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ENSINO MÉDIO
3ª. Série
RESUMO PARA ESTUDO
HISTÓRIA ANTIGA
A teoria sobre o surgimento do homem que prevalece hoje é a teoria da evolução de
Darwin. De acordo com as descobertas recentes os primeiros ancestrais humanos
viveram no Leste africano há cinco milhões de anos. Fóssil mais antigo encontrado
Toumai, encontrado no deserto do Chade em 2002. Crânio e fragmento de mandíbula
com idade entre 6 e 7 milhões de anos. Tem cérebro igual ao de um chimpanzé moderno
e mandíbula pouco proeminente, menor que a dos hominídeos posteriores. Achado na
área de Baringo no Quênia em 25/10/2000, pela equipe do palentólogo Martin Pickford
do Collége de France, o Homem do Milênio - O Orrorin tugenensis, tem idade estimada
de 6 milhões de anos. A criatura estaria em um estágio evolutivo superior ao dos
hominídeos mais recentes.(Revista Veja, 13/12/2000, p. 88-90).
Depois existe enorme lacuna fóssil até os 4 milhões de anos com o Australopitecus
ramidus de 4,4 milhões de anos. Esqueleto mais completo encontrado Lucy –
aproximadamente 3,18 milhões de anos. Ao longo do tempo surgiram várias espécies
que competiram mutuamente: austrolopithecus africanos, afarensis, garhi, bolsei,
robustus, Homo rudolfensis, ergaster, habilis, antecessor, helderberg e erectus. Mais
recentemente surgiu o homo sapiens neandertalensis que viveu de 600.000 a 30.000
anos, tendo convivido com a espécie humana, mas sem cruzamento aparente. O homo
sapiens sapiens atual apareceu por volta de 200.000 anos.
Duas teorias explicam o povoamento da terra – ARCA DE NOÉ – a mais aceita
defende a idéia de que a população atual surgiu de uma única população que viveu na
África Austral entre 200 e 100.000 anos atrás. CANDELABRO – defende a tese de que
os seres humanos surgiram simultaneamente em diversas partes do globo.
Recentemente antropólogo australiano Alan Thorne afirmou que o fóssil australiano O
Homem de Mongo, com idade entre 58 e 68.000 anos é geneticamente diferente do
homo sapiens africano. Por outro lado, pesquisadores da universidade de Michigan
afirmam que o homem é produto do cruzamento entre várias espécies de hominídeos.
POVOAMENTO DAS AMÉRICAS – Nas Américas, a teoria mais aceita situa o
povoamento iniciado há 15.000 anos quando tribos do sul da China chegaram na
América do Norte pelo Estreito de Bering. A antropóloga Niéde Guidon defende a tese do
povoamento no Brasil há 50.000 anos.
NEOLÍTICO OU IDADE DA PEDRA POLIDA – período recente mais significativo pela
Revolução Neolítica, descoberta da agricultura que permitiu a sedentarização dos
grupos humanos (antes vivendo como nômades da caça, coleta e extrativismo), e a
formação dos primeiros núcleos urbanos e civilizações.
ANTIGUIDADE ORIENTAL Estudo das sociedades asiáticas, civilizações
hidráulicas ou de regadio – Egito, Mesopotâmia, Oriente Médio e Mediterrâneo.
Características gerais: comunidades de aldeia agrícolas, estado despótico controlando a
produção e a sociedade, atividade agrícola predominante, trabalho escravo.
EGITO ANTIGO
 Civilização fascinante. Intensa produção artística. Beneficiada pelo isolamento
geográfico – deserto da Líbia a Oeste e do Sinai e Arábia a Leste. Agricultura
produtiva graças a enchentes regulares do Nilo. Rio transborda de julho a novembro,
depositando húmus fertilizante em suas margens". O Egito é uma dádiva do Nilo"
Heródoto.
PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO – comunidades rudimentares chamadas de Nomos que
se agruparam , por volta de 3.500 ªC. formando dois reinos Alto Egito ao sul e Baixo Egito
ao Norte . PERÍODO DINÁSTICO – Menés unificador do Egito e primeiro faraó em 3200
ªC . Monarquia teocrática , faraó como deus. Estado proprietário das terras.
ANTIGO IMPÉRIO – 3200 a 2300 aC., fato mais importante – construção das três
pirâmides. Política pacífica. Enfraquecimento do poder do faraó no final, fortalecimento
dos Nomarcas.
MÉDIO IMPÉRIO – 2000-1580 ªC., novo fortalecimento do faraó até invasão dos
Hicsos, povo da Ásia entre 1788 e 1580 a.C., fim do isolamento e Egito conheceu pela
primeira vez a dominação estrangeira . Hicsos introduziram
cavalo, diversos
armamentos .

NOVO IMPÉRIO – 1580-525 a.C. – APOGEU. Expulsão dos Hicsos. Escravização dos
Hebreus até êxodo com Moisés em 1250. Imperialismo com Tutmés III e Ramsés II.
Conquista da Síria e Palestina. Reforma religiosa fracassada com Amenófis IV, numa
tentativa de enfraquecer os sacerdotes, com substituição do deus Amon por Aton – culto
monoteísta e círculo solar. Sacerdotes vencem coroando Tutankhamon. Construídos os
templos de Luxor e Karnac. Após Ramsés III declínio até domínio Assírio de 670 a 663
a.C..
RENASCIMENTO SAÍTA de 663 a 525 a.C., liderado por Psamético, governador da
cidade de Saís, que expulsou os assírios. Construído por Necao, canal de Ramsés II,
ligando o Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Em 525 domínio persa até 332, domínio
macedônio de 332 a 30 e em seguida domínio romano.
ECONOMIA – Agricultura em torno do rio Nilo. Estado controlava sociedade de castas
formada pela elite – faraó, sacerdotes, nobreza, militares. Camada média - escribas,
comerciantes e artesãos e pelo povo: camponeses, e escravos.
 RELIGIÃO - elemento fundamental na vida egípcia, base da religião era o culto local, o
que colocava cada cidade sob a proteção de um deus e fazia dos sacerdotes o grupo de
maior poder e prestígio da sociedade. Politeísta com deuses com forma humana e
animal – Anúbis (antropozoomorfismo), só forma humana – Ísis (antropomorfismo),
deuses animais – boi, crocodilo, leão, gato, etc, (zoomorfismo) e elementos da
natureza como o sol e a lua - Rá. Crença em vida pós morte, daí mumificação. Escrita
desenvolvida em 3 tipos – Hieroglífica
(sagrada), Hierática (documentos) e
Demótica (popular), decifrada por Champollion na pedra de Roseta . MESOPOTÂMIA
Localizada no atual Iraque, região do Crescente Fértil (que compreende também os
vales do Nilo e Jordão), entre os rios Tigre e Eufrates (que nascem nas montanhas da
Armênia e desembocam no Golfo Pérsico), com enchentes menos regulares que o Nilo,
sem as proteções naturais do Egito, daí região muito agitada historicamente. Dividida, a
grosso modo em Alta ao norte, região da Assíria (árida e montanhosa) e Baixa, ao sul, a
Caldéia, pantanosa e alagadiça. Horóscopo tão comum hoje em dia já era intensamente
consultado na mesopotâmia.
SUMÉRIOS – Cidades Estado comandadas pelo Patesi. Base cultural da civilização
mesopotâmica. Criadores da escrita cuneiforme. Precursores do código de Hamurábi
com o Código de Dunji. Lei do Talião. Avanço da astrologia.

ACÁDIOS

– Semitas vindos do deserto da Arábia, dominaram os Sumérios,
destacando-se Sargão I, responsável pela unificação da região.
I IMPÉRIO BABILÔNICO – Amoritas criaram primeiro império na região. Destaque
Hamurábi, dominou Assíria e Golfo Pérsico e criou Código Hamurabi, composto de 282
leis , maior ordenamento jurídico da antiguidade oriental, cuja base é a pena do talião .
IMPÉRIO ASSÍRIO – Império militar famoso por sua crueldade. Com Sargão II,
dominaram reino de Israel. Sob Tiglatfalasar dominaram a Babilônia. Senaqueribe
transferiu a capital de Assur para Nínive e Assurbanipal construiu em Nínive a maior
biblioteca da antiguidade antes de Alexandria com 22.000 tábuas e venceu o Egito. Após
sua morte houve decadência.
II IMPÉRIO BABILÔNICO – auge com Nabucodonosor. Conquistou a Palestina,
escravizando os judeus do reino de Judá, no “Cativeiro da Babilônia”. Construiu os
jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo e o Zigurate
(torre de Babel). Aniquilou os fenícios. Agricultura atividade principal, mas comércio
altamente desenvolvido. Estado teocrático, menos religioso que o Egito. Religião
politeísta contém a Epopéia de Gilgames, narração do dilúvio por outra fonte que não a
Bíblia.

HEBREUS
 Povo de origem semita que se instalou na Palestina (terra de Canaã ou terra
prometida) no século XVIII a.C.. Norte, fronteira com a Síria, ao sul com o Sinai, a
leste com a Arábia desértica e oeste o Mediterrâneo. No interior destaca-se o rio
Jordão e o Mar Morto, possibilitando a agricultura em uma região árida. História
contada na Bíblia, no Antigo Testamento.
 ERA DOS PATRIARCAS – início da ocupação com luta contra Cananeus e Filisteus,
sob o comando dos patriarcas, chefes dos clãs: Abraão que conduziu seu povo de Ur
na Caldéia, para a Terra Prometida, Isaac e Jacó ou Israel que teve 12 filhos dos
quais se originaram as 12 tribos de Israel. Secas obrigaram judeus em 1800 a.C. a
migrar para o Egito, sendo escravizados após expulsão dos Hicsos em 1580 a.C.. Na
Bíblia este processo é narrado pela história de José, um dos 12 filhos de Jacó que
vendido como escravo, acabou ministro do faraó e chamou seus irmãos. Moisés em
1250 a.C. libertou o povo, voltando à Palestina após 40 anos, o êxodo, recebendo no
caminho as tábuas da Lei, os Dez Mandamentos (decálogo) e a confirmação dos
hebreus como povo escolhido de Javé.
 JUÍZES – Com Josué, chegaram á Palestina, lutando contra os Filisteus. Gideão,
Sansão e Jefté e Samuel.
 REIS – Saul primeiro rei e depois Davi que derrotou Golias e conquistou Jerusalém.
Auge com Salomão construtor do Templo de Jerusalém, estabilidade e crescimento
comercial. Instituídas várias festas religiosas: Sabat (dia de descanso), Páscoa
(êxodo), Pentecostes (recebimento do Decálogo), etc.
 CISMA – A morte de Salomão gerou disputa que criou dois reinos – Israel e Judá.
Judeus se enfraqueceram. Em 701, reino de Israel conquistado pelos Assírios. Em
586 reino de Judá, conquistado pelos Babilônios – Cativeiro da Babilônia. Em 539
retornam à Palestina como província persa, na região de Judá, daí o nome de judeus.
Em 332 domínio macedônico. Em 63 protetorado romano. Em 70, revolta levou o
Imperador Tito a destruir Jerusalém. Em 135 nova revolta levou á diáspora judaica.
Judeus se dispersaram pelo mundo. Única religião monoteísta da Antiguidade.
Crença no Messias. Estado só volta a existir em 1948 criado pela ONU.
 RELIGIÃO - principal contribuição. Religião monoteísta, única do período e que
contribuiu para a formação do islamismo e do cristianismo. Predominou o
patriarcalismo e a poligamia. Economia pastoril e posterior desenvolvimento
comercial pelas rotas de caravanas.
FENÍCIOS
 Norte da Palestina – região do Líbano atual. Forte comércio e navegação marítima.
Predomínio de cidades Estado – Biblos, Sidon e Tiro, dominadas pelos ricos
comerciantes – Talassocracia. Fundaram Cartago. Criaram alfabeto de 22 letras, que
deu origem aos alfabetos modernos.
PERSAS
Leste da Mesopotâmia, no atual Irã. Fusão dos Medos e Persas, povos arianos. Maior
império da Antiguidade Oriental. Despotismo de direito divino unificado por Ciro (559-529
a.C.) que dominou o Império Babilônico e libertou os judeus. Cambises (529-522 a.C.)
dominou o Egito. Dario I (52-484 a.C.) dividiu o império em satrápias, construiu estrada
real de 2400 km e adotou dáricos (moeda). Com Dario e depois Xerxes, os persas
atacaram os gregos, nas Guerras Médicas, mas foram derrotados tendo início
decadência até o domínio dos macedônios com Alexandre Magno. Religião dualista –
Zoroastrismo – duas divindades Ahura Mazda deus do bem, da luz e Ahriman deus do
mal, das trevas. Crença na vinda do messias e ressurreição dos mortos tendo
influenciado o judaísmo e o cristianismo. Livro sagrado Zend-Avesta .

ANTIGUIDADE CLÁSSICA -Geografia da Península Balcânica com relevo acidentado,
montanhoso, dificultando comunicações internas, facilitando autonomia das cidades.
Solo pouco fértil, bons portos e conhecimento de navegação, favorecendo o comércio
marítimo. Três regiões: Continental – norte da península; Peninsular – sul e Insular - ilhas
do Mar Egeu (leste) e Mar Jônio (oeste).
CRETA
O destaque para a questão geográfica (uma ilha que foi ocupada por volta de 3000 a.C
tornaram-se notáveis pelo comércio marítimo, pelo artesanato e pela influência que
exerceram sobre os gregos. A partir de 2200 a.C., diversas cidades prosperaram por
causa das atividades com metais e da relação comercial com a Fenícia, Egito e Síria.
Período de grande desenvolvimento urbano.
Por volta de 1750 a.C., uma catástrofe desconhecida destruiu parte das construções
cretenses. Em 1700 a.C., palácios foram construídos e CNOSSOS
se torna a cidade mais importante, com uma frota bem aparelhada que garante a
segurança e o desenvolvimento do comércio marítimo.
As festas ao ar livre estimulavam as competições esportivas. A arquitetura era o
destaque em Creta e a mulher tinha um papel de destaque na sociedade. A grande
divindade cultuada em Creta era uma mulher, a Grande Mãe, símbolo da terra e da
fecundidade. Por volta de 1400 a.C., os Aqueus, invadiram Creta, Cnossos foi destruída,
dando origem a Civilização Creto-Micênica.
ORIGEM DOS GREGOS
Período Pré-homérico (2000-1200 a.C.)
 Sucessivas migrações de povos arianos que ocuparam a Península Balcânica a partir
do ano 2000 a.C., formaram o povo grego. Os AQUEUS se estabeleceram na região do
Peloponeso e fundam as vilas de Tirinto e Micenas, permitindo desenvolvimento
comercial e urbano. Micenas assimila o modo de vida e as artes cretenses surgindo a
Civilização Creto-micênica.
 No início do século XII a.C., invasores jônios e eólios, se estabeleceram na região,
seguidos pelos dórios, superiores militarmente e com uma sociedade em estágio inferior
aos creto-micênicos, dominaram os povos na península, impondo sua cultura, levando a
primeira diáspora grega.

Período Homérico (1200-800 a.C.)
 Conhecido por meio das obras de Homero (Ilíada e a Odisséia). Organizados em
genos (comunidades agropastoris formadas por pessoas ligadas por laços familiares a
um chefe comum – o pater). Propriedade da terra comum, certo grau de igualdade, os
parentes mais próximos ao pater tinha maior importância social.

Período Arcaico (800-600 a.C.)
 A geografia interfere (influência) na formação social, política e cultural da Grécia. O
continente era montanhoso, com vales férteis, porém isolados entre si, contribuindo para
a formação das polis (cidades-estados). O litoral extenso e recortado estimulou a
navegação e o comércio externo. A população crescia e a produção agrícola não,
gerando insatisfação e discórdia. A terra comum foi dividida e surge à hereditariedade
pela posse da terra, os genos se desintegraram e grande parte da população ficou a
margem da sociedade.
 Os genos levam as fatrias que levam as tribos e logo depois ao surgimento das polis
ou cidades-estados, independentes embora ligadas por laços culturais comuns. Os
EUPÁTRIDAS monopolizavam o conselho e escolhia o rei, o povo era excluído.

Período Clássico (600-400 a.C.)
 Esparta fundada pelos dórios na região fértil no Peloponeso precisava de terras para
produzir alimentos, levando a conquista da Messênia. Os escravos eram a base
produtiva e para manter o domínio a educação espartana era rígida, com ênfase nas
práticas físicas e militares. O jovem se dedica a defender o Estado. Dos sete aos setenta
anos serviam ao exército e logo em seguida formavam o conselho dos Anciãos, em uma
sociedade que não ocorria discussão ou debate.
 A sociedade era formada pelos ESPARCIATAS, dórios detentores do poder; militares
e funcionários públicos; os chamados iguais; PERIECOS, homens livres, descendentes
dos aqueus; cultivavam terras periféricas ou cuidavam do comércio; não tinham direitos
políticos; HILOTAS, escravizados nas guerras, pertenciam ao Estado, trabalhavam nas
terras públicas e nos lotes dos espartanos.
 O sistema político era conhecido como GERONTOCRACIA, com órgãos como a
Diarquia; Ápela (assembléia dos cidadãos); Gerúsia (conselho de anciãos); Eforado
(cinco magistrados) fiscalizava a vida em Esparta, exercia o poder na prática.
 Atenas fundada pelos jônios na região da Ática, também tinha colônias na região do
Mar Negro e Egeu, após a primeira diáspora. Sociedade formada pelos DEMIURGOS,
comerciantes enriquecidos; EUPÁTRIDAS, proprietários de terras-Aristocracia;
GEORGÓIS, pequenos proprietários de terras - endividados podiam perder a liberdade;
THETAS, artesãos.
 No século VI a.C., Atenas passou por profundas transformações. As camadas
populares não aceitavam ser excluídas do poder e pressionou por reformas. Os reis
foram substituídos por nove arcontes (magistrados), mas, as agitações prosseguiram.
Em 621 a.C., o aristocrata Drácon assume o poder e elabora leis severas escritas (pena
de morte). Em 549 a.C., o político e legislador Sólon, realiza uma ampla reforma
político-social, cujas principais medidas estabeleciam uma República censitária; o fim da
escravidão por dívida; devolução de terras aos antigos proprietários; estímulo ao
comércio e artesanato; criação de três instituições: Bulé, Eclésia e Helieu, desagradando
aristocratas e ao povo.
 Atenas entra em uma guerra civil por trinta anos, levando a insatisfação popular e a
tirania. Em 561 a.C., Psístrato, promoveu a pacificação política e realizou reformas
importantes; com a morte de Psístrato, seus filhos Hípias e Hiparco assumiram o poder.
Hípias foi assassinado e Hiparco deposto. Seguiu-se uma fase de reação dos
aristocratas. Em 507 a.C., o aristocrata Clístenes, conhecido como o “pai” da
democracia, assumindo o poder. Dividiu a população em dez tribos, cada formada por
três demos, havia um conselho, um tribunal e uma assembléia e a instituição do
OSTRACISMO.
 O crescimento econômico ateniense e o expansionismo territorial persa
ameaçavam-se mutuamente. Quando as cidades gregas da Ásia Menor se rebelaram
contra o domínio persa, os atenienses enviaram ajuda. Se iniciava as guerras
greco-pérsicas (490-448 a.C.). Os gregos tiveram importante vitória em Maratona (490
a.C.), sendo derrotados nas Termópilas, quando Atenas foi incendiada (480 a.C.), logo
em seguida os gregos derrotaram os persas no estreito de Salamina, em Platéia e Mícole
(479 a.C.).
 Após as seguidas vitórias gregas sobre os persas, sob o comando de Atenas foi
formada a Confederação ou Liga de Delos, Esparta e outras cidades do Peloponeso não
participavam. Fortalecida com a liga, os gregos destruíram o poderio naval de Xerxes em
Eurimedonte (448 a.C.). A paz foi firmada com o Tratado de Susa, a liga não fazia mais
sentido. Mas, Atenas, decide mantê-la, possibilitando o seu fortalecimento e formação do
Império Ateniense. Este período foi marcado pelo governo de Péricles (444-429 a.C.),
democracia para os cidadãos, período de apogeu da cultura e, em particular, das artes:
teatro (Ésquilo, Eurípedes e Sófocles); escultura (Policleto, Fídias); ciências (Demócrito,
Hipócrates).
 Esparta liderava a oposição das cidades do Peloponeso contra Atenas, a Liga do
Peloponeso. Em 431 a.C., se inicia o conflito entre Atenas e Esparta, Atenas superior no
mar e Esparta em terra. Epidemias, fome, cercos, mortes, minaram a resistência
ateniense. Em 404 a.C., os espartanos e seus aliados derrotaram Atenas e dissolveram
a Confederação de Delos, era o fim do império ateniense. Esparta se torna hegemônica.
Tebas lidera uma revolta contra Esparta com apoio ateniense e em 371 a.C., os
espartanos são derrotados. Tebas conquista a hegemonia e em 362 a.C., é derrotada
por uma coligação militar ateniense-espartana. Os tebanos aceitaram a paz com base no
equilíbrio entre as cidades.
 Em Atenas a aristocracia volta ao poder e os conflitos sociais também. As
cidades-estados gregas enfraquecidas acabaram cedendo ao domínio macedônico.
CULTURA GREGA
 RELIGIÃO – Politeísta antropomórfica. Religião sem dogmas ou códigos de conduta.
Deuses moravam no Olimpo, estavam no mundo, faziam parte do mundo e eram
imortais. Não há separação entre sagrado e profano. Não havia culto à parte, a
religião era parte do cotidiano. Oferendas não eram para expiar pecados, mas para
agradar deuses e obter favores. Além dos deuses: Zeus, Hestia, Demeter, Poseidon,
Afrodite, havia os heróis – Perseu, Jasão, Édipo, Hércules. Os oráculos eram locais
de consulta aos deuses do futuro. Jogos eram realizados em homenagem aos
deuses: ístimicos, neméios, píticos e olímpicos. Vitória nos jogos significava
favorecimento dos deuses.
 ARTES – três estilos arquitetônicos – Dórico, Jônico e Coríntio. O teatro grego
inventou o drama. Encenação feita somente com homens usando máscaras
(persona) em papéis femininos. Ésquilo – Persas, Prometeu Acorrentado, Sete contra
Tebas; Sófocles – Antígona, Édipo Rei e Electra; Eurípides – Alceste, Medéia,
Mulheres Troianas; Aristófanes (comédias) As Rãs, Os cavaleiros, As nuvens.
 FILOSOFIA – Pré-socráticos. ESCOLA DE MILETO – Abandonam a mitologia em
busca da explicação racional do mundo. Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes.
PITAGÓRICOS – Busca da essência das coisas não em uma substância material,
mas em um princípio abstrato, o número. Pitágoras, Parmênides e Heráclito.
SOFISTAS – Reflexão para fins imediatos, inclusive comerciais. Humanismo e
relativismo. Protágoras, Górgias. SÓCRATES – Felicidade e virtude só com o
conhecimento. Criou a Maiuêutica ou parturição de idéias, onde através de perguntas
e respostas tirava do próprio interlocutor á verdade. Condenado à morte Frases "Conhece-te a ti mesmo"; "Só sei que nada sei". PLATÃO – livros Apologia de
Sócrates, Críton, Banquete, Fédon, A República. Defendia governo de sábios.
Desenvolveu doutrina das idéias ou tipos ideais. A realidade percebida pelos sentidos
apenas cópia imperfeita das realidades supremas – as idéias. ARISTÓTELES – maior
filósofo grego. Autor de Política. Defendia a virtude no governo. Real existe
independente das idéias e para conhecê-lo usa-se a lógica. HISTÓRIA – Heródoto pai
da História e Tucídides, fundamentos da História Científica.
 CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA – Fusão da cultura helênica e cultura oriental (persa e
egípcia). Centro deixa de ser a Grécia e passa a ser Alexandria, Antioquia e Pérgamo.
Governo despótico com divinização dos governantes. Comércio em larga escala.
EPICURISMO – individualidade e materialismo. ESTOICISMO – firmeza de espírito e
indiferença à dor. CETICISMO - nada podemos provar, impossível alcançar a
verdade. CIÊNCIA – grande desenvolvimento. Biblioteca de Alexandria – com mais de
400.000 volumes. Aristarco (heliocentrismo), Euclides (geometria), Hiparco
(trigonometria), Eratostenes
(circunferência da terra). Grande avanço da
medicina.
ROMA
 Península Itálica - localização central entre penínsulas balcânica e ibérica. Solo mais
fértil que a península Balcânica, relevo simples. Costa menos recortada. Norte Alpes,
centro Apeninos. Povos autóctones – ligures, sículos. Povos arianos – italiotas, sabinos,
umbrios, latinos, etruscos, gregos. Origem lendária de Roma narrada em Eneida do
poeta Virgílio. Gêmeos Rômulo e Remo, netos do rei Numítor, atirados ao Tibre,
amamentados por Loba e criados por pasto. Adultos, vingaram o avô e fundaram Roma.
Os dois teriam se desentendido e Rômulo matado Remo e se transformado no primeiro
rei de Roma. Origem histórica, Roma acampamento militar fundado por volta de 1.000
a.C., às margens do rio Tibre, por latinos e sabinos, contra ataques dos etruscos.
 MONARQUIA – Período baseado em interpretação de lendas, apresentados por
Virgílio e Tito Lívio. Quatro primeiros reis latinos e três últimos etruscos. Fim da
monarquia golpe dos patrícios para expulsar etruscos. Classes: patrícios – elite,
grandes proprietários; clientes – parentes pobres, prestavam serviços aos patrícios;
plebeus – maioria da população, trabalhadores livres sem direitos políticos, em geral
estrangeiros; escravos – pouco numerosos, instrumentos de trabalho sem nenhum
direito. Rei chefe supremo e Senado composto pelos patrícios propunha leis e
administrava a cidade. Assembléia Curiata, elegia rei e podia vetar suas decisões,
composta pelos patrícios divididos em três tribos.
 REPÚBLICA – Estado voltado para a coisa pública, modelo romano. Patrícios
recuperaram o poder, porém criaram mecanismos para evitar sua concentração e
manter a plebe afastada do poder, daí tornar-se modelo de governo, como a democracia.
Sincretismo como modelo de governo: Magistrados (elemento monárquico), eleitos
pela assembléia para cargos de um ano com funções executivas – Cônsul (chefes),
Pretores (justiça), Censores (censo), Questor (tesouro), Edis( conservação pública),
Pontífice (culto religioso).
 Senado – (elemento aristocrático), sob domínio dos patrícios, tornou-se principal
órgão de governo. Designava cônsules para as províncias, nomeava embaixadores,
fiscalizava os questores, decidia pela guerra. Assembléia Centuriata (elemento
democrático), reunia centúrias, divisões do exército que eram dominadas pelos
patrícios. Elegia os magistrados e votava leis. Aristocrática no início, a República com
as revoltas da plebe foi se democratizando. Plebe, maior parte da população mas,
marginalizada politicamente, revoltou-se por cinco vezes de 494 a 286 a.C.. Criaram
tribuno da Plebe (vetar leis do Senado), Lei das 12 Tábuas – primeiras leis escritas;
Lei Canuléia – casamento entre patrícios e plebeus; Lei Licínia Sextia – proibia
escravidão por dívidas e Lei Hortênsia – decisões da Assembléia da Plebe ou
Plebiscito, passam a ter validade legal. Estado continuou forte, mas houve equilíbrio
de poderes entre patrícios e plebeus.
 Expansão territorial – inicialmente romanos dominaram os vizinhos, depois as
colônias gregas no Sul da Itália. Em 275 a.C. criada confederação liderada por Roma.
Cartago colônia fenícia no norte da África era grande rival comercial de Roma e sua
conquista indispensável para a continuidade da expansão .
 Guerras Púnicas - Houve três guerras e Roma venceu todas elas. Na primeira Roma
anexou a Sicília, Córsega e Sardenha. Na segunda revanche de Cartago, Aníbal
invadiu a Itália, mas romanos atacaram Cartago, obrigando-o a recuar. Espanha
ocupada e Cartago perdeu sua frota. Terceira Guerra, foi provocada pelos romanos
que arrasaram a cidade e escravizaram seus habitantes. Guerras Macedônicas
submeteram Grécia, Península Ibérica em 133 a.C.. Júlio Cesar dominou a Gália em
55 a.C e o Egito foi conquistado em 30 a.C.. Mar Mediterrâneo tornou-se mare
nostrun, ou seja, mar romano. Repercussões das Conquistas – imperialismo e
militarismo, ruína dos pequenos produtores que migraram para as cidades. Grande
afluxo de riquezas e escravos – desvalorização do trabalho e baixa produtividade.
Surge nova classe social os Homens Novos ou cavaleiros. Exército profissional,
valorização do luxo e ócio. Crise das instituições republicanas, território muito grande.
 Crise república – conflito entre patrícios e plebeus, os cavaleiros e o exército.Como
tentativa de solução para a marginalização dos plebeus buscaram-se reformas, sem
sucesso. TIBÉRIO GRACO – Tribuno da Plebe propôs reforma agrária com limite de
125 hectares por cidadão. Resto seria redistribuído pelo estado, 7,5 hectares para
cada um. Foi assassinado com mais 300 adeptos. CAIO GRACO – Lei Frumentária –
reduziu o preço do trigo. Tentativa de controlar o poder contra os patrícios o levou ao
suicídio em 121 a.C.
 Fracasso das reformas, fortaleceu o exército. Generais apoiados pelos soldados
passaram a ser identificados como os únicos que poderiam resolver a situação.
MÁRIO – general vitorioso, eleito Cônsul seis vezes o que era proibido. Reformulou o
exército que era privilégio dos cidadãos em exército de assalariados criando o soldo,
participação nos espólios e após vinte e cinco anos de carreira, um pedaço de terra.
Homem novo era detestado pelo Senado. SILA – General patrício, tornou-se ditador.
Expulsou e perseguiu violentamente os partidários de Mário, desarticulando os
grupos populares. Procurou restaurar o poder senatorial.
 IMPÉRIO - após Mário e Sila, crise do modelo republicano continua, apesar de
calmaria aparente. Novo líder aristocrático, Pompeu consegue abafar na Espanha
revolta popular comandada por Sertório ( 78-72 a.C.). Crasso obtém prestígio após
liquidar a revolta de escravos comandada por Espártaco (73-71 a.C.) e Júlio Cesar faz
fama com suas vitórias militares. Catilina, um patrício fracassado tenta tomar o poder
político, desmascarado por Cícero, homem novo e orador destacado, sendo a saída à
formação dos triunviratos. Poder foi dividido entre três generais, ficando cada um
responsável por parte do território romano.
 Primeiro Triunvirato – Crasso, Pompeu e Júlio Cesar. Crasso morreu na Pérsia e
Pompeu em 52 a.C. obteve o título de Cônsul único e destituiu César do comando da
Gália. Ás margens do rio Rubicão, César profere a famosa frase: "a sorte está
lançada". Parte para Roma, para enfrentar Pompeu, vencendo-o somente em
Farsálias (49 a.C.), na Grécia. César desembarcou em seguida em Alexandria e
apoiou Cleópatra como rainha do Egito contra o faraó Ptolomeu. Posteriormente na
Ásia Menor aniquilou as tropas sírias, pronunciando outra frase famosa: "Vim, vi e
venci". Retornando a Roma foi proclamado ditador vitalício com a oposição do
Senado. Fez várias reformas e obras públicas, deu cidadania aos gauleses e
espanhóis. Distribuiu trigo gratuitamente, reformou calendário (mês julho). Desejo de
se tornar rei e poderes hereditários, levou-o a ser assassinado no Senado em 15 de
março de 44 a.C., a punhaladas em uma conspiração dirigida por Caio, Cássio e
Marcus Brutus.
 Segundo Triunvirato – três políticos ligados a César: Lépido, Marco Antonio e
Otávio. Perseguiram e eliminaram os opositores de César. Otávio aproveitou-se da
ausência de Marco Antonio, que se encontrava no Egito junto a Cleópatra, para
ampliar seu poder. Afastou Lépido em 36 a.C. e declarou guerra a Marco Antonio,
vencendo-o na batalha naval de Actium em 31 a.C. e tornou-se único senhor de
Roma.
 Principado - período de transição da República para o Império. Otávio recebeu do
Senado o título de Príncipe (primeiro cidadão da República). Passou a concentrar
todo o poder, sendo comandante do Exército e tendo o poder de veto sobre as
decisões do Senado e o controle da religião. Em 27 a.C. recebeu o título de Augusto
(divino e sagrado), até então reservado aos deuses. Período mais próspero e glorioso
de Roma. Apaziguou conflitos sociais, ampliou política republicana de pão e circo.
Exército permanente formado por soldados profissionais. Arrecadação direta de
impostos, consolidou fronteiras, cidadãos divididos pelo critério censitário: ordem
senatorial, eqüestre e plebéia. Embelezou Roma, criou a Guarda Pretoriana para
proteger o imperador, apoiou as artes e escritores como Horácio, Virgílio, etc.
 ALTO IMPÉRIO – DINASTIA JÚLIO CLAUDIANA (14-68) - Muitos imperadores tiranos
e brutais como Tibério (morte de Cristo) Calígula e Nero. DINASTIA DOS FLÁVIOS
(69-95) – Exército passou a participar da escolha do Imperador, antes privilégio da
guarda pretoriana. Teve bons imperadores, Vespasiano, Tito e Domiciano, que morreu
assassinado. DINASTIA DOS ANTONINOS (96-192) - Apogeu do Império. Maior
extensão territorial (Trajano), grande prosperidade econômica (Adriano e Antonino),
progresso cultural (Marco Aurélio). DINASTIA DOS SEVEROS (193-235) – Início da
decadência. Problemas - queda na produção agrícola, crise escravismo (fim das guerras
ofensivas), cristianismo (crescimento e oposição á escravidão), exército (rivalidades e
interferência na vida política, uso de soldados bárbaros e menor treinamento), invasões
dos bárbaros germânicos, revoltas dos povos dominados; saída de metais preciosos na
importação de produtos do oriente, levando à diminuição do conteúdo metálico das
moedas, causando inflação. Com a crise generalizada, iniciou-se a ruralização da
economia. Estado criou o colonato, prendendo o camponês à terra, impedindo-o de
abandoná-la.

 BAIXO IMPÉRIO – De 235 a 284 predominou anarquia militar. De vinte e um
imperadores, só um não teve morte violenta. Alguns imperadores tentaram reverter à
decadência. DIOCLECIANO – 284-305. Implantou a Tetrarquia - dois Augustos e dois
Césares. Império dividido em quatro regiões. Decretou Edito Máximo em 301, tentando
tabelar os preços. Tetrarquia não sobreviveu ao seu criador. CONSTANTINO (313-337) Edito de Milão, deu liberdade de culto aos cristãos. Transferiu capital para
Constantinopla. TEODÓSIO (379-395) – Tornou o cristianismo religião oficial do
Império. Dividiu Império em Ocidental (capital Milão) e Oriental (capital Constantinopla).
Pressão dos “bárbaros” aumentou.

“BÁRBAROS” - para os romanos eram todos os que não falavam latim, os não
romanos. Celtas - indo-europeus, da Europa Central e Oriente; Eslavos - russos,
poloneses, tchecos, sérvios, etc; Tártaro- mongóis - hunos, turcos, búlgaros, etc;
Germanos - visigodos, ostrogodos, hérulos, anglo-saxões, francos, etc. Imperadores
romanos no século IV permitiram que povos “bárbaros” se fixassem nas fronteiras do
Império como "aliados". Roma tomada em 410 pelos Visigodos, em 455 pelos Vândalos
e em 476 pelos Hérulos que depuseram o Imperador Rômulo Augústulo pondo fim ao
Império Ocidental.
 CULTURA ROMANA - DIREITO – Mais evoluído da antiguidade. Uma das maiores
contribuições para a época moderna. Jus Civile – regulamenta vida dos cidadãos
romanos. Éditos pretoriais, decretos imperiais e costumes. Jus Gentium – aplicado aos
demais e Jus Naturale – direitos dados pela natureza e comuns a todos os homens.
LITERATURA – Influenciada pelos gregos – Virgílio (Eneidas), Horácio, Ovídio (Arte de
Amar), Tito Lívio (História de Roma). Fase final poesia satírica com Petrônio (Satyricon).
Cícero maior orador romano. RELIGIÃO – cópia da grega politeísta, ajustada às
condições romanas,
antropomórfica e contratual. Antepassados cultuados em
cerimônias feitas pelo pater famílias. Principais deuses: Júpiter (Zeus), principal deus;
Juno (Hera) protetora da família, Diana (Artemis) deusa da caça, Baco (Dionísio), deus
do vinho, Vênus (Afrodite), deusa da beleza.
A FORMAÇÃO DO FEUDALISMO
 A partir do final do século III, com o enfraquecimento do poderio de Roma, alguns
povos que habitavam nas fronteiras do Império começaram a se instalar
pacificamente no território como colonos e, sobretudo, como soldados. No final do
século IV, os Hunos, praticamente empurram os povos germânicos para dentro do
Império Romano, invadindo e pilhando as cidades do Império. O processo de
desagregação do Império durou cerca de duzentos anos, vários reinos bárbaros
surgiram a partir de 410, e o golpe definitivo foi quando Odoacro, chefe dos Hérulos,
destronou o último imperador romano em 476.
 As cidades se despovoaram, enquanto o comércio e a produção artesanal entrava em
declínio. Sem dinheiro o império não dava para manter o seu exército e a integridade
do território. A população abandonava as cidades, os latifúndios que tinham base
escravista, perderam importância. Surge as Vilas, propriedades que se tornam
gradativamente auto-suficientes, tendo como mão-de-obra principal os colonos, que
trocavam parte da produção e trabalho nas terras do Senhor (latifundiário) por
segurança e o uso da terra. Com o passar do tempo os pequenos proprietários de
terras entregariam suas propriedades para os latifundiários em troca de proteção.
Essas Vilas e as relações nelas estabelecidas contribuíram para a formação do
Feudalismo.
 A intensificação das invasões germânicas na Europa Ocidental acrescentou novos
elementos e acentuou mudanças na sociedade que se formava. Os Germanos tinham
um padrão de justiça, baseado na tradição e noções de honra e lealdade, que
fundamentavam as relações entre o chefe guerreiro e seus comandados. A prática
de conceder terras como recompensa aos homens que se destacavam nos combates,
tornavam os guerreiros em senhores de terra à medida que avançavam em território
romano. A união entre os guerreiros e seus comandantes baseava-se na lealdade e
na palavra, levando a independência dos guerreiros nos seus domínios, que viriam a
ser os senhores feudais, tendo uma administração descentralizada.
 A Igreja Católica representou papel fundamentou na formação e na consolidação do
feudalismo. O Cristianismo era o que unia os povos da Europa, a igreja era a
instituição sólida e que controlava a fé e influenciava nas vidas das pessoas. A religião
era o mais importante na vida das pessoas, grande parte da sociedade acreditava que
os acontecimentos diários eram uma vontade divina. A Igreja Católica se fazia sentir
na política legitimando o poder dos senhores feudais e contribuindo para a conversão
dos bárbaros ao cristianismo.
 Diversos reinos bárbaros foram formados dentro do antigo território romano, dentre
eles, o que mais se destacou foi o dos Francos. Com Clóvis (481-511), os francos se
converteram ao cristianismo, estabelecendo uma aliança com a Igreja Católica.
Com isso a população romanizada e cristianizada passa a aceitar os Francos. Com a
morte de Clóvis, lutas internas e o afastamento de suas funções, levaram os reis a
perderem gradativamente o seu poder (639). O poder passou a ser exercido pelos
“administradores do palácio”, líder dos nobres, destacando-se Carlos Martel,
vencendo os árabes, em 732, interrompendo o seu avanço pela Europa.
 O filho de Carlos, Pepino, O Breve, fortaleceu sua aliança com a Igreja Católica,
afastando os Lombardos da Península Itálica e cedendo o território central, formando
os Estados Pontifícios, sob o controle do Papa até o século XIX. O papa consagra
Pepino, O Breve, rei dos Francos. O seu filho Carlos Magno empreendeu batalhas
com a intenção de obter terras e doar aos nobres, garantindo o seu domínio através
das regras da suserania e vassalagem. A força militar de Carlos Magno atraiu a
atenção do Papa que precisava proteger os territórios da Igreja Católica e disseminar
a fé cristã entre os povos conquistados pelos Francos. Assim, em 800,Carlos Magno
foi aclamado Imperador pelo Papa Leão III, representante de Deus, cabendo a ele
defender a igreja, manter a paz e a ordem. Carlos Magno governou utilizando a
divisão do território em províncias (Condados), governados por nobres (Condes) que
recebiam as funções de administrador, juiz e chefe militar. Fiscalizados pelos missi
dominici. O governo de Carlos Magno incentivou à cultura, ensino, conhecimento e
artes.
 A centralização do poder alcançada por Carlos Magno dependia, em grande parte, de
sua autoridade pessoal e não sobreviveu após a sua morte (814). Seu filho, Luís, O
Piedoso, governou até 840, morto, seus três filhos entraram em guerra pelo controle
do Império. Através do Tratado de Verdun (843) a paz foi selada e o império dividido
em três partes, levando a Dinastia Carolíngia a um processo contínuo de
enfraquecimento, em conseqüência das disputas pelo poder, das invasões
vikings,eslavas e húngaras. Esse processo coincidiu com o fortalecimento do poder
dos Senhores Feudais, contribuindo para a descentralização do poder.
1. As mudanças ocorridas durante os séculos IV e IX, formaram e consolidaram o
sistema feudal que tinha como características:
1. Na sociedade feudal, a palavra e a honra eram fundamentais, desse modo, os
senhores feudais ligavam-se entre si por meio de um sistema de obrigações e tradições,
a vassalagem.
2. Com o processo de ruralização as cidades perderam importância, portanto as vilas,
futuros feudos, deveriam produzir até mesmo o que antes era feito nas cidades. Ou seja,
eram auto-suficientes, produziam quase tudo que seus moradores precisavam. A terra
era a principal riqueza, a economia era de base agrária e tinha a agricultura de
subsistência como principal atividade econômica. Como as técnicas utilizadas eram
simples e os principais instrumentos eram de madeira, a produção era limitada,
acentuando a retração das atividades comerciais e artesanais.
3. O feudo era o núcleo da sociedade e a terra a principal fonte de sobrevivência e poder.
As terras eram distribuídas em Manso Senhorial, Manso Servil e Terras Comunais. Os
servos deviam obrigações aos senhores feudais, como: a talha, a corvéia, a banalidade,
o censo, a capitação e a mão-morta.
4. A sociedade feudal tinha rígidas tradições e vínculos jurídicos que determinavam a
posição social de cada indivíduo a partir do nascimento. A mobilidade social
praticamente não existia, era uma sociedade estamental, composta por três ordens: o
clero, que cuidava da fé cristã; os nobres, responsáveis pela segurança e os servos, que
trabalhavam para sustentar toda a população.
5. O poder político fragmentado entre os reis e os senhores feudais, todos subordinados
as obrigações do sistema de suserania e vassalagem. O poder do rei era reconhecido e
legitimado pela Igreja: ele era “rei pela graça de Deus”. Mas, não tinha poderes para
interferir nas terras de seus vassalos (Senhores Feudais).
6. A cultura feudal sofria influência da Igreja Católica, que era intermediária entre os
Homens e Deus, detendo o monopólio da salvação. Não se limitando a vida espiritual, a
igreja tornou-se a grande proprietária de terras e riquezas do período, graças as doações
feitas por aqueles que queriam a salvação. Controlavam o saber erudito e condenavam
todos aqueles que questionassem os dogmas da Igreja Católica.

A CRISE FEUDAL
 A partir do século X, a diminuição das invasões e o número menor de epidemias, fez
com que a população crescesse. O aumento populacional não foi acompanhado pelo
crescimento da produção agrícola, gerando a necessidade de se ocupar mais terras para
a produção de alimentos (pântanos e florestas) e a introdução de algumas inovações
tecnológicas (rotação de culturas, charrua, arado de ferro e ferradura). Em alguns
feudos, isto gerou, o aumento da produção agrícola, ocorrendo o surgimento do
excedente de produção (sobra). Entretanto, a população continuava a crescer, muitos
senhores feudais começavam a expulsar o excedente populacional e muitos saiam por
conta própria (fuga). Muitos servos procuravam as cidades, alguns não obtendo
sucesso, voltavam para os feudos, outros tornavam-se mendigos e saqueadores nas
estradas. Até os senhores feudais para garantir suas posses instituíram a primogenitura,
levando a um clima de disputas entre os nobres. Esse ambiente favoreceu o movimento
das Cruzadas.
 O domínio dos Turcos na Palestina, somado a interesses materiais e culturais dos
cristãos europeus, incentivou o movimento cruzadista. O discurso do Papa Urbano II aos
cristãos europeus, apelando para libertação da Terra Santa, deu inicio a primeira
cruzada. Os nobres viam nas cruzadas a possibilidade de enriquecimento, a igreja
riqueza e prestígio e os mais pobres a possibilidade de fortuna “fácil”. As Cruzadas
levaram a vitórias cristãs, mas o domínio da região permanecia nas mãos dos Turcos.
Apesar disso, como conseqüência tivemos a reabertura do Mar Mediterrâneo, contatos
culturais e comerciais entre oriente e ocidente, o aumento populacional das cidades e o
fortalecimento do comércio.
 Somado as conseqüências das Cruzadas, o excedente da produção, levou ao
renascimento comercial e urbano. As feiras que eram incipientes, tornam-se periódicas e
logo depois, permanentes, permitindo o aparecimento de núcleos urbanos (burgos). As
cidades atraíam servos, camponeses, homens livres e artesãos, que passavam a
realizar seus ofícios. As relações comerciais restabelecem o uso da moeda, diferentes
em cada região ou feudo, essa variedade cria o câmbio (troca de moedas). No inicio os
cambistas só trocavam moedas, passaram com o tempo a emprestar dinheiro, surgindo
futuramente os Bancos. As cidades estavam vinculadas aos senhores feudais que
cobravam pesados impostos (taxas). Com o aumento do comércio e fortalecimento da
burguesia, alguns burgos conseguiram deixar de pagar tributos, outros tiveram que lutar,
unindo-se aos Reis.
 Com o aumento da produção artesanal e comercial, muitos que se dedicavam a essas
atividades passaram a se organizar em associações que regulavam suas atividades
(Corporações de Ofício e Guildas). A Igreja Católica pregava a noção de justo preço,
condenavam a usura considerando-a pecado. As mudanças em curso permitem ao
aparecimento de um novo sistema econômico: o capitalismo.
 A dissolução do feudalismo foi apressada por uma sucessão de acontecimentos que
geraram a chamada “crise do século XIV”. A produção de alimentos sempre deficiente no
sistema feudal se agravou e provocou surtos de fome por vários pontos da Europa.
Associada a fome, a falta de estrutura das cidades, provocou uma série de epidemias a
pior delas, a Peste Negra (1348 a 1350). Inúmeras guerras também contribuíram para
aumentar a mortandade e a crise européia, entre elas, a Guerra dos Cem Anos (1337
-1453). A população diminuía e a mão-de-obra se tornava escassa, levando os senhores
feudais a aumentar a exploração sobre os camponeses. Em conseqüência, houve
inúmeras revoltas camponesas contra os senhores feudais, destruindo propriedades e
assassinando nobres. Além de motins e desordens
nas cidades. O poder
descentralizado não conseguia resolver os problemas que surgiam em uma sociedade
que ganhava complexidade. Essas mudanças passam a fortalecer o poder dos reis.
FORMAÇÂO DAS MONARQUIAS NACIONAIS
 Na Europa medieval, o poder político estava fragmentado, tendo cada feudo suas
próprias leis, impostos e moedas. Além de estradas ruins e inseguras, pedágios e
territórios não definidos. Essa situação trazia enormes entraves às atividades mercantis.
Um poder forte e centralizado poderia resolver esses problemas. Interessados nessas
mudanças, comerciantes e banqueiros forneceram ao rei apoio financeiro para derrotar
os Senhores Feudais. Gradativamente se formava o Estado, com uma burocracia
profissional e exército permanente.
 Aos poucos, o rei impôs sua autoridade, estabelecendo fronteiras, ganhando sentido
político, fiscal e militar, mesmo com a resistência inicial da Igreja Católica. Surgiam as
Monarquias Nacionais, Estados Nacionais ou Estados Modernos, com características
próprias, de forma diversa em cada região da Europa, com longos e sangrentos conflitos
(Portugal, Espanha, França e Inglaterra).
ESTADO
↓
Instituição que
deve manter a
infraestrutura da
sociedade.

NACIONAL

MODERNO
↓

↓

NAÇÃO
Novo
↓
Cultura
Costumes
Tradição
 Na Europa Medieval, o poder fragmentado era um obstáculo para o desenvolvimento
das atividades econômicas (diversas moedas, impostos e leis não definidas, cobrança
de pedágios, insegurança, território não definido).
 Características do Estado Moderno:
. Definição dos limites territoriais;
. Moeda única;
. Leis e impostos definidos;
. Exército Nacional;
. Idioma nacional.
Formação do Estado Moderno na Inglaterra
 Em 1066, com a conquista da atual Inglaterra pelo normando Guilherme, o
Conquistador, à atual Inglaterra viveu uma espécie de “feudalismo centralizado”. Até
1215 as relações foram tensas entre nobres e reis, com João “Sem Terra” e suas
imposições autoritárias. Os nobres após a derrota de João na França se reuniram e
aprovaram um documento que limitava o poder do rei, determinando que aumentar
impostos só com a aceitação do Grande Conselho, formado pela nobreza e clero. Este
documento também estabelecia outros pontos favoráveis não só a nobreza como
também ao povo em geral (MAGNA CARTA). Em 1265, os nobres, com o apoio popular,
cria uma assembléia (PARLAMENTO), contendo os representantes do Clero, Nobreza e
Burguesia, incorporado às instituições do Estado inglês em 1295. No século XV, com a
Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485), entre os YORK e LANCASTER, levou a
ascensão da família Tudor. Henrique VII chega ao poder (1485) e restaura e amplia o
poder do rei, unificando o país e as bases do Estado Moderno na Inglaterra.
Formação do Estado Moderno na França
 A partir do século XII com o crescimento comercial e urbano, o poder real começou a
controlar a cobrança de impostos e a fortalecer os tribunais de leis reais. Com Filipe IV, o
Belo (1285 - 1314), o atrito com a Igreja Católica e Ordens Religiosas foi inevitável com
a cobrança de impostos a estes. A Guerra de Cem Anos (XIV) foi decisiva para
a centralização do poder nas mãos dos reis, com a criação de um exército
permanente, a criação de um imposto fixo, um idioma nacional e a unificação
econômica. No início do século XVI, Francisco I (1515 – 1547) tornou a Monarquia
Francesa absoluta.
Formação do Estado Moderno na Espanha
 A luta contra os árabes (GUERRA DE RECONQUISTA) foi inicialmente travada pelos
reinos cristãos de Astúrias e Leão, logo depois, os reinos de Aragão e Castela, passam
também a lutar. No século XI, o rei, Afonso VI, dos reinos unificados de Leão e Castela,
teve o apoio de Henrique de Borgonha (vassalo
francês). Para recompensar Henrique, Afonso VI, ofereceu-lhe o Condado Portucalense
como feudo. Em 1212, o domínio muçulmano, ficou restrito à região de Granada. Em
1469, com o casamento de Fernando, rei de Aragão, e, Isabel, rainha de Castela, os “reis
católicos” venceram os senhores feudais impondo a autoridade real e consolidando a
Monarquia Espanhola derrotando os árabes em Granada.

Formação do Estado Moderno em Portugal
 O Condado Portucalense em 1139, rompeu vínculo com o reino de Leão e Castela e
Afonso Henriques (filho de Henrique de Borgonha) se proclamou rei de Portugal,
iniciando a dinastia de Borgonha e a história de Portugal como reino independente. A
consolidação da Monarquia Portuguesa se deu com a Revolução de Avis (1383 – 1385),
aclamando dom João (mestre de Avis), como rei português. A Revolução de Avis
fortaleceu a burguesia que apoiou o rei na luta contra os castelhanos. Graças a essas
mudanças, Portugal se tornou o primeiro Estado Nacional Europeu.
EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL
 Até o século XV, os povos da terra viveram isolados uns dos outros. Viviam com suas
práticas, modelos ou tradições culturais sem sofrer nenhuma influência externa. A
mentalidade do período.
 A partir do século XV os europeus foram impelidos a empreender as Grandes
Navegações. Misto de espírito aventureiro, necessidades econômicas, fervor religioso e
ambições pessoais.
 Duas razões econômicas levaram os europeus a expansão marítima e comercial:
1. A expansão do comércio: a necessidade de mercador consumidor e matéria-prima
barata.
Desde o tempo das Cruzadas os europeus eram fascinados pelos produtos orientais:
especiarias (temperos), seda, perfumes, tapetes, etc. Essas mercadorias eram trazidas
por terra pelos árabes até a costa do Mar Mediterrâneo, vendidas para comerciantes
italianos e depois, revendidas em toda Europa. Para acabar com o monopólio dos
italianos e árabes era necessário encontrar um novo caminho para as índias (contornar a
África e atingir as Índias por mar).
2. Obter grandes quantidades de metais preciosos.
A expansão do comércio acarretava uma necessidade crescente desses metais para
cunhagem de moedas. As minas europeias estavam esgotadas forçando a procura por
novas fontes fora da Europa.
 Além das razões econômicas, a Igreja Católica, buscava propagar a fé cristã pelo
mundo, fortalecendo o seu poder. A classe burguesa ambicionava aumentar os seus
lucros com o aumento da circulação de mercadorias e à aquisição de novos produtos.
Não esquecendo o interesse do Estado de aumentar suas rendas e fortalecer o seu
poder.
 As conquistas marítimas foram possibilitadas pelos avanços efetuados nas técnicas
de navegação em alto-mar. O uso da bússola, do astrolábio, das cartas náuticas, da
caravela e da carraca, permitiram as expedições marítimas. O uso dos canhões e da
pólvora, por sua vez, possibilitou a conquista das terras.
 Por que um país tão pequeno foi o primeiro a se lançar no processo das Grandes
Navegações?
1. Com a guerra dos Cem Anos (1337-1453) as rotas comerciais terrestres foram
perdendo importância. Os progressos na arte de navegar permitiram a utilização de
rotas marítimas entre o mar do Norte e o mar Mediterrâneo, fortalecendo as regiões
costeiras do oceano atlântico, como por exemplo, Lisboa e Porto (cidades portuguesas),
que se tornaram prósperas.
2. A atividade pesqueira contribuiu para que os pescadores que buscavam bacalhau
em alto-mar aprendessem a enfrentar o mar aberto.
3. A Escola de Sagres reunia inúmeros cartógrafos, navegadores e astrônomos para
desenvolver estudos e discutir suas experiências náuticas.
4. A formação do Estado Moderno Português constituindo apoio fundamental para as
Grandes Navegações.
 A expansão portuguesa começou em 1415 com a tomada de Ceuta, importante centro
comercial dominado pelos muçulmanos, no norte da áfrica. Os lusitanos tomaram e
saquearam Ceuta, mostrando que a mentalidade econômica portuguesa ainda tinha
influência medieval (enriquecer pela guerra) em vez de aplicar o modo capitalista de
produzir (investir capital).
 A expansão continuou nas ilhas de Madeira, Açores e Cabo Verde, no Oceano
Atlântico. Implantando o cultivo de cana-de-açúcar como forma de ocupar as terras. A
expansão estendeu-se ao longo do continente africano, sempre percorrendo a costa
africana, reconhecendo o território, criando novos mapas e relatórios, logo depois
enviando outra expedição. Os portugueses iam conquistando novas terras, obtendo
mercados consumidores e matérias-primas, ocupando entrepostos comerciais e
escravizando os africanos.
 Em 1487 Bartolomeu Dias contornou o Cabo das Tormentas permitindo a Vasco da
Gama chegar a Calicute (Índias), dez anos depois, em 1497. Depois de setenta anos
após a conquista de Ceuta, os portugueses atingiram o objetivo de alcançar a Índia. Na
primeira viagem, Vasco da Gama, levou para a Europa muitas mercadorias, atingindo
um lucro de 6000%. As viagens portuguesas permitiram a intensificação do comércio de
especiarias, o enfraquecimento das cidades mercantis italianas e colocou Portugal entre
os Estados mais poderosos da Europa.
 A espanhola foi comandada pelo genovês Cristovão Colombo, que acreditava atingir o
Oriente navegando em direção ao Ocidente. Ele acreditava que a terra era redonda.
Com o apoio dos reis de Espanha ele chegou em 1492 em um novo continente: a
América. O feito de Colombo criou um problema com Portugal. Supõe-se que os
portugueses já desconfiassem da existência desse território. Para tentar solucionar
foram feitos tratados de limites: a bula intercoetera e logo depois o tratado de
Tordesilhas.
 Em 1500, o rei dom Manuel, organizou uma nova expedição que tinha o objetivo de
dominar o comércio dos produtos orientais. Comandada por Pedro Álvares Cabral ela
tomou o rumo direto para as Índias. Seguiu ao mar aberto e chegou em 22 de abril ás
terras que viriam a se chamar Brasil. Após tomar posse da terra seguiu viagem para as
Índias. A chegada de Cabral a Índia garantiu á Portugal o comércio das especiarias.
Ocorria assim o processo de Acumulação Primitiva do Capital.
 Encontrando o mundo dividido entre Espanha e Portugal pelo Tratado de Tordesilhas,
Inglaterra, Holanda e França, desconheceram o acordo e procuraram atuar contra as
colônias e os navios ibéricos.

ABSOLUTISMO
 Os interesses dos grupos envolvidos (BURGUESIA e NOBREZA) contribuíram para
tornar o poder do rei absoluto.
1. Nobreza – acabar com as revoltas camponesas que ameaçavam a vida, as
propriedades e o poder dos nobres;
2. Nobreza – garantir seus privilégios através de leis;
3. Burguesia – acabar com a concorrência desleal através de leis.
 A visão do poder absoluto dos reis encontrava sua legitimidade teórica nas obras de
diversos pensadores e filósofos. Entre eles:
1. Jean Bodin (1530-1596) – o rei detinha o poder absoluto (SOBERANIA) de criar ou
revogar leis, tendo o poder supremo sobre seus súditos. Agindo a partir de sua
consciência.
2. Thomas Hobbes (1588-1679) – autor de Leviatã, no qual o poder conferido ao rei pela
sociedade é em troca de segurança, ordem, paz, crescimento econômico. A idéia do
Contrato Social.
3. Jacques Bossuet (1627-1704) – bispo, autor da obra Política Tirada da Sagrada
Escritura; defendia a Teoria da Origem Divina do Poder Real. Logo o rei só devia
satisfação de seus atos apenas ao Criador (DEUS).
 Com a concentração do poder nas mãos dos reis, os privilégios do Clero e da Nobreza
forma mantidos, permanecendo a sociedade estamental. O Terceiro Estado permanecia
explorado e desprovido de privilégios.
 O maior analista do Estado Moderno foi o italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527), que
a partir de intensa investigação concluiu que a unidade nacional era fundamental para a
grandeza de um povo. Ele defendia que os Homens não agem a todo o momento
baseados de uma moral cristã, “não vivemos no Céu ideal, mas, na Terra real”.
 Um crítico do poder absoluto dos reis foi o inglês Thomas Morus (1478-1535), que em
seu livro A Utopia (1516), questionou a pobreza dos camponeses e as guerras
provocadas pela ambição. Então, concluiu, que “onde a propriedade for um direito
individual, onde as coisas se medem pelo dinheiro, não será possível organizar a
justiça”. Ele descreveu uma sociedade ideal, não existiriam classes sociais diferentes e
nem a propriedade privada. A Utopia de Thomas Morus despertou homens e mulheres
que buscaram, sonharam e lutaram por uma sociedade mais justa e digna.

MERCANTILISMO
 A economia neste período reunia aspectos feudais e capitalistas.

1. Feudais:
 o sistema de Corporações de Ofício;
 as formas de trabalho servil no campo, mantendo a corvéia, talha, dízimo.

2. Capitalistas:
 produção realizada segundo o sistema doméstico, depois de algum tempo, surgiriam
as manufaturas;
 difusão do trabalho assalariado;
 surgimento de novasformas de organização econômica (sociedade anônima, bancos,
documentos de crédito).
 Neste período desenvolveu-se o capitalismo comercial realizando a acumulação
primitiva do capital.
 O Estado nacional estabeleceu princípios e orientações para fortalecer os governos e
as atividades econômicas. O Estado precisava de dinheiro para manter a infra-estrutura
das cidades, pagar funcionários públicos, manter os privilégios e o luxo do Clero e da
Nobreza.
 O Estado passou a determinar o que as pessoas podiam e o que não podiam fazer no
comércio, na agricultura, no artesanato e em outras atividades. As normas e os
regulamentos do Estado absolutistas para a vida econômica da nação são chamados
de mercantilismo, a partir do século XIX.
 Os reis e ministros governavam de acordo com as idéias mercantilistas, entre elas, se
destacam:
 o metalismo - a riqueza de um país é medida pela quantidade de metal precioso (ouro
e prata) por ele armazenada;
 a balança comercial favorável, ou seja, fazer com que o valor das exportações fosse
sempre maior do que as importações;
 o protecionismo alfandegário buscava garantir a balança comercial favorável através
da cobrança de taxas (impostos) sobre os produtos importados;
 o monopólio, buscava ampliar as exportações, favorecendo as manufaturas, através de
concessões “vendidas” pelo estado aos burgueses.

 Houve inúmeras variações no modo de aplicar o mercantilismo, resultando diferentes
tipos:
1. Metalismo – países como a Espanha adotavam o acúmulo de metais preciosos como
fonte de renda;
2. Comercialismo – forma de mercantilismo adotada nos Países Baixos, onde o comércio
marítimo e a intermediação nas relações comerciais entre diversos Estados constituíram
a formação de grandes companhias de comércio, protegidas pelos privilégios
concedidos pelo Estado;
3. Colbertismo – criado na França, valorizava a criação de manufaturas reais, onde o
Estado passava a agir como empresário;
4. A Inglaterra praticou um tipo de mercantilismo que combinava o incentivo à produção
de bens manufaturados e a atividade comercial;

5. Em Portugal o tipo de mercantilismo adotado variou de acordo aos acontecimentos.
Com o comércio de especiarias se adotou o fortalecimento do comércio marítimo; com a
produção de açúcar no Brasil se adotou a prática de monopólios; com a descoberta de
metais preciosos no Brasil, a prática metalista.
 Beneficiada com o protecionismo concedido pelo ESTADO, a burguesia aceitou a
intervenção do ESTADO na economia, apoiando os reis e garantindo a lucratividade de
seus negócios.

 No século XVIII, setores da burguesia européia, afastada dos monopólios, passaram a
se opor à política mercantilista e ao absolutismo dos reis. Surge uma nova doutrina
política e econômica: o LIBERALISMO.

RENASCIMENTO CULTURAL
 Nos séculos XV e XVI, os europeus começaram a viver experiências novas e
excitantes. O desenvolvimento das atividades comerciais, a ascensão da burguesia, as
descobertas geográficas e o contato com outros povos, permitiram uma mudança no
modo de ver o mundo.
 O movimento renascentista influenciado pelos valores da cultura greco-romana
buscava uma nova maneira de pensar, ver a política, a ciência e a religião. O Homem
passa a ser o centro das atenções (ANTROPOCENTRISMO), representando oposição
ao Teocentrismo. O Homem passa a ser o centro das preocupações e indagações
(HUMANISMO).
 Nas cidades surgiam inúmeras profissões (comerciantes, banqueiros, alfaiates,
ferreiros) que enfrentavam a concorrência e para sobreviver só contavam com os seus
próprios esforços. Uma nova sociedade, em que o dinheiro se tornava importante, se
formava, cheia de competição, estimulando o INDIVIDUALISMO.
 Uma sociedade que buscava superar a idéia de pecado e buscava o prazer nas coisas
da vida (HEDONISMO).
 As Grandes Navegações despertaram a curiosidade e o espírito de aventura no
Homem, permitindo uma nova maneira de ver a verdade. A verdade no período medieval
estava na tradição, na Igreja Católica. O Homem de mentalidade renascentista
acreditava que a verdade era encontrada por meio da EXPERIÊNCIA e da
OBSERVAÇÃO.
 Através da Razão (RACIONALISMO) pode-se compreender o universo e a natureza.
Conhecer a natureza era a melhor maneira de conhecer o Homem, dominá-la e obter
lucros.
 A razão deve ser separada da fé, cada pessoa deveria ter sua própria maneira de se
aproximar de Deus, de interpretar a Bíblia.
 O Renascimento Cultural surgiu na Península Itálica e foi nela que se alcançou sua
maior expressão devido às atividades comerciais que se desenvolveu na região, aos
homens enriquecidos que financiavam e apoiavam os sábios e artistas (os MECENAS),
aos sábios bizantinos que fugiram para a Península
Itálica levando conhecimento greco-romanos e a presença das obras do Antigo Império
Romano.
 O movimento renascentista permitia novas descobertas na Álgebra e na Geometria. A
matemática com a sociedade moderna ganhava força prática para a vida das pessoas.
Surge a teoria Heliocêntrica superando o Geocentrismo. Os médicos renascentistas
passavam a utilizar a experiência e a observação (ANATOMIA) do corpo humano.
 Os principais representantes do renascimento:
Pintores –
 Giotto di Bondone (1266-1337), pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do
Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.
 Michelangelo Buonarroti (1475-1564) - destacou-se em arquitetura, pintura
e escultura. Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina, Juízo
Final é a mais conhecida).
 Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem
Maria com o menino Jesus).
 Leonardo da Vinci (1452-1519) - pintor,
escultor,
cientista, engenheiro,
físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.
 Sandro Botticelli (1445 - 1510) pintor
italiano,
abordou
temas
mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.
Escritores –
 Dante Alighieri (1265-1321) em sua obra A Divina Comédia trata de tema religioso com
características renascentistas.
 Boccaccio (1313-1375) na sua obra Decamerone ele valoriza o hedonismo.
 Giordano Bruno (1548-1600) acreditava que o Universo é infinito, que Deus é a
alma universal do mundo e que todas as coisas materiais são manifestações deste
principio infinito.
 Rabelais (1483-1553) em sua principal obra foi Gargântua e Pantagruel, o tema central
da obra é a vida dos gigantes comilões e exagerados, mas de coração bondoso.
Concomitantemente aos ácidos ataques à elite dominante francesa.
 Michel de Montaigne (1533-1592) em sua única obra Os Ensaios analisou as
instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e
tomando a generalidade da humanidade como objeto de estudo. É considerado um
cético e humanista.
 Miguel de Cervantes (1547-1616) parodiou os romances de cavalaria em sua grande
obra, (Dom Quixote de La Mancha: 1605 - Parte1 e 1615 - Parte 2), que
gozaram de imensa popularidade no período medieval e, naquela altura, já se
encontravam em declínio. A história é apresentada sob a forma de novela realista.
 William Skakespeare (1564-1616) fala em suas obras sobre a natureza humana em
toda a sua complexidade (amor, ódio, ciúme, dor, dúvida,...). Autor de obras como:
Romeu e Julieta, Hamlet, Rei Lear, Macbeth, entre outras.
 Erasmo de Roterdã (1466-1536), sua obra O Elogio da Loucura é considerado um dos
mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da Reforma
Religiosa. É a Loucura quem fala, sendo assim, faz apelos incessantes ao homem para
que este faça sua definitiva preferência à liberdade, ao prazer, à flexibilidade, à fuga dos
valores tradicionais impostos por um sistema moral religiosamente rígido e complicado.
REFORMAS RELIGIOSAS
 Num período de tantas transformações era previsível que ocorressem mudanças na
esfera espiritual. Uma sociedade cada vez mais humanista buscava valorizar a
consciência individual.
 A partir do século XV as críticas aos abusos cometidos pela Igreja Católica e a
corrupção de seus membros ficou mais freqüente. A venda de indulgências e de relíquias
sagradas, o comportamento imoral do clero e a intervenção política em problemas
internos dos reinos, contribuíam para reforçar tais críticas. Embora os motivos religiosos
tenham sido os mais evidentes, houve outras motivações para as REFORMAS. Por
exemplo, a Igreja Católica condenava o lucro, o objetivo central do capitalismo, era
preciso uma visão mais tolerante em relação a isso.
 Para muitos a Igreja Católica deveria assumir uma posição mais humilde e
desvinculada da vida material, conforme os ensinamentos dos Evangelhos.
 A primeira reforma a ser bem sucedida ocorreu na atual Alemanha, liderada pelo
monge católico Martinho Lutero (1486-1546), que discordava da postura da Igreja
Católica. Escreveu panfletos denunciando esses abusos. Foi expulso da Igreja pelo
Papa. Sua proposta consistia em:

- a fé salva;
- a livre interpretação da Bíblia;
- a relação direta com Deus;
- abolição do celibato para os sacerdotes;
- a rejeição da hierarquia do clero católico;
- a substituição do latim pelas línguas nacionais nas cerimônias religiosas;
- a eliminação dos sacramentos, exceto, batismo e eucaristia.
 Com suas propostas reformistas divulgadas, Lutero conquistou a adesão de grande
parte da população da atual Alemanha, camponeses, nobres e
burgueses. Muitos burgueses esperavam mais apoio às atividades comerciais. Muitos
príncipes germânicos passaram a confiscar terras da Igreja católica e a reivindicar
autonomia religiosa.
 A pregação de Lutero foi interpretada equivocadamente pelos camponeses
germânicos como uma luta contra a nobreza e por melhores condições de vida.
Liderados por Thomas Muntzer, incendiaram castelos e mosteiros. Forma reprimidos
com extrema violência pelos nobres, com o apoio de Lutero.
 Diante dos conflitos, Carlos V, imperador católico, convocou uma assembléia que
manteve a hegemonia da Igreja Católica na maior parte do território germânico.
Revoltados nobres e burgueses protestaram violentamente. O conflito se prolongou até
1555, quando foi celebrada a Paz de Augsburgo, concedendo a cada príncipe o direito
de escolher a religião de seu principado. Não significando o respeito a uma liberdade
religiosa.
 Com a sua obra Instituição da Religião Cristã (1536), João Calvino, estabelecido em
Genebra, Suíça, levou ainda mais longe as propostas de Lutero, conquistando um
número maior de adeptos. De modo sintético, o Calvinismo, apresenta os seguintes
aspectos:
 aceitação exclusiva das Sagradas Esc
rituras como instrumento para conhecer a
verdade divina;
 predestinação, as pessoas estão destinadas por Deus à salvação ou a
condenação eterna, independentemente de suas obras no mundo material;
 eliminação das imagens de santos e das cerimônias pomp
osas no culto, que
deveria se limitar à leitura e discussão de trechos da Bíblia.
 Com a teoria da predestinação, Calvino, passa a ser admirado pelos burgueses, que
eram vistos pela igreja católica, como pecadores por buscar o lucro e emprestar a juro.
Para Calvino aqueles que são protegidos por Deus serão salvos. São aqueles que
trabalham duro, poupam dinheiro que recebem e estão sempre preocupados com o
crescimento dos seus negócios.
 O Calvinismo propagou-se rapidamente, principalmente, por aquelas regiões em que
as atividades mercantis se desenvolviam. Foi o incentivo ideológico ao desenvolvimento
capitalista.
 Na Inglaterra, o rei Henrique VIII, agindo por razões políticas e pessoais, rompeu com
o Papa Clemente VII em 1534 e publicou o Ato de supremacia, estabelecendo as bases
da Igreja Anglicana. O rei buscava afastar a Igreja Católica das questões políticas e
romper com a Espanha, fortalecendo o absolutismo inglês.
 O Anglicanismo tinha vestígios do catolicismo, levando muitos protestantes ingleses
(PURITANOS), a lutar pela “purificação” do anglicanismo. Como, isso
não ocorreu, o reino sofreu violentas lutas de caráter político-religioso, levando as
Revoluções Inglesas do século XVII e a fuga para a América de muitos puritanos,
formando colônias na América do Norte, futuro Estados Unidos da América do Norte.
 A reação da Igreja Católica, após o Concílio de Trento (1545-1563), ficou conhecida
como Contra-reforma, coordenando e orientando o movimento. Buscou moralizar o clero
e fortalecer a autoridade da hierarquia católica. Algumas medidas foram tomadas:
 a criação de Seminários;
 a criação do Tribunal de Santo Ofício, a Santa Inquisição;
 a publicação do INDEX - Index Librorvm Prohibithorvm (lista dos livros
proibidos);
 o reconhecimento da Companhia de Jesus.

 Como conseqüência das Reformas Religiosas temos:
 o fim do monopólio espiritual da Igreja Católica;
 o estímulo ao desenvolvimento capitalista;
 impulso a alfabetização;
 a intolerância religiosa por parte de católicos e protestantes.

ENSINO MÉDIO

3ª. Série

Eletromecânica e Informática

RESUMO PARA ESTUDO

BRASIL COLONIAL
 De 1500 a 1532, os portugueses demonstraram desinteresse pelo território brasileiro,
devido à ausência de metais preciosos, a falta de atividade comercial e os lucros obtidos
com o comércio de especiarias. Durante este período a exploração do pau-brasil,
através do uso do trabalho indígena e da prática do escambo, foi a única atividade
econômica. A exploração da madeira era monopólio da Coroa Portuguesa. Sem uma
ocupação mais efetiva, as novas terras sofreram à ação de piratas e negociantes de
outros países. Portugal realizou expedições guarda-costas e de reconhecimento do
litoral.
 A partir de 1532 com medo de perder a posse das terras e a diminuição dos lucros com
o comércio de especiarias, Portugal decidiu implementar a colonização do Brasil. Para
colonizar o Brasil. Portugal escolheu realizar o plantio da cana-de-açúcar. A escolha do
açúcar como produto a ser
explorado foi devido ao seu alto preço de venda, a existência de um mercado
consumidor, ao clima e ao solo propício e as experiências anteriores portuguesas. A
ocupação e as primeiras mudas de cana chegaram com Martim Afonso de Sousa, que
fundou em 1532 a vila de São Vicente. A relação entre portugueses e indígenas, que era
amistosa iria mudar, afinal as terras indígenas eram invadidas, e, havia a imposição do
trabalho compulsório.
 O êxito da expedição de Martim Afonso de Sousa estimulou a Coroa Portuguesa a
promover a ocupação do território. Portugal não tinha dinheiro para ocupar as terras do
atual Brasil, sendo assim, transferiu a responsabilidade para particulares através das
Capitanias Hereditárias. O donatário tinha apenas a posse e o usufruto da capitania,
devendo ocupar, defender, e administrar. Eles poderiam ainda doar terras, conhecidas
como, sesmarias.O resultado das capitanias não surtiu efeito desejado, muitas não
foram ocupadas pela ausência de capital necessário, a falta de colonos, a distância com
a metrópole e os conflitos com os indígenas. Com o objetivo de auxiliar as capitanias a
cumprir o seu papel, foi criado em 1548, os Governos-Gerais. Foi construída a cidade de
Salvador para ser a sede do Governo-Geral, o governador era auxiliado pelo
Provedor-Mor, Capitão-Mor e pelo Ouvidor-Mor.
 Com o primeiro governador, Tomé de Sousa, chegou ao território funcionários públicos
civis e militares, religiosos e colonos. Implementou a pecuária e a lavoura açucareira na
Bahia, distribuiu terras e mandou vir africanos escravos. Em 1551, instituiu-se o
primeiro bispado no Brasil e os primeiros jesuítas se dedicavam á catequese. O segundo
governador, Duarte da Costa (1553), enfrentou conflitos entre jesuítas, colonos e ele
próprio, além da invasão ao Rio de Janeiro pelos franceses. (França Antártica). O
sucessor de Duarte da Costa, Men de Sá (1558-1572), impulsionou a colonização,
combateu os indígenas, expulsou os franceses.
 A partir de 1534, muitas vilas surgiram, tendo como principal instituição (Órgão), a
Câmara Municipal, que tinha os membros escolhidos entre os grandes proprietários
locais, os homens bons.

A ECONOMIA DO AÇÚCAR
 A estrutura da exploração econômica na colônia portuguesa foi claramente
mercantilista. O açúcar chegou a Europa pelos árabes, passou a ser apreciado e as
primeiras mudas foram plantadas nas ilhas do Atlântico pelos portugueses. No Brasil ele
terá como principais zonas produtoras, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São
Vicente. Algumas circunstâncias econômicas, históricas, geográficas e ecológicas se
combinaram para que isso se tornasse possível. Entre elas: 1. a experiência portuguesa;
2. as condições do clima tropical e o solo propício; 3. a obtenção de créditos de
banqueiros holandeses dispostos a financiar a produção e o transporte do
açúcar até os portos europeus; 4. o interesse de capitalistas holandeses em refinar o
açúcar na Holanda.
 O destino de uma colônia não tem nada haver com o povo que a colonizou. Tem haver
com o tipo de colonização. A colonização do Brasil estava inserida no contexto
mercantilista. É possível verificar como: 1. o fornecimento de metais preciosos pelas
colônias americanas (metalismo); 2. as colônias forneciam gêneros tropicais que
mantinham a balança comercial favorável; 3. a prática do monopólio comercial; 4. os
impostos cobrados aos colonos iam direto para a metrópole. A colonização do Brasil, do
Caribe e da América Espanhola foi baseada na grande propriedade rural (latifúndio),
produção de gêneros tropicais de exportação (monocultura) e a utilização do trabalho
escravo.
 A escravidão foi à saída que os colonizadores encontraram para resolver a falta de
mão-de-obra para colonizar as atuais terras do Brasil. No inicio se utilizou o indígena
como trabalhador escravo. A partir do século XVII, os portugueses passaram a utilizar
escravos africanos no lugar dos indígenas. Tal mudança era de forma preconceituosa
justificada pela fraqueza e do indígena para o trabalho pesado e pela sua preguiça. Na
verdade era um grande preconceito tais afirmativas, o real interesse da substituição do
índio pelo negro foi os lucros obtidos com o tráfico negreiro.
 Desde o século XV, os comerciantes portugueses obtinham escravos na costa
africana. Os lucros do tráfico negreiro ajudaram a enriquecer a burguesia européia. Tudo
isso em nome da fé, do sentimento religioso. Mais da metade de todo o tráfico de
escravos da África para o atual Brasil era realizada por traficantes brasileiros.
 A Igreja Católica defendia a escravização negra, como castigo pelas suas crenças.
Viam nos indígenas a possibilidade de torná-los católicos, por isso, eram contra a sua
escravidão. Mesmo assim, os colonos pobres continuavam a utilizar o indígena, cujo
preço chegava a ser cinco vezes menor que a de um escravo negro. Gerando constantes
conflitos com os jesuítas, contrários a escravidão indígena.
 Os escravos eram originários de várias partes da África, com manifestações culturais,
organização social e etnias diferentes. Povos que conheciam agropecuária, o comércio,
o trabalho com metais, o artesanato. A escravidão já existia na África antes da chegada
dos europeus, embora só a guerra levasse um povo escravizar outro. A exploração
européia levou povos africanos a se especializar em escravizar outros.
 No inicio, o comércio de escravos africanos era feito por meio de escambo nas feitorias
construídas em diversos pontos do litoral africano. A partir do século XVI, o tráfico se
tornou mais complexo, mobilizando chefes locais, que trocavam seus prisioneiros de
guerra por diversas mercadorias, como
aguardente e o fumo produzido na América. Os escravos eram transportados em navios
negreiros ou tumbeiros, com até 400 pessoas, 15% do total não chegavam.
 Ao chegar a América, o escravo africano se deparava com um mundo que em tudo lhe
era estranho e hostil. Nada restava da sua comunidade de origem. Os homens
enfrentavam os canaviais, os engenhos, o trabalho de ganho, braçal, as mulheres cabia
fazer o serviço doméstico, atender as necessidades das esposas e filhos do senhor e
satisfazer sexualmente os seus donos brancos. O referencial da sociedade açucareira
era o escravo, o número de escravos definia o status de um branco. Sem escravo,
nenhum homem era realmente livre. Mesmo os mais pobres tinham seu escravo, que
muitas vezes garantiam seu sustento.
 Os escravos africanos reagiram à escravidão tão quanto os escravos indígenas.
Planejavam fugas, assassinavam os capatazes, incendiava as casa do senhor. Nunca se
rendiam. Os quilombos foram uma das formas de resistência negra. Neles se
encontravam a maioria de escravos fugitivos, mas, também, outras minorias perseguidas
na colônia (judeus, índios, mestiços pobres, outros). O mais importante quilombo foi o de
Palmares, tendo como líder Ganga Zumba e Zumbi.
 Os escravos sofriam inúmeros castigos, aqueles que tinham “melhor comportamento”
recebiam algumas vantagens. Muitos recebiam ou compravam sua liberdade, eram
libertos ou forros. Continuavam trabalhando até conquistar a liberdade definitiva. A maior
parte dos escravos estava nas lavouras dos grandes proprietários, alguns escravos
podiam até receber uma parte da terra para plantar, melhorando sua alimentação e
podendo até vender sua produção. Havia escravos que auxiliavam ferreiros, alfaiates,
açougueiros e o trabalho doméstico. Uma das figuras mais interessantes eram os
escravos de ganho. Com autorização do dono, ele saía em busca de um emprego. A
escravidão marcou a sociedade brasileira. Os sentimentos racistas e a discriminação
contra a população negra continuam existindo no Brasil.
 A unidade de produção do açúcar era o engenho, no início apenas o maquinário que
moía a cana-de-açúcar era assim chamado, com o tempo, passou a incluir também o
canavial, as pastagens e as edificações (a casa-grande, a capela, a senzala). A
produção do açúcar era uma operação complexa que passava por várias fases: o corte,
a moagem, o caldo fervido na caldeira, o melaço depois de frio na casa de purgar
(drenagem e secagem do açúcar) era depositado em fôrmas de barro por dois meses,
depois de seco o açúcar era separado de acordo a qualidade, colocado em caixas de
madeira e embarcado para a Europa.
 O ritmo do trabalho no período da safra (08 a 12 meses) era exaustivo (das 04 horas
da tarde até 10 horas da manhã), levando á morte muitos escravos.
Muitos trabalhadores livres ganhavam salário para exercer funções especializadas,
como as de feitor, mestre-de-açúcar, marceneiro e outros, muitos europeus, mestiços e
índios.
 Havia dois tipos de engenho, o trapiche movido por animais e raramente força humana
e o Real, maior e movido por força d’ água. Como subprodutos da cana se extraíam a
aguardente, a rapadura, o vinagre. O bagaço da cana servia para combustível nas
caldeiras ou ração animal. Aqueles que não tinham dinheiro para construir um engenho,
apenas plantavam a cana e depois vendiam a um dono de engenho, ou pagavam para
moê-la.
 Dada a necessidade de alimentar a população colonial, era preciso produzir alguns
gêneros de primeira necessidade, como a mandioca, o arroz, o milho e o feijão.
Entretanto, a produção para subsistência era problemática, muitos latifundiários não
queriam diminuir seus lucros cedendo parte de suas terras para plantar produtos para
subsistência. A conseqüência disso foram crises de fome que ocorreram na Bahia (1638
e 1750) e no Rio de Janeiro (1660, 1666, 1680 a 1682). A Coroa Portuguesa teve de
estabelecer normas obrigando os colonos a plantar gêneros alimentícios.
 Entre o século XVII até a metade do século XVIII, a produção de açúcar cresceu, seu
consumo e preço. O açúcar era exportado para Portugal e de lá seguia para a
Holanda, onde era refinado e distribuído pela Europa.
 Os senhores de engenho gozavam de prestígio, mas, viviam constantemente
endividados, pois compravam quase tudo que precisavam da metrópole e os custos
para manter o engenho e obter mão-de-obra escrava eram altos. Os comerciantes
coloniais e metropolitanos eram aqueles que mais lucravam com o sistema colonial,
junto com os traficantes de escravos.
 Ao lado da produção de açúcar, outras atividades de importância secundária foram
desenvolvidas na colônia. O fumo passou a ser produzido para exportação,
principalmente, no recôncavo baiano, utilizado também como escambo, na troca por
escravos. O algodão passou a ser cultivado como matéria-prima na produção de
panos rústicos para vestir os escravos. A pecuária até o século XVI era praticada nos
próprios engenhos, o gado movimentava a moenda, transportava a cana e o próprio
açúcar e servia como alimento nos engenhos. Com o crescimento da lavoura da cana,
faltava espaço para a pastagem, a criação de gado se deslocou para o interior do
continente. Através dos rios São Francisco, Jaguaribe e Parnaíba, garantiram a
ocupação de vasto território. A sociedade que se formou com a pecuária era mais flexível
e teve sua ampliação e importância reconhecida com a descoberta de ouro na região das
Gerais.

UNIÃO IBÉRICA
 Em 1578, o jovem rei português D. Sebastião partiu à frente de um exército para
guerrear na África. Perdeu a batalha e a vida. Como era solteiro e não tinha filhos, a
Coroa passou para seu tio-avô, o cardeal D. Henrique. Este morreu dois anos depois, em
1580, pondo fim a Dinastia Avis e deixando o trono vago. O parente mais próximo que
poderia reivindicar o trono era Filipe II, rei de Espanha. Alguns setores em Portugal eram
contrários à Filipe assumir o trono (a população mais pobre, alguns setores da burguesia
e da nobreza) mas, a força do exército espanhol colocou no trono o novo rei.
 Em 1581, pelo Tratado de Tomar, instaurava-se a União Ibérica que duraria até 1640.
Com a União Ibérica, na prática, significaria o fim do Tratado de Tordesilhas, permitindo
a livre circulação luso-brasileira em terras espanholas e vice-versa. Por meio dos
avanços dos bandeirantes, os limites do Brasil se expandiram para oeste, norte e sul.
Isso permitiu aos portugueses ampliar seu território colonial. Ao mesmo tempo, sob o
domínio espanhol, passou a ser hostilizado por algumas potências europeias inimigas da
Espanha. No Brasil uma das primeiras medidas da mudança foi à criação de dois
Estados na colônia: do Maranhão, capital São Luis e do Brasil, capital Salvador.
 A inimizade entre Holanda e Espanha provocou em 1621 o fechamento dos portos da
União Ibérica aos barcos holandeses. Os comerciantes e empresários holandeses
resolveram reagir criando a Companhia das Índias Ocidentais, que através de uma frota
poderosa invadiu Salvador (BA) em 1624, ocupando a cidade sem resistência. Um ano
depois uma esquadra luso-espanhola expulsaria os holandeses. Os holandeses
passaram a planejar a invasão de Pernambuco, mais rica produtora de açúcar e com
menor capacidade de defesa e, em 1630, depois de vários dias de combates, Olinda,
Recife e povoados próximos, foram tomados. Seriam sete anos de guerra até a vitória
definitiva dos holandeses, comprometendo a produção açucareira. Mais tarde, os
holandeses já dominavam praticamente todo o litoral nordestino. As primeiras ações da
Holanda foram violentas, incluindo saque de igrejas e destruição de imagens.
 Mas, em 1635, após a consolidação da conquista, eles perceberam que, sem o apoio
da população local, a dominação seria inviável. Assim, a primeira medida foi a de
estabelecer a tolerância religiosa, admitindo-se os cultos católicos e a permanência dos
padres, com exceção dos jesuítas, que foram expulsos. A segunda medida foi oferecer
empréstimos aos senhores locais ou leiloar os engenhos cujos donos tinham fugido.
 Em 1637, com a chegada de João Mauricio de Nassau, fidalgo nomeado pela CIA
das Índias Ocidentais, inaugurou-se uma nova fase na história da dominação holandesa.
Ele chegou ao Recife e determinou a realização de inúmeras obras, como a construção
da cidade de Maurícia, na outra banda do rio Capibaribe, onde foi erguido um palácio e
criado um jardim botânico.
Patrocinou a vinda de artistas holandeses, que retrataram a paisagem e a vida colonial
como nunca até então se havia feito no Brasil. Foi também nessa época que os judeus
portugueses residentes em Amsterdã foram autorizados a imigrar para Pernambuco.
Foram importantes para a dominação holandesa, falavam português e holandês,
alcançando destaque na economia regional.
 As conquistas holandesas continuavam, alcançando o Maranhão em 1641. O nordeste
era holandês, exceto a Bahia. No mesmo ano, os holandeses tomaram a cidade de
Luanda, em Angola, na África, e passaram a controlar o tráfico de escravos.
 Durante a ocupação do nordeste pelos holandeses, em 1640 Portugal conseguiu se
livrar do domínio espanhol sob a liderança do Duque de Bragança que sobe ao trono
com o titulo de Dom João IV, dando inicio a Dinastia de Bragança em Portugal. A revolta
põe fim a União Ibérica. Portugal tenta negociar com os holandeses a devolução dos
territórios conquistados no tempo da União Ibérica, mas os holandeses não cederam.
 Em 1644, acusado de extrema tolerância com os que deviam a Holanda, Maurício de
Nassau é substituído. O novo governador cobra as dívidas atrasadas aos senhores de
engenho e os lavradores de cana que insatisfeitos lideram a Insurreição Pernambucana.
As elites locais, índios e negros forros se unem contra os holandeses. A vitória
definitiva só ocorreu em 1654, com a tomada do Recife. Em 1661, Países Baixos
(Holanda e Bélgica) assinaram um tratado de paz, pelo qual os portugueses pagariam
quatro milhões de cruzados a título de indenização.
 A União Ibérica, a Restauração e o acordo de paz definitivo, tiveram um preço muito
alto para o reino português. Os holandeses levaram suas técnicas de plantio da cana e
de produção do açúcar para as suas colônias na Antilhas. Dominavam o refino. A
concorrência antilhana foi outro duro golpe na abalada economia portuguesa. Também
isolado politicamente, Portugal, procurou se aproximar dos inimigos espanhóis,
procurando se adaptar a nova realidade europeia, que tinha Holanda e Inglaterra como
principais potências, firmando tratados de comércio
com a Inglaterra
que
asseguravam as mercadorias inglesas os mesmos direitos reservados aos produtos
lusitanos no comércio com a sua colônia, o Brasil (1654) e o tratado de Methuen (1703),
reduzindo as tarifas dos tecidos ingleses e vinhos portugueses. Essas concessões
buscavam a proteção militar inglesa à Portugal e suas colônias. Como consequência
prejuízo a indústria têxtil portuguesa e a transferência do ouro brasileiro para a Inglaterra
como forma de pagar o déficit comerciais portugueses.
 Em 1642, com o Conselho Ultramarino, toda a administração colonial estava nas mãos
de representantes da metrópole na colônia. Aumenta a fiscalização sobre o comércio no
Brasil, criando a Companhia de Comércio do Maranhão
que detinha o monopólio comercial. Essas medidas levaram a conflitos na colônia como
a Revolta de Beckman no Maranhão e a Guerra dos Mascates em Recife, Pernambuco.

EXPANSÃO TERRITORIAL
 Na América portuguesa, desde o século XVI, colonos e aventureiros dirigiam-se em
expedições rumo ao interior do continente em busca de riquezas minerais. As constantes
informações das minas da América espanhola alimentavam os sonhos dos
luso-brasileiros. No entanto passaram-se quase dois séculos para que as áreas
mineradoras fossem descobertas pelos conquistadores, ligados diretamente à história
da vila de São Paulo.
 Havia dois tipos de expedição, que se confundiam, seja nos objetivos, seja na
composição de seus membros. As Entradas, expedições patrocinadas pela Coroa
Portuguesa ou pelos governadores, mais utilizadas nos casos de repressão de rebeliões
e de exploração territorial. As Bandeiras, expedições de iniciativa particular, tinham como
principal objetivo o apresamento dos indígenas em tribos ou em aldeamentos
organizados por religiosos. Conciliando a atividade com a busca pelos metais preciosos.
 Os participantes dessas expedições, fossem entradas ou bandeiras, eram em geral
chamados de bandeirantes. O caráter heroico com que impregnaram a imagem desses
aventureiros e as homenagens que se prestam a eles ainda nos dias de hoje dificultam a
compreensão do funcionamento da sociedade colonial. Mercenários, caçadores de
gente numa sociedade escravista, eram responsáveis pela “ordem social”, ou seja, pela
manutenção da escravidão e por seu tráfico interno. Seu papel na estruturação da
Colônia foi muito mais complexo.
 As buscas pelo interior intensificaram-se a partir da União Ibérica, rompendo, na
prática, as imprecisas demarcações do Tratado de Tordesilhas (1494). As fronteiras
internas da América foram transpostas não só por paulistas, mas também por
luso-brasileiros das regiões Norte e Nordeste, expandindo, assim, os limites das
possessões lusitanas no continente. Ao longo do século XVII, o trabalho dos
bandeirantes na exploração do sertão, os jesuítas e membros de outras ordens
religiosas (as missões) e a pecuária, alargaram os domínios portugueses na América,
que ultrapassaram a linha divisória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494.

MINERAÇÃO
 As entradas e bandeiras após muito procurar acabaram por encontrar ouro e, mais
tarde, diamantes na colônia, transformando o perfil econômico, social, político e cultural
da colônia. Com a atividade mineradora, a economia passou
a contar com um novo polo dinâmico, organizado em função da prospecção, extração e
comercialização dos metais preciosos.

 A notícia da descoberta do ouro se espalhou, e, a ausência de órgãos do Estado
português fiscalizadores, facilitou o acirramento das disputas por lotes de terras (datas)
para explorar os minérios. Em 1708 e 1709, paulistas, os primeiros a chegar a região
mineradora e maioria, entraram em conflito com os aventureiros que chegavam à
região, chamados de Emboabas. O conflito inevitável conhecido como Guerra dos
Emboabas foi causado por que os paulistas se achavam no direito de explorar a
região, sem a presença de intrusos. Após muitas batalhas sangrentas os paulistas se
retiraram da região, decidindo ir para o oeste, onde descobriram novas jazidas de ouro
nos atuais territórios de Goiás e de Mato Grosso.
 Em 1709, o governo português criou a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, sendo
em 1720 desmembrada, dando origem as capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Em
1702, o governo português criou a Intendência das Minas, órgão encarregado da
administração da zona mineradora, e, instituiu o regimento das Minas do Ouro.
 A circulação de mercadorias, riquezas e comércio cresceram; surgiram novos grupos
sociais; as capitanias se integraram, formando uma rede de abastecimento entre
nordeste, sudeste e sul. Abriram estradas, cidades surgiram e o intercâmbio cultural era
intenso.
 A região com ouro seria dividida em Datas (lotes), sendo o descobridor da jazida o
primeiro a escolher dois lotes, o terceiro pertenceria a Coroa que o leiloava e os demais
distribuídos entre os mineradores que demonstrassem interesse em explorá-los. O ouro
na região na sua maioria era de aluvião e a garimpagem mais simples dava-se o nome
de faisqueira, as unidades de maior produção chamavam-se lavras.
 A Coroa Portuguesa buscava aumentar suas receitas por meio da arrecadação de
impostos na região mineradora (1735-1750). Os principais eram o quinto e a capitação.
Após o ápice verificado na década de 1730, a extração dos metais e pedras preciosas
diminuía. A mudança econômica coincidiu com alterações políticas. Em Portugal,
Sebastião José de Carvalho e Melo, Marques de Pombal, assume o ministério com o
objetivo de recuperar as finanças do império, com amplos poderes. A balança
comercial deficitária, a concorrência no trafico negreiro, o terremoto que destruiu parte
de Lisboa (1755) e a sonegação de impostos e o contrabando de ouro no Brasil
tornando-se práticas comuns, levaram Pombal a empreender uma série de reformas,
combinando os princípios mercantilistas com orientações de caráter iluminista.
 Em 1719 a Coroa proibiu a circulação de ouro em pó e determinou a instalação de
Casas de Fundição, que transformava o ouro em barras que recebiam o selo real, ao
mesmo tempo que se cobrava o quinto. Em 1734, a Coroa portuguesa exigia mais
impostos para pagar os déficits com a Inglaterra, determinando uma quantia mínima de
100 arrobas anuais (1500 quilos). No entanto, depois de 1770, a produção de ouro
começou a declinar, ficou mais difícil cumprir a exigência portuguesa. Diante do impasse,
a Coroa instituiu a derrama, arrecadação forçada do ouro que faltasse.
ENSINO MÉDIO

3ª. Série

Formação Geral

RESUMO PARA ESTUDO
A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
 Desde a pré-história a humanidade descobriu muitas “coisas” importantes. Nenhuma
dessas descobertas foi realizada por cientistas mas, por pessoas “comuns”, que
procuravam resolver os problemas práticos do seu dia-a-dia da sua comunidade. A
ciência moderna nasceu na Europa do século XVII. Os principais responsáveis pelas
novas idéias sobre a natureza foram os filósofos e cientistas (Galileu Galilei, René
Descartes, Francis Bacon, Isaac Newton, outros).
 A revolução cientifica do século XVII criticou as teorias dos gregos antigos Aristóteles
e Ptolomeu, que a inda predominavam nas universidades. A visão aristotélica se
preocupava em descrever a natureza do que explicá-la. Os “novos” pesquisadores só
confiavam nos conhecimentos que pudessem ser comprovados pelas experimentações.
O método científico descreve e explica os fatos.
 Toda pesquisa científica parte de algum problema a ser resolvido. Por exemplo: O que
causa as ondas do mar? O cientista utiliza os seus conhecimentos para formular uma
hipótese (tentativa de explicação). Para testar suas hipóteses, os cientistas fazem
experiências e observações, pegam os dados e procuram ver como ele se relacionam.
Tudo pode ser questionado; nenhum conhecimento é definitivo; sempre é possível se
aprender mais sobre o mundo. A importância da matemática é medir quantidades; as leis
da ciência deveriam ser descritas com fórmulas matemáticas.
 Galileu Galilei questionava a idéia da Terra ser o centro do universo e depois de
descobrir que o Sol apresentava manchas e que a Lua tinha vales e crateras, reforçou a
teoria heliocêntrica de Copérnico. A Igreja Católica o perseguiu e para dar continuidade
aos seus estudos, reconheceu que estava errado.
 O pensador francês René Descartes (1596-1650) demonstrou como a matemática
poderia ser utilizada para descrever as formas e os movimentos dos corpos. Ele inventou
a Geometria Analítica e a Lógica Dedutiva. A partir da célebre frase: “Penso, logo existo”,
acreditava que tinha encontrado a primeira e definitiva verdade. A partir daí, usando o
raciocínio matemático, deduziria outras verdades. Utilizando apenas a sua razão
(raciocínio), o Ser humano é capaz de descobrir todas as verdades sobre a vida e o
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História Antiga em

  • 1. ENSINO MÉDIO 3ª. Série RESUMO PARA ESTUDO HISTÓRIA ANTIGA A teoria sobre o surgimento do homem que prevalece hoje é a teoria da evolução de Darwin. De acordo com as descobertas recentes os primeiros ancestrais humanos viveram no Leste africano há cinco milhões de anos. Fóssil mais antigo encontrado Toumai, encontrado no deserto do Chade em 2002. Crânio e fragmento de mandíbula com idade entre 6 e 7 milhões de anos. Tem cérebro igual ao de um chimpanzé moderno e mandíbula pouco proeminente, menor que a dos hominídeos posteriores. Achado na área de Baringo no Quênia em 25/10/2000, pela equipe do palentólogo Martin Pickford do Collége de France, o Homem do Milênio - O Orrorin tugenensis, tem idade estimada de 6 milhões de anos. A criatura estaria em um estágio evolutivo superior ao dos hominídeos mais recentes.(Revista Veja, 13/12/2000, p. 88-90). Depois existe enorme lacuna fóssil até os 4 milhões de anos com o Australopitecus ramidus de 4,4 milhões de anos. Esqueleto mais completo encontrado Lucy – aproximadamente 3,18 milhões de anos. Ao longo do tempo surgiram várias espécies que competiram mutuamente: austrolopithecus africanos, afarensis, garhi, bolsei, robustus, Homo rudolfensis, ergaster, habilis, antecessor, helderberg e erectus. Mais recentemente surgiu o homo sapiens neandertalensis que viveu de 600.000 a 30.000 anos, tendo convivido com a espécie humana, mas sem cruzamento aparente. O homo sapiens sapiens atual apareceu por volta de 200.000 anos. Duas teorias explicam o povoamento da terra – ARCA DE NOÉ – a mais aceita defende a idéia de que a população atual surgiu de uma única população que viveu na África Austral entre 200 e 100.000 anos atrás. CANDELABRO – defende a tese de que os seres humanos surgiram simultaneamente em diversas partes do globo. Recentemente antropólogo australiano Alan Thorne afirmou que o fóssil australiano O Homem de Mongo, com idade entre 58 e 68.000 anos é geneticamente diferente do homo sapiens africano. Por outro lado, pesquisadores da universidade de Michigan afirmam que o homem é produto do cruzamento entre várias espécies de hominídeos. POVOAMENTO DAS AMÉRICAS – Nas Américas, a teoria mais aceita situa o povoamento iniciado há 15.000 anos quando tribos do sul da China chegaram na América do Norte pelo Estreito de Bering. A antropóloga Niéde Guidon defende a tese do povoamento no Brasil há 50.000 anos. NEOLÍTICO OU IDADE DA PEDRA POLIDA – período recente mais significativo pela Revolução Neolítica, descoberta da agricultura que permitiu a sedentarização dos
  • 2. grupos humanos (antes vivendo como nômades da caça, coleta e extrativismo), e a formação dos primeiros núcleos urbanos e civilizações. ANTIGUIDADE ORIENTAL Estudo das sociedades asiáticas, civilizações hidráulicas ou de regadio – Egito, Mesopotâmia, Oriente Médio e Mediterrâneo. Características gerais: comunidades de aldeia agrícolas, estado despótico controlando a produção e a sociedade, atividade agrícola predominante, trabalho escravo. EGITO ANTIGO  Civilização fascinante. Intensa produção artística. Beneficiada pelo isolamento geográfico – deserto da Líbia a Oeste e do Sinai e Arábia a Leste. Agricultura produtiva graças a enchentes regulares do Nilo. Rio transborda de julho a novembro, depositando húmus fertilizante em suas margens". O Egito é uma dádiva do Nilo" Heródoto. PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO – comunidades rudimentares chamadas de Nomos que se agruparam , por volta de 3.500 ªC. formando dois reinos Alto Egito ao sul e Baixo Egito ao Norte . PERÍODO DINÁSTICO – Menés unificador do Egito e primeiro faraó em 3200 ªC . Monarquia teocrática , faraó como deus. Estado proprietário das terras. ANTIGO IMPÉRIO – 3200 a 2300 aC., fato mais importante – construção das três pirâmides. Política pacífica. Enfraquecimento do poder do faraó no final, fortalecimento dos Nomarcas. MÉDIO IMPÉRIO – 2000-1580 ªC., novo fortalecimento do faraó até invasão dos Hicsos, povo da Ásia entre 1788 e 1580 a.C., fim do isolamento e Egito conheceu pela primeira vez a dominação estrangeira . Hicsos introduziram cavalo, diversos armamentos . NOVO IMPÉRIO – 1580-525 a.C. – APOGEU. Expulsão dos Hicsos. Escravização dos Hebreus até êxodo com Moisés em 1250. Imperialismo com Tutmés III e Ramsés II. Conquista da Síria e Palestina. Reforma religiosa fracassada com Amenófis IV, numa tentativa de enfraquecer os sacerdotes, com substituição do deus Amon por Aton – culto monoteísta e círculo solar. Sacerdotes vencem coroando Tutankhamon. Construídos os templos de Luxor e Karnac. Após Ramsés III declínio até domínio Assírio de 670 a 663 a.C.. RENASCIMENTO SAÍTA de 663 a 525 a.C., liderado por Psamético, governador da cidade de Saís, que expulsou os assírios. Construído por Necao, canal de Ramsés II, ligando o Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Em 525 domínio persa até 332, domínio macedônio de 332 a 30 e em seguida domínio romano.
  • 3. ECONOMIA – Agricultura em torno do rio Nilo. Estado controlava sociedade de castas formada pela elite – faraó, sacerdotes, nobreza, militares. Camada média - escribas, comerciantes e artesãos e pelo povo: camponeses, e escravos.  RELIGIÃO - elemento fundamental na vida egípcia, base da religião era o culto local, o que colocava cada cidade sob a proteção de um deus e fazia dos sacerdotes o grupo de maior poder e prestígio da sociedade. Politeísta com deuses com forma humana e animal – Anúbis (antropozoomorfismo), só forma humana – Ísis (antropomorfismo), deuses animais – boi, crocodilo, leão, gato, etc, (zoomorfismo) e elementos da natureza como o sol e a lua - Rá. Crença em vida pós morte, daí mumificação. Escrita desenvolvida em 3 tipos – Hieroglífica (sagrada), Hierática (documentos) e Demótica (popular), decifrada por Champollion na pedra de Roseta . MESOPOTÂMIA Localizada no atual Iraque, região do Crescente Fértil (que compreende também os vales do Nilo e Jordão), entre os rios Tigre e Eufrates (que nascem nas montanhas da Armênia e desembocam no Golfo Pérsico), com enchentes menos regulares que o Nilo, sem as proteções naturais do Egito, daí região muito agitada historicamente. Dividida, a grosso modo em Alta ao norte, região da Assíria (árida e montanhosa) e Baixa, ao sul, a Caldéia, pantanosa e alagadiça. Horóscopo tão comum hoje em dia já era intensamente consultado na mesopotâmia. SUMÉRIOS – Cidades Estado comandadas pelo Patesi. Base cultural da civilização mesopotâmica. Criadores da escrita cuneiforme. Precursores do código de Hamurábi com o Código de Dunji. Lei do Talião. Avanço da astrologia. ACÁDIOS – Semitas vindos do deserto da Arábia, dominaram os Sumérios, destacando-se Sargão I, responsável pela unificação da região. I IMPÉRIO BABILÔNICO – Amoritas criaram primeiro império na região. Destaque Hamurábi, dominou Assíria e Golfo Pérsico e criou Código Hamurabi, composto de 282 leis , maior ordenamento jurídico da antiguidade oriental, cuja base é a pena do talião . IMPÉRIO ASSÍRIO – Império militar famoso por sua crueldade. Com Sargão II, dominaram reino de Israel. Sob Tiglatfalasar dominaram a Babilônia. Senaqueribe transferiu a capital de Assur para Nínive e Assurbanipal construiu em Nínive a maior biblioteca da antiguidade antes de Alexandria com 22.000 tábuas e venceu o Egito. Após sua morte houve decadência. II IMPÉRIO BABILÔNICO – auge com Nabucodonosor. Conquistou a Palestina, escravizando os judeus do reino de Judá, no “Cativeiro da Babilônia”. Construiu os jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo e o Zigurate (torre de Babel). Aniquilou os fenícios. Agricultura atividade principal, mas comércio altamente desenvolvido. Estado teocrático, menos religioso que o Egito. Religião
  • 4. politeísta contém a Epopéia de Gilgames, narração do dilúvio por outra fonte que não a Bíblia. HEBREUS  Povo de origem semita que se instalou na Palestina (terra de Canaã ou terra prometida) no século XVIII a.C.. Norte, fronteira com a Síria, ao sul com o Sinai, a leste com a Arábia desértica e oeste o Mediterrâneo. No interior destaca-se o rio Jordão e o Mar Morto, possibilitando a agricultura em uma região árida. História contada na Bíblia, no Antigo Testamento.  ERA DOS PATRIARCAS – início da ocupação com luta contra Cananeus e Filisteus, sob o comando dos patriarcas, chefes dos clãs: Abraão que conduziu seu povo de Ur na Caldéia, para a Terra Prometida, Isaac e Jacó ou Israel que teve 12 filhos dos quais se originaram as 12 tribos de Israel. Secas obrigaram judeus em 1800 a.C. a migrar para o Egito, sendo escravizados após expulsão dos Hicsos em 1580 a.C.. Na Bíblia este processo é narrado pela história de José, um dos 12 filhos de Jacó que vendido como escravo, acabou ministro do faraó e chamou seus irmãos. Moisés em 1250 a.C. libertou o povo, voltando à Palestina após 40 anos, o êxodo, recebendo no caminho as tábuas da Lei, os Dez Mandamentos (decálogo) e a confirmação dos hebreus como povo escolhido de Javé.  JUÍZES – Com Josué, chegaram á Palestina, lutando contra os Filisteus. Gideão, Sansão e Jefté e Samuel.  REIS – Saul primeiro rei e depois Davi que derrotou Golias e conquistou Jerusalém. Auge com Salomão construtor do Templo de Jerusalém, estabilidade e crescimento comercial. Instituídas várias festas religiosas: Sabat (dia de descanso), Páscoa (êxodo), Pentecostes (recebimento do Decálogo), etc.  CISMA – A morte de Salomão gerou disputa que criou dois reinos – Israel e Judá. Judeus se enfraqueceram. Em 701, reino de Israel conquistado pelos Assírios. Em 586 reino de Judá, conquistado pelos Babilônios – Cativeiro da Babilônia. Em 539 retornam à Palestina como província persa, na região de Judá, daí o nome de judeus. Em 332 domínio macedônico. Em 63 protetorado romano. Em 70, revolta levou o Imperador Tito a destruir Jerusalém. Em 135 nova revolta levou á diáspora judaica. Judeus se dispersaram pelo mundo. Única religião monoteísta da Antiguidade. Crença no Messias. Estado só volta a existir em 1948 criado pela ONU.  RELIGIÃO - principal contribuição. Religião monoteísta, única do período e que contribuiu para a formação do islamismo e do cristianismo. Predominou o patriarcalismo e a poligamia. Economia pastoril e posterior desenvolvimento comercial pelas rotas de caravanas. FENÍCIOS
  • 5.  Norte da Palestina – região do Líbano atual. Forte comércio e navegação marítima. Predomínio de cidades Estado – Biblos, Sidon e Tiro, dominadas pelos ricos comerciantes – Talassocracia. Fundaram Cartago. Criaram alfabeto de 22 letras, que deu origem aos alfabetos modernos. PERSAS Leste da Mesopotâmia, no atual Irã. Fusão dos Medos e Persas, povos arianos. Maior império da Antiguidade Oriental. Despotismo de direito divino unificado por Ciro (559-529 a.C.) que dominou o Império Babilônico e libertou os judeus. Cambises (529-522 a.C.) dominou o Egito. Dario I (52-484 a.C.) dividiu o império em satrápias, construiu estrada real de 2400 km e adotou dáricos (moeda). Com Dario e depois Xerxes, os persas atacaram os gregos, nas Guerras Médicas, mas foram derrotados tendo início decadência até o domínio dos macedônios com Alexandre Magno. Religião dualista – Zoroastrismo – duas divindades Ahura Mazda deus do bem, da luz e Ahriman deus do mal, das trevas. Crença na vinda do messias e ressurreição dos mortos tendo influenciado o judaísmo e o cristianismo. Livro sagrado Zend-Avesta . ANTIGUIDADE CLÁSSICA -Geografia da Península Balcânica com relevo acidentado, montanhoso, dificultando comunicações internas, facilitando autonomia das cidades. Solo pouco fértil, bons portos e conhecimento de navegação, favorecendo o comércio marítimo. Três regiões: Continental – norte da península; Peninsular – sul e Insular - ilhas do Mar Egeu (leste) e Mar Jônio (oeste). CRETA O destaque para a questão geográfica (uma ilha que foi ocupada por volta de 3000 a.C tornaram-se notáveis pelo comércio marítimo, pelo artesanato e pela influência que exerceram sobre os gregos. A partir de 2200 a.C., diversas cidades prosperaram por causa das atividades com metais e da relação comercial com a Fenícia, Egito e Síria. Período de grande desenvolvimento urbano. Por volta de 1750 a.C., uma catástrofe desconhecida destruiu parte das construções cretenses. Em 1700 a.C., palácios foram construídos e CNOSSOS se torna a cidade mais importante, com uma frota bem aparelhada que garante a segurança e o desenvolvimento do comércio marítimo. As festas ao ar livre estimulavam as competições esportivas. A arquitetura era o destaque em Creta e a mulher tinha um papel de destaque na sociedade. A grande divindade cultuada em Creta era uma mulher, a Grande Mãe, símbolo da terra e da fecundidade. Por volta de 1400 a.C., os Aqueus, invadiram Creta, Cnossos foi destruída,
  • 6. dando origem a Civilização Creto-Micênica. ORIGEM DOS GREGOS Período Pré-homérico (2000-1200 a.C.)  Sucessivas migrações de povos arianos que ocuparam a Península Balcânica a partir do ano 2000 a.C., formaram o povo grego. Os AQUEUS se estabeleceram na região do Peloponeso e fundam as vilas de Tirinto e Micenas, permitindo desenvolvimento comercial e urbano. Micenas assimila o modo de vida e as artes cretenses surgindo a Civilização Creto-micênica.  No início do século XII a.C., invasores jônios e eólios, se estabeleceram na região, seguidos pelos dórios, superiores militarmente e com uma sociedade em estágio inferior aos creto-micênicos, dominaram os povos na península, impondo sua cultura, levando a primeira diáspora grega. Período Homérico (1200-800 a.C.)  Conhecido por meio das obras de Homero (Ilíada e a Odisséia). Organizados em genos (comunidades agropastoris formadas por pessoas ligadas por laços familiares a um chefe comum – o pater). Propriedade da terra comum, certo grau de igualdade, os parentes mais próximos ao pater tinha maior importância social. Período Arcaico (800-600 a.C.)  A geografia interfere (influência) na formação social, política e cultural da Grécia. O continente era montanhoso, com vales férteis, porém isolados entre si, contribuindo para a formação das polis (cidades-estados). O litoral extenso e recortado estimulou a navegação e o comércio externo. A população crescia e a produção agrícola não, gerando insatisfação e discórdia. A terra comum foi dividida e surge à hereditariedade pela posse da terra, os genos se desintegraram e grande parte da população ficou a margem da sociedade.  Os genos levam as fatrias que levam as tribos e logo depois ao surgimento das polis ou cidades-estados, independentes embora ligadas por laços culturais comuns. Os EUPÁTRIDAS monopolizavam o conselho e escolhia o rei, o povo era excluído. Período Clássico (600-400 a.C.)
  • 7.  Esparta fundada pelos dórios na região fértil no Peloponeso precisava de terras para produzir alimentos, levando a conquista da Messênia. Os escravos eram a base produtiva e para manter o domínio a educação espartana era rígida, com ênfase nas práticas físicas e militares. O jovem se dedica a defender o Estado. Dos sete aos setenta anos serviam ao exército e logo em seguida formavam o conselho dos Anciãos, em uma sociedade que não ocorria discussão ou debate.  A sociedade era formada pelos ESPARCIATAS, dórios detentores do poder; militares e funcionários públicos; os chamados iguais; PERIECOS, homens livres, descendentes dos aqueus; cultivavam terras periféricas ou cuidavam do comércio; não tinham direitos políticos; HILOTAS, escravizados nas guerras, pertenciam ao Estado, trabalhavam nas terras públicas e nos lotes dos espartanos.  O sistema político era conhecido como GERONTOCRACIA, com órgãos como a Diarquia; Ápela (assembléia dos cidadãos); Gerúsia (conselho de anciãos); Eforado (cinco magistrados) fiscalizava a vida em Esparta, exercia o poder na prática.  Atenas fundada pelos jônios na região da Ática, também tinha colônias na região do Mar Negro e Egeu, após a primeira diáspora. Sociedade formada pelos DEMIURGOS, comerciantes enriquecidos; EUPÁTRIDAS, proprietários de terras-Aristocracia; GEORGÓIS, pequenos proprietários de terras - endividados podiam perder a liberdade; THETAS, artesãos.  No século VI a.C., Atenas passou por profundas transformações. As camadas populares não aceitavam ser excluídas do poder e pressionou por reformas. Os reis foram substituídos por nove arcontes (magistrados), mas, as agitações prosseguiram. Em 621 a.C., o aristocrata Drácon assume o poder e elabora leis severas escritas (pena de morte). Em 549 a.C., o político e legislador Sólon, realiza uma ampla reforma político-social, cujas principais medidas estabeleciam uma República censitária; o fim da escravidão por dívida; devolução de terras aos antigos proprietários; estímulo ao comércio e artesanato; criação de três instituições: Bulé, Eclésia e Helieu, desagradando aristocratas e ao povo.  Atenas entra em uma guerra civil por trinta anos, levando a insatisfação popular e a tirania. Em 561 a.C., Psístrato, promoveu a pacificação política e realizou reformas importantes; com a morte de Psístrato, seus filhos Hípias e Hiparco assumiram o poder. Hípias foi assassinado e Hiparco deposto. Seguiu-se uma fase de reação dos aristocratas. Em 507 a.C., o aristocrata Clístenes, conhecido como o “pai” da democracia, assumindo o poder. Dividiu a população em dez tribos, cada formada por três demos, havia um conselho, um tribunal e uma assembléia e a instituição do OSTRACISMO.
  • 8.  O crescimento econômico ateniense e o expansionismo territorial persa ameaçavam-se mutuamente. Quando as cidades gregas da Ásia Menor se rebelaram contra o domínio persa, os atenienses enviaram ajuda. Se iniciava as guerras greco-pérsicas (490-448 a.C.). Os gregos tiveram importante vitória em Maratona (490 a.C.), sendo derrotados nas Termópilas, quando Atenas foi incendiada (480 a.C.), logo em seguida os gregos derrotaram os persas no estreito de Salamina, em Platéia e Mícole (479 a.C.).  Após as seguidas vitórias gregas sobre os persas, sob o comando de Atenas foi formada a Confederação ou Liga de Delos, Esparta e outras cidades do Peloponeso não participavam. Fortalecida com a liga, os gregos destruíram o poderio naval de Xerxes em Eurimedonte (448 a.C.). A paz foi firmada com o Tratado de Susa, a liga não fazia mais sentido. Mas, Atenas, decide mantê-la, possibilitando o seu fortalecimento e formação do Império Ateniense. Este período foi marcado pelo governo de Péricles (444-429 a.C.), democracia para os cidadãos, período de apogeu da cultura e, em particular, das artes: teatro (Ésquilo, Eurípedes e Sófocles); escultura (Policleto, Fídias); ciências (Demócrito, Hipócrates).  Esparta liderava a oposição das cidades do Peloponeso contra Atenas, a Liga do Peloponeso. Em 431 a.C., se inicia o conflito entre Atenas e Esparta, Atenas superior no mar e Esparta em terra. Epidemias, fome, cercos, mortes, minaram a resistência ateniense. Em 404 a.C., os espartanos e seus aliados derrotaram Atenas e dissolveram a Confederação de Delos, era o fim do império ateniense. Esparta se torna hegemônica. Tebas lidera uma revolta contra Esparta com apoio ateniense e em 371 a.C., os espartanos são derrotados. Tebas conquista a hegemonia e em 362 a.C., é derrotada por uma coligação militar ateniense-espartana. Os tebanos aceitaram a paz com base no equilíbrio entre as cidades.  Em Atenas a aristocracia volta ao poder e os conflitos sociais também. As cidades-estados gregas enfraquecidas acabaram cedendo ao domínio macedônico. CULTURA GREGA  RELIGIÃO – Politeísta antropomórfica. Religião sem dogmas ou códigos de conduta. Deuses moravam no Olimpo, estavam no mundo, faziam parte do mundo e eram imortais. Não há separação entre sagrado e profano. Não havia culto à parte, a religião era parte do cotidiano. Oferendas não eram para expiar pecados, mas para agradar deuses e obter favores. Além dos deuses: Zeus, Hestia, Demeter, Poseidon, Afrodite, havia os heróis – Perseu, Jasão, Édipo, Hércules. Os oráculos eram locais de consulta aos deuses do futuro. Jogos eram realizados em homenagem aos deuses: ístimicos, neméios, píticos e olímpicos. Vitória nos jogos significava favorecimento dos deuses.  ARTES – três estilos arquitetônicos – Dórico, Jônico e Coríntio. O teatro grego inventou o drama. Encenação feita somente com homens usando máscaras
  • 9. (persona) em papéis femininos. Ésquilo – Persas, Prometeu Acorrentado, Sete contra Tebas; Sófocles – Antígona, Édipo Rei e Electra; Eurípides – Alceste, Medéia, Mulheres Troianas; Aristófanes (comédias) As Rãs, Os cavaleiros, As nuvens.  FILOSOFIA – Pré-socráticos. ESCOLA DE MILETO – Abandonam a mitologia em busca da explicação racional do mundo. Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes. PITAGÓRICOS – Busca da essência das coisas não em uma substância material, mas em um princípio abstrato, o número. Pitágoras, Parmênides e Heráclito. SOFISTAS – Reflexão para fins imediatos, inclusive comerciais. Humanismo e relativismo. Protágoras, Górgias. SÓCRATES – Felicidade e virtude só com o conhecimento. Criou a Maiuêutica ou parturição de idéias, onde através de perguntas e respostas tirava do próprio interlocutor á verdade. Condenado à morte Frases "Conhece-te a ti mesmo"; "Só sei que nada sei". PLATÃO – livros Apologia de Sócrates, Críton, Banquete, Fédon, A República. Defendia governo de sábios. Desenvolveu doutrina das idéias ou tipos ideais. A realidade percebida pelos sentidos apenas cópia imperfeita das realidades supremas – as idéias. ARISTÓTELES – maior filósofo grego. Autor de Política. Defendia a virtude no governo. Real existe independente das idéias e para conhecê-lo usa-se a lógica. HISTÓRIA – Heródoto pai da História e Tucídides, fundamentos da História Científica.  CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA – Fusão da cultura helênica e cultura oriental (persa e egípcia). Centro deixa de ser a Grécia e passa a ser Alexandria, Antioquia e Pérgamo. Governo despótico com divinização dos governantes. Comércio em larga escala. EPICURISMO – individualidade e materialismo. ESTOICISMO – firmeza de espírito e indiferença à dor. CETICISMO - nada podemos provar, impossível alcançar a verdade. CIÊNCIA – grande desenvolvimento. Biblioteca de Alexandria – com mais de 400.000 volumes. Aristarco (heliocentrismo), Euclides (geometria), Hiparco (trigonometria), Eratostenes (circunferência da terra). Grande avanço da medicina. ROMA  Península Itálica - localização central entre penínsulas balcânica e ibérica. Solo mais fértil que a península Balcânica, relevo simples. Costa menos recortada. Norte Alpes, centro Apeninos. Povos autóctones – ligures, sículos. Povos arianos – italiotas, sabinos, umbrios, latinos, etruscos, gregos. Origem lendária de Roma narrada em Eneida do poeta Virgílio. Gêmeos Rômulo e Remo, netos do rei Numítor, atirados ao Tibre, amamentados por Loba e criados por pasto. Adultos, vingaram o avô e fundaram Roma. Os dois teriam se desentendido e Rômulo matado Remo e se transformado no primeiro rei de Roma. Origem histórica, Roma acampamento militar fundado por volta de 1.000 a.C., às margens do rio Tibre, por latinos e sabinos, contra ataques dos etruscos.  MONARQUIA – Período baseado em interpretação de lendas, apresentados por Virgílio e Tito Lívio. Quatro primeiros reis latinos e três últimos etruscos. Fim da monarquia golpe dos patrícios para expulsar etruscos. Classes: patrícios – elite, grandes proprietários; clientes – parentes pobres, prestavam serviços aos patrícios;
  • 10. plebeus – maioria da população, trabalhadores livres sem direitos políticos, em geral estrangeiros; escravos – pouco numerosos, instrumentos de trabalho sem nenhum direito. Rei chefe supremo e Senado composto pelos patrícios propunha leis e administrava a cidade. Assembléia Curiata, elegia rei e podia vetar suas decisões, composta pelos patrícios divididos em três tribos.  REPÚBLICA – Estado voltado para a coisa pública, modelo romano. Patrícios recuperaram o poder, porém criaram mecanismos para evitar sua concentração e manter a plebe afastada do poder, daí tornar-se modelo de governo, como a democracia. Sincretismo como modelo de governo: Magistrados (elemento monárquico), eleitos pela assembléia para cargos de um ano com funções executivas – Cônsul (chefes), Pretores (justiça), Censores (censo), Questor (tesouro), Edis( conservação pública), Pontífice (culto religioso).  Senado – (elemento aristocrático), sob domínio dos patrícios, tornou-se principal órgão de governo. Designava cônsules para as províncias, nomeava embaixadores, fiscalizava os questores, decidia pela guerra. Assembléia Centuriata (elemento democrático), reunia centúrias, divisões do exército que eram dominadas pelos patrícios. Elegia os magistrados e votava leis. Aristocrática no início, a República com as revoltas da plebe foi se democratizando. Plebe, maior parte da população mas, marginalizada politicamente, revoltou-se por cinco vezes de 494 a 286 a.C.. Criaram tribuno da Plebe (vetar leis do Senado), Lei das 12 Tábuas – primeiras leis escritas; Lei Canuléia – casamento entre patrícios e plebeus; Lei Licínia Sextia – proibia escravidão por dívidas e Lei Hortênsia – decisões da Assembléia da Plebe ou Plebiscito, passam a ter validade legal. Estado continuou forte, mas houve equilíbrio de poderes entre patrícios e plebeus.  Expansão territorial – inicialmente romanos dominaram os vizinhos, depois as colônias gregas no Sul da Itália. Em 275 a.C. criada confederação liderada por Roma. Cartago colônia fenícia no norte da África era grande rival comercial de Roma e sua conquista indispensável para a continuidade da expansão .  Guerras Púnicas - Houve três guerras e Roma venceu todas elas. Na primeira Roma anexou a Sicília, Córsega e Sardenha. Na segunda revanche de Cartago, Aníbal invadiu a Itália, mas romanos atacaram Cartago, obrigando-o a recuar. Espanha ocupada e Cartago perdeu sua frota. Terceira Guerra, foi provocada pelos romanos que arrasaram a cidade e escravizaram seus habitantes. Guerras Macedônicas submeteram Grécia, Península Ibérica em 133 a.C.. Júlio Cesar dominou a Gália em 55 a.C e o Egito foi conquistado em 30 a.C.. Mar Mediterrâneo tornou-se mare nostrun, ou seja, mar romano. Repercussões das Conquistas – imperialismo e militarismo, ruína dos pequenos produtores que migraram para as cidades. Grande afluxo de riquezas e escravos – desvalorização do trabalho e baixa produtividade. Surge nova classe social os Homens Novos ou cavaleiros. Exército profissional, valorização do luxo e ócio. Crise das instituições republicanas, território muito grande.
  • 11.  Crise república – conflito entre patrícios e plebeus, os cavaleiros e o exército.Como tentativa de solução para a marginalização dos plebeus buscaram-se reformas, sem sucesso. TIBÉRIO GRACO – Tribuno da Plebe propôs reforma agrária com limite de 125 hectares por cidadão. Resto seria redistribuído pelo estado, 7,5 hectares para cada um. Foi assassinado com mais 300 adeptos. CAIO GRACO – Lei Frumentária – reduziu o preço do trigo. Tentativa de controlar o poder contra os patrícios o levou ao suicídio em 121 a.C.  Fracasso das reformas, fortaleceu o exército. Generais apoiados pelos soldados passaram a ser identificados como os únicos que poderiam resolver a situação. MÁRIO – general vitorioso, eleito Cônsul seis vezes o que era proibido. Reformulou o exército que era privilégio dos cidadãos em exército de assalariados criando o soldo, participação nos espólios e após vinte e cinco anos de carreira, um pedaço de terra. Homem novo era detestado pelo Senado. SILA – General patrício, tornou-se ditador. Expulsou e perseguiu violentamente os partidários de Mário, desarticulando os grupos populares. Procurou restaurar o poder senatorial.  IMPÉRIO - após Mário e Sila, crise do modelo republicano continua, apesar de calmaria aparente. Novo líder aristocrático, Pompeu consegue abafar na Espanha revolta popular comandada por Sertório ( 78-72 a.C.). Crasso obtém prestígio após liquidar a revolta de escravos comandada por Espártaco (73-71 a.C.) e Júlio Cesar faz fama com suas vitórias militares. Catilina, um patrício fracassado tenta tomar o poder político, desmascarado por Cícero, homem novo e orador destacado, sendo a saída à formação dos triunviratos. Poder foi dividido entre três generais, ficando cada um responsável por parte do território romano.  Primeiro Triunvirato – Crasso, Pompeu e Júlio Cesar. Crasso morreu na Pérsia e Pompeu em 52 a.C. obteve o título de Cônsul único e destituiu César do comando da Gália. Ás margens do rio Rubicão, César profere a famosa frase: "a sorte está lançada". Parte para Roma, para enfrentar Pompeu, vencendo-o somente em Farsálias (49 a.C.), na Grécia. César desembarcou em seguida em Alexandria e apoiou Cleópatra como rainha do Egito contra o faraó Ptolomeu. Posteriormente na Ásia Menor aniquilou as tropas sírias, pronunciando outra frase famosa: "Vim, vi e venci". Retornando a Roma foi proclamado ditador vitalício com a oposição do Senado. Fez várias reformas e obras públicas, deu cidadania aos gauleses e espanhóis. Distribuiu trigo gratuitamente, reformou calendário (mês julho). Desejo de se tornar rei e poderes hereditários, levou-o a ser assassinado no Senado em 15 de março de 44 a.C., a punhaladas em uma conspiração dirigida por Caio, Cássio e Marcus Brutus.  Segundo Triunvirato – três políticos ligados a César: Lépido, Marco Antonio e Otávio. Perseguiram e eliminaram os opositores de César. Otávio aproveitou-se da ausência de Marco Antonio, que se encontrava no Egito junto a Cleópatra, para ampliar seu poder. Afastou Lépido em 36 a.C. e declarou guerra a Marco Antonio, vencendo-o na batalha naval de Actium em 31 a.C. e tornou-se único senhor de
  • 12. Roma.  Principado - período de transição da República para o Império. Otávio recebeu do Senado o título de Príncipe (primeiro cidadão da República). Passou a concentrar todo o poder, sendo comandante do Exército e tendo o poder de veto sobre as decisões do Senado e o controle da religião. Em 27 a.C. recebeu o título de Augusto (divino e sagrado), até então reservado aos deuses. Período mais próspero e glorioso de Roma. Apaziguou conflitos sociais, ampliou política republicana de pão e circo. Exército permanente formado por soldados profissionais. Arrecadação direta de impostos, consolidou fronteiras, cidadãos divididos pelo critério censitário: ordem senatorial, eqüestre e plebéia. Embelezou Roma, criou a Guarda Pretoriana para proteger o imperador, apoiou as artes e escritores como Horácio, Virgílio, etc.  ALTO IMPÉRIO – DINASTIA JÚLIO CLAUDIANA (14-68) - Muitos imperadores tiranos e brutais como Tibério (morte de Cristo) Calígula e Nero. DINASTIA DOS FLÁVIOS (69-95) – Exército passou a participar da escolha do Imperador, antes privilégio da guarda pretoriana. Teve bons imperadores, Vespasiano, Tito e Domiciano, que morreu assassinado. DINASTIA DOS ANTONINOS (96-192) - Apogeu do Império. Maior extensão territorial (Trajano), grande prosperidade econômica (Adriano e Antonino), progresso cultural (Marco Aurélio). DINASTIA DOS SEVEROS (193-235) – Início da decadência. Problemas - queda na produção agrícola, crise escravismo (fim das guerras ofensivas), cristianismo (crescimento e oposição á escravidão), exército (rivalidades e interferência na vida política, uso de soldados bárbaros e menor treinamento), invasões dos bárbaros germânicos, revoltas dos povos dominados; saída de metais preciosos na importação de produtos do oriente, levando à diminuição do conteúdo metálico das moedas, causando inflação. Com a crise generalizada, iniciou-se a ruralização da economia. Estado criou o colonato, prendendo o camponês à terra, impedindo-o de abandoná-la.   BAIXO IMPÉRIO – De 235 a 284 predominou anarquia militar. De vinte e um imperadores, só um não teve morte violenta. Alguns imperadores tentaram reverter à decadência. DIOCLECIANO – 284-305. Implantou a Tetrarquia - dois Augustos e dois Césares. Império dividido em quatro regiões. Decretou Edito Máximo em 301, tentando tabelar os preços. Tetrarquia não sobreviveu ao seu criador. CONSTANTINO (313-337) Edito de Milão, deu liberdade de culto aos cristãos. Transferiu capital para Constantinopla. TEODÓSIO (379-395) – Tornou o cristianismo religião oficial do Império. Dividiu Império em Ocidental (capital Milão) e Oriental (capital Constantinopla). Pressão dos “bárbaros” aumentou.  “BÁRBAROS” - para os romanos eram todos os que não falavam latim, os não romanos. Celtas - indo-europeus, da Europa Central e Oriente; Eslavos - russos, poloneses, tchecos, sérvios, etc; Tártaro- mongóis - hunos, turcos, búlgaros, etc; Germanos - visigodos, ostrogodos, hérulos, anglo-saxões, francos, etc. Imperadores romanos no século IV permitiram que povos “bárbaros” se fixassem nas fronteiras do
  • 13. Império como "aliados". Roma tomada em 410 pelos Visigodos, em 455 pelos Vândalos e em 476 pelos Hérulos que depuseram o Imperador Rômulo Augústulo pondo fim ao Império Ocidental.  CULTURA ROMANA - DIREITO – Mais evoluído da antiguidade. Uma das maiores contribuições para a época moderna. Jus Civile – regulamenta vida dos cidadãos romanos. Éditos pretoriais, decretos imperiais e costumes. Jus Gentium – aplicado aos demais e Jus Naturale – direitos dados pela natureza e comuns a todos os homens. LITERATURA – Influenciada pelos gregos – Virgílio (Eneidas), Horácio, Ovídio (Arte de Amar), Tito Lívio (História de Roma). Fase final poesia satírica com Petrônio (Satyricon). Cícero maior orador romano. RELIGIÃO – cópia da grega politeísta, ajustada às condições romanas, antropomórfica e contratual. Antepassados cultuados em cerimônias feitas pelo pater famílias. Principais deuses: Júpiter (Zeus), principal deus; Juno (Hera) protetora da família, Diana (Artemis) deusa da caça, Baco (Dionísio), deus do vinho, Vênus (Afrodite), deusa da beleza. A FORMAÇÃO DO FEUDALISMO  A partir do final do século III, com o enfraquecimento do poderio de Roma, alguns povos que habitavam nas fronteiras do Império começaram a se instalar pacificamente no território como colonos e, sobretudo, como soldados. No final do século IV, os Hunos, praticamente empurram os povos germânicos para dentro do Império Romano, invadindo e pilhando as cidades do Império. O processo de desagregação do Império durou cerca de duzentos anos, vários reinos bárbaros surgiram a partir de 410, e o golpe definitivo foi quando Odoacro, chefe dos Hérulos, destronou o último imperador romano em 476.  As cidades se despovoaram, enquanto o comércio e a produção artesanal entrava em declínio. Sem dinheiro o império não dava para manter o seu exército e a integridade do território. A população abandonava as cidades, os latifúndios que tinham base escravista, perderam importância. Surge as Vilas, propriedades que se tornam gradativamente auto-suficientes, tendo como mão-de-obra principal os colonos, que trocavam parte da produção e trabalho nas terras do Senhor (latifundiário) por segurança e o uso da terra. Com o passar do tempo os pequenos proprietários de terras entregariam suas propriedades para os latifundiários em troca de proteção. Essas Vilas e as relações nelas estabelecidas contribuíram para a formação do Feudalismo.  A intensificação das invasões germânicas na Europa Ocidental acrescentou novos elementos e acentuou mudanças na sociedade que se formava. Os Germanos tinham um padrão de justiça, baseado na tradição e noções de honra e lealdade, que fundamentavam as relações entre o chefe guerreiro e seus comandados. A prática de conceder terras como recompensa aos homens que se destacavam nos combates,
  • 14. tornavam os guerreiros em senhores de terra à medida que avançavam em território romano. A união entre os guerreiros e seus comandantes baseava-se na lealdade e na palavra, levando a independência dos guerreiros nos seus domínios, que viriam a ser os senhores feudais, tendo uma administração descentralizada.  A Igreja Católica representou papel fundamentou na formação e na consolidação do feudalismo. O Cristianismo era o que unia os povos da Europa, a igreja era a instituição sólida e que controlava a fé e influenciava nas vidas das pessoas. A religião era o mais importante na vida das pessoas, grande parte da sociedade acreditava que os acontecimentos diários eram uma vontade divina. A Igreja Católica se fazia sentir na política legitimando o poder dos senhores feudais e contribuindo para a conversão dos bárbaros ao cristianismo.  Diversos reinos bárbaros foram formados dentro do antigo território romano, dentre eles, o que mais se destacou foi o dos Francos. Com Clóvis (481-511), os francos se converteram ao cristianismo, estabelecendo uma aliança com a Igreja Católica. Com isso a população romanizada e cristianizada passa a aceitar os Francos. Com a morte de Clóvis, lutas internas e o afastamento de suas funções, levaram os reis a perderem gradativamente o seu poder (639). O poder passou a ser exercido pelos “administradores do palácio”, líder dos nobres, destacando-se Carlos Martel, vencendo os árabes, em 732, interrompendo o seu avanço pela Europa.  O filho de Carlos, Pepino, O Breve, fortaleceu sua aliança com a Igreja Católica, afastando os Lombardos da Península Itálica e cedendo o território central, formando os Estados Pontifícios, sob o controle do Papa até o século XIX. O papa consagra Pepino, O Breve, rei dos Francos. O seu filho Carlos Magno empreendeu batalhas com a intenção de obter terras e doar aos nobres, garantindo o seu domínio através das regras da suserania e vassalagem. A força militar de Carlos Magno atraiu a atenção do Papa que precisava proteger os territórios da Igreja Católica e disseminar a fé cristã entre os povos conquistados pelos Francos. Assim, em 800,Carlos Magno foi aclamado Imperador pelo Papa Leão III, representante de Deus, cabendo a ele defender a igreja, manter a paz e a ordem. Carlos Magno governou utilizando a divisão do território em províncias (Condados), governados por nobres (Condes) que recebiam as funções de administrador, juiz e chefe militar. Fiscalizados pelos missi dominici. O governo de Carlos Magno incentivou à cultura, ensino, conhecimento e artes.  A centralização do poder alcançada por Carlos Magno dependia, em grande parte, de sua autoridade pessoal e não sobreviveu após a sua morte (814). Seu filho, Luís, O Piedoso, governou até 840, morto, seus três filhos entraram em guerra pelo controle do Império. Através do Tratado de Verdun (843) a paz foi selada e o império dividido em três partes, levando a Dinastia Carolíngia a um processo contínuo de enfraquecimento, em conseqüência das disputas pelo poder, das invasões vikings,eslavas e húngaras. Esse processo coincidiu com o fortalecimento do poder dos Senhores Feudais, contribuindo para a descentralização do poder.
  • 15. 1. As mudanças ocorridas durante os séculos IV e IX, formaram e consolidaram o sistema feudal que tinha como características: 1. Na sociedade feudal, a palavra e a honra eram fundamentais, desse modo, os senhores feudais ligavam-se entre si por meio de um sistema de obrigações e tradições, a vassalagem. 2. Com o processo de ruralização as cidades perderam importância, portanto as vilas, futuros feudos, deveriam produzir até mesmo o que antes era feito nas cidades. Ou seja, eram auto-suficientes, produziam quase tudo que seus moradores precisavam. A terra era a principal riqueza, a economia era de base agrária e tinha a agricultura de subsistência como principal atividade econômica. Como as técnicas utilizadas eram simples e os principais instrumentos eram de madeira, a produção era limitada, acentuando a retração das atividades comerciais e artesanais. 3. O feudo era o núcleo da sociedade e a terra a principal fonte de sobrevivência e poder. As terras eram distribuídas em Manso Senhorial, Manso Servil e Terras Comunais. Os servos deviam obrigações aos senhores feudais, como: a talha, a corvéia, a banalidade, o censo, a capitação e a mão-morta. 4. A sociedade feudal tinha rígidas tradições e vínculos jurídicos que determinavam a posição social de cada indivíduo a partir do nascimento. A mobilidade social praticamente não existia, era uma sociedade estamental, composta por três ordens: o clero, que cuidava da fé cristã; os nobres, responsáveis pela segurança e os servos, que trabalhavam para sustentar toda a população. 5. O poder político fragmentado entre os reis e os senhores feudais, todos subordinados as obrigações do sistema de suserania e vassalagem. O poder do rei era reconhecido e legitimado pela Igreja: ele era “rei pela graça de Deus”. Mas, não tinha poderes para interferir nas terras de seus vassalos (Senhores Feudais). 6. A cultura feudal sofria influência da Igreja Católica, que era intermediária entre os Homens e Deus, detendo o monopólio da salvação. Não se limitando a vida espiritual, a igreja tornou-se a grande proprietária de terras e riquezas do período, graças as doações feitas por aqueles que queriam a salvação. Controlavam o saber erudito e condenavam todos aqueles que questionassem os dogmas da Igreja Católica. A CRISE FEUDAL  A partir do século X, a diminuição das invasões e o número menor de epidemias, fez com que a população crescesse. O aumento populacional não foi acompanhado pelo crescimento da produção agrícola, gerando a necessidade de se ocupar mais terras para a produção de alimentos (pântanos e florestas) e a introdução de algumas inovações
  • 16. tecnológicas (rotação de culturas, charrua, arado de ferro e ferradura). Em alguns feudos, isto gerou, o aumento da produção agrícola, ocorrendo o surgimento do excedente de produção (sobra). Entretanto, a população continuava a crescer, muitos senhores feudais começavam a expulsar o excedente populacional e muitos saiam por conta própria (fuga). Muitos servos procuravam as cidades, alguns não obtendo sucesso, voltavam para os feudos, outros tornavam-se mendigos e saqueadores nas estradas. Até os senhores feudais para garantir suas posses instituíram a primogenitura, levando a um clima de disputas entre os nobres. Esse ambiente favoreceu o movimento das Cruzadas.  O domínio dos Turcos na Palestina, somado a interesses materiais e culturais dos cristãos europeus, incentivou o movimento cruzadista. O discurso do Papa Urbano II aos cristãos europeus, apelando para libertação da Terra Santa, deu inicio a primeira cruzada. Os nobres viam nas cruzadas a possibilidade de enriquecimento, a igreja riqueza e prestígio e os mais pobres a possibilidade de fortuna “fácil”. As Cruzadas levaram a vitórias cristãs, mas o domínio da região permanecia nas mãos dos Turcos. Apesar disso, como conseqüência tivemos a reabertura do Mar Mediterrâneo, contatos culturais e comerciais entre oriente e ocidente, o aumento populacional das cidades e o fortalecimento do comércio.  Somado as conseqüências das Cruzadas, o excedente da produção, levou ao renascimento comercial e urbano. As feiras que eram incipientes, tornam-se periódicas e logo depois, permanentes, permitindo o aparecimento de núcleos urbanos (burgos). As cidades atraíam servos, camponeses, homens livres e artesãos, que passavam a realizar seus ofícios. As relações comerciais restabelecem o uso da moeda, diferentes em cada região ou feudo, essa variedade cria o câmbio (troca de moedas). No inicio os cambistas só trocavam moedas, passaram com o tempo a emprestar dinheiro, surgindo futuramente os Bancos. As cidades estavam vinculadas aos senhores feudais que cobravam pesados impostos (taxas). Com o aumento do comércio e fortalecimento da burguesia, alguns burgos conseguiram deixar de pagar tributos, outros tiveram que lutar, unindo-se aos Reis.  Com o aumento da produção artesanal e comercial, muitos que se dedicavam a essas atividades passaram a se organizar em associações que regulavam suas atividades (Corporações de Ofício e Guildas). A Igreja Católica pregava a noção de justo preço, condenavam a usura considerando-a pecado. As mudanças em curso permitem ao aparecimento de um novo sistema econômico: o capitalismo.  A dissolução do feudalismo foi apressada por uma sucessão de acontecimentos que geraram a chamada “crise do século XIV”. A produção de alimentos sempre deficiente no sistema feudal se agravou e provocou surtos de fome por vários pontos da Europa. Associada a fome, a falta de estrutura das cidades, provocou uma série de epidemias a pior delas, a Peste Negra (1348 a 1350). Inúmeras guerras também contribuíram para aumentar a mortandade e a crise européia, entre elas, a Guerra dos Cem Anos (1337
  • 17. -1453). A população diminuía e a mão-de-obra se tornava escassa, levando os senhores feudais a aumentar a exploração sobre os camponeses. Em conseqüência, houve inúmeras revoltas camponesas contra os senhores feudais, destruindo propriedades e assassinando nobres. Além de motins e desordens nas cidades. O poder descentralizado não conseguia resolver os problemas que surgiam em uma sociedade que ganhava complexidade. Essas mudanças passam a fortalecer o poder dos reis. FORMAÇÂO DAS MONARQUIAS NACIONAIS  Na Europa medieval, o poder político estava fragmentado, tendo cada feudo suas próprias leis, impostos e moedas. Além de estradas ruins e inseguras, pedágios e territórios não definidos. Essa situação trazia enormes entraves às atividades mercantis. Um poder forte e centralizado poderia resolver esses problemas. Interessados nessas mudanças, comerciantes e banqueiros forneceram ao rei apoio financeiro para derrotar os Senhores Feudais. Gradativamente se formava o Estado, com uma burocracia profissional e exército permanente.  Aos poucos, o rei impôs sua autoridade, estabelecendo fronteiras, ganhando sentido político, fiscal e militar, mesmo com a resistência inicial da Igreja Católica. Surgiam as Monarquias Nacionais, Estados Nacionais ou Estados Modernos, com características próprias, de forma diversa em cada região da Europa, com longos e sangrentos conflitos (Portugal, Espanha, França e Inglaterra). ESTADO ↓ Instituição que deve manter a infraestrutura da sociedade. NACIONAL MODERNO ↓ ↓ NAÇÃO Novo ↓ Cultura Costumes Tradição  Na Europa Medieval, o poder fragmentado era um obstáculo para o desenvolvimento das atividades econômicas (diversas moedas, impostos e leis não definidas, cobrança de pedágios, insegurança, território não definido).  Características do Estado Moderno: . Definição dos limites territoriais; . Moeda única; . Leis e impostos definidos; . Exército Nacional; . Idioma nacional. Formação do Estado Moderno na Inglaterra  Em 1066, com a conquista da atual Inglaterra pelo normando Guilherme, o
  • 18. Conquistador, à atual Inglaterra viveu uma espécie de “feudalismo centralizado”. Até 1215 as relações foram tensas entre nobres e reis, com João “Sem Terra” e suas imposições autoritárias. Os nobres após a derrota de João na França se reuniram e aprovaram um documento que limitava o poder do rei, determinando que aumentar impostos só com a aceitação do Grande Conselho, formado pela nobreza e clero. Este documento também estabelecia outros pontos favoráveis não só a nobreza como também ao povo em geral (MAGNA CARTA). Em 1265, os nobres, com o apoio popular, cria uma assembléia (PARLAMENTO), contendo os representantes do Clero, Nobreza e Burguesia, incorporado às instituições do Estado inglês em 1295. No século XV, com a Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485), entre os YORK e LANCASTER, levou a ascensão da família Tudor. Henrique VII chega ao poder (1485) e restaura e amplia o poder do rei, unificando o país e as bases do Estado Moderno na Inglaterra. Formação do Estado Moderno na França  A partir do século XII com o crescimento comercial e urbano, o poder real começou a controlar a cobrança de impostos e a fortalecer os tribunais de leis reais. Com Filipe IV, o Belo (1285 - 1314), o atrito com a Igreja Católica e Ordens Religiosas foi inevitável com a cobrança de impostos a estes. A Guerra de Cem Anos (XIV) foi decisiva para a centralização do poder nas mãos dos reis, com a criação de um exército permanente, a criação de um imposto fixo, um idioma nacional e a unificação econômica. No início do século XVI, Francisco I (1515 – 1547) tornou a Monarquia Francesa absoluta. Formação do Estado Moderno na Espanha  A luta contra os árabes (GUERRA DE RECONQUISTA) foi inicialmente travada pelos reinos cristãos de Astúrias e Leão, logo depois, os reinos de Aragão e Castela, passam também a lutar. No século XI, o rei, Afonso VI, dos reinos unificados de Leão e Castela, teve o apoio de Henrique de Borgonha (vassalo francês). Para recompensar Henrique, Afonso VI, ofereceu-lhe o Condado Portucalense como feudo. Em 1212, o domínio muçulmano, ficou restrito à região de Granada. Em 1469, com o casamento de Fernando, rei de Aragão, e, Isabel, rainha de Castela, os “reis católicos” venceram os senhores feudais impondo a autoridade real e consolidando a Monarquia Espanhola derrotando os árabes em Granada. Formação do Estado Moderno em Portugal  O Condado Portucalense em 1139, rompeu vínculo com o reino de Leão e Castela e Afonso Henriques (filho de Henrique de Borgonha) se proclamou rei de Portugal, iniciando a dinastia de Borgonha e a história de Portugal como reino independente. A consolidação da Monarquia Portuguesa se deu com a Revolução de Avis (1383 – 1385), aclamando dom João (mestre de Avis), como rei português. A Revolução de Avis
  • 19. fortaleceu a burguesia que apoiou o rei na luta contra os castelhanos. Graças a essas mudanças, Portugal se tornou o primeiro Estado Nacional Europeu. EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL  Até o século XV, os povos da terra viveram isolados uns dos outros. Viviam com suas práticas, modelos ou tradições culturais sem sofrer nenhuma influência externa. A mentalidade do período.  A partir do século XV os europeus foram impelidos a empreender as Grandes Navegações. Misto de espírito aventureiro, necessidades econômicas, fervor religioso e ambições pessoais.  Duas razões econômicas levaram os europeus a expansão marítima e comercial: 1. A expansão do comércio: a necessidade de mercador consumidor e matéria-prima barata. Desde o tempo das Cruzadas os europeus eram fascinados pelos produtos orientais: especiarias (temperos), seda, perfumes, tapetes, etc. Essas mercadorias eram trazidas por terra pelos árabes até a costa do Mar Mediterrâneo, vendidas para comerciantes italianos e depois, revendidas em toda Europa. Para acabar com o monopólio dos italianos e árabes era necessário encontrar um novo caminho para as índias (contornar a África e atingir as Índias por mar). 2. Obter grandes quantidades de metais preciosos. A expansão do comércio acarretava uma necessidade crescente desses metais para cunhagem de moedas. As minas europeias estavam esgotadas forçando a procura por novas fontes fora da Europa.  Além das razões econômicas, a Igreja Católica, buscava propagar a fé cristã pelo mundo, fortalecendo o seu poder. A classe burguesa ambicionava aumentar os seus lucros com o aumento da circulação de mercadorias e à aquisição de novos produtos. Não esquecendo o interesse do Estado de aumentar suas rendas e fortalecer o seu poder.  As conquistas marítimas foram possibilitadas pelos avanços efetuados nas técnicas de navegação em alto-mar. O uso da bússola, do astrolábio, das cartas náuticas, da caravela e da carraca, permitiram as expedições marítimas. O uso dos canhões e da pólvora, por sua vez, possibilitou a conquista das terras.  Por que um país tão pequeno foi o primeiro a se lançar no processo das Grandes Navegações?
  • 20. 1. Com a guerra dos Cem Anos (1337-1453) as rotas comerciais terrestres foram perdendo importância. Os progressos na arte de navegar permitiram a utilização de rotas marítimas entre o mar do Norte e o mar Mediterrâneo, fortalecendo as regiões costeiras do oceano atlântico, como por exemplo, Lisboa e Porto (cidades portuguesas), que se tornaram prósperas. 2. A atividade pesqueira contribuiu para que os pescadores que buscavam bacalhau em alto-mar aprendessem a enfrentar o mar aberto. 3. A Escola de Sagres reunia inúmeros cartógrafos, navegadores e astrônomos para desenvolver estudos e discutir suas experiências náuticas. 4. A formação do Estado Moderno Português constituindo apoio fundamental para as Grandes Navegações.  A expansão portuguesa começou em 1415 com a tomada de Ceuta, importante centro comercial dominado pelos muçulmanos, no norte da áfrica. Os lusitanos tomaram e saquearam Ceuta, mostrando que a mentalidade econômica portuguesa ainda tinha influência medieval (enriquecer pela guerra) em vez de aplicar o modo capitalista de produzir (investir capital).  A expansão continuou nas ilhas de Madeira, Açores e Cabo Verde, no Oceano Atlântico. Implantando o cultivo de cana-de-açúcar como forma de ocupar as terras. A expansão estendeu-se ao longo do continente africano, sempre percorrendo a costa africana, reconhecendo o território, criando novos mapas e relatórios, logo depois enviando outra expedição. Os portugueses iam conquistando novas terras, obtendo mercados consumidores e matérias-primas, ocupando entrepostos comerciais e escravizando os africanos.  Em 1487 Bartolomeu Dias contornou o Cabo das Tormentas permitindo a Vasco da Gama chegar a Calicute (Índias), dez anos depois, em 1497. Depois de setenta anos após a conquista de Ceuta, os portugueses atingiram o objetivo de alcançar a Índia. Na primeira viagem, Vasco da Gama, levou para a Europa muitas mercadorias, atingindo um lucro de 6000%. As viagens portuguesas permitiram a intensificação do comércio de especiarias, o enfraquecimento das cidades mercantis italianas e colocou Portugal entre os Estados mais poderosos da Europa.  A espanhola foi comandada pelo genovês Cristovão Colombo, que acreditava atingir o Oriente navegando em direção ao Ocidente. Ele acreditava que a terra era redonda. Com o apoio dos reis de Espanha ele chegou em 1492 em um novo continente: a América. O feito de Colombo criou um problema com Portugal. Supõe-se que os portugueses já desconfiassem da existência desse território. Para tentar solucionar foram feitos tratados de limites: a bula intercoetera e logo depois o tratado de Tordesilhas.
  • 21.  Em 1500, o rei dom Manuel, organizou uma nova expedição que tinha o objetivo de dominar o comércio dos produtos orientais. Comandada por Pedro Álvares Cabral ela tomou o rumo direto para as Índias. Seguiu ao mar aberto e chegou em 22 de abril ás terras que viriam a se chamar Brasil. Após tomar posse da terra seguiu viagem para as Índias. A chegada de Cabral a Índia garantiu á Portugal o comércio das especiarias. Ocorria assim o processo de Acumulação Primitiva do Capital.  Encontrando o mundo dividido entre Espanha e Portugal pelo Tratado de Tordesilhas, Inglaterra, Holanda e França, desconheceram o acordo e procuraram atuar contra as colônias e os navios ibéricos. ABSOLUTISMO  Os interesses dos grupos envolvidos (BURGUESIA e NOBREZA) contribuíram para tornar o poder do rei absoluto. 1. Nobreza – acabar com as revoltas camponesas que ameaçavam a vida, as propriedades e o poder dos nobres; 2. Nobreza – garantir seus privilégios através de leis; 3. Burguesia – acabar com a concorrência desleal através de leis.  A visão do poder absoluto dos reis encontrava sua legitimidade teórica nas obras de diversos pensadores e filósofos. Entre eles: 1. Jean Bodin (1530-1596) – o rei detinha o poder absoluto (SOBERANIA) de criar ou revogar leis, tendo o poder supremo sobre seus súditos. Agindo a partir de sua consciência. 2. Thomas Hobbes (1588-1679) – autor de Leviatã, no qual o poder conferido ao rei pela sociedade é em troca de segurança, ordem, paz, crescimento econômico. A idéia do Contrato Social. 3. Jacques Bossuet (1627-1704) – bispo, autor da obra Política Tirada da Sagrada Escritura; defendia a Teoria da Origem Divina do Poder Real. Logo o rei só devia satisfação de seus atos apenas ao Criador (DEUS).
  • 22.  Com a concentração do poder nas mãos dos reis, os privilégios do Clero e da Nobreza forma mantidos, permanecendo a sociedade estamental. O Terceiro Estado permanecia explorado e desprovido de privilégios.  O maior analista do Estado Moderno foi o italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527), que a partir de intensa investigação concluiu que a unidade nacional era fundamental para a grandeza de um povo. Ele defendia que os Homens não agem a todo o momento baseados de uma moral cristã, “não vivemos no Céu ideal, mas, na Terra real”.  Um crítico do poder absoluto dos reis foi o inglês Thomas Morus (1478-1535), que em seu livro A Utopia (1516), questionou a pobreza dos camponeses e as guerras provocadas pela ambição. Então, concluiu, que “onde a propriedade for um direito individual, onde as coisas se medem pelo dinheiro, não será possível organizar a justiça”. Ele descreveu uma sociedade ideal, não existiriam classes sociais diferentes e nem a propriedade privada. A Utopia de Thomas Morus despertou homens e mulheres que buscaram, sonharam e lutaram por uma sociedade mais justa e digna. MERCANTILISMO  A economia neste período reunia aspectos feudais e capitalistas. 1. Feudais:  o sistema de Corporações de Ofício;  as formas de trabalho servil no campo, mantendo a corvéia, talha, dízimo. 2. Capitalistas:  produção realizada segundo o sistema doméstico, depois de algum tempo, surgiriam as manufaturas;  difusão do trabalho assalariado;  surgimento de novasformas de organização econômica (sociedade anônima, bancos, documentos de crédito).  Neste período desenvolveu-se o capitalismo comercial realizando a acumulação primitiva do capital.  O Estado nacional estabeleceu princípios e orientações para fortalecer os governos e as atividades econômicas. O Estado precisava de dinheiro para manter a infra-estrutura
  • 23. das cidades, pagar funcionários públicos, manter os privilégios e o luxo do Clero e da Nobreza.  O Estado passou a determinar o que as pessoas podiam e o que não podiam fazer no comércio, na agricultura, no artesanato e em outras atividades. As normas e os regulamentos do Estado absolutistas para a vida econômica da nação são chamados de mercantilismo, a partir do século XIX.  Os reis e ministros governavam de acordo com as idéias mercantilistas, entre elas, se destacam:  o metalismo - a riqueza de um país é medida pela quantidade de metal precioso (ouro e prata) por ele armazenada;  a balança comercial favorável, ou seja, fazer com que o valor das exportações fosse sempre maior do que as importações;  o protecionismo alfandegário buscava garantir a balança comercial favorável através da cobrança de taxas (impostos) sobre os produtos importados;  o monopólio, buscava ampliar as exportações, favorecendo as manufaturas, através de concessões “vendidas” pelo estado aos burgueses.  Houve inúmeras variações no modo de aplicar o mercantilismo, resultando diferentes tipos: 1. Metalismo – países como a Espanha adotavam o acúmulo de metais preciosos como fonte de renda; 2. Comercialismo – forma de mercantilismo adotada nos Países Baixos, onde o comércio marítimo e a intermediação nas relações comerciais entre diversos Estados constituíram a formação de grandes companhias de comércio, protegidas pelos privilégios concedidos pelo Estado; 3. Colbertismo – criado na França, valorizava a criação de manufaturas reais, onde o Estado passava a agir como empresário;
  • 24. 4. A Inglaterra praticou um tipo de mercantilismo que combinava o incentivo à produção de bens manufaturados e a atividade comercial; 5. Em Portugal o tipo de mercantilismo adotado variou de acordo aos acontecimentos. Com o comércio de especiarias se adotou o fortalecimento do comércio marítimo; com a produção de açúcar no Brasil se adotou a prática de monopólios; com a descoberta de metais preciosos no Brasil, a prática metalista.  Beneficiada com o protecionismo concedido pelo ESTADO, a burguesia aceitou a intervenção do ESTADO na economia, apoiando os reis e garantindo a lucratividade de seus negócios.  No século XVIII, setores da burguesia européia, afastada dos monopólios, passaram a se opor à política mercantilista e ao absolutismo dos reis. Surge uma nova doutrina política e econômica: o LIBERALISMO. RENASCIMENTO CULTURAL  Nos séculos XV e XVI, os europeus começaram a viver experiências novas e excitantes. O desenvolvimento das atividades comerciais, a ascensão da burguesia, as descobertas geográficas e o contato com outros povos, permitiram uma mudança no modo de ver o mundo.  O movimento renascentista influenciado pelos valores da cultura greco-romana buscava uma nova maneira de pensar, ver a política, a ciência e a religião. O Homem passa a ser o centro das atenções (ANTROPOCENTRISMO), representando oposição ao Teocentrismo. O Homem passa a ser o centro das preocupações e indagações (HUMANISMO).  Nas cidades surgiam inúmeras profissões (comerciantes, banqueiros, alfaiates, ferreiros) que enfrentavam a concorrência e para sobreviver só contavam com os seus próprios esforços. Uma nova sociedade, em que o dinheiro se tornava importante, se formava, cheia de competição, estimulando o INDIVIDUALISMO.  Uma sociedade que buscava superar a idéia de pecado e buscava o prazer nas coisas da vida (HEDONISMO).
  • 25.  As Grandes Navegações despertaram a curiosidade e o espírito de aventura no Homem, permitindo uma nova maneira de ver a verdade. A verdade no período medieval estava na tradição, na Igreja Católica. O Homem de mentalidade renascentista acreditava que a verdade era encontrada por meio da EXPERIÊNCIA e da OBSERVAÇÃO.  Através da Razão (RACIONALISMO) pode-se compreender o universo e a natureza. Conhecer a natureza era a melhor maneira de conhecer o Homem, dominá-la e obter lucros.  A razão deve ser separada da fé, cada pessoa deveria ter sua própria maneira de se aproximar de Deus, de interpretar a Bíblia.  O Renascimento Cultural surgiu na Península Itálica e foi nela que se alcançou sua maior expressão devido às atividades comerciais que se desenvolveu na região, aos homens enriquecidos que financiavam e apoiavam os sábios e artistas (os MECENAS), aos sábios bizantinos que fugiram para a Península Itálica levando conhecimento greco-romanos e a presença das obras do Antigo Império Romano.  O movimento renascentista permitia novas descobertas na Álgebra e na Geometria. A matemática com a sociedade moderna ganhava força prática para a vida das pessoas. Surge a teoria Heliocêntrica superando o Geocentrismo. Os médicos renascentistas passavam a utilizar a experiência e a observação (ANATOMIA) do corpo humano.  Os principais representantes do renascimento: Pintores –  Giotto di Bondone (1266-1337), pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.  Michelangelo Buonarroti (1475-1564) - destacou-se em arquitetura, pintura e escultura. Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina, Juízo Final é a mais conhecida).  Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).  Leonardo da Vinci (1452-1519) - pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.
  • 26.  Sandro Botticelli (1445 - 1510) pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera. Escritores –  Dante Alighieri (1265-1321) em sua obra A Divina Comédia trata de tema religioso com características renascentistas.  Boccaccio (1313-1375) na sua obra Decamerone ele valoriza o hedonismo.  Giordano Bruno (1548-1600) acreditava que o Universo é infinito, que Deus é a alma universal do mundo e que todas as coisas materiais são manifestações deste principio infinito.  Rabelais (1483-1553) em sua principal obra foi Gargântua e Pantagruel, o tema central da obra é a vida dos gigantes comilões e exagerados, mas de coração bondoso. Concomitantemente aos ácidos ataques à elite dominante francesa.  Michel de Montaigne (1533-1592) em sua única obra Os Ensaios analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objeto de estudo. É considerado um cético e humanista.  Miguel de Cervantes (1547-1616) parodiou os romances de cavalaria em sua grande obra, (Dom Quixote de La Mancha: 1605 - Parte1 e 1615 - Parte 2), que gozaram de imensa popularidade no período medieval e, naquela altura, já se encontravam em declínio. A história é apresentada sob a forma de novela realista.  William Skakespeare (1564-1616) fala em suas obras sobre a natureza humana em toda a sua complexidade (amor, ódio, ciúme, dor, dúvida,...). Autor de obras como: Romeu e Julieta, Hamlet, Rei Lear, Macbeth, entre outras.  Erasmo de Roterdã (1466-1536), sua obra O Elogio da Loucura é considerado um dos mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da Reforma Religiosa. É a Loucura quem fala, sendo assim, faz apelos incessantes ao homem para que este faça sua definitiva preferência à liberdade, ao prazer, à flexibilidade, à fuga dos valores tradicionais impostos por um sistema moral religiosamente rígido e complicado.
  • 27. REFORMAS RELIGIOSAS  Num período de tantas transformações era previsível que ocorressem mudanças na esfera espiritual. Uma sociedade cada vez mais humanista buscava valorizar a consciência individual.  A partir do século XV as críticas aos abusos cometidos pela Igreja Católica e a corrupção de seus membros ficou mais freqüente. A venda de indulgências e de relíquias sagradas, o comportamento imoral do clero e a intervenção política em problemas internos dos reinos, contribuíam para reforçar tais críticas. Embora os motivos religiosos tenham sido os mais evidentes, houve outras motivações para as REFORMAS. Por exemplo, a Igreja Católica condenava o lucro, o objetivo central do capitalismo, era preciso uma visão mais tolerante em relação a isso.  Para muitos a Igreja Católica deveria assumir uma posição mais humilde e desvinculada da vida material, conforme os ensinamentos dos Evangelhos.  A primeira reforma a ser bem sucedida ocorreu na atual Alemanha, liderada pelo monge católico Martinho Lutero (1486-1546), que discordava da postura da Igreja Católica. Escreveu panfletos denunciando esses abusos. Foi expulso da Igreja pelo Papa. Sua proposta consistia em: - a fé salva; - a livre interpretação da Bíblia; - a relação direta com Deus; - abolição do celibato para os sacerdotes; - a rejeição da hierarquia do clero católico; - a substituição do latim pelas línguas nacionais nas cerimônias religiosas; - a eliminação dos sacramentos, exceto, batismo e eucaristia.  Com suas propostas reformistas divulgadas, Lutero conquistou a adesão de grande parte da população da atual Alemanha, camponeses, nobres e burgueses. Muitos burgueses esperavam mais apoio às atividades comerciais. Muitos príncipes germânicos passaram a confiscar terras da Igreja católica e a reivindicar autonomia religiosa.  A pregação de Lutero foi interpretada equivocadamente pelos camponeses germânicos como uma luta contra a nobreza e por melhores condições de vida. Liderados por Thomas Muntzer, incendiaram castelos e mosteiros. Forma reprimidos
  • 28. com extrema violência pelos nobres, com o apoio de Lutero.  Diante dos conflitos, Carlos V, imperador católico, convocou uma assembléia que manteve a hegemonia da Igreja Católica na maior parte do território germânico. Revoltados nobres e burgueses protestaram violentamente. O conflito se prolongou até 1555, quando foi celebrada a Paz de Augsburgo, concedendo a cada príncipe o direito de escolher a religião de seu principado. Não significando o respeito a uma liberdade religiosa.  Com a sua obra Instituição da Religião Cristã (1536), João Calvino, estabelecido em Genebra, Suíça, levou ainda mais longe as propostas de Lutero, conquistando um número maior de adeptos. De modo sintético, o Calvinismo, apresenta os seguintes aspectos:  aceitação exclusiva das Sagradas Esc rituras como instrumento para conhecer a verdade divina;  predestinação, as pessoas estão destinadas por Deus à salvação ou a condenação eterna, independentemente de suas obras no mundo material;  eliminação das imagens de santos e das cerimônias pomp osas no culto, que deveria se limitar à leitura e discussão de trechos da Bíblia.  Com a teoria da predestinação, Calvino, passa a ser admirado pelos burgueses, que eram vistos pela igreja católica, como pecadores por buscar o lucro e emprestar a juro. Para Calvino aqueles que são protegidos por Deus serão salvos. São aqueles que trabalham duro, poupam dinheiro que recebem e estão sempre preocupados com o crescimento dos seus negócios.  O Calvinismo propagou-se rapidamente, principalmente, por aquelas regiões em que as atividades mercantis se desenvolviam. Foi o incentivo ideológico ao desenvolvimento capitalista.  Na Inglaterra, o rei Henrique VIII, agindo por razões políticas e pessoais, rompeu com o Papa Clemente VII em 1534 e publicou o Ato de supremacia, estabelecendo as bases da Igreja Anglicana. O rei buscava afastar a Igreja Católica das questões políticas e romper com a Espanha, fortalecendo o absolutismo inglês.  O Anglicanismo tinha vestígios do catolicismo, levando muitos protestantes ingleses (PURITANOS), a lutar pela “purificação” do anglicanismo. Como, isso
  • 29. não ocorreu, o reino sofreu violentas lutas de caráter político-religioso, levando as Revoluções Inglesas do século XVII e a fuga para a América de muitos puritanos, formando colônias na América do Norte, futuro Estados Unidos da América do Norte.  A reação da Igreja Católica, após o Concílio de Trento (1545-1563), ficou conhecida como Contra-reforma, coordenando e orientando o movimento. Buscou moralizar o clero e fortalecer a autoridade da hierarquia católica. Algumas medidas foram tomadas:  a criação de Seminários;  a criação do Tribunal de Santo Ofício, a Santa Inquisição;  a publicação do INDEX - Index Librorvm Prohibithorvm (lista dos livros proibidos);  o reconhecimento da Companhia de Jesus.  Como conseqüência das Reformas Religiosas temos:  o fim do monopólio espiritual da Igreja Católica;  o estímulo ao desenvolvimento capitalista;  impulso a alfabetização;  a intolerância religiosa por parte de católicos e protestantes. ENSINO MÉDIO 3ª. Série Eletromecânica e Informática RESUMO PARA ESTUDO BRASIL COLONIAL  De 1500 a 1532, os portugueses demonstraram desinteresse pelo território brasileiro, devido à ausência de metais preciosos, a falta de atividade comercial e os lucros obtidos com o comércio de especiarias. Durante este período a exploração do pau-brasil, através do uso do trabalho indígena e da prática do escambo, foi a única atividade econômica. A exploração da madeira era monopólio da Coroa Portuguesa. Sem uma
  • 30. ocupação mais efetiva, as novas terras sofreram à ação de piratas e negociantes de outros países. Portugal realizou expedições guarda-costas e de reconhecimento do litoral.  A partir de 1532 com medo de perder a posse das terras e a diminuição dos lucros com o comércio de especiarias, Portugal decidiu implementar a colonização do Brasil. Para colonizar o Brasil. Portugal escolheu realizar o plantio da cana-de-açúcar. A escolha do açúcar como produto a ser explorado foi devido ao seu alto preço de venda, a existência de um mercado consumidor, ao clima e ao solo propício e as experiências anteriores portuguesas. A ocupação e as primeiras mudas de cana chegaram com Martim Afonso de Sousa, que fundou em 1532 a vila de São Vicente. A relação entre portugueses e indígenas, que era amistosa iria mudar, afinal as terras indígenas eram invadidas, e, havia a imposição do trabalho compulsório.  O êxito da expedição de Martim Afonso de Sousa estimulou a Coroa Portuguesa a promover a ocupação do território. Portugal não tinha dinheiro para ocupar as terras do atual Brasil, sendo assim, transferiu a responsabilidade para particulares através das Capitanias Hereditárias. O donatário tinha apenas a posse e o usufruto da capitania, devendo ocupar, defender, e administrar. Eles poderiam ainda doar terras, conhecidas como, sesmarias.O resultado das capitanias não surtiu efeito desejado, muitas não foram ocupadas pela ausência de capital necessário, a falta de colonos, a distância com a metrópole e os conflitos com os indígenas. Com o objetivo de auxiliar as capitanias a cumprir o seu papel, foi criado em 1548, os Governos-Gerais. Foi construída a cidade de Salvador para ser a sede do Governo-Geral, o governador era auxiliado pelo Provedor-Mor, Capitão-Mor e pelo Ouvidor-Mor.  Com o primeiro governador, Tomé de Sousa, chegou ao território funcionários públicos civis e militares, religiosos e colonos. Implementou a pecuária e a lavoura açucareira na Bahia, distribuiu terras e mandou vir africanos escravos. Em 1551, instituiu-se o primeiro bispado no Brasil e os primeiros jesuítas se dedicavam á catequese. O segundo governador, Duarte da Costa (1553), enfrentou conflitos entre jesuítas, colonos e ele próprio, além da invasão ao Rio de Janeiro pelos franceses. (França Antártica). O sucessor de Duarte da Costa, Men de Sá (1558-1572), impulsionou a colonização, combateu os indígenas, expulsou os franceses.  A partir de 1534, muitas vilas surgiram, tendo como principal instituição (Órgão), a Câmara Municipal, que tinha os membros escolhidos entre os grandes proprietários locais, os homens bons. A ECONOMIA DO AÇÚCAR
  • 31.  A estrutura da exploração econômica na colônia portuguesa foi claramente mercantilista. O açúcar chegou a Europa pelos árabes, passou a ser apreciado e as primeiras mudas foram plantadas nas ilhas do Atlântico pelos portugueses. No Brasil ele terá como principais zonas produtoras, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Vicente. Algumas circunstâncias econômicas, históricas, geográficas e ecológicas se combinaram para que isso se tornasse possível. Entre elas: 1. a experiência portuguesa; 2. as condições do clima tropical e o solo propício; 3. a obtenção de créditos de banqueiros holandeses dispostos a financiar a produção e o transporte do açúcar até os portos europeus; 4. o interesse de capitalistas holandeses em refinar o açúcar na Holanda.  O destino de uma colônia não tem nada haver com o povo que a colonizou. Tem haver com o tipo de colonização. A colonização do Brasil estava inserida no contexto mercantilista. É possível verificar como: 1. o fornecimento de metais preciosos pelas colônias americanas (metalismo); 2. as colônias forneciam gêneros tropicais que mantinham a balança comercial favorável; 3. a prática do monopólio comercial; 4. os impostos cobrados aos colonos iam direto para a metrópole. A colonização do Brasil, do Caribe e da América Espanhola foi baseada na grande propriedade rural (latifúndio), produção de gêneros tropicais de exportação (monocultura) e a utilização do trabalho escravo.  A escravidão foi à saída que os colonizadores encontraram para resolver a falta de mão-de-obra para colonizar as atuais terras do Brasil. No inicio se utilizou o indígena como trabalhador escravo. A partir do século XVII, os portugueses passaram a utilizar escravos africanos no lugar dos indígenas. Tal mudança era de forma preconceituosa justificada pela fraqueza e do indígena para o trabalho pesado e pela sua preguiça. Na verdade era um grande preconceito tais afirmativas, o real interesse da substituição do índio pelo negro foi os lucros obtidos com o tráfico negreiro.  Desde o século XV, os comerciantes portugueses obtinham escravos na costa africana. Os lucros do tráfico negreiro ajudaram a enriquecer a burguesia européia. Tudo isso em nome da fé, do sentimento religioso. Mais da metade de todo o tráfico de escravos da África para o atual Brasil era realizada por traficantes brasileiros.  A Igreja Católica defendia a escravização negra, como castigo pelas suas crenças. Viam nos indígenas a possibilidade de torná-los católicos, por isso, eram contra a sua escravidão. Mesmo assim, os colonos pobres continuavam a utilizar o indígena, cujo preço chegava a ser cinco vezes menor que a de um escravo negro. Gerando constantes conflitos com os jesuítas, contrários a escravidão indígena.
  • 32.  Os escravos eram originários de várias partes da África, com manifestações culturais, organização social e etnias diferentes. Povos que conheciam agropecuária, o comércio, o trabalho com metais, o artesanato. A escravidão já existia na África antes da chegada dos europeus, embora só a guerra levasse um povo escravizar outro. A exploração européia levou povos africanos a se especializar em escravizar outros.  No inicio, o comércio de escravos africanos era feito por meio de escambo nas feitorias construídas em diversos pontos do litoral africano. A partir do século XVI, o tráfico se tornou mais complexo, mobilizando chefes locais, que trocavam seus prisioneiros de guerra por diversas mercadorias, como aguardente e o fumo produzido na América. Os escravos eram transportados em navios negreiros ou tumbeiros, com até 400 pessoas, 15% do total não chegavam.  Ao chegar a América, o escravo africano se deparava com um mundo que em tudo lhe era estranho e hostil. Nada restava da sua comunidade de origem. Os homens enfrentavam os canaviais, os engenhos, o trabalho de ganho, braçal, as mulheres cabia fazer o serviço doméstico, atender as necessidades das esposas e filhos do senhor e satisfazer sexualmente os seus donos brancos. O referencial da sociedade açucareira era o escravo, o número de escravos definia o status de um branco. Sem escravo, nenhum homem era realmente livre. Mesmo os mais pobres tinham seu escravo, que muitas vezes garantiam seu sustento.  Os escravos africanos reagiram à escravidão tão quanto os escravos indígenas. Planejavam fugas, assassinavam os capatazes, incendiava as casa do senhor. Nunca se rendiam. Os quilombos foram uma das formas de resistência negra. Neles se encontravam a maioria de escravos fugitivos, mas, também, outras minorias perseguidas na colônia (judeus, índios, mestiços pobres, outros). O mais importante quilombo foi o de Palmares, tendo como líder Ganga Zumba e Zumbi.  Os escravos sofriam inúmeros castigos, aqueles que tinham “melhor comportamento” recebiam algumas vantagens. Muitos recebiam ou compravam sua liberdade, eram libertos ou forros. Continuavam trabalhando até conquistar a liberdade definitiva. A maior parte dos escravos estava nas lavouras dos grandes proprietários, alguns escravos podiam até receber uma parte da terra para plantar, melhorando sua alimentação e podendo até vender sua produção. Havia escravos que auxiliavam ferreiros, alfaiates, açougueiros e o trabalho doméstico. Uma das figuras mais interessantes eram os escravos de ganho. Com autorização do dono, ele saía em busca de um emprego. A escravidão marcou a sociedade brasileira. Os sentimentos racistas e a discriminação
  • 33. contra a população negra continuam existindo no Brasil.  A unidade de produção do açúcar era o engenho, no início apenas o maquinário que moía a cana-de-açúcar era assim chamado, com o tempo, passou a incluir também o canavial, as pastagens e as edificações (a casa-grande, a capela, a senzala). A produção do açúcar era uma operação complexa que passava por várias fases: o corte, a moagem, o caldo fervido na caldeira, o melaço depois de frio na casa de purgar (drenagem e secagem do açúcar) era depositado em fôrmas de barro por dois meses, depois de seco o açúcar era separado de acordo a qualidade, colocado em caixas de madeira e embarcado para a Europa.  O ritmo do trabalho no período da safra (08 a 12 meses) era exaustivo (das 04 horas da tarde até 10 horas da manhã), levando á morte muitos escravos. Muitos trabalhadores livres ganhavam salário para exercer funções especializadas, como as de feitor, mestre-de-açúcar, marceneiro e outros, muitos europeus, mestiços e índios.  Havia dois tipos de engenho, o trapiche movido por animais e raramente força humana e o Real, maior e movido por força d’ água. Como subprodutos da cana se extraíam a aguardente, a rapadura, o vinagre. O bagaço da cana servia para combustível nas caldeiras ou ração animal. Aqueles que não tinham dinheiro para construir um engenho, apenas plantavam a cana e depois vendiam a um dono de engenho, ou pagavam para moê-la.  Dada a necessidade de alimentar a população colonial, era preciso produzir alguns gêneros de primeira necessidade, como a mandioca, o arroz, o milho e o feijão. Entretanto, a produção para subsistência era problemática, muitos latifundiários não queriam diminuir seus lucros cedendo parte de suas terras para plantar produtos para subsistência. A conseqüência disso foram crises de fome que ocorreram na Bahia (1638 e 1750) e no Rio de Janeiro (1660, 1666, 1680 a 1682). A Coroa Portuguesa teve de estabelecer normas obrigando os colonos a plantar gêneros alimentícios.  Entre o século XVII até a metade do século XVIII, a produção de açúcar cresceu, seu consumo e preço. O açúcar era exportado para Portugal e de lá seguia para a Holanda, onde era refinado e distribuído pela Europa.  Os senhores de engenho gozavam de prestígio, mas, viviam constantemente endividados, pois compravam quase tudo que precisavam da metrópole e os custos
  • 34. para manter o engenho e obter mão-de-obra escrava eram altos. Os comerciantes coloniais e metropolitanos eram aqueles que mais lucravam com o sistema colonial, junto com os traficantes de escravos.  Ao lado da produção de açúcar, outras atividades de importância secundária foram desenvolvidas na colônia. O fumo passou a ser produzido para exportação, principalmente, no recôncavo baiano, utilizado também como escambo, na troca por escravos. O algodão passou a ser cultivado como matéria-prima na produção de panos rústicos para vestir os escravos. A pecuária até o século XVI era praticada nos próprios engenhos, o gado movimentava a moenda, transportava a cana e o próprio açúcar e servia como alimento nos engenhos. Com o crescimento da lavoura da cana, faltava espaço para a pastagem, a criação de gado se deslocou para o interior do continente. Através dos rios São Francisco, Jaguaribe e Parnaíba, garantiram a ocupação de vasto território. A sociedade que se formou com a pecuária era mais flexível e teve sua ampliação e importância reconhecida com a descoberta de ouro na região das Gerais. UNIÃO IBÉRICA  Em 1578, o jovem rei português D. Sebastião partiu à frente de um exército para guerrear na África. Perdeu a batalha e a vida. Como era solteiro e não tinha filhos, a Coroa passou para seu tio-avô, o cardeal D. Henrique. Este morreu dois anos depois, em 1580, pondo fim a Dinastia Avis e deixando o trono vago. O parente mais próximo que poderia reivindicar o trono era Filipe II, rei de Espanha. Alguns setores em Portugal eram contrários à Filipe assumir o trono (a população mais pobre, alguns setores da burguesia e da nobreza) mas, a força do exército espanhol colocou no trono o novo rei.  Em 1581, pelo Tratado de Tomar, instaurava-se a União Ibérica que duraria até 1640. Com a União Ibérica, na prática, significaria o fim do Tratado de Tordesilhas, permitindo a livre circulação luso-brasileira em terras espanholas e vice-versa. Por meio dos avanços dos bandeirantes, os limites do Brasil se expandiram para oeste, norte e sul. Isso permitiu aos portugueses ampliar seu território colonial. Ao mesmo tempo, sob o domínio espanhol, passou a ser hostilizado por algumas potências europeias inimigas da Espanha. No Brasil uma das primeiras medidas da mudança foi à criação de dois Estados na colônia: do Maranhão, capital São Luis e do Brasil, capital Salvador.  A inimizade entre Holanda e Espanha provocou em 1621 o fechamento dos portos da União Ibérica aos barcos holandeses. Os comerciantes e empresários holandeses
  • 35. resolveram reagir criando a Companhia das Índias Ocidentais, que através de uma frota poderosa invadiu Salvador (BA) em 1624, ocupando a cidade sem resistência. Um ano depois uma esquadra luso-espanhola expulsaria os holandeses. Os holandeses passaram a planejar a invasão de Pernambuco, mais rica produtora de açúcar e com menor capacidade de defesa e, em 1630, depois de vários dias de combates, Olinda, Recife e povoados próximos, foram tomados. Seriam sete anos de guerra até a vitória definitiva dos holandeses, comprometendo a produção açucareira. Mais tarde, os holandeses já dominavam praticamente todo o litoral nordestino. As primeiras ações da Holanda foram violentas, incluindo saque de igrejas e destruição de imagens.  Mas, em 1635, após a consolidação da conquista, eles perceberam que, sem o apoio da população local, a dominação seria inviável. Assim, a primeira medida foi a de estabelecer a tolerância religiosa, admitindo-se os cultos católicos e a permanência dos padres, com exceção dos jesuítas, que foram expulsos. A segunda medida foi oferecer empréstimos aos senhores locais ou leiloar os engenhos cujos donos tinham fugido.  Em 1637, com a chegada de João Mauricio de Nassau, fidalgo nomeado pela CIA das Índias Ocidentais, inaugurou-se uma nova fase na história da dominação holandesa. Ele chegou ao Recife e determinou a realização de inúmeras obras, como a construção da cidade de Maurícia, na outra banda do rio Capibaribe, onde foi erguido um palácio e criado um jardim botânico. Patrocinou a vinda de artistas holandeses, que retrataram a paisagem e a vida colonial como nunca até então se havia feito no Brasil. Foi também nessa época que os judeus portugueses residentes em Amsterdã foram autorizados a imigrar para Pernambuco. Foram importantes para a dominação holandesa, falavam português e holandês, alcançando destaque na economia regional.  As conquistas holandesas continuavam, alcançando o Maranhão em 1641. O nordeste era holandês, exceto a Bahia. No mesmo ano, os holandeses tomaram a cidade de Luanda, em Angola, na África, e passaram a controlar o tráfico de escravos.  Durante a ocupação do nordeste pelos holandeses, em 1640 Portugal conseguiu se livrar do domínio espanhol sob a liderança do Duque de Bragança que sobe ao trono com o titulo de Dom João IV, dando inicio a Dinastia de Bragança em Portugal. A revolta põe fim a União Ibérica. Portugal tenta negociar com os holandeses a devolução dos territórios conquistados no tempo da União Ibérica, mas os holandeses não cederam.  Em 1644, acusado de extrema tolerância com os que deviam a Holanda, Maurício de Nassau é substituído. O novo governador cobra as dívidas atrasadas aos senhores de
  • 36. engenho e os lavradores de cana que insatisfeitos lideram a Insurreição Pernambucana. As elites locais, índios e negros forros se unem contra os holandeses. A vitória definitiva só ocorreu em 1654, com a tomada do Recife. Em 1661, Países Baixos (Holanda e Bélgica) assinaram um tratado de paz, pelo qual os portugueses pagariam quatro milhões de cruzados a título de indenização.  A União Ibérica, a Restauração e o acordo de paz definitivo, tiveram um preço muito alto para o reino português. Os holandeses levaram suas técnicas de plantio da cana e de produção do açúcar para as suas colônias na Antilhas. Dominavam o refino. A concorrência antilhana foi outro duro golpe na abalada economia portuguesa. Também isolado politicamente, Portugal, procurou se aproximar dos inimigos espanhóis, procurando se adaptar a nova realidade europeia, que tinha Holanda e Inglaterra como principais potências, firmando tratados de comércio com a Inglaterra que asseguravam as mercadorias inglesas os mesmos direitos reservados aos produtos lusitanos no comércio com a sua colônia, o Brasil (1654) e o tratado de Methuen (1703), reduzindo as tarifas dos tecidos ingleses e vinhos portugueses. Essas concessões buscavam a proteção militar inglesa à Portugal e suas colônias. Como consequência prejuízo a indústria têxtil portuguesa e a transferência do ouro brasileiro para a Inglaterra como forma de pagar o déficit comerciais portugueses.  Em 1642, com o Conselho Ultramarino, toda a administração colonial estava nas mãos de representantes da metrópole na colônia. Aumenta a fiscalização sobre o comércio no Brasil, criando a Companhia de Comércio do Maranhão que detinha o monopólio comercial. Essas medidas levaram a conflitos na colônia como a Revolta de Beckman no Maranhão e a Guerra dos Mascates em Recife, Pernambuco. EXPANSÃO TERRITORIAL  Na América portuguesa, desde o século XVI, colonos e aventureiros dirigiam-se em expedições rumo ao interior do continente em busca de riquezas minerais. As constantes informações das minas da América espanhola alimentavam os sonhos dos luso-brasileiros. No entanto passaram-se quase dois séculos para que as áreas mineradoras fossem descobertas pelos conquistadores, ligados diretamente à história da vila de São Paulo.  Havia dois tipos de expedição, que se confundiam, seja nos objetivos, seja na composição de seus membros. As Entradas, expedições patrocinadas pela Coroa Portuguesa ou pelos governadores, mais utilizadas nos casos de repressão de rebeliões e de exploração territorial. As Bandeiras, expedições de iniciativa particular, tinham como principal objetivo o apresamento dos indígenas em tribos ou em aldeamentos
  • 37. organizados por religiosos. Conciliando a atividade com a busca pelos metais preciosos.  Os participantes dessas expedições, fossem entradas ou bandeiras, eram em geral chamados de bandeirantes. O caráter heroico com que impregnaram a imagem desses aventureiros e as homenagens que se prestam a eles ainda nos dias de hoje dificultam a compreensão do funcionamento da sociedade colonial. Mercenários, caçadores de gente numa sociedade escravista, eram responsáveis pela “ordem social”, ou seja, pela manutenção da escravidão e por seu tráfico interno. Seu papel na estruturação da Colônia foi muito mais complexo.  As buscas pelo interior intensificaram-se a partir da União Ibérica, rompendo, na prática, as imprecisas demarcações do Tratado de Tordesilhas (1494). As fronteiras internas da América foram transpostas não só por paulistas, mas também por luso-brasileiros das regiões Norte e Nordeste, expandindo, assim, os limites das possessões lusitanas no continente. Ao longo do século XVII, o trabalho dos bandeirantes na exploração do sertão, os jesuítas e membros de outras ordens religiosas (as missões) e a pecuária, alargaram os domínios portugueses na América, que ultrapassaram a linha divisória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494. MINERAÇÃO  As entradas e bandeiras após muito procurar acabaram por encontrar ouro e, mais tarde, diamantes na colônia, transformando o perfil econômico, social, político e cultural da colônia. Com a atividade mineradora, a economia passou a contar com um novo polo dinâmico, organizado em função da prospecção, extração e comercialização dos metais preciosos.  A notícia da descoberta do ouro se espalhou, e, a ausência de órgãos do Estado português fiscalizadores, facilitou o acirramento das disputas por lotes de terras (datas) para explorar os minérios. Em 1708 e 1709, paulistas, os primeiros a chegar a região mineradora e maioria, entraram em conflito com os aventureiros que chegavam à região, chamados de Emboabas. O conflito inevitável conhecido como Guerra dos Emboabas foi causado por que os paulistas se achavam no direito de explorar a região, sem a presença de intrusos. Após muitas batalhas sangrentas os paulistas se retiraram da região, decidindo ir para o oeste, onde descobriram novas jazidas de ouro nos atuais territórios de Goiás e de Mato Grosso.
  • 38.  Em 1709, o governo português criou a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, sendo em 1720 desmembrada, dando origem as capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Em 1702, o governo português criou a Intendência das Minas, órgão encarregado da administração da zona mineradora, e, instituiu o regimento das Minas do Ouro.  A circulação de mercadorias, riquezas e comércio cresceram; surgiram novos grupos sociais; as capitanias se integraram, formando uma rede de abastecimento entre nordeste, sudeste e sul. Abriram estradas, cidades surgiram e o intercâmbio cultural era intenso.  A região com ouro seria dividida em Datas (lotes), sendo o descobridor da jazida o primeiro a escolher dois lotes, o terceiro pertenceria a Coroa que o leiloava e os demais distribuídos entre os mineradores que demonstrassem interesse em explorá-los. O ouro na região na sua maioria era de aluvião e a garimpagem mais simples dava-se o nome de faisqueira, as unidades de maior produção chamavam-se lavras.  A Coroa Portuguesa buscava aumentar suas receitas por meio da arrecadação de impostos na região mineradora (1735-1750). Os principais eram o quinto e a capitação. Após o ápice verificado na década de 1730, a extração dos metais e pedras preciosas diminuía. A mudança econômica coincidiu com alterações políticas. Em Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marques de Pombal, assume o ministério com o objetivo de recuperar as finanças do império, com amplos poderes. A balança comercial deficitária, a concorrência no trafico negreiro, o terremoto que destruiu parte de Lisboa (1755) e a sonegação de impostos e o contrabando de ouro no Brasil tornando-se práticas comuns, levaram Pombal a empreender uma série de reformas, combinando os princípios mercantilistas com orientações de caráter iluminista.  Em 1719 a Coroa proibiu a circulação de ouro em pó e determinou a instalação de Casas de Fundição, que transformava o ouro em barras que recebiam o selo real, ao mesmo tempo que se cobrava o quinto. Em 1734, a Coroa portuguesa exigia mais impostos para pagar os déficits com a Inglaterra, determinando uma quantia mínima de 100 arrobas anuais (1500 quilos). No entanto, depois de 1770, a produção de ouro começou a declinar, ficou mais difícil cumprir a exigência portuguesa. Diante do impasse, a Coroa instituiu a derrama, arrecadação forçada do ouro que faltasse.
  • 39. ENSINO MÉDIO 3ª. Série Formação Geral RESUMO PARA ESTUDO A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA  Desde a pré-história a humanidade descobriu muitas “coisas” importantes. Nenhuma dessas descobertas foi realizada por cientistas mas, por pessoas “comuns”, que procuravam resolver os problemas práticos do seu dia-a-dia da sua comunidade. A ciência moderna nasceu na Europa do século XVII. Os principais responsáveis pelas novas idéias sobre a natureza foram os filósofos e cientistas (Galileu Galilei, René Descartes, Francis Bacon, Isaac Newton, outros).  A revolução cientifica do século XVII criticou as teorias dos gregos antigos Aristóteles e Ptolomeu, que a inda predominavam nas universidades. A visão aristotélica se preocupava em descrever a natureza do que explicá-la. Os “novos” pesquisadores só confiavam nos conhecimentos que pudessem ser comprovados pelas experimentações. O método científico descreve e explica os fatos.  Toda pesquisa científica parte de algum problema a ser resolvido. Por exemplo: O que causa as ondas do mar? O cientista utiliza os seus conhecimentos para formular uma hipótese (tentativa de explicação). Para testar suas hipóteses, os cientistas fazem experiências e observações, pegam os dados e procuram ver como ele se relacionam. Tudo pode ser questionado; nenhum conhecimento é definitivo; sempre é possível se aprender mais sobre o mundo. A importância da matemática é medir quantidades; as leis da ciência deveriam ser descritas com fórmulas matemáticas.  Galileu Galilei questionava a idéia da Terra ser o centro do universo e depois de descobrir que o Sol apresentava manchas e que a Lua tinha vales e crateras, reforçou a teoria heliocêntrica de Copérnico. A Igreja Católica o perseguiu e para dar continuidade aos seus estudos, reconheceu que estava errado.  O pensador francês René Descartes (1596-1650) demonstrou como a matemática poderia ser utilizada para descrever as formas e os movimentos dos corpos. Ele inventou a Geometria Analítica e a Lógica Dedutiva. A partir da célebre frase: “Penso, logo existo”, acreditava que tinha encontrado a primeira e definitiva verdade. A partir daí, usando o raciocínio matemático, deduziria outras verdades. Utilizando apenas a sua razão (raciocínio), o Ser humano é capaz de descobrir todas as verdades sobre a vida e o