Material para contribuir, de modo simples, para a compreensão dos termos: esquerda e direita que marcam posições políticas, nem sempre bem definidas, na conjuntura política atual.
2. A Revolução Francesa
(1789-1815) marca,
segundo os
historiadores, o início
da Idade
Contemporânea.
É neste contexto que fica claro alguns
posicionamentos políticos do processo
revolucionário. Os Conservadores e/ou
Liberais (direita) e os Progressistas e/ou
revolucionários (esquerda). O problema
dessas posturas é que ambas, sobretudo a
partir do séc. XIX, se tornaram radicais.
3. 72 HORAS.
4 PESSOAS.
1 CARRO. 3 CÃES.
Com o passar dos eventos, evidentemente, o século XVIII e XIX, que ficou marcado
pela desenvolvimento cultural, econômico, técnico e filosófico da Europa, o
capitalismo industrial europeu, já dava seus primeiros passos à expansão
monopolista global.
É partir desse contexto que surge e o desenvolvimentos de novas teses, como o
Socialismo Científico e Liberalismo. Pode-se destacar alguns nomes de pensadores
de direita como: Donoso Cortez e Charles Maurras. De esquerda temos nomes
como: Karl Marx e Bakunin, esse último, não é de esquerda no sentido marxista do
termo, pois é um pensador anarquista. O anarquismo se configura como uma posição
filosófico-política que nega qualquer forma de poder, governo ou autoridade.
5. O curioso da bandeira da França, é que ela tem uma única posição. Ela sempre é
hasteada no sentido do azul para o vermelho, visto que ela nessa posição, representa
o seu lema: Liberté, Égalité e Fraternité que é representado pelas cores azul, branco
e vermelho. O azul significa a liberdade, o branco a igualdade e o vermelho a
fraternidade e também significava a esquerda e direita dos membros
revolucionários da Assembleia Constituinte onde os Girondinos (ricos comerciantes,
o alto clero e donos de terras) sentavam à direita e os Jacobinos (revolucionários das
classes médias, intelectuais, o baixo clero e populares), sentavam à esquerda.
Segundo o filósofo alemão Karl Marx, ele defendia a ideia que tudo que as pessoas
produzem: o meio material, a história, a vida econômica, a política e a cultura, é
ideológico, ou seja, nada que os humanos concebe é neutro do ponto de vista
político, social e econômico. Tudo é determinado por uma visão de mundo advinda
da ideologia vigente, a qual todos estão inseridos. Onde entra a bandeira francesa
nisso? Na forma que estão posicionada suas cores.
6. Percebam a bandeira francesa, não somente representa
os valores de “la Republique Française” em si, mas os
valores burgueses do capitalismo moderno nascente. Se
considerarmos o ideal de liberdade que norteou todo
movimento revolucionário deste período,
entenderemos os motivos dele ser o primeiro a ser
representado na bandeira pelo azul. Esse ideal estava
associado à ideia de liberdade econômica política e de
propriedade, valores que os Estados Absolutistas
combatiam.
Nessa perspectiva, a burguesia revolucionária queria derrubar a nobreza. O branco
representavam o centro da Assembléia conhecido como “Pântano” compostos por
membros que desejavam a conciliação entre esquerda (Jacobinos) e direita
(Girondinos). E o por último, o vermelho que representavam os revolucionários das
classes médias e populares que desejavam mudanças radicais e por conseguinte mais
cidadania para beneficiar os mais pobres.
7. De modo sutil, percebe-se a ideologia Liberal (de direita) inserido na configuração
da bandeira a saber:
● Azul (liberté): seria a liberdade econômica e de propriedade que tem que vir
primeiro como interesse e, em tese, fundamento principal de liberdade plena.
● Branco (égalité): seria o resultado esperado da liberdade econômica, pois todo e
qualquer cidadão teria, supostamente, igualdade de direitos (igualdade formal),
todos atingiria a conciliação política, o que levaria a uma harmonia entre
classes.
● Vermelho (fraternité): seria consequência de uma sociedade que alcançou a
liberdade e em seguida a igualdade, logo, isso resultaria em paz social e o fim
dos conflitos de classe.
E se a bandeira fosse invertida?
8. Se a bandeira francesa fosse invertida, demonstraria, em tese, que Marx estava certo
no que se refere que nada que produzimos é neutro politicamente ou desprovido de
valores ou interesses de classe. Perceba que se invertemos, os ideais da burguesia
revolucionária se inverte em outra ideologia contrária: o socialismo.
Vejamos:
9. ● Vermelho (fraternité): vindo primeiro, daria a ideia de fraternidade de classe,
ou seja se reconhecer com os mesmos interesses de classe trabalhadora, já que
o vermelho representa a esquerda (os jacobinos) para lutar para o que vem em
seguida.
● Branco (égalité): uma vez que as classes exploradas se reconhecem como classe
social, os trabalhadores e trabalhadoras, também, se reconheceriam como
portadores dos mesmos direitos e deveres. para alcançar a tão sonhada
igualdade de fato.
● Azul (liberté): seria o resultado da luta coletiva (fraternidade) que culminou
numa igualdade de fato (égalité), e não meramente uma igualdade formal, para
atingir a liberdade e com fim da exploração, o que fatalmente, eliminaria a
divisão da sociedade em classes sociais.
10. A conclusão é que Marx sempre esteve certo, no que se refere, a influência da
ideologia nos atos humanos. Ou seja, todo ação humana, é de natureza política e
classista e pode-se observar nos símbolos nacionais de todos os países, e o melhor
exemplo, são as bandeiras que não carregam cores, formatos e signos, não de
modo aleatório ou meramente estético, mas trazem em seu bojo os valores
culturais, morais, históricos, econômicos, políticos e ideológicos de todo um povo
e/ou classe econômica dominante.