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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
   FACULDADE DE ODONTOLOGIA
   DISCIPLINA DE PRÓTESE TOTAL




REGISTROS MAXILO-MANDIBULARES




                                            Profa. Dra. Andrea alac




                   São Luís
                    2003



             Profa. Dra. Andrea Alac
       Disciplina de Prótese Total – UFMA
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                         REGISTROS MAXILO-MANDIBULARES

        Relação Intermaxilar

            A relação intermaxilar pode ser visualizada no plano vertical (DV) e no
plano horizontal (RC), ou seja, a mandíbula se posiciona em nível vertical e
horizontal na maxila.

Plano Vertical  dimensão vertical (D.V)

Plano Sagital  relação central (R.C)

*Sendo que ambas caminham juntas

       Dimensão Vertical (D.V) :

         É a distância entre dois pontos arbitrários, sendo um na maxila e outro na
mandíbula, no sentido vertical.

Classificação :
               DVO – dimensão vertical de oclusão
               DVR – dimensão
               EFL – espaço funcional livre

1- DVO : É uma relação intermaxilar estabelecida quando os dentes entram em
   contato, sendo nos desdentados os dentes artificiais da dentadura.

2- DVR :É uma relação intermaxilar em que a mandíbula se encontra em posição
   fisiológica de repouso, em que os mm. elevadores e abaixadores estão em
   equilíbrio .


2.1- Existem duas teorias em relação à DVR : TEORIA DA IMUTABILIDADE
                                              TEORIA DA MUTABILIDADE

    TEORIA DA IMUTABILIDADADE :
             Tompson (1946) acreditava que a DVR era imutável durante toda a
vida , e que era estabelecida aos três meses de vida intrauterina; sendo assim, não
precisa da presença de dentes.

     TEORIA DA MUTABILIDADE :
             Nagle e Seas(1957) afirmaram que a DVR era mutável e não estática
durante toda vida, refletindo períodos de crescimento, desenvolvimento e idade.
Segundo Posselt(1964), a posição postural da mandíbula é influenciada por fatores
como: posição postural do corpo e da cabeça, dor, febre, fatores emocionais,
distúrbios da ATM e sob medicamentos, sendo assim a teoria mais aceita no
momento.
             Segundo Ducam & Willian, a DVR de pacientes desdentados é menor
que a DVR desse mesmo desdentado quando possuía dentes naturais.

                                      Profa. Dra. Andrea Alac
                                Disciplina de Prótese Total – UFMA
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            É importante deixar claro que os autores concordam que a DVR existe,
modificada ou não, no discurso da vida , não como um relaxamento muscular ,e sim
através de um equilíbrio entre os mm. elevadores e abaixadores, com ou sem
dentes.


3- EFL :

        TAMARI : O EFL é uma distância intermaxilar que corresponde ao
deslocamento da mandíbula da posição de DVR a DVO, ou seja :

                                    EFL = DVR – DVO

            TOMPSON (1946) : O EFL é de 2 a 4 mm, podendo apresentar
variação menor que 2 e maior que 4.

            TOMPSON(1946),          YSARI(1961),        SILVERMAN(1953) e
TURANO(1973) verificaram que o mínino (não deve ser invadido) EFL foi de
2,3,4mm. Entretanto, YSAKI (1961) verificou EFL de até 10mm.

             SILVERMAN(1953) : Observou que o EFL difere do EFP (espaço
funcional de pronúncia), pois o EFL ocorre quando os mm. elevadores e abaixadores
estão em tônus muscular e o EFP quando os mesmos estão em atividade fonética.


             GOLDISPINK (1976) : O EFL varia entre o mesmo indivíduo sobre
diferentes condições : posição, deglutição, estados emocionais e sob medicamentos.
             A correta determinação do EFL na dentadura é indispensável para o
seu bom funcionamento. Quando o EFL for insuficiente, os dentes tocam durante a
pronúncia (invadindo o EFP), e provocam o cansaço dos mm. mastigadores.
             Quando oEFL é aumentado mais do que o necessário, a estética fica
prejudicada e a pronúncia se torna simbilante.


    IMPORTÂNCIA DA DV CORRETA :

1- eficiência funcional na mastigação ;
2- estética facial ;
3- posição das ATMs ;
4- posição dos côndilos ;
5- preservação dos tecidos de suporte (não invasão do EFP para não tocar nos
   dentes) na diminuição do EFL ;
6- previnir fadiga muscular (principalmente no aumento) ;
7- favorecer a deglutição e a fonética ;
8- essencial para a RC.

    PROBLEMAS COM DV AUMENTADA :

1- redução do EFL ;
2- fadiga muscular ;

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3-   desconforto e dor na área de suporte do rebordo ;
4-   desgaste precoce dos dentes artificiais ;
5-   acerela o processo de reabsorção ;
6-   alterações funcionais na mastigação,deglutição e fonética ;
7-   alteração da estética ;
8-   alteração da ATM.

    PROBLEMAS RELACIONADOS À DV DIMINUÍDA :

1-   aumento do espaço EL ;
2-   danos na ATM ;
3-   alteração da estética com rugas e sulcos faciais acentuados ;
4-   funções de polichinelo ;
5-   lesões comissurais.


    MÉTODOS PARA A DETERMINAÇÃO DA DV :

     a) Métodos que utilizam registros prévios :
             Ou seja, antes da extração dos dentes.

1-   mensurações diretas ;
2-   máscara facial ;
3-   radiografia de perfil (+ usada em pesquisa) ;
4-   fotografia de perfil ;
5-   contorno de perfil (cartolina) ;
6-   modelos frontais com dentes em oclusão.

b) Métodos que não utilizam registros prévios :

1- método das proporções faciais : Willis / Boyanov ;
2-  método métrico (Pleasure, 1951) ;
3-  método estético (Turner e Fox) ;
4-  método da percepção neuromuscular (Lytle) - capacidade do paciente medir a
    DVR através do conforto ; não é muito usado no Brasil ;
5- método da força de mordida (Boss) - necessita de aparelho específico ;
6- método fonetico (Silverman, 1953) ;
7- método da deglutição (Monson, 1921) ;
8- método do pararelismo dos rebordos (Sears) - quando os rebordos estão
    paralelos, temos a DVR ;
9- método cefalométrico (Pyotte & Shafer) - através das radiografias e traçados; é
    muito complexo ;
10- eletromiográfico (Peary) - muito bom, mas necessita aparelho específico.




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1) MÉTODOS DAS PROPORÇÕES FACIAIS:

    Método de Willis(1930)
             Willis observou que a distância entre as pupilas e a comissura labial
era igual a distância entre a base do nariz e a base do mento no paciente normal,
em posição de repouso muscular.




                                                                  A=B

             Para medir essa distância, Willis idealizou um compasso em forma da
letra « L », com uma pequena haste móvel que corre ao longo do corpo do
compasso ; a distância obtida com esse copasso equivale à DVR.

     Método de Boyanov (1970)
              A distância entre as comissuras labiais deve ser igual à distância entre
o tubérculo do lábio superior a base do mento.




Vantagens :
 Rápido ;
 Fácil.

Desvantagens :
 referênciais imprecisas ;
 variações do tecidos moles ;
 DV depende da largura da boca.


2) MÉTODO MÉTRICO (PLEASURE, 1951) :

              Coloca-se dois triângulos com esparadrapo na linha mediana, um na
região sub-nasal e outro no mento, com o paciente em posição ortoestática. Solicita
-se que o paciente pronuncie « M » (três vezes), ou contar de 60 a 70, ou pronunciar
« mississipi » e não serrar os lábios, enquanto que o CD, com auxílio de um
paquímetro, possa medir a distância entre um dos vértices do triângulo superior a
um dos vértices do triângulo inferior, que está alinhado verticalmente, buscando
com isso determinar a DVR, pois como se sabe, a mandíbula, após realizar a
função fonética, volta imediatamente a posição de repouso. Repete-se várias vezes
e tira-se a média, e do valor correspondente subtrai-se 3mm.

                                   Profa. Dra. Andrea Alac
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                                          DVR- 3mm =DVO

Indicação :
 Em qualquer caso que o paciente pode manter equilibrado a posição postural da
   mandíbula.

Contra Indicações:
 Lesão no SNC ;
 Paralisia facial ;
 Tensão psíquica ;
 Ansiedade.

Vantagens :
 Simples ;
 Rápido ;

Desvantagens :
 Requer experiência clínica ;
 Exige várias mensurações ;
 Necessita do paciente estar calmo e relaxado.


3) MÉTODO ESTÉTICO (TURNER E FOX, 1984) :

  Determina a DV através do julgamento da aparência externa da face ;
  Determina a DV baseado na estética do terço inferior da face ;
  Os pontos de referência são : *conformação dos sulcos nasogenianos ;
                                 *harmonia do terço inferior com as demais partes
do rosto ;
                                 *obtenção da plenitude facial.

Indicação :
 Em todos os casos em que os tecidos moles estão íntegros (lábios e bochechas)
   e podem ser reposicionados esteticamente.

Desvantagens :
 A DV fica na dependência de critérios estéticos subjetivos do CD e do paciente.



4) MÉTODO FONÉTICO (SILVERMAN, 1953) :
         A determinação da DVO foi feita através do EFP, isto é, basedo na posição
fisiológica da mandíbula durante a fala. Verificou que, quando o paciente
pronunciava palavras simbilantes (« mississipe »), ricos em « s », a mandíbula se
deslocava, formando um EFP(os dentes ficam próximos, mas não se tocam).
         Observou que EFP era o resultado da atividade muscular e o EFL do tônus
muscular, sendo variável.
         O EFP está dentro do EFL.



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5) MÉTODO DA DEGLUTIÇÃO :
       O ato da deglutição leva a mandíbula para RC e também a DVO ; sendo
assim, se utilizou deste método para determinar a RC e DVO ao mesmo tempo.

Vantagens :
 Prático ;
 Dispensa aparelhos ;
 Dentista não interfere.

Desvantagens :
 Tempo ;
 Plasticidade da cera ;
 Percepção do paciente ;
 Memória neuromuscular adiquirida.

        Não há nenhum método perfeito para medir a DV ; esses métodos são de
orientação, porém a DV deverá ser funcional, estética e aceitável.


    TÉCNICAS UTILIZADAS NA DISCIPLINA DE PRÓTESE TOTAL PARA
       DETERMINAÇÃO DA DV :
               Utilizamos uma associação de vários métodos : métrico,
estético,fonético,deglutição.

       « Dada à grande variedade de tipos humanos e as mudanças fisiológicas da
idade, será necessário usar mais de um método para determinar a DV. »
                                                    TURANO

    a) Antes da determinação da DVR, deve-se observar :
   Verificar e remover interferências da base de prova ;
   Contorno vestibular do rolete de articulação superior ;
   Observar o ângulo filtro/base do nariz sem a base e com a base de prova ;
   Verificar se o ângulo lábio/base do nariz está em 90°.

    b) Paciente posicionado em 90° em relação ao solo porque, segundo Posselt
        (1964), a posição do corpo e da cabeça influencia na posição postural da
        mandíbula e, como a maior parte do tempo o paciente vai estar em pé, é mais
        aconselhável determinar a DV dessa posição.
     c) Paciente bem à vontade e relaxado para registrar a DVR. Coloca-se dois
triângulos com esparadrapo na linha mediana, um na região sub-nasal e outro no
mento ; com o paciente em posição ortoestática, solicita -se que o paciente conte
pausadamente de 60 até 70, enquanto que o CD, com auxílio de um paquímetro,
procura medir a distância entre um dos vértices do triângulo superior a um dos
vértices do triângulo inferior, que estão alinhados verticalmente, buscando com isso
determinar a DVR, pois como se sabe, a mandíbula, após realizar a função fonética,
volta imediatamente à posição de repouso. Repete-se várias vezes e tira-se a
média, e do valor correspondente subtrai-se 3mm.

                                          DVR- 3mm =DVO


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               EX : a distância entre os dois pontos foi : 50, 51, 52. A média é igual a
51.
                                              DVR = 51mm

     d) Coloca-se o plano inferior na boca e pede para o paciente ocluir, mensura-se a
     distância entre os dois pontos para se obter a DVO.
         EX :                            DVO = DVR – EFL
                                         DVO = 51 – 3
                                         DVO = 48mm
                      Caso esse valor não seja obtido, acrescenta-se cera (quando for
 inferior) ou remove-se (quando for muito elevado). A avaliação dos fatores estéticos
 é feita pedindo para o paciente pronunciar 666 ou Mississipi, observando se o rolete
 inferior toca no superior ; caso isso ocorra, deve-se remover a cera no local, pois o
 EFL está sendo invadido.
     e) Leva-se os planos de cera à boca para avaliação dos fatores estéticos e
fonéticos, através da harmonia da face.
                A DVO está correta quando, no aspecto estético, for normal e
harmonioso, no aspecto fonético quando abrir um espaço de 3mm entre os planos
de cera superior e inferior, determinando a EFL quando da pronúncia de sons
simbilantes correspondendo a EFP, que será reconfirmado quando os dentes
estiverem montados.


      
      RELAÇÃO CENTRAL (RC) :
      « Nada é mais importante na prática odontológica que copreender e registrar
a RC com exatidão »
                     Eberle

            Constitui a posição básica de referência horizontal para o correto
posicionamento da mandíbula em relação à maxila.

             É uma relação            estritamente      crânio-mandibular   perfeitamente
reproduzível, em nível condilar.

    a) Complexidade Do Assunto:
          Tem sido estabelecidas diferentes definições e teorias para interpreta-la e
diferentes métodos para registra-la corretamente.
              A complexidade do assunto é fruto de terminologia diversificada e das
interpretações conflitantes entre autores, o que é refletido pela variação de métodos
(técnicas) existentes, pelos pontos de vista e filosofias pessoais.


      b) Terminologia :
     Relação central (RC) ;
     Posição central ;
     Posição dorsal ;
     Posição de oclusão terminal ;
     Posição de bisagra ;
     Posição de repouso retruído ;
     Relação cêntrica retruída ;

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    Relação cêntrica funcional.

     c) Conceito de Relação Central:

2.1- RC : É uma relação estabelecida entre os côndilos mandibulares e a base do
crânio (fossas articulares do temporal),não dependendo da presença ou ausência
dos dentes.

2.2Clássico : ACADEMY OF CENTURY PHOSTHETICS
       É a posição mais posterior e superior não forçada dos côndilos articulares. A
partir dos movimentos de lateralidade, podem ser executados livremente a um
determinado grau de separação intermaxilar. É utilizado em PT.

2.3Moderno H.Ughes & Rigli(1961) : É a posição mais anterior e superior dos
côndilos na fossa articular.


1-   Teorias :
    Ligamentosa ;
    Muscular ;
    Osteofibrosa ;
    Meniscal ;
    Neuromuscular ;


2- Importância da RC :
          Como conseqüência da perda total dos dentes, surgem alterações no
posicionamento entre a mandíbula e a maxila; assim, a RC é muito importante para
o correto posicionamento horizontal da mandíbula em relação à maxila.
 Posição reproduzível ;
 Controle da oclusão e estabilidade ;
 Permite o ajuste das guias condilares ;
 Posição de referência devido à perda de proposição periodontal ;
 Orienta a relação modelo inferior X eixo de relação articular ;

3-   Fatores que influenciam a RC :
    ATM ;
    Músculos mastigadores ;
    Tecidos de suporte;
    Dentes.
                                          MÚSCULOS



                ATM                                                TECIDOS




                                            DENTES


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4-   Fatores que alteram a RC :
    Perda dos dentes ;
    DVO ;
    Próteses incorretas ;
    Hábitos da mastigação ;
    Má oclusão anterior à dentadura.

5-   RC incorreta resulta :
    Trauma dos tecidos – porque se a RC for incorreta, a oclusão será incorreta ;
    Reabsorção óssea ;
    Perda de retenção da prótese total ;
    Desconforto ;
    Desenquilíbrio na oclusão.

6-   Métodos de registro da RC : Russi (1977)
    Gráficos ;
    Fisiológicos ;
    Guiados ;
    Cefalométricos ;
    Pelo eixo de rotação ;
    Mecânicos (aparelho).

            Requisitos prévios:
    Para a determinação da RC, as bases de prova devem estar estáveis ;
    DVO estabelecida ;
    Paciente calmo e relaxado ;

             Erros No Registro Da Rc:
       Erros posicionais
       Erros técnicos




     Gráficos:
              O método gráfico baseia-se no registro das trajetórias de protrusão e
lateralidade, as quais determinam os traçados do chamado Arco Gótico, cujo vértice
é interpretado como sendo a posição de relação central. Gysi, em 1910, foi o
idealizador.

                                     L        P        L



                                            RC

            As técnicas de emprego do arco gótico podem ser classificadas de
acordo com a localização do dispositivo registrador:

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      Técnica do registro extra-oral – central
                                      - lateral
      Técnica do registro intra-oral
      Técnica intra – extra – oral.


    Fisiológicos:
           Mordida (morder várias vezes uma cera macia com uma abertura de
boca mínima) ou registro direto ;
           Deglutição ;
           Retrusão da língua ;
           Inclinação da cabeça ;
           Repouso da mandíbula (fechar a boca uma vez) ;
           Protusão-retrusão.
           Retrusão guiada não forçada da mandíbula.

 Método do registro direto ou mordida (House):
             Consiste em se fazer com que o paciente realize mordidas repetidas,
com um pequeno grau de abertura bucal, sobre os arcos de articulação
homogeneamente plastificados até que seja observada a posição de oclusão mais
freqüente; nessa condição, as bases de prova são imobilizadas e o registro da RC é
obtido na DV correta.

Método de registro pela deglutição (Manson, 1921):
             O ato fisiológico da deglutição também tem sido usado como um
método para registrar a RC, pois durante a deglutição ocorrem movimentos
mandibulares importantes para o registro da DV e RC.
             Consiste em colocar cones de cera na base de prova e dar gelatina
para o paciente deglutir até que os cones plastificados atinjam uma altura desejada,
não abaixando mais, mesmo após a deglutição.

                                         SUPERIOR


                                                                  Gelatina
                                                                  Cones de cera

                                         INFERIOR




 Método de retrusão da língua:
          Consiste em colocar uma bolinha de godiva ou cera na região mais
posterior da base de prova superior e pedir para o paciente elevar a ponta da língua
em sentido póstero – superior, seguido de fechamento até encostar na bolinha e,
pela ação combinada dos músculos elevadores e retrusores, associados aos
músculos estilo - glosso e genioglosso, a mandíbula é conduzida à posição de RC.




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 Protrusão – Retrusão:
          Após a DV determinada, pede-se para o paciente ocluir com as bases de
prova e realizar movimentos de protrusão máxima e retrusão máxima várias vezes;
onde ele parar será a RC.

 Retrusão guiada não forçada da mandíbula:
      Constitui num método pelo qual o profissional pode levar a mandíbula até a
posição mais retrusiva não forçada para registrar a RC.
              Consiste basicamente no ato do operador manipular a mandíbula
tocando, com o polegar e indicador da mão direita, o mento do paciente e realizar
movimentos rápidos de abertura e fechamento, buscando, com isso, obter um
relaxamento muscular e alterar momentaneamente a memória proprioceptiva de
fechamento habitual do paciente, evitando assim possíveis reflexos da mandíbula.
              Conseguido o relaxamento muscular, o paciente oclui novamente os
arcos de cera, sob guia manual não forçada.
              Clinicamente, após registrarmos a RC, procedemos à união das bases
de prova, fixando-as com grampos na posição de RC e removendo o conjunto da
boca do paciente.

           Técnica:
             O método utilizado por nós é o queixo não forçado por entendermos
ser o mais seguro, sendo confirmado com o método da deglutição. Faz-se a união
das bases e remove o conjunto da boca.

    ESCLARECIMENTOS:
     OC – é quando os dentes estão em contato com os côndilos em RC;
     MIH – contato dos dentes sem os côndilos estarem em RC;
     90% das pessoas com dentição natural apresentam OC≠MIH ± 1,25mm
     Em desdentados totais, devemos tomar o registro do côndilo em RC = MIH,
senão irá criar-se uma área cêntrica (área de diferença entre a MIH e RC,
provocando movimentação da prótese total, ferindo a mucosa do paciente).

             Alguns pacientes ainda acreditam que depois que suas dentaduras são
confeccionadas e instaladas, eles não necessitam mais de tratamento posterior e
passam 10, 20 e até 30 anos sem visitar o dentista e, conseqüentemente, sem
manutenção, resultando numa diminuição da DVO e alteração da RC, que são
causados pelo desgaste da superfície oclusal dos dentes artificiais e pela
reabsorção do osso alveolar, levando a uma situação onde o EFL pode chegar a
10mm ou mais.
             O paciente quando procura o dentista para confeccionar novas
dentaduras geralmente tem como queixa:
    “Eu não consigo mastigar muito bem a minha comida” ou
    “Meus dentes não aparecem, eles estão gastos”.
Essas queixas podem ser facilmente visualizadas pelo dentista, porém o paciente
não está ciente completamente dos problemas provocados por essas alterações.

             ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELA DIMINUIÇÃO DA DVO
    Esforço nos tecidos de suporte é reduzido;
    Redução da eficiência mastigatória;


                                 Profa. Dra. Andrea Alac
                           Disciplina de Prótese Total – UFMA
13


 Alteração no padrão dos movimentos mandibulares adquiridos, promovendo a
  protrusão da mandíbula;
 Aparência facial fica afetada;
 Produz lesões comissurais;
 Perda do tônus muscular, aspecto flácido;
 Danos a ATM;
 Dor na ATM e músculos mastigatórios.




                            Profa. Dra. Andrea Alac
                      Disciplina de Prótese Total – UFMA
14


PROPOSIÇÃO:
                    Tendo em vista a importância das relações intermaxilares, é
fundamental que sejam restabelecidas com placas oclusais previamente à
confecção das próteses definitivas, possibilitando, desse modo, possíveis
alterações.
    a) QUANTO DEVEREMOS REDUZIR O EFL
       Deverá ficar em 3mm segundo BASKER et al
           Vantagens:
                  Avaliação da capacidade de aceitação a esse aumento da DVO
                     por parte do paciente;
                  Possibilidade de ajustes na DVO e RC;
                  Correção de hábitos como protrusão da mandíbula, facilitando,
                     desse modo, o registro da RC na prótese definitiva.

   b) QUANDO DEVEMOS CONSTRUIR NOVAS DENTADURAS:
         Quando o aumento da DVO esteja aceitável;
         Quando eliminado o hábito de protrusão da mandíbula;
         Quando eliminada a dor do paciente;
         As placas devem ser usadas em média por 40 dias.

   c) CUIDADOS APÓS A INSTALAÇÃO DAS PLACAS:
       O paciente deverá retornar após 24 horas de instaladas as placas
        oclusais;
       Pode ocorrer dor nos músculos mastigatório, que são muitas vezes
        provocadas devido o aumento da abertura da boca, pois mesmo que o
        paciente não modifique os seus hábitos alimentares, como ele
        apresentava um EFL exagerado era capaz de comer grandes pedaços de
        comida sem abrir mais a boca, além da posição de repouso;
       Traumatismo nos tecidos de suporte das dentaduras devido o aumento da
        eficiência mastigatória, essas áreas deverão ser aliviadas.




                                 Profa. Dra. Andrea Alac
                           Disciplina de Prótese Total – UFMA

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Registro intermaxilar

  • 1. 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DISCIPLINA DE PRÓTESE TOTAL REGISTROS MAXILO-MANDIBULARES Profa. Dra. Andrea alac São Luís 2003 Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 2. 2 REGISTROS MAXILO-MANDIBULARES  Relação Intermaxilar A relação intermaxilar pode ser visualizada no plano vertical (DV) e no plano horizontal (RC), ou seja, a mandíbula se posiciona em nível vertical e horizontal na maxila. Plano Vertical  dimensão vertical (D.V) Plano Sagital  relação central (R.C) *Sendo que ambas caminham juntas  Dimensão Vertical (D.V) : É a distância entre dois pontos arbitrários, sendo um na maxila e outro na mandíbula, no sentido vertical. Classificação : DVO – dimensão vertical de oclusão DVR – dimensão EFL – espaço funcional livre 1- DVO : É uma relação intermaxilar estabelecida quando os dentes entram em contato, sendo nos desdentados os dentes artificiais da dentadura. 2- DVR :É uma relação intermaxilar em que a mandíbula se encontra em posição fisiológica de repouso, em que os mm. elevadores e abaixadores estão em equilíbrio . 2.1- Existem duas teorias em relação à DVR : TEORIA DA IMUTABILIDADE TEORIA DA MUTABILIDADE  TEORIA DA IMUTABILIDADADE : Tompson (1946) acreditava que a DVR era imutável durante toda a vida , e que era estabelecida aos três meses de vida intrauterina; sendo assim, não precisa da presença de dentes.  TEORIA DA MUTABILIDADE : Nagle e Seas(1957) afirmaram que a DVR era mutável e não estática durante toda vida, refletindo períodos de crescimento, desenvolvimento e idade. Segundo Posselt(1964), a posição postural da mandíbula é influenciada por fatores como: posição postural do corpo e da cabeça, dor, febre, fatores emocionais, distúrbios da ATM e sob medicamentos, sendo assim a teoria mais aceita no momento. Segundo Ducam & Willian, a DVR de pacientes desdentados é menor que a DVR desse mesmo desdentado quando possuía dentes naturais. Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 3. 3 É importante deixar claro que os autores concordam que a DVR existe, modificada ou não, no discurso da vida , não como um relaxamento muscular ,e sim através de um equilíbrio entre os mm. elevadores e abaixadores, com ou sem dentes. 3- EFL : TAMARI : O EFL é uma distância intermaxilar que corresponde ao deslocamento da mandíbula da posição de DVR a DVO, ou seja : EFL = DVR – DVO TOMPSON (1946) : O EFL é de 2 a 4 mm, podendo apresentar variação menor que 2 e maior que 4. TOMPSON(1946), YSARI(1961), SILVERMAN(1953) e TURANO(1973) verificaram que o mínino (não deve ser invadido) EFL foi de 2,3,4mm. Entretanto, YSAKI (1961) verificou EFL de até 10mm. SILVERMAN(1953) : Observou que o EFL difere do EFP (espaço funcional de pronúncia), pois o EFL ocorre quando os mm. elevadores e abaixadores estão em tônus muscular e o EFP quando os mesmos estão em atividade fonética. GOLDISPINK (1976) : O EFL varia entre o mesmo indivíduo sobre diferentes condições : posição, deglutição, estados emocionais e sob medicamentos. A correta determinação do EFL na dentadura é indispensável para o seu bom funcionamento. Quando o EFL for insuficiente, os dentes tocam durante a pronúncia (invadindo o EFP), e provocam o cansaço dos mm. mastigadores. Quando oEFL é aumentado mais do que o necessário, a estética fica prejudicada e a pronúncia se torna simbilante.  IMPORTÂNCIA DA DV CORRETA : 1- eficiência funcional na mastigação ; 2- estética facial ; 3- posição das ATMs ; 4- posição dos côndilos ; 5- preservação dos tecidos de suporte (não invasão do EFP para não tocar nos dentes) na diminuição do EFL ; 6- previnir fadiga muscular (principalmente no aumento) ; 7- favorecer a deglutição e a fonética ; 8- essencial para a RC.  PROBLEMAS COM DV AUMENTADA : 1- redução do EFL ; 2- fadiga muscular ; Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 4. 4 3- desconforto e dor na área de suporte do rebordo ; 4- desgaste precoce dos dentes artificiais ; 5- acerela o processo de reabsorção ; 6- alterações funcionais na mastigação,deglutição e fonética ; 7- alteração da estética ; 8- alteração da ATM.  PROBLEMAS RELACIONADOS À DV DIMINUÍDA : 1- aumento do espaço EL ; 2- danos na ATM ; 3- alteração da estética com rugas e sulcos faciais acentuados ; 4- funções de polichinelo ; 5- lesões comissurais.  MÉTODOS PARA A DETERMINAÇÃO DA DV : a) Métodos que utilizam registros prévios : Ou seja, antes da extração dos dentes. 1- mensurações diretas ; 2- máscara facial ; 3- radiografia de perfil (+ usada em pesquisa) ; 4- fotografia de perfil ; 5- contorno de perfil (cartolina) ; 6- modelos frontais com dentes em oclusão. b) Métodos que não utilizam registros prévios : 1- método das proporções faciais : Willis / Boyanov ; 2- método métrico (Pleasure, 1951) ; 3- método estético (Turner e Fox) ; 4- método da percepção neuromuscular (Lytle) - capacidade do paciente medir a DVR através do conforto ; não é muito usado no Brasil ; 5- método da força de mordida (Boss) - necessita de aparelho específico ; 6- método fonetico (Silverman, 1953) ; 7- método da deglutição (Monson, 1921) ; 8- método do pararelismo dos rebordos (Sears) - quando os rebordos estão paralelos, temos a DVR ; 9- método cefalométrico (Pyotte & Shafer) - através das radiografias e traçados; é muito complexo ; 10- eletromiográfico (Peary) - muito bom, mas necessita aparelho específico. Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 5. 5 1) MÉTODOS DAS PROPORÇÕES FACIAIS:  Método de Willis(1930) Willis observou que a distância entre as pupilas e a comissura labial era igual a distância entre a base do nariz e a base do mento no paciente normal, em posição de repouso muscular. A=B Para medir essa distância, Willis idealizou um compasso em forma da letra « L », com uma pequena haste móvel que corre ao longo do corpo do compasso ; a distância obtida com esse copasso equivale à DVR.  Método de Boyanov (1970) A distância entre as comissuras labiais deve ser igual à distância entre o tubérculo do lábio superior a base do mento. Vantagens :  Rápido ;  Fácil. Desvantagens :  referênciais imprecisas ;  variações do tecidos moles ;  DV depende da largura da boca. 2) MÉTODO MÉTRICO (PLEASURE, 1951) : Coloca-se dois triângulos com esparadrapo na linha mediana, um na região sub-nasal e outro no mento, com o paciente em posição ortoestática. Solicita -se que o paciente pronuncie « M » (três vezes), ou contar de 60 a 70, ou pronunciar « mississipi » e não serrar os lábios, enquanto que o CD, com auxílio de um paquímetro, possa medir a distância entre um dos vértices do triângulo superior a um dos vértices do triângulo inferior, que está alinhado verticalmente, buscando com isso determinar a DVR, pois como se sabe, a mandíbula, após realizar a função fonética, volta imediatamente a posição de repouso. Repete-se várias vezes e tira-se a média, e do valor correspondente subtrai-se 3mm. Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 6. 6 DVR- 3mm =DVO Indicação :  Em qualquer caso que o paciente pode manter equilibrado a posição postural da mandíbula. Contra Indicações:  Lesão no SNC ;  Paralisia facial ;  Tensão psíquica ;  Ansiedade. Vantagens :  Simples ;  Rápido ; Desvantagens :  Requer experiência clínica ;  Exige várias mensurações ;  Necessita do paciente estar calmo e relaxado. 3) MÉTODO ESTÉTICO (TURNER E FOX, 1984) :  Determina a DV através do julgamento da aparência externa da face ;  Determina a DV baseado na estética do terço inferior da face ;  Os pontos de referência são : *conformação dos sulcos nasogenianos ; *harmonia do terço inferior com as demais partes do rosto ; *obtenção da plenitude facial. Indicação :  Em todos os casos em que os tecidos moles estão íntegros (lábios e bochechas) e podem ser reposicionados esteticamente. Desvantagens :  A DV fica na dependência de critérios estéticos subjetivos do CD e do paciente. 4) MÉTODO FONÉTICO (SILVERMAN, 1953) : A determinação da DVO foi feita através do EFP, isto é, basedo na posição fisiológica da mandíbula durante a fala. Verificou que, quando o paciente pronunciava palavras simbilantes (« mississipe »), ricos em « s », a mandíbula se deslocava, formando um EFP(os dentes ficam próximos, mas não se tocam). Observou que EFP era o resultado da atividade muscular e o EFL do tônus muscular, sendo variável. O EFP está dentro do EFL. Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 7. 7 5) MÉTODO DA DEGLUTIÇÃO : O ato da deglutição leva a mandíbula para RC e também a DVO ; sendo assim, se utilizou deste método para determinar a RC e DVO ao mesmo tempo. Vantagens :  Prático ;  Dispensa aparelhos ;  Dentista não interfere. Desvantagens :  Tempo ;  Plasticidade da cera ;  Percepção do paciente ;  Memória neuromuscular adiquirida. Não há nenhum método perfeito para medir a DV ; esses métodos são de orientação, porém a DV deverá ser funcional, estética e aceitável.  TÉCNICAS UTILIZADAS NA DISCIPLINA DE PRÓTESE TOTAL PARA DETERMINAÇÃO DA DV : Utilizamos uma associação de vários métodos : métrico, estético,fonético,deglutição. « Dada à grande variedade de tipos humanos e as mudanças fisiológicas da idade, será necessário usar mais de um método para determinar a DV. » TURANO a) Antes da determinação da DVR, deve-se observar :  Verificar e remover interferências da base de prova ;  Contorno vestibular do rolete de articulação superior ;  Observar o ângulo filtro/base do nariz sem a base e com a base de prova ;  Verificar se o ângulo lábio/base do nariz está em 90°. b) Paciente posicionado em 90° em relação ao solo porque, segundo Posselt (1964), a posição do corpo e da cabeça influencia na posição postural da mandíbula e, como a maior parte do tempo o paciente vai estar em pé, é mais aconselhável determinar a DV dessa posição. c) Paciente bem à vontade e relaxado para registrar a DVR. Coloca-se dois triângulos com esparadrapo na linha mediana, um na região sub-nasal e outro no mento ; com o paciente em posição ortoestática, solicita -se que o paciente conte pausadamente de 60 até 70, enquanto que o CD, com auxílio de um paquímetro, procura medir a distância entre um dos vértices do triângulo superior a um dos vértices do triângulo inferior, que estão alinhados verticalmente, buscando com isso determinar a DVR, pois como se sabe, a mandíbula, após realizar a função fonética, volta imediatamente à posição de repouso. Repete-se várias vezes e tira-se a média, e do valor correspondente subtrai-se 3mm. DVR- 3mm =DVO Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 8. 8 EX : a distância entre os dois pontos foi : 50, 51, 52. A média é igual a 51. DVR = 51mm d) Coloca-se o plano inferior na boca e pede para o paciente ocluir, mensura-se a distância entre os dois pontos para se obter a DVO. EX : DVO = DVR – EFL DVO = 51 – 3 DVO = 48mm Caso esse valor não seja obtido, acrescenta-se cera (quando for inferior) ou remove-se (quando for muito elevado). A avaliação dos fatores estéticos é feita pedindo para o paciente pronunciar 666 ou Mississipi, observando se o rolete inferior toca no superior ; caso isso ocorra, deve-se remover a cera no local, pois o EFL está sendo invadido. e) Leva-se os planos de cera à boca para avaliação dos fatores estéticos e fonéticos, através da harmonia da face. A DVO está correta quando, no aspecto estético, for normal e harmonioso, no aspecto fonético quando abrir um espaço de 3mm entre os planos de cera superior e inferior, determinando a EFL quando da pronúncia de sons simbilantes correspondendo a EFP, que será reconfirmado quando os dentes estiverem montados.  RELAÇÃO CENTRAL (RC) : « Nada é mais importante na prática odontológica que copreender e registrar a RC com exatidão » Eberle Constitui a posição básica de referência horizontal para o correto posicionamento da mandíbula em relação à maxila. É uma relação estritamente crânio-mandibular perfeitamente reproduzível, em nível condilar. a) Complexidade Do Assunto: Tem sido estabelecidas diferentes definições e teorias para interpreta-la e diferentes métodos para registra-la corretamente. A complexidade do assunto é fruto de terminologia diversificada e das interpretações conflitantes entre autores, o que é refletido pela variação de métodos (técnicas) existentes, pelos pontos de vista e filosofias pessoais. b) Terminologia :  Relação central (RC) ;  Posição central ;  Posição dorsal ;  Posição de oclusão terminal ;  Posição de bisagra ;  Posição de repouso retruído ;  Relação cêntrica retruída ; Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 9. 9  Relação cêntrica funcional. c) Conceito de Relação Central: 2.1- RC : É uma relação estabelecida entre os côndilos mandibulares e a base do crânio (fossas articulares do temporal),não dependendo da presença ou ausência dos dentes. 2.2Clássico : ACADEMY OF CENTURY PHOSTHETICS É a posição mais posterior e superior não forçada dos côndilos articulares. A partir dos movimentos de lateralidade, podem ser executados livremente a um determinado grau de separação intermaxilar. É utilizado em PT. 2.3Moderno H.Ughes & Rigli(1961) : É a posição mais anterior e superior dos côndilos na fossa articular. 1- Teorias :  Ligamentosa ;  Muscular ;  Osteofibrosa ;  Meniscal ;  Neuromuscular ; 2- Importância da RC : Como conseqüência da perda total dos dentes, surgem alterações no posicionamento entre a mandíbula e a maxila; assim, a RC é muito importante para o correto posicionamento horizontal da mandíbula em relação à maxila.  Posição reproduzível ;  Controle da oclusão e estabilidade ;  Permite o ajuste das guias condilares ;  Posição de referência devido à perda de proposição periodontal ;  Orienta a relação modelo inferior X eixo de relação articular ; 3- Fatores que influenciam a RC :  ATM ;  Músculos mastigadores ;  Tecidos de suporte;  Dentes. MÚSCULOS ATM TECIDOS DENTES Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 10. 10 4- Fatores que alteram a RC :  Perda dos dentes ;  DVO ;  Próteses incorretas ;  Hábitos da mastigação ;  Má oclusão anterior à dentadura. 5- RC incorreta resulta :  Trauma dos tecidos – porque se a RC for incorreta, a oclusão será incorreta ;  Reabsorção óssea ;  Perda de retenção da prótese total ;  Desconforto ;  Desenquilíbrio na oclusão. 6- Métodos de registro da RC : Russi (1977)  Gráficos ;  Fisiológicos ;  Guiados ;  Cefalométricos ;  Pelo eixo de rotação ;  Mecânicos (aparelho).  Requisitos prévios:  Para a determinação da RC, as bases de prova devem estar estáveis ;  DVO estabelecida ;  Paciente calmo e relaxado ;  Erros No Registro Da Rc:  Erros posicionais  Erros técnicos  Gráficos: O método gráfico baseia-se no registro das trajetórias de protrusão e lateralidade, as quais determinam os traçados do chamado Arco Gótico, cujo vértice é interpretado como sendo a posição de relação central. Gysi, em 1910, foi o idealizador. L P L RC As técnicas de emprego do arco gótico podem ser classificadas de acordo com a localização do dispositivo registrador: Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 11. 11  Técnica do registro extra-oral – central - lateral  Técnica do registro intra-oral  Técnica intra – extra – oral.  Fisiológicos:  Mordida (morder várias vezes uma cera macia com uma abertura de boca mínima) ou registro direto ;  Deglutição ;  Retrusão da língua ;  Inclinação da cabeça ;  Repouso da mandíbula (fechar a boca uma vez) ;  Protusão-retrusão.  Retrusão guiada não forçada da mandíbula. Método do registro direto ou mordida (House): Consiste em se fazer com que o paciente realize mordidas repetidas, com um pequeno grau de abertura bucal, sobre os arcos de articulação homogeneamente plastificados até que seja observada a posição de oclusão mais freqüente; nessa condição, as bases de prova são imobilizadas e o registro da RC é obtido na DV correta. Método de registro pela deglutição (Manson, 1921): O ato fisiológico da deglutição também tem sido usado como um método para registrar a RC, pois durante a deglutição ocorrem movimentos mandibulares importantes para o registro da DV e RC. Consiste em colocar cones de cera na base de prova e dar gelatina para o paciente deglutir até que os cones plastificados atinjam uma altura desejada, não abaixando mais, mesmo após a deglutição. SUPERIOR Gelatina Cones de cera INFERIOR Método de retrusão da língua: Consiste em colocar uma bolinha de godiva ou cera na região mais posterior da base de prova superior e pedir para o paciente elevar a ponta da língua em sentido póstero – superior, seguido de fechamento até encostar na bolinha e, pela ação combinada dos músculos elevadores e retrusores, associados aos músculos estilo - glosso e genioglosso, a mandíbula é conduzida à posição de RC. Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 12. 12 Protrusão – Retrusão: Após a DV determinada, pede-se para o paciente ocluir com as bases de prova e realizar movimentos de protrusão máxima e retrusão máxima várias vezes; onde ele parar será a RC. Retrusão guiada não forçada da mandíbula: Constitui num método pelo qual o profissional pode levar a mandíbula até a posição mais retrusiva não forçada para registrar a RC. Consiste basicamente no ato do operador manipular a mandíbula tocando, com o polegar e indicador da mão direita, o mento do paciente e realizar movimentos rápidos de abertura e fechamento, buscando, com isso, obter um relaxamento muscular e alterar momentaneamente a memória proprioceptiva de fechamento habitual do paciente, evitando assim possíveis reflexos da mandíbula. Conseguido o relaxamento muscular, o paciente oclui novamente os arcos de cera, sob guia manual não forçada. Clinicamente, após registrarmos a RC, procedemos à união das bases de prova, fixando-as com grampos na posição de RC e removendo o conjunto da boca do paciente.  Técnica: O método utilizado por nós é o queixo não forçado por entendermos ser o mais seguro, sendo confirmado com o método da deglutição. Faz-se a união das bases e remove o conjunto da boca.  ESCLARECIMENTOS:  OC – é quando os dentes estão em contato com os côndilos em RC;  MIH – contato dos dentes sem os côndilos estarem em RC;  90% das pessoas com dentição natural apresentam OC≠MIH ± 1,25mm  Em desdentados totais, devemos tomar o registro do côndilo em RC = MIH, senão irá criar-se uma área cêntrica (área de diferença entre a MIH e RC, provocando movimentação da prótese total, ferindo a mucosa do paciente). Alguns pacientes ainda acreditam que depois que suas dentaduras são confeccionadas e instaladas, eles não necessitam mais de tratamento posterior e passam 10, 20 e até 30 anos sem visitar o dentista e, conseqüentemente, sem manutenção, resultando numa diminuição da DVO e alteração da RC, que são causados pelo desgaste da superfície oclusal dos dentes artificiais e pela reabsorção do osso alveolar, levando a uma situação onde o EFL pode chegar a 10mm ou mais. O paciente quando procura o dentista para confeccionar novas dentaduras geralmente tem como queixa:  “Eu não consigo mastigar muito bem a minha comida” ou  “Meus dentes não aparecem, eles estão gastos”. Essas queixas podem ser facilmente visualizadas pelo dentista, porém o paciente não está ciente completamente dos problemas provocados por essas alterações. ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELA DIMINUIÇÃO DA DVO  Esforço nos tecidos de suporte é reduzido;  Redução da eficiência mastigatória; Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 13. 13  Alteração no padrão dos movimentos mandibulares adquiridos, promovendo a protrusão da mandíbula;  Aparência facial fica afetada;  Produz lesões comissurais;  Perda do tônus muscular, aspecto flácido;  Danos a ATM;  Dor na ATM e músculos mastigatórios. Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA
  • 14. 14 PROPOSIÇÃO: Tendo em vista a importância das relações intermaxilares, é fundamental que sejam restabelecidas com placas oclusais previamente à confecção das próteses definitivas, possibilitando, desse modo, possíveis alterações. a) QUANTO DEVEREMOS REDUZIR O EFL Deverá ficar em 3mm segundo BASKER et al  Vantagens:  Avaliação da capacidade de aceitação a esse aumento da DVO por parte do paciente;  Possibilidade de ajustes na DVO e RC;  Correção de hábitos como protrusão da mandíbula, facilitando, desse modo, o registro da RC na prótese definitiva. b) QUANDO DEVEMOS CONSTRUIR NOVAS DENTADURAS:  Quando o aumento da DVO esteja aceitável;  Quando eliminado o hábito de protrusão da mandíbula;  Quando eliminada a dor do paciente;  As placas devem ser usadas em média por 40 dias. c) CUIDADOS APÓS A INSTALAÇÃO DAS PLACAS:  O paciente deverá retornar após 24 horas de instaladas as placas oclusais;  Pode ocorrer dor nos músculos mastigatório, que são muitas vezes provocadas devido o aumento da abertura da boca, pois mesmo que o paciente não modifique os seus hábitos alimentares, como ele apresentava um EFL exagerado era capaz de comer grandes pedaços de comida sem abrir mais a boca, além da posição de repouso;  Traumatismo nos tecidos de suporte das dentaduras devido o aumento da eficiência mastigatória, essas áreas deverão ser aliviadas. Profa. Dra. Andrea Alac Disciplina de Prótese Total – UFMA