SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
Baixar para ler offline
Ensaio 1
O que é CTS, afinal?

                                                                       Jailson Alves dos Santos2



       Partindo de outro livro conhecido por muitos de nós, cujo título é similar – “O
que é Ciência, afinal?”, onde o autor tenta elucidar essa questão, mas em não
conseguindo fazê-lo, trata de elencar o que não é ciência, de modo a chegar a uma
definição por aproximação, utilizando-se de várias concepções e correntes
epistemológicas, como a de T. Kuhn, K. Popper e I. Lakatos. O autor nos mostra que
a ciência é uma atividade social, praticada (ou assimilada em suas consequências?)
por todos os homens historicamente. Assim, poderíamos dizer que aproximaríamos a
nossa definição de CTS, buscando elencar aquilo que não é CTS: não é uma
disciplina acadêmica, porque não comporta apenas um ponto de vista teórico, nem
tem como ter o seu objetivo circunscrito a uma disciplina (sem optar nesse momento
por discorrer sobre uma visão pragmática ou operativa de uma disciplina – ter um
objetivo e persegui-lo, ter uma ou mais teoria central). CTS não é uma superciência,
como resultado de confluências de conhecimentos de duas ou mais disciplinas, como
por exemplo a bioquímica (junção de objetos da química e da biologia) ou a
mecatrônica (junção dos conhecimentos da informática com a física eletrônica e a
mecânica). Parece-nos que também não é uma corrente epistemológica a orientar o
modo de conhecer o mundo pela relação sujeito-objeto das ciências; e parece-nos
também que não é uma corrente filosófica, como o positivismo, que orientaria a
epistemologia e a ontologia - reconhecer novos objetos do mundo, alargando os seus
horizontes. Uma corrente filosófica talvez fosse a mais apropriada visão do que é
CTS, a qual eu ousaria sugerir como mais razoável, sempre tendo como background
a atividade docente de ensino de ciências que é realizado nas salas de aula. (Para



1
  Ensaio produzido como forma de avaliação na disciplina Tópicos em CTS, ministrada pelo professor
doutor Walter Antônio Bazzo.
2
  Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências –
UFBA/UEFS.
muitos, é ou tem sido um movimento; para outros, uma abordagem. Ainda assim, isso
não nos diz muita coisa.)

      Assim, para oferecer uma visão conceitual mais ou menos razoável para a
pergunta “O que é CTS, afinal?” poderíamos buscar as ementas das disciplinas de
ciências no ensino superior, tanto nos cursos de bacharelado quanto de licenciatura.
Isso nos permitiria inferir qual é a concepção de CTS que está impregnando as salas
de aula, ao analisarmos como tem sido a perspectiva de trabalho sobre CTS nas
diversas disciplinas acadêmicas, sobretudo as disciplinas de ciências naturais, em
ações pedagógicas. Em outras palavras, qual é a compreensão que os professores
tem tido sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade, e qual a sua tradução em atividades
de ensino e aprendizagem. Isso equivale a dizer que tem sido tomada para a escola a
tarefa de valorar (dotar de valor) a discussão sobre o tema. Como podemos inferir de
outros estudos, além de essa perspectiva ser recortada de acordo com a corrente
epistemológica do professor (quando há uma), correndo-se o risco de esvaziamento
da proposta, pode muito bem ter sua abordagem empobrecida, considerando que
muitos dos professores que tentam trabalhar na perspectiva interdisciplinar, ao tratar
de CTS, alude a isso da maneira como a ciência traduz a tecnologia em termos
práticos para a sociedade, ou seja, muitos devem ser os casos em que CTS é tratado
em sala de aula como contextualização, como aliás tem sido também o caso do
modismo da interdisciplinaridade (muitas das vezes confundida com contextualização)
e outros modismos (como o caso do construtivismo), onde os atores principais, um
deles o professor em sua ação pedagógica, ignoram o cerne da discussão e os
pressupostos teóricos, aderindo à moda sem maior questionamento, até o seu
esgotamento ou superação.

      Estamos aqui considerando, portanto, que CTS deve ser, e tem sido, abordado
em salas de aula de ciências naturais e tecnológicas. Assim, podemos esperar que
quando a discussão for incorporada em disciplinas das ciências sociais e os
professores das diversas disciplinas dos dois campos (natural e social) se
propuserem a dialogar intelectualmente, poderemos ter um enriquecimento da visão
que temos do tema.

      Estamos defendendo que a sociedade tem o direito e o dever de envolver-se
com questões que lhe dizem respeito, porque afeta o seu cotidiano sob diversos
aspectos, como é o caso da redução/aumento da poluição por uso de veículos
automotores (sonora, química, impacto na mobilidade etc) ou uso de dispositivos de
segurança (como o caso dos airbags) ou ainda técnicas de tratamento genético para
doenças e uso de tecnologia de transgenia por empresas agrícolas. Portanto, é lícito
que se discuta CTS (vamos dizer, essa concepção de CTS) nas escolas e nos
institutos de produção e difusão do conhecimento científico.       Mas era isso que
esperávamos como CTS? Ou ainda, acrescentando-se uma letra, como temos visto,
tornando-a CTS-A, resolveria a questão e sairíamos desse imbróglio? Essa visão é
uma visão empobrecida do tema, porque apenas traduz a hegemonia da ciência
sobre a técnica/tecnologia, apresentando a tecnologia como ciência aplicada, a parte
de sucesso da ciência e a parte que é positiva para a sociedade.

      É preciso então ampliar a visão do que seria CTS. Parece-me razoável supor
que poderá englobar uma visão epistemológica, uma visão histórica e uma visão
social, isso valendo tanto para o que entendemos e aceitamos como tecnologia
quanto para a ciência. Equivale a dizer que estas visões antecedem ao “movimento”
CTS (e a sua adoção como mais um modismo), e permite que muitos professores se
apropriem de maneira ingênua e não refletiva no plano pedagógico. Antes de tudo,
seria razoável decodificar cada uma dessas abordagens em binômios, tendo CTS
(considerando a sociedade como a mais cara das proposições, já que é nela que se
processa e a quem se destina o conhecimento, com vistas a proteger a própria
sociedade humana e o meio onde ela se manifesta, que é a natureza) como um
monômio fixo. Assim, teríamos: CTS e epistemologia, ou conceitos epistemológicos
aplicados à CTS; CTS e história – como os conceitos evoluem historicamente e como
se apresenta a interdependência do Homem com o seu fazer, dando a dimensão
humana da CTS (que por ora está perdida entre a ciência e a técnica). Para cada um
desses binômios, deveríamos ter algo que permanecesse, de modo que parece
razoável também supor que CTS deve ser orientado por um corrente filosófica, onde a
CTS e a filosofia tivessem espaço para discutir qual sociedade, e portanto, para qual
Homem estamos construindo nossa ciência e nossa tecnologia? Ou ainda: quais
homens têm usufruído e de que maneira têm usufruído do produto da ciência e da
técnica? De qualquer modo, restaria uma questão: poderia esse binômio ser reduzido
a uma corrente filosófica, como por exemplo, o marxismo? Certamente essa
discussão renderia um outro ensaio, no entanto, posso considerar esse binômio CTS-
filosofia como uma solução temporária ao reducionismo a que chegou o “movimento”
CTS e ao empobrecimento teórico que a ele está relacionado quando da ação
pedagógica. Uma solução temporária, porque desvia a questão de se uma corrente
filosófica é capaz de dar conta de tamanho problema, mas uma solução honesta, uma
vez que é dentro do marxismo que encontramos o maior aporte da relação histórico-
dialética do fazer científico, portanto, humaniza a ciência, o deve ser uma posição
cara à CTS. É no materialismo histórico e no materialismo dialético que encontramos
atualmente a melhor solução ao problema da CTS, principalmente em termos
acadêmicos/pedagógicos. É no marxismo que podemos entender a ação do homem
sendo guiada por um fim, uma ação teleológica, e não como se não tivéssemos
qualquer controle sobre nossas ações e suas consequências; é no marxismo que
podemos reconhecer a ciência como uma atividade humana, situada histórica,
temporal e espacialmente, e situada socialmente, com implicações a todos os
membros da sociedade, que critica o modo como se desenvolve o conhecimento
científico e técnico, onde na maioria das vezes uns pagam para outros usufruírem.

      O problema colocado até aqui é que CTS tem sido abordado em salas de aula
de ciências como um modismo, ao qual diversos atores (professores) aderem, sem
maior reflexão, exatamente como se aderiu ao construtivismo, sem terem discutido a
Epistemologia Genética de Piaget, para apenas adotarem o resultado mais
empobrecido dessa corrente epistemológica - o aluno constrói o seu próprio
conhecimento. O resultado prático disso foi a possibilidade de se eliminar o mediador
do conhecimento – o professor –, desnecessário ao contexto de aprendizagem sob
aquela teoria, sendo considerado como um estorvo ao conhecimento, onde se
aprendia, apesar dele. Minha posição aqui, portanto, é de que os professores que
trabalham com ciências devem ter conhecimento sobre filosofia, sobre epistemologia
e, sem se tornarem superprofessores, terem algum conhecimento sobre as ciências
correlatas (existe alguma que não é?). Assim, não é razoável que um professor de
química não tenha qualquer conhecimento sobre economia, ecologia, ou geografia.
Essa especialização, onde se conhece tudo sobre cada vez menos (os filósofos têm
frequentemente arrazoado que chegará o dia em que saberemos tudo sobre nada!), é
um problema para a abordagem CTS nessa perspectiva filosófica.

      À guisa de conclusão desse breve ensaio, o qual carece de um
aprofundamento maior em qualquer das posições aqui assumidas, devemos lembrar
alguns aspectos centrais da discussão sobre CTS que devemos atacar, como o
modismo, a preguiça intelectual e o conhecimento por antolho (fixa-se em um ponto e
ignora-se o resto), além da ingênua crença na solução dos problemas pela tecnologia
e a demonização das ciências naturais. Esse antagonismo parece um paradoxo. Por
um lado, acreditamos que airbags salvam vidas, que técnicas da biogenética podem
ajudar a antever doenças e curá-las antes mesmo que apareçam, atribuímos às
ciências um papel nocivo à sociedade. Esse paradoxo deve ser enfrentado pela CTS,
ou seja, mostrar que não há movimento na sociedade que não afete a tecnologia e a
ciência, que não há descoberta científica que não afeta a sociedade e que não há
tecnologias boas quando estas se aplicam a um pequeno e privilegiado grupo social
ou quando é utilizada contra os seres humanos e contra o meio ambiente. Portanto,
no meu entendimento, cabe àqueles que acreditam na conexão forte entre estes
termos – ciência, tecnologia e sociedade – desenvolver ações que permitam a cada
um de nós praticar uma ciência e uma tecnologia que esteja a favor da humanidade.
Cabe aos professores explicitar esse aparente paradoxo (ciências x sociedade;
tecnologia e sociedade) e adotar uma postura CTS, porque não se faz ciência para as
paredes de um instituto ou uma escola; não se produz tecnologia para uma sociedade
antiga ou extraterrestre; tecnologia é sobretudo uma relação com a sociedade e a
sociedade é a tecnologia que ela produz. Portanto, somos homens e mulheres desse
tempo histórico, vivendo sob os auspícios destas ciências e destas tecnologias: é
nosso dever compreender esses fenômenos e interpretá-los, para o bem maior da
humanidade.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Boaventura de Souza Santos - Um discurso sobre ciencias
Boaventura de Souza Santos  - Um discurso sobre cienciasBoaventura de Souza Santos  - Um discurso sobre ciencias
Boaventura de Souza Santos - Um discurso sobre cienciasCarlos Alberto Monteiro
 
Conhecimento vulgar e conhecimento científico
Conhecimento vulgar e conhecimento científicoConhecimento vulgar e conhecimento científico
Conhecimento vulgar e conhecimento científicoAntónio Padrão
 
Gigantes da fisica uma histor - richard brennan
Gigantes da fisica   uma histor - richard brennanGigantes da fisica   uma histor - richard brennan
Gigantes da fisica uma histor - richard brennanSidney Pires Arcanjo
 
Entrevista a antónio josé saraiva
Entrevista a antónio josé saraivaEntrevista a antónio josé saraiva
Entrevista a antónio josé saraivaJanuário Esteves
 
Fritjof capra-o-tao-da-fisisca
Fritjof capra-o-tao-da-fisiscaFritjof capra-o-tao-da-fisisca
Fritjof capra-o-tao-da-fisiscaFrancisco Baptista
 
A invenção da cultura trecho
A invenção da cultura   trechoA invenção da cultura   trecho
A invenção da cultura trechoNayala Duailibe
 

Mais procurados (9)

Boaventura de Souza Santos - Um discurso sobre ciencias
Boaventura de Souza Santos  - Um discurso sobre cienciasBoaventura de Souza Santos  - Um discurso sobre ciencias
Boaventura de Souza Santos - Um discurso sobre ciencias
 
document-7.pdf
document-7.pdfdocument-7.pdf
document-7.pdf
 
Conhecimento vulgar e conhecimento científico
Conhecimento vulgar e conhecimento científicoConhecimento vulgar e conhecimento científico
Conhecimento vulgar e conhecimento científico
 
Gigantes da fisica uma histor - richard brennan
Gigantes da fisica   uma histor - richard brennanGigantes da fisica   uma histor - richard brennan
Gigantes da fisica uma histor - richard brennan
 
Entrevista a antónio josé saraiva
Entrevista a antónio josé saraivaEntrevista a antónio josé saraiva
Entrevista a antónio josé saraiva
 
Fritjof capra-o-tao-da-fisisca
Fritjof capra-o-tao-da-fisiscaFritjof capra-o-tao-da-fisisca
Fritjof capra-o-tao-da-fisisca
 
Epistemologias do seculo_xx
Epistemologias do seculo_xxEpistemologias do seculo_xx
Epistemologias do seculo_xx
 
Contexto da descoberta e justificação
Contexto da descoberta e justificaçãoContexto da descoberta e justificação
Contexto da descoberta e justificação
 
A invenção da cultura trecho
A invenção da cultura   trechoA invenção da cultura   trecho
A invenção da cultura trecho
 

Semelhante a O que é cts, afinal? Ensaio

Colóquio sobre educação, modernidade e pós-modernidade
Colóquio sobre educação, modernidade e pós-modernidadeColóquio sobre educação, modernidade e pós-modernidade
Colóquio sobre educação, modernidade e pós-modernidadeWalner Mamede
 
Introdução a Metafísica
Introdução a MetafísicaIntrodução a Metafísica
Introdução a MetafísicaCursoDeFerias
 
7 texto replica o que ç um ensaio te¢rico
7 texto replica   o que ç um ensaio te¢rico7 texto replica   o que ç um ensaio te¢rico
7 texto replica o que ç um ensaio te¢ricoIaísa Magalhaes
 
Para uma imagem não deformada do conhecimento científico
Para uma imagem não deformada do conhecimento científicoPara uma imagem não deformada do conhecimento científico
Para uma imagem não deformada do conhecimento científicoFabiano Antunes
 
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucarUnid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucarbucarbio
 
O estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagemO estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagemQuitriaSilva2
 
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisadoFabiano Antunes
 
Paty,m 1997d unverslde-cienc
Paty,m 1997d unverslde-ciencPaty,m 1997d unverslde-cienc
Paty,m 1997d unverslde-ciencFranco Bressan
 
Dce f isica_marina jornada
Dce f isica_marina jornada Dce f isica_marina jornada
Dce f isica_marina jornada saulo321
 
Ctsa Alfab Cientifica 12
Ctsa Alfab Cientifica 12Ctsa Alfab Cientifica 12
Ctsa Alfab Cientifica 12Mary Carneiro
 
Comunicação científica – alicerces, transformações e tendências – cristina ma...
Comunicação científica – alicerces, transformações e tendências – cristina ma...Comunicação científica – alicerces, transformações e tendências – cristina ma...
Comunicação científica – alicerces, transformações e tendências – cristina ma...rochamendess82
 
1 praia - quadro das teorias abordagem geral
1  praia - quadro das teorias abordagem geral1  praia - quadro das teorias abordagem geral
1 praia - quadro das teorias abordagem geralSandra Mónica Costa Lima
 
A eletrostática como exemplo de transposição didática
A eletrostática como exemplo de transposição didáticaA eletrostática como exemplo de transposição didática
A eletrostática como exemplo de transposição didáticaLUZIANDERSON RAMOS
 
7322083 ciencias-humanas-e-filosofia-goldmann
7322083 ciencias-humanas-e-filosofia-goldmann7322083 ciencias-humanas-e-filosofia-goldmann
7322083 ciencias-humanas-e-filosofia-goldmannTereza Oliveira Liveira
 

Semelhante a O que é cts, afinal? Ensaio (20)

Colóquio sobre educação, modernidade e pós-modernidade
Colóquio sobre educação, modernidade e pós-modernidadeColóquio sobre educação, modernidade e pós-modernidade
Colóquio sobre educação, modernidade e pós-modernidade
 
Introdução a Metafísica
Introdução a MetafísicaIntrodução a Metafísica
Introdução a Metafísica
 
7 texto replica o que ç um ensaio te¢rico
7 texto replica   o que ç um ensaio te¢rico7 texto replica   o que ç um ensaio te¢rico
7 texto replica o que ç um ensaio te¢rico
 
Para uma imagem não deformada do conhecimento científico
Para uma imagem não deformada do conhecimento científicoPara uma imagem não deformada do conhecimento científico
Para uma imagem não deformada do conhecimento científico
 
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucarUnid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
Unid4 ativ1 pensando_sobrepossiveismudancas_silvaniabucar
 
O estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagemO estudo cientifico da aprendizagem
O estudo cientifico da aprendizagem
 
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
41 a historia-da-ciencia-no-ensino-da-termodinamica-revisado
 
Paty,m 1997d unverslde-cienc
Paty,m 1997d unverslde-ciencPaty,m 1997d unverslde-cienc
Paty,m 1997d unverslde-cienc
 
Dce f isica_marina jornada
Dce f isica_marina jornada Dce f isica_marina jornada
Dce f isica_marina jornada
 
Visao cienc
Visao ciencVisao cienc
Visao cienc
 
Gaston bachelard - Seminario
Gaston bachelard - SeminarioGaston bachelard - Seminario
Gaston bachelard - Seminario
 
Ctsa Alfab Cientifica 12
Ctsa Alfab Cientifica 12Ctsa Alfab Cientifica 12
Ctsa Alfab Cientifica 12
 
Comunicação científica – alicerces, transformações e tendências – cristina ma...
Comunicação científica – alicerces, transformações e tendências – cristina ma...Comunicação científica – alicerces, transformações e tendências – cristina ma...
Comunicação científica – alicerces, transformações e tendências – cristina ma...
 
Teologia é ciência?
Teologia é ciência?Teologia é ciência?
Teologia é ciência?
 
1 praia - quadro das teorias abordagem geral
1  praia - quadro das teorias abordagem geral1  praia - quadro das teorias abordagem geral
1 praia - quadro das teorias abordagem geral
 
A eletrostática como exemplo de transposição didática
A eletrostática como exemplo de transposição didáticaA eletrostática como exemplo de transposição didática
A eletrostática como exemplo de transposição didática
 
Aula01 concensmat (1)
Aula01 concensmat (1)Aula01 concensmat (1)
Aula01 concensmat (1)
 
Fichamento - Eunice
Fichamento - EuniceFichamento - Eunice
Fichamento - Eunice
 
7322083 ciencias-humanas-e-filosofia-goldmann
7322083 ciencias-humanas-e-filosofia-goldmann7322083 ciencias-humanas-e-filosofia-goldmann
7322083 ciencias-humanas-e-filosofia-goldmann
 
Cts1
Cts1Cts1
Cts1
 

Mais de Jailson Alves

Conselhos e receitas pra tirar safadeza de cabra frouxo
Conselhos e receitas pra tirar safadeza de cabra frouxoConselhos e receitas pra tirar safadeza de cabra frouxo
Conselhos e receitas pra tirar safadeza de cabra frouxoJailson Alves
 
A cegueira da visão
A cegueira da visãoA cegueira da visão
A cegueira da visãoJailson Alves
 
Dissertação de Mestrado de Jailson alves dos santos
Dissertação de Mestrado de Jailson alves dos santosDissertação de Mestrado de Jailson alves dos santos
Dissertação de Mestrado de Jailson alves dos santosJailson Alves
 
O problema da medição
O problema da mediçãoO problema da medição
O problema da mediçãoJailson Alves
 
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...Jailson Alves
 
Resenha livro juan manoel sánchez ron
Resenha livro juan manoel sánchez ronResenha livro juan manoel sánchez ron
Resenha livro juan manoel sánchez ronJailson Alves
 
Era dos extremos resenha
Era dos extremos resenhaEra dos extremos resenha
Era dos extremos resenhaJailson Alves
 
Lavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química modernaLavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química modernaJailson Alves
 

Mais de Jailson Alves (9)

Conselhos e receitas pra tirar safadeza de cabra frouxo
Conselhos e receitas pra tirar safadeza de cabra frouxoConselhos e receitas pra tirar safadeza de cabra frouxo
Conselhos e receitas pra tirar safadeza de cabra frouxo
 
O cão catravo
O cão catravoO cão catravo
O cão catravo
 
A cegueira da visão
A cegueira da visãoA cegueira da visão
A cegueira da visão
 
Dissertação de Mestrado de Jailson alves dos santos
Dissertação de Mestrado de Jailson alves dos santosDissertação de Mestrado de Jailson alves dos santos
Dissertação de Mestrado de Jailson alves dos santos
 
O problema da medição
O problema da mediçãoO problema da medição
O problema da medição
 
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
 
Resenha livro juan manoel sánchez ron
Resenha livro juan manoel sánchez ronResenha livro juan manoel sánchez ron
Resenha livro juan manoel sánchez ron
 
Era dos extremos resenha
Era dos extremos resenhaEra dos extremos resenha
Era dos extremos resenha
 
Lavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química modernaLavoisier e a constituição da química moderna
Lavoisier e a constituição da química moderna
 

Último

análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxDianaSheila2
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 

Último (20)

análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 

O que é cts, afinal? Ensaio

  • 1. Ensaio 1 O que é CTS, afinal? Jailson Alves dos Santos2 Partindo de outro livro conhecido por muitos de nós, cujo título é similar – “O que é Ciência, afinal?”, onde o autor tenta elucidar essa questão, mas em não conseguindo fazê-lo, trata de elencar o que não é ciência, de modo a chegar a uma definição por aproximação, utilizando-se de várias concepções e correntes epistemológicas, como a de T. Kuhn, K. Popper e I. Lakatos. O autor nos mostra que a ciência é uma atividade social, praticada (ou assimilada em suas consequências?) por todos os homens historicamente. Assim, poderíamos dizer que aproximaríamos a nossa definição de CTS, buscando elencar aquilo que não é CTS: não é uma disciplina acadêmica, porque não comporta apenas um ponto de vista teórico, nem tem como ter o seu objetivo circunscrito a uma disciplina (sem optar nesse momento por discorrer sobre uma visão pragmática ou operativa de uma disciplina – ter um objetivo e persegui-lo, ter uma ou mais teoria central). CTS não é uma superciência, como resultado de confluências de conhecimentos de duas ou mais disciplinas, como por exemplo a bioquímica (junção de objetos da química e da biologia) ou a mecatrônica (junção dos conhecimentos da informática com a física eletrônica e a mecânica). Parece-nos que também não é uma corrente epistemológica a orientar o modo de conhecer o mundo pela relação sujeito-objeto das ciências; e parece-nos também que não é uma corrente filosófica, como o positivismo, que orientaria a epistemologia e a ontologia - reconhecer novos objetos do mundo, alargando os seus horizontes. Uma corrente filosófica talvez fosse a mais apropriada visão do que é CTS, a qual eu ousaria sugerir como mais razoável, sempre tendo como background a atividade docente de ensino de ciências que é realizado nas salas de aula. (Para 1 Ensaio produzido como forma de avaliação na disciplina Tópicos em CTS, ministrada pelo professor doutor Walter Antônio Bazzo. 2 Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências – UFBA/UEFS.
  • 2. muitos, é ou tem sido um movimento; para outros, uma abordagem. Ainda assim, isso não nos diz muita coisa.) Assim, para oferecer uma visão conceitual mais ou menos razoável para a pergunta “O que é CTS, afinal?” poderíamos buscar as ementas das disciplinas de ciências no ensino superior, tanto nos cursos de bacharelado quanto de licenciatura. Isso nos permitiria inferir qual é a concepção de CTS que está impregnando as salas de aula, ao analisarmos como tem sido a perspectiva de trabalho sobre CTS nas diversas disciplinas acadêmicas, sobretudo as disciplinas de ciências naturais, em ações pedagógicas. Em outras palavras, qual é a compreensão que os professores tem tido sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade, e qual a sua tradução em atividades de ensino e aprendizagem. Isso equivale a dizer que tem sido tomada para a escola a tarefa de valorar (dotar de valor) a discussão sobre o tema. Como podemos inferir de outros estudos, além de essa perspectiva ser recortada de acordo com a corrente epistemológica do professor (quando há uma), correndo-se o risco de esvaziamento da proposta, pode muito bem ter sua abordagem empobrecida, considerando que muitos dos professores que tentam trabalhar na perspectiva interdisciplinar, ao tratar de CTS, alude a isso da maneira como a ciência traduz a tecnologia em termos práticos para a sociedade, ou seja, muitos devem ser os casos em que CTS é tratado em sala de aula como contextualização, como aliás tem sido também o caso do modismo da interdisciplinaridade (muitas das vezes confundida com contextualização) e outros modismos (como o caso do construtivismo), onde os atores principais, um deles o professor em sua ação pedagógica, ignoram o cerne da discussão e os pressupostos teóricos, aderindo à moda sem maior questionamento, até o seu esgotamento ou superação. Estamos aqui considerando, portanto, que CTS deve ser, e tem sido, abordado em salas de aula de ciências naturais e tecnológicas. Assim, podemos esperar que quando a discussão for incorporada em disciplinas das ciências sociais e os professores das diversas disciplinas dos dois campos (natural e social) se propuserem a dialogar intelectualmente, poderemos ter um enriquecimento da visão que temos do tema. Estamos defendendo que a sociedade tem o direito e o dever de envolver-se com questões que lhe dizem respeito, porque afeta o seu cotidiano sob diversos
  • 3. aspectos, como é o caso da redução/aumento da poluição por uso de veículos automotores (sonora, química, impacto na mobilidade etc) ou uso de dispositivos de segurança (como o caso dos airbags) ou ainda técnicas de tratamento genético para doenças e uso de tecnologia de transgenia por empresas agrícolas. Portanto, é lícito que se discuta CTS (vamos dizer, essa concepção de CTS) nas escolas e nos institutos de produção e difusão do conhecimento científico. Mas era isso que esperávamos como CTS? Ou ainda, acrescentando-se uma letra, como temos visto, tornando-a CTS-A, resolveria a questão e sairíamos desse imbróglio? Essa visão é uma visão empobrecida do tema, porque apenas traduz a hegemonia da ciência sobre a técnica/tecnologia, apresentando a tecnologia como ciência aplicada, a parte de sucesso da ciência e a parte que é positiva para a sociedade. É preciso então ampliar a visão do que seria CTS. Parece-me razoável supor que poderá englobar uma visão epistemológica, uma visão histórica e uma visão social, isso valendo tanto para o que entendemos e aceitamos como tecnologia quanto para a ciência. Equivale a dizer que estas visões antecedem ao “movimento” CTS (e a sua adoção como mais um modismo), e permite que muitos professores se apropriem de maneira ingênua e não refletiva no plano pedagógico. Antes de tudo, seria razoável decodificar cada uma dessas abordagens em binômios, tendo CTS (considerando a sociedade como a mais cara das proposições, já que é nela que se processa e a quem se destina o conhecimento, com vistas a proteger a própria sociedade humana e o meio onde ela se manifesta, que é a natureza) como um monômio fixo. Assim, teríamos: CTS e epistemologia, ou conceitos epistemológicos aplicados à CTS; CTS e história – como os conceitos evoluem historicamente e como se apresenta a interdependência do Homem com o seu fazer, dando a dimensão humana da CTS (que por ora está perdida entre a ciência e a técnica). Para cada um desses binômios, deveríamos ter algo que permanecesse, de modo que parece razoável também supor que CTS deve ser orientado por um corrente filosófica, onde a CTS e a filosofia tivessem espaço para discutir qual sociedade, e portanto, para qual Homem estamos construindo nossa ciência e nossa tecnologia? Ou ainda: quais homens têm usufruído e de que maneira têm usufruído do produto da ciência e da técnica? De qualquer modo, restaria uma questão: poderia esse binômio ser reduzido a uma corrente filosófica, como por exemplo, o marxismo? Certamente essa discussão renderia um outro ensaio, no entanto, posso considerar esse binômio CTS-
  • 4. filosofia como uma solução temporária ao reducionismo a que chegou o “movimento” CTS e ao empobrecimento teórico que a ele está relacionado quando da ação pedagógica. Uma solução temporária, porque desvia a questão de se uma corrente filosófica é capaz de dar conta de tamanho problema, mas uma solução honesta, uma vez que é dentro do marxismo que encontramos o maior aporte da relação histórico- dialética do fazer científico, portanto, humaniza a ciência, o deve ser uma posição cara à CTS. É no materialismo histórico e no materialismo dialético que encontramos atualmente a melhor solução ao problema da CTS, principalmente em termos acadêmicos/pedagógicos. É no marxismo que podemos entender a ação do homem sendo guiada por um fim, uma ação teleológica, e não como se não tivéssemos qualquer controle sobre nossas ações e suas consequências; é no marxismo que podemos reconhecer a ciência como uma atividade humana, situada histórica, temporal e espacialmente, e situada socialmente, com implicações a todos os membros da sociedade, que critica o modo como se desenvolve o conhecimento científico e técnico, onde na maioria das vezes uns pagam para outros usufruírem. O problema colocado até aqui é que CTS tem sido abordado em salas de aula de ciências como um modismo, ao qual diversos atores (professores) aderem, sem maior reflexão, exatamente como se aderiu ao construtivismo, sem terem discutido a Epistemologia Genética de Piaget, para apenas adotarem o resultado mais empobrecido dessa corrente epistemológica - o aluno constrói o seu próprio conhecimento. O resultado prático disso foi a possibilidade de se eliminar o mediador do conhecimento – o professor –, desnecessário ao contexto de aprendizagem sob aquela teoria, sendo considerado como um estorvo ao conhecimento, onde se aprendia, apesar dele. Minha posição aqui, portanto, é de que os professores que trabalham com ciências devem ter conhecimento sobre filosofia, sobre epistemologia e, sem se tornarem superprofessores, terem algum conhecimento sobre as ciências correlatas (existe alguma que não é?). Assim, não é razoável que um professor de química não tenha qualquer conhecimento sobre economia, ecologia, ou geografia. Essa especialização, onde se conhece tudo sobre cada vez menos (os filósofos têm frequentemente arrazoado que chegará o dia em que saberemos tudo sobre nada!), é um problema para a abordagem CTS nessa perspectiva filosófica. À guisa de conclusão desse breve ensaio, o qual carece de um aprofundamento maior em qualquer das posições aqui assumidas, devemos lembrar
  • 5. alguns aspectos centrais da discussão sobre CTS que devemos atacar, como o modismo, a preguiça intelectual e o conhecimento por antolho (fixa-se em um ponto e ignora-se o resto), além da ingênua crença na solução dos problemas pela tecnologia e a demonização das ciências naturais. Esse antagonismo parece um paradoxo. Por um lado, acreditamos que airbags salvam vidas, que técnicas da biogenética podem ajudar a antever doenças e curá-las antes mesmo que apareçam, atribuímos às ciências um papel nocivo à sociedade. Esse paradoxo deve ser enfrentado pela CTS, ou seja, mostrar que não há movimento na sociedade que não afete a tecnologia e a ciência, que não há descoberta científica que não afeta a sociedade e que não há tecnologias boas quando estas se aplicam a um pequeno e privilegiado grupo social ou quando é utilizada contra os seres humanos e contra o meio ambiente. Portanto, no meu entendimento, cabe àqueles que acreditam na conexão forte entre estes termos – ciência, tecnologia e sociedade – desenvolver ações que permitam a cada um de nós praticar uma ciência e uma tecnologia que esteja a favor da humanidade. Cabe aos professores explicitar esse aparente paradoxo (ciências x sociedade; tecnologia e sociedade) e adotar uma postura CTS, porque não se faz ciência para as paredes de um instituto ou uma escola; não se produz tecnologia para uma sociedade antiga ou extraterrestre; tecnologia é sobretudo uma relação com a sociedade e a sociedade é a tecnologia que ela produz. Portanto, somos homens e mulheres desse tempo histórico, vivendo sob os auspícios destas ciências e destas tecnologias: é nosso dever compreender esses fenômenos e interpretá-los, para o bem maior da humanidade.