As reflexões desenvolvidas a partir da Disciplina de Tópicos em linguagem e etnicidade do programa de Formação Transversal em Relações Raciais da Faculdade de Educação, sob a Coordenação do Prof. Marcos Antônio Alexandre, da Faculdade de Letras da UFMG, cujo tema foi “Corpo e Espaço na Literatura Afro-brasileira: contos de Nei Lopes, Lia Vieira e Conceição Evaristo” possibilitaram, como requisito parcial para conclusão da disciplina, a elaboração desta Resenha Crítica. Pensando o corpo como espaço e território e correlacionando os papeis sociais do negro na contemporaneidade, procura-se traçar um paralelo entre a filosofia Yorubá presente na religiosidade do Candomblé e a produção literária afro-brasileira, a partir do movimento de análise do corpo como instrumento de (re) significação que reforça a importância desta Literatura como espaço de denúncia e resistência.
As entidades brasileiras da umbanda sulivan charles barrosHebert Silva
Este documento apresenta uma proposta de pós-doutorado sobre as entidades da Umbanda que representam minorias raciais e nacionais do Brasil contemporâneo. O objetivo é estudar como estas entidades expressam a "voz subalterna" destes grupos e como representam a formação de uma identidade nacional mista e plural. A metodologia envolverá observação participante em terreiros e entrevistas com médiuns e fiéis para compreender como estas entidades refletem a estratificação social brasileira.
O documento descreve os arquétipos e tipos psicológicos segundo as religiões afro-brasileiras. Apresenta os principais orixás do candomblé e suas características associadas, incluindo elementos da natureza, funções sociais, estereótipos de personalidade, tipo morfológico e características sexuais. Explica como o sistema de classificação dos orixás fornece modelos de comportamento e personalidade para os fiéis.
O documento descreve a religião da Umbanda no Brasil, incluindo sua origem em 1908 em Niterói para ajudar os pobres e marginalizados. Também discute como a Umbanda sincretiza elementos de várias tradições religiosas do Brasil em um sistema coerente, enfatizando a natureza e a igualdade entre as pessoas. O autor argumenta que a espiritualidade da Umbanda revela a riqueza da cultura dos humildes.
O documento discute o mito das Iá Mi Oxorongá, as Mães Ancestrais na religião africana. Ele explora o papel do culto às ancestrais na sociedade africana e como esses aspectos foram incorporados nos orixás femininos nas religiões afro-brasileiras. O documento também analisa as características arquetípicas das Iá Mi Oxorongá, incluindo seu caráter ancestral e feiticeiro.
8
As 30 narrativas mitológicas acerca de Exu estão descritas no livro Mitologia dos Orixás, de Reginaldo
Prandi.
9
Olodumare é o deus supremo da mitologia iorubá.
10
Euó é um tabu.
1) O documento analisa representações míticas de Exu no livro de fotografias Laróyè através da comparação com narrativas descritas por Prandi; 2) Exu é o orixá das encruzilhadas e mensageiro, representado de
O documento discute a relação entre literatura e história na literatura negra brasileira. Aponta que escritores negros suplementam a narrativa histórica oficial ao recuperar memórias silenciadas e recontar a história do Brasil de uma perspectiva afro-brasileira. Também analisa como autores como Oswaldo de Camargo empregam elementos históricos em suas obras ficcionais para problematizar temas como o racismo.
1) O artigo analisa como a divindade Exu foi representada por intelectuais brasileiros das ciências humanas no século XX, como Nina Rodrigues, João do Rio e outros.
2) Esses intelectuais inicialmente associavam Exu ao diabo cristão, mas passaram a entendê-lo como uma figura intermediária entre humanos e deuses.
3) Ao longo do século, a representação de Exu pelos intelectuais evoluiu de uma visão negativa para um reconhecimento de seu papel central nas religiões afro-
Este trabalho visa compreender as permanências do pensamento colonial, eurocêntrico, que no processo “civilizacional” buscou sedimentar o imaginário do
negro como um bárbaro, incivilizado, e que, portanto, ao não ser portador de uma significância existencial também não seria produtor de uma “cultura”. A análise parte das transformações ocorridas no imaginário social sobre o mito da divindade exú ao longo do processo colonial no Brasil. Exú exerce a função transversal nas religiões brasileiras de matriz africana como um trickster, a interpretação da sua
figura ora como algo positivo ora como algo negativo - voltado ao mal - reflete não só o seu controverso papel ritual, mas antes as próprias apreensões coloniais dos
processos culturais originários do continente africano; no mesmo sentido em que parece apontar para o intento do projeto colonial com relação à sua necessidade de
subjugação do outro e apropriação do discurso do colonizador por este último.
Estes processos remetem a uma série de perguntas, dentre elas o porquê – considerando-se as variações rituais de Exú na umbanda e no candomblé – a perspectiva colonial “demonizada” desta divindade acabou por influenciar os cultos afro-brasileiros, ou seja, os cultos levados a cabo justamente por aqueles que teoricamente possuíam mais conhecimento dos ritos “originais”.
As entidades brasileiras da umbanda sulivan charles barrosHebert Silva
Este documento apresenta uma proposta de pós-doutorado sobre as entidades da Umbanda que representam minorias raciais e nacionais do Brasil contemporâneo. O objetivo é estudar como estas entidades expressam a "voz subalterna" destes grupos e como representam a formação de uma identidade nacional mista e plural. A metodologia envolverá observação participante em terreiros e entrevistas com médiuns e fiéis para compreender como estas entidades refletem a estratificação social brasileira.
O documento descreve os arquétipos e tipos psicológicos segundo as religiões afro-brasileiras. Apresenta os principais orixás do candomblé e suas características associadas, incluindo elementos da natureza, funções sociais, estereótipos de personalidade, tipo morfológico e características sexuais. Explica como o sistema de classificação dos orixás fornece modelos de comportamento e personalidade para os fiéis.
O documento descreve a religião da Umbanda no Brasil, incluindo sua origem em 1908 em Niterói para ajudar os pobres e marginalizados. Também discute como a Umbanda sincretiza elementos de várias tradições religiosas do Brasil em um sistema coerente, enfatizando a natureza e a igualdade entre as pessoas. O autor argumenta que a espiritualidade da Umbanda revela a riqueza da cultura dos humildes.
O documento discute o mito das Iá Mi Oxorongá, as Mães Ancestrais na religião africana. Ele explora o papel do culto às ancestrais na sociedade africana e como esses aspectos foram incorporados nos orixás femininos nas religiões afro-brasileiras. O documento também analisa as características arquetípicas das Iá Mi Oxorongá, incluindo seu caráter ancestral e feiticeiro.
8
As 30 narrativas mitológicas acerca de Exu estão descritas no livro Mitologia dos Orixás, de Reginaldo
Prandi.
9
Olodumare é o deus supremo da mitologia iorubá.
10
Euó é um tabu.
1) O documento analisa representações míticas de Exu no livro de fotografias Laróyè através da comparação com narrativas descritas por Prandi; 2) Exu é o orixá das encruzilhadas e mensageiro, representado de
O documento discute a relação entre literatura e história na literatura negra brasileira. Aponta que escritores negros suplementam a narrativa histórica oficial ao recuperar memórias silenciadas e recontar a história do Brasil de uma perspectiva afro-brasileira. Também analisa como autores como Oswaldo de Camargo empregam elementos históricos em suas obras ficcionais para problematizar temas como o racismo.
1) O artigo analisa como a divindade Exu foi representada por intelectuais brasileiros das ciências humanas no século XX, como Nina Rodrigues, João do Rio e outros.
2) Esses intelectuais inicialmente associavam Exu ao diabo cristão, mas passaram a entendê-lo como uma figura intermediária entre humanos e deuses.
3) Ao longo do século, a representação de Exu pelos intelectuais evoluiu de uma visão negativa para um reconhecimento de seu papel central nas religiões afro-
Este trabalho visa compreender as permanências do pensamento colonial, eurocêntrico, que no processo “civilizacional” buscou sedimentar o imaginário do
negro como um bárbaro, incivilizado, e que, portanto, ao não ser portador de uma significância existencial também não seria produtor de uma “cultura”. A análise parte das transformações ocorridas no imaginário social sobre o mito da divindade exú ao longo do processo colonial no Brasil. Exú exerce a função transversal nas religiões brasileiras de matriz africana como um trickster, a interpretação da sua
figura ora como algo positivo ora como algo negativo - voltado ao mal - reflete não só o seu controverso papel ritual, mas antes as próprias apreensões coloniais dos
processos culturais originários do continente africano; no mesmo sentido em que parece apontar para o intento do projeto colonial com relação à sua necessidade de
subjugação do outro e apropriação do discurso do colonizador por este último.
Estes processos remetem a uma série de perguntas, dentre elas o porquê – considerando-se as variações rituais de Exú na umbanda e no candomblé – a perspectiva colonial “demonizada” desta divindade acabou por influenciar os cultos afro-brasileiros, ou seja, os cultos levados a cabo justamente por aqueles que teoricamente possuíam mais conhecimento dos ritos “originais”.
Este artigo discute como a diferenciação racial contribui para a desigualdade social no Brasil. As autoras argumentam que o critério racial opera como fator de diferenciação, gerando desigualdades, mesmo entre camadas populares da mesma classe social, devido à discriminação. Elas propõem o conceito de "habitus racista" para explicar como certos traços fenotípicos negros são associados a um menor capital simbólico e social, estruturando o destino social dos indivíduos negros e dificultando sua ascensão. Final
1. A pesquisa trata do corpo como modo de produção social, histórica e cultural na arte de afro-descendentes, analisando como o corpo revela a estrutura social baseada na herança escravagista que reduz o indivíduo a um "ser-coisa".
2. A pesquisa investiga como a imagem corporal de um indivíduo é confrontada pelo reconhecimento de um corpo social que sustenta uma identidade coletiva, podendo restituir ou destituir a integridade do ser em busca de sentido dentro de uma estrut
A religião-e-as-religiões-africanas-no-brasil1Camila Carolina
O documento discute a presença das religiões africanas no Brasil desde o período da escravidão. Apresenta uma classificação das religiões em quatro grupos e critica abordagens evolucionistas que classificaram algumas religiões como "primitivas". Também descreve como as religiões africanas se adaptaram ao longo dos séculos no Brasil, sofrendo influência de mudanças sociais e demográficas.
Conceito de Raça Aplicado ao Contexto Brasileiro Ontem e HojeKatia Monteiro
1) O documento discute o conceito de raça aplicado ao contexto brasileiro segundo autores como Boas, Lévi-Strauss, Schwarcz, José Jorge de Carvalho e Peter Fry.
2) Boas e Lévi-Strauss rejeitam a noção de raça como biológica e defendem o relativismo cultural, enquanto Schwarcz descreve duas visões de raça no Brasil do século XIX.
3) José Jorge de Carvalho defende cotas raciais e Peter Fry prioriza a conceituação cultural e escola pública
Este documento discute como a escola reproduz estereótipos negativos sobre o corpo negro e o cabelo crespo e como isso afeta a construção da identidade de estudantes negros. A autora argumenta que é importante dar mais atenção às experiências corporais e simbólicas de estudantes negros para entender melhor como a questão racial se desenvolve na educação. Examinar a relação entre negros e seus corpos e cabelos pode revelar novas formas como a escola aborda raça e gênero.
Este documento discute como a escola reproduz estereótipos negativos sobre o corpo negro e o cabelo crespo e como isso afeta a construção da identidade de estudantes negros. A autora argumenta que é importante dar mais atenção às experiências corporais e simbólicas de estudantes negros para entender melhor como a questão racial se manifesta no ambiente escolar.
RESENHA
MUNDURUKU, Daniel. O Banquete dos Deuses: conversa sobre a origem da cultura brasileira. 2ª ed. São Paulo: Global, 2009. 103 p.
FRANCIS MARY SOARES CORREIA DA ROSA1
UNEB
RESENHA
MUNDURUKU, Daniel. O Banquete dos Deuses: conversa sobre a origem da cultura brasileira. 2ª ed. São Paulo: Global, 2009. 103 p.
FRANCIS MARY SOARES CORREIA DA ROSA - UNEB
A construção do mito da cor como fonte de estigmatização do negro brasileirAline Sesti Cerutti
Este documento discute a construção social do conceito de raça e como isso levou à estigmatização dos negros no Brasil. Apresenta o estudo de Elias e Scotson sobre grupos "estabelecidos" e "outsiders" e como a exclusão e estigma são usados para afirmar a superioridade de um grupo. Argumenta que as cotas étnicas visam combater o sentimento de inferioridade internalizado pelos negros e desconstruir o preconceito, enfrentando as distorções raciais na sociedade brasileira.
O documento discute os conceitos-chave do ensino religioso no Ensino Fundamental, incluindo identidades, alteridades, manifestações religiosas, crenças e filosofias de vida. Aborda tópicos como símbolos, ritos, espaços sagrados, lideranças religiosas e elementos constituintes de tradições como mitos, crenças e doutrinas. O texto fornece exemplos de unidades temáticas e habilidades para cada ano do Ensino Fundamental.
O documento discute conceitos fundamentais para o ensino religioso no ensino fundamental, incluindo identidades, alteridades, transcendência, manifestações religiosas, símbolos, ritos, crenças e filosofias de vida. Ele fornece exemplos desses conceitos em diferentes tradições e aborda como eles podem ser ensinados em cada ano letivo.
1) O documento discute como o conceito de gênero pode ser usado como uma ferramenta teórica e política para estranhar desigualdades sociais e desnaturalizar verdades produzidas, especialmente no âmbito educacional.
2) Apresenta debates sobre como a linguagem constrói o corpo e como classificações corporais sempre são políticas, excluindo uns corpos e aceitando outros de acordo com padrões históricos.
3) Discutem a erotização precoce das imagens femininas na mídia e como isso contribui para
1) O documento analisa a representação de quilombos na TV Educativa do Paraná, especificamente no documentário "Terra Negra", o primeiro de uma série de 4.
2) A análise indica que a representação de quilombo no documentário não se enquadra plenamente na definição legal de quilombo contida no Decreto 4887/03.
3) O discurso do documentário tende a enfatizar aspectos como o sofrimento da escravidão, a miscigenação e a necessidade de esforço individual para superar a des
História e Resistência: aspectos culturais emergentes do povo TabajaraRaquel Alves
Este documento discute aspectos culturais do povo indígena Tabajara na Paraíba, como mitos, ritos e espiritualidade que buscam afirmar sua identidade, e sua história de resistência contra a opressão e perda de território. O texto descreve a cosmogonia e mitologia dos Tabajaras, seus rituais religiosos, e visita a aldeias para entender melhor sua cultura ameaçada.
O documento apresenta os conceitos discutidos em três aulas de Antropologia. A primeira aula abordou conceitos como senso comum, conhecimento empírico e científico, e visões do ser humano. A segunda aula discutiu correntes antropológicas e implicações da etnia brasileira. A terceira aula tratou dos conceitos de socialização e socialização da criança.
O documento apresenta os conceitos discutidos em três aulas de Antropologia. A primeira aula abordou conceitos como senso comum, conhecimento empírico e científico, e diferentes correntes antropológicas. A segunda aula discutiu etnia brasileira e implicações da formação do povo brasileiro. A terceira aula tratou dos conceitos de socialização, cultura infantil e o papel do professor em ensinar o respeito à diversidade.
Mahasiãh Raimundo _ Jaison Hinkel - Exu e a noção Iorubá de pessoa.pdfFernandoReis310745
1) O documento discute o orixá Exu e a noção iorubá de pessoa, explorando os saberes e lições que podem ser tiradas sobre a existência humana.
2) Exu é uma figura central na cosmologia iorubá e representa saberes éticos como retidão, paciência e emancipação.
3) A noção iorubá de pessoa está ligada a conceitos como caracter (iwá), consciência (okàn), corpo (ará), essência (orí) e sua relação com a comunidade, tempo e espaço.
O documento discute a criação do mundo segundo a religião afro-brasileira do Candomblé. Em três frases:
Olodumaré é o nome do Ser Supremo criador do universo segundo o Candomblé de tradição iorubá. Ele é adorado como o único Deus onipotente responsável por toda a criação. Os Orixás são entidades espirituais intermediárias entre Olodumaré e os humanos, encarregados de transmitir suas mensagens sagradas através da natureza.
Este artigo analisa como a população negra é representada em livros infantis brasileiros e como isso pode afetar a autoestima de crianças negras. Discute como o racismo ainda está presente nessas imagens e como a literatura infantil pode ser uma aliada para promover uma educação antirracista e inclusiva. Também fornece um breve histórico sobre o surgimento da literatura infantil e sua relação com a construção social da infância.
Babel ou o início simbólico: Caminhos para uma pedagogia do SujeitoBernardo Marques
1. O documento discute o mito bíblico de Babel e sua importância para o início simbólico da humanidade e da cultura. 2. Segundo o mito, os primeiros homens construíam uma torre para alcançar os céus, mas Deus confundiu suas línguas, impedindo a comunicação e o progresso da obra. 3. Isso marcou o início da diversidade cultural e linguística, com os homens se dispersando em grupos e desenvolvendo diferentes culturas e símbolos.
Babel ou o Início Simbólico: Caminhos para uma Pedagogia do SujeitoBernardo Marques, PMP
1. O documento discute o mito bíblico de Babel e sua importância para entender as origens da cultura humana e da diversidade linguística.
2. Segundo Freud, o mito da horda primitiva explica como surgiram as primeiras instituições sociais, morais e religiosas a partir do assassinato do pai tirano e da proibição do incesto e do crime entre membros do mesmo clã.
3. A torre de Babel simboliza a tentativa inicial dos seres humanos de construírem uma única cultura e lí
Este artigo discute como a diferenciação racial contribui para a desigualdade social no Brasil. As autoras argumentam que o critério racial opera como fator de diferenciação, gerando desigualdades, mesmo entre camadas populares da mesma classe social, devido à discriminação. Elas propõem o conceito de "habitus racista" para explicar como certos traços fenotípicos negros são associados a um menor capital simbólico e social, estruturando o destino social dos indivíduos negros e dificultando sua ascensão. Final
1. A pesquisa trata do corpo como modo de produção social, histórica e cultural na arte de afro-descendentes, analisando como o corpo revela a estrutura social baseada na herança escravagista que reduz o indivíduo a um "ser-coisa".
2. A pesquisa investiga como a imagem corporal de um indivíduo é confrontada pelo reconhecimento de um corpo social que sustenta uma identidade coletiva, podendo restituir ou destituir a integridade do ser em busca de sentido dentro de uma estrut
A religião-e-as-religiões-africanas-no-brasil1Camila Carolina
O documento discute a presença das religiões africanas no Brasil desde o período da escravidão. Apresenta uma classificação das religiões em quatro grupos e critica abordagens evolucionistas que classificaram algumas religiões como "primitivas". Também descreve como as religiões africanas se adaptaram ao longo dos séculos no Brasil, sofrendo influência de mudanças sociais e demográficas.
Conceito de Raça Aplicado ao Contexto Brasileiro Ontem e HojeKatia Monteiro
1) O documento discute o conceito de raça aplicado ao contexto brasileiro segundo autores como Boas, Lévi-Strauss, Schwarcz, José Jorge de Carvalho e Peter Fry.
2) Boas e Lévi-Strauss rejeitam a noção de raça como biológica e defendem o relativismo cultural, enquanto Schwarcz descreve duas visões de raça no Brasil do século XIX.
3) José Jorge de Carvalho defende cotas raciais e Peter Fry prioriza a conceituação cultural e escola pública
Este documento discute como a escola reproduz estereótipos negativos sobre o corpo negro e o cabelo crespo e como isso afeta a construção da identidade de estudantes negros. A autora argumenta que é importante dar mais atenção às experiências corporais e simbólicas de estudantes negros para entender melhor como a questão racial se desenvolve na educação. Examinar a relação entre negros e seus corpos e cabelos pode revelar novas formas como a escola aborda raça e gênero.
Este documento discute como a escola reproduz estereótipos negativos sobre o corpo negro e o cabelo crespo e como isso afeta a construção da identidade de estudantes negros. A autora argumenta que é importante dar mais atenção às experiências corporais e simbólicas de estudantes negros para entender melhor como a questão racial se manifesta no ambiente escolar.
RESENHA
MUNDURUKU, Daniel. O Banquete dos Deuses: conversa sobre a origem da cultura brasileira. 2ª ed. São Paulo: Global, 2009. 103 p.
FRANCIS MARY SOARES CORREIA DA ROSA1
UNEB
RESENHA
MUNDURUKU, Daniel. O Banquete dos Deuses: conversa sobre a origem da cultura brasileira. 2ª ed. São Paulo: Global, 2009. 103 p.
FRANCIS MARY SOARES CORREIA DA ROSA - UNEB
A construção do mito da cor como fonte de estigmatização do negro brasileirAline Sesti Cerutti
Este documento discute a construção social do conceito de raça e como isso levou à estigmatização dos negros no Brasil. Apresenta o estudo de Elias e Scotson sobre grupos "estabelecidos" e "outsiders" e como a exclusão e estigma são usados para afirmar a superioridade de um grupo. Argumenta que as cotas étnicas visam combater o sentimento de inferioridade internalizado pelos negros e desconstruir o preconceito, enfrentando as distorções raciais na sociedade brasileira.
O documento discute os conceitos-chave do ensino religioso no Ensino Fundamental, incluindo identidades, alteridades, manifestações religiosas, crenças e filosofias de vida. Aborda tópicos como símbolos, ritos, espaços sagrados, lideranças religiosas e elementos constituintes de tradições como mitos, crenças e doutrinas. O texto fornece exemplos de unidades temáticas e habilidades para cada ano do Ensino Fundamental.
O documento discute conceitos fundamentais para o ensino religioso no ensino fundamental, incluindo identidades, alteridades, transcendência, manifestações religiosas, símbolos, ritos, crenças e filosofias de vida. Ele fornece exemplos desses conceitos em diferentes tradições e aborda como eles podem ser ensinados em cada ano letivo.
1) O documento discute como o conceito de gênero pode ser usado como uma ferramenta teórica e política para estranhar desigualdades sociais e desnaturalizar verdades produzidas, especialmente no âmbito educacional.
2) Apresenta debates sobre como a linguagem constrói o corpo e como classificações corporais sempre são políticas, excluindo uns corpos e aceitando outros de acordo com padrões históricos.
3) Discutem a erotização precoce das imagens femininas na mídia e como isso contribui para
1) O documento analisa a representação de quilombos na TV Educativa do Paraná, especificamente no documentário "Terra Negra", o primeiro de uma série de 4.
2) A análise indica que a representação de quilombo no documentário não se enquadra plenamente na definição legal de quilombo contida no Decreto 4887/03.
3) O discurso do documentário tende a enfatizar aspectos como o sofrimento da escravidão, a miscigenação e a necessidade de esforço individual para superar a des
História e Resistência: aspectos culturais emergentes do povo TabajaraRaquel Alves
Este documento discute aspectos culturais do povo indígena Tabajara na Paraíba, como mitos, ritos e espiritualidade que buscam afirmar sua identidade, e sua história de resistência contra a opressão e perda de território. O texto descreve a cosmogonia e mitologia dos Tabajaras, seus rituais religiosos, e visita a aldeias para entender melhor sua cultura ameaçada.
O documento apresenta os conceitos discutidos em três aulas de Antropologia. A primeira aula abordou conceitos como senso comum, conhecimento empírico e científico, e visões do ser humano. A segunda aula discutiu correntes antropológicas e implicações da etnia brasileira. A terceira aula tratou dos conceitos de socialização e socialização da criança.
O documento apresenta os conceitos discutidos em três aulas de Antropologia. A primeira aula abordou conceitos como senso comum, conhecimento empírico e científico, e diferentes correntes antropológicas. A segunda aula discutiu etnia brasileira e implicações da formação do povo brasileiro. A terceira aula tratou dos conceitos de socialização, cultura infantil e o papel do professor em ensinar o respeito à diversidade.
Mahasiãh Raimundo _ Jaison Hinkel - Exu e a noção Iorubá de pessoa.pdfFernandoReis310745
1) O documento discute o orixá Exu e a noção iorubá de pessoa, explorando os saberes e lições que podem ser tiradas sobre a existência humana.
2) Exu é uma figura central na cosmologia iorubá e representa saberes éticos como retidão, paciência e emancipação.
3) A noção iorubá de pessoa está ligada a conceitos como caracter (iwá), consciência (okàn), corpo (ará), essência (orí) e sua relação com a comunidade, tempo e espaço.
O documento discute a criação do mundo segundo a religião afro-brasileira do Candomblé. Em três frases:
Olodumaré é o nome do Ser Supremo criador do universo segundo o Candomblé de tradição iorubá. Ele é adorado como o único Deus onipotente responsável por toda a criação. Os Orixás são entidades espirituais intermediárias entre Olodumaré e os humanos, encarregados de transmitir suas mensagens sagradas através da natureza.
Este artigo analisa como a população negra é representada em livros infantis brasileiros e como isso pode afetar a autoestima de crianças negras. Discute como o racismo ainda está presente nessas imagens e como a literatura infantil pode ser uma aliada para promover uma educação antirracista e inclusiva. Também fornece um breve histórico sobre o surgimento da literatura infantil e sua relação com a construção social da infância.
Babel ou o início simbólico: Caminhos para uma pedagogia do SujeitoBernardo Marques
1. O documento discute o mito bíblico de Babel e sua importância para o início simbólico da humanidade e da cultura. 2. Segundo o mito, os primeiros homens construíam uma torre para alcançar os céus, mas Deus confundiu suas línguas, impedindo a comunicação e o progresso da obra. 3. Isso marcou o início da diversidade cultural e linguística, com os homens se dispersando em grupos e desenvolvendo diferentes culturas e símbolos.
Babel ou o Início Simbólico: Caminhos para uma Pedagogia do SujeitoBernardo Marques, PMP
1. O documento discute o mito bíblico de Babel e sua importância para entender as origens da cultura humana e da diversidade linguística.
2. Segundo Freud, o mito da horda primitiva explica como surgiram as primeiras instituições sociais, morais e religiosas a partir do assassinato do pai tirano e da proibição do incesto e do crime entre membros do mesmo clã.
3. A torre de Babel simboliza a tentativa inicial dos seres humanos de construírem uma única cultura e lí
Semelhante a O corpo negro como simbolo de religiosidade e signo de resistencia na literatura afro brasileira (20)
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
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O corpo negro como simbolo de religiosidade e signo de resistencia na literatura afro brasileira
1. O CORPO NEGRO COMO SIMBOLO DE RELIGIOSIDADE DO
CANDOMBLÉ E SIGNO DE RESISTENCIA NA LITERATURA AFRO-
BRASILEIRA
Alessandra Maria da Silva Gomes1
As reflexões desenvolvidas a partir da Disciplina de Tópicos em linguagem e etnicidade
do programa de Formação Transversal em Relações Raciais da Faculdade de Educação,
sob a Coordenação do Prof. Marcos Antônio Alexandre, da Faculdade de Letras da
UFMG, cujo tema foi “Corpo e Espaço na Literatura Afro-brasileira: contos de Nei
Lopes, Lia Vieira e Conceição Evaristo” possibilitaram, como requisito parcial para
conclusão da disciplina, a elaboração desta Resenha Crítica. Pensando o corpo como
espaço e território e correlacionando os papeis sociais do negro na contemporaneidade,
procura-se traçar um paralelo entre a filosofia Yorubá presente na religiosidade do
Candomblé e a produção literária afro-brasileira, a partir do movimento de análise do
corpo como instrumento de (re) significação que reforça a importância desta Literatura
como espaço de denúncia e resistência.
Palavra chave: literatura afro-brasileira. Corpo. Candomblé. Preconceito. Racismo.
Introdução
Ao considerar o corpo como espaço ou território privilegiado de interconexão entre a
natureza e a cultura, vislumbra-se sua pertença ao mundo natural e social, biológico,
fisiológico e simbólico. Esta perspectiva leva a conceber o corpo como uma construção
ocorrida no tempo e no espaço não podendo, portanto, serem ignoradas as percepções
tangentes a suas dimensões pessoal, social e cultural. Desta forma, correlacionando o
corpo, o espaço e a religião do candomblé, faz-se necessário, a compreensão das
relações construídas a partir do entendimento religioso do corpo como espaço sagrado
dentro da cultura Yorubá. Assim, na busca pelo entendimento da mensagem e da
linguagem corporal, o simbolismo do corpo pode se apresentar como instrumento para
compreensão da comunicação do homem com o divino.
O corpo na filosofia Yorubá
Na filosofia Yorubá, contida na religiosidade do candomblé, o corpo (ara) se apresenta
como elemento de ligação entre o humano e o sagrado ao se constituir como espaço de
transmissão do princípio vital responsável pelo equilíbrio, o asé, sendo necessário
discorrer sobre sua constituição física.
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação e Formação Humana da
Universidade do Estado de Minas Gerais e orientanda do Prof. Dr. José Eustáquio de Brito. E-mail:
alessandra@medicina.ufmg.br
2. Assimilado como o templo sagrado, o corpo é denominado Ará. Em sua divisão
encontra-se Okan, o coração que se apresenta como sede de inteligência e de
pensamento. Sede de ações que proporcionam a formação do caráter, ou seja, a própria
alma (espírito, vida). Alma que antes de se nascer no mundo físico é conhecida como
Èmí, em uma forma generalizada, e que, após o nascimento, ao individualizar o ser, é
chamada de Okan, se mostrando então como símbolo dos sentimentos.
O corpo ainda contém em sua formação o Èémí, respiração ou sopro vital divino que
representa o “ser”, ou aquilo que se configura como ausente ao término da vida
corpórea.
O Ori, a cabeça, constitui o “Eu” visível e invisível, de ordem material e imaterial na
formação do ser humano. Cabeça que é escolhida, segundo os mitos, no Òrun (céu),
pelo próprio individuo, antes mesmo deste seguir para o Àiyé (terra). É através da
escolha do Orí que o individuo define também seu destino. Destino que pode ser
modificado pelo iwá, caráter, que ajusta as vontades, escolhas e ações do ser humano.
No corpo, o Orí tem grande importância porque ao adoecer ou desestabilizar, pode
fragilizar ou danificar as outras partes.
Por esta percepção tem-se uma visão do território misterioso do imaginário e do sagrado
contidos no corpo humano em um sistema de reconhecimento da riqueza simbólica e
espiritual vinculados ao espaço corporal.
Torna-se relevante pensar a construção da sensibilidade da corporeidade, entendendo
então, o corpo, como manifestação estética da cultura do candomblé, uma vez que
dentro do ritual, este se apresenta como referência e também elemento estruturante desta
religiosidade. O corpo, no candomblé é concebido como um espaço que pelo
cumprimento dos ritos e rituais é constantemente mantido em condições de se tornar
receptáculo da divindade.
Desta maneira, a experiência corporal pode ser o ponto de partida para analisar a
participação humana no mundo cultural, pois, a corporeidade e tudo imbricado a ela,
nesta religiosidade, se torna um valioso instrumento da memória simbólica. Um
elemento constituidor de visualidade capaz de agir como ato reflexivo ao direcionar
para a cultura como modus vivendi e não somente como conjunto de costumes. Desta
forma, no sistema do candomblé, o corpo é articulado com a identidade e a memória
estando além do princípio de especificidades biológicas ou funções fisiológicas.
Em um contexto de aproximação das relações de sentido e de significações, ao ser
interpretado em sua “materialidade simbólica” o corpo é situado em um “terreno social
3. e subjetivamente conflitivo” conforme afirma a Profa. Nilma Lino Gomes (2006, p.261)
no trabalho Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolo de identidade negra.
Frente ao exposto, ao considerar as impressões sociais, histórica, estéticas e culturais
dos corpos marcados pelas agruras e amarguras vivenciadas no período da diáspora
africana no Brasil – período também do surgimento do candomblé - articula-se com
debates relativos às Relações Etnico2-Raciais, visto o racismo religioso impetrado
contra esta religiosidade estar associado a sua gênese negra.
Assim, em um movimento de reflexão e análise da situação social subjacente à
contemporaneidade, tem-se reveladas concepções teóricas que pode constituir-se em
obstáculos, que associadas a significados ideológicos referendam atitudes de
preconceito, discriminação e racismo desencadeando um processo de violência física e
simbólica.
Neste contexto, o corpo humano, determinado pelas marcas dos valores sociais,
cumprindo então uma função ideológica imposta, funciona como garantia ou não da
integridade de um indivíduo que em virtude de sua aparência é considerado capaz ou
não, digno ou não, em uma posição antagônica ao conhecimento proporcionado pela
filosofia Yotubá propagada no ambiente da religiosidade do candomblé.
O corpo socialmente concebido se apresenta, portanto, como signo subordinado a
concepções relacionadas a padrões estéticos, às regras sociais e códigos de
comportamento moral estabelecidos por um sistema sociocultural dominante. Sendo
negro é retirado de sua condição humana, subalternizado e inferiorizado ocupando um
local de incômodo na sociedade brasileira.
A dignidade ligada ao corpo negro sempre esteve vinculada a uma construção
imaginária cujo processo de enfrentamento e conflitos de identidade são ocasionados
pelo racismo, inclusive religioso.
A literatura Afro-brasileira em defesa do corpo negro
Desta mesma forma, também na literatura brasileira, o corpo negro foi tratado como
“coisa” e desprovido e qualquer subjetividade, aparecendo simplesmente como objeto a
2
De acordo com Munanga (2003, p. 12), em um mesmo grupo (de raça branca, negra ou amarela) pode
haver várias etnias em sua composição, isto é, “uma etnia é um conjunto de indivíduos que, histórica ou
mitologicamente, têm um ancestral comum; têm uma língua em comum, uma mesma religião ou
cosmovisão; uma mesma cultura e moram geograficamente num mesmo território”. Desta forma
utilizamos, neste trabalho, a expressão “relações étnico-raciais” quando nos referirmos às relações sociais
baseadas na condição de raça ou etnia, compreendendo, desta forma, as duas categorias.
4. ser descrito. Nas escapadelas do silenciamento proposital e imposto pela literatura
restrita aos grupos de poder, na escassa representação destes corpos negros, o
estereótipo apresentado, marca a reprodução de imagens depreciativas ligadas à
violência, a falta de dom de linguagem ou mesmo a ignorância que torna estes
indivíduos incapazes de aprendizagem.
Todavia, em um movimento de valorização e de combate a este silenciamento, surge
como instrumento de resistência e expressão, a literatura feita por negros, que apesar da
tentativa de imposição imposta pelo regime escravocrata, que evidencia uma linha
divisória entre os lugares ocupados por negros e branco, promove um diálogo simbólico
com a herança ancestral ao compor e recompor outras formas de representações
literárias.
Dessarte, no universo de contos elaborados pela literatura afro-brasileira, o indivíduo
negro que vive no cotidiano das comunidades humildes, marginalizado pela cidade, é
retratado e tem sua involução sofrida denunciada nas obras de autoria de Nei Lopes, Lia
Vieira e Conceição Evaristo e demais autores afro-brasileiros.
De forma poética e com muita propriedade, estes autores expõem a face oculta do modo
de produção escravista, que muitas vezes, se apresenta como responsável pelo processo
miscigenador característico da formação do povo brasileiro. Em seus textos, aparecem
universos epistemológicos diversos que dão vozes aos corpos negros e suas experiências
sociais, culturais, afetivas e religiosas.
Contando histórias até então nunca narradas, os autores afro-brasileiros potencializam a
força contida nos corpos negros que para além do caráter biológico, são afetados pela
classe, cultura, religião e outras intervenções sociais. Esta literatura cumpre assim, a
função ideológica de procura por valorização dos conjuntos de atributos que
caracterizam a imagem destes indivíduos e consequentemente de seus corpos
marginalizados. Buscam desvencilhar o corpo negro das marcas de racialização, e
sexualização que proporcionaram efeitos devastadores na trajetória social dos
afrodescendentes.
Desta forma, o corpo negro lido não mais pela ótica do discurso colonial e racial
brasileiro, apresenta-se como um corpo ativo, dotado de uma ação, que reage ao
processo de submissão e subalternação construído pelos textos literários elaborados até
então. Neste parâmetro ao fugir da condição imposta pela cultura dominante, de mero
objeto manipulável, estes corpos, nas vozes dos escritores afro-brasileiros se
estabelecem como malha social, política, cultural e religiosa em um entrelaçamento não
5. somente de raça, mas também de credo.
Conclusão
No processo de exclusão e violência, a literatura afro-brasileira ainda procura intervir na
formação das imagens sedimentadas a respeito dos diversos corpos. A partir das
experiências coletivas de ressignificação cultural, social e porque não, religiosa, a
consciência negra contida nestes textos proporciona a busca pelo resgate de valores
próprios que somente se faz possível pelo reconhecimento da existência de uma
memória que está imbricada a formação do sujeito e as informações armazenadas por
seus corpos, tanto individual, quanto coletivo.
Ao serem reconhecidos e integrados a seus grupos, os indivíduos como portadores de
símbolos, conseguem identificar seus papeis sociais. Embora, as consequências da
diáspora negra, aparecerem também na escrita, vê-se na literatura afro-brasileira não
apenas a representação de corpos negros, ou de postulados sobre a vida, mas, sobretudo,
a permanência e ressignificação de um conjunto de saberes e fazeres, que reverberam na
construção das identidades destes, em conformidade com as atitudes e valores também
encontrados na religiosidade do candomblé que entendem o corpo como um espelho
cujo divino é personificado. Pode-se afirmar, portanto, em uma analise da literatura
afro-brasileira associada à filosofia Yorubá contida na religiosidade do candomblé, que
na obra dos autores acima citados encontra-se o fio condutor do Asé e o respeito aos
seus princípios vindo atender uma necessidade impressa em uma dinâmica funcional de
continuidade do fluxo de energia vital. Energia que precisa ser mantida, alimentada e
expandida para proporcionar o equilíbrio necessário entre os diversos corpos para que
exista um equilíbrio universal. Todavia, o Asé contido nesta literatura não deve ser
acumulado ou restringido e sim deve circular, ser mantido e distribuído para todos os
indivíduos em um fenômeno de reconhecimento destas obras e de sua importância para
a valorização e dignificação do corpo negro.
REFERÊNCIAS:
BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. 2 ed. São Paulo: Pioneira, 1985.
GOMES, Nilma Lino. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolo de identidade
negra. Belo Horizonte. Autentica, 2006.
LOPES, Nei. 20 Contos e uns Trocados. 2006, editora Record, RJ.
6. MUNANGA, K. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e
etnia. Palestra proferida no 3º Seminário Nacional Relações Raciais e Educação-
PENESB-RJ, em 5 nov. 2003