O documento descreve o acidente nuclear em Chernobyl em 1986 na Ucrânia. Durante um teste, o reator explodiu e lançou material radioativo na atmosfera. Isso forçou a evacuação de dezenas de milhares de pessoas e deixou a área ao redor da usina desabitada por décadas devido à contaminação.

1. ATIVIDADE COMPLEMENTAR Página 1
O QUE ACONTECEU EM CHERNOBYL?
A Ucrânia, ex-integrante da União
Soviética (URSS), hoje república independente.
Conta com uma população de quase 52 milhões
de habitantes e um razoável parque industrial e
um dos solos mais férteis do mundo.
A usina nuclear foi construída num dos
pontos mais bonitos da região, 14 km acima da
cidade, nas margens do Pripyat, afluente do
Dnieper. Um grande rio que alimenta o principal
reservatório de água da Ucrânia.
Poucas pessoas colocavam em dúvida a
segurança da usina de Chernobyl. Em 1985, o
engenheiro chefe de Chernobyl, Nicolai Formi,
declarava para a revista Soviet Life que a usina era
absolutamente segura, tanto para as pessoas
quanto para o ambiente. Dizia ele: “[...] Mesmo
que acontecesse o impossível, os sistemas de
controle automático e de segurança desligariam o
reator em questão de segundos. A usina tem
sistemas de emergência para refrigeração de
diversos outros dispositivos tecnológicos de
segurança”.
No dia 26 de abril de 1986, a uma hora e
vinte e três minutos da madrugada, aconteceu o
“impossível”: explode o reator nº 4 de Chernobyl.
Ouve-se uma primeira explosão, em seguida
outra, e uma grande bola de fogo sobe no céu
noturno.
Tudo começou no início da tarde do 25 de
abril, uma sexta-feira, nomeio de um fim de
semana prolongado. Nesse dia estava prevista a
realização de serviços rotineiros de manutenção
da unidade 4. No entanto antes de desliga-la
completamente para a manutenção, houve uma
mudança no cronograma original. Alguns técnicos
resolveram aproveitar a ocasião para realizar uma
experiência.
A sequência de equívocos acabou por
levar ao descontrole total do reator. As reações de
fissão nuclear que se produzem no núcleo do
reator aumentaram repentinamente, provocando

2. ATIVIDADE COMPLEMENTAR Página 2
um superaquecimento do combustível. Surgiram
vários focos de incêndio, os fortes vapores
liberados explodiram, provocando um rombo no
reator e arrancando o teto de cimento de 700
toneladas. Além da bola de fogo da explosão,
lançou-se no ar, a mais de mil metros de altura,
uma mistura complexa de elementos radioativos.
É assim deu-se início à longa viagem da
nuvem radioativa, que espalhou sua carga sobre
toda a Europa e para muito além dela. Deixou
vestígios, ainda que pequenos, até nos Estados
Unidos, Canadá e Índia.
Uma centena de bombeiros vindos de
Chernobyl e de Pripyat permaneceu por mais de
uma hora em meio ao fogo nuclear, sem roupas e
equipamentos adequados. Na falta de pessoal
para efetivar o rodízio recomendado, esses
homens arriscaram suas vidas para evitar que o
desastre fosse ainda pior. Dois deles morreram na
hora, todos os outros ficaram marcados
irremediavelmente. Todos os médicos,
enfermeiros e funcionários da usina, a maioria
jovens com menos de 30 anos, que se
encontraram na área do acidente, também
sofreram terríveis consequências.
Dez horas depois da explosão, 299
pessoas haviam sido hospitalizadas, com lesões
diretamente constatáveis. Em poucas semanas,
morreram 31 delas.
Na manhã seguinte ao acidente nada
parecia ter sucedido na região de Chernobyl. Com
a justificativa de não provocar pânico na região, e
talvez sem a noção da gravidade do problema, as
autoridades omitiram à população a notícia do
acidente.
O alarme só foi soar na manhã de
domingo, e ainda assim, apenas para os
habitantes de Pripyat. No início da tarde, 36 horas
após a explosão do reator, deu-se inicio à
evacuação da cidade: 135.000 pessoas, das quais
45.000 crianças.
Passados anos, um deserto cobre a região
em um raio de 30 km em torno da central. É a
chamada “Zona de Exclusão”, que inicialmente
constitui uma espécie de acordão de isolamento
da área mais gravemente afetada. Hoje é também
um símbolo da terrível catástrofe.
Solo, fauna e flora ainda estão comprometidos e
poderão permanece-lo por décadas.
Um segundo limite, dessa vez bem mais
guardado, é uma região de 10 km em torno da
usina. Para entrar nessa área, eventuais visitantes
recebem máscaras e roupas especiais, trocam de
ônibus e são acompanhados por seguranças e
autoridades. O “passeio” é várias vezes
interrompido para se medir os níveis de radiação.
Hoje em dia, aproximadamente 6.000
pessoas trabalham na usina e, ignoram as
recomendações da Agência Internacional de
Energia Atômica, os reatores nº 1 e 3 continuam
em operação, sendo que o governo ucraniano
planeja recolocar em funcionamento a unidade 2.
EXERCÍCIOS
1. Você já tinha alguma informação anterior
sobre o acidente em Chernobyl? Quais?
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2. O que mais impressionou você em relação
a esse acidente?
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3. ATIVIDADE COMPLEMENTAR Página 3
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3. Quais os aspectos positivos e negativos da
energia nuclear a seu ver?
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4. O que se dizia sobre a segurança das
usinas, antes dos acidentes?
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5. Quais as principais consequências do
acidente em Chernobyl?
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6. Como vivem as pessoas hoje em
Chernobyl e arredores?
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7. Que outras fontes de energia podem ser
usadas para a geração de eletricidade?
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