O documento analisa a política econômica brasileira nos anos 90, quando o país adotou reformas neoliberais como abertura, privatizações e redução do papel do Estado na economia. Discute os impactos dessas reformas no déficit público e na dívida, e analisa a dinâmica das contas públicas ao longo da década, culminando na crise de 1999.
O objetivo deste ensaio é investigar o impacto da abertura financeira e da privatização sobre as estratégias nacionais de desenvolvimento sublinhando, em particular, a natureza radical e ideológica que estes processos assumiram na América Latina dos anos 90 em contraste com o pragmatismo observado em outras regiões. Na primeira seção, investiga-se de forma condensada algumas características do estado desenvolvimentista do pós guerra e as transformações recentes de abertura, desregulação e privatização; na segunda seção discute-se a economia política da abertura financeira e a natureza com que este processo na América Latina, a terceira seção examina deste mesmo ângulo o significado dos processos de privatização, por fim, na quarta seção, algumas breves considerações finais são apresentadas.
2006 10 22 Relatorio Governo Lula Revisto Rosa[2]guest23053a
O documento discute a política econômica do governo Lula no Brasil entre 2002-2006. Ele descreve como a equipe econômica do governo Lula era composta principalmente por membros do governo anterior, indicando uma continuidade da política econômica neoliberal. Apesar das críticas iniciais de apoiadores de esquerda, os resultados econômicos positivos como controle da inflação e crescimento reduziram as críticas à política econômica do governo.
1) A política econômica brasileira desde 1994 permitiu o crescimento do país, mas a crise financeira mundial continuará impactando negativamente a produção e o emprego.
2) A crise financeira é mais grave do que o esperado e seus efeitos serão mais prolongados, levando a uma recessão global em 2009, particularmente nos EUA, Rússia e Índia.
3) É importante garantir a continuidade das políticas econômicas no Brasil e usar intervenções pontuais para amortecer os efeitos da crise, mas
O documento discute o papel do Estado na economia brasileira ao longo do tempo, desde a República até os dias atuais. O Estado teve um papel importante no desenvolvimento, principalmente através de empresas estatais em setores estratégicos. Recentemente, há um debate sobre privatizar e redefinir o papel do Estado, embora ainda haja discordância sobre isso.
Urge a construção de uma nova alternativa de poder no brasilFernando Alcoforado
A falta de condições políticas para realizar as mudanças econômicas que atendam os interesses da nação e garantam a governabilidade dos atuais detentores do poder está comprometida porque o governo Dilma Rousseff já demonstrou não reunir força política, não possuir competência suficiente e não ter liderança para propor à nação um projeto nacional de desenvolvimento que contribua para reverter a situação atual. O tempo conspira contra o governo Dilma Rousseff cuja tendência é a de piora da situação atual e de queda na aceitação de seu governo por parte da população brasileira. Todo este conjunto de fatores pode contribuir para que haja o crescimento do movimento pelo impeachment de Dilma Rousseff. Diante desta perspectiva, a nação brasileira tem que construir uma nova alternativa de poder no Brasil com a constituição de um novo partido que seja a antítese dos partidos que ocuparam o poder após o regime militar e demonstram serem incapazes de promover o desenvolvimento econômico e social do país em benefício da grande maioria de sua população, além de muitos deles serem coniventes com a corrupção sistêmica que toma conta das instâncias de poder nacional.
Trabalho de Conclusão de Curso - João RoccaJoão Rocca
1. O documento analisa o impacto da crise financeira de 2008 na liberdade econômica no Brasil e nos Estados Unidos, utilizando dados do Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation.
2. Após a crise, governos intervieram nos mercados com políticas fiscais, monetárias e regulatórias, o que pode ter afetado variáveis como eficiência regulatória, tamanho do governo, estado de direito e abertura de mercado.
3. O estudo avalia como essas variáveis se comportaram
Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006Nina Santos
Este documento analisa as relações exteriores do Brasil sob os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), destacando suas diferentes visões de mundo. O governo FHC adotou uma abordagem neoliberal e subordinada à globalização, enquanto o governo Lula buscou maior soberania nacional e liderança regional para reduzir assimetrias globais.
Boletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
1) A economia brasileira deve registrar uma queda de 3% a 3,5% no PIB em 2015, a maior desde 1990, devido ao ajuste fiscal implementado para resgatar a ortodoxia econômica.
2) O ajuste exige uma recessão para reduzir salários e gastos do governo, enfraquecendo os fatores que impulsionam o crescimento.
3) O foco no saneamento das contas públicas, em vez de estimular o investimento, torna improvável uma retomada rápida do crescimento.
O objetivo deste ensaio é investigar o impacto da abertura financeira e da privatização sobre as estratégias nacionais de desenvolvimento sublinhando, em particular, a natureza radical e ideológica que estes processos assumiram na América Latina dos anos 90 em contraste com o pragmatismo observado em outras regiões. Na primeira seção, investiga-se de forma condensada algumas características do estado desenvolvimentista do pós guerra e as transformações recentes de abertura, desregulação e privatização; na segunda seção discute-se a economia política da abertura financeira e a natureza com que este processo na América Latina, a terceira seção examina deste mesmo ângulo o significado dos processos de privatização, por fim, na quarta seção, algumas breves considerações finais são apresentadas.
2006 10 22 Relatorio Governo Lula Revisto Rosa[2]guest23053a
O documento discute a política econômica do governo Lula no Brasil entre 2002-2006. Ele descreve como a equipe econômica do governo Lula era composta principalmente por membros do governo anterior, indicando uma continuidade da política econômica neoliberal. Apesar das críticas iniciais de apoiadores de esquerda, os resultados econômicos positivos como controle da inflação e crescimento reduziram as críticas à política econômica do governo.
1) A política econômica brasileira desde 1994 permitiu o crescimento do país, mas a crise financeira mundial continuará impactando negativamente a produção e o emprego.
2) A crise financeira é mais grave do que o esperado e seus efeitos serão mais prolongados, levando a uma recessão global em 2009, particularmente nos EUA, Rússia e Índia.
3) É importante garantir a continuidade das políticas econômicas no Brasil e usar intervenções pontuais para amortecer os efeitos da crise, mas
O documento discute o papel do Estado na economia brasileira ao longo do tempo, desde a República até os dias atuais. O Estado teve um papel importante no desenvolvimento, principalmente através de empresas estatais em setores estratégicos. Recentemente, há um debate sobre privatizar e redefinir o papel do Estado, embora ainda haja discordância sobre isso.
Urge a construção de uma nova alternativa de poder no brasilFernando Alcoforado
A falta de condições políticas para realizar as mudanças econômicas que atendam os interesses da nação e garantam a governabilidade dos atuais detentores do poder está comprometida porque o governo Dilma Rousseff já demonstrou não reunir força política, não possuir competência suficiente e não ter liderança para propor à nação um projeto nacional de desenvolvimento que contribua para reverter a situação atual. O tempo conspira contra o governo Dilma Rousseff cuja tendência é a de piora da situação atual e de queda na aceitação de seu governo por parte da população brasileira. Todo este conjunto de fatores pode contribuir para que haja o crescimento do movimento pelo impeachment de Dilma Rousseff. Diante desta perspectiva, a nação brasileira tem que construir uma nova alternativa de poder no Brasil com a constituição de um novo partido que seja a antítese dos partidos que ocuparam o poder após o regime militar e demonstram serem incapazes de promover o desenvolvimento econômico e social do país em benefício da grande maioria de sua população, além de muitos deles serem coniventes com a corrupção sistêmica que toma conta das instâncias de poder nacional.
Trabalho de Conclusão de Curso - João RoccaJoão Rocca
1. O documento analisa o impacto da crise financeira de 2008 na liberdade econômica no Brasil e nos Estados Unidos, utilizando dados do Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation.
2. Após a crise, governos intervieram nos mercados com políticas fiscais, monetárias e regulatórias, o que pode ter afetado variáveis como eficiência regulatória, tamanho do governo, estado de direito e abertura de mercado.
3. O estudo avalia como essas variáveis se comportaram
Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006Nina Santos
Este documento analisa as relações exteriores do Brasil sob os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), destacando suas diferentes visões de mundo. O governo FHC adotou uma abordagem neoliberal e subordinada à globalização, enquanto o governo Lula buscou maior soberania nacional e liderança regional para reduzir assimetrias globais.
Boletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
1) A economia brasileira deve registrar uma queda de 3% a 3,5% no PIB em 2015, a maior desde 1990, devido ao ajuste fiscal implementado para resgatar a ortodoxia econômica.
2) O ajuste exige uma recessão para reduzir salários e gastos do governo, enfraquecendo os fatores que impulsionam o crescimento.
3) O foco no saneamento das contas públicas, em vez de estimular o investimento, torna improvável uma retomada rápida do crescimento.
O documento discute como as políticas econômicas do governo Lula entre 2003-2010 levaram a um "nacional-desenvolvimentismo às avessas", com a inversão dos pilares do desenvolvimentismo brasileiro. Isso incluiu a desindustrialização, a dessubstituição de importações e a reprimarização das exportações, resultando em maior dependência externa e vulnerabilidade econômica.
1) O documento discute o processo de globalização sob diferentes perspectivas como financeira, comercial e produtiva.
2) Há controvérsias sobre os efeitos da globalização, que pode tanto estimular a competitividade quanto aumentar riscos especulativos.
3) A globalização levou a uma maior homogeneização das estruturas de oferta e demanda entre países, mas seus impactos na estrutura produtiva são complexos.
O documento discute a projeção de poder do Brasil ao longo de três períodos históricos: 1) 1930-1988, com foco na integração nacional e defesa do território; 2) 1990-2002, marcado pela abertura econômica e privatizações; 3) 2002-2008, com intensificação das relações diplomáticas e cooperação internacional.
REFORMA DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NECESSÁRIA AO BRASIL NA ERA CONT...Fernando Alcoforado
1) A crise econômica mundial de 2008 teve origem nos Estados Unidos e ameaça evoluir para uma depressão global prolongada.
2) O Brasil precisa de uma reforma do Estado para promover o desenvolvimento econômico e social diante da crise.
3) A reforma do Estado brasileiro é necessária para torná-lo mais eficiente e capaz de lidar com os desafios globais.
Este artigo analisa as principais mudanças políticas ocorridas no Estado brasileiro nas últimas décadas do século XX, focando nos processos de democratização política e liberalização econômica. A crise do Estado desenvolvimentista brasileiro na década de 1980 levou à transição para um Estado democrático e de mercado. A democratização política foi mais importante na década de 1980, enquanto a liberalização econômica destacou-se nos anos 1990 sob o governo de Fernando Henrique Cardoso.
1) O documento discute as perspectivas econômicas globais preocupantes e seu impacto potencial no Brasil, incluindo a desaceleração econômica e o risco de aprofundamento da desindustrialização.
2) Argumenta-se que políticas públicas inteligentes são necessárias para promover o desenvolvimento industrial e regional do Brasil, incluindo um regime tributário progressivo e maior vinculação de recursos para investimentos.
3) Defende-se um debate nacional sobre desenvolvimento a partir de um projeto estratégico de longo prazo, considerando
CAUSAS DO FRACASSO DO NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO NO BRASIL E NO MUNDO E COMO...Fernando Alcoforado
Este artigo tem por objetivo apresentar os fatores que levaram ao fracasso do nacional desenvolvimentismo adotado no Brasil e no mundo e mostrar como resgatá-lo na era contemporânea. Entende-se por nacional desenvolvimentismo o esforço encetado por vários governos no mundo após a 2ª Guerra Mundial no sentido de fazer com que seus países alcançassem o mesmo nível de desenvolvimento dos países capitalistas desenvolvidos. A identificação dos fatores ou causas que levaram ao fracasso do nacional desenvolvimentismo vai possibilitar resgatá-lo com os devidos ajustes que, no caso específico do Brasil, é muito importante que aconteça porque foi, com o nacional desenvolvimentismo de 1930 a 1980, que o país alcançou o mais elevado nível de desenvolvimento econômico e social de sua história. O que se pretende, também, neste artigo é, identificando as reais causas do fracasso do nacional desenvolvimentismo, contribuir para mostrar os caminhos que levem à emancipação econômica e social da grande maioria dos países do mundo.
O documento discute os modelos de desenvolvimento nacional no Brasil, comparando o modelo
desenvolvimentista implementado por Vargas com o modelo neoliberal implementado por Collor. O autor
argumenta que o modelo neoliberal levou a estagnação econômica e dívida, enquanto o modelo
desenvolvimentista promoveu crescimento. Ele defende a adoção de um novo modelo
desenvolvimentista com abertura seletiva e foco em investimento produtivo.
O documento discute os modelos de desenvolvimento nacional no Brasil, comparando o modelo
desenvolvimentista implementado por Vargas com o modelo neoliberal implementado por Collor. O modelo
desenvolvimentista promoveu o crescimento através da industrialização e proteção da economia, enquanto o
modelo neoliberal fracassou em gerar crescimento sustentado e aumentou a dívida pública. O documento
defende a retomada de um modelo desenvolvimentista com abertura seletiva da economia.
Durante os anos 80, a grande maioria das economias da América Latina registrou
processos inflacionários persistentes, com elevadas taxas, sem precedentes mesmo para
uma região com longa tradição inflacionária. Além desta, outra novidade atingiu a
região naquele período: mesmo os países que conseguiram levar adiante com grande
sucesso seus projetos desenvolvimentistas do pós-guerra, como Brasil e México,
tiveram então suas economias praticamente estagnadas.
Ao final da década de 90, ainda que permanecesse o desempenho medíocre em
termos de crescimento econômico, toda a região apresentava taxas de inflação muito
reduzidas, mesmo para os padrões históricos inflacionários do continente.
1) O documento discute as origens da crise da representação empresarial na década de 1980 no Brasil e o surgimento do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) nesse contexto.
2) O PNBE surgiu em 1987 de uma insatisfação com as respostas à crise articuladas pela estrutura tradicional de representação do empresariado.
3) O PNBE propunha um projeto hegemônico para superar as propostas econômico-corporativas do empresariado, mas este projeto nunca assumi
Neste artigo, analisa-se a estratégia política econômica adotada pelo novo governo brasileiro, primeiramente do ponto de vista do erro de diagnóstico do Governo em relação: (a) à conjuntura internacional; (b) ao comportamento dos agentes nos mercados financeiros; e (c) à situação estrutural da conta corrente brasileira. Mostra-se, então, que essa estratégia, além de ter custos elevados, está fadada ao fracasso, se não for alterada rapidamente. Segue-se, então, uma lista de oito pontos que ilustram o tipo de mudança radical de estratégia, com o objetivo de tornar o combate à restrição externa da economia brasileira a prioridade número um da política econômica.
Boletim 25 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
1. O documento discute o impacto econômico das políticas neoliberais implementadas no Brasil entre 1995-2002 sob o governo FHC. Isso incluiu estagnação econômica, aumento da dívida externa e concentração de renda.
2. As taxas de desemprego e precarização do trabalho aumentaram consideravelmente nesse período devido às políticas de liberalização e controle da inflação.
3. A dívida interna brasileira cresceu aceleradamente para pagar os juros da dív
Boletim nee enfoque n° 1- análise de conjunturaPedro Otoni
A política externa do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) caracterizou-se pela total submissão aos Estados Unidos e organismos internacionais, adotando políticas neoliberais que aumentaram a dependência e vulnerabilidade do Brasil. O governo Lula (2003-2010) diversificou as relações, fortalecendo laços com países em desenvolvimento, mas permaneceu dentro dos limites do capitalismo e teve capacidade limitada de confrontar as potências. A política externa de Dilma deve buscar manter a linha de Lula, mas sem romper com o status quo capital
O documento discute os impactos da dívida pública na economia e finanças do país. Apresenta como a dívida pública se tornou dominante dentro da Constituição de 1986 e como vem sendo investigada em teses de doutorado. Também lista referências sobre o tema.
Boletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
1) O documento discute a crise econômica global e seus impactos no Brasil, onde a atividade industrial registrou forte queda e há sinais de recuperação lenta.
2) Há exagero no otimismo do mercado brasileiro diante dos desafios internos e externos, com economias desenvolvidas enfrentando longa recessão.
3) O governo revisou projeções de inflação para baixo devido à retração da atividade e menor pressão dos alimentos, apesar da resistência dos preços de serviços.
Para reativar a economia, o governo deve atuar como o grande indutor do desen...Fernando Alcoforado
As maiores taxas de crescimento do PIB do Brasil ocorreram de 1930 a 1980 quando o governo federal exerceu um papel ativo no desenvolvimento econômico e social do País. A partir de 1990, quando foi adotado o modelo neoliberal e o governo pouco interveio sobre a economia brasileira, o Brasil apresentou retrocesso em seu processo de desenvolvimento econômico e social. Urge, portanto, o abandono do modelo econômico neoliberal, para reativar a economia brasileira com ativa participação do Estado na atividade econômica como ocorreu de 1930 a 1980.
O documento discute a dívida pública brasileira e suas implicações para a economia. Em 3 frases:
1) A dívida pública é usada para extrair riqueza dos países periféricos em benefício dos centrais e atores financeiros por meio de juros elevados.
2) Ela sustenta-se no discurso da estabilidade monetária via inflação e superávit, mas na verdade alimenta a acumulação financeira em detrimento do desenvolvimento.
3) Há propostas para auditar a dívida e promover um debate que
1) A economia brasileira está sendo menos afetada pela crise global do que os EUA e Europa devido a laços mais fracos com os sistemas bancários internacionais e comércio mais focado na América Latina e Ásia.
2) No Brasil, parte significativa da poupança é aplicada em títulos públicos, gerando lucros para especulação financeira em vez de investimento e empregos.
3) Uma queda gradual dos juros pode forçar esses recursos a migrarem para geração de emprego
Como a maioria dos demais países latino americanos, a economia brasileira foi
muito atingida pela duas mais importantes mudanças nas condições externas que
afetaram o continente desde 1980, a saber, a interrupção (e mesmo a reversão) dos
fluxos internacionais de capital para a região depois da moratória mexicana em 1982 e a
retomada destes fluxos nos anos 90 1 . O primeiro destes choques - combinado com
recessão mundial, deterioração dos termos de troca para as commodities e um aumento
sem precedentes nas taxas de juros internacionais ocorridos nos anos oitenta - levou o
Brasil a uma década de estagnação 2 e taxas de inflação altas e persistentes que levaram
adicionalmente, ao progressivo desmantelamento de um bem sucedido regime de
industrialização liderado pelo Estado.
A abrupta retomada dos fluxos de capital para a América Latina recentemente nos
anos noventa foi decisiva para a recuperação econômica e a dramática redução e
estabilização da taxa de inflação, esta última obtida no Brasil com o Plano Real aplicado
em 1994, que foi baseado na desindexação da economia e (mais crucialmente) no rígido
controle da taxa nominal de câmbio.
1. O documento discute a relação entre distribuição de renda e crescimento econômico no Brasil.
2. Explica que a industrialização brasileira se apoiou na inflação como instrumento para garantir o desenvolvimento, sem alterar a estrutura histórica concentradora de renda.
3. Discute que a inflação funcionou como um "imposto inflacionário" que permitiu o financiamento estatal do crescimento, mas de forma que reforçou a desigualdade distributiva.
O presente artigo busca discutir como a liberalização financeira, que vem ocorrendo desde a década de 70 e que se acentuou na década de 90, afetou a distribuição de renda e riqueza nos Estados Unidos. Ava- liam-se, primeiro, as razões teóricas para um aumento da desigualdade decorrente da transformação de um “capitalismo pa- ternalista” para um “capitalismo gerenciador de dinheiro”. Em seguida, discutimos o principal mecanismo que operou no auge do “capitalismo gerenciador de dinheiro” nos Estados Unidos (na década de 90). Tal mecanismo se caracteriza pelo estímulo da demanda efetiva via o efeito riqueza decorrente de bolhas nos mercados de títulos e ações, bem como pelo conjunto de políticas econômicas, com destaque especial para as políticas de garantia de liquidez, utilizadas para manter o funcionamento de tal mecanismo e seus efeitos para a demanda agregada. Por fim, analisamos alguns trabalhos empíricos e dados que confirmam o aumento da desigualdade de renda e riqueza – medida em termos funcionais ou pessoais –, corroborando as teorias estudadas. Palavras-chave Capitalismo gerenciador de dinheiro; Desigualdade de renda; Desigualdade de riqueza.
O documento discute como as políticas econômicas do governo Lula entre 2003-2010 levaram a um "nacional-desenvolvimentismo às avessas", com a inversão dos pilares do desenvolvimentismo brasileiro. Isso incluiu a desindustrialização, a dessubstituição de importações e a reprimarização das exportações, resultando em maior dependência externa e vulnerabilidade econômica.
1) O documento discute o processo de globalização sob diferentes perspectivas como financeira, comercial e produtiva.
2) Há controvérsias sobre os efeitos da globalização, que pode tanto estimular a competitividade quanto aumentar riscos especulativos.
3) A globalização levou a uma maior homogeneização das estruturas de oferta e demanda entre países, mas seus impactos na estrutura produtiva são complexos.
O documento discute a projeção de poder do Brasil ao longo de três períodos históricos: 1) 1930-1988, com foco na integração nacional e defesa do território; 2) 1990-2002, marcado pela abertura econômica e privatizações; 3) 2002-2008, com intensificação das relações diplomáticas e cooperação internacional.
REFORMA DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NECESSÁRIA AO BRASIL NA ERA CONT...Fernando Alcoforado
1) A crise econômica mundial de 2008 teve origem nos Estados Unidos e ameaça evoluir para uma depressão global prolongada.
2) O Brasil precisa de uma reforma do Estado para promover o desenvolvimento econômico e social diante da crise.
3) A reforma do Estado brasileiro é necessária para torná-lo mais eficiente e capaz de lidar com os desafios globais.
Este artigo analisa as principais mudanças políticas ocorridas no Estado brasileiro nas últimas décadas do século XX, focando nos processos de democratização política e liberalização econômica. A crise do Estado desenvolvimentista brasileiro na década de 1980 levou à transição para um Estado democrático e de mercado. A democratização política foi mais importante na década de 1980, enquanto a liberalização econômica destacou-se nos anos 1990 sob o governo de Fernando Henrique Cardoso.
1) O documento discute as perspectivas econômicas globais preocupantes e seu impacto potencial no Brasil, incluindo a desaceleração econômica e o risco de aprofundamento da desindustrialização.
2) Argumenta-se que políticas públicas inteligentes são necessárias para promover o desenvolvimento industrial e regional do Brasil, incluindo um regime tributário progressivo e maior vinculação de recursos para investimentos.
3) Defende-se um debate nacional sobre desenvolvimento a partir de um projeto estratégico de longo prazo, considerando
CAUSAS DO FRACASSO DO NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO NO BRASIL E NO MUNDO E COMO...Fernando Alcoforado
Este artigo tem por objetivo apresentar os fatores que levaram ao fracasso do nacional desenvolvimentismo adotado no Brasil e no mundo e mostrar como resgatá-lo na era contemporânea. Entende-se por nacional desenvolvimentismo o esforço encetado por vários governos no mundo após a 2ª Guerra Mundial no sentido de fazer com que seus países alcançassem o mesmo nível de desenvolvimento dos países capitalistas desenvolvidos. A identificação dos fatores ou causas que levaram ao fracasso do nacional desenvolvimentismo vai possibilitar resgatá-lo com os devidos ajustes que, no caso específico do Brasil, é muito importante que aconteça porque foi, com o nacional desenvolvimentismo de 1930 a 1980, que o país alcançou o mais elevado nível de desenvolvimento econômico e social de sua história. O que se pretende, também, neste artigo é, identificando as reais causas do fracasso do nacional desenvolvimentismo, contribuir para mostrar os caminhos que levem à emancipação econômica e social da grande maioria dos países do mundo.
O documento discute os modelos de desenvolvimento nacional no Brasil, comparando o modelo
desenvolvimentista implementado por Vargas com o modelo neoliberal implementado por Collor. O autor
argumenta que o modelo neoliberal levou a estagnação econômica e dívida, enquanto o modelo
desenvolvimentista promoveu crescimento. Ele defende a adoção de um novo modelo
desenvolvimentista com abertura seletiva e foco em investimento produtivo.
O documento discute os modelos de desenvolvimento nacional no Brasil, comparando o modelo
desenvolvimentista implementado por Vargas com o modelo neoliberal implementado por Collor. O modelo
desenvolvimentista promoveu o crescimento através da industrialização e proteção da economia, enquanto o
modelo neoliberal fracassou em gerar crescimento sustentado e aumentou a dívida pública. O documento
defende a retomada de um modelo desenvolvimentista com abertura seletiva da economia.
Durante os anos 80, a grande maioria das economias da América Latina registrou
processos inflacionários persistentes, com elevadas taxas, sem precedentes mesmo para
uma região com longa tradição inflacionária. Além desta, outra novidade atingiu a
região naquele período: mesmo os países que conseguiram levar adiante com grande
sucesso seus projetos desenvolvimentistas do pós-guerra, como Brasil e México,
tiveram então suas economias praticamente estagnadas.
Ao final da década de 90, ainda que permanecesse o desempenho medíocre em
termos de crescimento econômico, toda a região apresentava taxas de inflação muito
reduzidas, mesmo para os padrões históricos inflacionários do continente.
1) O documento discute as origens da crise da representação empresarial na década de 1980 no Brasil e o surgimento do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) nesse contexto.
2) O PNBE surgiu em 1987 de uma insatisfação com as respostas à crise articuladas pela estrutura tradicional de representação do empresariado.
3) O PNBE propunha um projeto hegemônico para superar as propostas econômico-corporativas do empresariado, mas este projeto nunca assumi
Neste artigo, analisa-se a estratégia política econômica adotada pelo novo governo brasileiro, primeiramente do ponto de vista do erro de diagnóstico do Governo em relação: (a) à conjuntura internacional; (b) ao comportamento dos agentes nos mercados financeiros; e (c) à situação estrutural da conta corrente brasileira. Mostra-se, então, que essa estratégia, além de ter custos elevados, está fadada ao fracasso, se não for alterada rapidamente. Segue-se, então, uma lista de oito pontos que ilustram o tipo de mudança radical de estratégia, com o objetivo de tornar o combate à restrição externa da economia brasileira a prioridade número um da política econômica.
Boletim 25 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
1. O documento discute o impacto econômico das políticas neoliberais implementadas no Brasil entre 1995-2002 sob o governo FHC. Isso incluiu estagnação econômica, aumento da dívida externa e concentração de renda.
2. As taxas de desemprego e precarização do trabalho aumentaram consideravelmente nesse período devido às políticas de liberalização e controle da inflação.
3. A dívida interna brasileira cresceu aceleradamente para pagar os juros da dív
Boletim nee enfoque n° 1- análise de conjunturaPedro Otoni
A política externa do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) caracterizou-se pela total submissão aos Estados Unidos e organismos internacionais, adotando políticas neoliberais que aumentaram a dependência e vulnerabilidade do Brasil. O governo Lula (2003-2010) diversificou as relações, fortalecendo laços com países em desenvolvimento, mas permaneceu dentro dos limites do capitalismo e teve capacidade limitada de confrontar as potências. A política externa de Dilma deve buscar manter a linha de Lula, mas sem romper com o status quo capital
O documento discute os impactos da dívida pública na economia e finanças do país. Apresenta como a dívida pública se tornou dominante dentro da Constituição de 1986 e como vem sendo investigada em teses de doutorado. Também lista referências sobre o tema.
Boletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
1) O documento discute a crise econômica global e seus impactos no Brasil, onde a atividade industrial registrou forte queda e há sinais de recuperação lenta.
2) Há exagero no otimismo do mercado brasileiro diante dos desafios internos e externos, com economias desenvolvidas enfrentando longa recessão.
3) O governo revisou projeções de inflação para baixo devido à retração da atividade e menor pressão dos alimentos, apesar da resistência dos preços de serviços.
Para reativar a economia, o governo deve atuar como o grande indutor do desen...Fernando Alcoforado
As maiores taxas de crescimento do PIB do Brasil ocorreram de 1930 a 1980 quando o governo federal exerceu um papel ativo no desenvolvimento econômico e social do País. A partir de 1990, quando foi adotado o modelo neoliberal e o governo pouco interveio sobre a economia brasileira, o Brasil apresentou retrocesso em seu processo de desenvolvimento econômico e social. Urge, portanto, o abandono do modelo econômico neoliberal, para reativar a economia brasileira com ativa participação do Estado na atividade econômica como ocorreu de 1930 a 1980.
O documento discute a dívida pública brasileira e suas implicações para a economia. Em 3 frases:
1) A dívida pública é usada para extrair riqueza dos países periféricos em benefício dos centrais e atores financeiros por meio de juros elevados.
2) Ela sustenta-se no discurso da estabilidade monetária via inflação e superávit, mas na verdade alimenta a acumulação financeira em detrimento do desenvolvimento.
3) Há propostas para auditar a dívida e promover um debate que
1) A economia brasileira está sendo menos afetada pela crise global do que os EUA e Europa devido a laços mais fracos com os sistemas bancários internacionais e comércio mais focado na América Latina e Ásia.
2) No Brasil, parte significativa da poupança é aplicada em títulos públicos, gerando lucros para especulação financeira em vez de investimento e empregos.
3) Uma queda gradual dos juros pode forçar esses recursos a migrarem para geração de emprego
Como a maioria dos demais países latino americanos, a economia brasileira foi
muito atingida pela duas mais importantes mudanças nas condições externas que
afetaram o continente desde 1980, a saber, a interrupção (e mesmo a reversão) dos
fluxos internacionais de capital para a região depois da moratória mexicana em 1982 e a
retomada destes fluxos nos anos 90 1 . O primeiro destes choques - combinado com
recessão mundial, deterioração dos termos de troca para as commodities e um aumento
sem precedentes nas taxas de juros internacionais ocorridos nos anos oitenta - levou o
Brasil a uma década de estagnação 2 e taxas de inflação altas e persistentes que levaram
adicionalmente, ao progressivo desmantelamento de um bem sucedido regime de
industrialização liderado pelo Estado.
A abrupta retomada dos fluxos de capital para a América Latina recentemente nos
anos noventa foi decisiva para a recuperação econômica e a dramática redução e
estabilização da taxa de inflação, esta última obtida no Brasil com o Plano Real aplicado
em 1994, que foi baseado na desindexação da economia e (mais crucialmente) no rígido
controle da taxa nominal de câmbio.
1. O documento discute a relação entre distribuição de renda e crescimento econômico no Brasil.
2. Explica que a industrialização brasileira se apoiou na inflação como instrumento para garantir o desenvolvimento, sem alterar a estrutura histórica concentradora de renda.
3. Discute que a inflação funcionou como um "imposto inflacionário" que permitiu o financiamento estatal do crescimento, mas de forma que reforçou a desigualdade distributiva.
O presente artigo busca discutir como a liberalização financeira, que vem ocorrendo desde a década de 70 e que se acentuou na década de 90, afetou a distribuição de renda e riqueza nos Estados Unidos. Ava- liam-se, primeiro, as razões teóricas para um aumento da desigualdade decorrente da transformação de um “capitalismo pa- ternalista” para um “capitalismo gerenciador de dinheiro”. Em seguida, discutimos o principal mecanismo que operou no auge do “capitalismo gerenciador de dinheiro” nos Estados Unidos (na década de 90). Tal mecanismo se caracteriza pelo estímulo da demanda efetiva via o efeito riqueza decorrente de bolhas nos mercados de títulos e ações, bem como pelo conjunto de políticas econômicas, com destaque especial para as políticas de garantia de liquidez, utilizadas para manter o funcionamento de tal mecanismo e seus efeitos para a demanda agregada. Por fim, analisamos alguns trabalhos empíricos e dados que confirmam o aumento da desigualdade de renda e riqueza – medida em termos funcionais ou pessoais –, corroborando as teorias estudadas. Palavras-chave Capitalismo gerenciador de dinheiro; Desigualdade de renda; Desigualdade de riqueza.
A crise econômica e financeira mundial é mais profunda e generalizada e seus efeitos serão mais duradouros do que se imaginava. A crise continua a se desenrolar e as suas causas e intervenções serão, sem dúvida, objeto de debate por muitos anos. O cenário atual brasileiro é um dos mais favoráveis do mundo, em praticamente todos os setores de atividade econômica
Esta dissertação analisa como o Plano Real contribuiu para o crescimento da dívida pública no Brasil entre 1994-1998. Discute-se que a política cambial sobrevalorizada gerou grandes déficits em conta corrente, que só puderam ser financiados com altas taxas de juros, deteriorando as finanças públicas. O gasto com juros reais foi o principal fator para o aumento da dívida nesse período. Também tiveram impacto os custos fiscais do Proer e as privatizações, embora tenham
Este documento discute as raízes estruturais da crise financeira asiática de 1997. A crise atingiu profundamente economias como Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Coréia, colocando em pânico os mercados mundiais. O autor argumenta que mudanças estruturais na dinâmica do crescimento regional asiático entre 1995-1997, como a liberalização financeira e valorização cambial, resultaram em maior fragilidade financeira externa nestes países. A exaustão do dinamismo dos investimentos
Este documento discute as raízes estruturais da crise financeira asiática de 1997. A crise atingiu profundamente economias como Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Coréia, colocando em pânico os mercados mundiais. O autor argumenta que mudanças estruturais na dinâmica do crescimento regional asiático entre 1995-1997, como a liberalização financeira e valorização cambial, resultaram em maior fragilidade financeira externa nestes países. A exaustão do dinamismo dos investimentos
O documento descreve estratégias do projeto neoliberal aplicadas no Brasil, como a disciplina fiscal, a abertura comercial e a privatização. Aponta críticas como a diminuição de investimentos e o aumento do desemprego e da pobreza. Também aborda a interferência de organizações internacionais nas políticas econômicas e sociais brasileiras.
O presidente Lula disse no seu discurso de posse em 2003 que ele venceu as eleições porque a esperança (do povo) venceu o medo (da mudança). No entanto, ao assumir o governo, o presidente Lula e sua equipe demonstraram que o medo de enfrentar as verdadeiras causas dos problemas nacionais se sobrepôs à esperança do povo de realizar as mudanças exigidas para a promoção do progresso econômico e social do Brasil porque deu continuidade à política econômica neoliberal do governo FHC. Ao invés de mobilizar a sociedade civil organizada para junto com o governo elaborar e executar um plano nacional de desenvolvimento capaz de romper com os entraves ao progresso econômico e social do Brasil que correspondesse aos verdadeiros interesses da maioria do povo brasileiro, os governos do PT, de Lula e Dilma Rousseff, decidiram manter o modelo econômico neoliberal inaugurado no governo Collor do qual resultou crescente dependência do País de capitais externos e baixo crescimento econômico.
1) O documento discute a globalização econômica e suas implicações para as políticas nacionais.
2) Há controvérsia sobre o conceito de globalização, que afeta diversas áreas como finanças, comércio e produção.
3) Alguns argumentam que a globalização financeira pode estimular especulação, enquanto outros veem potenciais benefícios se regulada.
Os nefastos efeitos do neoliberalismo sobre o brasil e como superá losFernando Alcoforado
1) O documento discute os efeitos negativos do neoliberalismo no Brasil, incluindo baixo crescimento econômico, privatizações, e desindustrialização.
2) A adesão ao neoliberalismo levou a déficits comerciais, desnacionalização da economia, e dependência de capitais externos.
3) As políticas neoliberais de abertura econômica enfraqueceram a indústria brasileira e contribuíram para a inflação e queda nos investimentos.
Infomoney- O PT começa a articular a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 2018 já no 5° Congresso Nacional do PT, que ocorre de quinta-feira (11) a sábado (13) na capital baiana. A carta intitulada "Declaração de Salvador" foi divulgada nesta terça-feira (9) pelo partido e será apresentada no Congresso do partido
O documento discute as tendências de queda nas taxas de lucro e taxas de crescimento do PIB no sistema capitalista mundial conforme previsto por Karl Marx. Também analisa as ações adotadas pelos capitalistas para neutralizar a queda nas taxas de lucro, como a intensificação da exploração dos trabalhadores e o investimento em países de baixo custo. Porém, essas ações não podem deter indefinidamente a tendência de queda que eventualmente levará ao colapso do sistema capitalista.
1) A professora Virginia Fontes discute as consequências da crise financeira global e suas implicações para o sistema capitalista mundial.
2) Ela argumenta que a crise pode levar a uma maior concentração de capitais e exploração da classe trabalhadora em escala global, a menos que haja fortes reações populares.
3) Fontes defende que governos progressistas devem apoiar os povos em vez de bancos, e socializar setores econômicos estratégicos, enquanto as forças populares devem elaborar um plano de emergência social
O documento discute a desindustrialização prematura do Brasil e propõe várias medidas para enfrentá-la, incluindo: 1) um imposto sobre entrada de capitais para desacelerar a apreciação do real; 2) desindexação da economia para combater a inflação; 3) redistribuição dos royalties do petróleo para educação e P&D.
1. O documento discute o processo de substituição do modelo intervencionista estatal brasileiro dos anos 1930-1980 pelo modelo neoliberal nos anos 1980-2000, analisando as administrações de Collor, Cardoso e Lula.
2. Argumenta que esses governos contribuíram para a consolidação do neoliberalismo no Brasil através da privatização do setor público e da precarização das políticas sociais.
3. Analisa a crise do modelo desenvolvimentista estatal nos anos 1980 e a adesão do Brasil ao projeto neoliberal nos anos
Abordagem Histórica da Economia Brasileira
Capítulo 16: Do Crescimento Forçado à Crise da Dívida
Referência Bibliográfica: Gremaud, A.; Vasconcellos, M. A.; Toneto Jr, R. Economia Brasileira Contemporânea. São Paulo: Editora Atlas, 2002.
O documento discute a evolução do comércio exterior brasileiro desde a década de 1980, passando pelas políticas econômicas intervencionistas até as reformas liberais dos anos 1990 que abriram a economia. Também destaca a importância de respeitar a cultura dos mercados externos para o sucesso das empresas brasileiras em negociações internacionais.
1) O documento analisa a guinada neoliberal recente na política econômica brasileira, que levou o país à recessão e aumento do desemprego.
2) A política econômica implementada a partir de 2011 desacelerou o crescimento por meio de cortes no investimento público, em contraste com a estratégia anterior de estímulo à demanda.
3) Apesar da crise ter sido gerada internamente, o governo tentou culpar fatores externos, ignorando que o Brasil mantinha posição econômica sól
1. O documento discute a situação política e econômica do Brasil e da América Latina diante da crise global do capitalismo.
2. Defende reformas estruturais e tributárias para financiar o desenvolvimento social com justiça, em oposição às propostas neoliberais.
3. Propõe medidas como taxar grandes fortunas, heranças, lucros e dividendos para gerar recursos e reduzir desigualdades.
1. Os impasses da política econômica brasileira nos anos 90
_________________________________________________________________________________________________
Érico Henrique Garcia de Brito e Áquilas Mendes*
Resumo: Os anos 90, como os 80, foram denominados por parte da literatura econômica como mais um período de "década
perdida". Ainda que essa última década disponha de características da política econômica distinta em relação aos anos 80, há
quem afirme que os motivos desse comportamento possam ser explicados por conseqüências inevitáveis da irresponsabilidade
governamental de períodos anteriores e de decisões tomadas no âmbito da definição da política econômica interna nesses
últimos dez anos. A supremacia crescente do "mercado", do financeiro e do privado sobre o público também contribuiu para
esse quadro, conforme o demonstram as várias indagações que se encontram neste artigo. Ele analisa o sentido da política
econômica nos anos 90, com destaque à inserção brasileira no processo das reformas "neoliberais", bem como o processo de
privatização ao longo desses anos, confrontando-o com os fins que exerceu na agenda do setor público nesse período. Por fim,
trata da dinâmica das contas públicas nos diversos períodos da década e avalia seu impacto na adoção de uma nova diretriz de
política fiscal.
Palavras-chave: ajuste fiscal, dívida pública, déficit público, privatização.
Introdução
O Plano Real e a estabilização das taxas de inflação foram, sem dúvida, os principais eventos na seara econômica no decorrer
da década de 90. Importante salientar, no entanto, que o plano e seus desdobramentos posteriores foram concebidos a partir
dos mesmos ideais "neoliberais" que pautaram os programas de estabilização de nossos vizinhos latinos, qual sejam: aumento
acelerado das importações de bens, serviços e capitais; âncora cambial e juros elevados (Mercadante, 1998). Ou seja, o
próprio sucesso do plano levou a economia nacional a uma série de desequilíbrios macroeconômicos (Fiori, 1998).
Para que se possa entender a dinâmica e a lógica por trás desse processo, faz-se necessário considerar as iniciativas e
reformas promovidas pelo Estado a fim de reduzir a interferência estatal nos "mercados" e promover a competitividade na
economia, que ocorrem com mais vigor a partir de 1990.
A implementação de uma série de medidas que contribuíram para o contínuo esfacelamento do setor público, por outro lado,
provocou a "ressurreição" dos credores internacionais que, ao contrário da década anterior, assistiam a uma crise de excesso
de liquidez (Filgueiras, 2000). A "boa-vontade" de financiar a economia brasileira dava-se, principalmente, por meio de capitais
de curto prazo a juros elevados, de investimentos diretos ou, em alguns anos mais especificamente, pelos recursos destinados
ao processo de privatização
1
.
Os novos e abundantes recursos facilitaram o "fim" da inflação crônica e são, em grande parte, a causa da quebra do dogma de
que a estabilização deveria estar, obrigatoriamente, acompanhada de uma política de maior austeridade fiscal (que de fato só
seria adotada com a crise cambial de 1999), como veremos no decorrer deste artigo, dogma este que Franco coloca de
maneira categórica:
"Claramente, se não houver ajuste fiscal simultâneo à estabilização, ela fracassará de forma rápida e retumbante."
2
(Franco,
1995, p. 232)
Tratava-se, na visão de Giambiagi, de uma violação dos fundamentos fiscais de qualquer programa de estabilização, e provava
ser errada a assunção dos pensamentos econômicos à época, dado o sucesso estrondoso do Plano Real frente aos seus
antecessores, embora inegável a importância do ajuste no médio e longo prazo (Giambiagi, 1997).
Esquecem-se esses autores de que a estabilização, de fato, poderia ser mantida por um prazo reduzido sem a aprovação das
reformas e ajustes necessários. O preço da estabilização era pago pelas receitas de privatização e pelos capitais especulativos,
às custas de, passada a euforia produtiva dos primeiros anos de estabilização, desemprego e recessão. Por outra ótica,
tinha-se que o financiamento do componente externo (leia-se: conseqüentes desequilíbrios em conta corrente) atuava como
protelador principal das inevitáveis medidas amargas que viriam a ser implementadas após 1999.
Nesse contexto, este artigo analisa o fio condutor da política econômica nos anos 90, com destaque para a inserção brasileira
no processo das reformas "neoliberais", conduzida de maneira equivocada a partir do início da década. Em segundo lugar, é
abordado o processo de privatização, com ênfase na última fase do PND (Programa Nacional de Desestatização), de maneira a
confrontá-lo com os fins que este exerceu na agenda do setor público no período em questão. Em terceiro lugar, o artigo
analisa a dinâmica das contas públicas nos diversos períodos da década, culminando na crise de 1999 e seu impacto na
adoção de uma nova diretriz de política fiscal.
Como pano de fundo, ilustrar-se-á que o país permanece ao sabor das freqüentes turbulências que conduzem o capital
internacional, o que é fruto de um modelo de desenvolvimento extremamente voltado para fora e cronicamente dependente. Os
humores externos continuam a ditar as regras da sustentabilidade do problema financeiro crônico do setor público brasileiro,
salvo todas as peculiaridades que diferenciam os anos 90 dos demais períodos da história econômica recente.
O "Neoliberalismo" chega ao Brasil
Ao fim dos anos 80, com o insucesso de sucessivos planos de estabilização, o país estava mergulhado na estagnação
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2. econômica e beirava a hiperinflação. Nesse contexto, os ideais liberais em curso no mundo encontraram espaço para se
desenvolver no país e inaugurar, com o governo Collor, a "era liberal" no Brasil. O intervencionismo estatal, a exemplo do que já
ocorria nos países centrais e em algumas economias latinas, era constantemente "satanizado" e cedia lugar, de forma
acelerada, a propostas de desregulamentação total da economia, abertura comercial completa, Estado mínimo, privatizações
etc.
A discussão acerca da reformulação da participação do Estado remetia às questões referentes ao próprio papel deste no
desenvolvimento nacional, papel que deveria ser deixado em segundo plano, em prol de uma postura que deveria limitar-se
apenas à de regulador, conforme defende Malan:
"É uma nostalgia dos anos 50 a idéia de que é o Estado que vai promover o desenvolvimento, através do gasto público,
mandando a conta para sociedade através do imposto inflacionário, do endividamento que recai sobre gerações futuras, ou de
impostos que caiam sobre gerações presentes. É nesse sentido que eu acho que o nome do jogo aqui é o aumento da
poupança privada e a redução da despoupança pública, como tenho chamado a atenção há algum tempo" (Malan, 1999).
Franco é mais enfático quanto ao papel que o setor público deveria desempenhar nos anos 90:
"... o setor público não terá muita capacidade de originar investimentos como teve nos anos anteriores a 1983. A
responsabilidade pelo crescimento nos anos a seguir deverá recair predominantemente sobre o setor privado" (Franco, 1999, p.
62).
No entanto, essa visão não era compartilhada por diversos autores que discordavam da política de abandono dos investimentos
estatais em prol da iniciativa privada, questionando a eficiência presumida do setor privado sobre o setor público, e apontando
os riscos iminentes de dependência econômica dos investimentos privados. O argumento de Sayad ilustra essa visão:
"Sem gasto público, o nível de atividade e de emprego passam a depender do estado de ânimo e das opiniões dos empresários
sobre o governo. Assim, se o governo não atender suas reivindicações e ouvir suas opiniões, os investimentos se reduzem, o
desemprego aumenta e há fugas de capitais (se houver mobilidade de capital). Sem gasto público, a opinião do capital resgata
sua importância e efetividade" (Sayad, 1999, p.130-131).
Logo, o Estado passaria a simples subordinado dos interesses corporativos e aos interesses do sistema financeiro
internacional. O monopólio estatal seria substituído pelos oligopólios privados, estes com o objetivo principal de recuperar o
valor pago nas privatizações
3
e, em muitos casos, adotando políticas próprias que confrontavam os objetivos que o setor
público tradicionalmente representa.
Difícil seria, sob uma outra ótica, discordar da visão de Malan e Franco. De fato, o Estado brasileiro não seria capaz de
comportar uma política desenvolvimentista nos moldes das décadas de 60 e 70. O modelo de substituição de importações, que
fora o grande propulsor do desenvolvimento nesse período, estava esgotado, o que abria uma lacuna ideológica em toda a
América Latina para a proliferação dos ideais de caráter "neoliberal", que não passavam de um aprofundamento da
centralização e concentração do capital sob um novo paradigma, uma nova roupagem. A internacionalização do capital
colocava em lados opostos países ricos e pobres, tornando-se claro que os Estados mais fracos deveriam submeter-se às
novas exigências do sistema financeiro internacional.
Fazia-se necessário, portanto, rediscutir o estratégico papel do Estado no desenvolvimento nacional. Havia, de fato, a
necessidade de sua redefinição. No entanto, as reformas com esse intuito (abertura, privatização) não podem ser vistas como
um objetivo em si, um rumo inevitável pelo qual não se possa discutir um novo modelo de intervenção estatal, mais adequado
ao novo cenário econômico e que permita recuperar, inclusive, os investimentos públicos.
Por fim, apesar do fraco desempenho econômico nacional no intervalo 1980-2000, algumas diferenças podem ser apontadas.
Em primeiro lugar, as elevadas taxas de inflação e políticas macroeconômicas caóticas dos 80, enquanto que a década
seguinte estigmatizou-se pelo bem sucedido plano de estabilização. Em segundo, a "década perdida" dos anos 80 apresentou
forte interferência estatal, enquanto os 90 ficaram conhecidos como "a década perdida com reformas orientadas para o
mercado". Por último, o tom de desesperança ao fim da década de 80 contrastava com as perspectivas otimistas acerca de
uma trajetória de crescimento sustentável num ambiente de estabilização ao fim dos anos 90 (Pinheiro et al, 2001).
Dentre as diversas reformas palatáveis ao mercado tratadas no escopo deste artigo, o processo de privatizações tem extrema
relevância (em determinados anos, papel crucial) na discussão dos impactos sobre o déficit e a dívida, razão pela qual lhe é
dedicada uma seção particular.
A "Febre" repentina das privatizações
À medida que o próprio papel do Estado era rediscutido no fim dos anos 80, com uma redefinição dos limites de espaço público
e privado em favor deste último, uma malha de transformações passaria a refletir o receituário "neoliberal" posto em prática.
Políticas de caráter ortodoxo com o objetivo de controlar a inflação e o déficit público eram acompanhadas por uma drástica
mudança na estratégia de desenvolvimento econômico: as empresas estatais passaram a ser vendidas, barreiras tarifárias
abolidas e empresas multinacionais cortejadas, numa tendência que veio a se acelerar no decorrer da década de 90 (Velasco
Jr., 1997 e 1997a).
No caso específico do processo de privatizações, é fato que a primeira fase (1982-89) foi marcada pela tentativa de
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3. saneamento do BNDES, muito longe da expressividade que essa receita "neoliberal" viria a ter em toda a América Latina no
decênio seguinte. "A motivação básica foi eliminar de sua carteira (BNDES/BNDESPAR) empresas assumidas
involuntariamente e que consumiam parcela significativa de seus desembolsos. Ao final, foram alienadas 38 empresas no
período, todas de pequeno ou médio porte, totalizando uma receita de apenas US$ 736,3 milhões" (Passanezi Filho, 1997, p.
387).
As privatizações ocorridas durante o período pré-90, portanto, situavam-se na esfera da redefinição do papel do Estado em
algumas áreas em favor do setor privado, embora pouco representativas frente ao Programa Nacional de Desestatização (PND)
que foi levado a cabo durante os anos seguintes.
Apenas a partir do governo Collor é que o programa de privatizações toma corpo. Entre 1990 e 1993 foram vendidas várias
empresas, principalmente dos setores de siderurgia, petroquímica e fertilizantes, uma vez que restrições constitucionais
impediam, até então, a privatização dos setores correspondentes aos serviços de monopólio natural do Estado, tais como o
petrolífero, o de telecomunicações, energia elétrica etc.
Outro fator de grande importância no Brasil foi a criação das moedas de privatização, qual seja, um amplo leque de papéis da
dívida interna aceitos como pagamento, ao passo que países vizinhos como Argentina e Chile aceitavam preponderantemente
moeda e títulos da dívida externa como meios de pagamento
5
(Passanezi Filho, 1997; Velasco Jr., 1997).
Uma característica relevante na utilização das moedas de privatização no PND foi, com exceção de alguns papéis da dívida
pública externa, a aceitação dos títulos da dívida de médio e longo prazo de estatais e do governo federal, de forma geral, pelo
seu valor de face na compra das empresas, o que salientava os objetivos fiscais do Plano de Desestatização (Pinheiro &
Landau, 1995). As moedas de privatização tiveram participação essencial nos resultados em confronto com a reduzida
utilização de moeda corrente durante a primeira fase do PND (81% contra 19%). Na fase seguinte (1995-2002), entretanto, o
uso de moeda corrente correspondeu a 95% dos resultados totais.
Em suma, o caráter de obter ganhos fiscais nessa segunda fase das privatizações (1990-94) torna-se explícito, embora
atingindo resultado inferior ao almejado. Os ganhos para o Tesouro Nacional vinham principalmente da superavaliação dos
preços mínimos das empresas e da política de deságios dos títulos aceitos
6
, principalmente por meio de ganhos no processo
de aceitação das moedas de privatização, redução do saldo devedor, redução das taxas de juros ou mesmo um alívio nos
prazos de vencimento. Ou seja, desde então o setor público dispunha de seu patrimônio para sanear custos, com reduzida ou
nenhuma preocupação com os resultados para o consumidor. Os elevados prêmios cobrados sobre o patrimônio líquido das
empresas já se mostravam como um incentivo para que as mesmas tentassem recompor o ágio pago nas privatizações,
mesmo naquelas onde a venda ocorreu pelo preço mínimo.
Ademais, a privatização é tradicionalmente vista como um elemento no processo de ajuste fiscal, ou mesmo, em alguns casos
(não o brasileiro), para financiar gastos correntes
7
. Essa visão fiscalista acerca do processo de alienação das empresas
estatais nos países latinos está presente em Pinheiro & Landau:
"É na América Latina, de fato, onde a privatização tem sido mais freqüentemente acoplada a esquemas de trocas de ações por
dívida. Em parte isso se explica pela importância da dívida externa na crise que a região viveu na década passada" (Pinheiro &
Landau, 1995, p. 3).
A associação entre privatização e ajuste se dá, na visão desses autores, por meio de duas formas:
"Primeiro, porque, em geral, é difícil reduzir ou eliminar o déficit das empresas estatais sem transferi-las para o setor privado.
Segundo, porque as receitas da privatização podem financiar o déficit público sem a necessidade de recurso à emissão de
dívida ou moeda" (Ibid, p. 3).
É justamente nesse contexto que o processo de privatização ganha destaque como um dos sustentáculos da política
econômica no período de estabilização, atingindo seu "auge" no primeiro mandato do governo Fernando Henrique Cardoso
8
.
Serviços altamente regulados como o de energia elétrica e telecomunicações, de competência exclusiva da União segundo a
Constituição de 1988
9
, passam a ser cedidos (sob regime de concessão) para exploração do setor privado, o que acabou com
o monopólio público sobre esses serviços, gerando impactos sobre o estoque de dívida pública e sobre o potencial de ganhos
de eficiência sistêmica e em nível microeconômico
10
.
No entanto, somente a partir de 1996 a privatização começa a desempenhar seu papel macroeconômico de maior importância.
Com as adversidades provocadas pelas crises asiática (1997) e russa (1998), as receitas oriundas da alienação das empresas
estatais serviram como um "colchão" para que a estabilidade fosse mantida por meio do equacionamento dos déficits em conta
corrente e da dívida pública, em trajetória ascendente desde 1994.
Ou seja, durante esse período de retração dos mercados, a receita da privatização vem desempenhar duplo papel de extrema
importância. Em primeiro lugar, o montante de investimentos estrangeiros (IED) que foi canalizado na compra dos ativos
estatais reduzia significativamente as necessidades de contratar empréstimos externos para o financiamento do déficit corrente.
Para Giambiagi e Além, a intenção do governo era "que o país passasse pela etapa crítica do fechamento parcial do mercado
de capitais, após a contração de liquidez internacional iniciada em 1997" (Giambiagi & Além, 1999, p. 331).
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4. Em segundo lugar, os recursos da privatização permitiam ao governo evitar que a dívida pública se tornasse insustentável, uma
vez que o aumento desta em proporção do PIB mostrava-se objeto de preocupação desde 1994. O objetivo principal "era evitar
que o desequilíbrio fiscal pressionasse muito a dívida pública, enquanto se aprovavam as medidas de ajuste requeridas para a
redução das NFSP. Se a estratégia se revelasse correta, a dívida pública teria seu processo de crescimento contido
inicialmente através da privatização e, na seqüência, através do esforço fiscal" (Ibid).
De forma conclusiva, novamente o setor público brasileiro encontrou um "jeitinho" para escapar de um novo estrangulamento
externo que se iniciava com a crise asiática de 1997. O problema consistia, a exemplo do que ocorria com a receita de
senhoriagem durante o período de alta inflação, em até quando o Estado conseguiria manter nos trilhos essa estratégia
econômica. Discutiam-se então as possíveis conseqüências do esgotamento das receitas de privatização, o que ocorreu ao fim
de 1998, provocando a necessidade (tantas vezes adiada) de urgentes ajustes nas contas fiscais e externas. Pastore ilustra
essa preocupação, presente no debate econômico à época:
"A receita real do governo derivada da emissão de base monetária - a senhoriagem - foi uma fonte de financiamento dos
déficits públicos suficientemente importante para impedir o crescimento explosivo da dívida pública, nos anos de inflações
elevadas... [Atualmente a] receita de privatizações trunca o crescimento da dívida pública por dois anos, mas não impede que o
seu crescimento seja não sustentável quando as privatizações se encerrarem" (Pastore apud Giambiagi & Além, 1999, p. 149).
De fato, tal qual uma profecia auto-realizável, o mercado internacional fechou-se novamente em fins de 1997 e o processo de
privatização perdeu totalmente o fôlego apresentado no biênio 1997-98. A partir de então, os inúmeros desequilíbrios
econômicos, principalmente o fiscal, passaram a ser responsabilizados pelo esgotamento dos ganhos trazidos pelo Plano Real,
em particular após a queda da âncora cambial com a forte desvalorização de 1999. Portanto, de uma política de elevação e
descontrole de gastos no mandato 1995-98, parte-se para o outro extremo ao fixar metas de déficit a partir de 1999, o que é o
objeto da última seção.
Do ajuste precário às metas de déficit: os três períodos fiscais da década de 90
O período 1990-94
Resumidamente, o diagnóstico macroeconômico dos primeiros anos da década apresentava:
Aceleração de uma taxa de inflação extremamente elevada;
Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP), no conceito operacional, modestas, pois a inflação facilitava o
ajuste das contas públicas, conforme explicaremos em seguida;
Taxa de câmbio extremamente desvalorizada, reflexo ainda da contração do mercado de crédito externo ao país na
década de 80;
Situação de tranqüilidade nas contas externas (Pinheiro et al, 1999).
Na implementação das reformas estatais, particularmente voltadas para o controle da inflação, o combate ao déficit público
ganhou destaque importante na agenda do governo. As medidas adotadas nos Planos Collor I e II, com destaque para o
congelamento dos títulos públicos pelo governo, inclusive, permitiram reduzir consideravelmente a dívida pública e as despesas
com juros
11
, de forma que, comparativamente, o superávit primário passa para 2,8% do PIB entre o período de 1990-94, em
contraste com a relação de 0,7% entre 1985-89. De maneira semelhante, os juros reais líquidos em relação ao produto caem
de 5,8% para 2,8% comparando-se os mesmos períodos
12
.
O ajuste fiscal proposto, conforme sustenta Filgueiras, "... tinha como objetivo fundamental a obtenção de um superávit
operacional de 2% do PIB, através de um esforço fiscal que corresponderia 10% do PIB. Ele consistiu de medidas tributárias
(indexação e redução dos prazos de recolhimento dos impostos, ampliação da tributação, aumento das alíquotas, suspensão
dos incentivos regionais - exceto da Zona Franca de Manaus - e cobrança do IOF em operações de bolsa, caderneta de
poupança e títulos em geral); de uma Reforma Patrimonial (venda de ativos da União e privatização das empresas estatais) e
de uma reforma administrativa (reorganização do Estado e corte de gastos da máquina governamental" (Filgueiras, 2000, p.
87).
Mesmo com o fim abrupto do governo Collor, em 1992, as políticas de ajuste (redução das alíquotas, privatização e combate ao
déficit público) foram mantidas pelo seu sucessor, Itamar Franco, em cuja gestão foi lançado o Plano Real, o mais bem
sucedido plano de estabilização da história brasileira.
Da mesma forma que se abordou o impacto que o déficit fiscal exerce sobre a inflação, faz-se necessário tratar, também, a
situação inversa. Ou seja, a inflação sobre o tamanho do déficit. O "efeito-Tanzi", no caso brasileiro, não assumiu as proporções
observadas em outros países com elevadas taxas de inflação. Isso se deveu, principalmente, a um sofisticado sistema de
indexação tributária que reduzia o intervalo do recolhimento dos tributos e indexava os valores a serem cobrados dos
contribuintes (por meio de valores referenciais).
Outro fator ainda mais importante foi o papel da inflação na redução dos valores reais dos gastos do governo, o que gerava
uma noção "artificial" de controle de déficit. A este foi atribuído o nome de "efeito-Tanzi da despesa", ou "efeito-Tanzi ao
contrário" ou ainda de "efeito-Bacha"
13
. Este nada mais era do que de um controle de gastos exercido através de uma inflação
ascendente: "... a inflação era um 'véu', que ocultava a incompatibilidade entre as demandas sociais e a capacidade do governo
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5. de satisfazer a elas, já que quase todas as demandas eram atendidas, nominalmente" (Giambiagi & Além, 1999, p. 118). Desse
modo, as discussões sobre um (ou qualquer) plano de estabilização deveriam estar relacionadas a um ajuste fiscal de caráter
estrutural e definitivo, o que não ocorreu até o presente e, dado o compromisso político do governo à época,"estava longe de
ser inevitável" (Ibid).
O ajuste precário, uma vez que não atacava as raízes do problema, deu-se, então, a partir de três fatores. Em primeiro lugar, o
"efeito-Bacha"; em segundo, alguns ajustes de gastos que incluíam redução em benefícios da previdência social e eliminação
de transferências às empresas estatais; por último, o aumento da receita provocado pela recuperação econômica a partir de
1993.
A combinação desses fatores permitiu diminuir inclusive, as NFSP operacionais entre 1990-94, com destaque para os dois anos
que apresentaram superávit operacional (90 e 94) e forte elevação da receita em proporção do produto, atingindo 27,9% do PIB
em 1994.
A dívida pública líquida, por sua vez, após atingir o pico de 55,8% do PIB em 1984, passou a apresentar tendência declinante,
chegando ao patamar de 29% do PIB em 1994, uma proporção muito semelhante ao quadro apresentado no início da década.
Ademais, é interessante salientar que a redução da dívida líquida apresentou significativa relação com a variação nos índices
de inflação, o que guarda estreita relação com o mecanismo de financiamento através do imposto inflacionário.
O Período 1995-98
Os planos de estabilização de sucesso nos 80 e 90 tinham, em maior ou menor, um componente de ajuste fiscal e, como não
poderia ser diferente, o tema tornou-se o centro das discussões acerca das pré-condições para adoção de um plano de
combate à inflação no Brasil. Nesse debate, distinguem-se duas correntes. A primeira entendia o ajuste ocorrido entre 1990 e
1993 como precário, embora suficiente para estabelecer uma "ponte para estabilidade", até que as reformas estruturais
pudessem ser implementadas. Contrariamente, a outra linha de economistas não enxergava melhora relevante nas contas
públicas no período referido, como não acreditava na eficácia de um ajuste temporário .
A primeira corrente, que representava a posição oficial, conseguiu então aprovar o Fundo Social de Emergência (FSE), no
início de 1994. O FSE diminuía as transferências vinculadas do governo por um período de dois anos, muito embora fosse na
época considerada por estes como uma medida de caráter permanente. A Medida Provisória que criou a Unidade Real de Valor
(URV), inclusive, promulgou que, com a criação do FSE, estaria garantido o equilíbrio entre as receitas e despesas (Giambiagi
& Além, 1999).
Com a queda da inflação, em contraste com período imediatamente anterior, o desempenho macroeconômico no primeiro
mandato de Fernando Henrique foi o inverso do observado nos primeiros anos da década, e pode ser sucintamente resumido
por meio das seguintes características:
Inflação baixa (para os padrões brasileiros) e declinante;
Elevado desequilíbrio nas contas públicas (sucessiva piora nos resultados primários);
Taxa de câmbio significativamente sobrevalorizada;
Deterioração dos resultados em transações correntes (Pinheiro et al, 1999).
Essa inconsistência macroeconômica gerou um crescimento da relação dívida/PIB, atenuada pela receita das privatizações,
que, como visto, sustentava déficits elevados nas contas públicas e em conta corrente. O fim do imposto inflacionário como
mecanismo de financiamento gerou um acréscimo significativo nos gastos nas três esferas de governo que, anteriormente à
estabilização, produzia receita superior a 2,0% do PIB, o que caiu para menos de 0,5% no pós-Real (Banco Central, 1999).
A expansão dos gastos, por parte do governo central, derivava, principalmente, dos aumentos das transferências a estados e
municípios, benefícios pagos pelo INSS e pela conta de outras despesas de custeio e capital, a OCC
15
. Como mecanismos de
contenção fiscal, por outro lado, dispunha-se do imposto provisório sobre movimentações financeiras (IPMF), posteriormente
CPMF; do FSE, renovado para fundo de estabilização fiscal (FEF) a partir de 1996
16
; a receita das privatizações e concessões
e o aumento no imposto de renda sobre aplicações financeiras a vigorar a partir de 1998. No entanto, todos esses fatores
mostraram-se de natureza temporária e insuficientes para equilibrar receitas e despesas, o que levou a preocupações legítimas
quanto à sustentabilidade do déficit e da dívida pública. Houve, de forma clara, deterioração geral nas contas públicas na
segunda metade da década, enfatizando-se a expressiva piora no quadro da dívida interna (principal fator da elevação da
dívida total), bem como as diferentes componentes e esferas de governo.
Logo, com a implantação do Plano Real e o fim da inflação, os déficits públicos crescentes passaram a ser o principal
responsável pela elevação do déficit em transações correntes (ocorrência de déficits gêmeos) e pela impossibilidade de
flexibilizar a política cambial. Dado que nos meios decisórios temia-se que a depreciação necessária da moeda
(expressivamente sobrevalorizada no critério da PPC) pudesse trazer de volta a inflação, a idéia predominante no meio oficial
era que a estabilidade fazia-se necessária e suficiente para o crescimento e distribuição de renda (estabilização como meio e
fim)
17
. Portanto, políticas especificamente voltadas para o crescimento e para a distribuição ficaram fora de plano durante o
período (Sayad, 1999).
O período pós-99: as metas de déficit fiscal e perspectivas críticas
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6. A desvalorização forçada da moeda brasileira, no início de 1999, provocou uma alteração no regime cambial adotado,
passando para o regime de taxas flutuantes e, mais importante, obrigou o Estado a adotar medidas de ajuste há tanto adiadas
em virtude dos elevados ônus político e social e que tinham sua necessidade clara desde a crise de 1997. No entanto, em
contraste com as desvalorizações nos países asiáticos, a crise não atingiu proporções dramáticas: "o PIB teve um crescimento
ligeiramente positivo; e não houve nada minimamente parecido com uma crise financeira"
18
(Averburg & Giambiagi, 2000, p.
7).
Como mostrado, a política econômica do período 1994-99 (conhecida como primeira fase do Real), embasada em uma política
fiscal expansionista, numa política monetária restritiva e cambial equivocada, provocou uma série de desequilíbrios
macroeconômicos, e tinha caráter insustentável num horizonte de poucos anos.
Ademais, por motivos políticos, somente após a reeleição presidencial as tardias medidas de ajuste foram adotadas. Portanto,
de um cenário de superávits fiscais entre 1990 e 1994 e de uma trajetória de rápida deterioração a partir de 1995, o setor
público passou a ter a necessidade de gerar superávits primários superiores a 3% do PIB para tentar reduzir gradualmente a
relação da dívida líquida em proporção deste
19
.
A política econômica, a partir de então, passa a ser caracterizada pelos seguintes objetivos:
Metas de déficit resultado primário, ou seja, comprometimento com uma maior austeridade fiscal;
Aprovação de reformas;
Adoção de um sistema de metas de inflação;
Câmbio flutuante (Ibid).
Buscava-se, com sucessivos e crescentes superávits primários, assegurar a sustentabilidade da dívida pública, muito embora o
sucesso nessa direção dependesse de reformas atravancadas no Congresso Nacional. Merece destaque, no entanto, a
aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal em 2000, um importante e necessário alicerce para que as diferentes unidades
de governo pudessem buscar um ajuste estrutural e definitivo.
Contrariando a tradição brasileira de não cumprir as metas assumidas das NFSP assumidas com o Fundo Monetário, a partir
de 1999 essa condição muda com a alteração do "termômetro" fiscal, que passa a ser o resultado primário, considerando-se
que as fortes oscilações das taxas de juros (freqüentes num contexto de crise de capitais) tornavam o acordo vulnerável. Com
essa mudança, permitiu-se a evolução significativa dos resultados primários do setor público, chegando a superar a relação de
4% no acumulado em 12 meses. É importante salientar o aumento do compromisso público com o superávit primário, mesmo
que este se mostrasse insuficiente para fazer frente às despesas de juros.
No entanto, entendemos que tal situação poder-se-ia reverter com um maior crescimento e menores taxas de juros. De forma
contrária, cobra-se um custo por demais elevado da sociedade ao tentar adequar os resultados primários às necessidades de
financiamento do setor público.
Notas finais
Este artigo tratou de apontar os percalços de uma política que navegou ao sabor das diretrizes políticas e econômico-
financeiras internacionais. Uma sucessão de políticas econômicas inconsistentes com os desejos constantemente anunciados
pelo governo em promover a prosperidade econômica, principalmente a partir de empreendimentos privados. Essa estratégia
de responsabilizar o setor privado pelo investimento produtivo mostrava-se contraditória com a condução da política econômica
em toda a década de 90. As altas taxas de juros praticadas no período direcionaram a poupança privada para o financiamento
público. Essa distorção implicou em escassez de crédito para o setor produtivo, bem como na mudança no próprio
direcionamento das atividades deste, por exemplo, com empresas aplicando no mercado financeiro em vez de investir nas suas
atividades, por conta de retornos financeiros altamente atraentes
20
.
Não é propósito discordar, ou mesmo abrir uma discussão a respeito, do fato de o Estado brasileiro encontrar-se quebrado e de
necessitar de urgentes reformas em todos os seus setores (fiscal, tributário, previdenciário etc) ou mesmo concordar com a
supremacia presumida do setor privado sobre o público, visto que este não se apresenta capaz de realizar os investimentos
necessários a exemplo do que ocorreu em décadas passadas. No entanto, em nenhum período da história pátria observou-se
tamanho "entreguismo" e dependência. Abriu-se a economia de maneira indiscriminada e privatizaram-se os principais ativos
do Estado. Pode-se argumentar que algumas estradas melhoraram, vários serviços públicos foram ampliados etc, mas cabem
aqui diversas indagações: todos os brasileiros podem pagar ou mesmo dispor dos mesmos? Para quem irá a conta quando os
contra-efeitos tornarem-se evidentes e de difícil controle, como aparentemente caminham?
Como observa Tavares: "Além dos desempregados e dos sem-terra, o que fará a maioria da população que vive de serviços
onde se acotovelam desde a elite dos trabalhadores da infra-estrutura decadente, dos setores financeiros falidos e de alta
tecnologia sucateada, até a maioria esmagadora dos trabalhadores braçais, das classes médias, dos funcionários públicos
desmoralizados e dos miseráveis deste país? Devem devorar-se uns aos outros, com a bênção do mercado flexível e
desregulado enquanto não chega o Admirável Mundo Novo?" (Tavares, 1996).
Ademais, o sucesso inequívoco da estabilização tornou-se meio e fim, a despeito de qualquer outro mal econômico ou social
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7. que pudesse justificar o seu elevadíssimo custo. A "conta" do fim da inflação, passada a euforia dos primeiros anos do Plano,
recaiu sobre os salários, sobre o crescimento, sobre o desemprego e outros males que uma moeda mais estável não foi capaz
de resolver. Por esses e outros fatores, a década de 90 parece ter estacionado, ou mesmo, conforme alguns critérios, "andado
para trás"
21
. Por isso mesmo, permanece o desafio de refletir intensamente sobre o que nela se passou, indispensável para
que a economia brasileira encontre melhores caminhos.
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_______________
* Érico Henrique Garcia de Brito é Economista, formado pela FAAP em 2003. Áquilas Mendes é Professor de Economia da FAAP, vice-presidente da Associação Brasileira
de Economia da Saúde e técnico do Cepam. Este artigo refere-se ao capítulo 3 da Monografia apresentada à Faculdade de Economia da FAAP, orientada por Áquilas
Mendes, sob o título Política Fiscal e a Dinâmica das Contas Públicas: os impasses da economia brasileira nos anos 80 e 90, como requisito parcial para obtenção da
graduação em Ciências Econômicas em 2003, e selecionada para publicação parcial.
1
Aos interessados em se aprofundar no financiamento das contas externas na década de 90, ver Carneiro, 2002, capítulo 8.
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8. 2
Acreditamos que esse autor esteja considerando o ajuste precário de 1993 como um "ajuste fiscal" da ordem que se fazia necessária, o que é natural por parte de quem
esteve presente na implantação do plano de estabilização, e que historicamente considera direta a relação entre déficit e inflação.
3
Faz-se muito claro perceber que, a exemplo da defasagem que havia ocorrido com as tarifas das empresas públicas em anos anteriores, o investidor privado não se
arriscaria a correr risco semelhante, o que constituía um prognóstico negativo quanto à evolução futura das tarifas.
4
O crescimento do PIB registrado em 2000 foi de 4,36% e diversos analistas projetavam variações positivas para os anos seguintes, o que não se confirmou em virtude,
principalmente, no âmbito interno, pela crise energética e, no externo, pela crise argentina e norte-americana.
5
As moedas de privatização tiveram origem em 1990 com a criação dos Certificados de Privatização (CPS). Posteriormente, houve a inclusão de títulos da dívida interna,
como debêntures da Siderbrás, as Obrigações do Fundo Nacional de Desenvolvimento (OFND) e Títulos da Dívida Agrária (TDA). Em seguida, foram incluídos títulos
referentes à securitização de créditos podres de diversas origens, tais como as Letras Hipotecárias da Caixa Econômica Federal, entre outros. Os critérios de seleção
dessas moedas nunca foram transparentes; no entanto, seu papel foi relevante. Em setembro de 1991, seu estoque correspondia a US$ 5,3 bilhões. Em julho de 1993, já
havia sofrido acréscimo de 70%, alcançando US$ 9,0 bilhões (Passanezi Filho, 1997). Com a redução das incertezas e da fama de mau pagador do governo, bem como o
avanço das alienações, o uso de moeda corrente tornou-se predominante a partir de 1995 (Giambiagi & Além, 1999).
6
Era comum a prática de deságio no mercando secundário, uma vez que, de maneira geral, as moedas eram aceitas pelo seu valor de face (Passanezi Filho, 1997;
Velasco Jr., 1997).
7
Curiosa é a opinião de Simonsen sobre o uso da receita da venda para este último fim: "Privatizar uma empresa estatal e financiar gasto corrente é como vender um
apartamento e usar o dinheiro para ir passear na Europa" (Simonsen apud Giambiagi & Além, 1999, p. 307).
8
A receita das privatizações foi superior a US$ 73 bilhões entre 1995-98.
9
O principal marco desse processo foi a aprovação, em fevereiro de 1995, da Lei de Concessões, que estabelece regras gerais para que o governo conceda a terceiros o
direito de exploração a serviços públicos.
10
Para uma discussão mais aprofundada acerca do debate entre privatização e eficiência, ver Passanezi Filho, 1997 e Velasco Jr. 1997, 1997a.
11
A redução na despesa de juros ocorreu por duas razões principais: a queda da dívida pública até 1994 e a nova metodologia adotada para apuração das NFSP a partir
de 1989 (Giambiagi & Além, 1999).
12
As NFSP (e seus componentes), no caso brasileiro, são tratadas em % do PIB devido, principalmente, à pouca consistência dos dados apurados até meados da
década de 80 e às diversas reformas monetárias ocorridas num intervalo relativamente curto (Giambiagi, 1997).
13
O nome "efeito-Bacha", a exemplo de "efeito-Tanzi", foi atribuído ao autor que teorizou primeiramente o assunto (Giambiagi & Além, 1999).
14
A respeito das precondições fiscais para adoção do Plano Real, ver Franco, 1995.
15
Essa conta corresponde às despesas do governo, exceto pessoal, benefícios previdenciários, transferências e juros da dívida pública. Nessa rubrica é expresso
claramente o conflito entre o econômico e o político, ou seja, era amplamente afetado pelo poder discricionário do Estado.
16
Atualmente DRU (Desvinculação das Receitas da União).
17
A estabilização, combinada com os números positivos de algumas variáveis-chave como crescimento, desemprego etc, nos primeiros anos do Real, parecia encher
esses autores de razão. No entanto, a "festa" acabaria com a deflagração das crises já amplamente citadas.
18
Aos interessados nos motivos pelos quais o autor afirma que o caso brasileiro diferia significativamente do caso asiático, ver seção 2 do mesmo estudo.
19
A relação dívida líquida/PIB, no entanto, ultrapassaria momentaneamente o patamar de 60% no ano de 2002, mesmo com um ajuste superior a 3,5%.
20
Acerca deste efeito, denominado "crowding-out", ver Franco, 1999, p. 77-80.
21
Ver Belluzzo, 2003.
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