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JOÃO VITOR KORC GONÇALVES




                        PONTO A PONTO:
Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de Blumenau/SC




                       BLUMENAU - SC
                           2009
1




  INSTITUTO BLUMENAUENSE DE ENSINO SUPERIOR IBES SOCIESC
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO
             PROJETO: PRÁTICA EDITORIAL IMPRESSA
                    JOÃO VITOR KORC GONÇALVES




                          PONTO A PONTO:
  Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de Blumenau/SC




                               Disciplina: Projeto Experimental em Comunicação
                               Coordenadora do Projeto Experimental – Habilitação
                               Jornalismo: Ofélia Torres Morales, Dra.
                               Linha de Pesquisa: Novas Mídias
                               Professor Orientador: Luciano Alessandro Duque, Ms




                         BLUMENAU - SC
                             2009
2



                         JOÃO VITOR KORC GONÇALVES




                              PONTO A PONTO


Projeto Experimental em Comunicação aprovado para a conclusão da matéria Projeto

Experimental em Comunicação, do sétimo semestre do Curso de Comunicação Social com

Habilitação em Jornalismo – IBES SOCIESC, pela banca examinadora com nota: ______

(____________________)




 ______________________________________________________________
         Presidente: Prof. Luciano Alessandro Duque (Orientador)


 ______________________________________________________________
                 Membro: Profa. Ofélia Torres Morales


 ______________________________________________________________
  Membro: Ass. de Com. Sec. de Saúde de Blumenau: Joni Cesar Tomazoni


_______________________________________________________________
Coord. do Projeto Experimental em Comunicação: Profa.Ofélia Torres Morales




                     Blumenau,SC, 22 de junho de 2009
3




 Primeiramente dedico este trabalho à minha mãe Maria Darci Korc por realizar um
papel de fundamental importância na minha vida. Por exercer o papel de pai e mãe,
           e ter me educado da forma que educou. Dedico também a duas pessoas
    imprescindíveis na escolha do projeto, Mirella Sabrina Gonçalves e Ofélia Elisa
     Torres Morales. E a todos que acreditaram e me apoiaram para que mais este
                                                          objetivo fosse alcançado.
4




Agradeço a minha família pela compreensão e paciência quando mais precisei ao
  longo do curso até a conclusão. A minha mãe Maria Darci Korc, que sempre se
   dispôs a me ajudar, e principalmente pelo incentivo dado. As famílias Casani e
 Rublesck, por me ajudar no momento em que mais precisei, acreditando no meu
potencial. A todos os meus amigos e colegas de trabalho que de alguma maneira
    participaram desta conquista. Agradeço também o meu professor e orientador
  Luciano Alessandro Duque que dispôs de muita paciência e competência, para
                                       comigo alcançar os méritos deste projeto.
5




“toda a pedra no caminho você pode retirar;
se uma flor tem espinhos, você pode se
arranhar; se o bem o mal existem, você pode
escolher, é preciso saber viver…”
                  Roberto e Erasmo Carlos
6



                                      LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Cartaz da Campanha de Vacinação contra a Gripe................................. 20

Figura 2: Cartaz da Campanha de Vacinação contra Rubéola e Sarampo............                         20

Figura 3: Jornal de Santa Catarina 1971................................................................. 23

Figura 4: Mapa do Sistema Viário Estrutural........................................................... 37

Figura 5: Dados da Vigilância Epidemiológica do Município ano 2008................... 46
7



                                      LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Elencos de Valores-notícias...................................................................   33
8



                                                  SUMÁRIO

1        INTRODUÇÃO.............................................................................................    11

1.1      JUSTIFICATIVA...........................................................................................   12

2        OBJETIVOS................................................................................................. 15

2.1      OBJETIVO GERAL......................................................................................       15

2.1.2 Objetivos Específicos...................................................................................      15

3        JORNALISMO E PUBLICIDADE: CAMINHOS EM COMUM.....................                                           16

3.1      HISTÓRIA DO JORNALISMO IMPRESSO.................................................. 16

3.2      O CARTAZ COMO FERRAMENTA JORNALÍSTICA..................................                                    18

3.2.1 O Cartaz como Instrumento de Conscientização Social.............................. 19

3.2.2 Identidade Visual no Jornalismo Impresso..................................................                    21

3.3      JORNALISMO ESPECIALIZADO................................................................                   25

3.4      A INFLUÊNCIA DO JORNALISMO NA SOCIEDADE.................................. 28

3.4.1 Gêneros Jornalísticos..................................................................................       32

3.4.2 Critérios de Noticiabilidade..........................................................................        33

4        RELATO DE PRODUÇÃO........................................................................... 37

4.1      PRÉ-PRODUÇÃO........................................................................................       37

4.2      PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO.....................................................................                 43

4.3      PÓS-PRODUÇÃO E FINALIZAÇÃO............................................................ 52

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 55

APÊNDICE A – Questionário................................................................................           58

APÊNDICE B – Cartaz Ponto a ponto saúde....................................................... 59

APENDICE C – Orçamento dos Materiais...........................................................                     61

APÊNDICE D – Busca por Empresas Apoiadoras.............................................. 63

APÊNDICE E – Dez Cartazes Ponto a ponto – Produto Final............................ 65
9



RESUMO

      Apesar de vivermos em um país bem servido por bons escritores, ótimos
poetas e exímios músicos, a cultura literária costuma ser hábito de poucos. Falta de
tempo ou acessibilidade financeira, sabe-se que esse lado cultural pode ser mais
bem explorado. E é assim nesse aspecto que o presente trabalho busca se apoiar,
indo ao encontro do público, acompanhando-os aonde forem. A idéia de criar um
informativo e divulgá-lo dentro de ônibus urbanos da cidade de Blumenau/SC é uma
maneira de incitar o público à leitura. Quando pensarem que não há nada para fazer
naquele momento, verão, que aquele momento é propício a se dedicarem à leitura.
As publicações serão baseadas em informações divulgadas pela mídia regional
impressa. Dicas sobre saúde trarão esclarecimentos aos usuários do transporte
coletivo da cidade.


Palavras Chave: cultura literária; jornalismo especializado; saúde, cultura,
transporte público.
10



ABSTRACT


      In spite of we live in a country well served by good writers, great poets and
eminent musicians, the literary culture used to be habit of a few ones. We know that
that cultural particularity can be better explored, notwithstanding the lack of time or
financial accessibility. And that is what the present work tries to sustain, to go where
the people are, accompanying them where they go. The intention of to create an
informative and to publish it inside of bus from Blumenau city, in Santa Catarina
state, it's a way to stimulate the public to the reading. When they think there is
nothing to do in that moment, they will perceive, that moment is favorable to the
reading if they dedicate themselves to do it. The publication will be based on
information published by regional printed medias. Tips about health will bring
explanations for users of public transport from Blumenau.


Keywords: literary culture; specialized journalism; health, culture, public transport.
11



1        INTRODUÇÃO


         O presente trabalho, intitulado de Ponto a ponto, busca formas alternativas
para divulgar o jornalismo impresso na cidade de Blumenau,SC. Na busca por um
nicho de mercado inovador, surgiu a idéia de um informativo em que as pessoas
tenham acesso durante o trajeto de ônibus pela cidade blumenauense.
         A necessidade de manter a constante rotatividade das informações faz com
que os meios de comunicação se adaptem às necessidades de quem os
acompanha. Explorar locais antes inimagináveis é uma alternativa que os meios de
comunicação deste século estão se atendo, buscando seu público onde quer que ele
esteja. Por falta de tempo ou condição financeira, as pessoas deixam de buscar
informações relevantes e acabam trocando-as por informações fúteis e/ou mais
fáceis de serem compreendidas. E é explorando o aspecto falta de tempo e
simplicidade das informações, porém, com conteúdo, que o presente projeto cria o
Ponto a ponto.
         O jornalismo impresso ainda tem a vantagem de ser levado para qualquer
lugar e a qualquer hora. Esse é o principal motivo que nos impulsiona a criar um
material inovador. Utilizando ferramentas publicitárias como o cartaz, o Ponto a
ponto vem com a força que muitos meios de comunicação não têm. Segundo Mirela
Hoeltz1 (2001) “dificilmente olhamos um jornal sem ler as palavras. Mas se não
conhecemos a língua, é a única possibilidade. Se não lemos palavras, uma folha de
papel ou jornal, transforma-se em espaço ocupado por tinta”.
         E é assim que jornalismo e publicidade trabalham juntos, atraindo a atenção e
informando. As imagens e a construção do texto chamam a atenção e, então, fica a
caráter do conteúdo da informação entreter para que leitor acompanhe o texto até o
final.
         A intenção é trabalhar um texto curto e fácil de ser compreendido e, ao
mesmo tempo, apresentar informações relevantes à vida dos passageiros. Tendo
em vista a importância dos temas, o Ponto a ponto busca apoio nas informações
divulgadas em mídias regionais impressas de Blumenau,SC no período de janeiro a
junho de 2009, além dos dados da Vigilância Epidemiológica do município para criar
suas matérias.

1
 Professora de Editoração Eletrônica na Universidade de Santa Cruz do Sul e mestranda em Comunicação na
Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
12



1.1        JUSTIFICATIVA


           Em pleno século XXI, a informação deixou de ser opcional na vida das
pessoas, passou a fazer parte da vida delas. Pode ser uma história, uma notícia, um
recado ou mesmo um esclarecimento, o fato é que estar bem informado é
necessário para a vida social do ser humano. Hoje, um atentado terrorista que
acontece nos Estados Unidos deixa reflexos irreversíveis no mundo todo, onde quer
que um Osama Bin Laden esteja, existirá um temor, o que não ocorreria se não
fossem os meios de comunicação: em segundos o mundo já descobria o
responsável pelos atentados de 11 de setembro de 20012 às torres gêmeas. Esse é
apenas um exemplo prático para exemplificar a comunicação social.
           Hoje as mídias digitais têm maior capacidade de estar em qualquer lugar do
mundo divulgando informações, ainda assim, dependem de suportes midiáticos
como computador portátil e uma conexão de rede wireless ou cabo para trocar
dados com a internet. Além das adaptações que a mídia digital necessita para
divulgar informações, o que por muitas vezes prejudica a disseminação das
informações é a quantidade com que elas surgem e as formas de divulgá-las. Ainda
na internet, a industrialização das informações pode comprometer o raciocínio do
público. Segundo Ferrari (2004, p.18) os leitores digitais se comportam da seguinte
maneira, “dão uma olhada nas manchetes, lêem o horóscopo, entram em alguma
área que chamou a atenção na home page3 e assim sucessivamente. A informação
é absorvida sem grande comprometimento com a realidade”.
           E é com base em informações que possam auxiliar a vida das pessoas que o
Ponto a ponto tem o interesse de levar informação para dentro dos ônibus da cidade
de Blumenau,SC. Tomando como referência o trabalho de comunicação integrada
realizado pela TV MINUTO do estado de São Paulo. Em entrevista cedida via e-mail
ao pesquisador em 20 de março de 2009, a gerente de marketing Claudia Silva,
apresentou o trabalho realizado. Em São Paulo existem mais de 5.200 monitores
(LCD) espalhados pelos vagões dos metrôs da maior capital da América Latina.
Com programação própria a TV MINUTO leva notícias nacionais e internacionais

2
    De conhecimento público através da mídia jornalística mundial.
3
 Rigorosamente, uma home page é a página de entrada de um Web site, mas o termo pode ser usado também
para indicar a página principal de uma determinada seção. Disponível em
<http://www.hospedenet.com.br/info/Home_page.html> Acesso em 09 mai.2009.
13



sobre os mais variados temas; esporte, turismo, ecologia, cinema, horóscopo,
bastidores da TV, indicadores econômicos, trânsito, tempo e temperatura,
tecnologia, saúde, serviços (empregos, estágios, provas de vestibular) e vários
informativos referentes ao metrô.
        O intuito do Ponto a ponto é mostrar que a partir de uma técnica publicitária é
possível criar uma inovadora forma de informar jornalisticamente um público
selecionado. Os meios de comunicação ainda não percebem esse nicho de mercado
social que tende a se expandir a partir do primeiro projeto posto em prática.
        O ambiente de transporte coletivo é um local que concentra o maior número
de pessoas por metro quadrado. Durante o trajeto casa/trabalho as pessoas ficam
ociosas, já que segurar um livro é praticamente impossível para quem viaja de pé.
        Com base em dados estatísticos divulgados pela Vigilância Epidemiológica do
município de Blumenau,SC, o intuito é publicar informações que auxiliem no
cotidiano das pessoas, com dicas de saúde que previnam e tratem doenças, que
ajudem no tratamento de infecções, e que possam de alguma maneira acrescer o
conhecimento dos leitores.
        Dados do Serviço Autônomo Municipal de Trânsito e Transportes de
Blumenau – SETERB4 (2009) mostram que mais de 830 passageiros circulam
diariamente nos três ônibus da Linha do Cidadão que transporta na maioria,
mulheres de 21 a 30 anos de idade, trabalhadores e estudantes que utilizam as
linhas em uma média diária de 45 minutos por dia, momento em que os passageiros
poderiam se informar de alguma maneira.
        A correria diária faz com que muitas pessoas não tenham disponibilidade
financeira ou de tempo para se informar. Atualmente não existe nenhum outro
projeto de informação destinado aos usuários do transporte coletivo da cidade. Este
é um projeto que mais tarde pode ser apresentado à prefeitura municipal de
Blumenau e a Fundação Cultural da cidade e tende a mudar o conceito de
transporte coletivo na cidade. Além de transportar os passageiros a cidade
demonstra que tem grande preocupação sócio-cultural com os usuários do
transporte coletivo.
        A questão problema que orientará a pesquisa desse Projeto Experimental em
Comunicação se preocupa em investigar informações de cunho sócio-cultural de

4
 Em entrevista ao pesquisador via e-mail em 23 de março de 2009. Pela Gerência de Programação Operacional,
Joselaine Malburg.
14



maneira a compreender se o público teria interesse em ter um veículo informativo
dentro dos ônibus do transporte coletivo e qual o interesse desse público em relação
as informações veiculadas a partir dessa mídia. Além de saber se os passageiros do
transporte coletivo na cidade de Blumenau,SC não possuem qualquer outro
mecanismo de informação ou ocupação durante as viagens. A faixa etária dos
passageiros interessados nos assuntos abordados será adulta por ser uma linha de
transporte coletivo que transita pela grande maioria dos bairros da cidade.
15



2      OBJETIVOS


2.1    OBJETIVO GERAL


       Desenvolver um veículo informativo jornalístico dentro dos meios de
transporte coletivo de Blumenau, SC, visando a disseminação de informações
relevantes para o público-alvo.


2.1.2 Objetivos Específicos


      1) Criar material jornalístico para divulgação nos ônibus coletivos em
         Blumenau,SC;
      2) Identificar o perfil do usuário de ônibus da Linha do Cidadão na cidade de
         Blumenau, SC;
      3) Verificar se há interesse a informação dos passageiros;
      4) Descobrir qual o interesse dos passageiros em ser informados através
         dessa mídia.
16



3     JORNALISMO E PUBLICIDADE: CAMINHOS EM COMUM

3.1   HISTÓRIA DO JORNALISMO IMPRESSO


      Não é de hoje que o homem busca maneiras de manter-se informado, seja na
transmissão de aspectos culturais, histórias ou novidades, cada qual com sua
importância. Segundo Sousa (2001), na Grécia antiga Julio Cesar que escreveu a
crônica da Guerra das Gálias seguiu o exemplo de Tucídides, quase antecedendo
alguns formatos jornalísticos. Na Roma antiga Actas Diurnas eram usadas para
divulgar informações de interesse do Senado Romano e os procedimentos judiciais.
Com o passar dos anos as Actas passaram a ser usadas para informar a corte sobre
os combates de gladiadores, actos públicos da família imperial.
      Ainda segundo o autor, já na idade média, o meio de comunicação se tornava
mais importante e as informações eram escritas com penas, por cronistas, somente
para os nobres, eclesiásticos e outras personalidades importantes.
      Segundo Sousa (2001, p.19) foi entre os anos de 1430 e 1440 com as
criações de Gutenberg que as histórias e as novidades puderam ser divulgadas a
um número maior de pessoas. Ele criou o aparelho responsável pela criação dos
caracteres a partir do metal fundido. Assim se tornava muito mais fácil criar cópias
dos informativos.
      Não podemos afirmar com certeza qual o primeiro jornal impresso, já que
alguns autores consideram jornais diários aqueles que são publicados três ou quatro
dias seguidos. O jornal inglês Daily Courant criado por Elizabeth Mallet em 1702, foi
o primeiro a ser publicado todos os dias, sem contar domingo. Era uma folha de
papel que mudou os conceitos de apresentar notícias, segundo Sousa (2001, p.20) o
jornal além de mostrar rapidamente as informações que as pessoas buscavam,
contribuiu com o conceito de atualidade.
      A partir de 1812, com a invenção da rotativa por Koning, a indústria gráfica
ganhou tempo, o elevado número de cópias fez diminuir os custos na produção. Em
1820 com o final das revoluções Gloriosa Inglesa, Americanas e Francesa “marcou-
se o início da liberdade de expressão que impulsionou a criação de jornais ocidente”
(SOUSA, 2001, p.20).
      Ainda segundo o autor, o português Diário de Noticiais surgido em 1865 em
Lisboa, “rompeu a tradição da imprensa opinativa ou partidária”. Chamada também
17



de imprensa de partido (party press). A partir daí, a imprensa portuguesa começou a
conduzir os jornalistas à profissionalização.


                      Assim, por volta dos anos trinta do século XIX começam a aparecer
                      nos Estados Unidos alguns jornais menos opinativos e mais factuais
                      e noticiosos, opção que em Portugal encontrará eco no Diário de
                      Notícias, cerca de trinta anos depois. As notícias deixam de se
                      circunscrever ao mundo da política, da economia e da guerra e
                      tornam-se dominantes, substituindo os artigos. A linguagem é
                      direccionada para um público vasto e pouco conhecedor da língua,
                      até porque os Estados Unidos eram um país de imigrantes.
                      (SOUSA, 2001, p.21).


      A partir disso, pode-se perceber que já em 1865 o jornalismo português se
preparava para disseminar a informação de forma mais simples, com linguagem
diferenciada. Já que seu interesse não era apenas o de informar políticos ou
pessoas da alta classe, o que diferenciava o Diário de Notícias. No jornalismo
Estado Unidense esse estilo de fazer jornalismo se encaixa perfeitamente por ser
um país que muitos imigrantes.


                      O pioneiro foi o The New York Sun, dirigido por Benjamin Day, que
                      reduziu as notícias sobre política e a dimensão dos artigos de fundo
                      para publicar crónicas sobre assuntos de interesse humano (os
                      bêbados, os ladrões, as pessoas comuns que expunham os seus
                      problemas na polícia, etc.) (ERBOLATO apud SOUSA, 2001, p.22).



      Assim, percebemos a importância do profissional jornalista na elaboração do
material que será veiculado às centenas de pessoas que por muitas vezes buscam
informações comuns, presentes no cotidiano.
18



3.2     O CARTAZ COMO FERRAMENTA JORNALÍSTICA



        Surgido na metade do século XIX, a origem do cartaz5 está ligada ao
desenvolvimento da opinião pública e a invenção da imprensa. A forma publicitária
nele é imposta pela preocupação estética particular, ou seja, imagens que chamam
a atenção e textos curtos que identifiquem o produto a ser comercializado. Assim,
são três os resultados conseguidos com a publicação de um cartaz bem produzido:
reter o olhar, rápida compreensão e rápida persuasão, utilizando processos que
abusam das cores, luzes, formas etc. Triesch (apud CAMBESES6, 2009) define a
importância dos cartazes:


                           Cartazes são mensageiros. Cartazes são expressão de cultura.
                           Cartazes deixam marcas. Visíveis e inconfundíveis, como parte de
                           um processo de comunicação, eles dependem do local e data de
                           publicação. Bons cartazes falam uma linguagem internacional.


        Ainda segundo Triesch (apud CAMBESES, 2009), a partir das funções
informativas que um cartaz pode exercer diante os olhos do leitor, nele ficam
explicitas quatro funções sociais: informativa, persuasiva, econômica e estética. E é
dentro de alguns desses conceitos que o jornalismo se encaixa, assim, torna-se
parte do cotidiano das pessoas, a partir de um meio de comunicação publicitário.
        Sobre a questão Informativa do cartaz, a partir do conceito de informativo
que Ferreira (1999) traz, “informar ou noticiar”. Podemos considerar como, levar
informações desconhecidas ao público de forma a acrescer o conhecimento
particular. Marques de Melo acrescenta sobre o conceito de notícia: “A notícia é um
relato integral de um fato que já eclodiu no organismo social”. (MARQUES DE
MELO, 2003, p.66).
        Analisando o conceito de “persuasiva” podemos percebê-lo diante do
jornalismo como uma forma de fazer com que o público acredite no que está sendo


5
 Disponível em:
<www.exames.org/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=585&Itemid=45> Acesso em:
15 abr.2009.
6
 Vosnier Cambeses é designer do Departamento de Criação da Alquimiadigital.
<vosnier@alquimiadigital.com.br>
19



veiculado. No aspecto publicitário, é a intenção de convencer um determinado
público a comprar uma idéia. O aspecto “econômica” do cartaz pode ser
considerado como o gasto com a produção, a partir dos materiais utilizados na
produção do informativo já pode-se analisar o conteúdo nele divulgado. O conceito
de “estética” que o cartaz possui é a parte de produção do cartaz que envolve a
diagramação: distribuição de imagens, cores, fontes para criar uma identidade
visual, assunto que será abordado mais a diante.




3.2.1 O Cartaz como Instrumento de Conscientização Social



      Hoje é muito utilizado em campanhas de vacinação, e alertas sobre doenças,
é um ótimo meio informar grande número de pessoas, já que através de uma única
ferramenta (cartaz), várias pessoas podem se beneficiar, através da informação
transmitida.
                      Cartaz: “Anúncio ou aviso de grande formato, próprio para afixação
                      em ambientes amplos ou ao ar livre, e que traz anúncio comercial ou
                      de exposições, espetáculos, etc., em geral com acentuação do
                      aspecto visual, constituindo, às vezes, legítima peça de arte”
                      (FERREIRA, 1999).

      O dicionário Aurélio define cartaz como sendo um veículo informativo. Diante
as técnicas aplicadas nos cartazes pode-se concluir que o cartaz é um veículo de
informação publicitária, utilizado para convencer seu público alvo. Assim, podemos
entender que o cartaz também pode ser utilizado de maneira a informar determinado
público. Em campanhas de conscientização social, a presença de cartazes é de
fundamental importância para convencer as pessoas de que determinada ação é
primordial para a própria saúde, como por exemplo, tomar uma vacina e assim se
imunizar de determinadas doenças.
      Vejamos alguns exemplos a partir do que Hoeltz (2001) afirma sobre o design
gráfico nos veículos informativos:
20




Figura 2 - Vacinação contra gripe (SP, 2008)   Figura 1 - Vacinação contra Rubéola e Sarampo
                                               (SP, 2008)


        Analisando os cartazes das campanhas de vacinação da Covisa -
Coordenação de Vigilância em Saúde (2008) da cidade de São Paulo, SP, podemos
perceber a ação das cores e seus contrastes e a criatividade nos leiautes. O material
chama a atenção pelas cores e prende a atenção do leitor pela disposição e o
tamanho das letras e imagens. Frases diretas facilitam à compreensão do leitor. ”O
designer gráfico, mesmo preso a um diagrama, deve ousar e oferecer ao seu leitor
um local de introspecção. Um local onde possam circular suas idéias.” (HOELTZ,
2001, p. 5)
        Essa autora explica a partir de Lupton e Miller (1996), sobre a importância de
o material estar bem organizado:

                          [...] espaçamento e pontuação, bordas e molduras: esses são o
                          território da tipografia e do desenho gráfico, essas artes marginais
                          que tornam legíveis textos e imagens. [...] Design e tipografia
                          operam nos limites da escrita, determinando as formas e estilos das
                          letras, os espaços entre elas, e sua disposição. (LUPTON e MILLER
                          apud HOELTZ, 2001, p.3)

        A partir desses conceitos podemos concluir que a partir da disposição dos
elementos gráficos e letreiros, o material alcançará seu objetivo de informar um
determinado público. Já que devem ser levados em consideração fatores como
tamanho do ambiente em que o cartaz será exposto e quantidade de informações
nele dispostas.
21



3.2.2 Identidade Visual no Jornalismo Impresso



      Hoje na sociedade empresarial e automatizada, uma imagem “diz” mais que
mil palavras, ela informa por si só. O lado estético passou a ser mais visado pelos
veículos de informação. Antigamente quando folhávamos jornais era difícil
encontrarmos figuras, imagens e letras estilizadas que chamassem tanto nossa
atenção. Atualmente a preocupação com o produto vem trazendo consigo a
necessidade de manter atualizadas as questões estéticas. Seja em livros, revistas
ou até mesmo em jornais, os criadores estão cada vez mais preparados para cuidar
do visual do produto que será levado às bancas para comercialização. Logotipos,
símbolos, fotos, cores e letras passaram a estar presente na avaliação do público
consumidor “hoje, se uma empresa não tem uma boa imagem, não causa uma boa
impressão a primeira vista e isso com certeza irá refletir no seu crescimento e na sua
valorização no mercado”. (STRUNCK apud TEIXEIRA; et al, s.d.)
      O principal cuidado dos editores de arte que planejam a arte visual dos
veículos de mídia impressa é a identidade do veículo (CARNICEL apud SANTOS,
1999). Com isso, os setores de produção procuram a diferenciação dos concorrentes
e buscam criar materiais que chame a atenção nas bancas entre tantos produtos
expostos.
                     Pode-se afirmar que esse profissional terá alcançado seu objetivo no
                     momento em que o leitor correr os olhos sobre a página e souber a
                     que publicação ela se refere. Ou seja, no instante em que ele, a partir
                     do design gráfico apresentado, souber identificar o veículo mesmo
                     sem ver o logotipo. (CARNICEL apud SANTOS, 1999)


      A partir dessa afirmação, podemos concluir que o material resultado da
produção do veículo informativo passa a ser a identidade do produto. O próprio
nome, a logotipia o design das letras e a disposição das informações ao longo do
material, converge para que o material seja reconhecido pelo leitor, mesmo que este
não consiga ler o nome/marca do veículo.
      Dificilmente olhamos para um jornal sem ler o texto. Porém, quando não
compreendemos o idioma, a primeira reação é identificar através do visual, a
mensagem que as “estranhas” palavras querem expressar. E é através da estrutura
visual produzida pelo design gráfico que as informações podem esclarecer ou
22



mesmo confundir a cabeça do leitor. Segundo Silva (apud HOELTZ 2001, p.3) "o
discurso gráfico tem como objetivo ordenar nossa percepção. É ele que nos dá o fio
da leitura".
       A partir do que os autores expuseram até então sobre a importância do
design da notícia quanto ao visual do jornalismo, tivemos a oportunidade de
comparar a teoria e a prática aplicada nos jornais de 1971 pelo Jornal de Santa
Catarina, ainda em formato tablóide. A seguir, uma imagem do arquivo central,
cedido pelo próprio Jornal de Santa Catarina em junho de 2009:
23




                                                  Edilene Freitas Grahl




Figura 3 – Jornal de Santa Catarina (SC, 1971)
24



      Consultando o arquivo do Jornal de Santa Catarina em Blumenau, SC,
tivemos a oportunidade de compreender a importância do que a autora defende. De
que forma o Jornal de Santa Catarina aplicava ou não essas teorias. Analisando a
imagem podemos perceber como em 1971 o jornal não prezava tanto pelo aspecto
visual. Aspectos que deixam essa idéia em evidencia são, a pouca quantidade de
caracteres espalhados pela página, os estilos dos caracteres e os grandes espaços
que sobram entre as informações. A partir dos conceitos apresentados até agora,
percebemos a deficiência em ocupar os espaços em banco, com informações.
      Ainda nesse aspecto de organização das informações, o design gráfico tem
grande responsabilidade no que GRADIM (2009) defende no Manual de Jornalismo
Livro de Estilo do Urbi Et Orbi. O jornal deve separar informação de opinião.

                     O Urbi et Orbi também defende a rigorosa separação entre notícias –
                     que se baseiam em factos – e opinião – que se baseia em
                     impressões subjectivas filtradas pela personalidade, crenças e
                     formação cultural de quem analisa os factos. Nas notícias, não se
                     misturam ou imiscuem as opiniões dos redactores. Mas também não
                     se castram jornalistas. Isso será bom na ópera ou no harém, não no
                     jornal. Se o jornalista sentir necessidade imperiosa de dar a sua
                     opinião, poderá fazê-lo num comentário aparte identificado como tal.
                     (GRADIM, 2009)


      A autora traz à tona a importância e a participação do jornalista na montagem
das informações transmitidas à sociedade e defende a idéia de que o jornal deve
separar as informações factuais das informações opinativas.


                      Entende-se como parte fundamental do serviço prestado por um
                      jornal o contributo que este presta para a análise dos
                      acontecimentos, o esclarecimento e a formação dos seus leitores. E
                      por isso a opinião não é parente pobre da informação, nem
                      viceversa. São produtos diferentes, que visam objectivos diferentes
                      e possuem igual estatuto e dignidade. (GRADIM, 2009)


      Gradim (2009) defende também, a idéia de que o jornal pode sim emitir
opinião, desde que tenha um espaço que evidencie a opinião do jornalista/veículo.
Assim, não compromete os dados da informação, já que informação sem opinião e
expressão da opinião tem interesses distintos.
25



      Santos7 (2002, p.3), explica a importância do design gráfico na montagem da
informação:

                          Design de Notícias passou a designar não só a atividade de dar
                          forma sensível e compreensível à notícia nos meios
                          predominantemente visuais, mas também de pensá-la, planejá-la,
                          assim como a todo esforço de produção dentro do contexto atual.
                          (SANTOS, 2002, p.3)


        A partir dessa afirmação, concluímos que tanto o jornalista produtor da notícia
quanto o editor visual do jornal impresso, devem ter atenção durante a elaboração
do material informativo. Devendo pensá-lo e planejá-lo, já que a disposição do
material influencia a compreensão do leitor.




3.3     JORNALISMO ESPECIALIZADO



         Em pleno século XXI o jornalismo passou a ser necessário na vida das
pessoas, independente de classe social, grupo social ou religião. É fato, que todos
precisamos estar bem informados. A grande quantidade de informação veiculada
todos os dias pode não ser necessária durante o dia a dia, mas em algum momento
pode se tornar útil. Assim, faz-se necessário qualificar os profissionais que
sustentam o mercado jornalístico. Conhecer as teorias do jornalismo é tão
importante quanto um médico conhecer as técnicas da medicina ou um advogado as
técnicas do direito. São teorias que devem ser aplicadas na prática para produzir um
bom jornalismo, porém, muitos que se julgam bons profissionais se quer conhecem
o código de ética, se as técnicas jornalísticas forem aplicadas corretamente
previnem erros imperdoáveis, que podem arruinar a vida de pessoas.
        A grande fragmentação da sociedade em grupos requer mais atenção aos
jornalistas no momento de noticiar os fatos, já que, em simples deslize o jornalismo
que tem o papel social de traduzir e simplificar as informações pode se transformar
em tendencioso. Segundo o código de ética do jornalista, o profissional da área deve

7
 Jornalista pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, Brasil (UEPG/PR). Especialista em Gestão de
Negócios e Marketing, pela FAE Business School. Mestranda em Comunicação e Linguagens pela Universidade
Tuiuti do Paraná (UTP/PR). Professora da Faculdade de Pato Branco (FADEP), em Pato Branco, Paraná, Brasil.
Editora da revista científica In Pauta. E-mail: marielle@fadep.br
26



levar em consideração durante a produção da noticia, o interesse público e não o
interesse do público, diferente disso ele estará selecionando um público receptor das
informações, podendo se tornar um jornalismo tendencioso.
          Nesta perspectiva “O jornalismo especializado é uma resposta a essa
demanda por informações direcionadas que caracteriza a formação das audiências
específicas”. Abiahy (2000, p. 5). Assim, concluímos que, por uma questão
econômica o jornalismo passou a explorar determinados públicos, a autora defende
a idéia de que devido a grande quantidade de informações a segmentação de
públicos alvo é uma forma de selecionar o receptor das informações de modo a
atingir os resultados conforme as pesquisas de audiência.
          Considerando a idéia da autora, podemos entender que as escolhas a partir
da seleção do que é ou não de interesse do meio de comunicação, passa a ser
determinante para a criação e elaboração dos produtos informativos. Do contrário,
os meios de comunicação impressos poderiam querer “abraçar o mundo” e não
conseguiriam.
          Nesse contexto de seleção da informação o jornalismo alternativo se encaixa
como um nicho de mercado pouco explorado. Conforme Kucinski (apud
BUCCHNIIO, 2008) “alternativo” significa ser diferente de tudo que é comum nas
grandes mídias. Essa nova forma de fazer jornalismo teve inicio na década de 70
durante a ditadura militar com os jornais trazendo informações à população que as
grandes e tradicionais mídias não “conseguiam” e também não tinham interesse,
uma vez que o regime político censurava o poder intelectual e cultural de quem
estivesse no país. O primeiro veículo jornalístico alternativo surgiu em 1964, no
início do golpe militar quando a revista “O Cruzeiro” trouxe a edição do “Pif-Paf”,
escrita por Millôr Fernandes8, era um novo estilo de fazer jornalismo que unia
desenho a linguagem intelectual dos profissionais. O apogeu desse formato
jornalístico não durou muito tempo devido à censura militar.
          Bucchniio (2008, p.111) explica porque os jornalistas foram trocando a mídia
tradicional pela mídia alternativa:




8
    Disponível em: <http://www.releituras.com/millor_bio.asp> Acesso em: 13 mai.2009
27



                          No caso específico do jornalismo impresso, a perda de espaço
                          público nas redações dos grandes jornais, aliada ao
                          descontentamento de jornalistas, cartunistas e intelectuais abriu
                          espaço para o surgimento de uma imprensa alternativa, irreverente
                          e iniciante, dando origem a uma vasta linhagem de jornais, com
                          temáticas novas e, também, irreverentes.


       Ainda conforme o autor, no final dos anos 70 o jornalismo alternativo mais
parecia uma arte do que propriamente protestos, a ditadura passou a intensificar o
controle do jornalismo alternativo, e foi atacando as bancas de jornais com bombas,
que essa forma de fazer jornalismo foi perdendo espaço. O autor explica que as
bombas foram a forma mais eficaz de controle, “[...] fizeram aquilo que a censura
não conseguira: impediram que esses jornais chegassem aos leitores”. (CHINEM
apud BUCCHNIIO, 2008)
       A partir do que foi visto até então, podemos perceber que o jornalismo
alternativo nasce de nichos de mercado pouco ou quase nada explorados pela mídia
jornalística tradicional. O foco principal veículo alternativo é informar sobre o que
imprensa tradicional ignora, ou oculta, isso pode acontecer devido ao padrão
editorial do veículo . Conforme as técnicas utilizadas pela mídia é possível saber do
posicionamento da linha editorial do meio de comunicação. Em entrevistas, as
mídias tradicionais buscam fontes oficiais que geralmente tem algum atrelamento
com o estado, com parcialidade ou interesses. Segundo Laércio Torres Góes9
(2008) “[...] o uso de fontes oficiais governamentais predomina. Um relatório sobre
uma rede de notícias sobre a primeira guerra do Golfo revelou que 50% das
reportagens foram originárias diretamente de porta-vozes oficiais”.
       Assim concluímos que, o jornalismo alternativo dá voz a quem não tem voz,
muitas vezes torna-se mais importante ouvir um morador de um bairro
desconhecido, largado pela administração publica do que perguntar diretamente ao
prefeito como é a situação do bairro. Já que existem interesses políticos ou pessoais
por trás de cada resposta. Mais uma vez entram os critérios de seleção que a
editoria de cada veículo de informação possui segmentando os interesses.
       Segundo Góes (2008), “os movimentos sociais estão entre os primeiros
desafiadores dos valores hegemônicos”. Ele trata como valores hegemônicos a

9
 Graduado em Jornalismo pela UFBA (1994). Especializou-se em Ética e Cidadania pela Escola Superior de
Teologia (2003). Atualmente (maio/2008), está concluindo o mestrado no Programa de Pós-Graduação em
Comunicação e Cultura Contemporânea da UFBA. Autor do livro O Mito Cristão no Cinema (Edufba/Edusc).
Email: laerciogoes@gmail.com.
28



política. Através de discursos hegemônicos bem construídos é que mídia costuma
divulgar informações que passam a ser absolutas sendo aceitas pelo senso comum.
Enquanto a mídia tradicional prioriza os discursos oficiais, a imprensa alternativa
busca força nos grupos marginalizados que por sua vez, buscam através da mídia,
defender seus interesses, de maneira que a coletividade seja ouvida.




3.4   A INFLUÊNCIA DO JORNALISMO NA SOCIEDADE




      O processo de independência entre Brasil colônia e Portugal, foi o ponta pé
inicial para que a imprensa fosse criada e fizesse parte da independência do país.
Segundo Sodré (1999, p.45), era necessário que as colônias portuguesas
mantivessem o poder sobre as colônias e sobre seus subordinados, dessa maneira,
toda e qualquer forma de independência era controlada. Assim, a liberdade da
imprensa passava a ser controlada com intuito de não manifestar a fúria dos colonos
que lutavam para se tornarem independentes da colônia portuguesa, que se
ocorresse, se livrariam dos ricos e poderosos portugueses.
      Equipamentos gráficos eram trazidos sem o conhecimento da família real,
eram escondidos dentro dos navios da própria corte. Em 1808 acontece a ruptura do
monopólio português, com a abertura dos portos que posteriormente enfraqueceu o
poder que os portugueses tinham sob os colonos brasileiros, e dessa maneira a
imprensa também ganhou espaço. Apesar do ocorrido, os portugueses conseguiram
manter os pulsos firmes, e dessa maneira começaram a controlar a imprensa que
influenciava os colonos brasileiros.
      Assim, através dos tempos, a imprensa foi ganhando poder, através da
evolução das máquinas e das formas de se transmitir informação foi dando maior
importância aos jornalistas. Durante a ditadura militar, os jornais eram francamente
opinativos e tinham tendências políticas. Na metade do século XIX os jornais
passaram a receber grandes escritores como José de Alencar, Quintino Bocaiúva,
29



Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida em suas redações, era um misto de
jornalismo e literatura. Através da literatura cativaram seus leitores10.
        Muitos desses jornalistas eram a favor da derrubara do sistema capitalista
para construir uma sociedade socialista e comunista. Assim, os jornalistas que
tentavam impor suas opiniões eram demitidos pelas empresas, ou acabavam presos
em grandes fortalezas do rio de janeiro, quando não eram mandados para fora do
país. Nesse contexto percebe-se a influência que o profissional da comunicação,
especificamente o jornalista exerce sobre o consumidor das informações divulgadas.
        Sodré (1999), explica a importância da imprensa na sociedade nos tempos
que em o regime militar controlava as informações: “Para unir, é preciso mobilizar.
Para mobilizar, é preciso despertar a opinião. Para despertar a opinião, é preciso
imprensa.” (SODRÉ, 1999, p.45)
        O jornalismo sempre teve como princípio divulgar informações que sejam
pertinentes aos grupos que compõem a sociedade. Segundo o capítulo III do código
de ética dos jornalistas11 no “Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações: I -
visando o interesse pessoal ou buscando vantagem econômica;”. Esse é um dos
principais caminhos que um veículo de informação jornalística deve estar atento
para ser um veículo com digno de investigar informações e trazes a tona
informações para a sociedade.
        Em entrevista ao jornalista Breno Costa do site fazendo média12 do estado do
Rio de Janeiro, o jornalista e diretor de redação da revista CartaCapital, Mino Carta,
afirma que para o jornalismo colaborar com a sociedade é preciso que se obedeçam
alguns critérios.

                           [...] eu acho que este tem sim obrigações específicas. Eu acho que
                           não se pratica jornalismo sem se obedecer a três princípio básicos:
                           a fidelidade canina à verdade factual; o exercício desabrido e
                           constante do espírito crítico; e, importantíssimo, a fiscalização do
                           poder, onde quer que ele se manifeste. Sem isso, não há jornalismo.
                           (CARTA, 2009)


10
  Ver em PACCOLA, Carina. GT História do Jornalismo. Disponível em: <
http://www.redealcar.jornalismo.ufsc.br/cd/grupos%20de%20trabalho%20de%20historia%20da%20midia/histor
ia%20dos%20jornalismo/trabalhos_selecionados/carina_paccola.doc > Acesso em: 17 jun.2009
11
  BRASIL. Código de Ética dos Jornalistas (2009). Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitória, ES:
Fenaj, 2007.
12
  Entrevista concedida à Revista CartaCapital. Disponível em:
<http://www.fazendomedia.com/fm0029/entrevista0029.htm> Acesso em 15 abr.2009
30



      A partir do interesse do jornalista em informar a sociedade sobre os
acontecimentos de interesse público é que os espectadores depositam a confiança
no jornalista sério que se compromete com a verdade. Essa confiança se transforma
em credibilidade.
      O entrevistado defende ainda a idéia de que os jornalistas não deveriam
impor verdades absolutas à sociedade, ao invés disso deveriam mostrar diversas
opiniões sobre fatos que possam ser resolvidos de “n” maneiras, oferecendo assim,
alternativas para que os leitores tenham a oportunidade de refletir sobre a realidade.
Para que possam, com seus próprios olhos enxergar as conseqüências dos fatos e
não apenas engolir as informações repassadas contendo a manipulação/opinião do
veículo de informação, Carta cita a Rede Globo como desgraça do Brasil.
      Um dos autores que critica severamente a influência da imprensa sobre os
materiais produzidos por ela é Perseu Abramo. A imprensa tem seus interesses,
considerando os fatos que são ou não noticiados, podemos considerar que ele é
contrário a uma das principais teorias que estudam o jornalismo. A teoria do
espelho, que defende a idéia de que o jornalista deve apenas refletir a realidade,
sem alterar o conteúdo das informações. Abramo, afirma que o jornalismo nada mais
é do que o reflexo distorcido de acontecimentos “é a imagem de outro objeto que
não corresponde ao objeto real”. (ABRAMO, 2003, p. 24)
      Esse interesse de agradar o público, por muitas vezes faz o veículo tomar
decisões de selecionar informações irrelevantes diante o interesse público. Podemos
observar as informações como produtos comercializáveis. Contrera (2004)


                      Junta-se a essa preocupação em agradar o público leitor-
                      consumidor a influência das assessorias de imprensa que, por meio
                      de altos investimentos, fazem qualquer coisa virar noticia, num
                      processo que usa o poder simbólico dos espaços jornalísticos para a
                      legitimação do que é muitas vezes absolutamente irrelevante.
                      (CONTRERA, 2004, p. 23, 24)


      Esse produto, o que não pode ser levado em conta é a conseqüência que
esse “produto” gera para a sociedade – diferente do interesse da assessoria de
imprensa, que busca uma boa imagem para seu assessorado. Logo, o interesse do
jornalista deveria ser único e exclusivo em divulgar informações relevantes que
acresçam ao receptor. De forma que ele sinta a importância do fato e não receba as
informações apenas para dizer na roda de amigos que ficou sabendo do atentado
31



terrorista ao World Trade Center, sem saber o que se passava por traz daquele
acontecimento.
      Segundo Contrera (2004) se o espectador não estiver preparado para
absorver as informações lançadas pelo jornalismo atual, ele poderá confundir
jornalismo com entretenimento.


                     [...] a atual função do jornalismo parece ter se transformado, no
                     rastro da Comunicação Social como um todo, na de divertir e
                     entreter. Diversão e entretenimento são objetivos máximos de toda a
                     mídia de massa que, vitrina (e viabilizadora) de toda a estética do
                     lazer da segunda metade do século XX, ocupa-se quase
                     exclusivamente de manter os receptores entretidos (e de torná-los
                     consumidores, é claro). (CONTRERA, 2004)


      Segundo Wolfgang Langenbucher (apud KUNCZIK, 2002) o papel do
jornalista em uma sociedade democrática é facilitar a comunicação entre diferentes
grupos sociais e deve sempre buscar a objetividade, neutralidade e imparcialidade.
Por isso, o profissional da área da comunicação – Jornalista deve estar sempre
atento a alguns fatores que Kunczik (2002) a partir de Hall (1993) explica:


                     Este processo – a identificação e a contextualização – é um dos mais
                     importantes, através do qual os acontecimentos são ‘tornados
                     significativos’ pelos media. Um acontecimento só ‘faz sentido’ se
                     puder colocar num âmbito de conhecidas identificações sociais e
                     culturais. (HALL apud KUNCZIK, 2002)



      A partir do autor, podemos entender que o jornalista deve traduzir as
informações a de modo que qualquer indivíduo que tenha o mais baixo grau de
instrução entenda sobre o que está sendo divulgado pela mídia. Contextualizando as
informações de modo que qualquer pessoa possa compreender o que acontece.
      Podemos citar um exemplo tomando como base a economia, se dissermos
que a economia brasileira está em baixa para muitos brasileiros pode significar
nada. Para outros, pode ser sinal de prejuízos financeiros, porém não fica clara essa
informação. O que o jornalista deve fazer é humanizar a noticia com cases – dando
exemplos a partir de um senhor que faz compras no supermercado todos os meses,
agora com a crise econômica seus gastos devem dobrar. Assim, tanto a senhora
32



que não tem estudos quanto o advogado compreendem os fatos, cada um em seu
contexto.




3.4.1 Gêneros Jornalísticos



      No âmbito jornalístico costuma-se criar barreiras, até uma forma de organizar
a informação nas páginas de um periódico. Essa organização pode ser a partir dos
gêneros jornalísticos que foram publicados entre 1960 e 1980. E seu criador foi Luiz
Beltrão, que naquela época os dividiu em Imprensa informativa, interpretativa e
opinativa. O seguidor do primeiro teórico foi José Marques de Melo que sempre foi
responsável por inúmeras orientações de trabalhos acadêmicos. Assim, Podemos
considerar como gêneros jornalísticos os padrões que os meios de comunicação
utilizam em suas editorias de forma a organizar suas publicações em categorias.
(BELTRÃO apud COSTA, 2008, s.p.)
      Marques de Melo (apud COSTA, 2008, s.p.) defende a idéia de que o
jornalismo é divido em jornalismo informativo e opinativo, dessa forma é o que mais
se aproxima da realidade. “1) Jornalismo Informativo: Se encaixam nesse gênero,
nota, notícia, reportagem e entrevista; 2) Jornalismo Opinativo: Fazem parte desse
gênero, editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura e carta.”
Marques de Melo (apud COSTA, 2008. s.p.)
      O autor, após muito tempo, vem alterando sua teoria e acrescenta os
gêneros; Interpretativo (dossiê, perfil, enquete, e cronologia), Utilitário (indicador,
cotação, roteiro e serviço) e diversional (composto por história de interesse humano
e história colorida). A partir daqui, podemos identificar o Ponto a ponto como se
encaixando no gênero jornalístico.
      Segundo Sousa (2005, p. 230) “os principais gêneros jornalísticos são,
notícia, entrevista, reportagem, crônica, editorial, e artigo (de opinião, de
análise, etc.)”, mas salienta que não existe como fazer essa distinção rígida, até
porque se analisarmos bem, grande parte das publicações jornalísticas trazem
alguma informação nova, assim, segundo o autor o que traz informação nova pode
ser considerado notícia.
33



       A partir dos autores, podemos classificar o cartaz Ponto a ponto como uma
ferramenta de serviço/utilitário. Partindo do princípio que o interesse do veículo
jornalista é a prestação de serviço, traduzindo informações à qualquer indivíduo sem
distinção, além de tornar-se útil pelo aspecto esclarecedor, no momento em que traz
novas informações e relevantes sobre saúde ao seu público.




3.4.2 Critérios de Noticiabilidade



       Segundo Wolf (apud SILVA, 2004, p.99) os critérios de seleção se iniciam a
partir da descoberta da notícia, considerando sua relevância, até o processo final de
produção das noticias, cada um com sua importância. Sousa (2001, p.38), conclui o
conceito sobre critérios de noticiabilidade afirmando que, “A seleção é a pedra
angular do processo, pois um jornal não pode ser um amontoado não criterioso de
todo o tipo de informações.
       Silva (2004) apresenta diversos conceitos de alguns autores que podem
contribuir sobre a idéia de valores da noticia quando falamos em jornalismo:


              Quadro 1 – ELENCOS DE VALORES-NOTÍCIAS

Stieler: novidade, proximidade geográfica, proeminência e negativismo.
Galtung e Ruge: freqüência, amplitude, clareza ou falta de ambigüidade,
relevância, conformidade, imprevisão, continuidade, referência a pessoas e
nações de elite, composição, personificação e negativismo.
Golding-Elliot:        drama,     visual   atrativo,   entretenimento,     importância,
proximidade, brevidade, negativismo, atualidade, elites, famosos.
Gans: importância, interesse, novidade, qualidade, equilíbrio.
Warren:    atualidade,          proximidade,    proeminência,    curiosidade,   conflito,
Suspense, emoção e conseqüências.
Hetherington: importância, drama, surpresa, famosos, escândalo sexual/crime,
número de pessoas envolvidas, proximidade, visual bonito/atrativo.
Shoemaker,        et     al:    oportunidade,     proximidade,    importância/impacto,
34



conseqüência, interesse, conflito/polêmica, controvérsia, sensacionalismo,
proeminência, novidade/curiosidade/raro.
Wolf: importância do indivíduo (nível hierárquico), influência sobre o interesse
nacional, número de pessoas envolvidas, relevância quanto à evolução futura.
Erbolato:      proximidade,   marco     geográfico,     impacto,     proeminência,
aventura/conflito, conseqüências, humor, raridade, progresso, sexo e idade,
interesse pessoal, interesse humano, importância, rivalidade, utilidade,
política editorial, oportunidade, dinheiro, expectativa/suspense, originalidade,
culto de heróis, descobertas/invenções, repercussão, confidências.
Chaparro: atualidade, proximidade, notoriedade, conflito, conhecimento,
conseqüências, curiosidade, dramaticidade, surpresa.
Lage: proximidade, atualidade, identificação social, intensidade, ineditismo,
identificação humana.
Fonte: Silva (2004, p.102)



        Partindo do mesmo princípio que a autora, em apresentar diferentes conceitos
dos autores de maneira a abrir engrandecer o estudo sobre os conceitos de valores
da noticia, já que cada meio de comunicação tem seus próprios valores, uma vez
que estes não são valores absolutos à todos os jornalistas.
        Segundo Galtung e Ruge (apud SOUSA, 2001), foram os primeiros a
chamarem a atenção para a existência dos critérios noticiosos, os quais o jornalista
deve se ater no momento de elaborar a informação. Mesmo assim, podemos
perceber seus conceitos como base do padrão de jornalismo.
        É quase que unânime entre os autores a idéia de que atualidade esteja entre
os critérios noticiosos, até porque o jornalismo parte do principio de que o que é
novo, e tem vínculo de proximidade entre leitor e informação é algo que deve ser
levado em consideração no momento de transmitir os fatos.
        Pelas informações do quadro percebemos que alguns autores são mais
abrangentes que outros, de certa forma, flexível a seleção do que pode virar noticia.
São conceitos que ao longo dos tempos foram revisados por eles, uma vez que o
que não era passivo de ser informação tornada pública, hoje seja,. Já que as leis
mudam, os conceitos e as regras da sociedade se alteram constantemente.
        Diante os conceitos apresentados por Erbolato, podemos acreditar que este
seja o mais próximo da realidade, pelo menos por seus conceitos acima
35



apresentados. Um bom comparativo é analisar o que é veiculado pela mídia
jornalística, dessa forma teremos a idéia do que os jornalistas da atualidade estão se
pautando no momento de criar seus materiais informativos.
        Hoje, os meios de comunicação antes de veicular uma noticia selecionam os
assuntos, seja pelo foco, seja pelo fator tempo de programação. A verdade é que a
maioria das mídias jornalísticas seguem ou deveriam seguir os critérios de
noticiabilidade com intuito de delimitar os assuntos a serem abordados. Travancas
(1992), define a importância da imprensa nesta seleção. “(...) a imprensa é a vista da
Nação. Através dela a sociedade acompanha o que se passa, devassa o que é
ocultado, percebe as tramas que se desenvolvem e se acautela contra o que a
ameaça”.
        A partir dessa afirmação podemos entender que o profissional do jornalismo
deve se preocupar em transmitir tudo aquilo que é de interesse público. Na maioria
das vezes essas informações são ocultas da população e somente o jornalista tem
acesso previsto no código de ética assinado pela FENAJ – Federação Nacional dos
Jornalistas (2007), assinado em Vitória/ES.


                          Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é
                          um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja
                          impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que:
                          IV - a prestação de informações pelas organizações públicas e
                          privadas, incluindo as não-governamentais, deve ser considerada
                          uma obrigação social.13 (FENAJ, 2007)


        A partir dessas informações, podemos perceber o jornalista como um
“porteiro”, que decide o que será ou não publicado. Esse é o objeto de estudo da
teoria do gatekeeper14 que explica a importância do profissional jornalista. Outro
estudo relacionado as informações divulgadas é a teoria do agenda-setting que
estuda a seleção das pautas a serem discutidas durante semanas/meses. Gislene
Silva (2004, p.98) explica essa importância;



13
  BRASIL. Código de Ética dos Jornalistas (2009). Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitória, ES:
Fenaj, 2007.
14
  O termo “gatekeeper” foi introduzido pelo psicólogo social Kurt Lewin, (1951; 1958), e tratava de decisões
domésticas relativas à aquisição de alimentos para casa; de acordo com Michael Kunczik (1992, p. 234), o
conceito foi empregado já em 1913 com esse sentido de seleção de informações, em trabalho alemão sobre
formação de gostos literários.
36



                      Estudar a seleção implica, inclusive, rastrear os julgamentos
                      próprios de cada seletor, as influências organizacionais, sociais e
                      culturais que este sofre ao fazer suas escolhas, os diversos agentes
                      dessas escolhas postados em diferentes cargos na redação, e até
                      mesmo a participação das fontes e do público nessas decisões –
                      aqui vale lembrar os estudos de agendamento (agenda-setting), que
                      complexificam as investigações sobre o processo de seleção das
                      notícias.


      Na teoria do gatekeeper em que gate significa portão e keeper significa
guardião, a intenção é explicar porque os jornalistas selecionam as informações que
serão publicadas. Criada nos Estados Unidos pelo psicólogo social Kurt Lewin o a
teoria do gatekeeper foi aplicada pela primeira vez dentro de uma redação de
jornalismo em 1950 por David Manning White (SILVA, 2004). Em que o estudo
buscou comprovar que toda informação produzida e veiculada por um meio de
comunicação jornalístico sofre influências psicológicas e culturais dos jornalistas que
as produziram. Seja pelo interesse da empresa o qual trabalha, seja pela
experiência profissional ou pessoal do jornalista.
      Diferente do gatekeeper, porém com a mesma importância, o Agenda Setting
é o estudo sobre o efeito que os meios de comunicação causam a sociedade. Surgiu
nos anos 70 com intuito de estudar a influência das informações publicadas pela
mídia jornalística. Apesar de não terem conduzido a pesquisa, dois principais
pesquisadores precursores da teoria são McCombs e Shaw. "[...] um tipo de efeito
social da mídia. É a hipótese segundo a qual a mídia, pela seleção, disposição e
incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público falará
e discutirá" (BARROS FILHO, 2001, p. 169). Após vários séculos de estudos,
verificou-se que a partir das noticias lançadas o público cria uma agenda, e durante
um período de tempo (dias, semana ou meses) essas informações serão discutidas,
assim, a organização e a seleção dos assuntos passam a ser de suma importância
no cotidiano dos jornalistas.
37



4       RELATO DE PRODUÇÃO


4.1     PRÉ-PRODUÇÃO


         Em primeiro lugar, optou-se por realizar pesquisa de apuração das
expectativas dos usuários do transporte. Os tipos de pesquisa escolhidos foram
quantitativa, descritiva e exploratória com perguntas fechadas de maneira a formar o
perfil dos entrevistados. Assim a análise ganha em riqueza e deixa compreensível o
porquê da opinião do entrevistado em ter optado por determinadas escolhas.
        Pensamos em afixar mensalmente um total de dez informativos no interior de
cada dos ônibus que faz o trajeto da Linha do Cidadão na cidade. Com texto curto,
linguagem simples e direta, o foco é sócio educativo. A intenção é levar informações
que muitas vezes as pessoas desconhecem, unindo cultura literária e prestação de
serviço. O público alvo são os passageiros do ônibus, 212 Linha do Cidadão I, 213
Linha do Cidadão II e 214 Linha do Cidadão III, que não dispõe de tempo ou
condições financeiras para assistir televisão, ler revistas ou jornais, ouvir rádios ou
mesmo acessar à internet.




                                               15
Figura 4 – Mapa do Sistema Viário Estrutural        de Blumenau (SC, 2005)


15
  Disponível em:
<http://www.blumenau.sc.gov.br/novo/site/imagens/conteudo/Image/sistema_viario_estrutural.jpg> Acesso em:
29 mai.2009
38



        O mapa do sistema viário dimensiona a ligação entre terminais de ônibus
urbanos em que as três linhas do transporte coletivo Linha do Cidadão atuam na
região, proporcionando ao leitor a compreensão do trajeto percorrido diariamente.
        Em relação a coleta de dados, ela foi realizada entre os dias 27 (vinte e sete)
e 28 (vinte e oito) do mês de abril de 2009 no Terminal de Ônibus Urbano do Aterro
das 8 (oito) horas da manhã ao meio dia, local por onde passam as três linhas de
ônibus Linha do Cidadão. Segundo informações do SETERB16 no Terminal do Aterro
circulam todos os dias aproximadamente 50 mil passageiros, um total de 3 milhões
de usuários por mês17. O instrumento utilizado na pesquisa foi o questionário com
perguntas fechadas, claras e objetivas. O intuito é reunir o maior número de pessoas
para formar um perfil geral dos usuários de ônibus das determinadas linhas de
ônibus. Tendo em vista o interesse de selecionar os usuários de ônibus do período
matutino, partindo do pressuposto de que pela manhã as pessoas estão mais
calmas e dispostas a ouvir. Foram abordadas aproximadamente 95 pessoas,
dessas, apenas 83 pessoas se prontificaram a responder os questionamentos
(Apêndice A).
        Em relação ao questionário, ainda é a melhor maneira de se obter as
informações de modo mais seguro, rápido e sem custo elevado, já que o contato é
direto entre entrevistado e pesquisador. (SILVA apud DIAS, 2008, p.49).
        O questionário aplicado teve seis perguntas, com interesse em mapear a
quantidade de pessoas interessadas em ler um informativo dentro do ônibus,
perguntas como idade, sexo, se possuem hábito de ler e quanto tempo por dia
utilizam o meio de transporte coletivo, fizeram com que tivéssemos a certeza da
opinião para que pudéssemos montar um perfil dos usuários do transporte coletivo.
        Os dados recolhidos foram tabulados em forma de gráficos, deixando claro o
interesse dos usuários do transporte coletivo. Segundo Moreira (2002), a
flexibilidade de questionar detalhes, o poder de explicar e mesmo apresentar mapas,
ou fotos, facilitam no entendimento do entrevistado com o entrevistador em casos de
letramento baixo dos pesquisados. O que colabora para o resultado final da
pesquisa.

16
  Disponível em: <http://www.seterb.sc.gov.br/indexb.php?area=ler_noticia&id=1441> Acesso em: 15
abr.2009.
17
  O valor da passagem do transporte coletivo de Blumenau, SC, em reais é R$ 2,30. O dólar é vendido a U$
2,0090 com variação de -0,30% Fonte: Jornal de Santa Catarina nº 11.605, em 29 mai.2009.
39



      Após a obtenção dos resultados da pesquisa obtivemos os seguintes
resultados:
      A maioria dos usuários da Linha do Cidadão é do sexo feminino com idade
entre 21 e 30 anos de idade, trabalhadores e/ou estudantes e permanecem uma
média diária de 45 minutos por dia dentro do ônibus. A grande maioria tem o hábito
de ler e é o que impulsiona o nosso projeto, quando perguntado sobre os assuntos
que gostariam de ser tratados nesse projeto, a grande maioria optou por ser
informado sobre saúde.
      O primeiro questionamento foi formulado buscando compreender qual o sexo
dos usuários que mais utilizam o transporte coletivo da Linha do Cidadão de
Blumenau,SC, que circula por grande parte dos 23 bairros da cidade. Foram
abordadas 95 pessoas no total, mas somente 83 pessoas responderam os
questionários, sendo assim, o universo da presente pesquisa.




                            39%                                Mulheres
                                            61%                Homens




Gráfico 1 – Utilização por gênero feminino ou masculino do transporte coletivo
   Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)


      A partir da pesquisa obtivemos o resultado, em mais da metade dos usuários
que utilizam o transporte coletivo anteriormente citado, são do sexo feminino. Além
disso, comprovou-se que grande parte dos entrevistados trabalha durante o dia e
estudam a noite.
      O segundo questionamento foi elaborado com intuito de identificar a faixa
etária dos usuários do transporte coletivo Linha do Cidadão;
40




                                                         até 20 anos
                                                         21 a 30 anos
                                 0%        22%           31 a 40 anos
                    29%                                  41 a 50 anos
                                                         acima de 51 anos


                                                   31%
                           18%




Gráfico 2 – Faixa etária dos usuários pesquisados do transporte coletivo Linha
       do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)


      Diante as informações tabuladas e apresentadas no gráfico 2, podemos
perceber que dos 83 entrevistados, 31% como maioria dos usuários do transporte
coletivo tem de 21 a 30 anos de idade. O que representa uma faixa etária baixa
entre adultos.
      No terceiro gráfico buscou-se saber quanto tempo por dia os usuários
permanecem dentro de ônibus. A intenção é medir a quantidade de informações
pelo tempo que o leitor permanece dentro do veículo diariamente.




                          18%                25%
                                                           30 minutos
                                                           45 minutos
                                                           até 1h e 30min
                    25%                                    mais de 2 horas
                                              32%




    Gráfico 3 – Período de utilização diário do transporte coletivo Linha do
        Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)


      A partir das informações apresentadas no gráfico 3, concluímos que o tempo
de permanência dos usuários do transporte coletivo dentro dos ônibus diariamente é
41



relativamente baixo. O que nos induz a produzir publicações curtas e de fácil
compreensão.
      No quarto gráfico, buscou-se saber se os usuários do transporte coletivo tem
o hábito de ler. Considerando que “apenas quando necessário” são locais como,
ambiente de trabalho e ambiente escolar/acadêmico.




                                            41%             Sim
                         34%
                                                            Não

                                                            Apenas quando
                                                            necessário

                                    25%


Gráfico 4 – Hábito de leitura dos usuários pesquisados do transporte coletivo
   Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)


      Conforme as informações do quarto gráfico, podemos considerar que são
poucos os usuários pesquisados que tem o hábito de ler. 41% dos entrevistados têm
sim o habito de ler, em contrapartida 34% lêem quando necessário, são números
muito próximos da porcentagem de usuários que não costuma ler, esses são 25%.


      No quinto e ultimo gráfico, perguntamos quais dos temas apresentados (dicas
de esporte, dicas de cultura, dicas de cinema e informações sobre política) o usuário
teria interesse em ser informado.
42




                                                      Dicas de Esporte

                   15%                  22%           Dicas de Cultura

                                                      Dicas de Saúde

            18%                                 20%   Dicas de Cinema

                              25%                     Política




  Gráfico 5 – Interesse dos usuários sob a nova mídia do transporte coletivo
   Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)



      Com a apresentação do projeto durante a entrevista, para melhor
compreensão, os usuários puderam ter a noção do que vem a ser o Ponto a ponto.
Assim, depois de tabular os dados, ficou comprovado que dos 83 entrevistados, 25%
tem o interesse em ler informações sobre saúde, 22% dicas de esporte, 20% dicas
de cultura, 18% querem receber dicas de cinema e em ultimo lugar com 15%
informações sobre política.
      A partir dessa tabulação compreendemos que além de um material
informativo com dicas de saúde, os entrevistados ainda deixaram explicita a vontade
de receberem informações sobre esporte, o que nos remete a idéia de elaborar um
espaço no cartaz, indicando maneiras de cuidar da saúde como passear em locais
da cidade, correr nos parques, além de dar dicas de como cuidar do corpo sem
freqüentar academia.
43



4.2   PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO


      Em um primeiro momento a idéia do projeto Experimental em Comunicação
era criar um programa televisivo para divulgação no interior dos ônibus da cidade,
porém, a questão financeira não nos garantia suporte suficiente para realizar um
bom trabalho. Por uma questão de viabilidade, optamos por realizar a produção de
um material impresso, que pode ser transportado por qualquer um a qualquer lugar,
independendo de energia elétrica, e outros mecanismos eletrônicos.
      A partir do suporte midiático escolhido, impresso, imaginamos diversos locais
que pudessem servir para divulgar o material. Havíamos cogitado a hipótese de
expor o material nos terminais de ônibus urbanos, porém, o espaço físico que os
terminais possuem dividiria as atenções do material por ficar exposto em um
ambiente muito amplo e que para muitos usuários os terminais, servem apenas
como corredor de circulação para embarcarem em outro ônibus coletivo.
      A idéia de afixar o Ponto a ponto no interior dos ônibus surgiu como forma de
criar a mídia alternativa que acompanhasse as pessoas nas viagens de ônibus pela
cidade de Blumenau,SC. Com logotipia própria e utilizando cores neutras ao longo
do cartaz, o projeto busca unir o arrojo publicitário com a informação de conteúdo
jornalístico. A ferramenta publicitária chama a atenção e o jornalismo prende a
atenção dos usuários do transporte coletivo com informações de utilidade pública.
Uma ação não muito fácil já que cada indivíduo tem interesses diferentes.
      Para criar uma proximidade com os usuários do transporte coletivo, foi
elaborada uma pesquisa para compreender o perfil dos usuários do transporte
coletivo da Linha do Cidadão de Blumenau,SC. Uma forma de delimitar o campo de
ação. A Linha do Cidadão tem todos os veículos adaptados para cadeirantes, o que
deixa mais clara a preocupação da cidade com os deficientes físicos que utilizam o
transporte coletivo blumenauense, assim, o projeto une-se a esse fim.
      Definidos os dias destinados à orientação com o professor Luciano Duque, as
sextas-feiras, serviram para trocar informações que sustentassem a importância
quanto a criação do produto Ponto a ponto. O Contato com os colegas mais
experientes da classe foi imprescindível para obter indicação dos contatos certos, e
encontrá-los em seus postos de trabalho.
44



           O material era enviado semana sim, semana não para que o orientador
avaliasse o material. Primeiro focamos na idéia de elaborar a parte teórica do
projeto, para que então, conseguíssemos apresentar as informações a quem
precisássemos. Dias úteis e finais de semana serviram para que trabalhássemos
com intuito de desenvolver um material de conteúdo à sociedade. Aonde quer que
eu      estivesse,      se    percebesse       alguma   informação   relacionada   ao   projeto,
imediatamente tentava juntas informações para acrescentar no trabalho, de textos
trabalhados em sala de aula até textos de jornais e revistas, ou mesmo, quando
recebia releases de sites sobre saúde. Muitas informações foram retiradas e ou
baseadas com as disponíveis no site do Ministério da Saúde18 e outros sites
especializados em saúde e formas de prevenção de doenças serviram como fonte
de informação. As imagens utilizadas na criação do material foram todas elas
retiradas de sites de livre autoria, o site mais explorado foi o www.scx.hu.
           Através do assessor de comunicação da Secretaria de Saúde, Joni Cesar
Tomazoni, foi possível chegar até as fontes oficiais de maneira a elaborar um
trabalho conciso e de qualidade. Na busca por dados, a Vigilância Epidemiológica do
município foi de fundamental importância para que pudéssemos construir as
informações. A partir de entrevistas realizadas no órgão público, tivemos as idéias a
cerca do visual dos materiais, cores, personagens, tamanhos de fontes e palavras
mais utilizadas. Assim, a teoria esteve mais próxima da prática. Cartazes, panfletos
e informações de anos anteriores foram de suma importância para que pudéssemos
compreender o que acontece na cidade de Blumenau,SC.
           Os assuntos foram selecionados e em conjunto com o professor orientador
foram criadas as publicações. A Vigilância Epidemiológica do município organizou os
dados com as doenças mais comuns no município, o que facilitou na hora de
produzir os cartazes. A busca por informações dos órgãos públicos do município não
foi fácil. A burocracia diante os interesses políticos estavam sempre a nossa frente,
o cuidado em divulgar as informações a todo o momento era fundamental em cada
um dos setores que precisamos realizar contato. Muitas vezes comparecendo in
loco, ou mesmo por telefone, toda informação recolhida nessa árdua e incessante
tornou-se parte do produto. Não foi a primeira vez que como acadêmico encontrei
dificuldades em obter informações/contato com profissionais de órgãos públicos,


18
     Site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br
45



muita burocracia (até certo ponto compreensível) e até em muitos casos a
responsabilidade era passada a diante. Talvez por falta de informação dos próprios
profissionais. Mesmo assim, a assessoria de comunicação fez o seu papel com
muita eficiência, através da equipe que fez a ponte entre acadêmico e o órgão
municipal.
      Em contato direto e posteriormente por e-mail ao acadêmico a Vigilância
Epidemiológica de Blumenau,SC, local responsável por registrar os casos de
doenças e epidemias, através de sua gerente Raquel Cristina Martelli apresentou
dados referentes os anos de 2007 e 2008, assim, tivemos a oportunidade de
compreender um pouco melhor a saúde da população blumenauense.
      A seguir, dispomos um dos arquivos disponibilizados pelo órgão municipal
que nos possibilitou embasamento para nossas publicações:
46



Figura 5: Dados da Vigilância Epidemiológica do Município
               referente ao ano 2008
47
48
49
50
51
52



      Através destas informações conseguimos correr atrás dos objetivos do
projeto. Por uma questão de tempo, algumas informações e esclarecimentos foram
descobertas em sites especializados. Com o desenrolar do projeto percebemos a
falta que esse tipo de veículo informativo faz. O direito de serem esclarecimentos
sobre saúde é direito do cidadão. Assim, podemos comprovar a falta de informação
em livros e informativos. Informações e dicas do site do ministério da saúde foram
essenciais para esclarecimentos rápidos no momento da criação do material
informativo.
      Pelo Projeto Experimental em Comunicação não ter um prazo muito amplo
para a produção e realização das tarefas, viu-se a necessidade de dividir e assim,
organizar as tarefas em os dias da semana e os finais de semana. Ao longo da
semana eram realizadas as produções teóricas do projeto e aos finais de semana
eram produzidos os cartazes, o total de 10 cartazes fez com que consultássemos
sites de especialistas e mesmo os sites do governo federal. As fontes oficiais foram
as mais utilizadas, já que o projeto não traz informação factual, diferente das
informações que eram apresentadas antigamente no jornalismo alternativo, como já
foi apresentado anteriormente.




4.3   PÓS-PRODUÇÃO E FINALIZAÇÃO



      Como já vimos, diante a necessidade de se criar a identidade visual do
veículo informativo, viu-se a necessidade de criar um visual atraente, mas que não
criasse forte impacto aos olhos do leitor. A criação do logo, como os temas
abordados se referem a saúde humana, consideramos que a cor vermelha não
poderia ficar de fora, já que nesse caso representa a vida. As fontes foram
selecionadas buscando um visual sofisticado e com espaçamento que facilitasse a
leitura, as bordas arredondadas dão um ar de descontração, contrapondo com as
temáticas trabalhadas. As cores cinza dão um toque leve à leitura. Os traços acima
do nome dão o sentido de envio de informação que é dever do jornalismo - a
qualquer leitor, pela questão da facilidade e dos temas abordado. Cuidar da saúde
do leitor é interesse do Ponto a ponto.
53



      Ponto a ponto: O nome foi criado pelo fato do veículo ser uma mídia
jornalística divulgada no interior dos ônibus urbanos da cidade de Blumenau,SC, que
traz apenas um único tema em cada publicação. A intenção não é divulgar uma
grande quantidade de informações, mas facilitar e dar qualidade a leitura. Para que
os usuários do transporte coletivo sintam-se esclarecidos sobre informações
relacionadas à saúde. (Apêndice B)
O logotipo:




      O logotipo foi criado com fontes arredondas que inspiram tranqüilidade e
cores tranqüilas que não saltam aos olhos do leitor, mas que ao mesmo tempo
procuram chamar sua atenção de uma forma mais discreta. O logotipo fica no
rodapé do cartaz para não chamar atenção mais do que o cabeçalho. Assim a parte
superior ganha maior destaque. Um item no canto superior do logo chama a atenção
para a emissão de informação que está disposta no cartaz, assim, seria como se o
logo estivesse emitindo as informações que serão lidas.
      No início do projeto foi estabelecida uma quantidade de 30 cartazes a serem
produzidos, porém, viu-se que não havia necessidade de tanto para o projeto,
entendemos que informações não faltam para esse tipo de prática, porém o curto
período de tempo aliado a idéia de que é apenas um projeto, fez com que baixásse-
mos para 10 o número de cartazes. Dessa maneira, os orçamentos já haviam sido
produzidos com base nos números iniciais, 30 cartazes.
      Foram realizados três orçamentos com gráficas e editoras da cidade de
Blumenau,SC. Destas, a que apresentou o valor mais baixo e resolveu apoiar o
projeto reduzindo custos foi a empresa Copylaser Copiadora Ltda. Sem resposta
formal, os valores foram acertados da seguinte maneira. O custo normal de cada
impressão é de R$ 2,50 (dois reais e cinqüenta centavos) A3 colorido em papel
couchê. O desconto obtido foi de R$ 0,50 (cinqüenta centavos) por impressão, o que
representa R$ 15,00 (quinze reais) a menos, assim teríamos que arcar com R$
60,00 (sessenta reais). Das outras duas gráficas conseguimos o orçamento formal:
Enquanto a segunda gráfica orçou o valor de R$ 85,50 (oitenta e cinco reais) e a
terceira gráfica R$ 110,00 (cento e dez reais). (Apêndice C)
54



      Após a diminuição da quantidade de cartazes a serem impressos, resolvemos
voltar atrás e não pedir o desconto para a gráfica até porque conquistamos o
incentivo de uma empresa patrocinadora (Apêndice D – empresa 2) de custos de
impressão dos 10 cartazes. Mas, mesmo sem o desconto da gráfica resolvemos
exibir o logo da mesma, por uma questão ética.
      Ao longo do projeto fomos buscando parceiros para mostrar ao que o
interesse do Ponto a ponto também é dividido com as principais empresas da
cidade. Desconsiderando os inúmeros “não” que já esperávamos por se tratar de um
projeto acadêmico que num primeiro momento traz retorno/lucro através do
investimento. Muitos não aceitaram em apoiar o projeto, mas os que aceitaram,
colaboraram com a cultura e o bem estar social do público leitor, e demonstraram
principalmente a preocupação que têm com a cidadania. (Apêndice D)
      No dia 2 de junho visitamos uma das maiores contabilidades da cidade de
Blumenau,SC, e após muita correria na busca por apoio das empresas da região,
em fim conseguimos um reconhecimento. A Escopo Contabilidade foi quem aceitou
realizar a parceria, patrocinando o projeto acadêmico, tendo consciência da
importância do projeto à sociedade. Sem exigir a publicidade em troca, o Diretor da
empresa de serviços contábeis, Oto Tomelin, percebe a importância que tal projeto
tem na vida das pessoas. Dias depois, encaminhamos o projeto por e-mail com
intuito de deixar arquivado e termos os documentos oficiais.
      Depois de reunir capital para realizar o projeto fomos ao SETERB para
receber o aval do órgão que gerencia o transito na cidade de Blumenau,SC, com
intuito de ter autorização para publicação nos ônibus da cidade.
      Em contato pessoalmente com o diretor-presidente do SETERB no dia 3 de
junho de 2009, em sua sala de reuniões, Rudolf Clebsch explicou que essa liberação
deveria partir da Secretaria de Saúde do Município, já que os cartazes tratam dos
temas que competem a tal autarquia. Diante a aceitação do órgão municipal da
saúde, não teria qualquer problema em veicular as informações gratuitamente, já
que o projeto é de cunho social. Rudolf, firmou ainda que atualmente três empresas
disputam na justiça há quase 1 ano e meio o direito de explorar esse nicho de
mercado de informativo. Rudolf lamenta que o sistema de informação dentro dos
coletivos ainda não é fato consumado na cidade, já que, tanto usuário do transporte
coletivo perde e os investidores também.
55



REFERÊNCIAS

ABIAHY, Ana Carolina de Araújo. O jornalismo especializado na sociedade da
Informação. (Coord).Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, Universidade
Federal da Paraíba. Paraíba, 2000.


ABRAMO, P. Padrões de Manipulação na Grande Imprensa. São Paulo: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2003.


BARROS FILHO, Clóvis de. Ética na Comunicação: da informação ao receptor.
São Paulo: Moderna, 2001.


BRASIL. Código de Ética Jornalista (2009). Código de Ética dos Jornalistas
Brasileiros. Vitoria, ES: Fenaj, 2007.


BUCCHNIIO, Xenya de Aguiar. VERSUS E A RESISTÊNCIA CULTURAL LATINO-
AMERICANA. 2º ULEPICC - Encontro união latina de economia política da
informação, da comunicação e da cultura. Bauru: 2008.


CAMBESES, Vosnier. Uma breve história dos cartazes. 2001. Disponível em:
<www.lumiarte.com/luardeoutono/lo_radios/cartazes.rtf> Acesso em: 22 mar.2009.


CAPA. Jornal de Santa Catarina, Rio de Janeiro, 29 set.1971. Caderno Geral, p.01


CONTRERA, Malena Segura. Jornalismo e realidade: a crise de representação
do real e a construção simbólica da realidade. São Paulo: Arte & Ciência, 2004


COSTA, Lailton. Teoria e Prática dos Gêneros Jornalísticos. 2008. Dissertação.
Pós-Graduação em Comunicação Social, UMESP – Universidade Metodista de São
Paulo, São Paulo, 2008.


COVISA – Coordenação de Vigilância em Saúde. Peças Gráficas de
Comunicação.            São         Paulo,        SP:          Disponível       em:
<http://www6.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/vigilancia_saude/publicacao_cov
isa/0003> Acesso em: 09 mai.2009.


FERRARI, Pollyana. Jornalismo Digital. São Paulo: Contexto, 2004.
56



FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Eletrônico. S.l.,
Editora Nova Fronteira. v3.0, 1999.


GÓES, Laércio Torres de. (Coord). Características do Jornalismo Alternativo dos
Movimentos Sociais na Web. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e
Cultura    Contemporânea       da     UFBA.     Bahia.   2008.    Disponível  em:
<http://www.uff.br/ciberlegenda/artigolaerciogoes.pdf> Acesso em 13 mai.2009.


GRADIM, Anabela. Manual de Jornalismo Livro de Estilo do Urbi Et Orbi.
Universidade da Beira Interior. Disponível em <www.bocc.ubi.pt/pag/gradim-anabela-
manual-jornalismo-6.html> Acesso em 14 abr.2009.


HALL, Stuart. “A produção social das notícias” in TRAQUINA, Nelson (org.)
Jornalismo: questões, teorias e estórias. Lisboa: Veja, 1993.


HOELTZ, Mirela. DESIGN GRÁFICO - DOS ESPELHOS ÀS JANELAS DE PAPEL.
2001. Disponível em: <http://bocc.ubi.pt/pag/hoeltz-mirela-design-grafico.html>
Acesso em: 20 mar.2009.


KUNCZIK, Michael. Conceitos de Jornalismo: Norte e Sul: Manual de
Comunicação; tradução Rafael Varela Jr. 2. ed. São Paulo: Editora Universidade de
São Paulo, 2002


MARQUES DE MELO, José. Jornalismo Opinativo: gêneros opinativos no
jornalismo brasileiro. 3ª ed. Campos do Jordão: Mantiqueira, 2003.


MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomelógico na pesquisa. Publicado por
Cengage          Learning      Editores,   2002.       Disponível       em:
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BR#PPA38,M1> Acesso em: 11 mar.2009.


PACCOLA, Carina. (Coord). GT História do Jornalismo. Dissertação de Mestrado.
Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
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http://www.redealcar.jornalismo.ufsc.br/cd/grupos%20de%20trabalho%20de%20hist
oria%20da%20midia/historia%20dos%20jornalismo/trabalhos_selecionados/carina_p
accola.doc > Acesso em: 17 jun.2009


SANTOS, Marielle Sandalovski. (Coord). Design de notícias: uma questão
holística. Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP/PR)
2005, Tuiuti, 2005.
57



SEABRA, Roberto. Dois séculos de imprensa no Brasil. in Imprensa e Poder.
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SILVA, Gislene. Para pensar critérios de noticiabilidade. Salvador: II SBPJor,
2004. Disponível em: <http://posjor.ufsc.br/public/docs/141.pdf> Acesso em: 29
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SILVA, Mircea Adriana da. (Coord). Proposta de um jornal de mesa para os
freqüentadores da praça de alimentação do Shopping Neumarkt. Curso de
Jornalismo IBES Sociesc 2008. Blumenau, 2008.


SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. 4.ed. s.l.: Mauad, 1999
Disponível                                                                  em:
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BR&source=gbs_summary_r&cad=0>: Acesso em: 4 jun.2009.


SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de Jornalismo Impresso. Porto: 2001.Disponível
em:        <http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-elementos-de-jornalismo-
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TEIXEIRA, Felipe Colvara; et al. O processo de desenvolvimento de uma
identidade visual. UNIASSELVI – Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Indaial.
s.d.


TRAQUINA, Nelson. O estudo do jornalismo no século XX. São Leopoldo:
Uninsinos, 2001.


TRAVANCAS, Isabel. O mundo dos jornalistas. São Paulo: Summus, 1992.
58



  Apêndice A – Questionário aplicado aos usuários do transporte
                      coletivo pesquisado




PROJETO EXPERIMENTAL DE COMUNICAÇÃO:
PONTO A PONTO- Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de
Blumenau/SC
PROFESSOR ORIENTADOR: Luciano Alessandro Duque
ACADÊMICO: João Vitor Korc Gonçalves
CURSO: COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
DATA: Fevereiro a Junho de 2009

QUESTIONÁRIO DE CAMPO:
APLICADO AOS USUÁRIOS DE ÔNIBUS DA LINHA DO CIDADÃO DE BLUMENAU/SC

  1. ( ) Homem ( ) Mulher

  2. Profissão: ________________________________________________

  3. Qual sua idade?

  ( ) até 20 anos        ( ) 41 a 50 anos
  ( ) 21 a 30 anos       ( ) acima de 51 anos
  ( ) 31 a 40 anos

  4. Quanto tempo em média, você permanece dentro do ônibus diariamente.

  ( ) 30 minutos         ( ) até 1h e 30min
  ( ) 45 minutos         ( ) mais de 2 hora

  5. Você tem o hábito de ler?

  ( ) Sim
  ( ) Não
  ( ) apenas quando necessário (escola, trabalho etc..)

  6. Se existisse um veículo de informação (jornal) MENSAL afixado dentro
     do ônibus, quais os temas que o interessariam? (até 3 itens)

  ( ) Dicas de Esporte                ( ) Dicas de Cinema
  ( ) Dicas de Cultura                ( ) Política
  ( ) Dicas de Saúde


                                                                   Obrigado.
59



Apêndice B – Cartaz Ponto a ponto saúde
60



      A cor utilizada no fundo foi escolhida com intuito de relaxar os olhos do leitor,
por ser uma cor suave que se dissolve na direção do meio do cartaz. Desta maneira,
dispomos no leiaute cores mais vivas para ressaltar as informações ao longo do
cartaz. A identidade visual fica a cargo do cabeçalho e do rodapé do veículo
informativo, assim, tivemos liberdade de criar diferentes posições de leiaute para
divulgar as informações. Sendo assim, não é necessário seguir um padrão de
quadros ou espaços a serem preenchidos no cartaz, já que os flancos do cartaz
resguardam a identidade do veículo.
      Para facilitar a leitura, as informações foram divididas por tópicos, com intuito
de facilitar compreensão do leitor menos esclarecido. Assim, o leitor pode facilmente
visualizar a informação que busca de forma, direta e organizada, que será lida da
seguinte maneira: O que é a doença; quais os sintomas; principais causas; formas
de tratamento; pessoas mais atingidas pelas doenças; como se prevenir.
      Os tópicos são baseados nos métodos de informação dos cartazes do
Ministério da Saúde brasileira, órgão responsável por realizar campanhas de
tratamento e conscientização social do nosso país.
      Verde e o vermelho foram cores bastante utilizadas por se tratarem de cores
que remetem a vida. O verde com remete o leitor à pensar em natureza, qualidade
de vida, que por sua vez remete á saúde. Entre as tantas idéias, fazer com que o
leitor encare a natureza como sua “parceira” é um dos princípios do Ponto a ponto.
      As cores vermelhas foram dispostas a dar destaque ao cartaz, junto com o
estetoscópio e com as cruzes vermelhas que dão o sentido de oferecer cuidados à
saúde por parte do projeto. Deixemos claro que a idéia é trabalhar com informações
simples, até mesmo traduzindo a linguagem técnica dos especialistas de forma a
auxiliar na compreensão das idéias.
61



              Apêndice C – Orçamento dos materiais




Orçamento 2
62




Orçamento 3
63



            Apêndice D – Busca por Empresas Apoiadoras




Empresa 1
64




Empresa 2
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  • 1. JOÃO VITOR KORC GONÇALVES PONTO A PONTO: Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de Blumenau/SC BLUMENAU - SC 2009
  • 2. 1 INSTITUTO BLUMENAUENSE DE ENSINO SUPERIOR IBES SOCIESC CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO PROJETO: PRÁTICA EDITORIAL IMPRESSA JOÃO VITOR KORC GONÇALVES PONTO A PONTO: Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de Blumenau/SC Disciplina: Projeto Experimental em Comunicação Coordenadora do Projeto Experimental – Habilitação Jornalismo: Ofélia Torres Morales, Dra. Linha de Pesquisa: Novas Mídias Professor Orientador: Luciano Alessandro Duque, Ms BLUMENAU - SC 2009
  • 3. 2 JOÃO VITOR KORC GONÇALVES PONTO A PONTO Projeto Experimental em Comunicação aprovado para a conclusão da matéria Projeto Experimental em Comunicação, do sétimo semestre do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo – IBES SOCIESC, pela banca examinadora com nota: ______ (____________________) ______________________________________________________________ Presidente: Prof. Luciano Alessandro Duque (Orientador) ______________________________________________________________ Membro: Profa. Ofélia Torres Morales ______________________________________________________________ Membro: Ass. de Com. Sec. de Saúde de Blumenau: Joni Cesar Tomazoni _______________________________________________________________ Coord. do Projeto Experimental em Comunicação: Profa.Ofélia Torres Morales Blumenau,SC, 22 de junho de 2009
  • 4. 3 Primeiramente dedico este trabalho à minha mãe Maria Darci Korc por realizar um papel de fundamental importância na minha vida. Por exercer o papel de pai e mãe, e ter me educado da forma que educou. Dedico também a duas pessoas imprescindíveis na escolha do projeto, Mirella Sabrina Gonçalves e Ofélia Elisa Torres Morales. E a todos que acreditaram e me apoiaram para que mais este objetivo fosse alcançado.
  • 5. 4 Agradeço a minha família pela compreensão e paciência quando mais precisei ao longo do curso até a conclusão. A minha mãe Maria Darci Korc, que sempre se dispôs a me ajudar, e principalmente pelo incentivo dado. As famílias Casani e Rublesck, por me ajudar no momento em que mais precisei, acreditando no meu potencial. A todos os meus amigos e colegas de trabalho que de alguma maneira participaram desta conquista. Agradeço também o meu professor e orientador Luciano Alessandro Duque que dispôs de muita paciência e competência, para comigo alcançar os méritos deste projeto.
  • 6. 5 “toda a pedra no caminho você pode retirar; se uma flor tem espinhos, você pode se arranhar; se o bem o mal existem, você pode escolher, é preciso saber viver…” Roberto e Erasmo Carlos
  • 7. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Cartaz da Campanha de Vacinação contra a Gripe................................. 20 Figura 2: Cartaz da Campanha de Vacinação contra Rubéola e Sarampo............ 20 Figura 3: Jornal de Santa Catarina 1971................................................................. 23 Figura 4: Mapa do Sistema Viário Estrutural........................................................... 37 Figura 5: Dados da Vigilância Epidemiológica do Município ano 2008................... 46
  • 8. 7 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Elencos de Valores-notícias................................................................... 33
  • 9. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 11 1.1 JUSTIFICATIVA........................................................................................... 12 2 OBJETIVOS................................................................................................. 15 2.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................... 15 2.1.2 Objetivos Específicos................................................................................... 15 3 JORNALISMO E PUBLICIDADE: CAMINHOS EM COMUM..................... 16 3.1 HISTÓRIA DO JORNALISMO IMPRESSO.................................................. 16 3.2 O CARTAZ COMO FERRAMENTA JORNALÍSTICA.................................. 18 3.2.1 O Cartaz como Instrumento de Conscientização Social.............................. 19 3.2.2 Identidade Visual no Jornalismo Impresso.................................................. 21 3.3 JORNALISMO ESPECIALIZADO................................................................ 25 3.4 A INFLUÊNCIA DO JORNALISMO NA SOCIEDADE.................................. 28 3.4.1 Gêneros Jornalísticos.................................................................................. 32 3.4.2 Critérios de Noticiabilidade.......................................................................... 33 4 RELATO DE PRODUÇÃO........................................................................... 37 4.1 PRÉ-PRODUÇÃO........................................................................................ 37 4.2 PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO..................................................................... 43 4.3 PÓS-PRODUÇÃO E FINALIZAÇÃO............................................................ 52 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 55 APÊNDICE A – Questionário................................................................................ 58 APÊNDICE B – Cartaz Ponto a ponto saúde....................................................... 59 APENDICE C – Orçamento dos Materiais........................................................... 61 APÊNDICE D – Busca por Empresas Apoiadoras.............................................. 63 APÊNDICE E – Dez Cartazes Ponto a ponto – Produto Final............................ 65
  • 10. 9 RESUMO Apesar de vivermos em um país bem servido por bons escritores, ótimos poetas e exímios músicos, a cultura literária costuma ser hábito de poucos. Falta de tempo ou acessibilidade financeira, sabe-se que esse lado cultural pode ser mais bem explorado. E é assim nesse aspecto que o presente trabalho busca se apoiar, indo ao encontro do público, acompanhando-os aonde forem. A idéia de criar um informativo e divulgá-lo dentro de ônibus urbanos da cidade de Blumenau/SC é uma maneira de incitar o público à leitura. Quando pensarem que não há nada para fazer naquele momento, verão, que aquele momento é propício a se dedicarem à leitura. As publicações serão baseadas em informações divulgadas pela mídia regional impressa. Dicas sobre saúde trarão esclarecimentos aos usuários do transporte coletivo da cidade. Palavras Chave: cultura literária; jornalismo especializado; saúde, cultura, transporte público.
  • 11. 10 ABSTRACT In spite of we live in a country well served by good writers, great poets and eminent musicians, the literary culture used to be habit of a few ones. We know that that cultural particularity can be better explored, notwithstanding the lack of time or financial accessibility. And that is what the present work tries to sustain, to go where the people are, accompanying them where they go. The intention of to create an informative and to publish it inside of bus from Blumenau city, in Santa Catarina state, it's a way to stimulate the public to the reading. When they think there is nothing to do in that moment, they will perceive, that moment is favorable to the reading if they dedicate themselves to do it. The publication will be based on information published by regional printed medias. Tips about health will bring explanations for users of public transport from Blumenau. Keywords: literary culture; specialized journalism; health, culture, public transport.
  • 12. 11 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho, intitulado de Ponto a ponto, busca formas alternativas para divulgar o jornalismo impresso na cidade de Blumenau,SC. Na busca por um nicho de mercado inovador, surgiu a idéia de um informativo em que as pessoas tenham acesso durante o trajeto de ônibus pela cidade blumenauense. A necessidade de manter a constante rotatividade das informações faz com que os meios de comunicação se adaptem às necessidades de quem os acompanha. Explorar locais antes inimagináveis é uma alternativa que os meios de comunicação deste século estão se atendo, buscando seu público onde quer que ele esteja. Por falta de tempo ou condição financeira, as pessoas deixam de buscar informações relevantes e acabam trocando-as por informações fúteis e/ou mais fáceis de serem compreendidas. E é explorando o aspecto falta de tempo e simplicidade das informações, porém, com conteúdo, que o presente projeto cria o Ponto a ponto. O jornalismo impresso ainda tem a vantagem de ser levado para qualquer lugar e a qualquer hora. Esse é o principal motivo que nos impulsiona a criar um material inovador. Utilizando ferramentas publicitárias como o cartaz, o Ponto a ponto vem com a força que muitos meios de comunicação não têm. Segundo Mirela Hoeltz1 (2001) “dificilmente olhamos um jornal sem ler as palavras. Mas se não conhecemos a língua, é a única possibilidade. Se não lemos palavras, uma folha de papel ou jornal, transforma-se em espaço ocupado por tinta”. E é assim que jornalismo e publicidade trabalham juntos, atraindo a atenção e informando. As imagens e a construção do texto chamam a atenção e, então, fica a caráter do conteúdo da informação entreter para que leitor acompanhe o texto até o final. A intenção é trabalhar um texto curto e fácil de ser compreendido e, ao mesmo tempo, apresentar informações relevantes à vida dos passageiros. Tendo em vista a importância dos temas, o Ponto a ponto busca apoio nas informações divulgadas em mídias regionais impressas de Blumenau,SC no período de janeiro a junho de 2009, além dos dados da Vigilância Epidemiológica do município para criar suas matérias. 1 Professora de Editoração Eletrônica na Universidade de Santa Cruz do Sul e mestranda em Comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
  • 13. 12 1.1 JUSTIFICATIVA Em pleno século XXI, a informação deixou de ser opcional na vida das pessoas, passou a fazer parte da vida delas. Pode ser uma história, uma notícia, um recado ou mesmo um esclarecimento, o fato é que estar bem informado é necessário para a vida social do ser humano. Hoje, um atentado terrorista que acontece nos Estados Unidos deixa reflexos irreversíveis no mundo todo, onde quer que um Osama Bin Laden esteja, existirá um temor, o que não ocorreria se não fossem os meios de comunicação: em segundos o mundo já descobria o responsável pelos atentados de 11 de setembro de 20012 às torres gêmeas. Esse é apenas um exemplo prático para exemplificar a comunicação social. Hoje as mídias digitais têm maior capacidade de estar em qualquer lugar do mundo divulgando informações, ainda assim, dependem de suportes midiáticos como computador portátil e uma conexão de rede wireless ou cabo para trocar dados com a internet. Além das adaptações que a mídia digital necessita para divulgar informações, o que por muitas vezes prejudica a disseminação das informações é a quantidade com que elas surgem e as formas de divulgá-las. Ainda na internet, a industrialização das informações pode comprometer o raciocínio do público. Segundo Ferrari (2004, p.18) os leitores digitais se comportam da seguinte maneira, “dão uma olhada nas manchetes, lêem o horóscopo, entram em alguma área que chamou a atenção na home page3 e assim sucessivamente. A informação é absorvida sem grande comprometimento com a realidade”. E é com base em informações que possam auxiliar a vida das pessoas que o Ponto a ponto tem o interesse de levar informação para dentro dos ônibus da cidade de Blumenau,SC. Tomando como referência o trabalho de comunicação integrada realizado pela TV MINUTO do estado de São Paulo. Em entrevista cedida via e-mail ao pesquisador em 20 de março de 2009, a gerente de marketing Claudia Silva, apresentou o trabalho realizado. Em São Paulo existem mais de 5.200 monitores (LCD) espalhados pelos vagões dos metrôs da maior capital da América Latina. Com programação própria a TV MINUTO leva notícias nacionais e internacionais 2 De conhecimento público através da mídia jornalística mundial. 3 Rigorosamente, uma home page é a página de entrada de um Web site, mas o termo pode ser usado também para indicar a página principal de uma determinada seção. Disponível em <http://www.hospedenet.com.br/info/Home_page.html> Acesso em 09 mai.2009.
  • 14. 13 sobre os mais variados temas; esporte, turismo, ecologia, cinema, horóscopo, bastidores da TV, indicadores econômicos, trânsito, tempo e temperatura, tecnologia, saúde, serviços (empregos, estágios, provas de vestibular) e vários informativos referentes ao metrô. O intuito do Ponto a ponto é mostrar que a partir de uma técnica publicitária é possível criar uma inovadora forma de informar jornalisticamente um público selecionado. Os meios de comunicação ainda não percebem esse nicho de mercado social que tende a se expandir a partir do primeiro projeto posto em prática. O ambiente de transporte coletivo é um local que concentra o maior número de pessoas por metro quadrado. Durante o trajeto casa/trabalho as pessoas ficam ociosas, já que segurar um livro é praticamente impossível para quem viaja de pé. Com base em dados estatísticos divulgados pela Vigilância Epidemiológica do município de Blumenau,SC, o intuito é publicar informações que auxiliem no cotidiano das pessoas, com dicas de saúde que previnam e tratem doenças, que ajudem no tratamento de infecções, e que possam de alguma maneira acrescer o conhecimento dos leitores. Dados do Serviço Autônomo Municipal de Trânsito e Transportes de Blumenau – SETERB4 (2009) mostram que mais de 830 passageiros circulam diariamente nos três ônibus da Linha do Cidadão que transporta na maioria, mulheres de 21 a 30 anos de idade, trabalhadores e estudantes que utilizam as linhas em uma média diária de 45 minutos por dia, momento em que os passageiros poderiam se informar de alguma maneira. A correria diária faz com que muitas pessoas não tenham disponibilidade financeira ou de tempo para se informar. Atualmente não existe nenhum outro projeto de informação destinado aos usuários do transporte coletivo da cidade. Este é um projeto que mais tarde pode ser apresentado à prefeitura municipal de Blumenau e a Fundação Cultural da cidade e tende a mudar o conceito de transporte coletivo na cidade. Além de transportar os passageiros a cidade demonstra que tem grande preocupação sócio-cultural com os usuários do transporte coletivo. A questão problema que orientará a pesquisa desse Projeto Experimental em Comunicação se preocupa em investigar informações de cunho sócio-cultural de 4 Em entrevista ao pesquisador via e-mail em 23 de março de 2009. Pela Gerência de Programação Operacional, Joselaine Malburg.
  • 15. 14 maneira a compreender se o público teria interesse em ter um veículo informativo dentro dos ônibus do transporte coletivo e qual o interesse desse público em relação as informações veiculadas a partir dessa mídia. Além de saber se os passageiros do transporte coletivo na cidade de Blumenau,SC não possuem qualquer outro mecanismo de informação ou ocupação durante as viagens. A faixa etária dos passageiros interessados nos assuntos abordados será adulta por ser uma linha de transporte coletivo que transita pela grande maioria dos bairros da cidade.
  • 16. 15 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Desenvolver um veículo informativo jornalístico dentro dos meios de transporte coletivo de Blumenau, SC, visando a disseminação de informações relevantes para o público-alvo. 2.1.2 Objetivos Específicos 1) Criar material jornalístico para divulgação nos ônibus coletivos em Blumenau,SC; 2) Identificar o perfil do usuário de ônibus da Linha do Cidadão na cidade de Blumenau, SC; 3) Verificar se há interesse a informação dos passageiros; 4) Descobrir qual o interesse dos passageiros em ser informados através dessa mídia.
  • 17. 16 3 JORNALISMO E PUBLICIDADE: CAMINHOS EM COMUM 3.1 HISTÓRIA DO JORNALISMO IMPRESSO Não é de hoje que o homem busca maneiras de manter-se informado, seja na transmissão de aspectos culturais, histórias ou novidades, cada qual com sua importância. Segundo Sousa (2001), na Grécia antiga Julio Cesar que escreveu a crônica da Guerra das Gálias seguiu o exemplo de Tucídides, quase antecedendo alguns formatos jornalísticos. Na Roma antiga Actas Diurnas eram usadas para divulgar informações de interesse do Senado Romano e os procedimentos judiciais. Com o passar dos anos as Actas passaram a ser usadas para informar a corte sobre os combates de gladiadores, actos públicos da família imperial. Ainda segundo o autor, já na idade média, o meio de comunicação se tornava mais importante e as informações eram escritas com penas, por cronistas, somente para os nobres, eclesiásticos e outras personalidades importantes. Segundo Sousa (2001, p.19) foi entre os anos de 1430 e 1440 com as criações de Gutenberg que as histórias e as novidades puderam ser divulgadas a um número maior de pessoas. Ele criou o aparelho responsável pela criação dos caracteres a partir do metal fundido. Assim se tornava muito mais fácil criar cópias dos informativos. Não podemos afirmar com certeza qual o primeiro jornal impresso, já que alguns autores consideram jornais diários aqueles que são publicados três ou quatro dias seguidos. O jornal inglês Daily Courant criado por Elizabeth Mallet em 1702, foi o primeiro a ser publicado todos os dias, sem contar domingo. Era uma folha de papel que mudou os conceitos de apresentar notícias, segundo Sousa (2001, p.20) o jornal além de mostrar rapidamente as informações que as pessoas buscavam, contribuiu com o conceito de atualidade. A partir de 1812, com a invenção da rotativa por Koning, a indústria gráfica ganhou tempo, o elevado número de cópias fez diminuir os custos na produção. Em 1820 com o final das revoluções Gloriosa Inglesa, Americanas e Francesa “marcou- se o início da liberdade de expressão que impulsionou a criação de jornais ocidente” (SOUSA, 2001, p.20). Ainda segundo o autor, o português Diário de Noticiais surgido em 1865 em Lisboa, “rompeu a tradição da imprensa opinativa ou partidária”. Chamada também
  • 18. 17 de imprensa de partido (party press). A partir daí, a imprensa portuguesa começou a conduzir os jornalistas à profissionalização. Assim, por volta dos anos trinta do século XIX começam a aparecer nos Estados Unidos alguns jornais menos opinativos e mais factuais e noticiosos, opção que em Portugal encontrará eco no Diário de Notícias, cerca de trinta anos depois. As notícias deixam de se circunscrever ao mundo da política, da economia e da guerra e tornam-se dominantes, substituindo os artigos. A linguagem é direccionada para um público vasto e pouco conhecedor da língua, até porque os Estados Unidos eram um país de imigrantes. (SOUSA, 2001, p.21). A partir disso, pode-se perceber que já em 1865 o jornalismo português se preparava para disseminar a informação de forma mais simples, com linguagem diferenciada. Já que seu interesse não era apenas o de informar políticos ou pessoas da alta classe, o que diferenciava o Diário de Notícias. No jornalismo Estado Unidense esse estilo de fazer jornalismo se encaixa perfeitamente por ser um país que muitos imigrantes. O pioneiro foi o The New York Sun, dirigido por Benjamin Day, que reduziu as notícias sobre política e a dimensão dos artigos de fundo para publicar crónicas sobre assuntos de interesse humano (os bêbados, os ladrões, as pessoas comuns que expunham os seus problemas na polícia, etc.) (ERBOLATO apud SOUSA, 2001, p.22). Assim, percebemos a importância do profissional jornalista na elaboração do material que será veiculado às centenas de pessoas que por muitas vezes buscam informações comuns, presentes no cotidiano.
  • 19. 18 3.2 O CARTAZ COMO FERRAMENTA JORNALÍSTICA Surgido na metade do século XIX, a origem do cartaz5 está ligada ao desenvolvimento da opinião pública e a invenção da imprensa. A forma publicitária nele é imposta pela preocupação estética particular, ou seja, imagens que chamam a atenção e textos curtos que identifiquem o produto a ser comercializado. Assim, são três os resultados conseguidos com a publicação de um cartaz bem produzido: reter o olhar, rápida compreensão e rápida persuasão, utilizando processos que abusam das cores, luzes, formas etc. Triesch (apud CAMBESES6, 2009) define a importância dos cartazes: Cartazes são mensageiros. Cartazes são expressão de cultura. Cartazes deixam marcas. Visíveis e inconfundíveis, como parte de um processo de comunicação, eles dependem do local e data de publicação. Bons cartazes falam uma linguagem internacional. Ainda segundo Triesch (apud CAMBESES, 2009), a partir das funções informativas que um cartaz pode exercer diante os olhos do leitor, nele ficam explicitas quatro funções sociais: informativa, persuasiva, econômica e estética. E é dentro de alguns desses conceitos que o jornalismo se encaixa, assim, torna-se parte do cotidiano das pessoas, a partir de um meio de comunicação publicitário. Sobre a questão Informativa do cartaz, a partir do conceito de informativo que Ferreira (1999) traz, “informar ou noticiar”. Podemos considerar como, levar informações desconhecidas ao público de forma a acrescer o conhecimento particular. Marques de Melo acrescenta sobre o conceito de notícia: “A notícia é um relato integral de um fato que já eclodiu no organismo social”. (MARQUES DE MELO, 2003, p.66). Analisando o conceito de “persuasiva” podemos percebê-lo diante do jornalismo como uma forma de fazer com que o público acredite no que está sendo 5 Disponível em: <www.exames.org/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=585&Itemid=45> Acesso em: 15 abr.2009. 6 Vosnier Cambeses é designer do Departamento de Criação da Alquimiadigital. <vosnier@alquimiadigital.com.br>
  • 20. 19 veiculado. No aspecto publicitário, é a intenção de convencer um determinado público a comprar uma idéia. O aspecto “econômica” do cartaz pode ser considerado como o gasto com a produção, a partir dos materiais utilizados na produção do informativo já pode-se analisar o conteúdo nele divulgado. O conceito de “estética” que o cartaz possui é a parte de produção do cartaz que envolve a diagramação: distribuição de imagens, cores, fontes para criar uma identidade visual, assunto que será abordado mais a diante. 3.2.1 O Cartaz como Instrumento de Conscientização Social Hoje é muito utilizado em campanhas de vacinação, e alertas sobre doenças, é um ótimo meio informar grande número de pessoas, já que através de uma única ferramenta (cartaz), várias pessoas podem se beneficiar, através da informação transmitida. Cartaz: “Anúncio ou aviso de grande formato, próprio para afixação em ambientes amplos ou ao ar livre, e que traz anúncio comercial ou de exposições, espetáculos, etc., em geral com acentuação do aspecto visual, constituindo, às vezes, legítima peça de arte” (FERREIRA, 1999). O dicionário Aurélio define cartaz como sendo um veículo informativo. Diante as técnicas aplicadas nos cartazes pode-se concluir que o cartaz é um veículo de informação publicitária, utilizado para convencer seu público alvo. Assim, podemos entender que o cartaz também pode ser utilizado de maneira a informar determinado público. Em campanhas de conscientização social, a presença de cartazes é de fundamental importância para convencer as pessoas de que determinada ação é primordial para a própria saúde, como por exemplo, tomar uma vacina e assim se imunizar de determinadas doenças. Vejamos alguns exemplos a partir do que Hoeltz (2001) afirma sobre o design gráfico nos veículos informativos:
  • 21. 20 Figura 2 - Vacinação contra gripe (SP, 2008) Figura 1 - Vacinação contra Rubéola e Sarampo (SP, 2008) Analisando os cartazes das campanhas de vacinação da Covisa - Coordenação de Vigilância em Saúde (2008) da cidade de São Paulo, SP, podemos perceber a ação das cores e seus contrastes e a criatividade nos leiautes. O material chama a atenção pelas cores e prende a atenção do leitor pela disposição e o tamanho das letras e imagens. Frases diretas facilitam à compreensão do leitor. ”O designer gráfico, mesmo preso a um diagrama, deve ousar e oferecer ao seu leitor um local de introspecção. Um local onde possam circular suas idéias.” (HOELTZ, 2001, p. 5) Essa autora explica a partir de Lupton e Miller (1996), sobre a importância de o material estar bem organizado: [...] espaçamento e pontuação, bordas e molduras: esses são o território da tipografia e do desenho gráfico, essas artes marginais que tornam legíveis textos e imagens. [...] Design e tipografia operam nos limites da escrita, determinando as formas e estilos das letras, os espaços entre elas, e sua disposição. (LUPTON e MILLER apud HOELTZ, 2001, p.3) A partir desses conceitos podemos concluir que a partir da disposição dos elementos gráficos e letreiros, o material alcançará seu objetivo de informar um determinado público. Já que devem ser levados em consideração fatores como tamanho do ambiente em que o cartaz será exposto e quantidade de informações nele dispostas.
  • 22. 21 3.2.2 Identidade Visual no Jornalismo Impresso Hoje na sociedade empresarial e automatizada, uma imagem “diz” mais que mil palavras, ela informa por si só. O lado estético passou a ser mais visado pelos veículos de informação. Antigamente quando folhávamos jornais era difícil encontrarmos figuras, imagens e letras estilizadas que chamassem tanto nossa atenção. Atualmente a preocupação com o produto vem trazendo consigo a necessidade de manter atualizadas as questões estéticas. Seja em livros, revistas ou até mesmo em jornais, os criadores estão cada vez mais preparados para cuidar do visual do produto que será levado às bancas para comercialização. Logotipos, símbolos, fotos, cores e letras passaram a estar presente na avaliação do público consumidor “hoje, se uma empresa não tem uma boa imagem, não causa uma boa impressão a primeira vista e isso com certeza irá refletir no seu crescimento e na sua valorização no mercado”. (STRUNCK apud TEIXEIRA; et al, s.d.) O principal cuidado dos editores de arte que planejam a arte visual dos veículos de mídia impressa é a identidade do veículo (CARNICEL apud SANTOS, 1999). Com isso, os setores de produção procuram a diferenciação dos concorrentes e buscam criar materiais que chame a atenção nas bancas entre tantos produtos expostos. Pode-se afirmar que esse profissional terá alcançado seu objetivo no momento em que o leitor correr os olhos sobre a página e souber a que publicação ela se refere. Ou seja, no instante em que ele, a partir do design gráfico apresentado, souber identificar o veículo mesmo sem ver o logotipo. (CARNICEL apud SANTOS, 1999) A partir dessa afirmação, podemos concluir que o material resultado da produção do veículo informativo passa a ser a identidade do produto. O próprio nome, a logotipia o design das letras e a disposição das informações ao longo do material, converge para que o material seja reconhecido pelo leitor, mesmo que este não consiga ler o nome/marca do veículo. Dificilmente olhamos para um jornal sem ler o texto. Porém, quando não compreendemos o idioma, a primeira reação é identificar através do visual, a mensagem que as “estranhas” palavras querem expressar. E é através da estrutura visual produzida pelo design gráfico que as informações podem esclarecer ou
  • 23. 22 mesmo confundir a cabeça do leitor. Segundo Silva (apud HOELTZ 2001, p.3) "o discurso gráfico tem como objetivo ordenar nossa percepção. É ele que nos dá o fio da leitura". A partir do que os autores expuseram até então sobre a importância do design da notícia quanto ao visual do jornalismo, tivemos a oportunidade de comparar a teoria e a prática aplicada nos jornais de 1971 pelo Jornal de Santa Catarina, ainda em formato tablóide. A seguir, uma imagem do arquivo central, cedido pelo próprio Jornal de Santa Catarina em junho de 2009:
  • 24. 23 Edilene Freitas Grahl Figura 3 – Jornal de Santa Catarina (SC, 1971)
  • 25. 24 Consultando o arquivo do Jornal de Santa Catarina em Blumenau, SC, tivemos a oportunidade de compreender a importância do que a autora defende. De que forma o Jornal de Santa Catarina aplicava ou não essas teorias. Analisando a imagem podemos perceber como em 1971 o jornal não prezava tanto pelo aspecto visual. Aspectos que deixam essa idéia em evidencia são, a pouca quantidade de caracteres espalhados pela página, os estilos dos caracteres e os grandes espaços que sobram entre as informações. A partir dos conceitos apresentados até agora, percebemos a deficiência em ocupar os espaços em banco, com informações. Ainda nesse aspecto de organização das informações, o design gráfico tem grande responsabilidade no que GRADIM (2009) defende no Manual de Jornalismo Livro de Estilo do Urbi Et Orbi. O jornal deve separar informação de opinião. O Urbi et Orbi também defende a rigorosa separação entre notícias – que se baseiam em factos – e opinião – que se baseia em impressões subjectivas filtradas pela personalidade, crenças e formação cultural de quem analisa os factos. Nas notícias, não se misturam ou imiscuem as opiniões dos redactores. Mas também não se castram jornalistas. Isso será bom na ópera ou no harém, não no jornal. Se o jornalista sentir necessidade imperiosa de dar a sua opinião, poderá fazê-lo num comentário aparte identificado como tal. (GRADIM, 2009) A autora traz à tona a importância e a participação do jornalista na montagem das informações transmitidas à sociedade e defende a idéia de que o jornal deve separar as informações factuais das informações opinativas. Entende-se como parte fundamental do serviço prestado por um jornal o contributo que este presta para a análise dos acontecimentos, o esclarecimento e a formação dos seus leitores. E por isso a opinião não é parente pobre da informação, nem viceversa. São produtos diferentes, que visam objectivos diferentes e possuem igual estatuto e dignidade. (GRADIM, 2009) Gradim (2009) defende também, a idéia de que o jornal pode sim emitir opinião, desde que tenha um espaço que evidencie a opinião do jornalista/veículo. Assim, não compromete os dados da informação, já que informação sem opinião e expressão da opinião tem interesses distintos.
  • 26. 25 Santos7 (2002, p.3), explica a importância do design gráfico na montagem da informação: Design de Notícias passou a designar não só a atividade de dar forma sensível e compreensível à notícia nos meios predominantemente visuais, mas também de pensá-la, planejá-la, assim como a todo esforço de produção dentro do contexto atual. (SANTOS, 2002, p.3) A partir dessa afirmação, concluímos que tanto o jornalista produtor da notícia quanto o editor visual do jornal impresso, devem ter atenção durante a elaboração do material informativo. Devendo pensá-lo e planejá-lo, já que a disposição do material influencia a compreensão do leitor. 3.3 JORNALISMO ESPECIALIZADO Em pleno século XXI o jornalismo passou a ser necessário na vida das pessoas, independente de classe social, grupo social ou religião. É fato, que todos precisamos estar bem informados. A grande quantidade de informação veiculada todos os dias pode não ser necessária durante o dia a dia, mas em algum momento pode se tornar útil. Assim, faz-se necessário qualificar os profissionais que sustentam o mercado jornalístico. Conhecer as teorias do jornalismo é tão importante quanto um médico conhecer as técnicas da medicina ou um advogado as técnicas do direito. São teorias que devem ser aplicadas na prática para produzir um bom jornalismo, porém, muitos que se julgam bons profissionais se quer conhecem o código de ética, se as técnicas jornalísticas forem aplicadas corretamente previnem erros imperdoáveis, que podem arruinar a vida de pessoas. A grande fragmentação da sociedade em grupos requer mais atenção aos jornalistas no momento de noticiar os fatos, já que, em simples deslize o jornalismo que tem o papel social de traduzir e simplificar as informações pode se transformar em tendencioso. Segundo o código de ética do jornalista, o profissional da área deve 7 Jornalista pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, Brasil (UEPG/PR). Especialista em Gestão de Negócios e Marketing, pela FAE Business School. Mestranda em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP/PR). Professora da Faculdade de Pato Branco (FADEP), em Pato Branco, Paraná, Brasil. Editora da revista científica In Pauta. E-mail: marielle@fadep.br
  • 27. 26 levar em consideração durante a produção da noticia, o interesse público e não o interesse do público, diferente disso ele estará selecionando um público receptor das informações, podendo se tornar um jornalismo tendencioso. Nesta perspectiva “O jornalismo especializado é uma resposta a essa demanda por informações direcionadas que caracteriza a formação das audiências específicas”. Abiahy (2000, p. 5). Assim, concluímos que, por uma questão econômica o jornalismo passou a explorar determinados públicos, a autora defende a idéia de que devido a grande quantidade de informações a segmentação de públicos alvo é uma forma de selecionar o receptor das informações de modo a atingir os resultados conforme as pesquisas de audiência. Considerando a idéia da autora, podemos entender que as escolhas a partir da seleção do que é ou não de interesse do meio de comunicação, passa a ser determinante para a criação e elaboração dos produtos informativos. Do contrário, os meios de comunicação impressos poderiam querer “abraçar o mundo” e não conseguiriam. Nesse contexto de seleção da informação o jornalismo alternativo se encaixa como um nicho de mercado pouco explorado. Conforme Kucinski (apud BUCCHNIIO, 2008) “alternativo” significa ser diferente de tudo que é comum nas grandes mídias. Essa nova forma de fazer jornalismo teve inicio na década de 70 durante a ditadura militar com os jornais trazendo informações à população que as grandes e tradicionais mídias não “conseguiam” e também não tinham interesse, uma vez que o regime político censurava o poder intelectual e cultural de quem estivesse no país. O primeiro veículo jornalístico alternativo surgiu em 1964, no início do golpe militar quando a revista “O Cruzeiro” trouxe a edição do “Pif-Paf”, escrita por Millôr Fernandes8, era um novo estilo de fazer jornalismo que unia desenho a linguagem intelectual dos profissionais. O apogeu desse formato jornalístico não durou muito tempo devido à censura militar. Bucchniio (2008, p.111) explica porque os jornalistas foram trocando a mídia tradicional pela mídia alternativa: 8 Disponível em: <http://www.releituras.com/millor_bio.asp> Acesso em: 13 mai.2009
  • 28. 27 No caso específico do jornalismo impresso, a perda de espaço público nas redações dos grandes jornais, aliada ao descontentamento de jornalistas, cartunistas e intelectuais abriu espaço para o surgimento de uma imprensa alternativa, irreverente e iniciante, dando origem a uma vasta linhagem de jornais, com temáticas novas e, também, irreverentes. Ainda conforme o autor, no final dos anos 70 o jornalismo alternativo mais parecia uma arte do que propriamente protestos, a ditadura passou a intensificar o controle do jornalismo alternativo, e foi atacando as bancas de jornais com bombas, que essa forma de fazer jornalismo foi perdendo espaço. O autor explica que as bombas foram a forma mais eficaz de controle, “[...] fizeram aquilo que a censura não conseguira: impediram que esses jornais chegassem aos leitores”. (CHINEM apud BUCCHNIIO, 2008) A partir do que foi visto até então, podemos perceber que o jornalismo alternativo nasce de nichos de mercado pouco ou quase nada explorados pela mídia jornalística tradicional. O foco principal veículo alternativo é informar sobre o que imprensa tradicional ignora, ou oculta, isso pode acontecer devido ao padrão editorial do veículo . Conforme as técnicas utilizadas pela mídia é possível saber do posicionamento da linha editorial do meio de comunicação. Em entrevistas, as mídias tradicionais buscam fontes oficiais que geralmente tem algum atrelamento com o estado, com parcialidade ou interesses. Segundo Laércio Torres Góes9 (2008) “[...] o uso de fontes oficiais governamentais predomina. Um relatório sobre uma rede de notícias sobre a primeira guerra do Golfo revelou que 50% das reportagens foram originárias diretamente de porta-vozes oficiais”. Assim concluímos que, o jornalismo alternativo dá voz a quem não tem voz, muitas vezes torna-se mais importante ouvir um morador de um bairro desconhecido, largado pela administração publica do que perguntar diretamente ao prefeito como é a situação do bairro. Já que existem interesses políticos ou pessoais por trás de cada resposta. Mais uma vez entram os critérios de seleção que a editoria de cada veículo de informação possui segmentando os interesses. Segundo Góes (2008), “os movimentos sociais estão entre os primeiros desafiadores dos valores hegemônicos”. Ele trata como valores hegemônicos a 9 Graduado em Jornalismo pela UFBA (1994). Especializou-se em Ética e Cidadania pela Escola Superior de Teologia (2003). Atualmente (maio/2008), está concluindo o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea da UFBA. Autor do livro O Mito Cristão no Cinema (Edufba/Edusc). Email: laerciogoes@gmail.com.
  • 29. 28 política. Através de discursos hegemônicos bem construídos é que mídia costuma divulgar informações que passam a ser absolutas sendo aceitas pelo senso comum. Enquanto a mídia tradicional prioriza os discursos oficiais, a imprensa alternativa busca força nos grupos marginalizados que por sua vez, buscam através da mídia, defender seus interesses, de maneira que a coletividade seja ouvida. 3.4 A INFLUÊNCIA DO JORNALISMO NA SOCIEDADE O processo de independência entre Brasil colônia e Portugal, foi o ponta pé inicial para que a imprensa fosse criada e fizesse parte da independência do país. Segundo Sodré (1999, p.45), era necessário que as colônias portuguesas mantivessem o poder sobre as colônias e sobre seus subordinados, dessa maneira, toda e qualquer forma de independência era controlada. Assim, a liberdade da imprensa passava a ser controlada com intuito de não manifestar a fúria dos colonos que lutavam para se tornarem independentes da colônia portuguesa, que se ocorresse, se livrariam dos ricos e poderosos portugueses. Equipamentos gráficos eram trazidos sem o conhecimento da família real, eram escondidos dentro dos navios da própria corte. Em 1808 acontece a ruptura do monopólio português, com a abertura dos portos que posteriormente enfraqueceu o poder que os portugueses tinham sob os colonos brasileiros, e dessa maneira a imprensa também ganhou espaço. Apesar do ocorrido, os portugueses conseguiram manter os pulsos firmes, e dessa maneira começaram a controlar a imprensa que influenciava os colonos brasileiros. Assim, através dos tempos, a imprensa foi ganhando poder, através da evolução das máquinas e das formas de se transmitir informação foi dando maior importância aos jornalistas. Durante a ditadura militar, os jornais eram francamente opinativos e tinham tendências políticas. Na metade do século XIX os jornais passaram a receber grandes escritores como José de Alencar, Quintino Bocaiúva,
  • 30. 29 Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida em suas redações, era um misto de jornalismo e literatura. Através da literatura cativaram seus leitores10. Muitos desses jornalistas eram a favor da derrubara do sistema capitalista para construir uma sociedade socialista e comunista. Assim, os jornalistas que tentavam impor suas opiniões eram demitidos pelas empresas, ou acabavam presos em grandes fortalezas do rio de janeiro, quando não eram mandados para fora do país. Nesse contexto percebe-se a influência que o profissional da comunicação, especificamente o jornalista exerce sobre o consumidor das informações divulgadas. Sodré (1999), explica a importância da imprensa na sociedade nos tempos que em o regime militar controlava as informações: “Para unir, é preciso mobilizar. Para mobilizar, é preciso despertar a opinião. Para despertar a opinião, é preciso imprensa.” (SODRÉ, 1999, p.45) O jornalismo sempre teve como princípio divulgar informações que sejam pertinentes aos grupos que compõem a sociedade. Segundo o capítulo III do código de ética dos jornalistas11 no “Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações: I - visando o interesse pessoal ou buscando vantagem econômica;”. Esse é um dos principais caminhos que um veículo de informação jornalística deve estar atento para ser um veículo com digno de investigar informações e trazes a tona informações para a sociedade. Em entrevista ao jornalista Breno Costa do site fazendo média12 do estado do Rio de Janeiro, o jornalista e diretor de redação da revista CartaCapital, Mino Carta, afirma que para o jornalismo colaborar com a sociedade é preciso que se obedeçam alguns critérios. [...] eu acho que este tem sim obrigações específicas. Eu acho que não se pratica jornalismo sem se obedecer a três princípio básicos: a fidelidade canina à verdade factual; o exercício desabrido e constante do espírito crítico; e, importantíssimo, a fiscalização do poder, onde quer que ele se manifeste. Sem isso, não há jornalismo. (CARTA, 2009) 10 Ver em PACCOLA, Carina. GT História do Jornalismo. Disponível em: < http://www.redealcar.jornalismo.ufsc.br/cd/grupos%20de%20trabalho%20de%20historia%20da%20midia/histor ia%20dos%20jornalismo/trabalhos_selecionados/carina_paccola.doc > Acesso em: 17 jun.2009 11 BRASIL. Código de Ética dos Jornalistas (2009). Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitória, ES: Fenaj, 2007. 12 Entrevista concedida à Revista CartaCapital. Disponível em: <http://www.fazendomedia.com/fm0029/entrevista0029.htm> Acesso em 15 abr.2009
  • 31. 30 A partir do interesse do jornalista em informar a sociedade sobre os acontecimentos de interesse público é que os espectadores depositam a confiança no jornalista sério que se compromete com a verdade. Essa confiança se transforma em credibilidade. O entrevistado defende ainda a idéia de que os jornalistas não deveriam impor verdades absolutas à sociedade, ao invés disso deveriam mostrar diversas opiniões sobre fatos que possam ser resolvidos de “n” maneiras, oferecendo assim, alternativas para que os leitores tenham a oportunidade de refletir sobre a realidade. Para que possam, com seus próprios olhos enxergar as conseqüências dos fatos e não apenas engolir as informações repassadas contendo a manipulação/opinião do veículo de informação, Carta cita a Rede Globo como desgraça do Brasil. Um dos autores que critica severamente a influência da imprensa sobre os materiais produzidos por ela é Perseu Abramo. A imprensa tem seus interesses, considerando os fatos que são ou não noticiados, podemos considerar que ele é contrário a uma das principais teorias que estudam o jornalismo. A teoria do espelho, que defende a idéia de que o jornalista deve apenas refletir a realidade, sem alterar o conteúdo das informações. Abramo, afirma que o jornalismo nada mais é do que o reflexo distorcido de acontecimentos “é a imagem de outro objeto que não corresponde ao objeto real”. (ABRAMO, 2003, p. 24) Esse interesse de agradar o público, por muitas vezes faz o veículo tomar decisões de selecionar informações irrelevantes diante o interesse público. Podemos observar as informações como produtos comercializáveis. Contrera (2004) Junta-se a essa preocupação em agradar o público leitor- consumidor a influência das assessorias de imprensa que, por meio de altos investimentos, fazem qualquer coisa virar noticia, num processo que usa o poder simbólico dos espaços jornalísticos para a legitimação do que é muitas vezes absolutamente irrelevante. (CONTRERA, 2004, p. 23, 24) Esse produto, o que não pode ser levado em conta é a conseqüência que esse “produto” gera para a sociedade – diferente do interesse da assessoria de imprensa, que busca uma boa imagem para seu assessorado. Logo, o interesse do jornalista deveria ser único e exclusivo em divulgar informações relevantes que acresçam ao receptor. De forma que ele sinta a importância do fato e não receba as informações apenas para dizer na roda de amigos que ficou sabendo do atentado
  • 32. 31 terrorista ao World Trade Center, sem saber o que se passava por traz daquele acontecimento. Segundo Contrera (2004) se o espectador não estiver preparado para absorver as informações lançadas pelo jornalismo atual, ele poderá confundir jornalismo com entretenimento. [...] a atual função do jornalismo parece ter se transformado, no rastro da Comunicação Social como um todo, na de divertir e entreter. Diversão e entretenimento são objetivos máximos de toda a mídia de massa que, vitrina (e viabilizadora) de toda a estética do lazer da segunda metade do século XX, ocupa-se quase exclusivamente de manter os receptores entretidos (e de torná-los consumidores, é claro). (CONTRERA, 2004) Segundo Wolfgang Langenbucher (apud KUNCZIK, 2002) o papel do jornalista em uma sociedade democrática é facilitar a comunicação entre diferentes grupos sociais e deve sempre buscar a objetividade, neutralidade e imparcialidade. Por isso, o profissional da área da comunicação – Jornalista deve estar sempre atento a alguns fatores que Kunczik (2002) a partir de Hall (1993) explica: Este processo – a identificação e a contextualização – é um dos mais importantes, através do qual os acontecimentos são ‘tornados significativos’ pelos media. Um acontecimento só ‘faz sentido’ se puder colocar num âmbito de conhecidas identificações sociais e culturais. (HALL apud KUNCZIK, 2002) A partir do autor, podemos entender que o jornalista deve traduzir as informações a de modo que qualquer indivíduo que tenha o mais baixo grau de instrução entenda sobre o que está sendo divulgado pela mídia. Contextualizando as informações de modo que qualquer pessoa possa compreender o que acontece. Podemos citar um exemplo tomando como base a economia, se dissermos que a economia brasileira está em baixa para muitos brasileiros pode significar nada. Para outros, pode ser sinal de prejuízos financeiros, porém não fica clara essa informação. O que o jornalista deve fazer é humanizar a noticia com cases – dando exemplos a partir de um senhor que faz compras no supermercado todos os meses, agora com a crise econômica seus gastos devem dobrar. Assim, tanto a senhora
  • 33. 32 que não tem estudos quanto o advogado compreendem os fatos, cada um em seu contexto. 3.4.1 Gêneros Jornalísticos No âmbito jornalístico costuma-se criar barreiras, até uma forma de organizar a informação nas páginas de um periódico. Essa organização pode ser a partir dos gêneros jornalísticos que foram publicados entre 1960 e 1980. E seu criador foi Luiz Beltrão, que naquela época os dividiu em Imprensa informativa, interpretativa e opinativa. O seguidor do primeiro teórico foi José Marques de Melo que sempre foi responsável por inúmeras orientações de trabalhos acadêmicos. Assim, Podemos considerar como gêneros jornalísticos os padrões que os meios de comunicação utilizam em suas editorias de forma a organizar suas publicações em categorias. (BELTRÃO apud COSTA, 2008, s.p.) Marques de Melo (apud COSTA, 2008, s.p.) defende a idéia de que o jornalismo é divido em jornalismo informativo e opinativo, dessa forma é o que mais se aproxima da realidade. “1) Jornalismo Informativo: Se encaixam nesse gênero, nota, notícia, reportagem e entrevista; 2) Jornalismo Opinativo: Fazem parte desse gênero, editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura e carta.” Marques de Melo (apud COSTA, 2008. s.p.) O autor, após muito tempo, vem alterando sua teoria e acrescenta os gêneros; Interpretativo (dossiê, perfil, enquete, e cronologia), Utilitário (indicador, cotação, roteiro e serviço) e diversional (composto por história de interesse humano e história colorida). A partir daqui, podemos identificar o Ponto a ponto como se encaixando no gênero jornalístico. Segundo Sousa (2005, p. 230) “os principais gêneros jornalísticos são, notícia, entrevista, reportagem, crônica, editorial, e artigo (de opinião, de análise, etc.)”, mas salienta que não existe como fazer essa distinção rígida, até porque se analisarmos bem, grande parte das publicações jornalísticas trazem alguma informação nova, assim, segundo o autor o que traz informação nova pode ser considerado notícia.
  • 34. 33 A partir dos autores, podemos classificar o cartaz Ponto a ponto como uma ferramenta de serviço/utilitário. Partindo do princípio que o interesse do veículo jornalista é a prestação de serviço, traduzindo informações à qualquer indivíduo sem distinção, além de tornar-se útil pelo aspecto esclarecedor, no momento em que traz novas informações e relevantes sobre saúde ao seu público. 3.4.2 Critérios de Noticiabilidade Segundo Wolf (apud SILVA, 2004, p.99) os critérios de seleção se iniciam a partir da descoberta da notícia, considerando sua relevância, até o processo final de produção das noticias, cada um com sua importância. Sousa (2001, p.38), conclui o conceito sobre critérios de noticiabilidade afirmando que, “A seleção é a pedra angular do processo, pois um jornal não pode ser um amontoado não criterioso de todo o tipo de informações. Silva (2004) apresenta diversos conceitos de alguns autores que podem contribuir sobre a idéia de valores da noticia quando falamos em jornalismo: Quadro 1 – ELENCOS DE VALORES-NOTÍCIAS Stieler: novidade, proximidade geográfica, proeminência e negativismo. Galtung e Ruge: freqüência, amplitude, clareza ou falta de ambigüidade, relevância, conformidade, imprevisão, continuidade, referência a pessoas e nações de elite, composição, personificação e negativismo. Golding-Elliot: drama, visual atrativo, entretenimento, importância, proximidade, brevidade, negativismo, atualidade, elites, famosos. Gans: importância, interesse, novidade, qualidade, equilíbrio. Warren: atualidade, proximidade, proeminência, curiosidade, conflito, Suspense, emoção e conseqüências. Hetherington: importância, drama, surpresa, famosos, escândalo sexual/crime, número de pessoas envolvidas, proximidade, visual bonito/atrativo. Shoemaker, et al: oportunidade, proximidade, importância/impacto,
  • 35. 34 conseqüência, interesse, conflito/polêmica, controvérsia, sensacionalismo, proeminência, novidade/curiosidade/raro. Wolf: importância do indivíduo (nível hierárquico), influência sobre o interesse nacional, número de pessoas envolvidas, relevância quanto à evolução futura. Erbolato: proximidade, marco geográfico, impacto, proeminência, aventura/conflito, conseqüências, humor, raridade, progresso, sexo e idade, interesse pessoal, interesse humano, importância, rivalidade, utilidade, política editorial, oportunidade, dinheiro, expectativa/suspense, originalidade, culto de heróis, descobertas/invenções, repercussão, confidências. Chaparro: atualidade, proximidade, notoriedade, conflito, conhecimento, conseqüências, curiosidade, dramaticidade, surpresa. Lage: proximidade, atualidade, identificação social, intensidade, ineditismo, identificação humana. Fonte: Silva (2004, p.102) Partindo do mesmo princípio que a autora, em apresentar diferentes conceitos dos autores de maneira a abrir engrandecer o estudo sobre os conceitos de valores da noticia, já que cada meio de comunicação tem seus próprios valores, uma vez que estes não são valores absolutos à todos os jornalistas. Segundo Galtung e Ruge (apud SOUSA, 2001), foram os primeiros a chamarem a atenção para a existência dos critérios noticiosos, os quais o jornalista deve se ater no momento de elaborar a informação. Mesmo assim, podemos perceber seus conceitos como base do padrão de jornalismo. É quase que unânime entre os autores a idéia de que atualidade esteja entre os critérios noticiosos, até porque o jornalismo parte do principio de que o que é novo, e tem vínculo de proximidade entre leitor e informação é algo que deve ser levado em consideração no momento de transmitir os fatos. Pelas informações do quadro percebemos que alguns autores são mais abrangentes que outros, de certa forma, flexível a seleção do que pode virar noticia. São conceitos que ao longo dos tempos foram revisados por eles, uma vez que o que não era passivo de ser informação tornada pública, hoje seja,. Já que as leis mudam, os conceitos e as regras da sociedade se alteram constantemente. Diante os conceitos apresentados por Erbolato, podemos acreditar que este seja o mais próximo da realidade, pelo menos por seus conceitos acima
  • 36. 35 apresentados. Um bom comparativo é analisar o que é veiculado pela mídia jornalística, dessa forma teremos a idéia do que os jornalistas da atualidade estão se pautando no momento de criar seus materiais informativos. Hoje, os meios de comunicação antes de veicular uma noticia selecionam os assuntos, seja pelo foco, seja pelo fator tempo de programação. A verdade é que a maioria das mídias jornalísticas seguem ou deveriam seguir os critérios de noticiabilidade com intuito de delimitar os assuntos a serem abordados. Travancas (1992), define a importância da imprensa nesta seleção. “(...) a imprensa é a vista da Nação. Através dela a sociedade acompanha o que se passa, devassa o que é ocultado, percebe as tramas que se desenvolvem e se acautela contra o que a ameaça”. A partir dessa afirmação podemos entender que o profissional do jornalismo deve se preocupar em transmitir tudo aquilo que é de interesse público. Na maioria das vezes essas informações são ocultas da população e somente o jornalista tem acesso previsto no código de ética assinado pela FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas (2007), assinado em Vitória/ES. Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que: IV - a prestação de informações pelas organizações públicas e privadas, incluindo as não-governamentais, deve ser considerada uma obrigação social.13 (FENAJ, 2007) A partir dessas informações, podemos perceber o jornalista como um “porteiro”, que decide o que será ou não publicado. Esse é o objeto de estudo da teoria do gatekeeper14 que explica a importância do profissional jornalista. Outro estudo relacionado as informações divulgadas é a teoria do agenda-setting que estuda a seleção das pautas a serem discutidas durante semanas/meses. Gislene Silva (2004, p.98) explica essa importância; 13 BRASIL. Código de Ética dos Jornalistas (2009). Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitória, ES: Fenaj, 2007. 14 O termo “gatekeeper” foi introduzido pelo psicólogo social Kurt Lewin, (1951; 1958), e tratava de decisões domésticas relativas à aquisição de alimentos para casa; de acordo com Michael Kunczik (1992, p. 234), o conceito foi empregado já em 1913 com esse sentido de seleção de informações, em trabalho alemão sobre formação de gostos literários.
  • 37. 36 Estudar a seleção implica, inclusive, rastrear os julgamentos próprios de cada seletor, as influências organizacionais, sociais e culturais que este sofre ao fazer suas escolhas, os diversos agentes dessas escolhas postados em diferentes cargos na redação, e até mesmo a participação das fontes e do público nessas decisões – aqui vale lembrar os estudos de agendamento (agenda-setting), que complexificam as investigações sobre o processo de seleção das notícias. Na teoria do gatekeeper em que gate significa portão e keeper significa guardião, a intenção é explicar porque os jornalistas selecionam as informações que serão publicadas. Criada nos Estados Unidos pelo psicólogo social Kurt Lewin o a teoria do gatekeeper foi aplicada pela primeira vez dentro de uma redação de jornalismo em 1950 por David Manning White (SILVA, 2004). Em que o estudo buscou comprovar que toda informação produzida e veiculada por um meio de comunicação jornalístico sofre influências psicológicas e culturais dos jornalistas que as produziram. Seja pelo interesse da empresa o qual trabalha, seja pela experiência profissional ou pessoal do jornalista. Diferente do gatekeeper, porém com a mesma importância, o Agenda Setting é o estudo sobre o efeito que os meios de comunicação causam a sociedade. Surgiu nos anos 70 com intuito de estudar a influência das informações publicadas pela mídia jornalística. Apesar de não terem conduzido a pesquisa, dois principais pesquisadores precursores da teoria são McCombs e Shaw. "[...] um tipo de efeito social da mídia. É a hipótese segundo a qual a mídia, pela seleção, disposição e incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público falará e discutirá" (BARROS FILHO, 2001, p. 169). Após vários séculos de estudos, verificou-se que a partir das noticias lançadas o público cria uma agenda, e durante um período de tempo (dias, semana ou meses) essas informações serão discutidas, assim, a organização e a seleção dos assuntos passam a ser de suma importância no cotidiano dos jornalistas.
  • 38. 37 4 RELATO DE PRODUÇÃO 4.1 PRÉ-PRODUÇÃO Em primeiro lugar, optou-se por realizar pesquisa de apuração das expectativas dos usuários do transporte. Os tipos de pesquisa escolhidos foram quantitativa, descritiva e exploratória com perguntas fechadas de maneira a formar o perfil dos entrevistados. Assim a análise ganha em riqueza e deixa compreensível o porquê da opinião do entrevistado em ter optado por determinadas escolhas. Pensamos em afixar mensalmente um total de dez informativos no interior de cada dos ônibus que faz o trajeto da Linha do Cidadão na cidade. Com texto curto, linguagem simples e direta, o foco é sócio educativo. A intenção é levar informações que muitas vezes as pessoas desconhecem, unindo cultura literária e prestação de serviço. O público alvo são os passageiros do ônibus, 212 Linha do Cidadão I, 213 Linha do Cidadão II e 214 Linha do Cidadão III, que não dispõe de tempo ou condições financeiras para assistir televisão, ler revistas ou jornais, ouvir rádios ou mesmo acessar à internet. 15 Figura 4 – Mapa do Sistema Viário Estrutural de Blumenau (SC, 2005) 15 Disponível em: <http://www.blumenau.sc.gov.br/novo/site/imagens/conteudo/Image/sistema_viario_estrutural.jpg> Acesso em: 29 mai.2009
  • 39. 38 O mapa do sistema viário dimensiona a ligação entre terminais de ônibus urbanos em que as três linhas do transporte coletivo Linha do Cidadão atuam na região, proporcionando ao leitor a compreensão do trajeto percorrido diariamente. Em relação a coleta de dados, ela foi realizada entre os dias 27 (vinte e sete) e 28 (vinte e oito) do mês de abril de 2009 no Terminal de Ônibus Urbano do Aterro das 8 (oito) horas da manhã ao meio dia, local por onde passam as três linhas de ônibus Linha do Cidadão. Segundo informações do SETERB16 no Terminal do Aterro circulam todos os dias aproximadamente 50 mil passageiros, um total de 3 milhões de usuários por mês17. O instrumento utilizado na pesquisa foi o questionário com perguntas fechadas, claras e objetivas. O intuito é reunir o maior número de pessoas para formar um perfil geral dos usuários de ônibus das determinadas linhas de ônibus. Tendo em vista o interesse de selecionar os usuários de ônibus do período matutino, partindo do pressuposto de que pela manhã as pessoas estão mais calmas e dispostas a ouvir. Foram abordadas aproximadamente 95 pessoas, dessas, apenas 83 pessoas se prontificaram a responder os questionamentos (Apêndice A). Em relação ao questionário, ainda é a melhor maneira de se obter as informações de modo mais seguro, rápido e sem custo elevado, já que o contato é direto entre entrevistado e pesquisador. (SILVA apud DIAS, 2008, p.49). O questionário aplicado teve seis perguntas, com interesse em mapear a quantidade de pessoas interessadas em ler um informativo dentro do ônibus, perguntas como idade, sexo, se possuem hábito de ler e quanto tempo por dia utilizam o meio de transporte coletivo, fizeram com que tivéssemos a certeza da opinião para que pudéssemos montar um perfil dos usuários do transporte coletivo. Os dados recolhidos foram tabulados em forma de gráficos, deixando claro o interesse dos usuários do transporte coletivo. Segundo Moreira (2002), a flexibilidade de questionar detalhes, o poder de explicar e mesmo apresentar mapas, ou fotos, facilitam no entendimento do entrevistado com o entrevistador em casos de letramento baixo dos pesquisados. O que colabora para o resultado final da pesquisa. 16 Disponível em: <http://www.seterb.sc.gov.br/indexb.php?area=ler_noticia&id=1441> Acesso em: 15 abr.2009. 17 O valor da passagem do transporte coletivo de Blumenau, SC, em reais é R$ 2,30. O dólar é vendido a U$ 2,0090 com variação de -0,30% Fonte: Jornal de Santa Catarina nº 11.605, em 29 mai.2009.
  • 40. 39 Após a obtenção dos resultados da pesquisa obtivemos os seguintes resultados: A maioria dos usuários da Linha do Cidadão é do sexo feminino com idade entre 21 e 30 anos de idade, trabalhadores e/ou estudantes e permanecem uma média diária de 45 minutos por dia dentro do ônibus. A grande maioria tem o hábito de ler e é o que impulsiona o nosso projeto, quando perguntado sobre os assuntos que gostariam de ser tratados nesse projeto, a grande maioria optou por ser informado sobre saúde. O primeiro questionamento foi formulado buscando compreender qual o sexo dos usuários que mais utilizam o transporte coletivo da Linha do Cidadão de Blumenau,SC, que circula por grande parte dos 23 bairros da cidade. Foram abordadas 95 pessoas no total, mas somente 83 pessoas responderam os questionários, sendo assim, o universo da presente pesquisa. 39% Mulheres 61% Homens Gráfico 1 – Utilização por gênero feminino ou masculino do transporte coletivo Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem) A partir da pesquisa obtivemos o resultado, em mais da metade dos usuários que utilizam o transporte coletivo anteriormente citado, são do sexo feminino. Além disso, comprovou-se que grande parte dos entrevistados trabalha durante o dia e estudam a noite. O segundo questionamento foi elaborado com intuito de identificar a faixa etária dos usuários do transporte coletivo Linha do Cidadão;
  • 41. 40 até 20 anos 21 a 30 anos 0% 22% 31 a 40 anos 29% 41 a 50 anos acima de 51 anos 31% 18% Gráfico 2 – Faixa etária dos usuários pesquisados do transporte coletivo Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem) Diante as informações tabuladas e apresentadas no gráfico 2, podemos perceber que dos 83 entrevistados, 31% como maioria dos usuários do transporte coletivo tem de 21 a 30 anos de idade. O que representa uma faixa etária baixa entre adultos. No terceiro gráfico buscou-se saber quanto tempo por dia os usuários permanecem dentro de ônibus. A intenção é medir a quantidade de informações pelo tempo que o leitor permanece dentro do veículo diariamente. 18% 25% 30 minutos 45 minutos até 1h e 30min 25% mais de 2 horas 32% Gráfico 3 – Período de utilização diário do transporte coletivo Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem) A partir das informações apresentadas no gráfico 3, concluímos que o tempo de permanência dos usuários do transporte coletivo dentro dos ônibus diariamente é
  • 42. 41 relativamente baixo. O que nos induz a produzir publicações curtas e de fácil compreensão. No quarto gráfico, buscou-se saber se os usuários do transporte coletivo tem o hábito de ler. Considerando que “apenas quando necessário” são locais como, ambiente de trabalho e ambiente escolar/acadêmico. 41% Sim 34% Não Apenas quando necessário 25% Gráfico 4 – Hábito de leitura dos usuários pesquisados do transporte coletivo Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem) Conforme as informações do quarto gráfico, podemos considerar que são poucos os usuários pesquisados que tem o hábito de ler. 41% dos entrevistados têm sim o habito de ler, em contrapartida 34% lêem quando necessário, são números muito próximos da porcentagem de usuários que não costuma ler, esses são 25%. No quinto e ultimo gráfico, perguntamos quais dos temas apresentados (dicas de esporte, dicas de cultura, dicas de cinema e informações sobre política) o usuário teria interesse em ser informado.
  • 43. 42 Dicas de Esporte 15% 22% Dicas de Cultura Dicas de Saúde 18% 20% Dicas de Cinema 25% Política Gráfico 5 – Interesse dos usuários sob a nova mídia do transporte coletivo Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem) Com a apresentação do projeto durante a entrevista, para melhor compreensão, os usuários puderam ter a noção do que vem a ser o Ponto a ponto. Assim, depois de tabular os dados, ficou comprovado que dos 83 entrevistados, 25% tem o interesse em ler informações sobre saúde, 22% dicas de esporte, 20% dicas de cultura, 18% querem receber dicas de cinema e em ultimo lugar com 15% informações sobre política. A partir dessa tabulação compreendemos que além de um material informativo com dicas de saúde, os entrevistados ainda deixaram explicita a vontade de receberem informações sobre esporte, o que nos remete a idéia de elaborar um espaço no cartaz, indicando maneiras de cuidar da saúde como passear em locais da cidade, correr nos parques, além de dar dicas de como cuidar do corpo sem freqüentar academia.
  • 44. 43 4.2 PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO Em um primeiro momento a idéia do projeto Experimental em Comunicação era criar um programa televisivo para divulgação no interior dos ônibus da cidade, porém, a questão financeira não nos garantia suporte suficiente para realizar um bom trabalho. Por uma questão de viabilidade, optamos por realizar a produção de um material impresso, que pode ser transportado por qualquer um a qualquer lugar, independendo de energia elétrica, e outros mecanismos eletrônicos. A partir do suporte midiático escolhido, impresso, imaginamos diversos locais que pudessem servir para divulgar o material. Havíamos cogitado a hipótese de expor o material nos terminais de ônibus urbanos, porém, o espaço físico que os terminais possuem dividiria as atenções do material por ficar exposto em um ambiente muito amplo e que para muitos usuários os terminais, servem apenas como corredor de circulação para embarcarem em outro ônibus coletivo. A idéia de afixar o Ponto a ponto no interior dos ônibus surgiu como forma de criar a mídia alternativa que acompanhasse as pessoas nas viagens de ônibus pela cidade de Blumenau,SC. Com logotipia própria e utilizando cores neutras ao longo do cartaz, o projeto busca unir o arrojo publicitário com a informação de conteúdo jornalístico. A ferramenta publicitária chama a atenção e o jornalismo prende a atenção dos usuários do transporte coletivo com informações de utilidade pública. Uma ação não muito fácil já que cada indivíduo tem interesses diferentes. Para criar uma proximidade com os usuários do transporte coletivo, foi elaborada uma pesquisa para compreender o perfil dos usuários do transporte coletivo da Linha do Cidadão de Blumenau,SC. Uma forma de delimitar o campo de ação. A Linha do Cidadão tem todos os veículos adaptados para cadeirantes, o que deixa mais clara a preocupação da cidade com os deficientes físicos que utilizam o transporte coletivo blumenauense, assim, o projeto une-se a esse fim. Definidos os dias destinados à orientação com o professor Luciano Duque, as sextas-feiras, serviram para trocar informações que sustentassem a importância quanto a criação do produto Ponto a ponto. O Contato com os colegas mais experientes da classe foi imprescindível para obter indicação dos contatos certos, e encontrá-los em seus postos de trabalho.
  • 45. 44 O material era enviado semana sim, semana não para que o orientador avaliasse o material. Primeiro focamos na idéia de elaborar a parte teórica do projeto, para que então, conseguíssemos apresentar as informações a quem precisássemos. Dias úteis e finais de semana serviram para que trabalhássemos com intuito de desenvolver um material de conteúdo à sociedade. Aonde quer que eu estivesse, se percebesse alguma informação relacionada ao projeto, imediatamente tentava juntas informações para acrescentar no trabalho, de textos trabalhados em sala de aula até textos de jornais e revistas, ou mesmo, quando recebia releases de sites sobre saúde. Muitas informações foram retiradas e ou baseadas com as disponíveis no site do Ministério da Saúde18 e outros sites especializados em saúde e formas de prevenção de doenças serviram como fonte de informação. As imagens utilizadas na criação do material foram todas elas retiradas de sites de livre autoria, o site mais explorado foi o www.scx.hu. Através do assessor de comunicação da Secretaria de Saúde, Joni Cesar Tomazoni, foi possível chegar até as fontes oficiais de maneira a elaborar um trabalho conciso e de qualidade. Na busca por dados, a Vigilância Epidemiológica do município foi de fundamental importância para que pudéssemos construir as informações. A partir de entrevistas realizadas no órgão público, tivemos as idéias a cerca do visual dos materiais, cores, personagens, tamanhos de fontes e palavras mais utilizadas. Assim, a teoria esteve mais próxima da prática. Cartazes, panfletos e informações de anos anteriores foram de suma importância para que pudéssemos compreender o que acontece na cidade de Blumenau,SC. Os assuntos foram selecionados e em conjunto com o professor orientador foram criadas as publicações. A Vigilância Epidemiológica do município organizou os dados com as doenças mais comuns no município, o que facilitou na hora de produzir os cartazes. A busca por informações dos órgãos públicos do município não foi fácil. A burocracia diante os interesses políticos estavam sempre a nossa frente, o cuidado em divulgar as informações a todo o momento era fundamental em cada um dos setores que precisamos realizar contato. Muitas vezes comparecendo in loco, ou mesmo por telefone, toda informação recolhida nessa árdua e incessante tornou-se parte do produto. Não foi a primeira vez que como acadêmico encontrei dificuldades em obter informações/contato com profissionais de órgãos públicos, 18 Site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br
  • 46. 45 muita burocracia (até certo ponto compreensível) e até em muitos casos a responsabilidade era passada a diante. Talvez por falta de informação dos próprios profissionais. Mesmo assim, a assessoria de comunicação fez o seu papel com muita eficiência, através da equipe que fez a ponte entre acadêmico e o órgão municipal. Em contato direto e posteriormente por e-mail ao acadêmico a Vigilância Epidemiológica de Blumenau,SC, local responsável por registrar os casos de doenças e epidemias, através de sua gerente Raquel Cristina Martelli apresentou dados referentes os anos de 2007 e 2008, assim, tivemos a oportunidade de compreender um pouco melhor a saúde da população blumenauense. A seguir, dispomos um dos arquivos disponibilizados pelo órgão municipal que nos possibilitou embasamento para nossas publicações:
  • 47. 46 Figura 5: Dados da Vigilância Epidemiológica do Município referente ao ano 2008
  • 48. 47
  • 49. 48
  • 50. 49
  • 51. 50
  • 52. 51
  • 53. 52 Através destas informações conseguimos correr atrás dos objetivos do projeto. Por uma questão de tempo, algumas informações e esclarecimentos foram descobertas em sites especializados. Com o desenrolar do projeto percebemos a falta que esse tipo de veículo informativo faz. O direito de serem esclarecimentos sobre saúde é direito do cidadão. Assim, podemos comprovar a falta de informação em livros e informativos. Informações e dicas do site do ministério da saúde foram essenciais para esclarecimentos rápidos no momento da criação do material informativo. Pelo Projeto Experimental em Comunicação não ter um prazo muito amplo para a produção e realização das tarefas, viu-se a necessidade de dividir e assim, organizar as tarefas em os dias da semana e os finais de semana. Ao longo da semana eram realizadas as produções teóricas do projeto e aos finais de semana eram produzidos os cartazes, o total de 10 cartazes fez com que consultássemos sites de especialistas e mesmo os sites do governo federal. As fontes oficiais foram as mais utilizadas, já que o projeto não traz informação factual, diferente das informações que eram apresentadas antigamente no jornalismo alternativo, como já foi apresentado anteriormente. 4.3 PÓS-PRODUÇÃO E FINALIZAÇÃO Como já vimos, diante a necessidade de se criar a identidade visual do veículo informativo, viu-se a necessidade de criar um visual atraente, mas que não criasse forte impacto aos olhos do leitor. A criação do logo, como os temas abordados se referem a saúde humana, consideramos que a cor vermelha não poderia ficar de fora, já que nesse caso representa a vida. As fontes foram selecionadas buscando um visual sofisticado e com espaçamento que facilitasse a leitura, as bordas arredondadas dão um ar de descontração, contrapondo com as temáticas trabalhadas. As cores cinza dão um toque leve à leitura. Os traços acima do nome dão o sentido de envio de informação que é dever do jornalismo - a qualquer leitor, pela questão da facilidade e dos temas abordado. Cuidar da saúde do leitor é interesse do Ponto a ponto.
  • 54. 53 Ponto a ponto: O nome foi criado pelo fato do veículo ser uma mídia jornalística divulgada no interior dos ônibus urbanos da cidade de Blumenau,SC, que traz apenas um único tema em cada publicação. A intenção não é divulgar uma grande quantidade de informações, mas facilitar e dar qualidade a leitura. Para que os usuários do transporte coletivo sintam-se esclarecidos sobre informações relacionadas à saúde. (Apêndice B) O logotipo: O logotipo foi criado com fontes arredondas que inspiram tranqüilidade e cores tranqüilas que não saltam aos olhos do leitor, mas que ao mesmo tempo procuram chamar sua atenção de uma forma mais discreta. O logotipo fica no rodapé do cartaz para não chamar atenção mais do que o cabeçalho. Assim a parte superior ganha maior destaque. Um item no canto superior do logo chama a atenção para a emissão de informação que está disposta no cartaz, assim, seria como se o logo estivesse emitindo as informações que serão lidas. No início do projeto foi estabelecida uma quantidade de 30 cartazes a serem produzidos, porém, viu-se que não havia necessidade de tanto para o projeto, entendemos que informações não faltam para esse tipo de prática, porém o curto período de tempo aliado a idéia de que é apenas um projeto, fez com que baixásse- mos para 10 o número de cartazes. Dessa maneira, os orçamentos já haviam sido produzidos com base nos números iniciais, 30 cartazes. Foram realizados três orçamentos com gráficas e editoras da cidade de Blumenau,SC. Destas, a que apresentou o valor mais baixo e resolveu apoiar o projeto reduzindo custos foi a empresa Copylaser Copiadora Ltda. Sem resposta formal, os valores foram acertados da seguinte maneira. O custo normal de cada impressão é de R$ 2,50 (dois reais e cinqüenta centavos) A3 colorido em papel couchê. O desconto obtido foi de R$ 0,50 (cinqüenta centavos) por impressão, o que representa R$ 15,00 (quinze reais) a menos, assim teríamos que arcar com R$ 60,00 (sessenta reais). Das outras duas gráficas conseguimos o orçamento formal: Enquanto a segunda gráfica orçou o valor de R$ 85,50 (oitenta e cinco reais) e a terceira gráfica R$ 110,00 (cento e dez reais). (Apêndice C)
  • 55. 54 Após a diminuição da quantidade de cartazes a serem impressos, resolvemos voltar atrás e não pedir o desconto para a gráfica até porque conquistamos o incentivo de uma empresa patrocinadora (Apêndice D – empresa 2) de custos de impressão dos 10 cartazes. Mas, mesmo sem o desconto da gráfica resolvemos exibir o logo da mesma, por uma questão ética. Ao longo do projeto fomos buscando parceiros para mostrar ao que o interesse do Ponto a ponto também é dividido com as principais empresas da cidade. Desconsiderando os inúmeros “não” que já esperávamos por se tratar de um projeto acadêmico que num primeiro momento traz retorno/lucro através do investimento. Muitos não aceitaram em apoiar o projeto, mas os que aceitaram, colaboraram com a cultura e o bem estar social do público leitor, e demonstraram principalmente a preocupação que têm com a cidadania. (Apêndice D) No dia 2 de junho visitamos uma das maiores contabilidades da cidade de Blumenau,SC, e após muita correria na busca por apoio das empresas da região, em fim conseguimos um reconhecimento. A Escopo Contabilidade foi quem aceitou realizar a parceria, patrocinando o projeto acadêmico, tendo consciência da importância do projeto à sociedade. Sem exigir a publicidade em troca, o Diretor da empresa de serviços contábeis, Oto Tomelin, percebe a importância que tal projeto tem na vida das pessoas. Dias depois, encaminhamos o projeto por e-mail com intuito de deixar arquivado e termos os documentos oficiais. Depois de reunir capital para realizar o projeto fomos ao SETERB para receber o aval do órgão que gerencia o transito na cidade de Blumenau,SC, com intuito de ter autorização para publicação nos ônibus da cidade. Em contato pessoalmente com o diretor-presidente do SETERB no dia 3 de junho de 2009, em sua sala de reuniões, Rudolf Clebsch explicou que essa liberação deveria partir da Secretaria de Saúde do Município, já que os cartazes tratam dos temas que competem a tal autarquia. Diante a aceitação do órgão municipal da saúde, não teria qualquer problema em veicular as informações gratuitamente, já que o projeto é de cunho social. Rudolf, firmou ainda que atualmente três empresas disputam na justiça há quase 1 ano e meio o direito de explorar esse nicho de mercado de informativo. Rudolf lamenta que o sistema de informação dentro dos coletivos ainda não é fato consumado na cidade, já que, tanto usuário do transporte coletivo perde e os investidores também.
  • 56. 55 REFERÊNCIAS ABIAHY, Ana Carolina de Araújo. O jornalismo especializado na sociedade da Informação. (Coord).Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, Universidade Federal da Paraíba. Paraíba, 2000. ABRAMO, P. Padrões de Manipulação na Grande Imprensa. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003. BARROS FILHO, Clóvis de. Ética na Comunicação: da informação ao receptor. São Paulo: Moderna, 2001. BRASIL. Código de Ética Jornalista (2009). Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitoria, ES: Fenaj, 2007. BUCCHNIIO, Xenya de Aguiar. VERSUS E A RESISTÊNCIA CULTURAL LATINO- AMERICANA. 2º ULEPICC - Encontro união latina de economia política da informação, da comunicação e da cultura. Bauru: 2008. CAMBESES, Vosnier. Uma breve história dos cartazes. 2001. Disponível em: <www.lumiarte.com/luardeoutono/lo_radios/cartazes.rtf> Acesso em: 22 mar.2009. CAPA. Jornal de Santa Catarina, Rio de Janeiro, 29 set.1971. Caderno Geral, p.01 CONTRERA, Malena Segura. Jornalismo e realidade: a crise de representação do real e a construção simbólica da realidade. São Paulo: Arte & Ciência, 2004 COSTA, Lailton. Teoria e Prática dos Gêneros Jornalísticos. 2008. Dissertação. Pós-Graduação em Comunicação Social, UMESP – Universidade Metodista de São Paulo, São Paulo, 2008. COVISA – Coordenação de Vigilância em Saúde. Peças Gráficas de Comunicação. São Paulo, SP: Disponível em: <http://www6.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/vigilancia_saude/publicacao_cov isa/0003> Acesso em: 09 mai.2009. FERRARI, Pollyana. Jornalismo Digital. São Paulo: Contexto, 2004.
  • 57. 56 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Eletrônico. S.l., Editora Nova Fronteira. v3.0, 1999. GÓES, Laércio Torres de. (Coord). Características do Jornalismo Alternativo dos Movimentos Sociais na Web. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea da UFBA. Bahia. 2008. Disponível em: <http://www.uff.br/ciberlegenda/artigolaerciogoes.pdf> Acesso em 13 mai.2009. GRADIM, Anabela. Manual de Jornalismo Livro de Estilo do Urbi Et Orbi. Universidade da Beira Interior. Disponível em <www.bocc.ubi.pt/pag/gradim-anabela- manual-jornalismo-6.html> Acesso em 14 abr.2009. HALL, Stuart. “A produção social das notícias” in TRAQUINA, Nelson (org.) Jornalismo: questões, teorias e estórias. Lisboa: Veja, 1993. HOELTZ, Mirela. DESIGN GRÁFICO - DOS ESPELHOS ÀS JANELAS DE PAPEL. 2001. Disponível em: <http://bocc.ubi.pt/pag/hoeltz-mirela-design-grafico.html> Acesso em: 20 mar.2009. KUNCZIK, Michael. Conceitos de Jornalismo: Norte e Sul: Manual de Comunicação; tradução Rafael Varela Jr. 2. ed. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2002 MARQUES DE MELO, José. Jornalismo Opinativo: gêneros opinativos no jornalismo brasileiro. 3ª ed. Campos do Jordão: Mantiqueira, 2003. MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomelógico na pesquisa. Publicado por Cengage Learning Editores, 2002. Disponível em: <http://books.google.com/books?id=W6KgfEGDXOkC&printsec=frontcover&hl=pt- BR#PPA38,M1> Acesso em: 11 mar.2009. PACCOLA, Carina. (Coord). GT História do Jornalismo. Dissertação de Mestrado. Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Londrina, 2003. Disponível em: < http://www.redealcar.jornalismo.ufsc.br/cd/grupos%20de%20trabalho%20de%20hist oria%20da%20midia/historia%20dos%20jornalismo/trabalhos_selecionados/carina_p accola.doc > Acesso em: 17 jun.2009 SANTOS, Marielle Sandalovski. (Coord). Design de notícias: uma questão holística. Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP/PR) 2005, Tuiuti, 2005.
  • 58. 57 SEABRA, Roberto. Dois séculos de imprensa no Brasil. in Imprensa e Poder. Brasília: Editora UnB, 2002. SILVA, Gislene. Para pensar critérios de noticiabilidade. Salvador: II SBPJor, 2004. Disponível em: <http://posjor.ufsc.br/public/docs/141.pdf> Acesso em: 29 mar.2009. SILVA, Mircea Adriana da. (Coord). Proposta de um jornal de mesa para os freqüentadores da praça de alimentação do Shopping Neumarkt. Curso de Jornalismo IBES Sociesc 2008. Blumenau, 2008. SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. 4.ed. s.l.: Mauad, 1999 Disponível em: <http://books.google.com/books?id=GmRTJgaQ1WkC&printsec=frontcover&hl=pt- BR&source=gbs_summary_r&cad=0>: Acesso em: 4 jun.2009. SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de Jornalismo Impresso. Porto: 2001.Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-elementos-de-jornalismo- impresso.pdf> Acesso em: 15 mar.2009. TEIXEIRA, Felipe Colvara; et al. O processo de desenvolvimento de uma identidade visual. UNIASSELVI – Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Indaial. s.d. TRAQUINA, Nelson. O estudo do jornalismo no século XX. São Leopoldo: Uninsinos, 2001. TRAVANCAS, Isabel. O mundo dos jornalistas. São Paulo: Summus, 1992.
  • 59. 58 Apêndice A – Questionário aplicado aos usuários do transporte coletivo pesquisado PROJETO EXPERIMENTAL DE COMUNICAÇÃO: PONTO A PONTO- Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de Blumenau/SC PROFESSOR ORIENTADOR: Luciano Alessandro Duque ACADÊMICO: João Vitor Korc Gonçalves CURSO: COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO DATA: Fevereiro a Junho de 2009 QUESTIONÁRIO DE CAMPO: APLICADO AOS USUÁRIOS DE ÔNIBUS DA LINHA DO CIDADÃO DE BLUMENAU/SC 1. ( ) Homem ( ) Mulher 2. Profissão: ________________________________________________ 3. Qual sua idade? ( ) até 20 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) acima de 51 anos ( ) 31 a 40 anos 4. Quanto tempo em média, você permanece dentro do ônibus diariamente. ( ) 30 minutos ( ) até 1h e 30min ( ) 45 minutos ( ) mais de 2 hora 5. Você tem o hábito de ler? ( ) Sim ( ) Não ( ) apenas quando necessário (escola, trabalho etc..) 6. Se existisse um veículo de informação (jornal) MENSAL afixado dentro do ônibus, quais os temas que o interessariam? (até 3 itens) ( ) Dicas de Esporte ( ) Dicas de Cinema ( ) Dicas de Cultura ( ) Política ( ) Dicas de Saúde Obrigado.
  • 60. 59 Apêndice B – Cartaz Ponto a ponto saúde
  • 61. 60 A cor utilizada no fundo foi escolhida com intuito de relaxar os olhos do leitor, por ser uma cor suave que se dissolve na direção do meio do cartaz. Desta maneira, dispomos no leiaute cores mais vivas para ressaltar as informações ao longo do cartaz. A identidade visual fica a cargo do cabeçalho e do rodapé do veículo informativo, assim, tivemos liberdade de criar diferentes posições de leiaute para divulgar as informações. Sendo assim, não é necessário seguir um padrão de quadros ou espaços a serem preenchidos no cartaz, já que os flancos do cartaz resguardam a identidade do veículo. Para facilitar a leitura, as informações foram divididas por tópicos, com intuito de facilitar compreensão do leitor menos esclarecido. Assim, o leitor pode facilmente visualizar a informação que busca de forma, direta e organizada, que será lida da seguinte maneira: O que é a doença; quais os sintomas; principais causas; formas de tratamento; pessoas mais atingidas pelas doenças; como se prevenir. Os tópicos são baseados nos métodos de informação dos cartazes do Ministério da Saúde brasileira, órgão responsável por realizar campanhas de tratamento e conscientização social do nosso país. Verde e o vermelho foram cores bastante utilizadas por se tratarem de cores que remetem a vida. O verde com remete o leitor à pensar em natureza, qualidade de vida, que por sua vez remete á saúde. Entre as tantas idéias, fazer com que o leitor encare a natureza como sua “parceira” é um dos princípios do Ponto a ponto. As cores vermelhas foram dispostas a dar destaque ao cartaz, junto com o estetoscópio e com as cruzes vermelhas que dão o sentido de oferecer cuidados à saúde por parte do projeto. Deixemos claro que a idéia é trabalhar com informações simples, até mesmo traduzindo a linguagem técnica dos especialistas de forma a auxiliar na compreensão das idéias.
  • 62. 61 Apêndice C – Orçamento dos materiais Orçamento 2
  • 64. 63 Apêndice D – Busca por Empresas Apoiadoras Empresa 1