,70 m de altura, a pro-
dução da trama tinha de “escon-
der” Bruna em figurinos de ves-
tidinhos estampados e fecha-
dos até o pescoço para disfarçar
as formas da atriz. Além disso,
ela não podia entrar com ne-
nhum tipo de maquiagem em
cena. “Era muito complicado.
Qualquer maquiagem me trans-
formava em mulher. Diziam
que eu parecia muito adulta pa-
ra a personagem. A produção
surtava no estúdio. Agora a Be-
lezinha já é mais adequada para
minha idade, mas ela vive con-
flitos que nunca passei”, avalia
a atriz de 16 anos.
Um desses conflitos é a gra-
videz na adolescência, coisa
que nem passa pela cabeça de
Bruna. O mesmo aconteceu
com Marina Ruy Barbosa em
“Morde & Assopra”. A atriz,
que antes da trama começar ha-
via sido escalada para uma per-
sonagem mais jovem, teve de
encarar a antipática Alice, uma
personagem bem mais velha
que a atriz de 16 anos, que até
se casava na história de Walcyr
Carrasco. Marina, que em “Es-
crito nas Estrelas” vivia uma
adolescente com crises infan-
tis, na trama seguinte apareceu
como uma mulher sensual,
com figurinos justos, curtos e
saltos altíssimos. “É uma com-
posição diferente quando você
não vive no universo que retra-
ta sua personagem. Com a Ali-
ce foi assim”, avalia Marina.
Já Pérola Faria, que vive a
audaciosa Vitória em “Rebel-
de”, na Record, mudou comple-
tamente de um papel para o ou-
tro. Depois de viver a serelepe
Juliana, em “Bela, A Feia”, Pé-
rola pegou pesado nas aulas de
spinning e musculação, passou
a malhar cinco vezes por sema-
na e, quando estreou em “Re-
belde”, surpreendeu. Apareceu
com o corpo delineado e expos-
to com as saias curtíssimas do
figurino de sua personagem ati-
rada, que dava em cima de to-
dos os personagens masculinos
no início da história. “Foi com-
plicado porque eu sou tímida,
menininha. Sou muito na mi-
nha e a personagem chegou a
se jogar de calcinha e sutiã na
piscina”, ressalta.
Para a psicóloga Maria
Nunes Dias, as novelas só re-
fletem as mudanças súbitas
que muitas meninas passam
nessa idade. “Em um ano,
elas brincam de boneca. No
ano seguinte, colocam um
salto, perdem a virgindade e
vão para a noite. Não existe
mais um processo de adapta-
ção da infância para a ado-
lescência, que muitas vezes
já é encarada como fase adul-
ta”, analisa.
Nessa trajetória comandada
pelos hormônios, a atriz Marce-
la Barrozo acabou fazendo o ca-
minho oposto com sua atual per-
sonagem em “Vidas em Jogo”,
da Record. A atriz de 20 anos as-
sume que levou um susto quan-
do foi chamada para viver uma
menina de 15 anos. Acostuma-
da a aparentar menos idade por
suas feições delicadas, Marcela
teve de se “infantilizar” para a
personagem, como relembrar as
rebeldias da idade e suas inter-
mináveis brigas com a mãe. “To-
do mundo já passou por isso,
né? Mas eu não queria ter rosto
de 15 anos. Preferia aparentar
ser mais velha porque já tenho
20. Vou ter de ficar fazendo pa-
pel de menininha por muito
tempo com essa cara que eu te-
nho”, acredita, aos risos.
Hormônios em ebulição
Os meninos também pas-
sam por drásticas mudanças en-
tre a infância e a fase adulta, o
que também interfere em seus
personagens. Transformações
na voz, pêlos, espinhas, rosto
disforme pelo excesso de hor-
mônios sempre denunciam mu-
danças radicais em seus papéis.
Para David Lucas, que estreou
aos 10 anos de idade como o
Terê de “Alma Gêmea” e logo
ficou conhecido como o diverti-
do Hélio, do seriado “Minha
Nada Mole Vida”, no ano se-
guinte, não foi fácil crescer
adaptando-se aos papéis ofereci-
dos na tevê. Agora, como o ma-
duro René de “Fina Estampa”,
David está se acostumando aos
personagens mais velhos, mas
ainda acredita que as pessoas
lembrem muito dele nos mais
infantis. “Mantenho os pés no
chão nessa carreira porque co-
mecei cedo. As pessoas se sen-
tem íntimas por terem me visto
crescer”, explica.
Com Pedro Malta, a situa-
ção não foi muito diferente.
Desde que se destacou na tevê
como o pequeno e carismático
Lipe, de “Coração de Estudan-
te”, começou a colecionar prê-
mios como ator, mas nunca
conseguiu apagar o semblante
do inteligente e curioso papel
que era filho do personagem de
Fábio Assunção. Tanto que Pe-
dro demorou para se livrar de
seus personagens mais infantis
até chegar ao Marcolino, papel
do jovem simples e nordestino
que interpreta em “Vidas em
Jogo”. “Essa fase adolescente
para o menino é mais estranha,
a gente muda muito e alguns
personagens não acompanham.
Mas sempre consegui conciliar
essas mudanças”, afirma.
Mudanças
FASE CRESCENTE
Afonso Carlos/Divulgação
TV - 20 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Polliana Aleixo se sobressai como uma determinada tenista em “A Vida da Gente”
TV Press
Os olhos oblíquos de Polliana
Aleixo chegam a ficar ainda mais
expressivos quando a atriz curiti-
bana fala sobre a tenista Cecília,
que acaba de entrar em “A Vida
da Gente”. Afinal, há pouco mais
de um mês, a atriz de quase 16
anos recebeu um telefonema da
Globo avisando que a autora da
trama das seis, Lícia Manzo, ha-
via escrito uma personagem pen-
sando nela. Foi quando Polliana
conversou com o diretor Jayme
Monjardim, que estimulou a
atriz com a proposta de viver
uma “tenista profissional”. Bas-
tou para que a atriz se entusias-
massecom ochamadoecomeças-
se a treinar duas horas por dia, de
segunda a segunda, durante mais
de 20 dias antes mesmo de come-
çarem as gravações. O resultado
foram 4 kg a menos e a rotina de
uma atleta, que incluem uma ali-
mentação balanceada, exercícios
aeróbicos diários e musculação.
Tudo para compor a determina-
da tenista que faz tudo para ser a
melhor das quadras e derrotar a
jogadora Sofia, de Alice Weg-
mann. “Passei a levar uma vida
de atleta, e a dormir cedo e trei-
narmuito.Precisavatermuitofô-
lego porque gravamos no sol. É
muito cansativo!”, destaca.
Para a atriz, que se sobressaiu
na tevê também em uma trama
de Lícia Manzo, no seriado “Tu-
do Novo de Novo”, a composição
dapersonagemtambémtevepita-
das de vilãs do cinema, como da
arrogante Miranda, de Meryl
Streep, em “O Diabo Veste Pra-
da”. “Claro que a Cecília não che-
ga a ser assim, mas tem o mesmo
ar de superioridade”, pontua
Polliana, que acredita que Cecília
não deve se tornar uma vilãzinha
nahistória.Apenaséfocadanoes-
porte como sua treinadora que
tanto admira, a amarga Vitória,
deGiseleFróes.“Elaadmiramui-
to a Vitória, quer ser como ela,
quer 100% daquela determina-
ção. Chega a abrir mão da vida de
adolescente para ir atrás do so-
nho de ser uma grande campeã”,
anima-se.
Em seu papel de maior desta-
que na tevê, Polliana se sente se-
gura ao afirmar que seu caminho
como atriz começa a ter alicerces
sólidos. Há quatro anos morando
no Rio com a mãe Márcia, desde
que veio para atuar na trama “Be-
leza Pura”, em 2008, a atriz nun-
ca esteve muito tempo distante
dateledramaturgia. Por isso, toda
a família decidiu também mudar
aos poucos para o Rio por causa
da profissão de Polliana. Tanto
que Mauro, pai da atriz e faixa
azul no jiu-jítsu, é quem exerce o
papeldepreparadorfísicoeperso-
nal trainer da atriz. “Eles me
apoiammuito!Toda afamíliaen-
trou no peixinho e na salada para
me acompanhar na dieta da Cecí-
lia”, orgulha-se a atriz que come-
çounacarreiraatuandoem diver-
sos comerciais. “Trabalho muito
desde os sete anos de idade”, avi-
sa, aos risos.
A simpatia de Polliana se es-
tendeatéaosmomentosmaisten-
sos, como quando esmiuça a cor-
reria de seu dia a dia, que se divi-
de entre as gravações da trama e o
treino puxado de tênis durante as
fériasescolares-elaestánosegun-
do ano do ensino médio. “Gravar
um seriado é bem mais tranquilo,
tudo é feito com mais cuidado.
Emnovelaéumacorreriasó!”,as-
sume a atriz, que pensa em pres-
tar vestibular para Comunicação
Socialnopróximoano.“Querofa-
zer algo inovador para mim, mas
que também seja útil na minha
profissão”, planeja.
“A Vida da Gente” – Segunda a sábado,
às 18h25.
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Intensa suavidade
Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 21 - TV
MALHAÇÃO - 17H50
Segunda-feira - Raíssa vê Agenor
com Brigitte e avisa ao irmão que
Belezinhaestá passandomal.Age-
nor chama Ricardo para socorrer
Belezinha. Raíssa pede a Brigitte
paralevarBelezinhaaohospital.Al-
berto diz a Sarita que Regina acei-
tou ajudá-los. Damiana conta que
Belezinha foi internada e Felizardo
acredita que sua casa foi amaldi-
çoada. Bob tenta convencer Íntima
a visitar Belezinha. Vera alerta Vi-
centeparaevitarconfusões.Belezi-
nha perde o bebê.
Terça-feira - Marieta,Olavo eTalu-
da descobrem que Violante está
fingindo ser uma índia. Amália diz
que Vicente precisa escolher entre
sua carreira e Claudia. Maruschka,
Henrique, Grace Kelly e Deusa ofi-
cializamavenda daComprare.Age-
nor diz ao pai que Belezinha não o
ama. Belezinha diz a Agenor que
vai morar com Bob na casa de Eve-
va. Vicente decide viajar com Clau-
dia. Belezinha diz a Agenor que
quer anular o casamento.
Quarta-feira - Belezinha pede pa-
ra Agenor manter seu emprego na
Shunel. Grace Kelly fala para Ma-
ruschka que quer derrubar a limi-
nar que proíbe a demolição do Co-
vil do Bagre. Belezinha fala para
Bob que pretende voltar para as
passarelas assim que conseguir a
anulação de seu casamento. Vio-
lante chantageia Brites para não
publicar seu vídeo com Olavo. Mir-
ta obriga Maruschka a ir com Regi-
na tirar Rubinho da casa de Clau-
dia. Claudiae Vicente ficam juntos.
Quinta-feira - Até o fechamento
desta edição, a emissora não dis-
ponibilizou o capítulo deste dia.
Sexta-feira- Até ofechamento des-
ta edição, a emissora não disponi-
bilizou o capítulo deste dia.
Sábado - Até o fechamento desta
edição, a emissora não disponibili-
zou o capítulo deste dia.
FINA ESTAMPA - 21H00
A VIDA DA GENTE - 18H15
Segunda-feira - Tereza Cristina
convence Crô de que Marcela es-
tá viva. Teodora encontra Quinzé
boiando na piscina. Ferdinand
se esconde ao ver Griselda e
Guaracy chegando. Griselda le-
va o filho para o hospital. Teodo-
ra fica no hospital com Quinzé.
Quinzé sai do hospital e conta o
que aconteceu para a família. Te-
reza Cristina se irrita ao saber
que o filho de Griselda sobrevi-
veu ao atentado. Alice sugere
que Íris chantageie Tereza Cristi-
na. Íris desmaia ao ver Marcela
na pousada.
Terça-feira - Todos se assustam
ao ver Joana, a irmã gêmea de
Marcela. Teodora cuida de Quin-
zé. Joana se surpreende ao ver
que o laptop de Marcela está va-
zio. Esther repreende Beatriz ao
tentar se aproximar de Vitória. Da-
nielle procura Beatriz. Antenor fi-
ca impaciente à espera da repor-
tagem sobre Tereza Cristina. Um
dos homens que estavam no car-
ro de Ferdinand observa o futuro
médico. O repórter liga para Tere-
za Cristina.
Quarta-feira - Tereza Cristina man-
da o repórter ir à sua casa e dis-
pensa seus empregados. Luana
avisa a Joana que ela não encon-
trará o que procura no hospital on-
de Marcela morreu. Patrícia dá
um ultimato em Antenor e ele re-
vela a história de Tereza Cristina.
Alexandre flagra Patrícia e Ante-
nor se beijando. Juan Guilherme
fala para Chiara que a levará ao
médico. Celeste avisa a Griselda
que Tereza Cristina pediu para fi-
car sozinha em casa. O repórter
chega à casa de Tereza Cristina.
Quinta-feira - Griselda sai apres-
sada da loja e Gigante estranha.
Renê Junior entra em casa no mo-
mento em que sua mãe está pres-
tes a empurrar Beto da escada.
Tereza Cristina conta sua história
para Renê Junior e Griselda e Crô
escutam a conversa escondidos.
Enzo conta para Pereirinha que
Tereza Cristina possui um segre-
do ainda maior do que o que foi re-
velado. Patrícia decide voltar a
morar com a mãe. Renê Junior pe-
de que Renê volte para casa.
Sexta-feira - Renê promete que
pensará no pedido do filho. Ante-
nor avalia se ainda quer se ca-
sar com Patrícia, agora que sabe
do segredo. Paulo chega à casa
de Tereza Cristina e os dois con-
versam emocionados. Tereza
Cristina manda Crô avisar aos
jornalistas que fará uma declara-
ção. Antenor pede Patrícia em
casamento. Patrícia marca um
encontro com Alexandre. Tereza
Cristina se faz de vítima para os
jornalistas. Beto deixa a vilã fu-
riosa ao chamá-la pelo sobreno-
me de sua mãe.
Sábado - Tereza Cristina acusa
Beto de perseguição. Paulo afir-
ma que nada mudará a relação
que tem com sua irmã. Para impli-
car com a mãe, Patrícia conta
que está noiva de Antenor. Renê
avisa a Tereza Cristina que dormi-
rá no quarto de hóspedes. Walla-
ce chega para o jantar na casa de
Dagmar. Teodora chega em casa
furiosa com Deborah. Joana mos-
tra a foto de Tereza Cristina disfar-
çada para Álvaro. Patrícia termina
o namoro com Alexandre. Tereza
Cristina procura Griselda.
Segunda-feira - Manuela age com
frieza ao falar com Ana. Renato e Su-
zana trocam elogios sobre Alice.
Laura diz que terá que viajar por mui-
to tempo e termina o relacionamen-
to com Lúcio. Júlia chama Ana de
mãe. Rodrigo fica impressionado
com o profissionalismo de Manuela
durante uma reunião com os funcio-
nários do bufê. Vitória exige que Ce-
cília faça um jogo técnico para ga-
nhar suas partidas. Sofia e Cecília
vencem todas as suas partidas e se-
guem para a final do torneio.
Terça-feira - Ana tenta tranquilizar
Sofia durante o treino, enquanto Vi-
tória é dura com Cecília. Laudelino
aceita ser sócio de Rodrigo em ou-
tro negócio. Ana e Lúcio falam bem
um do outro para Sofia e Celina. Jo-
nas almoça com Ângela no shop-
ping. Cristiane flagra Jonas no res-
taurante com Ângela e, furiosa, aca-
ba esquecendo Tiago. Cris discute
com Jonas ao chegar em casa. Lore-
na avisa que Tiago está no shop-
ping e Lourenço corre para buscá-lo.
Quarta-feira - Rodrigo fica encanta-
do ao ver Manuela arrumada para
sair. Lourenço diz que lutará pela
guarda de Tiago. Moema convence
Iná a conversar com Laudelino. Eva
se irrita com o desempenho de So-
fia. Cecília vence a partida e Vitória
sorri satisfeita. Ana conforta Sofia.
Vitória se preocupa com o estado
emocional de Cecília. Lourenço afir-
ma para seu advogado que preten-
de fazer o que estiver ao seu alcan-
ce para ficar com Tiago.
Quinta-feira - Lourenço confessa a
Rodrigo que está com medo da pa-
ternidade. Lúcio e Ana conversam
ao telefone, enquanto assistem ao
mesmo filme na televisão. Dora re-
clama para Celina das atitudes de
Marcos com a agência. Alice conhe-
ce Bárbara, que fica encantada com
a irmã mais velha. Cícero fica enciu-
mado ao saber que Suzana vai tra-
balhar com Renato. Ana e Lúcio fa-
zem diversos programas juntos.
Após uma passagem de tempo, Ana
e Lúcio se beijam.
Sexta-feira - Até o fechamento des-
ta edição, a emissora não disponibi-
lizou o capítulo deste dia.
Sábado - Até o fechamento desta
edição, a emissora não disponibili-
zou o capítulo deste dia.
Segunda-feira - Gabriel socorre
Cristal. Débora fica satisfeita
com a demissão de Guido. A mé-
dica desconfia que Cristal este-
ja grávida. Gabriel fica com Cris-
tal no hospital. Ziggy conta para
Tomás que Cristal foi hospitali-
zada. Moisés se desespera por
acreditar que Alexia está no hos-
pital. Betão teme o que Nelson
fará com Gorila. Tomás e
Moisés chegam ao hospital
questionando Gabriel sobre
Cristal e Alexia.
Terça-feira - Vinícius despista
Laura sobre a armação de Débo-
ra. Gabriel ameaça Moisés, que
não se intimida. Cristal acredita
que Tomás causou ciúmes em
Gabriel e Babi repreende a ami-
ga. Gabriel cobra uma explicação
de Alexia por ter armado seu en-
contro com Cristal. Helena apare-
ce no bar onde Nelson está e in-
siste em ficar com ele até encon-
trarem Gorila. Gabriel pergunta
se Alexia está escondendo algu-
ma coisa sobre Moisés.
Quarta-feira - Alexia implora para
que Gabriel não se desentenda
com Moisés. Cristal vê Gabriel
mandar uma mensagem para Ale-
xia. Babi fica enciumada ao ver Be-
tão cercado por mulheres na facul-
dade. Gabriel e Alexia combinam
um final de semana romântico na
casa de Beatriz. Laura deixa Alexia
sair com Gabriel. Laura encontra
uma nota de cem reais no bolso
da bermuda de Débora e descon-
fia que ela pode ter armado para
Guido ser demitido.
Quinta-feira - Gabriel manda Cristal
embora de seu apartamento. Débo-
ra inventa uma desculpa para justi-
ficar a nota de cem reais para Lau-
ra. Cristal diz a Babi que se unirá a
Moisés para separar Alexia e Ga-
briel. Vinícius confirma a história
de Débora para Laura. Alexia e Ga-
briel passam a noite juntos. Hele-
na aconselha Laura a procurar Gui-
do. Moisés vê Tomás destratar Ale-
xia. Laura e Guido se beijam.
Moisés impede a passagem de To-
más no pátio da faculdade.
Sexta-feira - Natália flagra Lau-
ra e Guido juntos. Tomás pede
um beijo para Cristal em troca
de ele ter arrumado uma entre-
vista para ela com um deputa-
do. Débora se encanta por Nan-
do. Aparecida se emociona
com a TV que seus filhos com-
praram. Gorila é preso. Babi fa-
la para Cristal que ela pode es-
tar grávida. Moisés se preocu-
pa ao saber que Gorila foi pre-
so. Gabriel afirma a Alexia que
ninguém irá separá-los. Cristal
confirma sua gravidez.
Resumo das novelas
AQUELE BEIJO - 19H15
GLOBO
TV - 22 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
O amor, a coragem de arriscar e a importância de ouvir
O amor, a coragem de arriscar e a importância de ouvir
O amor, a coragem de arriscar e a importância de ouvir
O amor, a coragem de arriscar e a importância de ouvir
O amor, a coragem de arriscar e a importância de ouvir
O amor, a coragem de arriscar e a importância de ouvir
O amor, a coragem de arriscar e a importância de ouvir
O amor, a coragem de arriscar e a importância de ouvir
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O amor, a coragem de arriscar e a importância de ouvir

  • 1.
  • 2. Editorial A revista Bem-Estar que chega as suas mãos neste domingo contempla o mais sublime dos sentimentos, o amor, assunto que não se esgota porque essencial à condição humana e indissociável da felicidade. Nos interessa neste momento o amor romântico, que nasce invariavelmente no turbilhão da paixão e se estabelece, e se fortalece, na convivência e confirmação das afinidades. As reportagens se dividem entre as incertezas que acometem as pessoas antes de se entregar em uma relação; a coragem necessária para dizer “chega” a um relacionamento falido (porque vale a pena apostar em um novo amor); a importância de interromper a busca de um par idealizado quando há outros possíveis, viáveis no plano da realidade, e até o benefício da rotina na vida a dois. Cada uma destas reportagens vem acompanhada de depoimentos com lições de casais bem-sucedidos no amor. Para encerrar, o grande Rubem Alves, educador, filósofo e escritor dos mais renomados do País, a pedido da revista, escreve sobre o valor de ouvir o outro. Tenha uma semana apaixonante! 24 Madri, a deliciosa capital espanhola, tem um roteiro para o visitante saborear aos poucos 18 Um dos atores mais versáteis da TV brasileira, Dan Stulbach comemora o bom momento em “Fina Estampa” 15 Educador, filósofo e escritor colabora com a Revista Bem-Estar com um artigo inédito sobre “a arte de ouvir” Poesia Se... Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora... Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída. Mahatma Gandhi “A vida em abundância vem apenas através do amor.” (Elbert Hubbard) “Viver sem amar não é realmente viver.” (Moliere) “A medida do amor é amar sem medida.” (Santo Agostinho) “Tão bom morrer de amor ... e continuar vivendo.” (Mário Quintana) Agência O Globo/Divulgação Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação Turismo Divulgação Televisão Vale a pena se arriscar no amor Rubem AlvesDIÁRIO DA REGIÃO Editor-chefe Fabrício Carareto fabricio.carareto@diarioweb.com.br Editora-executiva Rita Magalhães rita.magalhaes@diarioweb.com.br Coordenação Ligia Ottoboni ligia.ottoboni@diarioweb.com.br Editor de Bem-Estar e TV Igor Galante igor.galante@diarioweb.com.br Editora de Turismo Cecília Demian cecilia.demian@diarioweb.com.br Editor de Arte César A. Belisário cesar.belisario@diarioweb.com.br Diretora Superintendente Rosana Polachini rosana.polachini@diarioweb.com.br Pesquisa de fotos Mara Lúcia de Sousa Diagramação Cristiane Magalhães Tratamento de Imagens Arthur Miglionni, Humberto Pereira e Yan Desidério Matérias: Agência Estado Agência O Globo TV Press 2 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 3. Vivemos sem pausas, sem equilíbrio entre os momentos de ação exterior e os de recolhimento interior Trigueirinho Vivemos numa época em que pouco ou nenhum apoio psicológi- co e material é encontrado em ins- tituições, sociedades e estilos de vida, quaisquer que sejam. Até ho- je, estruturas externas davam res- paldo suficiente para os indiví- duos, a ponto de eles se descuida- rem do encontro com a verdadei- ra fonte de segurança no interior de si mesmos. Principalmente a partir deste último século, porém, o apoio que tais estruturas davam ao homem começou a faltar, e ho- je nada mais lhe resta do que bus- car o centro da própria consciên- cia, ou “a única coisa necessária”, no dizer dos livros antigos. Nos últimos milênios, a Terra atingiu seu mais alto grau de den- sidade física. Isso aconteceu não só com o planeta físico, mas tam- bém com todos os seres que nele vivem e têm o seu ser nessa di- mensão. A partir dessa condensa- ção extrema, chegou-se ao mate- rialismo quase generalizado, que se viu e que se vê ainda hoje, in- tensificado em todos os setores da vida humana. Tendo, porém, atin- gido essa densidade máxima, o planeta tenderá a desmaterializar- se gradualmente, obra que durará milhões e milhões de anos. A tal densidade, correspondem as estru- turas que mantinham as pessoas “seguras” no lado material da vi- da; à desmaterialização que tem início corresponde a quebra des- sas mesmas estruturas. Dizem os livros antigos que, quando o mundo atinge uma gran- de decadência aparente, algo mui- to maior do que o mundo, em cons- ciência, manifesta-se nele. Seguin- do essa lei, há dois mil anos uma grande força cósmica encarnou num homem e “caminhou sobre a Terra”. Naquele tempo, Jesus - co- mo era chamado esse homem - ia de cidade em cidade e hospedava- se em casas de conhecidos. Um dia parou na casa de duas mulheres, Marta e Maria. Logo que chegou, ambas demonstram íntima alegria por recebê-lo, cada urna tomando a atitude que lhe era mais caracte- rística: Marta pôs-se a lidar, a lim- par a casa, a preparar alimentos, ao passo que Maria sentou-se, recos- tou a cabeça e ficou em silêncio, junto ao recém-chegado. Como a li- da era grande, Marta perguntou a Jesus se aquilo era justo: ela a tra- balhar sozinha, enquanto Maria contemplava. Jesus respondeu que Marta fazia muitas coisas, mas que Maria fazia a única coisa realmen- te necessária. Essa mensagem nos dá a chave da compreensão para uma ação verdadeira, que nenhuma relação tem com inércia. Sem desmerecer e tampouco anular a atividade ex- terna em si, também necessária, a referida história simboliza uma atitude real diante dos fatos da vi- da. A necessidade premente de quietude, de silêncio e de privaci- dade, que quase todos sentem pro- fundamente hoje em dia, provém do centro interior do homem, ra- ramente buscado em virtude des- sa atividade contínua à qual quase todos se entregaram na época mo- derna. Vivemos sem pausas, sem equilíbrio entre os momentos de ação exterior e os de recolhimen- to interior. Extraído do livro “Do Irreal ao Real” (Editora Pensamento), de Trigueirinho www.trigueirinho.org.br. “Palestras do autor poderão ser ouvidas, gratuitamente, no site: www.irdin.org.br” Esoterismo AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA açãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoação verdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraA ação verdadeira nononononononononononononononononononono momentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomentomomento corretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretocorretono momento correto José Trigueirinho Netto é filósofo espiritualista, autor de 77 livros, com cerca de 2,5 milhões de exemplares publicados até o momento, e mais de 1,7 mil palestras gravadas ao vivo Quem é DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 3
  • 4. Doces incertezas Especialistas em relacionamentos reforçam a importância de arriscar e vencer os medos que atrasam o encontro com o amor Gisele Bortoleto gisele.bortoleto@diarioweb.com.br Todos nós queremos ser felizes, mas antes da felicida- de costumamos colocar na frente os estudos, a carreira, o dinheiro... Por que temos’ tanto medo de apostar e per- der todas as fichas quando o assunto é amor? Algumas ati- tudes camuflam alguns dos nossos medos. Mas é possível vencer todos deles. Especia- listas falam sobre esses temo- res no amor e ensinam como mantê-los à distância para que você possa definitivamen- te encontrar seu parceiro ideal e ser feliz em 2012. Especial amor Irene Araújo Corrêa, psicóloga cog- nitivo-comportamental - É importante saber como chegou a essa conclusão, qual seu nível de exigência em relação ao que ele pode lhe oferecer. Verifique quais fatos motivaram sua decisão e, se tudo fizer sentido, aceite que há ou- tras possibilidades. Na vida, há muitos encontros e desencontros. Dica Verifique suas expectativas e seus conceitos para se certificar do que es- pera de alguém. Quando a pessoa pas- sa por um relacionamento com frustra- ções, ela acumula muitos medos e in- certezas. Portanto, nas novas rela- ções, é fundamental que ela saiba dis- tinguir o que realmente está errado da- quilo que é apenas o não cumprimento de suas expectativas. Thiago de Almeida, psicólogo, es- pecialista em relacionamentos amoro- sos, autor do livro “A Arte da Paquera: Inspirações à Realização Afetiva” (ed. Letras do Brasil) - Não acredito que haja homens ou mulheres certos uns para os outros. Existem uniões mais ou menos satisfatórias que se traduzem em fatores como du- rabilidade da relação, por exem- plo. Primeiramente, devemos nos amar para tentarmos pen- sar em nos doar, e nunca se en- tregue 100% de cara. Antes de você entrar no relacionamen- to, observe se é a pessoa que você quer a seu lado. E nunca se prive das coisas que você gosta e dos seus amigos. Dica Não tem como evitar e antever es- se tipo de situação. Simplesmente ca- da mulher, assim como o homem, de- ve estar consciente de que qualquer re- lacionamento pode machucar ou não e lidar com as situações/conflitos con- forme os mesmos forem aparecendo. Se o homem não é o “cara certo”, en- tão temos de ver onde o outro se en- contra. E isso vale também para o ho- mem. Ficar com a pessoa errada não é bom para nenhuma das partes Mariah Bressani, psicóloga, psico- terapeuta e master coach - Para en- contrar o homem certo, o primeiro pas- so é compreender que não existe “o ho- mem certo”. Uma relação é feita por duas pessoas, dois corações e duas cabeças, que pensam, sentem e têm interesses e aspirações diferentes e também em comum. Assim, todo rela- cionamento amoroso acontece como uma espécie de alquimia de afinida- des e diferenças entre duas pessoas; e que, portanto, precisam conhecer-se mutuamente, “negociar” e fazer con- cessões para funcionar como casal. Tendo essa base de compreensão, é possível aceitar que cada um reage e processa essa alquimia internamente de maneira sui generis. Dica O segredo é parar de idealizar a pes- soa e permitir-se conhecê-la, bem co- mo ser conhecida por ela E se ele não for o homem certo para mim? 4 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 5. Irene Araújo Corrêa - As situações de confli- to em um relacionamento podem se transfor- mar num repertório pessoal de sentimentos aversivos aos desafios triviais da vida a dois. O medo de um novo relacionamento é um meca- nismo de autopreservação exacerbado, irracio- nal, por desconsiderar as novas possibilidades de fazer dar certo. Há também os casos de pes- soas que, mesmo sem motivos reais para te- mer uma nova relação, nutrem medo por in- fluência do insucesso de pessoas próximas. Dica Viva sua própria vida, com tudo que ela po- de lhe oferecer. Existe sempre a possibilidade de haver enganos, frustrações e decepções. Mas pode existir também a possibilidade de en- contrar alguém que a valorize, que tenha admi- ração por você, que se preocupe quando as coi- sas não estão dando certo e que divida com vo- cê a busca por soluções. Uma relação se cons- trói a dois e não há uma pronta, esperando Thiago de Almeida - O medo existe por conta de relacionamentos fali- dos e tristes experiências. Muitas vezes, por medo de errar novamente e sermos magoados, acabamos nos sabo- tando e deixamos de compartilhar nos- sa vida com pes- soas muito espe- ciais. Claro que o cuidado é inevitá- vel, mas não é pre- ciso se fechar em copas. Portanto, o medo é uma espécie de escudo a nos proteger das decep- ções e fracassos. Dica Quem busca entender o medo deve enfren- tar o medo. Faça uma retrospectiva dos envolvi- mentos passados, tente assumir as falhas. Avaliar as expectativas e a parcela de respon- sabilidade que nos cabe a cada um pelo insu- cesso anterior é importante Mariah Bressani - A mulher atual conseguiu independência pessoal, profissional e financei- ra, porém, parece que não desenvolveu maturi- dade no “quesito” emocional. O medo de en- trar em um relacionamento e se machucar é de- corrente das altas expectativas fantasiosas so- bre o mesmo. Como se ela, semelhante à mu- lher do passado, ainda estivesse “esperando seu príncipe encantado”, que pudesse salvá- la. É a idealização da pessoa e de como deve ser um relacionamento amoroso que faz com que se torne difícil uma relação real. Dica É a falta de autoconhecimento que faz com que surjam dúvidas sobre si, suas forças e fra- gilidades diante do outro. Quando a pessoa se conhece e tem boa autoestima, é possível até entrar em um relacionamento, frustrar-se, mas não se machucar E se eu entrar no relacionamento e me machucar? DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 5
  • 6. Irene Araújo Corrêa - A in- segurança, o medo da rejei- ção, desconhecer as expectati- vas do outro causam o medo de não corresponder. Esse me- do é o responsável por muitos bloqueios e fugas emocionais. É importante lembrar que a in- segurança começa com a auto- crítica, e é assustador que o outro concorde com o que a pessoa pensa sobre si mes- ma. Foque em suas qualida- des, sinta sua força, pense sempre que nenhum dos dois é perfeito sem questionar o seu próprio valor. Se der liga, ótimo. Se não der, siga em frente e divirta-se até surgir ou- tro sortudo. Dica Dê a oportunidade de co- nhecer bem a outra pessoa. Para que o medo de investir sua energia no relacionamen- to não atrapalhe, deve-se fa- zer uma reflexão sobre os moti- vos pelos quais quer estar com essa pessoa e se suas ex- pectativas são realistas Thiago de Almeida - Nin- guém quer ser rejeitado. Nin- guém gosta de ouvir um não e de se sentir menosprezado. Mas esse sentimento é impor- tante, porque deixa a gente menos atirado, inibe nas ho- ras certas. Dica Infelizmente, temos a ten- dência de sempre pensar no pior. O pessimismo é a pri- meira coisa que vem a nos- sa cabeça numa circunstân- cia assim. Tente não ser tão pessimista Mariah Bressani - Esse te- mor de que a pessoa que nos interessa não quer nada co- nosco é natural em todo ser humano. É o medo primário de “não ser amado”. O problema é quando este medo paralisa a pessoa e não lhe permite ar- riscar quando surge a possibili- dade de um relacionamento. Dica Para superar este medo e investir na possibilidade de um relacionamento, é neces- sário compreender que a vida em si é um risco constante, que nada é seguro efetivamen- te. É ter a confiança em si mes- ma, em sua capacidade de amar, de ser amada e de su- portar as frustrações da vida que lhe permitirá investir nes- sa relação Ire indep e, pa de alg na. P ser in pesad para a Di At res” pesso e o qu name cê ac Aos p os lim berá o Th vimen supõe dade mos ment agora quand lação segue Di Nã soluç se al Muito que p so, no car n vão. de n confo apren derro gente lidarm ções M situaç name que s E se ele não quiser nada comigo? E s ind 6 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 7. ene Araújo Corrêa - Nossa endência é muito valiosa ra somar sua vida com a guém, é preciso valer a pe- erder a independência e nfeliz é uma carga muito da, frustrante e um atalho a solidão a dois. ca ente para os “sinalizado- á no início. Deixe que a oa fale sobre o que aceita ue não aceita num relacio- nto. Fale sobre o que vo- eita e o que não aceita. poucos, você conhecerá mites da pessoa e ela sa- os seus hiago de Almeida - O envol- nto com alguém não pres- e o cerceamento da liber- ou independência. Esta- no século 21, relaciona- os afetivos sexuais são fatores de satisfação e, do isso não acontece, a re- provavelmente não pros- e. ca ão existe uma saída/ ão para este impas- ém de se arriscar. s podem acreditar ode ser mais custo- o entanto, se arris- ão é um salto em É uma ampliação ossas zonas de rto emocional. Um dizado. A vitória e a ta estão dentro da e não fora. E cabe a nós mos com as diversas situa- que nos aparecem ariah Bressani - Todas as ções, inclusive os relacio- ntos amorosos, exigem ejam feitas escolhas. E to- da escolha leva a abrir mão de algo. Por exemplo, não é possí- vel estar fisicamente em dois lugares ao mesmo tempo. Es- tar em um relacionamento sig- nifica dividir seu tempo com ou- tra pessoa e fazer concessões sobre atividades e interesses. Não estar em um relaciona- mento significa ter todo o seu tempo para si e voltar-se exclu- sivamente para suas ativida- des e interesses. Dica Quando existe a proposta de um relacionamento amoro- so estável, subentende-se ter um compromisso mútuo. É im- portante, por exemplo, deixar o outro a par sobre o que está acontecendo consigo. Isso se chama comprometimento e não perda de liberdade Fim do processo de luto se eu perder minha dependência? “Após dois anos contínuos em um relacionamento não bem sucedido, cheguei à conclusão de que éramos incompatíveis e terminamos definitivamente. Após passar por uma relação difícil e dolorida, fiquei receosa de partir para outra. Entrei em um processo de luto, em que parei para fazer um balanço dos erros, acertos e do aprendizado disso tudo. Esse processo durou dois anos. Mas gosto de ter um parceiro. Como diz a música “Wave”, acho que “é impossível ser feliz sozinho”. Foi aí que um dia conheci o Marcus, durante uma reunião de trabalho, uma pessoa que está muito alinhada com a minha vida atual e que também já estava separado e, assim como eu, tinha uma filha. Ele ficou me olhando, cobiçando. Foram três meses de namoro até assumirmos o relacionamento de morar juntos, o que completou um ano em novembro de 2011. Quatro meses depois disso, colocamos a aliança de casamento e estamos muito felizes até hoje.” Apresentadora de televisão Soraya Pericoco, 42 anos, casada com o programador audiovisual Marcus Paulo Barboza, 35 Edvaldo Santos 14/7/2011 DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 7
  • 8. O medo da perda torna a decisão difícil, mas junto com a renúncia há sempre um aprendizado. Reescreva o roteiro da sua vida e seja feliz em uma nova relação amorosa Gisele Bortoleto gisele.bortoleto@diarioweb.com.br “Entre homens e mulheres que acham que amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, ra- cionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas, sozinho, não dá conta do recado. O amor é grande. Mas não são dois. Tem que saber se aquele amor faz bem ou não; se não fizer bem não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para ampa- rar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bas- tar, mas ele próprio não se basta”, diz um trecho de um texto do advogado, jornalista e escritor Artur da Távola (1936-2008). A verdade é que quando duas pes- soas se casam, o rito do casamento traz junto a ideia de que deve ele du- rar para sempre e que o amor de am- bos deve bastar. Acontece que não mandamos no amor e as desavenças e diferenças (muitas vezes mascaradas até então) aparecem e, se não der cer- to, tão importante quanto vivê-lo é deixar que o amor siga seu caminho. Ainda nos dias de hoje uma gran- de quantidade de parceiros, mesmo sabendo que o roteiro do filme não irá garantir um bom final, se conten- ta em receber migalhas. Por que isso acontece? Porque muitas pessoas es- peram que a simples condição de es- tar junto com a pessoa amada resolva de modo mágico os problemas que surgem nos relacionamentos e que o final será feliz como nos filmes. Não precisa ser assim. Não tenha medo de dizer adeus se tudo caminha para um filme de terror. Você pode es- crever o roteiro da sua vida. Isso não significa fracasso, mas sabedoria para aliviar o peso das costas e encontrar novamente a sua essência. Não se es- queça de que seu grande e verdadeiro amor pode estar na próxima esquina. “Despedir-se de algo que não faz sentido e abrir-se para desafios é par- te natural da vida. Não importa onde você parou ou em que momento da vi- da você cansou. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo. É renovar as esperanças”, disse o escritor e poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). A verdade é que, em diferentes graus, todo ser humano tem dificulda- de em colocar um ponto final. É preci- so coragem para dizer adeus. O medo da perda torna ainda mais difícil essa decisão, especialmente pela constatação de que deixamos para trás uma parte de nós mesmos. Mas junto com a renúncia, há sempre um ganho e um aprendizado que aos pou- cos se deixam conhecer. O primeiro passo para isso, é uma autoavaliação, se afastando da zona de conforto emocional. Especialistas comparam o processo e encerramento de um ciclo a experiência do luto. Pri- meiro vem o choque inicial, o perío- do de negação ou dúvida e o momen- to em que sentimentos e sensações são misturados. Depois, vem o instan- te em que o indivíduo se dá conta da realidade e, por fim, a aceitação. O psiquiatra e psicanalista Luiz Alberto Py, autor de livros como “Sa- ber Amar” e “A Felicidade é Aqui” (ed. Rocco), explica que o medo do desconhecido é o que mantém as pes- soas unidas em relações falidas. Re- sultado: sofrimento e infelicidade. “Tenha coragem de correr riscos, já que eles existem”, diz. Avalie o risco de forma racional. Problemas do cora- ção tendem a ser vistos como proble- mas emocionais e não deve ser assim. Para o psicólogo cognitivo-com- portamental Alexandre Caprio, o amor é resultado de uma conquista diária. Amor não é uma condição. Ele é o resultado de uma condição. “Gosto da ideia de que conquistar uma pessoa é fácil. Mas conquistar a mesma pessoa todos os dias é desafia- dor”, explica. O amor ganha força com cada momento de respeito e diá- logo entre duas pessoas. Mas também pode ser destruído com intolerância e egoísmo. Amor é algo que exige cultivo, in- vestimento e que é capaz de acompa- nhar as mudanças das pessoas ao lon- go do tempo. O que é eterno não mu- da e o amor muda porque as pessoas mudam, assim como o tempo e os contextos se transformam. O verda- deiro amor supõe mudanças. “Curio- samente, são os casais que não acredi- tam na eternidade do amor que mais evoluem em suas relações amorosas, pois têm a clareza de que tudo pode terminar, por isso, estão sempre reno- vando e reafirmando o amor”, diz a psicóloga Blenda de Oliveira, psica- nalista e psicoterapeuta. Mas durar para sempre não é uma regra nas relações humanas. Alguns relacionamentos simplesmente não dão certo e são claros os indicativos de que está na hora de colocar um ponto final sem que isso gere trau- mas ou mágoas. Como saber se o seu está ameaçado? Basta ser honesto com você mesmo para assumir que a presença do parceiro desperta mais emoções ruins do que boas. “Se o par- ceiro não se interessa ou não aceita passar pelo processo de reconquista, entende-se que a relação está no fim”, diz Caprio. “É preciso aprender a se comuni- car adequadamente para que os con- flitos normais de todo casal não se transformem em questões complica- das, que levam ao término da rela- ção”, diz a psicóloga Marina Vascon- cellos, psicodramatista e terapeuta fa- miliar e de casal. Coragem para dizer adeus Especial 8 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 9. “Casei muito cedo porque estava grávida e começamos a ter problemas de relacionamento já no primeiro mês de casamento, mas fui sempre tentando fazer com que desse certo. Durante este tempo todo, nos separamos uma vez, mas voltamos e engravidei novamente. Tentei ao máximo fazer com que desse certo, mas o relacionamento começou a afetar também meu filho mais velho. Enquanto mexia só comigo, tudo bem, mas não com meus filhos. Quando meu filho mais velho estava com 13 anos e o mais novo com quatro, nos separamos definitivamente. Saí de casa só com meus filhos. Deixei tudo para trás e voltei para a casa dos meus pais sem nenhuma culpa. Meses depois, minha irmã ficava pegando no meu pé para sairmos e fomos a um bar, onde reencontrei o Beto, que é o amor da minha vida. Eu o conhecia de vista quando era solteira e adolescente. Com nove meses de namoro, nos casamos. Tive uma doença séria neste período e ele sempre esteve do meu lado. Isso já faz sete anos e nos completamos.” Isabella Perinotto, secretária, 37 anos, e Carlos Roberto Almeida dos Santos Filho, 39 O fim pelo recomeço Tenha em mente que é possível reabilitar-se e conhecer outras pessoas Olhe para frente, o passado deve ser encarado como um aprendizado. Uma relação fracassada não é um fracasso. Ela agrega experiência, o que ajudará a aumentar as chances de você ser feliz com outra pessoa Não se feche dentro de casa evitando amigos, trabalho e família. Isso fará com que você passe grande tempo remexendo o próprio lixo Para amar o outro, é preciso aprender a se amar e se aceitar antes de tudo. Somente assim você se permitirá conhecer um grande e verdadeiro amor Cuide de sua aparência, faça exercícios e alguma atividade física que lhe dê prazer. Profissionalmente, invista nos conhecimentos necessários para crescer e ter sua independência financeira Não se preocupe com o que os outros vão dizer. Sua “cara metade” pode estar em outro lugar e o medo de deixar a zona de conforto pode impedi-lo de enxergar novas possibilidades Tenha coragem para tomar a decisão e mantenha o foco nela Fonte: Alexandre Caprio, Blenda de Oliveira, Marina Vasconcellos, psicólogos, e Luiz Alberto Py, psiquiatra Desapegue-se Rubens Cardia 19/1/2012 DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 9
  • 10. Muitas oportunidades de viver um grande amor são negligenciadas pelo medo dos riscos inerentes aos envolvimentos intensos. Cabe à mulher atual, moderna, independente, vencer esta barreira Gisele Bortoleto gisele.bortoleto@diarioweb.com.br No livro “Mulheres de su- cesso querem poder... Amar” (ed. Gente), a jornalista Joyce Moisés alerta para os prejuízos pessoais de focar apenas na car- reira e abandonar todo o resto: os amigos, a saúde, as necessi- dades individuais e, principal- mente, as relações de afeto. “A mulher conquistou espaço no- bre no mercado de trabalho e agora seu maior desafio é reor- ganizar a vida afetiva”, diz a autora. A dica para encontrar al- guém (e ficar com essa pes- soa) é encarar o homem atual com os pés no chão. Isso certamente vai provocar a abertu- ra do leque de possi- bilidades na pirâmi- de de relacionamen- tos. A primeira ati- tude prática a ser tomada, segundo os especialistas, é desativar men- talmente o pro- tótipo de companheiro ideal construído junto com as ami- gas e com a mãe. Hoje não dá mais para se ligar a estereótipos de gênero. O grande desafio para o en- contro do parceiro hoje, na vi- são de Mara Lúcia Madureira, psicóloga cognitivo-comporta- mental, é romper com o ideal e viver no plano da realidade. Em termos parabólicos, é como idealizar uma roupa e perder a festa por não encontrar o mode- lo imaginado. “Observe a sua volta, identifique o que lhe agrada, se permita provar, esco- lha o que lhe cai bem, faça ajus- tes e não perca o evento por exi- gências mesquinhas”, ensina. Segundo ela, se a exuberân- cia do salto inviabiliza a cami- nhada, considere o conforto do tênis para conduzir ao destino e, especialmente, para enfren- tar os trechos acidentados do percurso. Muitas mulheres desejam um grande amor, porém, que- rem mais se proteger dos riscos inerentes aos envolvimentos in- tensos. A dualidade de senti- mentos paralisa o comporta- mento de busca e produz justifi- cativas para se evitar a entrega quando o alvo surge à frente. O primeiro passo é analisar que tipo de relacionamento se está buscando, o quanto real- mente deseja se envolver e o quanto prefere se preservar. Considerar a ambivalência e a intensidade desses sentimen- tos é imprescindível para ven- cer o duelo entre razão e emo- ção, concentrar forças e manter o foco num único aspecto da questão. Grande parte das pessoas es- tá mais preocupada com as crí- ticas do que com sua satisfação pessoal. O apego aos padrões idealizados de outras épocas ainda reverberam nas mentali- dades atuais, tirando-lhes a atenção de seus verdadeiros ob- jetivos, aspirações e desejos. Muitas oportunidades de viver um grande amor são ne- gligenciadas pelo medo da re- provação, pela crença de que é preciso satisfazer primeira- mente as expectativas do gru- po antes de se decidir pelo amor, tal como ele se apresenta. “Em mui- tos casos, não é a ex- pectativa feminina que difi- culta o en- volvimento, mas a autocobrança masculina em relação às mulheres”, diz Mara. Muitos homens são bons candidatos, porém, eles próprios têm expectati- vas pouco realistas acerca das mulheres que os consideram elegíveis, por vezes, superesti- mam a imagem que fazem de- las em detrimento de suas pró- prias potencialidades. O fortalecimento da mu- lher nos papéis antes exercidos predominantemente por ho- mens e a conquista da indepen- dência financeira enfraquece- ram o domínio masculino nas relações de pares, enrijeceram a ternura feminina e aguçaram a sensibilidade dos homens. Os dois gêneros ainda estão se adaptando às mudanças sociais e ao novo status relacional. As pessoas precisam com- preender, ressalta Mara, que as recentes transformações não in- terferem na necessidade de afe- to e companheirismo, e se per- ceber como elementos comple- mentares da díade amorosa, não como oponentes numa luta em que os dois perdem a chan- ce de uma aliança poderosa de apoio e prazer recíprocos. “Cinco milhões de mulhe- res foram queimadas nas fo- gueiras da Inquisição somente por não se renderem às normas repressivas da Igreja Católica dos primeiros tempos, que que- riam nos fazer ter vergonha do nosso corpo, dos nossos ciclos naturais, do nosso conhecimen- to intuitivo sobre os sentimen- tos humanos”, diz a psicanalis- ta Débora Damasceno. Talvez esse pavor histórico tenha se es- tabelecido nas mulheres atuais que, da mesma forma que as an- tigas, são guerreiras. O nosso grande questionamento é: “co- mo saber se, ao se entregar a es- te homem, ele não irá nos trair, agredir, difamar?” Com essas dúvidas, é sempre mais seguro manter-se longe de relaciona- mentos. A parte triste é que quem tem medo de sofrer nun- ca será capaz de amar de verda- de. E tão pouco ser amado. APOSTE NO AMOR Especial 10 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 11. O grande desafio para a mu- lher atual é vencer o próprio medo de amar. Débora Damas- ceno ressalta que as mulheres ainda têm arraigada na cons- ciência a imagem do macho agressor, que por ser o mante- nedor da casa se acha no direi- to de podar toda a individuali- dade feminina. Muitas se esfor- çam para alcançar o sucesso fi- nanceiro, obedecendo o conse- lho materno de não serem de- pendentes de homem nenhum. Hoje em dia, esse homem agres- sivo pode estar travestido de ho- mem oportunista, aquele que quer viver à sombra do sucesso financeiro ou social. Embora tais homens existam, eles não estão nem de longe em maior número. A maioria é delicada, prestativa. Vencer esse medo de se en- tregar a um homem ruim, per- ceber que esse homem existe mais em sua própria mente do que na realidade é, portanto, o grande desafio para as mulhe- res atualmente. “Os homens são, incons- cientemente, educados para sa- tisfazer as expectativas femini- nas”, explica Débora. Dentro do relacionamento, acontece o mesmo: eles vão corresponder as nossas expectativas incons- cientes de sofrer ou de ser feliz conforme nosso desejo. Apesar de ter alcançado grande sucesso profissional e fi- nanceiro, a mulher atual perma- nece com medo de ser subjuga- da emocionalmente. Isso faz com que, num relacionamento emocional, ela sempre haja na defensiva, tentando provar pa- ra o homem e, principalmen- te, para si mesma, que não vai se tornar capacho de ninguém. Com isso, acaba sendo agressi- va ou autossuficiente, de um jeito que os únicos homens que aceitam ficar perto são os dependentes, pois um homem ativo quer sentir-se necessário a sua mulher. “Então, não é uma questão de expectativa e a questão de redescobrir-se co- mo mulher, forte, independen- te, mas que sabe aceitar os cui- dados de um homem”, explica Débora. (GB) Abandone a capa de super e aja como uma mulher adulta Decifre o homem de hoje Ache tempo e energia Dimensione seus planos e ações para caber amor Cultive desejo e crie sua assinatura erótica Tenha vínculo e cumplicidade com ele para ajudar na carreira sua carreira Fonte: Do livro “Mulheres de Sucesso Querem Poder... Amar” (ed. Gente), da jornalista Joyce Moisés As aparências enganam Atitudes para conciliar carreira e amor “Conheci o Luis há pouco mais de quatro anos. Ele trabalhava em um produtora de TV onde eu gravava meu programa. Ele tinha na época 20 anos, eu 47. Sou mãe de duas meninas, uma de 25 e outra de 21, e avó de um bebê de nove meses. Minhas filhas já estavam morando fora do País, na Inglaterra, e eu tinha acabado de sair de um casamento. Fui casada com um inglês durante 22 anos. A diferença cultural é absurda. Conhecer o Luis foi como reencontrar a alegria. Começar de novo é uma chance que a vida dá e você não pode deixar passar. O Luis é o oposto do meu ex-marido e dos rapazes com quem namorei. Bem de família simples, um trabalhador, e com pele morena. Eu nunca me imaginei com um homem mais novo, principalmente tão mais novo. O Luis é 27 anos mais novo que eu. As brincadeiras durante a gravação viraram uma paixão louca, e esta paixão se transformou em amor. Vivemos em uma união estável há quatro anos. E quando olho para trás, eu penso que se não tivesse tido coragem de assumir esse relacionamento eu não teria tido a oportunidade de viver momentos de grande alegria. Ele é um moleque, a alegria em pessoa, tudo que eu precisava na minha vida. É como um gás novo, um recomeço que você abraça” Malu Rodrigues, 51 anos, jornalista, e o marido Luis Soares, 24 Para vencer o medo de amar Hamilton Pavam 24/1/2012 DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 11
  • 12. Manutenção de certos hábitos ajuda a manter a estabilidade emocional de uma relação a dois Gisele Bortoleto Gisele.bortoleto@diarioweb.com.br Antes de mais nada, é preciso ter em mente que casamento é uma relação, não uma instituição, e uma relação que vale a pena não é coisa de amadores. Se deu certo, ou você tem muita sorte ou fez uma opção pensada, adulta. Antes de mais nada, o matrimônio depende da escolha certa da pessoa que vai viver ao seu lado, misturando a vi- da dela com a sua. Tenha em men- te que essa história de que os opos- tos se atraem vale para a física, não para a psicologia. Isso não significa que os dois te- nham de pensar igual ou concor- dar em tudo. Só que é fundamental quetenham escalas de valores com- patíveis, hábitos que não se cho- quem e, principalmente, projetos, e é claro, rotina. Mas nãoconfunda: rotina e mo- notonia não são a mesma coisa. Ro- tina é saber que as coisas essenciais funcionam porque alguém cuida para que isso aconteça. Essa conti- nuidade não é sinônimo de mono- tonia - que é uma conduta chata e sem sabor - e sim a base de qual- quer relação. De acordo com especialistas em relacionamentos, a rotina pode atrapalhar o casal, mas também po- de ser saudável desde que você sai- ba lidar com ela. A psicóloga clínica Danielle Carminatti, psicoterapeuta de ca- sais, explica que, primeiramente, é necessário entender que a rotina é sim importante para que haja con- sistência, algo seguro para a rela- ção e que não cause instabilidade. “Esta rotina é necessária, por exem- plo, para manter o hábito de jantar juntos, falar ao telefone em um de- terminado horário (pausa do almo- ço, por exemplo), conversar sobre o dia de cada um, planejar coisas juntos... tudo isso faz com que o ca- sal tenha uma estabilidade emocio- nal, e qualquer coisa dessas, quan- do não é feita, gera uma sensação de insegurança”, explica. Porém, o que se diz sobre o des- gaste por conta da rotina é sempre manter o mesmo ritual para fazer as coisas, não há surpresas. No iní- cio, é romântico, mas com o tem- po, isso se torna tão previsível que sai do romantismo e vai para o can- sativo. “Sair da rotina é manter os hábitos e surpreender vez ou ou- tra, ligar em outros horários, sair para jantar em lugares diferentes, decidir na hora o que fazer ao invés de planejar semanas antes. A que- bra de rotina só é ineficiente para casais que não estão em sintonia”, diz Danielle. Pesquisadores da Escola de Me- dicina de Universidade de Pitts- burg, nos Estados Unidos, concluí- ram que a rotina nas relações amo- rosas diminui as oscilações de hu- mor. O estudo mostra que se são preservados os rituais, mesmo quando o cansaço bate, cria-se espa- ço para as surpresas. É mais ou me- nos assim: o casal sai para fazer uma caminhada no parque e perce- be que foi inaugurada uma acade- mia de dança e se matriculam. AiltonAmélio, professorde psi- cologia experimental da Universi- dade de São Paulo (USP) e autor do livro “Para Viver Um Grande Amor(ed. Gente), explica que, para funcionar bem, o casamento preci- sade uma dosedeestabilidade e ou- tra de variabilidade. Para ele, a roti- na é a parte que segue sozinha, im- Especial O LADO BOM DA ROTINA Rotina não é fazer sempre a mesma coisa do mesmo jeito, mas sim fazer coisas juntos, com certa periodicidade, mas com espaço para renovação e criação Ana Cristina Penteado Trazzi, psicóloga 12 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 13. portante para liberar as pessoas para a surpresa. Porém, ele alerta para o perigo de, por comodida- de, deixarmos as coisas no piloto automático e não voar mais alto. Para Cláudia Marra Jacob- son, psicoterapeuta de casais, de fato a construção de uma rotina a dois pode trazer segurança, cum- plicidade, solidez, intimidade e momentos de prazer. Pesquisas apontamque ao estabelecerem re- lações estáveis, como por exem- plo casamentos, casais estariam buscando, entre outros aspectos, segurança e estabilidade para a relacão. “Entretanto, muitas ve- zes a ideia de intimidade, em que tudo deve ser partilhado, aniqui- la a individualidade tão impor- tante na construção de uma boa autoestima que, por sua vez, é in- grediente essencial na manuten- ção do desejo”, diz. De acordo com a terapeuta de casais Esther Perel, no livro “Se- xo no cativeiro” (ed. Objetiva), a ideia de que a intimidade gera se- xualidade podeser uma das arma- dilhas da vida a dois, na medida em que esta é vivida de modo a excluir o espaço individual dos parceiros. Sendo assim, ressalta Cláudia Marra, os hábitos que se repetem são inerentes à vida e importan- tíssimos na construção de proje- tos, de uma família, do amor em uma relação. A rotina pode tra- zer o acolhimento e a proximida- de essenciais às necessidades afe- tivas do ser humano. Porém, não podemos perder de vista que o equilíbrio é a chave de muitas questões ligadas ao relaciona- mento humano. Não existem receitas para o relacionamento, à medida que não existe perfeição. Talvez o se- gredo seja transitar entreo conhe- cido e o novo. Dividir e preser- var, aproximar e respeitar o que precisa de distância. Construir uma rotina a dois, mas nunca es- quecer das necessidades indivi- duais e compreender que elas não são nocivas à união e sim par- te integrante dela. “O que é na verdade a rotina? São hábitos repetidos com algu- ma organização e periodicidade. Dessa forma, a rotina é sim uma maneira de organização da vida, seja de uma pessoa ou de um ca- sal”, diz a psicóloga Ana Cristina PenteadoTrazzi. Mas dentro des- sa rotina há espaço para a impro- visação, mudanças, curiosidades e surpresas. A rotina passa a ser maléfica quando se torna uma obrigação sem definição de um objetivo pra- zeroso ou criatividade. “Rotina não é fazer sempre a mesma coisa domesmo jeito. Mas sim fazer coi- sasjuntos,comcertaperiodicidade erepetição,porémhavendoespaço para renovação e criação”, diz. O namoro continua “O Rodrigo, além de ser publicitário, é músico. Acordo e saio de casa mais cedo do que ele todos os dias, mas não abrimos mão de almoçarmos juntos, mesmo que não seja no mesmo horário. Se isso não acontece, fico mal. Gostamos muito de brincar um com o outro o tempo todo e de estar juntos. À noite, quando ele chega em casa, todos os dias saímos para passear com os cachorros pelas ruas do condomínio, momento que colocamos as conversas em dia e depois também nós jantamos juntos. Valorizamos essa nossa “rotina” desde que casamos há três anos e meio e continuamos a namorar. Gosto muito também de cozinhar para ele. Namoramos durante seis anos e meio. Éramos amigos antes e saíamos juntos quando ele me pediu em namoro. Somos cúmplices um do outro e sinto muita falta quando não temos essa rotina” Carla Figueiredo, atendente, 26 anos, está há dez anos com o publicitário Rodrigo Carriel, 29 Thomaz Vita Neto 3/1/2012 DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 13
  • 14. Quando estamos apaixonados, o cérebro ativa as áreas de prazer e bem-estar e desativa a “área da razão” Gisele Bortoleto gisele.bortoleto@diarioweb.com.br Os sintomas da paixão são inconfundíveis. Às vezes, é qua- se impossível esconder os si- nais do corpo. É só falar ou ver uma foto da pessoa amada que o coração bate mais forte, o ros- to fica ruborizado, os olhos bri- lham e um sorriso largo se abre. Para o apaixonado, a úni- ca coisa que interessa é a pes- soa amada, é como se o mundo circulasse ao redor dela. Perde- se a sensação de si próprio e não se consegue parar de pen- sar no outro, como se estivesse acampado na nossa cabeça. E quando perguntamos o que está por trás das sensações exclusivas quando estávamos encantados com alguém, apare- cem eles, os cientistas, nos con- vencendo de que toda esta áu- rea sedutora de mistério que en- volve os assuntos do coração é resultado de equações bioquí- micas e algumas manifestações anatômicas. O médico e neurocientista Roberto Lent, professor e dire- tor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chefe do laboratório de neuroplasticidade, explica no livro “Sobre Neurônios, Cé- rebros e Pessoas” (ed. Athe- neu) que as áreas ativadas pelo cérebro apaixonado contêm grandes quantidades do neuro- transmissor dopamina, nor- malmente liberado em situa- ções de prazer, e dos hormô- nios ocitocina e vasopressina, bem como das proteínas que os reconhecem. Mas o cérebro não apenas ativa as áreas do prazer e bem- estar durante a paixão. A área do lobo frontal do córtex cere- bral, conhecida pelo seu envol- vimento com o raciocínio lógi- co e matemático, ou seja, a “área da razão”, é desativada. Emoções como o medo e a rai- va são geralmente excluídas ou minimizadas. “Os apaixo- nados ficam quase exclusiva- mente dedicados a esse senti- mento”, diz Lent. Evolucionistas explicam es- se achado como um mecanis- mo para aproximar casais re- produtores e fortalecer seu vín- culo recíproco. A perda da ra- zão no cérebro apaixonado é justificada pela vantagem bioló- gica de aproximar casais apa- rentemente improváveis. “A natureza desenvolveu engenho- sas estratégias de aproximação entre machos e fêmeas e de ma- nutenção de vínculos entre eles”, explica Lent. As técnicas de neuroima- gem funcional permitiram ao neurocientista Semir Zeki, do University College London, na Inglaterra, e seu colabora- dor Andreas Bartels mapear as regiões cerebrais ativadas e de- sativadas durante a paixão, e até compará-las com outros ti- pos de amor, como o materno. Ambos têm em comum a vanta- gem biológica e evolutiva es- sencial, que é favorecer a sobre- vivência. Os antropólogos descobri- ram provas de amor em 170 so- ciedades e nunca descobriram alguma em que não existisse. A antropóloga Helen Fi- sher observa que o amor é uma das substâncias mais viciantes da humanidade. No livro “Por que Amamos - A Natureza e a Química do Amor Românti- co” (ed. Record), ela tenta comprovar que o amor faz par- te da natureza humana tanto quanto o medo ou a fome. Ele seria, na verdade, o instinto responsável por fazer nossa es- pécie se perpetuar no planeta. “O amor está profundamente implantado no cérebro. Nosso desafio é entendermos uns aos outros”, diz. A pesquisadora Cindy Ha- zan, da Universidade Cornell, de Nova York, nos Estados Unidos, garante que: “seres hu- manos são biologicamente pro- gramados para se sentir apaixo- nados durante 18 a 30 meses.” Ela entrevistou e testou 5 mil pessoas de 37 culturas diferen- tes e descobriu que o amor pos- sui um “tempo de vida” longo o suficiente para que o casal se conheça, copule e produza uma criança. “Em termos evo- lucionários”, ela completa, “não necessitamos de corações palpitantes e suores frios nas mãos”, diz. A pesquisadora também identificou algumas substân- cias responsáveis pelo amor- paixão: dopamina, feniletilami- na e ocitocina, substâncias rela- tivamente comuns no corpo hu- mano, mas encontradas juntas apenas durante as fases iniciais do flerte. Com o tempo, o orga- nismo vai se tornando resisten- te aos seus efeitos. A partir daí, são duas opções: ou o casal se separa ou se habitua a manifes- tações mais brandas de amor - companheirismo, afeto e tole- rância - e permanece junto. “Is- to é especialmente verdadeiro quando filhos estão envolvidos na relação”, diz Cindy Hazan. Especial CIÊNCIA DA PAIXÃO Seres humanos são biologicamente programados para sesentir apaixonados durante 18 a30 meses Cindy Hazan, pesquisadora norte-americana 14 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 15. As duas velhinhas nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo Rubem Alves Escritor e educador De todos os sentidos, o mais importanteparaaaprendizagem do amor, do viver juntos e da ci- dadania é a audição. Disse o es- critor sagrado: “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silên- cio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores fo- rem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poe- tas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozesdosilêncio.Vejaessepoe- ma de Fernando Pessoa, dirigi- doaumpoeta:“Cessaoteucan- to!Cessa,que,enquantooouvi, ouvia uma outra voz como que vindo nos interstícios do bran- doencantocomqueoteucanto vinhaaténós.Ouvi-teeouvia-a no mesmo tempo e diferentes, juntas a cantar. E a melodia que não havia se agora a lem- bro, faz-me chorar...” A magia do poema não está nas palavras do poeta. Está nos interstícios silenciosos que há entre as suas palavras. É nesse silêncio que se ouve a melodia que não ha- via.Aíamagiaacontece:amelo- diamefaz chorar. Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa é interrompida por não haver o que dizer, tratamos logo de fa- lar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubícu- lo. Um diante do outro. Olha- mos nos olhos um do outro? Ou olhamos para o chão? Nada temosafalar.Essesilêncio éco- mosefosseumaofensa.Aí fala- mos sobre o tempo. Mas nós dois bem sabemos que se trata deumafarsaparaencherotem- po até que o elevador pare. Os orientais entendem me- lhor do que nós. Esqueci-me do nomedofilme.Duasvelhinhasse visitavam.Porhorasficavamjun- tas, sem dizer uma única palavra. Nadadiziamporquenoseusilên- ciomoravaummundo.Faziamsi- lêncio não por não ter nada a di- zer,masporqueoquetinhamadi- zernãocabiaempalavras.Afiloso- fiaocidentaléobcecadapelaques- tãodoSer.Afilosofiaoriental,pe- la questão do Vazio, do Nada. É no Vazio da jarra que se colocam flores. O aprendizado do ouvir não seencontraemnossoscurrículos. A prática educativa tradicional se iniciacom a palavra doprofessor. Amenininha,Andréa,voltavado seu primeiro dia na creche. “Co- mo é a professora?”, sua mãe lhe perguntou. Ao que ela respon- deu: “Ela grita...” Não bastava que a professora falasse. Ela grita- va.Nãomelembrodequeminha primeira professora, Dona Clotil- de,tivessejamaisgritado.Masme lembro dos gritos esganiçados que vinham da sala ao lado. Um únicogritoencheoespaçodeme- do. Na escola, a violência começa comestuprosverbais. MilanKunderacontaaestó- ria de Tamina, uma garçonete. “TodomundogostadeTamina. Porque ela sabe ouvir o que lhe contam. Mas será que ela ouve mesmo?Não sei...O que conta é queelanãointerrompeafala.Vo- cês sabem o que acontece quan- do duas pessoas falam. Uma fala eoutralhecortaapalavra:‘éexa- tamentecomoeu,eu...’ecomeça a falar de si até que a primeira consigaporsuavezcortar:‘éexa- tamente como eu, eu...’ Essa fra- se‘éexatamentecomoeu...’pare- ceserumamaneiradecontinuar areflexãodooutro,maséumen- godo. É uma revolta brutal con- tra uma violência brutal: um es- forço para libertar o nosso ouvi- dodaescravidãoeocuparàforça o ouvido do adversário. Pois to- da a vida do homem entre os seussemelhantesnadamaisédo que um combate para se apossar doouvido dooutro...” Será que era isso que aconte- cia na escola tradicional? O pro- fessor se apossando do ouvido do aluno (pois não é essa a sua missão?), penetrando-o com sua fala fálica e estuprando-o com a força da autoridade e a ameaça de castigos, sem se dar conta de que no ouvido silencioso do alu- no há uma melodia que se toca. Talvez seja essa a razão porque hátantoscursosdeoratória,pro- curados por políticos e executi- vos, mas não haja cursos de “escutarória”. Todo mundo querfalar. Ninguém querouvir. Todomundoquerserescuta- do.(Comonãoháquemosescu- te,osadultosprocuramumpsica- nalista,profissionalpagodoescu- tar.) Toda criança também quer serescutada.Encontrei,narevis- ta pedagógica italiana “Cem Mondialità”, a sugestão de que, antes de se iniciarem as ativida- des de ensino e aprendizagem, osprofessores se dedicassem por semanas,talvezmeses,asimples- mente ouvir as crianças. No si- lênciodascriançasháumprogra- ma de vida: sonhos. É dos so- nhos que nasce a inteligência. A inteligênciaéa ferramentaqueo corpo usa para transformar os seussonhosemrealidade.Épre- ciso escutar as crianças para que asua inteligênciadesabroche. A arte de ouvir Divulgação Thomaz Vita Neto DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 15
  • 16. Longe da tevê há três anos, Camila Rodrigues dá vida à liberal Merabe na minissérie “Rei Davi” TV Press Logo que soube do jeito espontâ- neo, romântico e carismático da personagem Merabe em “Rei Davi”, Camila Ro- drigues aceitou o papel na nova minissérie da Record. “Ela é bem pa- recida comigo. Tem um estilo apaixonado, meigo e sonhador. Bus- ca seguir seus próprios sonhos e ideais”, expli- ca. Liberal e à frente de seu tempo, Merabe é a filha mais velha do Rei Saul, interpretado por Gracindo Jr, e irmã de Mical, vivida por Ma- ria Ribeiro, sua maior rival na história. “Ela é muito invejosa e sem- pre busca ter as mes- mas coisas que a irmã. Minha personagem é sensual por ser, diferen- te da Mical que precisa fazer tudo para cha- mar atenção”, analisa. Belíssima e vaidosa, Merabe adora fazer charme e seduzir os sol- dados do exército de seu pai. Envolve-se com Adriel, interpretado por Rômulo Estrela, mas é prometida para Davi, Leo- nardo Brício, em casa- mento como prêmio por ele ter derrotado Golias. O que deixa a irmã com mais ódio e ciúmes. Foram quase dois meses de workshops e laboratórios para am- bientar os atores com a época e os costumes completamente diferen- tes dos atuais. Todo o elen- co passou por aulas de dan- ça, comportamento, culinária e tear. “Tivemos de aprender a nos por- tar à mesa, perder o sotaque, ter postura, como se relacionar em público com seu marido, não deixar o tornozelo aparecer ao sentar ou se movimentar”, lembra. Ca- mila enfrentou diversas dificuldades pa- ra coordenar todo o figurino de sua perso- nagem. “Era roupa demais para se acostu- mar e eram muito quentes, vestidos mui- tos longos e com véu. E ainda tinham as joias. Eram milhões de anéis, colares no pescoço e na cabeça”, afirma. Mas, o ver- dadeiro desafio para a atriz durante as gravações foi a adaptação ao “megahair”. A enorme quantidade de cabelo dificulta- va tarefas simples e eliminava qualquer praticidade durante o dia a dia, como la- var e secar os fios, pois não podia dormir com os cabelos molhados e montar um penteado para pode sair. “Odiei o ‘mega hair’. Embolava muito. A quantidade de cabelo que colocaram nas nossas cabeças poderia colocar em outras três”, brinca. Com o fim das gravações, Camila não per- deu tempo e logo retirou os apliques. Po- rém, mesmo com todos os contratempos do “megahair”, a atriz afirma que os lon- gos cabelos eram uma parte essencial na composição estética da personagem e de todo o visual que a envolve. Seu último trabalho na Globo havia si- do “Malhação” em 2008. Após seis anos na Globo, Camila encara a mudança de emissora como uma forma de amadureci- mento e novas descobertas. “A gente tem de estar onde está trabalhando. Tive uma proposta da Record que me pareceu me- lhor no momento. Vejo cada trabalho se- paradamente, não é uma questão de emis- sora”, explica. Afastada da tevê há três anos, Camila comemora sua volta com um papel dramático e de forte composição his- tórica. “A Merabe tem cenas muito sofri- das, principalmente quando apanha. Sem- pre tive mais facilidade para fazer drama do que comédia. Adoro fazer drama. Você pode brincar muito mais com a carga emo- cional”, ressalta. Durante esse período em que esteveafastada da tevê, Camila se dedi- cou ao teatro, uma de suas maiores pai- xões. A atriz ficou um ano e meio em car- taz com a comédia “Decamerão - A Comé- dia do Sexo” e logo depois emendou na pe- ça “Após a Chuva”. “É muito bom fazer comédia, porque é um trabalho mais leve, mais solto e com uma carga de persona- gem menor. Mas eu já estava com saudade de fazer drama”, conta. Assim como muitas atrizes, Camila co- meçou a carreira como modelo, aos 14 anos. Eladescobriu seu interesse pela atua- ção quando começou a fazer cursos de tea- tro para poder melhorar sua desenvoltura em comerciais de tevê. A partir daí, Cami- la, que é formada pela Casa das Artes de Laranjeiras, começou a fazer teste para a Globo até passar na novela “América”, de 2005, em que viveu Mari, irmã de Debo- rah Secco. “Foi um trabalho maravilhoso e de grande responsabilidade. É muito bom ter a chance de estrear em uma nove- la das oito”, explica. Contratada da Record por três anos, a atriz ainda não está escalada para as próxi- mas produções, mas afirma que não quer parar de trabalhar. “Como fiquei três anos nos palcos estou com saudades da televi- são. Quero atuar, não quero férias”, afirma. Perfil RETORNO BÍBLICO Em 2001, Camila ficou entre as finalistas para viver a protagonista da série “Presença de Anita”, mas perdeu o papel para Mel Lisboa A atriz possui apenas uma experiência no cinema com filme “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, de 2006 Antes de receber o convite para a minissérie “Rei Davi”, Camila estava lendo o livro “As 100 Melhores Histórias da Bíblia” O trabalho em “Rei Davi” não é o primeiro de época da atriz. Quando estava na Globo, Camila atuou em “Desejo Proibido” e “Amazônia, de Galvez a Chico Mendes”, ambas de 2007 Instantâneas JorgeRodriguesJorge/Divulgação TV - 16 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 17. Anti-heroína Carolina Dieckmann é fã confessa dos persona- gens que se arrependem dos males feitos ao longo de uma trama. No caso da periguete Teodora, de “Fina Estampa”, da Globo, não poderia ser diferente. A atriz não esconde uma certa predileção à possibilida- de da personagem realmente estar em busca de um perdão de Quinzé, interpretado por Malvino Salva- dor. “O vilão costuma terminar morrendo. Mas, se ela começa má e termina boa, iria adorar porque tem tudo que eu gosto. Atazano a vida da outra, me arre- pendo e vou pedir perdão. Mas se terminarei aceita pelo público? Bom, vamos ver. Ele é soberano”, des- conversa. Rebelde sem causa Em “Marias do Lar”, próxima novela das sete da Globo, Miguel Roncato deixará de lado a postura de bom menino dos seus papéis anteriores. Na trama de Filipe Miguez e Isabel de Oliveira, o ator viverá Samuel, um garoto problema e mentiroso, que aprontará na escola, nas ruas e em casa. “A trama de- le será bem dramática e isso tem um tom especial pa- ra todo ator”, empolga-se. Acostumado a persona- gens gentis e solidários, esta será a chance de Miguel mostrar que pode fazer diferente. “É importante o público ver uma outra faceta artística minha. Sei que tenho rosto de bonzinho, mas estou me prepa- rando para ser odiado nas ruas”, diverte-se. “Essa se- rá a chance de liberar todos os meus males”, comple- ta. “Marias do Lar” estreia em março. Na agenda A HBO estreia, no dia 5 de fevereiro, a série dra- mática “Luck”. A produção é protagonizada por Dustin Hoffman e conta com participação de Nick Nolte. A trama conta a história de um chefe da máfia, Hoffman, viciado em corridas de cavalo. A sé- rie foi lançada nos Estados Unidos em dezembro de 2011. A criação é de David Milch, mesmo criador de “Deadwood”, de 2004. Mulher arretada Heloísa Périssé será uma cabeleireira nordestina em “Avenida Brasil”, próxima novela das nove da Globo. No texto de João Emanuel Carneiro, a atriz interpretará a ex-namorada do personagem Tufão, papel de Murilo Benício, um jogador de futebol. Ao lado dela, Fabiula Nascimento será sua sócia no sa- lão de beleza. A novela estreia em março. Noites de terça A partir de abril, a série “Louco Por Elas” fará parte da segunda linha de shows das terças na Glo- bo. De João Falcão, a série mostrará, em 10 episó- dios, a concorrida vida de um treinador de futebol feminino, interpretado por Eduardo Moscovis, que se vê cercado, basicamente, por mulheres. Como sua ex, sua filha, sua avó e alunas. Deborah Secco e Gló- ria Menezes estão no elenco. Início de trabalho ”Gabriela”, próxima novela das 11 h, terá 60 ca- pítulos, como “O Astro”, anterior “remake” da Glo- bo. As gravações estão agendadas para março. Mas boa parte do elenco continua indefinida pelo autor Walcyr Carrasco e o diretor de núcleo Roberto Tal- ma. Juliana Paes será a protagonista da produção. A estreia é em junho. Novo ofício A Fox Sports do Brasil contratou dois atores da Globo como apresentadores: Tammy Di Calafiori, que interpretou a doce Lorena, de “Passione”, e Eri- ch Pelitz, que viveu o simpático Victor de “Malha- ção ID”. Eles são algumas das apostas do novo canal esportivo para fisgar parte do público jovem. O lan- çamento oficial do canal está previsto para o dia 5 de fevereiro. Em pauta A Record estuda a possibilidade de mudar o dia de apresentação do programa “Câmera em Ação”, apresentado por Marcos Hummel. A intenção é transferir o jornalístico, que é exibido às sextas, para as noites de segunda. A mudança deve acontecer após o Carnaval. Ninguém vê Roberto Bomtempo será José Maria em “Másca- ras”, próxima novela de Lauro César Muniz, na Re- cord. No texto, José Maria e sua mulher, interpreta- da por Bárbara Bruno, terão um filho imaginário com quem conversam normalmente. As gravações correm normalmente desde o último dia 26 de janei- ro. A estreia acontece em abril. Retorno pródigo Depois de várias novelas na Record, Sérgio Ma- lheiros está de volta à Globo. O ator foi convidado por Denise Saraceni para integrar o elenco “Marias do Lar”, onde ela é diretora de núcleo. Em tempo, foi em “Da Cor Do Pecado”, da mesma diretora, on- de Sérgio estreou na tevê interpretando o carismáti- co garoto Raí. De olho neles Distante da tevê desde a série “Macho Man”, da Globo, Ingrid Guimarães acertou com o GNT. Ela está envolvida com os preparativos do novo projeto do canal: “Homens Possíveis”. A produção é um des- dobramento de “Mulheres Possíveis”, que ficou três temporadas no ar e que contava a rotina de uma fa- mosa e uma desconhecida. Realidade paralela A Band deve estrear, em março, o novo “reality show” “Perdidos Na Tribo”. A produção terá 10 epi- sódios com 90 minutos cada. O programa propõe uma experiência em que uma família viaja até uma área inóspita e passa a conviver com a tribo local em meio a todas as dificuldades inerentes a essa nova ro- tina. Para poucos O autor Silvio de Abreu pretende trabalhar com um elenco enxuto em “Guerra dos Sexos”. A trama deve substituir “Marias do Lar” no segundo semes- tre de 2012. Reynaldo Gianecchini, Irene Ravache, Glória Pires, Tony Ramos, Cláudia Raia, Edson Ce- lulari, Mariana Ximenes, Drica Moraes, Guilhermi- na Guinle, Daniel Boaventura e Mayana Moura são alguns dos confirmados. Data do retorno O “CQC”, da Band, deve voltar a ser exibido, ao vivo, a partir do dia 12 de março. A expectativa está em torno do substituto de Rafinha Bastos na banca- da do programa, ao lado de Marcelo Tas e Marco Lu- que. Um dos cotados para o posto é o repórter Oscar Filho. Reservados Em breve, Sophie Charlotte e Marco Pigossi de- vem repetir a dobradinha de “Fina Estampa”, da Globo. Os atores que vivem a Amália e o Rafa foram convidados por Maria Adelaide Amaral para prota- gonizarem sua próxima novela para a faixa das sete. Ambos trabalharam com a autora no “remake” “Ti- Ti-Ti”, em 2010 . A produção deve estrear em 2013. Zapping TV Press Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 17 - TV
  • 18. No ar como o Paulo de “Fina Estampa”, Dan Stulbach mostra-se empolgado em diversificar a carreira TV Press Dan Stulbach tem orgulho de sua personalidade multi- mídia. Sempre ocupado com trabalhos na tevê e nos palcos, o intérprete do Paulo de “Fina Estampa” ainda arranja tempo para debater atualidades no “Saia Justa”, do GNT, coman- dar o programa “Fim de Expe- diente”, na rádio CBN, e fazer a direção artística do Teatro Eva Herz, em São Paulo, sua ci- dade natal. “Minha agenda é uma loucura. Queria muito fa- zer essa novela, mas expliquei para a equipe o quanto os ou- tros projetos são importantes. Acho ótimo me dividir e traba- lhar em lugares diferentes”, ex- plica o ator de 42 anos. A ligação de Dan com a atua- ção começou de forma amado- ra, ainda nas peças do Colégio Rio Branco, de São Paulo. Apai- xonado pelos palcos, onde es- treou profissionalmente aos 20 anos, ele demorou a se interes- sar pela televisão. “Não era pre- conceito, apenas não tinha liga- ção com o veículo”, garante. De- pois de pequenas participações em séries e novelas, o ator ficou conhecido nacionalmente em 2003, ao dar vida ao violento Marcos de “Mulheres Apaixona- das”. A partir daí, desenvolveu uma íntima e criteriosa relação com a tevê, onde acumula pa- péis de destaque em novelas co- mo “Senhora do Destino”, de 2004, e séries como “Queridos Amigos”, de 2008, e “Som & Fú- ria”, de 2009. “A maturidade me trouxe outra perspectiva so- bre a atuação. Dizer não para um convite define mais minha carreira do que os trabalhos que aceitei fazer. Ter a rédea sobre o que quero e me estimula é im- portante”, acredita. Pergunta – Sua última no- vela foi “Senhora do Desti- no”, de 2004. Após sete anos, o que o motivou a voltar a trabalhar em produções de longa duração? Dan Stulbach – Ficar sem fazer novelas não foi algo pensa- do. Depois de “Senhora do Des- tino”, recusei convites para fo- lhetins porque estava sempre envolvido com outros projetos dentro da Globo. Tanto que, lo- go depois da novela, eu engatei diversas séries, praticamente uma por ano. O que me motiva na televisão é a abrangência que ela proporciona. Quando surgiu o convite para fazer o Paulo, vi que o assunto que se- ria abordado dentro do núcleo dele poderia render boas dis- cussões e personagens natura- listas. Gostei do convite e acei- tei na hora. Pergunta – O fato de “Fina Estampa” ser uma novela es- crita pelo Aguinaldo Silva e di- rigida pelo Wolf Maya, mes- ma dupla responsável por “Se- nhora do Destino”, pesou na hora de acertar seu retorno aos folhetins? OUTRO OLHAR Entrevista Jorge Rodrigues Jorge /Divulgação TV - 18 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 19. Stulbach – Com certeza. Te- nho boas lembranças de “Se- nhora do Destino”, pois encaro essa novela como a consolida- ção da minha imagem na tevê depois do “boom” de “Mulhe- res Apaixonadas”. O texto do Manoel Carlos não era minha estreia na tevê, mas é como se tivesse sido. E a leveza com que o Aguinaldo conduziu a histó- ria do Edgard era a melhor saí- da para que as pessoas ligassem meu nome a outro persona- gem. Me dei muito bem com a equipe do Wolf e fiquei feliz de- les terem lembrado de mim pa- ra fazer “Fina Estampa”. Pergunta – A fixação pela maternidade acabou separan- do a Esther, de Julia Lem- mertz, e o Paulo. A partir daí, seu personagem começou a se envolver com outras mulhe- res da trama. Esse lado galã estava previsto na sinopse? Stulbach – Não tinha ideia de que ele iria se envolver com outras personagens. Quando recebi a sinopse, existiria ape- nas a relação com a Esther e a questão da gravidez, dele acei- tar ou não. Gosto dessa coisa de novela, onde a gente vai des- vendando o trabalho aos pou- cos. É uma espécie de dança, a gente vai atuando e o autor vai escrevendo. Pergunta – Geralmente, seus personagens são cons- truídos a partir do texto ou vo- cê embarca em processos de preparação? Stulbach – Depende muito do tipo de trabalho. Claro que a base de tudo é o texto, mas faço trabalho de composição tam- bém. Às vezes, para dar conta daquele papel, é necessário es- tudar algo que você não conhe- ce, um sotaque, uma história es- pecífica. O Paulo tem essa ques- tão com a moda praia, com os tecidos, e tive de dar uma pes- quisada nisso, saber como fun- ciona essa indústria para falar com propriedade. Sobre a gravi- dez da Esther, antes de come- çar a novela, conversei com es- pecialistas em fertilização. São conhecimentos que não fazem parte da caracterização do per- sonagem. É só para dar uma sustentação. Pergunta – O Paulo alter- na momentos de simpatia e egoísmo. Você teve alguma dificuldade para interpretar as ambiguidades do papel? Stulbach – Personagens na- turalistas são os mais difíceis, pois é preciso evitar certos exage- ros na atuação. O Paulo é cheio de realidade. Um homem com qualidades e defeitos, dividido entre o bem e o mal. Assim co- mo qualquer pessoa, em alguns momentos ele está supercalmo e racional, em outros, tem seus ata- ques. Existe uma sequência lógi- ca, como se fosse na vida. Essa alternância dele me preocupou bastante, pois é o tipo de perso- nagem que exige uma interpreta- ção mais madura. Mesmo sendo autocrítico demais, ando satisfei- to com minhas cenas. Pergunta – Depois de 14 trabalhos na tevê, você ainda sofre ao se assistir? Stulbach – Não assisto mui- to o que faço. Só de vez em quando. Mesmo assim, gravo os capítulos de “Fina Estam- pa”. Quando vou ver, é um tor- mento. Como sou muito obsti- nado, é um sofrimento objeti- vo. Tento ser bem prático den- tro do meu constrangimento quando não gosto da minha atuação. Consigo ver onde é que preciso melhorar para as próximas cenas. Pergunta – Além da nove- la, você segue no comando do “Fim de Expediente”, pro- grama da rádio CBN, e ainda participa do “Saia Justa”, do GNT. Como você faz para con- ciliar as gravações da novela e esses os outros projetos? Stulbach – A produção da novela tem sido muito legal. Quando aceitei fazer o Paulo, pedi a eles que me liberassem para o rádio, pois não queria fi- car sem fazer o programa. O programa é feito às sextas e até agora não tive problemas com liberação. Já o “Saia Justa” é um acordo do GNT com a Glo- bo. A novela me libera algumas segundas para gravar o progra- ma em São Paulo. Minha vida é uma correria. São dois proje- tos especiais para mim. Não é só chegar e gravar. É preciso de- cidir as pautas, pesquisar, en- saiar. Mas até agora, estou con- seguindo dar conta desses com- promissos. Pergunta – Já pensou em largar a atuação para focar em sua porção apresentador? Stulbach – Já pensei em lar- gar a carreira de ator. Principal- mente, quando era mais novo. Tem muita gente que vive me dizendo que eu deveria inves- tir mais no meu lado apresenta- dor por causa dessa história do rádio e também do GNT. En- quanto tiver sentido interpre- tar, vou encarar. Gosto muito de ser ator. Sempre fui apaixo- nado por teatro e os palcos vira- ram minha vida do avesso. Ao mesmo tempo, Gosto de estar fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Ser uma espécie de ca- leidoscópio. Acabo encontran- do e trabalhando com pessoas diferentes. Isso me ajuda a não ficar acomodado. Pergunta – Desde “Mulhe- res Apaixonadas”, de 2003, você está cada vez mais pre- sente na tevê. O que o veículo representa para você? Stulbach – Para mim, a tevê representa a possibilidade de mexer com o público. Na nove- la, estou escondido atrás de um personagem, mas no “Saia Jus- ta”, sou eu dando a cara a tapa. O teatro é feito para muitos, mas ao mesmo tempo é de pou- co alcance. Muita gente no tea- tro é um público de mil pes- soas. Na televisão, a repercus- são é infinitamente maior, pois ela representa um país inteiro. Fazer tevê faz parte da minha escolha em ser ator, de querer falar com as pessoas e estabele- cer uma relação com o público. Pergunta – Este ano você completa 23 anos de carrei- ra. Em qual momento você sentiu que estava na profis- são certa? Stulbach – Alguns traba- lhos me confirmaram que esta- va no caminho certo. Mas acho que a peça “Novas Diretrizes em Tempos de Paz” foi funda- mental para meu crescimento profissional. Foi onde tive a sensação de que poderia dizer coisas do meu jeito, misturar minha história e minha identi- dade com o meu trabalho, e compartilhar isso com as pes- soas. Foi um sucesso surpreen- dente na minha vida, virou um filme onde contracenei com o Tony Ramos e me levou para a televisão. Tudo de relevante que me aconteceu como ator veio depois desse trabalho. “Fina Estampa” – Globo – Segunda a sábado, às 21h10. “Saia Justa” – GNT – Quartas, às 22h. “O Amor Está no Ar” (Globo, 1997) – Horácio. “Os Maias” (Globo, 2001) – Craft. “Esperança” (Globo, 2002) – André. “Mulheres Apaixonadas” (Globo, 2003) – Marcos. “Papo de Anjo” (Globo, 2003) – Anjo Gabriel. “Senhora do Destino”, (Globo, 2004) – Edgard. “JK” (Globo, 2006) – Zinque. “Amazônia, de Galvez a Chico Mendes” (Globo, 2007) – Leandro. “Queridos Amigos” (Globo, 2008) – Léo. “Som & Fúria” (Globo, 2009) – Ricardo. “Norma” (Globo, 2009) – Fernando. “Afinal, o Que Querem as Mulheres?” (Globo, 2010) – Jonas. “Fina Estampa” (Globo, 2011) – Paulo. Trajetória televisiva Ao pensar sobre a importân- cia do teatro para sua formação, Dan Stulbach logo lembra da primeira vez que foi aos Estados Unidos, aos 18 anos. O propósi- to de estudar Inglês escondia o real objetivo do ator: conhecer Nova York e assistir ao maior número de espetáculos teatrais possíveis. Para garantir a aven- tura pelo país, Dan trabalhou por alguns meses como bilhetei- ro em um cinema de San Diego, na Califórnia. Até juntar dinhei- ro suficiente para garantir a di- versão pelas ruas da Broadway. “Fiquei deslumbrado com a vi- da. Quando consegui chegar em Nova York, acho que assisti 14 peças em 12 dias. Acabavam os espetáculos e eu tentava falar com os atores. Conheci Al Paci- no, John Malkovich, entre ou- tros”, conta. Até hoje, regularmente, Dan volta à cidade para assistir novas peças e fazercursos. Em uma des- sas idas, muito antes de se tornar conhecido no Brasil, o ator fez um curso de televisão e acabou arranjando um emprego por lá. No entanto, a carreira que estava construindo no Brasil falou mais alto. “Não queria viver essa expe- riência em outro país. Se eu co- meçasse, talvez não voltasse para o Brasil. Eu queria era fazer tevê, teatro e cinema aqui. Para as pes- soas que falam minha língua, que eu conheço, onde tudo faz mais sentido”, derrama-se. Na frequência A experiência de Dan Stul- bach com o rádio surgiu da von- tade de fazer algo despretensio- so ao lado dos amigos José Go- doy, Rodrigo de Moares e Luiz Medina. No ar pela rádio CBN desde 2006, o “Fim de Expediente” consolidou-se no “dial” e já re- cebeu convites para ser adapta- do para a tevê. “Fiquei com o pé atrás de levar o programa pa- ra o vídeo. O rádio foge da ilu- são da tevê. Não preciso me ma- quiar para apresentar. É onde a opinião é mais importante que a imagem”, filosofa. Mesmo receoso com a ida do programa para a televisão, Dan já começa a pensar nesta possibilidade com outros olhos. “Ir para a televisão é uma consequência da repercussão do programa no rádio. A única exi- gência seria manter a liberdade no formato”, avisa. (TP) ‘Reciclagem’ na Broadway DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 19 - TV
  • 20. Atrizes adolescentes tentam se adaptar às súbitas transformações entre a infância e a fase adulta em seus personagens TV Press Em um papel, uma menini- nha. Meses depois, em outra no- vela, um mulherão. Essa mu- dança drástica por que passam parte das atrizes tem sido cada vez mais comum na tevê. De personagens infantis, uma con- siderável fatia das atrizes parte, em pouco espaço de tempo, pa- ra papéis mais sensuais, nor- malmente até com figurinos ou- sados, muita maquiagem e far- tos cabelões. Neste salto da in- fância ou pré-adolescência para uma fase mais adulta, algumas sentem dificuldades para se en- caixar e se adaptar a alguns per- sonagens que pareçam ter me- nos ou mais idade e que se dis- tanciam da realidade em que vi- vem. Bruna Marquezine, por exemplo, que vive a ex-Miss Be- lezinha em “Aquele Beijo”, na Globo, passou por isso em sua última trama na emissora, quando interpretava a lúdica Terezinha em “Araguaia”. Nes- se trabalho, em que a atriz já media 1,70 m de altura, a pro- dução da trama tinha de “escon- der” Bruna em figurinos de ves- tidinhos estampados e fecha- dos até o pescoço para disfarçar as formas da atriz. Além disso, ela não podia entrar com ne- nhum tipo de maquiagem em cena. “Era muito complicado. Qualquer maquiagem me trans- formava em mulher. Diziam que eu parecia muito adulta pa- ra a personagem. A produção surtava no estúdio. Agora a Be- lezinha já é mais adequada para minha idade, mas ela vive con- flitos que nunca passei”, avalia a atriz de 16 anos. Um desses conflitos é a gra- videz na adolescência, coisa que nem passa pela cabeça de Bruna. O mesmo aconteceu com Marina Ruy Barbosa em “Morde & Assopra”. A atriz, que antes da trama começar ha- via sido escalada para uma per- sonagem mais jovem, teve de encarar a antipática Alice, uma personagem bem mais velha que a atriz de 16 anos, que até se casava na história de Walcyr Carrasco. Marina, que em “Es- crito nas Estrelas” vivia uma adolescente com crises infan- tis, na trama seguinte apareceu como uma mulher sensual, com figurinos justos, curtos e saltos altíssimos. “É uma com- posição diferente quando você não vive no universo que retra- ta sua personagem. Com a Ali- ce foi assim”, avalia Marina. Já Pérola Faria, que vive a audaciosa Vitória em “Rebel- de”, na Record, mudou comple- tamente de um papel para o ou- tro. Depois de viver a serelepe Juliana, em “Bela, A Feia”, Pé- rola pegou pesado nas aulas de spinning e musculação, passou a malhar cinco vezes por sema- na e, quando estreou em “Re- belde”, surpreendeu. Apareceu com o corpo delineado e expos- to com as saias curtíssimas do figurino de sua personagem ati- rada, que dava em cima de to- dos os personagens masculinos no início da história. “Foi com- plicado porque eu sou tímida, menininha. Sou muito na mi- nha e a personagem chegou a se jogar de calcinha e sutiã na piscina”, ressalta. Para a psicóloga Maria Nunes Dias, as novelas só re- fletem as mudanças súbitas que muitas meninas passam nessa idade. “Em um ano, elas brincam de boneca. No ano seguinte, colocam um salto, perdem a virgindade e vão para a noite. Não existe mais um processo de adapta- ção da infância para a ado- lescência, que muitas vezes já é encarada como fase adul- ta”, analisa. Nessa trajetória comandada pelos hormônios, a atriz Marce- la Barrozo acabou fazendo o ca- minho oposto com sua atual per- sonagem em “Vidas em Jogo”, da Record. A atriz de 20 anos as- sume que levou um susto quan- do foi chamada para viver uma menina de 15 anos. Acostuma- da a aparentar menos idade por suas feições delicadas, Marcela teve de se “infantilizar” para a personagem, como relembrar as rebeldias da idade e suas inter- mináveis brigas com a mãe. “To- do mundo já passou por isso, né? Mas eu não queria ter rosto de 15 anos. Preferia aparentar ser mais velha porque já tenho 20. Vou ter de ficar fazendo pa- pel de menininha por muito tempo com essa cara que eu te- nho”, acredita, aos risos. Hormônios em ebulição Os meninos também pas- sam por drásticas mudanças en- tre a infância e a fase adulta, o que também interfere em seus personagens. Transformações na voz, pêlos, espinhas, rosto disforme pelo excesso de hor- mônios sempre denunciam mu- danças radicais em seus papéis. Para David Lucas, que estreou aos 10 anos de idade como o Terê de “Alma Gêmea” e logo ficou conhecido como o diverti- do Hélio, do seriado “Minha Nada Mole Vida”, no ano se- guinte, não foi fácil crescer adaptando-se aos papéis ofereci- dos na tevê. Agora, como o ma- duro René de “Fina Estampa”, David está se acostumando aos personagens mais velhos, mas ainda acredita que as pessoas lembrem muito dele nos mais infantis. “Mantenho os pés no chão nessa carreira porque co- mecei cedo. As pessoas se sen- tem íntimas por terem me visto crescer”, explica. Com Pedro Malta, a situa- ção não foi muito diferente. Desde que se destacou na tevê como o pequeno e carismático Lipe, de “Coração de Estudan- te”, começou a colecionar prê- mios como ator, mas nunca conseguiu apagar o semblante do inteligente e curioso papel que era filho do personagem de Fábio Assunção. Tanto que Pe- dro demorou para se livrar de seus personagens mais infantis até chegar ao Marcolino, papel do jovem simples e nordestino que interpreta em “Vidas em Jogo”. “Essa fase adolescente para o menino é mais estranha, a gente muda muito e alguns personagens não acompanham. Mas sempre consegui conciliar essas mudanças”, afirma. Mudanças FASE CRESCENTE Afonso Carlos/Divulgação TV - 20 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
  • 21. Polliana Aleixo se sobressai como uma determinada tenista em “A Vida da Gente” TV Press Os olhos oblíquos de Polliana Aleixo chegam a ficar ainda mais expressivos quando a atriz curiti- bana fala sobre a tenista Cecília, que acaba de entrar em “A Vida da Gente”. Afinal, há pouco mais de um mês, a atriz de quase 16 anos recebeu um telefonema da Globo avisando que a autora da trama das seis, Lícia Manzo, ha- via escrito uma personagem pen- sando nela. Foi quando Polliana conversou com o diretor Jayme Monjardim, que estimulou a atriz com a proposta de viver uma “tenista profissional”. Bas- tou para que a atriz se entusias- massecom ochamadoecomeças- se a treinar duas horas por dia, de segunda a segunda, durante mais de 20 dias antes mesmo de come- çarem as gravações. O resultado foram 4 kg a menos e a rotina de uma atleta, que incluem uma ali- mentação balanceada, exercícios aeróbicos diários e musculação. Tudo para compor a determina- da tenista que faz tudo para ser a melhor das quadras e derrotar a jogadora Sofia, de Alice Weg- mann. “Passei a levar uma vida de atleta, e a dormir cedo e trei- narmuito.Precisavatermuitofô- lego porque gravamos no sol. É muito cansativo!”, destaca. Para a atriz, que se sobressaiu na tevê também em uma trama de Lícia Manzo, no seriado “Tu- do Novo de Novo”, a composição dapersonagemtambémtevepita- das de vilãs do cinema, como da arrogante Miranda, de Meryl Streep, em “O Diabo Veste Pra- da”. “Claro que a Cecília não che- ga a ser assim, mas tem o mesmo ar de superioridade”, pontua Polliana, que acredita que Cecília não deve se tornar uma vilãzinha nahistória.Apenaséfocadanoes- porte como sua treinadora que tanto admira, a amarga Vitória, deGiseleFróes.“Elaadmiramui- to a Vitória, quer ser como ela, quer 100% daquela determina- ção. Chega a abrir mão da vida de adolescente para ir atrás do so- nho de ser uma grande campeã”, anima-se. Em seu papel de maior desta- que na tevê, Polliana se sente se- gura ao afirmar que seu caminho como atriz começa a ter alicerces sólidos. Há quatro anos morando no Rio com a mãe Márcia, desde que veio para atuar na trama “Be- leza Pura”, em 2008, a atriz nun- ca esteve muito tempo distante dateledramaturgia. Por isso, toda a família decidiu também mudar aos poucos para o Rio por causa da profissão de Polliana. Tanto que Mauro, pai da atriz e faixa azul no jiu-jítsu, é quem exerce o papeldepreparadorfísicoeperso- nal trainer da atriz. “Eles me apoiammuito!Toda afamíliaen- trou no peixinho e na salada para me acompanhar na dieta da Cecí- lia”, orgulha-se a atriz que come- çounacarreiraatuandoem diver- sos comerciais. “Trabalho muito desde os sete anos de idade”, avi- sa, aos risos. A simpatia de Polliana se es- tendeatéaosmomentosmaisten- sos, como quando esmiuça a cor- reria de seu dia a dia, que se divi- de entre as gravações da trama e o treino puxado de tênis durante as fériasescolares-elaestánosegun- do ano do ensino médio. “Gravar um seriado é bem mais tranquilo, tudo é feito com mais cuidado. Emnovelaéumacorreriasó!”,as- sume a atriz, que pensa em pres- tar vestibular para Comunicação Socialnopróximoano.“Querofa- zer algo inovador para mim, mas que também seja útil na minha profissão”, planeja. “A Vida da Gente” – Segunda a sábado, às 18h25. Close Intensa suavidade Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 / 21 - TV
  • 22. MALHAÇÃO - 17H50 Segunda-feira - Raíssa vê Agenor com Brigitte e avisa ao irmão que Belezinhaestá passandomal.Age- nor chama Ricardo para socorrer Belezinha. Raíssa pede a Brigitte paralevarBelezinhaaohospital.Al- berto diz a Sarita que Regina acei- tou ajudá-los. Damiana conta que Belezinha foi internada e Felizardo acredita que sua casa foi amaldi- çoada. Bob tenta convencer Íntima a visitar Belezinha. Vera alerta Vi- centeparaevitarconfusões.Belezi- nha perde o bebê. Terça-feira - Marieta,Olavo eTalu- da descobrem que Violante está fingindo ser uma índia. Amália diz que Vicente precisa escolher entre sua carreira e Claudia. Maruschka, Henrique, Grace Kelly e Deusa ofi- cializamavenda daComprare.Age- nor diz ao pai que Belezinha não o ama. Belezinha diz a Agenor que vai morar com Bob na casa de Eve- va. Vicente decide viajar com Clau- dia. Belezinha diz a Agenor que quer anular o casamento. Quarta-feira - Belezinha pede pa- ra Agenor manter seu emprego na Shunel. Grace Kelly fala para Ma- ruschka que quer derrubar a limi- nar que proíbe a demolição do Co- vil do Bagre. Belezinha fala para Bob que pretende voltar para as passarelas assim que conseguir a anulação de seu casamento. Vio- lante chantageia Brites para não publicar seu vídeo com Olavo. Mir- ta obriga Maruschka a ir com Regi- na tirar Rubinho da casa de Clau- dia. Claudiae Vicente ficam juntos. Quinta-feira - Até o fechamento desta edição, a emissora não dis- ponibilizou o capítulo deste dia. Sexta-feira- Até ofechamento des- ta edição, a emissora não disponi- bilizou o capítulo deste dia. Sábado - Até o fechamento desta edição, a emissora não disponibili- zou o capítulo deste dia. FINA ESTAMPA - 21H00 A VIDA DA GENTE - 18H15 Segunda-feira - Tereza Cristina convence Crô de que Marcela es- tá viva. Teodora encontra Quinzé boiando na piscina. Ferdinand se esconde ao ver Griselda e Guaracy chegando. Griselda le- va o filho para o hospital. Teodo- ra fica no hospital com Quinzé. Quinzé sai do hospital e conta o que aconteceu para a família. Te- reza Cristina se irrita ao saber que o filho de Griselda sobrevi- veu ao atentado. Alice sugere que Íris chantageie Tereza Cristi- na. Íris desmaia ao ver Marcela na pousada. Terça-feira - Todos se assustam ao ver Joana, a irmã gêmea de Marcela. Teodora cuida de Quin- zé. Joana se surpreende ao ver que o laptop de Marcela está va- zio. Esther repreende Beatriz ao tentar se aproximar de Vitória. Da- nielle procura Beatriz. Antenor fi- ca impaciente à espera da repor- tagem sobre Tereza Cristina. Um dos homens que estavam no car- ro de Ferdinand observa o futuro médico. O repórter liga para Tere- za Cristina. Quarta-feira - Tereza Cristina man- da o repórter ir à sua casa e dis- pensa seus empregados. Luana avisa a Joana que ela não encon- trará o que procura no hospital on- de Marcela morreu. Patrícia dá um ultimato em Antenor e ele re- vela a história de Tereza Cristina. Alexandre flagra Patrícia e Ante- nor se beijando. Juan Guilherme fala para Chiara que a levará ao médico. Celeste avisa a Griselda que Tereza Cristina pediu para fi- car sozinha em casa. O repórter chega à casa de Tereza Cristina. Quinta-feira - Griselda sai apres- sada da loja e Gigante estranha. Renê Junior entra em casa no mo- mento em que sua mãe está pres- tes a empurrar Beto da escada. Tereza Cristina conta sua história para Renê Junior e Griselda e Crô escutam a conversa escondidos. Enzo conta para Pereirinha que Tereza Cristina possui um segre- do ainda maior do que o que foi re- velado. Patrícia decide voltar a morar com a mãe. Renê Junior pe- de que Renê volte para casa. Sexta-feira - Renê promete que pensará no pedido do filho. Ante- nor avalia se ainda quer se ca- sar com Patrícia, agora que sabe do segredo. Paulo chega à casa de Tereza Cristina e os dois con- versam emocionados. Tereza Cristina manda Crô avisar aos jornalistas que fará uma declara- ção. Antenor pede Patrícia em casamento. Patrícia marca um encontro com Alexandre. Tereza Cristina se faz de vítima para os jornalistas. Beto deixa a vilã fu- riosa ao chamá-la pelo sobreno- me de sua mãe. Sábado - Tereza Cristina acusa Beto de perseguição. Paulo afir- ma que nada mudará a relação que tem com sua irmã. Para impli- car com a mãe, Patrícia conta que está noiva de Antenor. Renê avisa a Tereza Cristina que dormi- rá no quarto de hóspedes. Walla- ce chega para o jantar na casa de Dagmar. Teodora chega em casa furiosa com Deborah. Joana mos- tra a foto de Tereza Cristina disfar- çada para Álvaro. Patrícia termina o namoro com Alexandre. Tereza Cristina procura Griselda. Segunda-feira - Manuela age com frieza ao falar com Ana. Renato e Su- zana trocam elogios sobre Alice. Laura diz que terá que viajar por mui- to tempo e termina o relacionamen- to com Lúcio. Júlia chama Ana de mãe. Rodrigo fica impressionado com o profissionalismo de Manuela durante uma reunião com os funcio- nários do bufê. Vitória exige que Ce- cília faça um jogo técnico para ga- nhar suas partidas. Sofia e Cecília vencem todas as suas partidas e se- guem para a final do torneio. Terça-feira - Ana tenta tranquilizar Sofia durante o treino, enquanto Vi- tória é dura com Cecília. Laudelino aceita ser sócio de Rodrigo em ou- tro negócio. Ana e Lúcio falam bem um do outro para Sofia e Celina. Jo- nas almoça com Ângela no shop- ping. Cristiane flagra Jonas no res- taurante com Ângela e, furiosa, aca- ba esquecendo Tiago. Cris discute com Jonas ao chegar em casa. Lore- na avisa que Tiago está no shop- ping e Lourenço corre para buscá-lo. Quarta-feira - Rodrigo fica encanta- do ao ver Manuela arrumada para sair. Lourenço diz que lutará pela guarda de Tiago. Moema convence Iná a conversar com Laudelino. Eva se irrita com o desempenho de So- fia. Cecília vence a partida e Vitória sorri satisfeita. Ana conforta Sofia. Vitória se preocupa com o estado emocional de Cecília. Lourenço afir- ma para seu advogado que preten- de fazer o que estiver ao seu alcan- ce para ficar com Tiago. Quinta-feira - Lourenço confessa a Rodrigo que está com medo da pa- ternidade. Lúcio e Ana conversam ao telefone, enquanto assistem ao mesmo filme na televisão. Dora re- clama para Celina das atitudes de Marcos com a agência. Alice conhe- ce Bárbara, que fica encantada com a irmã mais velha. Cícero fica enciu- mado ao saber que Suzana vai tra- balhar com Renato. Ana e Lúcio fa- zem diversos programas juntos. Após uma passagem de tempo, Ana e Lúcio se beijam. Sexta-feira - Até o fechamento des- ta edição, a emissora não disponibi- lizou o capítulo deste dia. Sábado - Até o fechamento desta edição, a emissora não disponibili- zou o capítulo deste dia. Segunda-feira - Gabriel socorre Cristal. Débora fica satisfeita com a demissão de Guido. A mé- dica desconfia que Cristal este- ja grávida. Gabriel fica com Cris- tal no hospital. Ziggy conta para Tomás que Cristal foi hospitali- zada. Moisés se desespera por acreditar que Alexia está no hos- pital. Betão teme o que Nelson fará com Gorila. Tomás e Moisés chegam ao hospital questionando Gabriel sobre Cristal e Alexia. Terça-feira - Vinícius despista Laura sobre a armação de Débo- ra. Gabriel ameaça Moisés, que não se intimida. Cristal acredita que Tomás causou ciúmes em Gabriel e Babi repreende a ami- ga. Gabriel cobra uma explicação de Alexia por ter armado seu en- contro com Cristal. Helena apare- ce no bar onde Nelson está e in- siste em ficar com ele até encon- trarem Gorila. Gabriel pergunta se Alexia está escondendo algu- ma coisa sobre Moisés. Quarta-feira - Alexia implora para que Gabriel não se desentenda com Moisés. Cristal vê Gabriel mandar uma mensagem para Ale- xia. Babi fica enciumada ao ver Be- tão cercado por mulheres na facul- dade. Gabriel e Alexia combinam um final de semana romântico na casa de Beatriz. Laura deixa Alexia sair com Gabriel. Laura encontra uma nota de cem reais no bolso da bermuda de Débora e descon- fia que ela pode ter armado para Guido ser demitido. Quinta-feira - Gabriel manda Cristal embora de seu apartamento. Débo- ra inventa uma desculpa para justi- ficar a nota de cem reais para Lau- ra. Cristal diz a Babi que se unirá a Moisés para separar Alexia e Ga- briel. Vinícius confirma a história de Débora para Laura. Alexia e Ga- briel passam a noite juntos. Hele- na aconselha Laura a procurar Gui- do. Moisés vê Tomás destratar Ale- xia. Laura e Guido se beijam. Moisés impede a passagem de To- más no pátio da faculdade. Sexta-feira - Natália flagra Lau- ra e Guido juntos. Tomás pede um beijo para Cristal em troca de ele ter arrumado uma entre- vista para ela com um deputa- do. Débora se encanta por Nan- do. Aparecida se emociona com a TV que seus filhos com- praram. Gorila é preso. Babi fa- la para Cristal que ela pode es- tar grávida. Moisés se preocu- pa ao saber que Gorila foi pre- so. Gabriel afirma a Alexia que ninguém irá separá-los. Cristal confirma sua gravidez. Resumo das novelas AQUELE BEIJO - 19H15 GLOBO TV - 22 / São José do Rio Preto, 29 de janeiro de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO