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Desinfecção	
Prof. Dr. Maurício Luiz Sens
UFSC - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CTC - CENTRO TECNOLÓGICO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
SANITÁRIA E AMBIENTAL LAPOA
Finalidades	
  
Inativação  ou  destruição  dos  microrganismos  patogênicos  por  
intermédio  de  agentes  físicos  e/ou  químicos;	
Minimizar  eventuais  contaminações  na  rede  de  distribuição  do  
efluente  da  ETA;	
Eliminar  odores  e  sabores;	
Diminuir  a  intensidade  da  cor;	
Auxiliar  no  combate  à  proliferação  de  algas;	
Colaborar  na  eliminação  de  matérias  orgânicas;	
Auxiliar  a  coagulação  de  matérias  orgânicas.
Desinfecção  na  ETA
	
Propósito: Destruição ou inativação de organismos patogênicos pela
aplicação de um agente desinfetante.
Oxidação à Ruptura da parede celular à Difusão na célula à
Interferência celular
Critérios	
  para	
  a	
  escolha	
  do	
  
desinfetante	
  
Não  ser  tóxico  para  o  homem  ou  animais;	
Ser  tóxico,  em  fracas  concentrações,  para  os  
microrganismos;	
Ser  solúvel  na  água  e  formar  com  ela  uma  
solução  homogênea;	
Ser  eficaz  a  temperaturas  normais  da  água  
de  consumo;	
Ser  estável,  a  fim  de  favorecer  a  
manutenção  de  uma  certa  concentração  
residual  durante  longos  períodos  de  tempo;
Critérios	
  para	
  a	
  escolha	
  do	
  
desinfetante	
  
Não  reagir  com  matéria  orgânica  
diferente  daquelas  dos  microrganismos;	
Não  deteriorar  metais  e  tecidos;	
Existir  em  grande  quantidade  e  ser  
vendido  a  um  preço  razoável;	
Ser  de  fácil  manipulação  e  não  
apresentar  riscos  aos  operadores;	
Permitir  uma  fácil  medida  e  controle  de  
sua  concentração.
Fatores	
  interferentes	
  na	
  
eficiência	
  do	
  processo	
  
• Parâmetro  importante,  que  deve  ser  avaliado  criteriosamente;	
• Ex.:  a  presença  de  turbidez  e/ou  matéria  orgânica  promove  um  efeito  
escudo  sobre  os  microrganismos,  impedindo  que  o  agente  desinfetante  os  
atinja).	
Características  da  água:	
• Para  uma  dada  concentração  de  desinfetante,  a  destruição  é  maior  quanto  
maior  for  o  tempo  de  contato.	
Tempo  de  contato:	
• Os  mecanismos  de  ação  e  as  propriedades  relacionadas  à  interação  dos  
desinfetantes  com  as  características  físico-­‐‑químicas  e  microbiológicas  da  
água.	
Características  do  desinfetante:
Fatores	
  interferentes	
  na	
  
eficiência	
  do	
  processo	
  
• O  aumento  da  temperatura  resulta  na  aceleração  do  processo  de  
desinfecção;	
Temperatura:	
• A  resistência  dos  microrganismos  ao  desinfetante  é  dependente  da  espécie,  
da  forma  (encistada  ou  não)  e  da  concentração  dos  mesmos  na  massa  
líquida.	
Características  dos  microrganismos:	
• Proporcional  ao  tempo  de  contato.	
Concentração  de  microrganismos:	
Homogeneidade  da  dispersão  do  desinfetante  na  
massa  líquida
Tipos	
  principais	
  de	
  desinfecção	
  
Desinfetantes  
comuns	
Tipo  de  
Agente	
Desinfecção	
Agentes  
Químicos	
Cloro	
Ozônio	
Agentes  Físicos	
Radiação  UV	
Temperatura
Caracterís9cas	
  dos	
  
desinfetantes	
  mais	
  comuns	
  
Questão	
 Cloro	
Composto  
Clorado	
Dióxido  de  
Cloro	
Ozônio	
 Luz  UV	
R.  Bactérias	
 Excelente	
 Boa	
 Excelente	
 Excelente	
 Boa	
R.  Vírus	
 Excelente	
 Razoável	
 Excelente	
 Excelente	
 Razoável	
Remoção  
Protozoários	
Razoável  a  
pequena	
Pequena	
 Boa	
 Boa	
 Excelente	
Remoção  
Endosporos	
Boa  a  
pequena	
Pequena	
 Razoável	
 Excelente	
 Razoável	
Subprodutos	
THM  e  Ac.  
Haloacéticos	
Traços  de  
THM  e  Ac.  
Haloacéticos	
Cloritos	
 Bromatos	
 -­‐‑
Desinfecção	
  por	
  Agentes	
  
Químicos	
  
• Destruição  ou  desarranjo  natural  da  organização  celular  
por  ataque  aos  principais  constituintes  da  célula,  por  
exemplo,  destruindo  a  parede  celular  ou  modificando  as  
funções  de  semipermeabilidade  das  membranas;	
• Interferência  no  metabolismo  energético,  tornando  as  
enzimas  não  funcionais;	
• Interferência  na  biossíntese  e  no  crescimento,  pelo  
prejuízo  à  síntese  de  proteínas,  ácidos  nucléicos,  
coenzimas  ou  parede  celular.	
Mecanismos  atuantes:
Desinfecção	
  por	
  Agentes	
  
Químicos	
  
• compostos  orgânicos  halogenados,  como  trialometanos,  
ácidos  haloacéticos,  halocetonas  e  outros,  resultantes  da  
cloração;	
• outros  compostos  orgânicos,  como  aldeídos,  cetonas,  
carbono  orgânico  assimilável  e  carbono  orgânico  
biodegradável,  associados  ao  ozônio,  ao  cloro  e  aos  
processos  de  oxidação  avançada;	
• compostos  inorgânicos,  como  cloritos  e  cloratos,  
associados  ao  dióxido  de  cloro,  gerado  quando  o  mesmo  
é  exposto  a  luz  solar,  e  ao  bromato,  associado  à  
ozonização.	
Formação  de  subprodutos  danosos:
Desinfecção	
  por	
  cloro	
  
Vantagens: É facilmente disponível como gás, líquido ou
sólido (hipoclorito);
É barato;
É fácil de aplicar devido à sua alta
solubilidade (7,0 g/l a aproximadamente
20ºC);
Deixa um residual em solução, de
concentração facilmente determinável, que,
não sendo perigoso ao homem, protege o
sistema de distribuição;
É capaz de destruir a maioria dos
microorganismos patogênicos.
Desvan-
tagens
:	
É um gás venenoso;
É um gás corrosivo;
Requer cuidadoso manejo;
Pode causar problemas de gosto e odor,
particularmente na presença de fenóis.
Reações	
  da	
  Cloração	
  
Reação do cloro gasoso
Cl2 + H2O è HOCl + Cl- + H+
Reação do hipoclorito de sódio
NaOCl + H2O è HOCl + Na+ + OH-
Reação do hipoclorito de cálcio
Ca(OCl)2 + 2H2O è 2HOCl + Ca2+ + 2OH-
HOCl – Ácido Hipocloroso (produto ativo na desinfecção)
Distribuição percentual do ácido hipocloroso e íon hipoclorito
na água para valores diferentes de pH e temperatura
Porcentagem
de
HOCl
Porcentagem
de
OCl
-
Valores de pH
Cloração	
  ao	
  Ponto	
  Crí9co	
  (Break	
  Point)	
  
Disposi9vos	
  de	
  adição	
  e	
  mistura	
  do	
  cloro	
  
a) Difusores em tubulação
b) Canal com vertedor
submerso
c) Canal com ressalto
hidráulico
d) Tanque de mistura com
agitador mecânico
a)
b)
c)
d)
Dimensionamento do tanque de contato
Tanque de contato
Planta
Antecâmara
de entrada
vertedor
vertedor
entrada
saída
b
L1
L2
B
Tempo de contato: Tc = 30 min (desinfecção com cloro livre)
Volume útil do tanque: Vtc = Q . Tc . 60 = m3 ( sendo Q = m3/s)
O melhor formato de Tc é o retangular.
Preferir L2/b ≅ 10 (L1/b será próximo em função do tamanho das antecâmaras de
entrada e saída). O comprimento total de canais, dividido pela largura, deve ser
maior ou igual a 40. No exemplo abaixo: [(2.L1 + 2.L2) / b] ≥ 40.
Velocidade da água nos canais: Vh=1 a 4m/min (recomendado).
Dimensões usuais: HTc : 2,0 a 3,5 m ; b: 0,8 a 3,0 m
1 1
Inspeção
≥60x60cm
Htc
≅ 40cm
inspeção
Tanque de contato
Corte 1-1
Ponto de
aplicação
do cloro
Dimensionamento do tanque de contato
Exemplo: Dimensionar um tanque de contato para Q = 240 L/s e Tc = 30min.
Considerar o desenho anterior a adotar 4 canais, Htc = 3m, e ∑L / b = 40.
Volume: Vtc = 30 x 0,240 x 60 = 432 m3
Área superficial útil: Atc = 432 / 3 = 144 m2
Atc = ∑L x b ou seja b = Atc/ ∑L Como ∑L / b = 40
substituindo b por Atc/ ∑L resulta: ∑L = (40 x Atc)1/2 ou seja: ∑L = 76 m.
Como ∑L/b = 40 resulta b = 76 / 40 = 1,9 m.
Cada canal terá área de secção transversal: b x Htc = 1,9 x 3 = 5,7 m2.
Sendo assim a velocidade de escoamento no canal será: 0,240 / 5,7 = 0,042 m/s
ou seja: Vh = 2,53 m/min ( recomendado 1 a 4 m/min )
Dimensões internas úteis do decantador em planta:
1,9
1,9
1,9
1,9
1,0m Adotando ( 0,8 m útil e
0,2 m de parede do vertedor)
L2 = 19,5m
vertedor
L2p = Atc / (4 x b) = 144 / 7,6 ≅ 19m
Como em dois canais perdemos 2m de
comprimento, devemos compensar L2:
Compensação = 2m/4 = 0,5m.
L2 = L2p + 0,5m = 19,5m
Conferindo:
∑L = (2 x 19,5) + (2 x 18,5) = 76m
Desinfecção  por  Dióxido  de  
Cloro	
• Gás instável e explosivo em temperaturas superiores a - 40oC;
• Poder oxidante elevado, reage rapidamente com a matéria
oxidável ;
• Capaz de eliminar gosto, odor, ferro e manganês presentes na
água;
• Não forma trialometanos (substância cancerígena);
• Geralmente é utilizado na pré-cloração em águas que
contenham bastante matéria orgânica;
• Apesar de ser muito solúvel, não reage quimicamente com a
água;
• Não reage com o nitrogênio amoniacal;
• Elimina eficazmente os fenóis;
• É mais estável na água do que o cloro.
• É mais eficiente que o cloro para a destruição dos esporos e
mais eficiente que o ozônio para no que diz respeito aos vírus.
Fonte: Metcalf & Eddy,1991.
Fluxograma da geração de Dióxido de Cloro
Desinfecção  por  Ozônio	
Efeitos da Ozonização:
o Oxidação da matéria orgânica, produzindo ozonidas e
CO2;
o Alvejamento e melhoria da cor;
o Redução dos teores de ferro e manganês;
o Ação sobre os ácidos húmicos, formando produtos
biodegradáveis;
o Desintegração de fenóis;
o Remoção de certas substâncias orgânicas não
biodegradáveis.
Instalação de Ozonização:
Ozonizador de Pequeno Porte
de Laboratório
Ozonizador	
  de	
  Grande	
  Porte	
  
Tipos de tanques de contato:
Com turbina
Com chicanas
Por injeção
Desinfecção  por  Ozônio	
Vantagens:
o Redução de odor, gosto e cor;
o Poderoso oxidante;
o Ação desinfetante para uma gama de pH bem grande;
o Ação bactericida 300 a 3000 vezes mais rápida que o cloro para
o mesmo tempo de contato;
o Não há perigo quando numa superdosagem;
o Volume do tanque de contato menor do que c/ cloro;
o Qdo produzido com ar não necessita de depósito.
Desvantagens:
– Gasto com energia elétrica 10 a 15 vezes maior que os gastos
com cloro;
– Investimento inicial maior;
– Não tem ação residual.
Desinfecção	
  por	
  Agentes	
  Físicos	
  
Desinfecção  por  meio  de  Radiação  Ultravioleta:	
• O   UV   inativa   os   microorganismos   através   da  
emissão   de   doses   concentradas   de   luz   ultra-­‐‑
violeta  (comprimento  de  onda  de  253,7  nm),  que  
agem   sobre   o   mecanismo   reprodutivo   (DNA)  
dos   microorganismos   causando   mutações   e  
impedindo   que   os   mesmos   se   reproduzam.   O  
microorganismo  é  considerado  inativo  (morto)  e  
dessa  forma  o  risco  de  doenças  é  eliminado.
Desinfecção	
  por	
  meio	
  de	
  
Radiação	
  Ultravioleta	
  	
  
Materiais  e  Técnicas  Empregadas:	
• Lâmpadas  fluorescentes  de  vapor  de  mercúrio  e  vidro  de  quarho,  
sendo  o  mais  eficiente  o  tipo  de  baixa  pressão  (média  e  alta  pressão  
-­‐‑  menor  eficiência  de  geração  de  UV,  maior  consumo  de  energia  e  
maior  aquecimento),  permitindo  a  passagem  de  70%  a  90%  da  
radiação  UV-­‐‑C;	
• As  lâmpadas  possuem  vida  útil  e  eficiência  em  função  do  tempo,  
onde  vão  perdendo  sua  ação  germicida  com  o  uso  até  ficarem  
inertes;	
• A  vazão  desejada  para  o  sistema  irá  definir  a  quantidade  e  potência  
das  lâmpadas;	
• Operacionalmente  as  lâmpadas  ficam  suspensas  sob  a  massa  
líquida  ou  submergidas.
Desinfecção	
  por	
  meio	
  de	
  
Radiação	
  Ultravioleta	
  	
  
Fonte: Water 21, 2001
Fonte: Water 21, 2001
Fonte: Water 21, 2001
Desinfecção	
  por	
  meio	
  de	
  
Radiação	
  Ultravioleta	
  	
  
Parâmetros do processo:
o A dosagem de UV pode ser fornecida pela fórmula:
o Diferentes microrganismos requerem diferentes intensidades de
irradiação UV para a sua destruição;
o As dosagens requeridas para a destruição de bactérias comuns
chegam a mais de 20mJ/cm2.
o “No caso da desinfecção por radiação ultravioleta, deve ser
observada a dose mínima de 1,5 mJ/cm² para 0,5 log de inativação
de cisto de Giardia spp.”
Dosagem (mJ/cm2) =intensidade (mW/cm2)x tempo (s)
Portaria MS nº2914/11
Desinfecção	
  por	
  meio	
  de	
  
Radiação	
  Ultravioleta	
  	
  
•Rendimento  e  vida  útil  da  lâmpada:  a  lâmpada  deve  apresentar  alta  
porcentagem  de  conversão  da  energia  elétrica  em  radiação  UV  e  
vida  útil  superior  a  7.500  h;	
•Comprimento  da  lâmpada:  quando  a  lâmpada  é  instalada  em  
paralelo  à  direção  do  fluxo  da  água,  o  tempo  de  exposição  é  
proporcional  ao  comprimento  da  lâmpada;	
•Vazão  projetada  de  água:  o  tempo  de  exposição  é  inversamente  
proporcional  à  vazão;	
•Diâmetro  da  câmara  de  purificação:  a  dosagem  efetiva  diminui  
logaritmicamente  com  a  distância  da  lâmpada.  Em  operação,  a  
água  entra  pelo  bocal  de  entrada  e  flui  através  do  espaço  anular  
entre  o  tubo  de  proteção  de  quarho  (que  contém  a  lâmpada  
germicida)  e  a  parede  da  câmara.  A  água  irradiada  sai  pelo  bocal  de  
saída.  	
Parâmetros  do  processo:
Desinfecção	
  por	
  meio	
  de	
  
Radiação	
  Ultravioleta	
  	
  
Vantagens:
§ Alto poder de desinfecção;
§ Processo físico, não ocorre a adição de
produtos químicos (apenas p/ residual);
§ Não ocorre a formação de subprodutos
prejudiciais a saúde;
§ Eficaz para águas moderadamente turvas;
§ Os minerais benéficos não são removidos;
§ Baixo Tempo de Contato – Processo
Instantâneo (não necessita tanque de
contato);
§ Sua atividade independente do pH e da
temperatura.
Desinfecção	
  por	
  meio	
  de	
  
Radiação	
  Ultravioleta	
  	
  
Desvantagens:	
Dificuldade  de  ação  dos  raios  UV  na  presença  
de  sólidos  em  suspensão  e  substâncias  
químicas  dissolvidas  (compostos  orgânicos  e  
inorgânicos);	
O  aumento  da  profundidade  da  lamina  de  água  
leva  a  uma  menor  eficiência  do  processo;	
Custo  relativamente  elevado;	
Cálcio  e  magnésio  (dureza),  e  ferro,  não  afetam  
a  desinfecção  por  UV,  porém  podem  precipitar  
sobre  a  lâmpada  e  assim  reduzir  a  intensidade  
de  radiação  que  penetra  a  água;	
Não  deixa  residual  na  água.
Tipos de fotoreatores:
o A exposição da água à radiação UV é feita em canais ou em condutos sob
pressão, denominados reatores fotoquímicos ou fotoreatores.
o Os fotoreatores utilizados são basicamente 3 modelos:
a) Lâmpadas sobre o líquido, fixadas em refletores;
b) Lâmpadas imersas, protegidas por material transparente à radiação UV;
c) Lâmpadas externas a tubos transparentes, no interior dos quais escoa o
líquido.
Instalação  da  desinfecção  
UV  +  O3
Equipamentos com lâmpada UV
Temperatura	
  
A  Desinfecção  Térmica  é  um  dos  métodos  de  maior  eficiência  e  um  
dos  mais  utilizados  na  destruição  de  microrganismos.  O  calor  é  um  
dos  agentes  físicos  mais  práticos  para  a  desinfecção.  Este  pode  ser  
empregado  sob  duas  formas:  úmido  e  seco.  	
O  calor  úmido  é  muito  mais  eficiente  que  o  calor  seco,  pois  a  água  
é   um   condutor   térmico   melhor   que   o   ar.   Além   disso,   causa  
desnaturação  e  coagulação  das  proteínas  vitais  como  as  enzimas,  
enquanto  o  calor  seco  causa  oxidação  dos  componentes  orgânicos  
da   célula.   Porém,   a   forma   seca   não   é   aplicável   ao   tratamento   de  
água  de  abastecimento.
Quando  uma  população  microbiana  é  aquecida,  a  redução  do  
número  de  organismos  viáveis  ocorre  de  forma  exponencial,  pois  
o  calor  provoca  danos  ao  alterar  destrutivamente  as  estruturas  
dentro  da  célula.	
Temperaturas  abaixo  de  0ºC  inibirão  o  metabolismo  dos  
microorganismos  em  geral,  bloqueando  o  crescimento  microbiano,  
mas  atuando  principalmente  como  microbiostático  e  não  como  
microbicida  (inibe  o  crescimento  mas  não  destrói  os  
microrganismos).	
Temperatura	
  
Temperatura	
  
Vantagens:
§  Apenas  dois  fatores  a  serem  controlados:	
      Tempo  e  Temperatura;	
§  Eficaz  no  controle  microbiano  independente  
da  qualidade  da  água;	
§  Pode  alcançar  até  a  esterilização  da  água;	
§  Técnica  barata  quando  se  associa  
temperaturas  mais  amenas  e  aquecimento  solar;	
§  Processo  físico,  não  ocorre  a  adição  de  
produtos  químicos;	
§  Não  ocorre  a  formação  de  subprodutos;  
prejudiciais  a  saúde;	
§  Os  minerais  benéficos  não  são  removidos;
Desvantagens:	
	
§  Variações  resistência  de  organismo  
para  organismo	
	
§  Elevado  consumo  energético;	
	
§  Custos  associados  ao  aquecimento  da  
água  até  um  mínimo  de  75oC  
geralmente  são  significativos;	
Temperatura	
  
Uso  da  temperatura  no  controle  de  microrganismos	
Método Temperatura Aplicações Limitações
Calor  Úmido	
(autoclave)
121,6  ºC  –  pressão  15  
lb/pol2 Esterilização  de  instrumentos  e  meios
Ineficiente  contra  
microorganismos  em  
materiais  impermeáveis  ao  
vapor  e  termossensíveis
Água  em  ebulição 100  ºC,  10  min.
Destruição  de  células  vegetativas  em  
instrumentos
Endospóros  não  são  
destruídos,  não  é  esterilizante
Pasteurização
62,8  ºC  por  30  min.  ou  
71,1  ºC  por  15  seg.
Destruição  de  células  vegetativas  de  
microorganismos  patogênicos  e  outros  
contidos  em  leite,  sucos  e  outras  bebidas
Não  é  esterilizante
Calor  seco	
(forno  de  ar  seco)
170  a  180  ºC  por	
  1  a  2  horas
Esterilização  de  materiais  impermeáveis  
ou  danificáveis  pela  umidade  (óleos,  
vidrarias,  instrumentos  cortantes,  metais)
Destrói  materiais  que  não  
suportam  altas  temperaturas  
por  muito  tempo
Incineração Centenas  de  ºC
Eliminação  de  objetos  contaminados  que  
não  podem  ser  reutilizados
O  tamanho  deve  ser  
adequado  à  queima  rápida  e  
completa  da  maior  carga;  
apresenta  potencial  de  pol.  
do  ar
Baixas  temperaturas	
(congelamento)
Menor  q  0  ºC Preservação  de  alimentos
Microbiostático,  não  
microbicida
Nitrogênio  Líquido -­‐‑196  ºC Preservação  dos  microorganismos Alto  custo
Fonte: Adaptado por Pelczar, 1997.
Temperatura	
  –	
  Aquecimento	
  solar	
  
Vídeos	
• http://www.youtube.com/watch?v=6ccTlh7jaGw
• http://www.youtube.com/watch?v=MPvxXfOFOsc
• http://www.youtube.com/watch?v=7_f0Clatid4
Sugestão  de  Desinfecção  em  um	
Sistema  de  Abastecimento  Rural	
1  –  Cloração  em  Pastilhas:  Instalar  no  tubo	
            de  água  filtrada,  indo  para  a  caixa  d’água;	
	
2  –  Radiação  UV:  Instalar  na  saída  da  caixa	
            d’água,  indo  para  o  consumo.
Clorador de pastilhas
Lâmpada UV germicida
1  -­‐‑  Instalação  da  Cloração	
por  pastilhas
1  -­‐‑  Instalação  da  Cloração	
por  pastilhas
2  -­‐‑  Instalação  de  lâmpada  de  
Radiação  UV
FERVURA: O método mais
seguro de desinfecção para a
água de beber, em áreas
desprovidas de outros
recursos é a fervura.
A água fervida perde o ar nela dissolvido e,
em consequência, torna-se de sabor
desagradável. Para fazer desaparecer esse
sabor, é necessário arejar a água.
Chaleira
Funcionamento
Equipamento em forma de pirâmide, para facilitar o direcionamento
ao sol. Base de fibra de vidro e cobertura de vidro. Inclinação da
Cobertura em 25º para funcionamento em todo território Brasileiro.
Potabilizador Solar: Tratamento
e Desinfecção
FIM	
“Obrigado pela atenção”

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  • 1. Desinfecção Prof. Dr. Maurício Luiz Sens UFSC - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CTC - CENTRO TECNOLÓGICO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL LAPOA
  • 2. Finalidades   Inativação  ou  destruição  dos  microrganismos  patogênicos  por   intermédio  de  agentes  físicos  e/ou  químicos; Minimizar  eventuais  contaminações  na  rede  de  distribuição  do   efluente  da  ETA; Eliminar  odores  e  sabores; Diminuir  a  intensidade  da  cor; Auxiliar  no  combate  à  proliferação  de  algas; Colaborar  na  eliminação  de  matérias  orgânicas; Auxiliar  a  coagulação  de  matérias  orgânicas.
  • 3. Desinfecção  na  ETA Propósito: Destruição ou inativação de organismos patogênicos pela aplicação de um agente desinfetante. Oxidação à Ruptura da parede celular à Difusão na célula à Interferência celular
  • 4. Critérios  para  a  escolha  do   desinfetante   Não  ser  tóxico  para  o  homem  ou  animais; Ser  tóxico,  em  fracas  concentrações,  para  os   microrganismos; Ser  solúvel  na  água  e  formar  com  ela  uma   solução  homogênea; Ser  eficaz  a  temperaturas  normais  da  água   de  consumo; Ser  estável,  a  fim  de  favorecer  a   manutenção  de  uma  certa  concentração   residual  durante  longos  períodos  de  tempo;
  • 5. Critérios  para  a  escolha  do   desinfetante   Não  reagir  com  matéria  orgânica   diferente  daquelas  dos  microrganismos; Não  deteriorar  metais  e  tecidos; Existir  em  grande  quantidade  e  ser   vendido  a  um  preço  razoável; Ser  de  fácil  manipulação  e  não   apresentar  riscos  aos  operadores; Permitir  uma  fácil  medida  e  controle  de   sua  concentração.
  • 6. Fatores  interferentes  na   eficiência  do  processo   • Parâmetro  importante,  que  deve  ser  avaliado  criteriosamente; • Ex.:  a  presença  de  turbidez  e/ou  matéria  orgânica  promove  um  efeito   escudo  sobre  os  microrganismos,  impedindo  que  o  agente  desinfetante  os   atinja). Características  da  água: • Para  uma  dada  concentração  de  desinfetante,  a  destruição  é  maior  quanto   maior  for  o  tempo  de  contato. Tempo  de  contato: • Os  mecanismos  de  ação  e  as  propriedades  relacionadas  à  interação  dos   desinfetantes  com  as  características  físico-­‐‑químicas  e  microbiológicas  da   água. Características  do  desinfetante:
  • 7. Fatores  interferentes  na   eficiência  do  processo   • O  aumento  da  temperatura  resulta  na  aceleração  do  processo  de   desinfecção; Temperatura: • A  resistência  dos  microrganismos  ao  desinfetante  é  dependente  da  espécie,   da  forma  (encistada  ou  não)  e  da  concentração  dos  mesmos  na  massa   líquida. Características  dos  microrganismos: • Proporcional  ao  tempo  de  contato. Concentração  de  microrganismos: Homogeneidade  da  dispersão  do  desinfetante  na   massa  líquida
  • 8. Tipos  principais  de  desinfecção   Desinfetantes   comuns Tipo  de   Agente Desinfecção Agentes   Químicos Cloro Ozônio Agentes  Físicos Radiação  UV Temperatura
  • 9. Caracterís9cas  dos   desinfetantes  mais  comuns   Questão Cloro Composto   Clorado Dióxido  de   Cloro Ozônio Luz  UV R.  Bactérias Excelente Boa Excelente Excelente Boa R.  Vírus Excelente Razoável Excelente Excelente Razoável Remoção   Protozoários Razoável  a   pequena Pequena Boa Boa Excelente Remoção   Endosporos Boa  a   pequena Pequena Razoável Excelente Razoável Subprodutos THM  e  Ac.   Haloacéticos Traços  de   THM  e  Ac.   Haloacéticos Cloritos Bromatos -­‐‑
  • 10. Desinfecção  por  Agentes   Químicos   • Destruição  ou  desarranjo  natural  da  organização  celular   por  ataque  aos  principais  constituintes  da  célula,  por   exemplo,  destruindo  a  parede  celular  ou  modificando  as   funções  de  semipermeabilidade  das  membranas; • Interferência  no  metabolismo  energético,  tornando  as   enzimas  não  funcionais; • Interferência  na  biossíntese  e  no  crescimento,  pelo   prejuízo  à  síntese  de  proteínas,  ácidos  nucléicos,   coenzimas  ou  parede  celular. Mecanismos  atuantes:
  • 11. Desinfecção  por  Agentes   Químicos   • compostos  orgânicos  halogenados,  como  trialometanos,   ácidos  haloacéticos,  halocetonas  e  outros,  resultantes  da   cloração; • outros  compostos  orgânicos,  como  aldeídos,  cetonas,   carbono  orgânico  assimilável  e  carbono  orgânico   biodegradável,  associados  ao  ozônio,  ao  cloro  e  aos   processos  de  oxidação  avançada; • compostos  inorgânicos,  como  cloritos  e  cloratos,   associados  ao  dióxido  de  cloro,  gerado  quando  o  mesmo   é  exposto  a  luz  solar,  e  ao  bromato,  associado  à   ozonização. Formação  de  subprodutos  danosos:
  • 12. Desinfecção  por  cloro   Vantagens: É facilmente disponível como gás, líquido ou sólido (hipoclorito); É barato; É fácil de aplicar devido à sua alta solubilidade (7,0 g/l a aproximadamente 20ºC); Deixa um residual em solução, de concentração facilmente determinável, que, não sendo perigoso ao homem, protege o sistema de distribuição; É capaz de destruir a maioria dos microorganismos patogênicos. Desvan- tagens : É um gás venenoso; É um gás corrosivo; Requer cuidadoso manejo; Pode causar problemas de gosto e odor, particularmente na presença de fenóis.
  • 13. Reações  da  Cloração   Reação do cloro gasoso Cl2 + H2O è HOCl + Cl- + H+ Reação do hipoclorito de sódio NaOCl + H2O è HOCl + Na+ + OH- Reação do hipoclorito de cálcio Ca(OCl)2 + 2H2O è 2HOCl + Ca2+ + 2OH- HOCl – Ácido Hipocloroso (produto ativo na desinfecção)
  • 14. Distribuição percentual do ácido hipocloroso e íon hipoclorito na água para valores diferentes de pH e temperatura Porcentagem de HOCl Porcentagem de OCl - Valores de pH
  • 15. Cloração  ao  Ponto  Crí9co  (Break  Point)  
  • 16. Disposi9vos  de  adição  e  mistura  do  cloro   a) Difusores em tubulação b) Canal com vertedor submerso c) Canal com ressalto hidráulico d) Tanque de mistura com agitador mecânico a) b) c) d)
  • 17.
  • 18. Dimensionamento do tanque de contato Tanque de contato Planta Antecâmara de entrada vertedor vertedor entrada saída b L1 L2 B Tempo de contato: Tc = 30 min (desinfecção com cloro livre) Volume útil do tanque: Vtc = Q . Tc . 60 = m3 ( sendo Q = m3/s) O melhor formato de Tc é o retangular. Preferir L2/b ≅ 10 (L1/b será próximo em função do tamanho das antecâmaras de entrada e saída). O comprimento total de canais, dividido pela largura, deve ser maior ou igual a 40. No exemplo abaixo: [(2.L1 + 2.L2) / b] ≥ 40. Velocidade da água nos canais: Vh=1 a 4m/min (recomendado). Dimensões usuais: HTc : 2,0 a 3,5 m ; b: 0,8 a 3,0 m 1 1 Inspeção ≥60x60cm Htc ≅ 40cm inspeção Tanque de contato Corte 1-1 Ponto de aplicação do cloro
  • 19. Dimensionamento do tanque de contato Exemplo: Dimensionar um tanque de contato para Q = 240 L/s e Tc = 30min. Considerar o desenho anterior a adotar 4 canais, Htc = 3m, e ∑L / b = 40. Volume: Vtc = 30 x 0,240 x 60 = 432 m3 Área superficial útil: Atc = 432 / 3 = 144 m2 Atc = ∑L x b ou seja b = Atc/ ∑L Como ∑L / b = 40 substituindo b por Atc/ ∑L resulta: ∑L = (40 x Atc)1/2 ou seja: ∑L = 76 m. Como ∑L/b = 40 resulta b = 76 / 40 = 1,9 m. Cada canal terá área de secção transversal: b x Htc = 1,9 x 3 = 5,7 m2. Sendo assim a velocidade de escoamento no canal será: 0,240 / 5,7 = 0,042 m/s ou seja: Vh = 2,53 m/min ( recomendado 1 a 4 m/min ) Dimensões internas úteis do decantador em planta: 1,9 1,9 1,9 1,9 1,0m Adotando ( 0,8 m útil e 0,2 m de parede do vertedor) L2 = 19,5m vertedor L2p = Atc / (4 x b) = 144 / 7,6 ≅ 19m Como em dois canais perdemos 2m de comprimento, devemos compensar L2: Compensação = 2m/4 = 0,5m. L2 = L2p + 0,5m = 19,5m Conferindo: ∑L = (2 x 19,5) + (2 x 18,5) = 76m
  • 20. Desinfecção  por  Dióxido  de   Cloro • Gás instável e explosivo em temperaturas superiores a - 40oC; • Poder oxidante elevado, reage rapidamente com a matéria oxidável ; • Capaz de eliminar gosto, odor, ferro e manganês presentes na água; • Não forma trialometanos (substância cancerígena); • Geralmente é utilizado na pré-cloração em águas que contenham bastante matéria orgânica; • Apesar de ser muito solúvel, não reage quimicamente com a água; • Não reage com o nitrogênio amoniacal; • Elimina eficazmente os fenóis; • É mais estável na água do que o cloro. • É mais eficiente que o cloro para a destruição dos esporos e mais eficiente que o ozônio para no que diz respeito aos vírus.
  • 21. Fonte: Metcalf & Eddy,1991. Fluxograma da geração de Dióxido de Cloro
  • 22. Desinfecção  por  Ozônio Efeitos da Ozonização: o Oxidação da matéria orgânica, produzindo ozonidas e CO2; o Alvejamento e melhoria da cor; o Redução dos teores de ferro e manganês; o Ação sobre os ácidos húmicos, formando produtos biodegradáveis; o Desintegração de fenóis; o Remoção de certas substâncias orgânicas não biodegradáveis.
  • 24. Ozonizador de Pequeno Porte de Laboratório
  • 26. Tipos de tanques de contato: Com turbina Com chicanas Por injeção
  • 27. Desinfecção  por  Ozônio Vantagens: o Redução de odor, gosto e cor; o Poderoso oxidante; o Ação desinfetante para uma gama de pH bem grande; o Ação bactericida 300 a 3000 vezes mais rápida que o cloro para o mesmo tempo de contato; o Não há perigo quando numa superdosagem; o Volume do tanque de contato menor do que c/ cloro; o Qdo produzido com ar não necessita de depósito. Desvantagens: – Gasto com energia elétrica 10 a 15 vezes maior que os gastos com cloro; – Investimento inicial maior; – Não tem ação residual.
  • 28. Desinfecção  por  Agentes  Físicos   Desinfecção  por  meio  de  Radiação  Ultravioleta: • O   UV   inativa   os   microorganismos   através   da   emissão   de   doses   concentradas   de   luz   ultra-­‐‑ violeta  (comprimento  de  onda  de  253,7  nm),  que   agem   sobre   o   mecanismo   reprodutivo   (DNA)   dos   microorganismos   causando   mutações   e   impedindo   que   os   mesmos   se   reproduzam.   O   microorganismo  é  considerado  inativo  (morto)  e   dessa  forma  o  risco  de  doenças  é  eliminado.
  • 29. Desinfecção  por  meio  de   Radiação  Ultravioleta     Materiais  e  Técnicas  Empregadas: • Lâmpadas  fluorescentes  de  vapor  de  mercúrio  e  vidro  de  quarho,   sendo  o  mais  eficiente  o  tipo  de  baixa  pressão  (média  e  alta  pressão   -­‐‑  menor  eficiência  de  geração  de  UV,  maior  consumo  de  energia  e   maior  aquecimento),  permitindo  a  passagem  de  70%  a  90%  da   radiação  UV-­‐‑C; • As  lâmpadas  possuem  vida  útil  e  eficiência  em  função  do  tempo,   onde  vão  perdendo  sua  ação  germicida  com  o  uso  até  ficarem   inertes; • A  vazão  desejada  para  o  sistema  irá  definir  a  quantidade  e  potência   das  lâmpadas; • Operacionalmente  as  lâmpadas  ficam  suspensas  sob  a  massa   líquida  ou  submergidas.
  • 30. Desinfecção  por  meio  de   Radiação  Ultravioleta     Fonte: Water 21, 2001 Fonte: Water 21, 2001 Fonte: Water 21, 2001
  • 31. Desinfecção  por  meio  de   Radiação  Ultravioleta     Parâmetros do processo: o A dosagem de UV pode ser fornecida pela fórmula: o Diferentes microrganismos requerem diferentes intensidades de irradiação UV para a sua destruição; o As dosagens requeridas para a destruição de bactérias comuns chegam a mais de 20mJ/cm2. o “No caso da desinfecção por radiação ultravioleta, deve ser observada a dose mínima de 1,5 mJ/cm² para 0,5 log de inativação de cisto de Giardia spp.” Dosagem (mJ/cm2) =intensidade (mW/cm2)x tempo (s) Portaria MS nº2914/11
  • 32. Desinfecção  por  meio  de   Radiação  Ultravioleta     •Rendimento  e  vida  útil  da  lâmpada:  a  lâmpada  deve  apresentar  alta   porcentagem  de  conversão  da  energia  elétrica  em  radiação  UV  e   vida  útil  superior  a  7.500  h; •Comprimento  da  lâmpada:  quando  a  lâmpada  é  instalada  em   paralelo  à  direção  do  fluxo  da  água,  o  tempo  de  exposição  é   proporcional  ao  comprimento  da  lâmpada; •Vazão  projetada  de  água:  o  tempo  de  exposição  é  inversamente   proporcional  à  vazão; •Diâmetro  da  câmara  de  purificação:  a  dosagem  efetiva  diminui   logaritmicamente  com  a  distância  da  lâmpada.  Em  operação,  a   água  entra  pelo  bocal  de  entrada  e  flui  através  do  espaço  anular   entre  o  tubo  de  proteção  de  quarho  (que  contém  a  lâmpada   germicida)  e  a  parede  da  câmara.  A  água  irradiada  sai  pelo  bocal  de   saída.   Parâmetros  do  processo:
  • 33. Desinfecção  por  meio  de   Radiação  Ultravioleta     Vantagens: § Alto poder de desinfecção; § Processo físico, não ocorre a adição de produtos químicos (apenas p/ residual); § Não ocorre a formação de subprodutos prejudiciais a saúde; § Eficaz para águas moderadamente turvas; § Os minerais benéficos não são removidos; § Baixo Tempo de Contato – Processo Instantâneo (não necessita tanque de contato); § Sua atividade independente do pH e da temperatura.
  • 34. Desinfecção  por  meio  de   Radiação  Ultravioleta     Desvantagens: Dificuldade  de  ação  dos  raios  UV  na  presença   de  sólidos  em  suspensão  e  substâncias   químicas  dissolvidas  (compostos  orgânicos  e   inorgânicos); O  aumento  da  profundidade  da  lamina  de  água   leva  a  uma  menor  eficiência  do  processo; Custo  relativamente  elevado; Cálcio  e  magnésio  (dureza),  e  ferro,  não  afetam   a  desinfecção  por  UV,  porém  podem  precipitar   sobre  a  lâmpada  e  assim  reduzir  a  intensidade   de  radiação  que  penetra  a  água; Não  deixa  residual  na  água.
  • 35. Tipos de fotoreatores: o A exposição da água à radiação UV é feita em canais ou em condutos sob pressão, denominados reatores fotoquímicos ou fotoreatores. o Os fotoreatores utilizados são basicamente 3 modelos: a) Lâmpadas sobre o líquido, fixadas em refletores; b) Lâmpadas imersas, protegidas por material transparente à radiação UV; c) Lâmpadas externas a tubos transparentes, no interior dos quais escoa o líquido.
  • 38. Temperatura   A  Desinfecção  Térmica  é  um  dos  métodos  de  maior  eficiência  e  um   dos  mais  utilizados  na  destruição  de  microrganismos.  O  calor  é  um   dos  agentes  físicos  mais  práticos  para  a  desinfecção.  Este  pode  ser   empregado  sob  duas  formas:  úmido  e  seco.   O  calor  úmido  é  muito  mais  eficiente  que  o  calor  seco,  pois  a  água   é   um   condutor   térmico   melhor   que   o   ar.   Além   disso,   causa   desnaturação  e  coagulação  das  proteínas  vitais  como  as  enzimas,   enquanto  o  calor  seco  causa  oxidação  dos  componentes  orgânicos   da   célula.   Porém,   a   forma   seca   não   é   aplicável   ao   tratamento   de   água  de  abastecimento.
  • 39. Quando  uma  população  microbiana  é  aquecida,  a  redução  do   número  de  organismos  viáveis  ocorre  de  forma  exponencial,  pois   o  calor  provoca  danos  ao  alterar  destrutivamente  as  estruturas   dentro  da  célula. Temperaturas  abaixo  de  0ºC  inibirão  o  metabolismo  dos   microorganismos  em  geral,  bloqueando  o  crescimento  microbiano,   mas  atuando  principalmente  como  microbiostático  e  não  como   microbicida  (inibe  o  crescimento  mas  não  destrói  os   microrganismos). Temperatura  
  • 40. Temperatura   Vantagens: §  Apenas  dois  fatores  a  serem  controlados:      Tempo  e  Temperatura; §  Eficaz  no  controle  microbiano  independente   da  qualidade  da  água; §  Pode  alcançar  até  a  esterilização  da  água; §  Técnica  barata  quando  se  associa   temperaturas  mais  amenas  e  aquecimento  solar; §  Processo  físico,  não  ocorre  a  adição  de   produtos  químicos; §  Não  ocorre  a  formação  de  subprodutos;   prejudiciais  a  saúde; §  Os  minerais  benéficos  não  são  removidos;
  • 41. Desvantagens: §  Variações  resistência  de  organismo   para  organismo §  Elevado  consumo  energético; §  Custos  associados  ao  aquecimento  da   água  até  um  mínimo  de  75oC   geralmente  são  significativos; Temperatura  
  • 42. Uso  da  temperatura  no  controle  de  microrganismos Método Temperatura Aplicações Limitações Calor  Úmido (autoclave) 121,6  ºC  –  pressão  15   lb/pol2 Esterilização  de  instrumentos  e  meios Ineficiente  contra   microorganismos  em   materiais  impermeáveis  ao   vapor  e  termossensíveis Água  em  ebulição 100  ºC,  10  min. Destruição  de  células  vegetativas  em   instrumentos Endospóros  não  são   destruídos,  não  é  esterilizante Pasteurização 62,8  ºC  por  30  min.  ou   71,1  ºC  por  15  seg. Destruição  de  células  vegetativas  de   microorganismos  patogênicos  e  outros   contidos  em  leite,  sucos  e  outras  bebidas Não  é  esterilizante Calor  seco (forno  de  ar  seco) 170  a  180  ºC  por  1  a  2  horas Esterilização  de  materiais  impermeáveis   ou  danificáveis  pela  umidade  (óleos,   vidrarias,  instrumentos  cortantes,  metais) Destrói  materiais  que  não   suportam  altas  temperaturas   por  muito  tempo Incineração Centenas  de  ºC Eliminação  de  objetos  contaminados  que   não  podem  ser  reutilizados O  tamanho  deve  ser   adequado  à  queima  rápida  e   completa  da  maior  carga;   apresenta  potencial  de  pol.   do  ar Baixas  temperaturas (congelamento) Menor  q  0  ºC Preservação  de  alimentos Microbiostático,  não   microbicida Nitrogênio  Líquido -­‐‑196  ºC Preservação  dos  microorganismos Alto  custo Fonte: Adaptado por Pelczar, 1997.
  • 45. Sugestão  de  Desinfecção  em  um Sistema  de  Abastecimento  Rural 1  –  Cloração  em  Pastilhas:  Instalar  no  tubo            de  água  filtrada,  indo  para  a  caixa  d’água; 2  –  Radiação  UV:  Instalar  na  saída  da  caixa            d’água,  indo  para  o  consumo. Clorador de pastilhas Lâmpada UV germicida
  • 46. 1  -­‐‑  Instalação  da  Cloração por  pastilhas
  • 47. 1  -­‐‑  Instalação  da  Cloração por  pastilhas
  • 48. 2  -­‐‑  Instalação  de  lâmpada  de   Radiação  UV
  • 49. FERVURA: O método mais seguro de desinfecção para a água de beber, em áreas desprovidas de outros recursos é a fervura. A água fervida perde o ar nela dissolvido e, em consequência, torna-se de sabor desagradável. Para fazer desaparecer esse sabor, é necessário arejar a água. Chaleira
  • 50. Funcionamento Equipamento em forma de pirâmide, para facilitar o direcionamento ao sol. Base de fibra de vidro e cobertura de vidro. Inclinação da Cobertura em 25º para funcionamento em todo território Brasileiro. Potabilizador Solar: Tratamento e Desinfecção