O documento discute os objetivos e ações de substâncias químicas auxiliares utilizadas na desinfecção e limpeza de canais radiculares durante o tratamento endodôntico, incluindo a remoção do magma dentinário. É destacada a importância da irrigação para a remoção de resíduos e microrganismos, assim como a ação de agentes como hipoclorito de sódio, detergentes e quelantes.
6. DESINFECÇÃO
Rede de canais Estrutura da dentina
COMPLEXIDADE ANATÔMICA:
INSTRUMENTOS + SUBSTÂNCIA QUÍMICA AUXILIAR
7. OBJETIVOS DA SUBSTÂNCIA QUÍMICA AUXILIAR
Favorecer a limpeza da câmara pulpar e do canal radicular;
Neutralizar o conteúdo tóxico e controlar a infecção do
canal radicular;
Atuar como solvente e antisséptico em regiões inalcançáveis
ao instrumento endodôntico sem deixar de ser biocompatível;
Ter ação lubrificante para os instrumentos endodônticos;
Remover o magma dentinário.
8. forças que atuam sobre as superfícies
Substâncias que modificam essas forças
Agentes tensoativos
Tensão superficial
10. AUMENTO DA PERMEABILIDADE DENTINÁRIA
Remoção do conteúdo do canal PQC
Remoção do smear layer Irrigação final
11. MAGMA DENTINÁRIO ou SMEAR
LAYER
SMEAR LAYER - McCOMB & SMITH (1975)
• Resultante da instrumentação endodôntica;
• Camada amorfa irregular e granular;
• Duas camadas (MADER, 1984):
• superficial: 1 a 2 μm, mais orgânica (colágeno,
sangue e microrganismos), de fácil remoção.
• profunda: penetra nos túbulos (40 μm), mais mineral
(raspas de dentina), presença de microrganismos
(WALTON, 1976).
14. MAGMA DENTINÁRIO ou SMEAR
LAYER
Formado pelas raspas de dentina e pelas substâncias
químicas resultante da instrumentação endodôntica;
Oclui os túbulos dentinários
Dificulta a ação das substâncias químicas, a difusão
da M.I.C. e diminui o imbricamento do cimento
obturador
15. SUBSTÂNCIAS EFETIVAS NA REMOÇÃO
DO SMEAR LAYER
QUELANTES Remoção da porção inorgânica
SOLVENTES Remoção da porção orgânica
ORGÂNICOS
16. SUBSTÂNCIAS MAIS USADAS EM
ENDODONTIA
• Hipoclorito de sódio
• Detergentes
• Quelantes
• Associação de fármacos
17. HIPOCLORITOS DE SÓDIO:
CONCENTRAÇÕES
Licor de Labarraque(2,5%- soda clorada)
Solução de Grossman(5,25% - Soda clorada
duplamente concentrada)
Solução de Milton(1,0%)
Líquido de Dakin(0,5%)
18. HIPOCLORITO DE SÓDIO
Tem ação simultânea:
Bactericida
Desodorizante
Solvente orgânico
Neutralizante
19. HIPOCLORITOS DE SÓDIO - AÇÃO
Hipoclorito de sódio + água
Hidróxido de sódio + ácido hipocloroso
Cl2 +
aminas
(na presença de ar ou luz)
cloraminas
O2 e Cl2
(Solvente orgânico) (Bactericida)
Clareamento e
desodorização
Ácido clorídrico + O2
(anti-séptico)
20. CLORAMINAS
• Se forma a partir da oxidação da matéria
orgânica onde o cloro substitui o hidrogênio
do grupo de proteínas
H
C COR
NH
NCl
21. HIPOCLORITOS DE SÓDIO - AÇÃO
Proteínas
Hipoclorito de sódio
Desnaturação
Bactérias
Bacteriólise
22. HIPOCLORITOS DE SÓDIO - AÇÃO
Lipídeos
Hipoclorito de sódio Sabões
Diminui a tensão superficial
23. HIPOCLORITO DE SÓDIO: CUIDADOS
• Estabilidade diminui frente: luz,
aumento da temperatura e hipocloritos
mais concentrados;
• Conservar em local fresco, ou na
geladeira;
• Ao abrigo da luz em frasco escuro
• Deixar o frasco bem fechado
24. HIPOCLORITO DE SÓDIO:
DESVANTAGENS
• Ser ligeiramente irritante (ação sobre albuminas
vivas + avidez por água)
• Manchar a roupa
• Lesar o olho do paciente
• Injetar na região periapical (corticóide/antibiótico)
• Enfisema
• Alergias – ardência, dor, edema no lábio e
bochecha, equimose e hematoma (antihistamínico)
26. TIPOS DE DETERGENTES:
• Iônicos
Aniônicos -: Tergensol
- menos agressivo,baixa tensão superficial
- lauril dietilenoglicol-éter sulfato de sódio
Catiônicos +: Dehyquart; Zefirol; Salvizol
- Mais agressivo,coagula proteína e tem a tendência
de se depositar.
• Neutros: Tweens ou polissorbatos
28. FATORES QUE INFLUENCIAM NA
CAPACIDADE DE DETERGÊNCIA
• Agitação mecânica
– Ajuda a destacar os resíduos
– Permite maior contato da substância e
resíduo
• Concentração
• Temperatura
29.
30. QUELANTES
• Usado para remoção do smear layer;
• EDTA-T= Ácido etileno-diamino-tetracético a 17%
+ Tergensol (lauril dietilenoglicol-éter sulfato de sódio)
• pH = 7.0
• Ação irritante moderada
• Qualquer substância com sódio neutraliza o EDTA
31. QUELANTES
• Mecanismo de ação:
Dentina (Ca)3 X (PO4) = K
(Solução aquosa)
EDTA
Desequilibra a constante K
Dentina libera mais cálcio e fosfato
33. AÇÃO DOS COMPONENTES
ENDO PTC
Peróxido de uréia:
o Excelente desinfetante
o Quando reage com Hipoclorito de sódio, libera: Cloro
e oxigênio nascente
o Promove clareamento e desodorização
o Produz efervescência
o Aumenta a permeabilidade
34. AÇÃO DOS COMPONENTES
ENDO PTC
Tween 80:
• Detergente molecular neutro
• Diminui a tensão superficial
• Aumenta a permeabilidade
35. AÇÃO DOS COMPONENTES
ENDO PTC
Carbowax:
• Hidrossolúvel, protetor tecidual,veículo
• Lubrificante
• Torna a reação entre peróxido de uréia e
Hipoclorito de sódio mais lenta com formação de
microbolhas num processo contínuo e duradouro
• Ligeiramente detergente
36. SEQÜÊNCIA DO PREPARO:
• Colocar o Endo PTC na Lima ou na câmara
pulpar
• Gotejar hipoclorito de sódio na câmara pulpar
• Colocar as limas usadas em gaze ou tamborete
• Verificar a efervescência
37. SEQÜÊNCIA DO PREPARO:
• Instrumentar o canal
• Renovar quando trocar de
instrumento ou parar o
processo de efervescência
38. SEQÜÊNCIA DO PREPARO:
• Irrigar fartamente com hipoclorito de sódio
• Colocar nova porção de Endo PTC e Hipoclorito de
sódio
39. SEQÜÊNCIA DO PREPARO:
• Após o uso do último instrumento
• Irrigar fartamente com hipoclorito de sódio(10mL)
43. IRRIGAÇÃO/ASPIRAÇÃO
Fatores que interferem na limpeza:
•Calibre da agulha
•Deve ser mais fina que o calibre do canal
•Capacidade de aspiração
•Deve esvaziar 1,5L em 1,5 minutos
•Volume – mais importante que a solução
•10mL por canal
•Cinemática
•Movimentos de vai e vem com a substância
aquecida
•Evitar êmbolo
44. MODO DE USAR O E.D.T.A.
• Irrigar com detergente
• Seringa com EDTA,
aquecida a 37º C
• Levar ao canal e esperar
5 minutos
• Sempre agitando a
solução com uma lima fina
45. IRRIGAÇÃO / ASPIRAÇÃO FINAL
MODO DE FAZER :
• Aquecer a substância a 36ºC
• E.D.T.A. – 10 mL/canal
• Seringa com agulha fina
• Movimentos de vai e vem durante irrigação
• EDTA-T 3’ no canal - movimentos de mistura com uma lima
fina
• Irrigar com Liquido de Dakin
• Aspirar com as cânulas menores e secar com cones de papel
46. LEMBREM-SE:
• Planejar antes de intervir;
• Separar os instrumentos a serem utilizados;
• Isolamento absoluto adequado;
• Respeitar o protocolo da técnica;
• Irrigação-aspiração a cada troca de limas;
• Renovação constante das substâncias químicas;
• Irrigação abundante ao final do preparo e antes
da obturação.