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NOÇÕES DE CARTOGRAFIA
ORIENTAÇÃO E COORDENADAS GEOGRÁFICAS
ORIENTAÇÃO
O conceito mais apropriado de orientação é direção,rumo, cada uma das orientações que são marcadaspela Rosa-dos-
Ventos.
O homem, para se deslocar sobre a superfície daTerra, tomou por base o nascer e o pôr do sol, criandoos pontos de
orientação.O conceito de orientação está associado àdeterminação da posição do elemento no espaçogeográfico e sua
relação com os pontos cardeais,colaterais e subcolaterais. Veja o desenho da Rosados-Ventos, também chamada Rosa-dos-
Rumos.
A Rosa-dos-Ventos
A rosa-dos-ventos é a representação gráfica dos principais pontos de orientação. É assim chamada por indicar as diversas
direções que o vento pode tomar.
Cardeal em latim significa principal.
O estudo da Rosa-dos-Ventos, relacionado dentro do mapa, tem sentido estático. Veja agora a localização no espaço vivido
pelo homem.
A localização na vida
Rotação da Terra - sentido oeste para leste - Movimento aparente do Sol leste para oeste
Veja agora os desenhos:
Devido à influência que o Sol exerce sobre a Terra, o homem passou a observar a sua aparente marcha pelo espaço, fixando
a atenção na direção em que ele aparecia diariamente no horizonte. A partir de suas observações, este ponto ficou conhecido
como leste, e o ponto em que ele se põe, como oeste.
Estendendo a mão direita para o leste e a esquerda para o oeste, encontramos mais dois pontos de orientação: o norte, à
nossa frente, e o sul, às nossas costas.
Outros meios de orientação
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Até o século XIII, utilizava-se a orientação astronômica simples, através da localização e posição dos astros,
como o Sol, as estrelas, as constelações e a Lua.
Não podemos esquecer:
1º) A Terra tem um eixo inclinado de 23° e 27’.
2º) As estações do ano significam diferentes posições dos hemisférios.
A orientação pelas estrelas é distinta nos dois hemisférios. Assim como o Sol durante o dia, elas parecem deslocar-se de leste
para oeste. No hemisfério norte, apenas a ESTRELA POLAR parece estar fixa, pois encontra-se quase diretamente acima do
pólo norte. Portanto, para se determinar a direção do pólo norte, basta traçar uma linha imaginária perpendicular da Estrela
Polar à Terra. No hemisfério sul não existe qualquer estrela que indique a posição do pólo sul. A orientação do CRUZEIRO DO
SUL, devido à sua forma peculiar, é utilizada para a orientação
e indicação do pólo sul. Para determinar a direção do pólo sul, basta prolongar quatro vezes o braço maior da cruz e, então,
traçar uma linha imaginária, perpendicular à linha do horizonte, até a Terra.
A bússola
Do século XIII ao século XV, acontece a invenção e o predomínio da BÚSSOLA, um prático e eficiente instrumento de
orientação inventado pelos chineses, que permite traçar o rumo em qualquer momento de uma viagem. Constitui-se de uma
agulha imantada que gira sobre um eixo vertical, em um fundo constituído de um mostrador, como a Rosa-dos-Ventos, com
360° de circunferência (BÚSSOLAS MODERNAS). A agulha imantada da bússola não aponta o norte geográfico, mas sim o
pólo magnético da Terra. É necessário, então, fazer uma correção na direção apontada pela bússola, denominada declinação
magnética, que é o ângulo formado pela distância entre o pólo Norte da Terra e o pólo magnético, indicado pela agulha da
bússola.
Veja nos desenhos os pólos magnéticos e os pólos geográficos.
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
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Utilizando os paralelos e os meridianos podemos, por meio da latitude e da longitude, determinar a posição exata
de um ponto qualquer na Terra.
Paralelos
Paralelos são círculos imaginários que atravessam a Terra, paralelamente ao equador, nos dois hemisférios.
Diminuem de tamanho à medida que se afastam do equador, até se transformarem em um ponto nos pólos, a 90º.
Entre os paralelos existem dois círculos mais importantes em cada hemisfério, que são:
Hemisfério Norte: Trópico de Câncer, a aproximadamente 23º27’ do equador; e o Círculo Polar Ártico,
distante aproximadamente 66º30’ do equador.
Hemisfério Sul: Trópico de Capricórnio e Círculo Polar Antártico, ambos apresentando a mesma distância aproximada do
equador que os seus correspondentes do hemisfério norte.
Latitude
É a distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre em relação ao equador. Pode ser definida como
o ângulo que a vertical desse lugar forma com o plano do Equador. A latitude pode ser norte ou sul e variar de 0° a 90°. Cada
grau divide-se em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos.
Meridianos
Meridianos são semicircunferências imaginárias traçadas na Terra de pólo a pólo, possuindo a mesma extensão, sendo 180° a
leste e 180° a oeste de Greenwich.
Longitude
É a distância em graus entre um ponto da superfície terrestre e o Meridiano Inicial, ou de Greenwich.
A longitude pode ser ocidental ou oriental, variando de 0° a 180° em cada um.
Através dos paralelos e dos meridianos determinam-se LATITUDE e LONGITUDE e, consequentemente, a posição exata de
um ponto qualquer da superfície terrestre. A latitude e a longitude constituem as COORDENADAS
GEOGRÁFICAS.
O Brasil e as Coordenadas Geográficas
Posição do Brasil no Planisfério
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FUSOS HORÁRIOS
Existem diversas maneiras de se medir o tempo: tempo solar verdadeiro, tempo solar médio, tempo civil ou pelos fusos
horários.
A velocidade das comunicações acabou impondo a necessidade de unificação da hora em todo o mundo. Foram criados,
então, os sistemas de fusos horários, propostos em 1884, na Conferência de Washington.
O conceito de tempo civil (ou hora civil) passou a ser utilizado desde 1º de janeiro de 1925, a partir de sua adoção pelos
astrônomos. A duração do tempo civil é de 24 horas, e a contagem é feita de 0 a 24 horas.
A rotação da Terra é feita de oeste para leste, enquanto a direção do movimento aparente do Sol é de leste para oeste. Para
realizar o movimento de rotação, isto é, para dar uma volta em torno da circunferência equatorial, gastam-se 24 horas. Dessa
maneira, temos:
Ao dividirmos a circunferência da Terra por uma rotação, encontraremos 15°. Cada intervalo de 15°, nos meridianos, será
equivalente a 1 hora, sendo chamado de fuso horário. Todos os lugares situados no interior do mesmo fuso horário possuem a
mesma hora: é a chamada hora legal, diferente da hora verdadeira (ou local), determinada pelo movimento aparente do
Sol. Para calcular a hora, convencionou-se que o fuso horário inicial, isto é, o fuso a partir do qual a hora começaria a ser
contada, seria o fuso que passa por Greenwich. A hora determinada por este fuso horário recebeu o nome de hora GMT. O
fuso horário de Greenwich é formado pela soma de 7,5° a leste e 7,5° a oeste de 0° (Meridiano Inicial, ou de Greenwich).
Para resolver problemas comuns relacionados aos fusos horários, lembre-se de que:
1 - Quando as duas localizações se encontrarem em hemisférios diferentes (oeste para leste ou vice-versa), deve-se somar as
longitudes e dividir o resultado por 15°. Veja o exemplo:
2 - Quando as duas localizações se encontrarem num mesmo hemisfério (leste para leste ou oeste para oeste), deve-se
subtrair as longitudes e dividir o resultado por 15°. Veja o exemplo:
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Sabendo a localização e a hora de uma cidade, você irá somar se o pedido for a leste ou subtrair se for a
oeste. Vamos aos exemplos:
• Na cidade x a 120° E, são 5 horas. Qual a hora na cidade 45° W?
A hora de 120° não era 5. Então vamos somar 5 a 13 horas e acharemos 18 horas. Resposta: 18 horas do
dia anterior.
Vamos conferir
A partir deste exemplo, faça outros.
Fusos horários
A linha internacional da data
Para se marcarem as horas, o meridiano de Greenwich é tomado como referência. A hora oficial GMT (Greenwich Meridian
Time) considerada é a que corresponde às 12 horas (meio-dia). Assim, o meridiano correspondente a 180°
de longitude representa o tempo de 24 horas, e corresponde à linha na qual se faz a mudança de data, de um dia para outro: é
a linha internacional de mudança de data.
A linha internacional da data atravessa o oceano Pacífico, apresentando vários desvios, para não passar por nenhum lugar
habitado. Passa pelo Estreito de Bering, pelo leste da Península de Kamtchatka, entre as ilhas Aleutas e amoa,
e daí prossegue até o pólo sul. Se um viajante cruzar essa linha no sentido oeste-leste, deve acrescentar um dia; se cruzá-la
no sentido leste-oeste, deve subtrair um dia.
Observar que o meridiano de 180° não coincide com a linha internacional de Mudança de Data, por convençãoInternacional.
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FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL
Considerando as ilhas oceânicas, o Brasil possui quatro fusos horários.
Há um limite prático e um teórico dos fusos horários. Os limites práticos foram criados no Brasil para padronizar as horas em
algumas áreas. O Brasil possui quatro fusos horários e três horas diferentes dentro do seu território. Para entender melhor,
veja o mapa de fusos brasileiros.
O 1º fuso horário do Brasil está atrasado duas horas em relação à hora de Greenwich.
O 2º fuso horário, atrasado três horas em relação a Greenwich, constitui a hora legal do Brasil (hora de Brasília). Nele se
encontra a maioria dos estados brasileiros. Observe que parte do 1º fuso passou para o 2º, formando limite prático.
O 3º fuso horário está atrasado quatro horas em relação a Londres e uma hora em relação a Brasília.
O 4º fuso horário apresenta atraso de cinco horas em relação a Greenwich e duas horas em relação a Brasília. Apenas o
Acre e o extremo-oeste do Amazonas encontram-se nesse fuso horário.
Horário de Verão
Aproveitando-se da claridade maior dos raios solares, o Brasil adianta seu relógio em uma hora. É o chamado horário de verão
(um pouco antes do verão oficial, outubro). Porém, deve-se lembrar que esse recurso não é utilizado em todo o território, pois
quanto mais próximo do Equador, maior será a igualdade dos dias durante o ano.
AS ESTAÇÕES DO ANO
As estações do ano ocorrem devido ao movimento de translação.
TRANSLAÇÃO: É o movimento que a Terra faz em torno do Sol, descrevendo uma órbita elíptica. Quatro posições destacam-
se nesse movimento. Observe, no desenho, que os pontos 2 e 4 representam o momento em que a Terra terá a mesma
luminosidade nos dois hemisférios: são os EQUINÓCIOS, de outono ou primavera. Agora, observe que nas posições 1 e 3 os
hemisférios da Terra receberão luminosidade diferente:são os SOLSTÍCIOS, de verão ou de inverno.
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REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA
Existem duas formas de representar graficamente a Terra: o globo e o mapa.
O globo terrestre é a melhor forma de se representar a Terra, a que mais se aproxima da realidade, apesar de não ser a mais
utilizada.
Suas vantagens são:
1) Sendo esférico, dá uma ideia bastante real;
2) Mostra todos os continentes, seus oceanos;
3) Permite a localização correta das principais linhas imaginárias;
4) Possibilita a simulação dos movimentos da Terra;
5) Apresenta as distâncias em latitudes e longitudes com exatidão;
6) As distâncias serão mais exatas, pois não haverá distorções das projeções.
O mapa nada mais é do que uma superfície plana na qual a Terra é total ou parcialmente representada. É mais utilizado
devido à praticidade de manuseio e transporte, além de conter indicações mais completas e minuciosas que o globo.
A linguagem do mapa é cartográfica, precisa de métodos científicos mais adequados para melhor representar a Terra. A
cartografia ocupa-se em analisar e desenhar os mapas e as cartas topográficas de maneira mais adequada à sua utilização.
Os mapas podem ser:
1 - Temáticos: destinam-se ao estudo específico de determinados temas, como Geologia, Demografia.
2 - Especiais: atendem a um público específico, de profissionais que têm no mapa um instrumento de trabalho. Geralmente
são mapas em grande escala.
3 - Gerais: quando atendem a diversos tipos de usuários. Geralmente são mapas em pequena escala.
O estudo das Projeções Cartográficas
A maior dificuldade em cartografia é transferir o que existe numa superfície curva, que é a Terra, para uma superfície plana,
que é o mapa. Só podemos conseguir essa transferência, essa passagem, de maneira imperfeita, infiel, comalgumas
alterações. O problema das projeções cartográficas exige, portanto, uma grande dose de imaginação.
Todo mapa é um processo de alteração da superfície terrestre. Esta
distorção será maior quanto maior for a área cartografada.
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Tipos de Projeções Cartográficas
O desenvolvimento de uma esfera
Ao tentarmos desenvolver uma esfera (ou parte de uma esfera) sobre um plano, observamos que os limites externos de sua
superfície são os mais sacrificados, apresentando maiores alterações, enquanto que o centro da mesma não apresentará
deformações. Portanto, o centro de uma projeção é a parte – que pode ser um ponto ou uma linha (um paralelo ou um
meridiano) – em verdadeira grandeza, sem alterações de escala.
Como a esfera não se desenvolve sobre o plano, utilizamos superfícies intermediárias que tenham a propriedade de se
desenvolver. Temos, então, que procurar figuras semelhantes à esfera, que sejam passíveis de desenvolvimento.
O cilindro, o cone e o plano constituem esses tipos de figuras.
As projeções cartográficas costumam ser reunidas em três tipos básicos: cilíndricas; cônicas e plano tangente ou azimutal.
Projeção Cilíndrica
Em uma projeção cilíndrica, observam-se as seguintes consequências:
1) Apenas o Equador tangencia a superfície.
2) As áreas próximas aos polos e mesmo os polos não têm possibilidade de serem projetados na superfície cilíndrica.
3) Os demais paralelos projetados não conservam as medidas originais, guardando iguais comprimentos em relação ao
Equador.
4) O Equador é a única linha projetada que conserva a dimensão original.
5) As linhas traçadas na esfera são transferidas para a superfície cilíndrica de desenvolvimento, através de projeções partidas
do centro da esfera.
A projeção cilíndrica, também conhecida como Projeção de Mercátor, apresenta os paralelos e os meridianos cruzando-se
em ângulos de 90° e é bastante utilizada na navegação e na confecção de mapas-múndi.
Os países localizados nas mais altas latitudes apresentam-se bastante deformados, ao contrário daqueles situados ao longo
ou próximo da linha do Equador, que apresentam pequenas alterações.
Projeção Cônica
Na projeção cônica, a esfera projeta-se a partir do Equador, tangenciando de um dos paralelos. São observadas
as seguintes consequências:
1) A única linha de verdadeira grandeza é o paralelo de tangência.
2) O polo é projetado, graças à forma própria do cone.
3) Os meridianos projetados se cruzam no polo, semelhantemente ao que acontece na esfera.
4) As linhas traçadas na esfera são projetadas para a superfície cônica de desenvolvimento a partir de um certo ponto do
interior da esfera. Observe a projeção cônica: os países que apresentam maiores distorções são aqueles
localizados próximos ao Equador. Este tipo de projeção é ótima para representar mapas regionais, onde aparecem apenas
pequenas partes da superfície terrestre.
Projeção Cônica
Projeção Plano ou Azimutal
Na projeção plano ou azimutal, as linhas traçadas na esfera são projetadas no plano, partidas de um certoponto do interior da
esfera, a partir do polo. São observadas as seguintes consequências:
1) Os meridianos, irradiando-se do polo, sãoprojetados em linha reta.
2) À medida que se afastam do ponto de tangência– o polo – o espaçamento e as dimensões dosparalelos e dos meridianos
crescem rapidamente.
3) O polo, ponto em que a esfera é tangente, éprojetado no centro do plano.
4) Os paralelos são arcos de círculos concêntricos,como na esfera terrestre.
A projeção azimutal destina-se a representar as regiões polares e suas proximidades
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Uma projeção fora dos padrões
Projeção de Peters
O alemão Arno Peters (nascido 1916) apresenta um mapa que valoriza o Terceiro Mundo.
A principal qualidade deste planisfério é que cada cm2 dentro do formato 113 x 72 cm representa exatamente 63.550 Km2.
Assim, as regiões temperadas do planeta não aparecem maiores do que as outras, como ocorre nos mapas tradicionais. Outra
boa qualidade é que a linha do Equador está equidistante dos pólos e todas as regiões terrestres aparecem representadas.
Esta projeção também facilita uma compreensão mais real da relação entre os tamanhos dos países.
A projeção de Peters não é uma projeção conforme. É uma projeção cilíndrica da área igual. Isso significa que as áreas dos
continentes e países aparecem em escala igual, conservando suas dimensões relativas.
Faça você uma análise deste mapa e retire algumas conclusões.
Classificação das Projeções Cartográficas
As projeções cartográficas devem cumprir determinadas condições, objetivando a construção do mapa ideal.
1º)Conformidade - manter a verdadeira forma das áreas a serem representadas.
2º)Equivalência - manter inalteradas as dimensões relativas das áreas cartografadas.
3º)Eqüidistância- manter a constância das relações entre as distâncias dos pontos representados e as distâncias dos seus
correspondentes.
As projeções cartográficas podem ser classificadas:
a) Conformes: não deformam os ângulos, não deformando pequenas áreas. Os paralelos e os meridianos se interceptam em
ângulos retos.
b) Equivalentes: têm a propriedade de não deformar as áreas, conservando, quanto à área, uma relação constante com as
suas correspondentes na superfície da Terra. Para conseguir a equivalência de áreas, a forma será sacrificada, sendo
deformada.
c) Eqüidistantes: não apresentam deformações lineares, isto é, os comprimentos são representados em escala uniforme.
d) Azimutais: resolvem apenas um problema, aquele que nem uma projeção equivalente nem uma projeção conforme
soluciona: o de cartografar as direções da superfície terrestre. Destinam-se, invariavelmente, a mapas especiais construídos
para fins náuticos ou aeronáuticos.
e) Afiláticas: também conhecidas como arbitrárias, não possuem nenhuma das propriedades dos outros tipos de projeções.
ESCALA
O mapa é uma relação de lugares e toda a representação mantém uma certa relação de tamanho (proporção) com o objeto
representado.
Existem duas maneiras de se indicar as proporções entre o mapa e o mundo real, porém, antes, vamos guardar a frase abaixo:
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Escala é relação especial de equivalência entre as medidas reais do terreno e a sua representação
reduzida no mapa.
As escalas podem ser:
Numérica ou Gráfica
Escala numérica
Usa-se por convenção 1 centímetro e o número seguinte quantas vezes o espaço foi reduzido.
Por exemplo:
Em um mapa cuja escala é de 1:100 000 (lê-se um por cem mil), a medida de 1 cm no mapa equivale a 100 000 cm no terreno.
Escala gráfica
É uma linha graduada na qual as marcas que indicam a distância estão escritas com os valores observadosno terreno. Nesta
escala não é necessário que o tamanho do segmento seja equivalente a 1 cm.
Relação entre os diferentes tipos de escala
Não existe uma escala melhor que outra. A escolha é determinada segundo os seguintes itens:
• finalidade do mapa
• conveniência da escala
Devemos lembrar que a riqueza de detalhes do mapa é diretamente proporcional à escala; ou seja, quanto maior for a escala,
maior será a riqueza de detalhes.
Existem três grupos principais para as escalas, dependendo de sua finalidade.
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A REPRESENTAÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS E
HUMANOS NOS MAPAS
A representação dos diversos aspectos físicos e humanos nos mapas pode ser feita por meio de vários processos: graduação
de cores, linhas, hachuras, sombreamento e sinais gráficos. Para facilitar seu manuseio, todo mapa deve conter uma legenda,
que explica o significado dos símbolos utilizados.
As cores utilizadas são determinadas por convenções:
a) altimétricas • hipsométricas • batimétricas
b) Planimétricas
Quando são usadas para representar aspectos localizados na superfície terrestre, cores básicas. Exs.:
Símbolos convencionais
Legendas
A linguagem do mapa baseia-se no uso correto dos símbolos. Qualquer símbolo representado precisa de quatro itens
principais.
1 - Apresentar uniformidade.
2 - Facilitar a compreensão.
3 - Apresentar-se com fácil leitura.
4 - Apresentar-se preciso.
Isolinhas
As isolinhas unem pontos de igual valor, relacionados ao que está sendo representado, e recebem nomes diferentes,
dependendo do aspecto que foi cartografado.
Isoieta: linha que une os dois pontos de igual precipitação.
Isóbata: linha que une os pontos de igual profundidade, abaixo do nível do mar.
Isóbara: linha que une pontos de igual pressão atmosférica.
Isoterma: linha que une os locais de igual temperatura.
Isoípsa: linha que une os pontos de igual altitude, acima do nível do mar.
Isoígra: linha que une pontos de igual unidade atmosférica.
Isócrona: linha que une pontos de horas iguais.
Curvas de nível
São linhas traçadas num mapa que unem os pontos do relevo de uma mesma altitude (isoípsa).
Sabendo-se as altitudes do relevo, é possível representá-lo. Veja o desenho: sua escala vertical é de 2mm, isto é, cada 2mm
no desenho da elevação significa 10 metros de altitude. Observe, também, que as cotas entre as isoípsas
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representam a mesma altitude, ou seja, 10 metros.
Volte a observar o desenho. A diferença de nível entre duas curvas é quase sempre a mesma. Se duas curvas se aproximam,
é sinal de que o declive (inclinação do terreno) é maior; caso se afastem, o declive é mais suave, menos abrupto.
DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA
Fotografia aérea
A palavra aerofotogrametria vem de aero + fotografia + metro. É uma técnica de fotografia
aérea, de partes da superfície da Terra, cujas imagens, impressas em papel fotográfico, permitem
a elaboração de mapas.
PROF. MELHEM ADAS
A aerofotogrametria é “a ciência ou a arte da obtenção de medições fidedignas por meio da fotografia.”
Predomina hoje na produção cartográfica, não atendendo apenas aos cartógrafos, mas também a uma extensa série de
técnicos ou especialistas que se utilizam da cartografia no desempenho de suas funções, como: engenheiros, urbanistas,
militares, geólogos, geógrafos, oceanógrafos, meteorologistas, agrônomos, entre outros tantos.
A fotografia aérea resulta de um grande número de
especificações, normas e cuidados relativos aos
seguintes pontos:
1 - As condições atmosféricas para o vôo.
2 - A lente e a câmara utilizada.
3 - O filme utilizado.
A fotografia aérea pode ser classificada por:
1 - Cores, dando preferência ao preto e branco.
2 - Sistema ótico, em simples ou múltiplos.
3 - Verticalização ou posição oblíqua da câmara
fotográfica
Itens importantes para analisar fotografia aérea
Nas fotos aéreas, os vários tons da cor cinza representam os elementos da paisagem:
– cinza escuro: estradas pavimentadas; – cinza bem escuro: vegetação;
– cinza claro: estradas não-pavimentadas; – aparência espelhada: água.
– branco: areia;
• A textura (maior ou menor variação da tonalidade) constitui um importante indicador de como se localiza o solo na agricultura.
• Os diversos tipos, tamanhos e densidades das estradas são facilmente reconhecíveis em uma fotografia aérea, sendo
bastante útil nos estudos urbanos e nos transportes.
• As condições atmosféricas são primordiais para a execução de um vôo. Há regiões em que é possível encontrar condições
satisfatórias durante vários meses do ano; outras, entretanto, raramente favorecem esse tipo de trabalho, estando quase
sempre cobertas de nuvens.
• A posição do Sol é outro fator de grande importância para não prejudicar detalhes importantes: o excesso de sombras e o Sol
a pino são prejudiciais para a obtenção de fotos adequadas à correta fotointerpretação e utilização técnica dos dados
fotografados.
A fotointerpretação consiste na análise dos dados apreendidos numa fotografia aérea, com o propósito de identificá-los,
descobrir detalhes, analisá-los e estabelecer suas inter-relações.
As fotos aéreas trazem a escala indicada na foto. Na ausência de escala, esta é deduzida, sabendo-se a altura do vôo e a
distância focal da câmara.
Sensoriamento remoto
O conjunto de diversas técnicas (tecnologia espacial, o acesso global do planeta, a eletrônica, a telecomunicação, o tratamento
das informações) para estudar a Terra, tanto na parte continental quanto na oceânica e atmosfera, sem o contato direto com
elas, denomina-se sensoriamento remoto.
(TIBÚRCIO, J. ARNALDO, COIMBRA, PEDRO. ANÁLISE DO ESPAÇO GEOGRÁFICO. PÁG. 275 - ED. HARBRA).
Os sensores são capazes de coletar energia proveniente do objeto e convertê-la em sinal passível de ser registrado. A
transferência de dados do objeto para o sensor é feita através de energia.
O sensoriamento remoto, aplicado ao estudo da superfície terrestre, fornece a possibilidade da obtenção de informações de
grande importância na utilização efetiva e na conservação dos recursos naturais.
Remoto se refere à questão de posição no espaço ou no tempo, sendo, portanto, relativo.
As estações receptoras terrestres
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As imagens captadas pelos satélites são convertidas em sinais eletromagnéticos, armazenados em fitas e,
depois, irradiados de volta a uma estação terrestre ou retransmitidos por outro satélite ou, ainda, transmitidos diretamente para
uma estação terrestre.
Existe, no Brasil, uma estação de recepção, implantada em Cuiabá, que opera desde 1973. A localidade foi escolhida por
tratar-se do centro geográfico da América do Sul. Os dados são recebidos através de uma antena parabólica e gravados em
fitas magnéticas de alta densidade. Depois, são enviadas, através de vôos comerciais, para olaboratório em São Paulo. O
laboratório de processamento de imagens tem a função de transformar os dados em imagens compatíveis com o computador,
sendo enviados, então, para os usuários.
1º) Avaliação de recursos hídricos
Pode ser feita através do estudo dos componentes do
ciclo hidrológico e de suas relações, avaliando as taxas
de movimentação da água, a sua quantidade e qualidade
no interior de cada subsistema do ciclo hidrológico.
Ex.: • recursos marítimos de pesca, usados em grande
escala pelos navios japoneses.
• controle de descargas contendo solventes químicos.
• distribuição da umidade, etc.
2º) Aplicações em Geografia
Análise e monitoramento do uso da terra.
Exs.: • classificação e conservação do uso do solo.
• estimativas de safras agrícolas.
• exploração dos recursos minerais e energéticos.
• confecção de cartas geográficas (cartografia).
3º) Aplicação no controle ambiental
• Mapeamento climático.
• Estudos das atuações de massas de ar (um bom
exemplo, El Niño).
• Controle da poluição na baixa atmosfera.
• Controle da questão da camada de ozônio, etc.
4º) Outros
• Geomorfologia ambiental.
• Controle da vida animal silvestre.
• Atualização de crescimento das áreas urbanas.
• Monitoramento das usinas nucleares em caso de
acidentes.
• Desmatamentos e grandes queimadas.
• Controle de tráfego urbano
• Etc.
Aspectos legais
Há a necessidade de regulamentar juridicamente as atividades de teledetecção espacial, pois o satélite não ajusta sua órbita
às fronteiras nacionais, adquirindo imagens de todo o globo.
O Tratado das Atividades de Exploração do Espaço, de 1967, ajustou alguns pontos, como a liberdade de exploração e uso
do espaço exterior, sem possibilidade de apropriação por nenhum Estado. O ESPAÇO EXTERIOR é definido como patrimônio
comum da humanidade.
No Congresso UNISPACE’82, em Viena, ficou expresso o desejo de alguns países em desenvolvimento de controlar a
distribuição das imagens obtidas sobre o seu território. Atualmente, as posturas dos diversos países são muito variadas. Em
1986, foi aprovado um projeto de princípios pela ONU, do qual consta:
1º - A teledetecção se realizará em proveito e interesse de todos os países.
2º - Respeitar-se-á o princípio da soberania plena e permanente dos Estados sobre sua própria riqueza e recursos naturais.
3º - Promover-se-á a cooperação internacional sobre recepção, interpretação e arquivo de dados.
4º - Os USA devem informar ao Secretário Geral das Nações Unidas os programas de teledetecção.
5º - Os Estados devem ser informados caso estejam ameaçados por fenômenos prejudiciais para seu meio ambiente.
O AMBIENTE FÍSICO
O saber geográfico é muito antigo. É reconhecido desde as sociedades primitivas. Desenvolveu-se na medida em que o
homem ampliava seus conhecimentos e a sua percepção do espaço. No século XIX, na Alemanha, surge a ciência
denominada Geografia São os estudos geográficos que permitem a você interpretar o mundo em que vive, principalmente em
tempos de globalização.
O ambiente físico é a base, a sustentação de todos os outros fatos que se desenrolam no nível humano e econômico, sua
distribuição e suas relações.
Compreender a Geografia Física permite entender os variados aspectos que fazem parte do seu dia-a-dia.
A Geografia utiliza-se dos conhecimentos desenvolvidos por outras ciências.
A Geografia Física busca o apoio na Geologia para explicar a base dos fenômenos físicos que ocorrem na Terra.
A Geologia (geo= terra; logos = palavra, pensamento, ciência), como ciência, procura decifrar a história geral da Terra, desde o
momento em que se formaram as rochas até o presente.
Os conhecimentos relativos à geologia avançaram bastante, principalmente neste último século, muito embora alguns
problemas ainda se encontrem sem respostas conclusivas e definidas, como a origem
do Universo e da Terra. Entretanto, a necessidade dos produtos da terra, o conhecimento e o trabalho de pesquisa sobre a
crosta terrestre, nos seus mais variados aspectos, vêm aumentando, e os conhecimentos advindos dessas necessidades
práticas propiciaram o aumento paralelo dos conhecimentos científicos sobre o planeta. Assim é que a necessidade do
petróleo, do carvão mineral, dos minérios metálicos e não-metálicos exige o conhecimento pormenorizado dos processos de
sua formação, do tipo de rochas relacionadas a eles, da época de sua formação e, ainda, a avaliação correta da quantidade
provável existente de cada um deles.
COLUNA GEOLÓGICA - A BASE DOS ESTUDOS DA GEOGRAFIA FÍSICA
Durante milhares de anos, os homens têm-se preocupado em estabelecer a idade da Terra. Intensas investigações têm sido
feitas ao longo do tempo. No entanto, há apenas 40 anos os geólogos dispõem de recursos técnicos para uma datação mais
aproximada da idade da Terra: entre 4,5 e 5 bilhões de anos.
A datação radioativa das rochas permite avaliar a idade da Terra, tanto a partir de análises de rochas que compõem o manto
terrestre ou através de comparação com resultados das mesmas análises aplicadas em fragmentos de meteoritos vindos dos
espaço.
Veja a Escala ou Coluna Geológica:
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Tabela Geológica Simplificada adaptada pelos autores
Ao analisar as colunas geológicas você deve ter percebido que há poucas informações sobre a era de maior duração.
Isso se deve em primeiro lugar à ausência de seres vivos durante essa era, uma vez que a Terra estava se formando.
Portanto, não há fósseis do criptozóico. Também a permanente transformação pela qual todas as rochas
passam, através do ciclo petrológico, não permitiu a preservação de rochas do início da constituição do planeta.
Para melhor compreender, analise a representação didática da duração das eras geológicas abaixo:
A ESTRUTURA DA TERRA
A Terra é formada por três camadas principais:
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A DERIVA CONTINENTAL E A TECTÔNICA DE PLACAS
A distribuição das terras emersas e os acontecimentos geológicos no globo terrestre só muito recentemente tiveram uma
explicação plausível.
Os estudos que ficaram conhecidos como Teoria da Deriva Continental foram elaborados pelo geólogo e paleoclimatologista
alemão Alfred Lothar Wegener. Seus estudos foram publicados em 1915 e se mostraram muito audaciosos para a época.
A Teoria da Deriva Continental estava baseada na hipótese de que todas as terras emersas da Terra haviam constituído uma
única massa continental à qual Wegener denominou Pangéia(Pan - única; géia- terra). A Pangéia estava circundada pelo
oceano de Thétys. Há cerca de 200 milhões de anos, a Pangéia começou a se separar. Inicialmente, dividiu-se em dois
grandes blocos; a Laurásiae a Gondwana. A partir de então, a Laurásia subdividiu-se nas porções continentais da América do
Norte, Groenlândia e Eurásia. A Gondwana sofreu maiores repartições,
subdividindo-se em: América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida.
Wegener apresentava como provas da sua teoria vários fatos, como a similaridade das unidades de relevo das costas oriental
e ocidental do Brasil e da África; o encaixe dos litorais brasileiro e africano; a presença de lesmas de jardim de mesma espécie
em Nova York e em Londres; indicativos de mesmo paleoclima na África e no Brasil.
Wegener falece em 1931, na Groenlândia, enquanto buscava novas comprovações de sua hipótese.
A teoria da Deriva Continental foi retomada a partir da 2ª Guerra Mundial, quando o uso do sonar permitiu o mapeamento do
fundo do oceano.
Estes estudos liderados pelos cientistas Maurice Ewing e Harry Hess começaram com o detalhamento da Dorsal do Atlântico,
uma imensa cordilheira com mais de 70.000 Km de extensão.
A observação da cordilheira Meso-Atlântica possibilitou a constatação de que o assoalho oceânico era jovem, se comparado
às terras emersas, datando no máximo de 150 milhões de anos atrás.
A Teoria da Tectônica de Placas veio comprovar a teoria da Deriva Continental.
A Tectônica de Placas, através dos movimentos das placas provocados pelas correntes de convecção do interior do planeta,
explicaria os terremotos, os vulcanismos, as cadeias dobradas, o surgimento de ilhas oceânicas.
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Essa teoria considera que a massa continental está dividida em seis grandes placas, sendo que os limitesdos continentes não
coincidem com os das placas. Odeslocamento horizontal dessas placas provoca, em seuslimites externos, a ocorrência de
várias deformações efenômenos, como o surgimento de dobramentos, falhas,vulcanismos e terremotos. Essas áreas
geologicamenteinstáveis da crosta terrestre (Andes, Rochosas, Himalaia,dentre outras) nada mais são do que os locais
ondeocorrem as colisões ou os seccionamentos das placas.São vários os movimentos das placas tectônicas.
Quando ocorre o deslocamento chamado convergente,o fundo do oceano abate-se, voltando para o interiorda Terra. As áreas
em que isso acontece são denominadaszonas de subducção, onde ocorrem violentostremores de terra e intensa atividade
vulcânica. Tambémsão encontradas nessas áreas grandes fossas submarinas,que atingem milhares de metros de
profundidade.
O deslocamento tangencial entre as placas provoca intensos tremores de terra quando se dá o movimento. É observado na
costa ocidental dos Estados Unidos, onde a Placa do Pacífico se desloca para noroeste. Esta área é denominada Falha de
Santo André. As forças que impulsionam as placas são denominadas correntes convectivas, e não se localizam na crosta, e
sim no manto inferior. As correntes convectivas ocorrem em função dos diferentes padrões de aquecimento entre as camadas
da Terra, isto é, a subida de matérias quentes do manto para a crosta (correntes ascendentes) e a descida de rochas
resfriadas da crosta para o manto (correntes descendentes). Assim, observando um mapa-múndi físico, poderemos constatar
que a distribuição das cordilheirase das áreas vulcânicas não é caótica ou puramente casual; ao contrário, obedece a uma
lógica geológica.
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O Círculo de Fogo do Pacífico
Região de maior sismicidade da Terra, onde se concentram 95% dos vulcões ativos do mundo. Também é aregião onde se
concentram a maioria dos terremotos resultantes do movimento convergente das placastectônicas.
AGENTES FORMADORES DO RELEVO
O relevo terrestre é resultado da ação de duas forças ou agentes:
- forças construtoras ou internas
- forças modeladoras ou externas
Forças ou Agentes Construtores do Relevo
1- Tectonismo
Movimentos lentos, mais ou menos prolongados que ocorrem na crosta terrestre, resultado da ação das forças internas do
planeta.
Existem duas formas de Tectonismo: epirogênese e orogênese.
a) Epirogênese_ movimentos verticais da crosta terrestre, provocando soerguimentos e rebaixamentosde partes da litosfera.
b) Orogênese _ deslocamentos de grande intensidade da crosta terrestre. São capazes de gerarcadeias montanhosas,
provocando dobramentos ou falhamentos.
Os dobramentos ocorrem quando a orogênese atua em rochas de boa plasticidade.
Os falhamentos ocorrem quando a ação da orogênese se dá sobre um substrato rochoso muito solidificado.
Observe a figura:
Dobramentos
São exemplos de cadeias dobradas: sistema Montanhas Rochosas - Andes (no Continente americano); cadeia dos Alpes (na
Europa); os Atlas (na África); o Cáucaso e o Himaláia (na Ásia).
Esquema geral de um dobramento
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Falhamentos
No Brasil, a origem das Serras do Mar e da Mantiqueira está ligada a um processo de falhamentos e fraturamentos do
embasamento cristalino, ocorrido em eras geológicas remotas.
2- Vulcanismo
Trata-se do estudo dos processos e eventos que possibilitam e provocam a ascensão do magma à superfície
terrestre.
Partes de uma estrutura vulcânica:
a) Cone vulcânico:edifício estrutural, construído a partir da ação das forças internas quando da erupção do material
magmático. Os terrenos, sob pressão, são arqueados, podendo alcançar grandes alturas. Veja os exemplos:
- Etna: 3.280m
- Popocatepetl: 5.560m
- Chimborazo:6.300m
As ilhas vulcânicas atingem grandes profundidades: a ilha vulcânica do Havaí emerge até 4200m sob o mar, porém sua base
encontrasse a 5.000m de profundidade.
b) Câmara magmática:parte inferior e interna onde há a acumulação de material magmático. Nessa área ocorre o aumento de
pressão que provoca a subida do magma.
c) Chaminé _ Trata-se de um canal principal e vários canais secundários que permitem a saída do magma.
d) Cratera _ Trata-se da parte superior da chaminé que sofreu alargamento, provocado pelas explosões
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3- Abalos Sísmicos
São provocados por movimentos que ocorrem no interior da crosta. São causados por:
1- desmoronamentos internos:quando há a dissolução das rochas pela ação da água subterrânea ou pela acomodação de
sedimentos. São de baixa intensidade.
2- explosões vulcânicas e acomodação das áreas de saída do magma. São restritos às áreas de ocorrência e de baixa
intensidade.
3- tectônica de placas:resultado de grandes abalos, ligados à movimentação das placas tectônicas. Podem propagar-se por
grandes áreas e apresentam grande intensidade.
Quando ocorrem no oceano, recebem o nome de maremoto. No Japão são conhecidos como “Tsunamis”.
As áreas de maior incidência de terremotos coincidem com a região de colisão das placas tectônicas.
Quando sua intensidade é elevada, provocam verdadeiras catástrofes. Veja os maiores terremotos:
1755 _ um quarto da população de Lisboa morreu (60.000 pessoas).
1906 _ São Francisco, na Califórnia (USA); causou o rompimento do encanamento de gás, provocandoincêndios na cidade.
1923 _ Tóquio e Yokohama; morreram 150.000 pessoas.
1972 _ Manágua é quase totalmente destruída; morreram 10.000 pessoas.
1985 _ Cidade do México - morreram milhares de pessoas.
1995 _ Kobe - violento terremoto destrói a cidade, causando milhares de mortes.
FORÇAS OU AGENTES MODELADORES DO RELEVO
Constituídas por elementos externos que, atuando sobre a crosta terrestre, modelam o relevo.
Sua ação compreende três fases:
- erosão - transporte - deposição
Agentes modeladores do relevo
1- Intemperismo
Constitui o conjunto de processos operantes na superfície terrestre que ocasionam a decomposição dos minerais das rochas,
graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos.
O fator principal da desintegração é a variação de temperatura, que provoca dilatação e contração heterogêneas, atividades
em presença de água e temperaturas inferiores a 0° (congelação).
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Raízes, cristalização de sais, hidratação, dentre outros, também provocam desintegração mecânica.
Os fatores da decomposição química são a água, os agentes biológicos e seus produtos orgânicos. A forma do Intemperismo
depende muito do clima. Em clima quente e úmido (tropical), predomina o Intemperismo Químico; em clima seco e quente
(árido) e frio (nevoso), predomina o Intemperismo Mecânico. Em clima úmido temperado, os dois tipos se contrabalançam.
2- Erosão
a) Águas Correntes
- Os rios -
Trabalho de erosão executado pelos rios, através do turbilhonamento das suas águas. Os rios escavam seus leitos e suas
margens, transportam o material desagregado e o depositam no mar ou nas suas margens, dando origem àsplanícies fluviais.
- As enxurradas -
As águas das chuvas podem provocar danos maiores ou menores ao solo, dependendo da existência ou não de cobertura
vegetal, da maior ou menor declividade do terreno, da natureza das rochas e da intensidade das chuvas.
b) Erosão glacial
As geleiras executam o trabalho de erosão e acumulação de sedimentos.
Em seu trabalho erosivo, aplainam o relevo. Formam vales profundos quando descem entre montanhas. Esses vales deram
origem aos fiordes da Escandinávia. Muitos lagos foram formados pela ação das geleiras, como os do norte do Canadá, da
Finlândia e norte da Rússia.
c) Erosão marinha
As ondas, as marés e as correntes marinhas trabalham continuamente, em conjunto, ora destruindo as rochas, ora
acumulando sedimentos, formando o litoral dos continentes.
São formas de relevo litorâneo originado do trabalho do mar:
• erosão - falésias e barreiras.
• acumulação - praias, restingas, enseadas, lagunas.
d) Erosão eólica
Trabalho executado pela ação do vento sobre asuperfície da terra.
O vento não tem, sozinho, o poder da erosão. Issoocorre porque o vento transporta partículas de areiaque, ao se chocarem
com as rochas, provocam oseu desgaste. A intensidade do trabalho erosivodepende da constituição da rocha.
O vento também executa o trabalho de acumulação,dele resultando solos férteis, como o loess, e asdunas, móveis ou fixas.
Rochas
As rochas são compostas por diversos elementos minerais. Dentre os principais elementos, os óxidos, sílica, alumina
compõem 72% de todas as rochas. Os outros 26% são representados pelo ferro, sódio, potássio, magnésio.
Definição
Mineralelemento ou composto químico encontrado naturalmente na crosta
terrestre.
Rochaagregado natural formado por um ou mais minerais
Tipos de rochas
As rochas estão agrupadas em três tipos: magmáticas, sedimentares e metamórficas.
Rochas Magmáticas ou Ígneas _ constituídas através da consolidação do magma. Quanto à origem, são consideradas
rochas de origem primária, pois delas se originam as rochas sedimentares e as metamórficas.
As rochas magmáticas se subdividem em:
1. Intrusivas: sofreram lenta solidificação do magma; apresentam cristais macroscópicos.
Ex.: granito, diorito, gabro, sienito.
2. Extrusivas: sofreram um resfriamento rápido do magma durante o vulcanismo, por isso apresentam cristais microscópicos.
Ex.: basalto.
3. Hipoabissais: o resfriamento do material magmático se deu a pequena profundidade da crosta, representando um estágio
intermediário na subdivisão das rochas magmáticas.
Ex.: diabásio, riólito, obsidiana.
Rochas Sedimentares _ originadas da destruição erosiva de qualquer tipo de rocha preexistente e posterior deposição e
litificação do material erodido.
Representam 5% do volume da crosta terrestre, tendo grande importância econômica: petróleo, carvão mineral, gás natural.
São necessárias as seguintes etapas para a formação das rochas sedimentares:
1. intemperismo_ conjunto de processos que ocasionam a decomposição dos minerais das rochas devido à ação dos agentes
climáticos.
2. transporte_ trata-se do traslado do material erodido até uma área deprimida, através da ação dos elementos do clima,
como a água e o vento, que transportam esses materiais a longas distâncias até uma bacia de sedimentação.
As rochas sedimentares podem ser:
Detríticas: quando formadas a partir de fragmentos de rochas preexistentes de tamanhos variados.
Químicas: formadas pela precipitação de solutos ou evaporação da água: sal, calcita.
Orgânicas: constituídas através do acúmulo de restos de organismos vegetais e animais: carvão, calcário, betume.
Rochas Metamórficas _ Formadas a partir da transformação de rochas preexistentes (ígneas, sedimentares ou
metamórficas). Esta transformação acontece a partir de modificações na constituição mineralógica, na estrutura e na textura da
rocha.
Esta transformação acontece através da ação dos agentes: Tempo, Pressão e Temperatura.
Exs.: granito _ gnaisse; calcário _ mármore; argila _ ardósia; arenito _ quartzito.
Exemplos:
Magmáticas
Sedimentares
Metamórficas
3. deposição_ os materiais erodidos são depositados em áreas deprimidas, geralmente fundos de mares e oceanos.
4. litificação_ após o depósito dos materiais erodidos, sob a ação do tempo e da pressão, os sedimentos transformam-se em
rochas sedimentares, através do processo de litificação.
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As rochas sedimentares podem ser:
Detríticas: quando formadas a partir de fragmentos de rochas preexistentes de tamanhos variados.
Químicas: formadas pela precipitação de solutos ou evaporação da água: sal, calcita.
Orgânicas: constituídas através do acúmulo de restos de organismos vegetais e animais: carvão, calcário, betume.
Rochas Metamórficas _ Formadas a partir da transformação de rochas preexistentes (ígneas, sedimentares ou
metamórficas). Esta transformação acontece a partir de modificações na constituição mineralógica, na estrutura e na textura da
rocha.
Esta transformação acontece através da ação dos agentes: Tempo, Pressão e Temperatura.
Exs.: granito - gnaisse; calcário - mármore; argila -ardósia; arenito -quartzito.
AS UNIDADES ESTRUTURAIS DO GLOBO
1 - Os escudos
Os escudos antigos sofreram a ação de vários fenômenos geológicos, entre eles o rejuvenescimento, que é a tomada da
erosão nas formas de relevo já trabalhadas anteriormente, como o rejuvenescimento causado por falhamento.
Constituem a porção mais rígida da crosta, formada por rochas ígneas de consolidação intrusiva geralmente datadas de
épocas geológicas remotas ou do material sedimentar dobrado em épocas geológicas paleozóica ou anteriores, arrasado,
metamorfizado e incorporado aos escudos de antiga consolidação.
As áreas de escudos antigos são também denominadas de maciços antigos. O relevo dos maciços antigos é de planaltos
relativamente pouco elevados - menos de 2.000 metros.
São exemplos dos escudos antigos: o escudo Canadense, o das Guianas, o Brasileiro, os escudos Africanos, da Escandinávia,
o escudo ocidental Australiano, o do Decan (na Índia), as montanhas dos Apalaches, o maciço Central Francês.
Nos escudos pré-cambrianos, são encontrados minerais metálicos como ferro, manganês, ouro, bauxita, sendo, portanto,
áreas de grande aproveitamento econômico.
Nos escudos paleozóicos, encontram-se os minerais não metálicos.
2- As bacias sedimentares
São depressões do terreno preenchidas por fragmentos minerais de rochas erodidas e por sedimentos orgânicos.
Os detritos, ou sedimentos, podem ser de diferentes origens: fluvial, marinha, glacial, eólica, lacustre e vulcânica. O processo
de deposição desses sedimentos ocorreu em diferentes eras geológicas: Paleozóica, Mesozóica eCenozóica. Ainda nos dias
atuais ocorre o processo de sedimentação, como no Pantanal Mato-grossense, quando o Rio Paraguai transborda,
depositando sedimentos nas áreas inundadas. Possuem uma espessura média de
alguns milhares de metros e, geralmente, estrutura horizontal ou suavemente inclinada.
No caso de soterramento de antigos ambientes aquáticos, ricos em plâncton, é possível encontrar petróleo. Já no caso do
soterramento de antigas florestas, há possibilidade de ocorrência de carvão mineral. As principais reservas petrolíferas e
carboníferas do planeta datam, respectivamente, das eras Mesozoica e Paleozoica.
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Assim, as bacias sedimentares são importantes províncias onde podem ocorrer combustíveis fósseis de origem
orgânica: petróleo, carvão mineral e xisto betuminoso.
3- As cadeias dobradas recentes
As cadeias dobradas recentes foram formadas pelos movimentos entre as placas tectônicas, em várias épocas da história
geológica: a acumulação de sedimentos próxima aos continentes provoca um rebaixamento na crosta.
Como esse fenômeno é relativamente recente na história geológica do planeta - fim do Mesozoico e início do Cenozoico -,
recebe a denominação de dobramento moderno.
As cadeias dobradas apresentam elevadas altitudes e grande instabilidade tectônica. Acham-se pouco desgastadas pelos
agentes modeladores do relevo, apresentando cumes pontiagudos e vertentes íngremes.
As unidades estruturais do Brasil
Geologicamente, o Brasil é muito antigo, apresentando maciços antigos e bacias sedimentares.
Por localizar-se no interior da Placa Sul-americana, não apresenta cadeias dobradas.
Em seu território existe uma calma tectônica, com ausência de terremotos e vulcanismos.
Escudos: abrangem 36% da superfície territorial do país, sendo 32% de formações arqueozoicas, formando o “embasamento
cristalino” e 4% de Proterozóicas, formando as ocorrências de recursos minerais, como minério de ferro e manganês.
Bacias sedimentares: abrangem 64% do território brasileiro e estão representadas pelas grandes bacias, como a Amazônica,
Meio-norte, Paraíba e São Francisco.
AS FORMAS DE RELEVO
As formas do relevo da Terra são:
1- Planaltos
Superfície mais ou menos plana, delimitada por escarpas, onde o processo de erosão é maior do que oprocesso de
sedimentação. Existem planaltos cristalinos e planaltos sedimentares.
2- Planícies
Superfícies mais ou menos planas, onde o processo de sedimentação é atual, superando largamente oprocesso de erosão.
Os terrenos de uma planície são de natureza sedimentar. Existem dois tipos principais de planície: costeiras,situadas no
litoral, e continentais, situadas no interior dos continentes, como a planície Amazônica. Asplanícies continentais podem ser
lacustres, formadas por lagos, ou fluviais, construídas por depósitos fluviais.
A noção de planície não deve estar vinculada à noção de altitude e sim à noção de processo de formação(deposição de
sedimentos), pois existem algumas, inclusive, situadas a mais de 1.000 metros de altitude,como é o caso das planícies de
montanhas.
3- Montanhas
São elevações naturais do terreno, que podem ser de diversas origens: montanhas de dobramentos,montanhas de
falhamentos, montanhas vulcânicas, montanhas de erosão.
4- Depressões
São áreas ou porções do relevo situadas abaixo do nível do mar, ou abaixo do nível das regiões que lhessão próximas. Podem
ser: absoluta, quando está abaixo do nível do mar, por exemplo, Mar Morto, a392 metros abaixo do nível do mar, e Mar
Cáspio, a 26 metros abaixo do nível do mar, e relativa, quandoestá abaixo do nível das terras que lhe estão próximas, por
exemplo, Depressão Periférica Paulista,compreendida entre o Planalto Oriental, ouCristalino, e o Planalto Sedimentar, ou
Ocidental, no Estado deSão Paulo. Enquanto as terras de depressão periférica paulista estão em altitudes inferiores a 500
metros,os planaltos que a circundam estão acima dessas altitudes.
O RELEVO BRASILEIRO
A principal característica do relevo brasileiro é a sua baixa altimetria. Em linhas gerais, temos:
• As terras de baixa altitude - entre 0 e 200 metros - abrangem 41% do território brasileiro. São as planícies e os baixos platôs,
localizados principalmente na Amazônia, no Pantanal do Brasil Central e nas baixadas. Ex.: Planície Amazônica, Planície do
Pantanal e Planícies Costeiras.
• As terras de altitudes médias - entre 200 e 1.200 metros - abrangem 58,5% do território brasileiro.
Dessas terras, 37% estão na faixa hiposométricade 200 a 500 metros (são as altitudes predominantes).
As terras de altitudes médias abrangem os planaltos e as serras.
• As áreas culminantes, apresentando altitudes superiores a 1.200 metros, representam apenas 0,5% do território brasileiro.
Concentram-se, principalmente, na região Norte do país, no Planalto das Guianas.
Percebe-se que o território brasileiro possui um relevo de altitudes baixas. Tal fato facilita a circulação das massas de ar, assim
como também a circulação viária, uma vez que a construção de rodovias – principal via de transporte de nosso país - e de
ferrovias não exige grandes investimentos em obras de alto valor monetário, como pontes, túneis, viadutos.
1 - Os escudos ou maciços antigos no Brasil
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Correspondem a aproximadamente 37% do total da área territorial brasileira. Estão divididos em duas grandes
porções: a) o Escudo das Guianas; b) o Escudo Brasileiro. As formações arqueozoicas do território brasileiro constituem cerca
de 32% dos terrenos Pré-Cambrianos.
Os afloramentos das formações arqueozoicas, as de maior antiguidade geológica, formam o “embasamento cristalino”,
composto de várias rochas, entre elas o granito e o gnaisse, mármores e quartzitos.
No fim do Arqueozoico, o território foi afetado, dando origem às serras do Mar e da Mantiqueira.
As formações proterozóicas ocupam apenas 4% do território brasileiro. Possuem grande importância econômica, pois aí se
localizam importantes recursos minerais. É o caso do minério de ferro e manganês, em Minas Gerais, Mato Grosso, Amapá
e Pará; do ouro, em Minas Gerais; das pedras preciosas e semipreciosas, do Espinhaço e da Chapada Diamantina, do
níquel, em Minas Gerais; da cassiterita, em Rondônia.
No final do Proterozóico, ocorreu um movimento distrófico no território brasileiro que deu origem à serra do Espinhaço, em
Minas Gerais e à chapada Diamantina, na Bahia. Os dobramentos que deram origem às serras de Paranapiacaba, no Paraná,
e dos Pirineus, em Goiás, ocorreram na era Paleozoica, no Siluriano.
Os terrenos arqueozóicos e proterozóicos brasileiros, de idade geológica muito antiga, já se encontram bastante erodidos e
desgastados, apresentando montanhas e planaltos de altitudes modestas.
2 - As bacias sedimentares
Ocupam a maior porção do território brasileiro, com sua área calculada em mais de 5,5 milhões de quilômetros quadrados,
correspondendo a aproximadamente 64% do território. Estão agrupadas em bacias de grande e de pequena extensão.
São bacias sedimentares de grande extensão: Amazônica, do Meio-norte (abrange Maranhão e Piauí), do Paraná (abrange
grande porção da Região Sul e oeste do estado de São Paulo), Sanfranciscana e a do Pantanal Mato-Grossense.
São bacias sedimentares de pequena extensão: a do Recôncavo-Tucano (produtora de petróleo), as costeiras e as de
compartimento de planalto (formações sedimentares que se alojaram em compartimentos de planalto), como a bacia
sedimentar de Curitiba, de Taubaté, de Resende, de São Paulo.
Quanto à idade geológica, as bacias sedimentares brasileiras são do Paleozoico e do Mesozoico, em sua maioria. A bacia
Amazônica, a do Pantanal e as bacias costeiras são do Cenozóico.
Apresentam-se em camadas horizontais ou sub-horizontais, evidenciando ausência de movimentos tectônicos importantes da
crosta terrestre em tempos geológicos remotos. No fim do Mesozóico, ocorreram movimentos, dando origem a fraturas.
Através delas, deu-se o escoamento das lavas básicas, recobrindo grandes porções do sul do território brasileiro, originando
os basaltos, os diabásios e diversos diques, que, consolidados, formaram várias quedas d’água nos rios do centro-sul do país.
A decomposição do basalto e do diabásio deu origem a solos de boa fertilidade, as terras roxas, encontradas no planalto
Meridional.
O vulcanismo atingiu também a região de Poços de Caldas e Araxá, em Minas Gerais.
Quanto aos recursos minerais das bacias sedimentares, os principais são o carvão mineral e o petróleo.
Os principais depósitos de carvão mineral no Brasil localizam-se no sul do país, na bacia sedimentar do Paraná, destacando-
se o Estado de Santa Catarina como principal produtor nacional. Entretanto, as bacias sedimentares brasileiras não
apresentam, até o momento, grandes depósitos petrolíferos, embora a produção interna tenha aumentado nas últimas
décadas.
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O mapa de relevo do Brasil sofreu grandes modificações a partir das pesquisas do professor Jurandyr Ross, da USP, que durante
um longo tempo trabalhou no projeto Radambrasil, executando uma cobertura aerofotogramétrica do território nacional.
O resultado deste trabalho foi apresentado sob a forma de um mapa detalhado do relevo brasileiro no qual são observadas
alterações significativas:
• a extensão das áreas de planícies foram reduzidas significativamente;
• os planaltos e serras foram redimensionados em suas repartições, recebendo nomenclaturas mais adequadas à sua localização
geográfica;
• são identificadas grandes áreas deprimidas - as depressões - resultado do extremo desgaste sofrido pelo relevo brasileiro.
Observe, com bastante atenção, o novo mapa do relevo brasileiro e os cortes topográficos apresentados pelo prof. Jurandyr Ross.
SOLOS
Solo é a camada superficial da crosta terrestre alterada pela ação dos agentes do intemperismo.
Uma rocha qualquer, sofrendo intemperismo, transforma-se em solo. Porém, um solo incompleto.
O ar, a água, vegetais e animais, junto com os fragmentos de rocha intemperizada, constituem, então, o solo propriamente dito.
Um solo bem desenvolvido apresenta-se subdividido em horizontes: quanto mais maduro for o solo, mais desenvolvidos serão
seus horizontes.
A matéria orgânica, fornecida pela fauna e pela flora decompostas, encontra-se concentrada apenas na camada superior do solo.
Essa camada é chamada de horizonte A, o mais importante para a agricultura, dada a sua fertilidade. Logo abaixo, com espessura
variável de acordo com o clima, responsável pela intensidade e velocidade da decomposição da rocha, encontramos rocha
intemperizada, ar e água, que formam o horizonte B. Em seguida, encontramos rocha em processo de decomposição - horizonte
C - e, finalmente, a rocha matriz - horizonte D -, que originou o manto de intemperismo ou o solo que a recobre. Sob as mesmas
condições climáticas, cada tipo de rocha origina um tipo de solo diferente, ligado à sua constituição mineralógica: do basalto, por
exemplo, originou-se a terra roxa; do gnaisse, o solo de massapê, e assim por diante.
Veja a figura:
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OS SOLOS E A EROSÃO
Um fato que explica a erosão dos solos: as técnicas européias de regiões temperadas usadas em nossos solos, que são de clima
quente, isto é, tropical. A prática de queimadas, com a conseqüente destruição da vegetação natural, elemento protetor importante
de solos tropicais, explica parte da perda da fertilidade de nosso solo. A modernização também não significa que a prática da
perda de fertilidade terminou, pois a presença de máquinas, com suas arações profundas, traz para a parte superior o solo inerte e
enterra a camada superficial.
OS SOLOS DO BRASIL
Embora o Brasil não seja rico em solos de elevada fertilidade, deve-se ter atenção para alguns com ótimas qualidades. De melhor
classificação são:
• Solos de terra roxa: de origem vulcânica e de cor castanho-avermelhado, tem boa espessura, sendo encontrado principalmente
na região do interior de São Paulo, norte do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul. Devido a este solo, o Brasil se projetou como um
grande produtor de café em nível internacional.
• Solos de massapé: rico em matéria orgânica e bastante escuro, tem sua formação a partir da decomposição de calcário da Zona
da Mata. Foi devido a este tipo de solo que o Brasil também se projetou internacionalmente como produtor de cana-de-açúcar.
• Solos salmourão: tem sua decomposição a partir do granito. Este solo argiloso aparece em clima úmido, por isso é encontrado
principalmente nas regiões próximas ao oceano e no centro sul do país.
• Solos aluviais: formado a partir do acúmulo de sedimentos das regiões das várzeas dos rios e nas áreas de acumulação de vales
e depressões, sendo ótimo para cultivos tradicionais e para a horticultura.
CLIMA
Estudo da atmosfera, dos fenômenos meteorológicos e climáticos e as alterações; suas causas e consequências.
Clima é diferente de tempo, porque:
Tempo: Condições atmosféricas apresentadas por um determinado lugar num dado momento. É uma combinação passageira dos
elementos do clima.
Clima: Sucessão habitual dos variados tipos de tempo num determinado lugar da superfície terrestre.
O clima apresenta aspecto duradouro, enquanto o tempo pode variar várias vezes num mesmo dia.
Portanto:
Elementos e fatores climáticos
O estudo do clima necessita do conhecimento dos inúmeros elementos e fatores climáticos, apresentando grande complexidade,
já que esses elementos e fatores são dinâmicos e nem sempre previsíveis.
Além dos fatores apontados,existem, ainda, aqueles resultados da ação do homem sobre o espaço, como: construção de cidades,
desmatamentos e poluição do ar atmosférico.
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Radiação Solar
O Sol fornece, sozinho, quase toda a energia utilizada pela Terra - 99,9%
A Terra absorve cerca de 64% da energia recebida do Sol e reflete cerca de 36%. A atmosfera, entretanto, apresenta um balanço
negativo, refletindo mais energia do que absorvendo. A importância desse balanço está no fato de que a atmosfera utiliza a
energia para evaporar a água existente na Terra, aquecer e movimentar a atmosfera.
Observe as figuras a seguir:
A temperatura do ar atmosférico
A temperatura da atmosfera sofre alterações causadas pelos seguintes fatores:
a) Altitude; b) Latitude; c) Maritimidade e continentalidade
a) Altitude
Um bom exemplo da ação da altitude como amenizadora da temperatura atmosférica pode ser encontrado nos Andes equatoriais,
quando se observam temperaturas bem abaixo das médias da região. Enquanto nas áreas de baixas altitudes são encontradas
médias térmicas anuais em torno de 27°C, no alto da Cordilheira Andina essas médias caem para 13°C.
b) Latitude
Deve-se à forma esférica da Terra, uma vez que a insolação diminui do Equador, onde os raios solares incidem,
perpendicularmente, em direção aos pólos, onde ocorre elevada inclinação e elevada reflexão dos raios solares.
Regra geral: a temperatura diminui com o aumento da latitude.
Enquanto nas proximidades do Equador as médias térmicas encontram-se em torno dos 27°C, nos limites dos Círculos Polares
essa média cai para -10° C.
c) Maritimidade e Continentalidade
A razão fundamental da influência que esse fator exerce na temperatura atmosférica é o comportamento térmico diferente do meio
sólido - rochas - e do meio líquido - oceanos. Os continentes aquecem-se e esfriam-se mais rapidamente que os oceanos, por isso
as variações mais acentuadas das temperaturas ocorrem mais nos continentes que nos oceanos. Também devemos considerar
que, quanto mais distante uma porção continental estiver do oceano - e da sua influência -, maiores serão as suas oscilações
térmicas. É o caso do deserto do Saara, que apresenta amplitudes térmicas muito acentuadas, podendo oscilar entre máximas
de até 50°C (durante o dia) e mínimas de até 5°C (à noite). Também é o caso dos dois hemisférios: o Norte, por possuir uma área
continental muito maior que o Sul, apresenta invernos mais frios e verões mais quentes.
Veja a tabela:
A PRESSÃO ATMOSFÉRICA
A pressão exercida pelo ar que envolve toda a Terra não é igual sobre a superfície terrestre, variando de
acordo com a: • Altitude • Temperatura • Latitude
A variação da pressão segundo a LATITUDE cria as áreas de ALTA PRESSÃO ou anticiclonais e de BAIXA
PRESSÃO ou ciclonais. Aqui se explica o MOVIMENTO do ar atmosférico, pois o ar se encontra em constante
movimentação, denominada VENTO, cujo mecanismo está expresso na primeira Lei da Circulação Atmosférica,
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do holandês BuysBallot: “Os ventos sempre sopram das áreas de alta pressão para as áreas de baixa
pressão.”
As áreas de alta pressão são denominadas anticiclonaise as de baixa pressão, ciclonais. Veja a figura:
Tipos de Ventos
As brisas, as monções e os alísios são exemplos de ventos.
• Os alísios são ventos que sopram dos trópicos para o equador, retornando depois aos trópicos - os contra-alísios.
• As brisas, geradas pelo aquecimento diferenciado entre o oceano e o continente, apresentam dois movimentosdistintos: durante
o dia, o maior aquecimento da Terra provoca a formação de uma área de baixa pressão nocontinente, ocasionando o
deslocamento do ar estacionado sobre o oceano na direção do continente (brisamarítima); durante a noite, o resfriamento da Terra
ocasiona a formação de uma área de alta pressão nocontinente, provocando o deslocamento do ar continental em direção ao
oceano (brisa continental).
• As monções ocorrem no sudeste asiático e são ventos periódicos sazonais. No inverno do hemisfério norte, as monções
deslocam-se em direção ao oceano Índico, apresentando-se com ventos secos, originados no continente, mais frios em relação ao
oceano, nesta estação do ano. No verão, graças às diferenças de temperatura entre o continente e o oceano, massas de ar
úmidas, originadas no oceano Índico, dirigem-se para o continente, provocando chuvas abundantes sobre os países orientais,
entre os quais a Índia, países do sudeste asiático e no sul da China.
As monções refletem-se na vida cotidiana das populações do sudeste asiático, ali observando-se práticas de ocupação espacial,
através da agricultura -, a rizicultura - determinadas pela sazonalidade climática: durante os meses da monção de verão, os
agricultores preparam o plantio e seus equipamentos para os meses de inverno, secos, destinados à colheita e ao
armazenamento do arroz.
O CICLO HIDROLÓGICO
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Ciclo hidrológico, ou ciclo da água, essencial para a biosfera, é a permanente movimentação ou circulação de uma
parcela significativa da água existente na Terra. Segundo esse ciclo, parte da água existente na superfície terrestre - oceanos,
mares, rios, lagos - e nos seres vivos é transferida para a atmosfera sob ao forma de vapor de água, através da evaporação e da
evapotranspiração. Já na atmosfera, após haver ocorrido a condensação do vapor, a água retorna à superfície terrestre sob a
forma líquida - chuvas – ou sólida - granizo e neve.
São importantes reservatórios de água que integram o ciclo hidrológico, pela ordem: OCEANOS, GELEIRAS, ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS, LAGOS, RIOS, ATMOSFERA E BIOSFERA.
A umidade do ar atmosférico
É a quantidade de vapor-d’água presente na atmosfera, proveniente da evaporação e da evapotranspiração, que depende
principalmente da radiação solar, da extensão da superfície evaporante e da atuação do vento.
O vapor d’água é muito importante, visto que:
• A condensação e as precipitações dependem dele.
• Sua presença e quantidade na atmosfera determinam a possibilidade, ou não, de ocorrerem precipitações.
• Desempenha o papel de regulador térmico, ao absorver as radiações do Sol e da Terra.
• Atua sobre o conforto do ser humano - ar seco, ar úmido - (ex.: ar superúmido, como o do clima da Amazônia, e ar muito seco,
como o do Deserto do Saara, são desconfortáveis ao homem).
A umidade varia com a altitude e com a latitude do lugar: normalmente, diminui com o aumento da altitude (nas camadas
superiores da atmosfera, o vapor d’água é quase inexistente) e normalmente é bastante alta nas latitudes mais baixas (na região
equatorial, os índices de umidade são geralmente mais elevados do que nas regiões desérticas e polares).
As linhas, nos mapas climáticos, que unem pontos de umidade atmosférica igual são as ISOÍGRAS.
Os principais tipos de precipitação são:
- geada, orvalho e neblina, que são tipos de precipitação superficiais.
- granizo, neve e chuvas que são tipos de precipitação não superficiais.
Tipos de chuvas
A quantidade de chuvas pode variar segundo:
• diferenças de latitude;
• diferenças de temperaturas;
• diferenças de pressão atmosférica;
• influência do relevo;
• influência de correntes marítimas;
• influência dos oceanos e dos continentes;
• atuação das massas de ar.
Podemos afirmar que:
• As chuvas são abundantes nas regiões equatoriais,
moderadas nas regiões temperadas
e rarefeitas na regiões polares.
• A pluviosidade é maior nos oceanos e menor nos
continentes.
• A pluviosidade nos continentes é maior nas
regiões próximas dos oceanos e menor nas
regiões interiores continentais
.
MASSAS DE AR
Massas de ar são grandes porções de ar que costumam se originar em áreas extensas e homogêneas, como as planícies, os
oceanos e os desertos. Na sua formação, adquirem as características da sua área de origem (umidade e temperatura). Assim, são
frias ou quentes, secas ou úmidas, frias ou secas, quentes ou úmidas, e assim por diante. Ao se deslocarem, levam consigo essas
características de origem, que irão influenciar as áreas sobre as quais estão se deslocando. Podem perder parte das
características de origem e adquirir as características das áreas sobre as quais estão atuando.
As massas de ar se classificam de acordo com suas características originais e caracterizam os vários tipos de clima na Terra,
determinando os diferentes tipos de tempo no decorrer do ano.
Tipos de massas de ar:
Equatoriais: possuem ar quente e úmido
Tropicais: possuem ar quente, seco e úmido,
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conforme originem da terra ou do oceano.
Polares: possuem ar frio e pouco úmido se,
sobretudo, forem continentais.
As diferentes massas de ar, ao se encontrarem, não se misturam. A área de contato entre elas recebe o nome de FRENTE.
CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA GERAL
Climas
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Climas Frios ou Polares
Aparecem nas regiões de altas latitudes, ou seja acima de 55°, nas áreas mais elevadas das cordilheiras.
Suas temperaturas, em médias anuais, são sempre inferiores a 10°C, predominando invernos rigorosos, que se estendem por
quase todo o ano.
Os climas frios ou polares dividem-se em:
1 - Clima Sub-Polar
2 - Clima Polar
1 - Clima Sub-Polar
Entre 55° a 70° latitude norte (sol bastante inclinado).
Seus verões são frios e curtos, e as precipitações são baixas, em forma de neve, em torno de 250 a 500 mm.
Principais áreas de ocorrência: no Canadá, Rússia e países escandinavos.
2 - Clima Polar
Clima frio durante todo o ano, suas estações de verão e inverno somente são distintas pela claridade.
Sua paisagem é inóspita. Nos seus verões, a temperatura gira em torno de 0°C e nos invernos vai até 50°C abaixo de zero.
Principais áreas de ocorrência: no oceano Ártico, na Groenlândia e na Antártida.
Climas Temperados
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Encontrados dos trópicos aos círculos polares, sofrem grande influência de massas de ar frias. Os dias e as noites
terão grandes variações, dependendo das estações do ano. Essas estações serão bem individualizadas e marcadas por grandes
contrastes de suas temperaturas.
Nesta zona climática, a proximidade de oceanos e mares assume grande importância na variação desses climas.
Os climas temperados dividem-se em:
1 - Temperado Oceânico
2 - Temperado Continental
3 - Temperado Mediterrâneo
1 - Temperado Oceânico
Sua localização geográfica é entre 40° a 50° de latitude, região conhecida como latitudes médias.
Trata-se de um clima bastante regular, úmido, com verões brandos e ocasionalmente sujeito a nevoeiros, e sempre beneficiado
pela influência das correntes marítimas.
Suas temperaturas no verão quase nunca ultrapassam 20°C, e o seu inverno oscila entre 7° e 2°C. As chuvas são razoavelmente
frequentes. Suas áreas de maior ocorrência são a Europa voltada para o Atlântico e a parte noroeste dos EUA.
2 - Temperado Continental
Clima temperado rigoroso, apresenta grandes extremos. Seus invernos são frios e rigorosos, com tempestades de neve e
temperaturas abaixo de zero grau. Seus verões são normalmente quentes, úmidos e bastante chuvosos.
Apresenta quase sempre grandes amplitudes térmicas anuais. É encontrado principalmente no hemisfério Norte, na Europa, na
Ásia e na América do Norte (EUA e Canadá).
3 - Temperado Mediterrâneo
Clima temperado que se apresenta bastante ameno. Seus verões são quentes e secos, com temperaturas superiores a 20°C.
Seus invernos não são rigorosos, e sua característica marcante é apresentar inverno chuvoso e verão quente e seco. Seu índice
pluviométrico é o mais baixo dos tipos climáticos temperados.
Este tipo climático aparece basicamente na região do Mar Mediterrâneo, aparecendo também na Califórnia (EUA), na parte
chilena, no sul da África e no sudeste australiano.
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Climas Secos e Desérticos
São identificados pelas áreas geográficas inóspitas à vida dos animais e vegetais e pela quase absoluta falta de umidade na
atmosfera.
Suas áreas de ocorrência são principalmente no interior dos continentes África, Ásia, Austrália e América (localizam-se próximos
aos trópicos).
São subdivididos em: 1 - Climas Semi-áridos2 - Climas Áridos
1 - Climas Semi-áridos
Aparecem nas áreas de transição entre os climas desérticos. Seu índice pluviométrico varia de 200 a 600 mm e suas chuvas se
caracterizam pela irregularidade. Suas temperaturas oscilam bastante entre o dia (mais quente) e a noite (mais fria).
Citamos, agora, algumas áreas onde ocorrem estesclimas: norte do México, parte central dos EUA epróximo das áreas desérticas.
2 - Climas Áridos
São áreas áridas onde as chuvas são raras e às vezes passam-se anos sem chover. Quando ocorrem chuvas, são esporádicas e
suas águas se infiltram na terra rapidamente e desaparecem. Seu ar é sempre muito seco, e a umidade quase nenhuma.
As variações de temperatura durante o dia e a noite são muito elevadas. Quase sempre apresentam grandes atuações de ventos.
Entre as áreas desérticas do mundo, podemos citar: o Atacama (Chile), o Gobi (China), o Colorado (EUA), Vitória e Gibson
(Austrália) e Kalaari (África).
CLIMAS DO BRASIL
A localização geográfica do Brasil
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Por estar situado quase inteiramente na zona tropical e no hemisfério sul – hemisfério das águas – o Brasil
caracteriza-se pelo predomínio dos climas quentes e úmidos.
A configuração do território brasileiro - um triângulo com a base voltada para o hemisfério norte e um dos vértices voltado para o
sul - sofre influência marítima, impedindo que se estabeleça um clima de neve, encontrado em latitudes semelhantes às do sul do
Brasil.
As baixas altitudes e as linhas mestras do relevo brasileiro, que se dispõem no sentido longitudinal, facilitam a circulação
atmosférica: as massas de ar que se originaram no oceano conseguem penetrar o interior do território, levando as suas
características de temperatura e umidade, pois não existem grandes barreiras naturais que impeçam a circulação das massas de
ar.
A circulação das massas de ar no Brasil
Quase todas as massas de ar que atuam na América do Sul atuam no Brasil, com exceção das massas de ar do Pacífico, cuja
ação sobre o território brasileiro é muito limitada. Observe o mapa da circulação atmosférica da América do Sul.
Circulação atmosférica na América do Sul
(distribuição das massas de ar segundo suas fontes e orientação dos seus deslocamentos)
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Os climas brasileiros recebem diferentes denominações de acordo com a classificação dada pelos diversos autores.
Portanto:
• o clima nº 1 é reconhecido como CLIMA EQUATORIAL e suas variações.
• o clima nº 2 é conhecido também como CLIMA TROPICAL ÚMIDO da Mata Atlântica.
• o clima nº 3 é reconhecido como CLIMA TROPICAL TÍPICO, com duas estações bem marcadas: verão úmido e inverno seco.
• o clima nº 4 é reconhecido como CLIMA TROPICAL SEMI-ÁRIDO.
• o clima nº 5 é o CLIMA SUBTROPICAL e suas variações.
AS CHUVAS
O Brasil apresenta índices pluviométricos médiosem torno de 1.000 mm na maior porção de seuterritório. As chuvas, no entanto,
não são bemdistribuídas, tanto no espaço geográfico quanto notempo.
Quanto à distribuição geográfica, reconhecem-setrês áreas de precipitação:
• Áreas de chuvas abundantes - são aquelas queapresentam mais de 2.000 mm de chuvas anuais:
Serra do Mar, em São Paulo, litoral do Amapá eIlha do Marajó, porção centro-oriental daAmazônia e litoral da Bahia.
• Áreas de chuvas satisfatórias – apresentamíndices pluviométricos situados entre 1.000 e2.000 mm anuais: Centro-Oeste,
Sudeste, Suldo país, excetuando-se as áreas de chuvasabundantes e chuvas escassas.
• Áreas de chuvas escassas - apresentam osmenores índices pluviométricos do país,normalmente inferiores a 1.000 mm anuais:
oSertão Nordestino, inclusive o Médio Vale do Rio
São Francisco, causando a semi-aridez. São causas dessa semi-aridez:
• má-distribuição das chuvas;
• elevada temperatura, provocando intensaevaporação;
• disposição das linhas do relevo, no sentido dosventos alísios de nordeste, formando corredores quedificultam a ocorrência de
chuvas;
• solos quase impermeáveis, retendo pouca água;
• presença de chapadas (Borborema) próximas aolitoral, dificultando a passagem de ventos úmidosoceânicos para o interior da
região (Sertão).
Quanto ao regime pluviométrico, encontramos osseguintes no Brasil:
• equatorial - chuvas abundantes o ano todo(Amazônia);
• tropical - chuvas mais concentradas no verão (é oregime predominante no Brasil);
• subtropical - chuvas bem distribuídas durante oano (região Sul).
Climogramas brasileiros
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DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL
Domínios morfoclimáticos
Os domínios morfoclimáticos devem ser entendidos como
sistemas em equilíbrio em que se verifica a interação e
interdependência dos elementos da natureza (relevo, clima,
solo, vegetação, etc.).
Domínio Amazônico
Localizado no norte do Brasil, o Domínio Amazônico ocupa a
região das terras baixas amazônicas - depressões, planícies
e baixos planaltos. É coberto pela Floresta Equatorial -
Floresta Amazônica.
A Floresta Amazônica é composta de árvores de grande
porte, de diferentes espécies, a maioria apresentando folhas
largas. O clima do Domínio Amazônico é o clima equatorial,
quente e úmido, com chuvas abundantes durante todo o
ano.
Domínio do Cerrado
Localizado na porção central do Brasil, o Domínio do
Cerrado ocupa os planaltos e as chapadas. Suas árvores
são de pequeno e médio porte, troncos tortuosos, recobertos
por casca grossa, folhas coriáceas e raízes profundas;
também fazem parte do cerrado arbustos e gramíneas, que
compõem seu estrato inferior. O clima do Cerrado é o clima
tropical quente, com duas estações bem marcadas: uma
estação chuvosa, nos meses de primavera/ verão, e uma
estação seca, nos messes de outono/ inverno.
Domínio da Caatinga
Localizado principalmente no Nordeste brasileiro, o Domínio
da Caatinga atinge também o norte de Minas Gerais. Ocupa
planaltos e áreas rebaixadas, situadas entre elevações. Seu
clima é o semi-árido, com baixo índice de chuvas e chuvas
mal distribuídas durante o ano, com longos períodos de
seca. A vegetação da Caatinga é representada por
pequenas árvores, arbustos e gramíneas, adaptadas à seca.
O nome “Caatinga” é de origem tupi-guarani e significa
“mata branca”, devido à coloração cinza que a vegetação
apresenta durante os períodos de seca. A vegetação
reverdece, apresentando brotos, folhas e flores logo após as
chuvas.
Domínio dos Mares de Morros
Localizado na região das terras altas do Brasil, no domínio
do clima tropical chuvoso. É coberto por Floresta Tropical,
apresentando grande diversidade de espécies. O relevo
sofreu intensa erosão. A denominação “Mares de Morros” é
originada das formas suaves e arredondadas de relevo, que
se assemelham às ondas do mar.
Domínio das Pradarias
Localizado nos Pampas Gaúchos, o Domínio das Pradarias
alcança limites fora do território brasileiro, atingindo regiões
do Uruguai e da Argentina.
Ocupa extensas áreas aplainadas, pouco onduladas, com
colinas de pequena altitude do relevo. A vegetação é
composta por gramíneas, aproveitada economicamente para
a prática da atividade da pecuária.
Domínio da Araucária
Localizado nos planaltos de clima subtropical do sul do
Brasil. As chuvas são distribuídas durante o ano todo e o
clima apresenta invernos frios e verões moderados. As
temperaturas variam muito. A mata de araucária é composta
de uma vegetação diversificada, onde predominam os
pinheiros, formando uma mata aberta. A exploração
madeireira está devastando a Mata de Araucária
do sul do Brasil.
VEGETAÇÃO
O estudo da vegetação preocupa-se com diversos fatores que influem nessa divisão.
Os fatores que influem na distribuição dos diferentes tipos vegetacionais são:
A - O clima e seus elementos
B - O clima e seus fatores
C - Os seres vivos, o homem e o solo
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Dentre os fatores e os elementos que influem na vegetação, destacam-se:
1º Umidade
Umidade é um dos fatores mais importantes, pois a água é um fator essencial para a sobrevivência dos vegetais. As diferentes
espécies vegetais, porém, possuem necessidades diferentes quanto à quantidade de água e de nutrientes nela dissolvidos,
necessários à sua sobrevivência. De acordo com esse critério, distinguimos os seguintes tipos básicos de vegetação:
2º Temperatura
As espécies vegetais distribuem-se nas diferentes regiões do mundo, em função da temperatura e de sua variação. Em cada uma
das regiões climáticas do mundo, encontramos espécies vegetais adaptadas às condições de temperatura ali existentes. Cada
uma das várias espécies vegetais não sobrevive em condições diferentes daquelas às quais se encontra adaptada. Assim, as
espécies das regiões tropicais não sobrevivem nas regiões temperadas e vice-versa.
A adaptação dos vegetais ao clima
3º Ventos
Os ventos são responsáveis pela dispersão das espécies vegetais pelas diferentes regiões da Terra. Os níveis inferiores da
atmosfera são relativamente povoados por grãos, esporos e pólen, que se deslocam de acordo com as massas de ar, colonizando
áreas propícias ao desenvolvimento das espécies vegetais.
4º Luminosidade
Através da energia que absorvem da luz solar, as plantas produzem uma reação química entre o CO2 que retiram do ar e água
que retiram do solo. A quantidade de luz solar para a vegetação é fundamental para o desenvolvimento de quase todas as
espécies.
5º Altitude
A influência da altitude para as diferentes espécies vegetais está intimamente ligada à temperatura. Há uma gradual redução da
temperatura quando a altitude aumenta. Nas regiões montanhosas, com o aumento da altitude, observa-se uma sucessão de tipos
climáticos e, consequentemente, de tipos vegetacionais. No alto da Cordilheira dos Andes, por exemplo, observa-se uma
vegetação de musgos e liquens, como na tundra polar.
6º Solos
A influência dos solos na existência de diferentes espécies vegetais se evidencia sob vários aspectos: numa região onde
predominam condições climáticas de características homogêneas, podemos encontrar diferentes tipos de vegetação devido à
existência de diferentes tipos de solos, como calcário, argiloso e arenoso.
7º Os seres vivos
O ser humano é, sem dúvida, o maior agente modificador da paisagem vegetal, agindo sobre o meio ambiente, transformando
áreas de cobertura vegetal em paisagem agrícola, submergindo extensas formações vegetais para a construção de represas ou
lagos artificiais. O homem também atua na dispersão das diversas espécies, nas diferentes regiões do globo, através do plantio de
espécies exógenas aos diferentes ambientes.
Um exemplo de vegetal exógeno é a prática da silvicultura do eucalipto no Brasil, principalmente na região Sudeste. Originária da
Austrália, esta espécie vegetal provoca grandes alterações nas regiões onde é cultivada.
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(Procure mais informações sobre este tema.)
Os animais também atuam como fatores de dispersão de espécies vegetais, principalmente as aves (a gralha azul é responsável
pela disseminação do pinheiro do Paraná).
Classificação dos Vegetais
Pelas folhas
Pela altura
As formações vegetais são um conjunto de plantas que constituem uma paisagem e caracterizam-se por umafisionomia própria.
As formações vegetais apresentam diversos “andares”, denominados estratos:
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VEGETAÇÃO DO BRASIL
O Brasil possui grande diversidade de formações vegetais naturais, associadas a diferentes tipos de solos, relevos e climas. A
vegetação à época do descobrimento é chamada de paisagem natural. Com a colonização, tem início a exploração dos recursos
naturais no país e essa paisagem sofre grandes mudanças, pois a retirada da cobertura vegetal é o primeiro passo para a
instalação de atividades produtivas.
Formações Florestais
Floresta Amazônica – Ocupa 38,5% do território nacional e
possui três tipos de vegetação, classificadas segundo a
proximidade em relação aos rios. São elas: mata de igapó,
mata de várzea e mata de terra firme. A mata de igapó é
uma espécie de floresta submersa, localizada no terreno
mais baixo, permanentemente alagado pelos rios.
Muitas plantas da mata de igapó possuem ramificações
baixas e densas. A vitória-régia é uma espécie de símbolo
dessa formação vegetal. O segundo tipo, a mata de várzea,
é uma mata de inundação temporária. Ela acompanha as
várzeas dos rios e em algumas regiões ocorre entre as
matas de igapó e a terra firme. A composição vegetal é
variável, de acordo com a proximidade dos rios. Nela
encontram-se a seringueira, muitas palmeiras, o jatobá e a
maçaranduba.
As matas de terra firme não são inundadas pelas cheias dos
rios e ocupam a maior parte da região. Suas árvores podem
atingir 65 m de altura e o contato de suas copas forma um
telhado verde capaz de reter até 95% da luz solar. O interior
dessa mata é escuro, úmido e pouco ventilado. São comuns
a castanha-do-pará, o caucho e o guaraná.
A atuação do homem na devastação da Amazônia é
recente, comparada às demais florestas brasileiras.
Desmatamento, queimadas para formação de pastagens,
retirada da madeira, todas estas agressões colocam em
risco a maior floresta tropical do planeta e toda a sua
biodiversidade.
Estima-se que 10% de sua área já foi devastada.
Mata Atlântica ou florestas costeiras – As florestas
costeiras do país são conhecidas pelo nome genérico de
Mata Atlântica. Possuem a maior biodiversidade por hectare
entre as florestas tropicais do mundo. São matas fechadas,
com árvores altas. As espécies mais comuns são: ipês,
quaresmeiras, cedros, palmiteiro, canelas, imbaúba,
guapuruvu. No passado, essas florestas acompanhavam
quase todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte até
Santa Catarina, graças a uma combinação de clima e relevo
– as serras e planaltos litorâneos barram a umidade das
massas
de ar, garantindo chuvas. Mas a devastação, que começou
com a exploração do pau-brasil, continuou durante os ciclos
da cana-de-açúcar e do café. Com a urbanização e a
industrialização, a extração de madeira atingiu grandes
áreas.
Estima-se que exista hoje cerca de 7 a 8% de sua mata
original, sendo que, na região sudeste, aparece maior
percentual de preservação.
Matas de araucária – São formações de clima subtropical,
características das terras altas e serras da região Sul e do
estado de São Paulo. As florestas são mais abertas e
têm como principal espécie a araucária – também conhecida
como pinheiro-do-paraná. Muito apreciadas pelo fruto, o
pinhão, as araucárias podem alcançar mais de 30 m de
altura. Essas matas praticamente desapareceram pela
exploração de sua madeira como material de construção e
matéria-prima para indústrias de celulose e papel.
Esta formação já representou 15% do território brasileiro,
hoje estima-se em apenas 4% de seu espaço original.
Matas de cocais – As matas de cocais estão localizadas
numa zona de transição entre a Floresta Amazônica e as
caatingas. São ricas em espécies de palmeiras, como o
babaçu e a carnaúba. O babaçu é uma planta importante
para a economia local: suas folhas são usadas na
construção de moradias e utensílios, e seus frutos são
utilizados na produção de óleo. A carnaúba é mais utilizada
na produção de cera e demais produtos.
Matas ciliares ou Matas galerias – Correspondem a
pequenas florestas alongadas que se desenvolvem ao longo
dos rios, aproveitando a umidade do solo. São encontradas
nas regiões de cerrado, de campos e, mesmo, de florestas.
Apresentam formas arredondadas e se destacam no
meio da vegetação rasteira como pequenas “ilhas de
vegetação”.
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Localização destas matas no Brasil
Formações não florestais
Cerrado
Predomina em quase todo o Brasil Central, parte de Minas Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão, nas áreas onde o
clima apresenta duas estações bem marcadas, uma seca e outra chuvosa. Apresenta-se em forma de manchas isoladas em
vários pontos do território, como é o caso dos estados de São Paulo e Paraná.
É formado por arbustos, vegetação rasteira e árvores com
troncos e galhos tortuosos, que atingem cerca de 10m de
altura. Ocupa 25% do território do Brasil.
O cerrado pode ser, na realidade, resultado das condições
naturais e da ação do homem: do relevo das chapadas do
planalto Central, do clima tropical com duas estações bem
marcadas (verão chuvoso e inverno com pouca ou nenhuma
chuva), a profundidade do lençol freático, da natureza do
solo e a ação do homem, destruindo o material orgânico,
fundamental à nutrição vegetal, no preparo inadequado do
solo na prática agrícola, quanto utiliza a queimada.
Não é toda a vegetação do cerrado que perde as folhas,
sendo essa a sua principal diferença com relação à
caatinga. Desenvolvendo seu sistema radicular, essas
espécies conseguem buscar a água a até 18 m de
profundidade, onde encontram o lençol freático.
Também no Centro-Oeste não existem rios temporários, o
que é fundamental para a existência das matas galerias,
comuns nessa região.
Hoje o cerrado está sendo descaracterizado pelos projetos
de monoculturas, principalmente a soja e a pastagem.
Queimadas de grandes proporções, muitas vezes
intencionais, destroem as matas de galeria que protegem as
regiões à beira-rio.
Estima-se que cerca de 50% da área original do cerrado já
tenha sido devastada.
Caatinga
O Sertão semi-árido do Nordeste brasileiro, o chamado
“Polígono das Secas”, tem uma formação vegetal
denominada de Caatinga - caa = mata, tinga = branca.
Esta formação vegetacional perde totalmente suas folhas
(caducas) durante as estações secas, recuperando-se
durante as primeiras chuvas.
Essa escassez de chuvas, aliada a um solo pouco profundo
e pedregoso, e mais à devastação ocasionada pela
ocupação humana, é responsável pela vegetação
descontínua, característica da Caatinga.
A Caatinga ocupa 11% da área do território brasileiro. É uma
formação complexa, com várias cactáceas: o mandacaru, o
faxeiro, o xique-xique e as coroas-de-frade. Há trechos em
que predominam árvores: aroeira, umbuzeiro; em outras,
predominam arbustos, plantas rasteiras e cactáceas; há
também vegetais fibrosos, como o coroá e o sisal (ou
agave).
Campos
São recobertos por gramíneas e cortados apenas pelas
matas de galeria que acompanham os rios. Apesar de
comuns em todo o Brasil, os campos ocupam grandes
extensões de terra no sul do país, formando uma paisagem
típica conhecida com Campanha Gaúcha.
Outras formações campestres são:
• Os campos de altitude, ou serranos, que surgem nas áreas
elevadas do relevo, onde a ação da altitude modifica a
vegetação – Serra do Caparaó, Serra do Itatiaia.
• Os campos da Hiléia, ou campos inundáveis, que ocupam
as terras baixas, sujeitas a inundações, como é o caso dos
campos da ilha de Marajó.
• Usa-se ainda a expressão campos limpos para designar
uma região sul do Mato Grosso do Sul entre Campo Grande
e Ponta-Porã.
Complexo do Pantanal
Estende-se pelo Mato Grosso do Sul, Cuiabá até Porto
Murtinho, ocupando, ainda, extensa área em território
boliviano. Sofre inundações por ocasião dascheias e
transbordamento do Rio Paraguai e seusafluentes. Durante
a estação seca, que vai de abril asetembro, as baías, que
são pequenas lagoas,permanecem cheias, transformando-
se em refúgio degrande variedade de animais, que, aliados
à flora,transformam o Pantanal em importante ecossistema
mundial.
O Pantanal é uma formação vegetal complexa,pois possui
espécies vegetais da floresta, dos campos,do cerrado e,
mesmo, plantas xerófilas da caatinga.
É a cobertura vegetal mais heterogênea do Brasil,resultado
da umidade local e da qualidade dos solos,que recebem,
durante as cheias, materiais carreadospelas águas e
depositados no período da vazante.
Existem matas e tufos de cerrados que nãosofrem
inundações, campinas que ficam encobertaspelas águas
durante as enchentes, matas com aroeiras,angicos-
vermelhos e figueiras, também não-inundáveis.
Nas áreas alagadas são encontrados aguapés e ervasde-
Santa-Luzia. Destacam-se no Pantanal asassociações de
árvores (conjunto de árvores de mesmaespécie, dispostas
próximas entre si), como o paratudo,o buriti, o carandá e a
palmeira-acuri, que bordeja asmargens dos rios.
Constitui importantes áreas de criação de gado,além de
áreas de extrativismo vegetal (poaia e quebracho).
Formações litorâneas
Mangues
Predominam nas regiões de estuário e lagunas dolitoral. São
formados basicamente por três tipos de árvoresadaptadas
ao solo alagado, pouco arejado e com alto teor
de sais. Para auxiliar na sua fixação ao solo, muitas
árvoresdesenvolvem as chamadas raízes-escora. Ricos em
material
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orgânico, fornecem abrigo e alimento a muitasespécies
marinhas.
Ocorrem ao longo de todo o litoral brasileiro, apresentando
ora vegetação de praia e dunas, ora vegetação de mangue,
além do jundu. A vegetação de praias e dunas é constituída
pelasalsa-de-praia, picão-da-praia e por gramíneas.
A jundu é um tipo de vegetação arbórea, com
altura máxima de 5 metros, formando um emaranhado
vegetal, com muitas plantas espinhentas. Parece
representar, segundo estudiosos, o esforço da vegetação de
floresta para alcançar o litoral, sofrendo por isso
modificações na sua adaptação.
Restingas
Vegetação típica de terrenos arenosos e salinos do litoral, formada por plantas herbáceas e arbustivas.
Assim como os mangues, sofrem ação destrutiva do turismo predatório, dos aterros feitos para construção de estradas e para
ocupação imobiliária e da poluição causada por esgostos.
Localização das formações não-florestais no Brasil
HIDROGRAFIA
As atividades humanas possuem uma ligação profunda com o elemento líquido do planeta, quer sejam os oceanos, os rios ou os
lagos.
A HIDROGRAFIA se define como a parte da Geografia Física que estuda a porção líquida da terra: as águas correntes, paradas e
oceânicas. Divide-se em hidrografia superficial terrestre, subterrânea e marítima.
OS OCEANOS
Todos os grande oceanos apresentam topografia semelhante, em que as plataformas e os taludes continentais descem da linha
costeira até as planícies abissais, onde se elevam montanhas submarinas. A topografia das grandes profundidades tem-se
revelado através de sondagens acústicas e sísmicas, ao mesmo tempo que se têm adquirido algumas ideias de sua aparência e
composição pelas amostras de rochas colhidas nas perfurações profundas, comparando-as com antigas rochas oceânicas, que
agora fazem parte das montanhas expostas na porção emersa do planeta.
Características principais dos oceanos
• a vida nos oceanos é abundante e constitui importante fonte de alimentos para o homem;
• o mar é grande fornecedor de produtos químicos e minerais, tais como sais, petróleo, areia, etc.;
• cerca de 50% das reservas mundiais de petróleo estão nos mares;
• a dessalinização da água do mar já é uma realidade em muitos países, principalmente os situados em regiões áridas;
• os oceanos exercem grande influência no clima;
• os oceanos desempenham importante papel nos setores de transporte e comunicação em todo o mundo;
• como a água possui grande capacidade de armazenar calor, os oceanos desempenham importante papel como reguladores
térmicos ou climáticos.
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Classificação dos mares
Classificam-se de acordo com o tipo de ligação que possuem com os oceanos ou outros mares, podendo ser:
• Abertos ou costeiros: ligados aos oceanos por amplas entradas. Ex.: Mar Arábico e Mar das Antilhas, etc.
• Mediterrâneos ou interiores: ligados aos oceanos por estreitos ou canais. Ex.: Mar Negro, Mar Mediterrâneo, etc.
• Isolados ou fechados: quando não se comunicam com oceanos e outros mares, sendo que, no passado, játiveram esta
comunicação. Ex.: Mar Cáspio, Mar de Aral, etc.
Dois mares, dois problemas
O mar Morto, por estar situado em região árida (entre Israel
e Jordânia) e apresentar evaporação superior ao
recebimento de água doce, é o mais salgado de todos os
mares. Situa-se numa depressão a 395 m abaixo do nível do
mar. O Mar de Aral, localizado entre o Casaquistão e o
Ubesquistão, países componentes da ex-URSS, está
morrendo. Sua morte foi decretada quando burocratas do
Partido Socialista, de Moscou, decidiram transformar as
estepes asiáticas centrais em terras para a produção de
arroz e algodão, irrigando-as com águas desviadas dos dois
principais rios alimentadores do Mar de Aral: os rios Sirdária
e Amudária. Depois disso, o Mar de Aral se viu reduzido à
metade em apenas trinta anos, e continua diminuindo. E
uma catástrofe ecológica se faz anunciada:
as águas do Aral regulavam o clima, que se viu alterado; e
as estepes, irrigadas em demasia, foram transformadas em
pântanos envenenados com pesticidas agrícolas.
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  • 1. Ideiacursosgaranhuns.com.br NOÇÕES DE CARTOGRAFIA ORIENTAÇÃO E COORDENADAS GEOGRÁFICAS ORIENTAÇÃO O conceito mais apropriado de orientação é direção,rumo, cada uma das orientações que são marcadaspela Rosa-dos- Ventos. O homem, para se deslocar sobre a superfície daTerra, tomou por base o nascer e o pôr do sol, criandoos pontos de orientação.O conceito de orientação está associado àdeterminação da posição do elemento no espaçogeográfico e sua relação com os pontos cardeais,colaterais e subcolaterais. Veja o desenho da Rosados-Ventos, também chamada Rosa-dos- Rumos. A Rosa-dos-Ventos A rosa-dos-ventos é a representação gráfica dos principais pontos de orientação. É assim chamada por indicar as diversas direções que o vento pode tomar. Cardeal em latim significa principal. O estudo da Rosa-dos-Ventos, relacionado dentro do mapa, tem sentido estático. Veja agora a localização no espaço vivido pelo homem. A localização na vida Rotação da Terra - sentido oeste para leste - Movimento aparente do Sol leste para oeste Veja agora os desenhos: Devido à influência que o Sol exerce sobre a Terra, o homem passou a observar a sua aparente marcha pelo espaço, fixando a atenção na direção em que ele aparecia diariamente no horizonte. A partir de suas observações, este ponto ficou conhecido como leste, e o ponto em que ele se põe, como oeste. Estendendo a mão direita para o leste e a esquerda para o oeste, encontramos mais dois pontos de orientação: o norte, à nossa frente, e o sul, às nossas costas. Outros meios de orientação
  • 2. Ideiacursosgaranhuns.com.br Até o século XIII, utilizava-se a orientação astronômica simples, através da localização e posição dos astros, como o Sol, as estrelas, as constelações e a Lua. Não podemos esquecer: 1º) A Terra tem um eixo inclinado de 23° e 27’. 2º) As estações do ano significam diferentes posições dos hemisférios. A orientação pelas estrelas é distinta nos dois hemisférios. Assim como o Sol durante o dia, elas parecem deslocar-se de leste para oeste. No hemisfério norte, apenas a ESTRELA POLAR parece estar fixa, pois encontra-se quase diretamente acima do pólo norte. Portanto, para se determinar a direção do pólo norte, basta traçar uma linha imaginária perpendicular da Estrela Polar à Terra. No hemisfério sul não existe qualquer estrela que indique a posição do pólo sul. A orientação do CRUZEIRO DO SUL, devido à sua forma peculiar, é utilizada para a orientação e indicação do pólo sul. Para determinar a direção do pólo sul, basta prolongar quatro vezes o braço maior da cruz e, então, traçar uma linha imaginária, perpendicular à linha do horizonte, até a Terra. A bússola Do século XIII ao século XV, acontece a invenção e o predomínio da BÚSSOLA, um prático e eficiente instrumento de orientação inventado pelos chineses, que permite traçar o rumo em qualquer momento de uma viagem. Constitui-se de uma agulha imantada que gira sobre um eixo vertical, em um fundo constituído de um mostrador, como a Rosa-dos-Ventos, com 360° de circunferência (BÚSSOLAS MODERNAS). A agulha imantada da bússola não aponta o norte geográfico, mas sim o pólo magnético da Terra. É necessário, então, fazer uma correção na direção apontada pela bússola, denominada declinação magnética, que é o ângulo formado pela distância entre o pólo Norte da Terra e o pólo magnético, indicado pela agulha da bússola. Veja nos desenhos os pólos magnéticos e os pólos geográficos. COORDENADAS GEOGRÁFICAS
  • 3. Ideiacursosgaranhuns.com.br Utilizando os paralelos e os meridianos podemos, por meio da latitude e da longitude, determinar a posição exata de um ponto qualquer na Terra. Paralelos Paralelos são círculos imaginários que atravessam a Terra, paralelamente ao equador, nos dois hemisférios. Diminuem de tamanho à medida que se afastam do equador, até se transformarem em um ponto nos pólos, a 90º. Entre os paralelos existem dois círculos mais importantes em cada hemisfério, que são: Hemisfério Norte: Trópico de Câncer, a aproximadamente 23º27’ do equador; e o Círculo Polar Ártico, distante aproximadamente 66º30’ do equador. Hemisfério Sul: Trópico de Capricórnio e Círculo Polar Antártico, ambos apresentando a mesma distância aproximada do equador que os seus correspondentes do hemisfério norte. Latitude É a distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre em relação ao equador. Pode ser definida como o ângulo que a vertical desse lugar forma com o plano do Equador. A latitude pode ser norte ou sul e variar de 0° a 90°. Cada grau divide-se em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos. Meridianos Meridianos são semicircunferências imaginárias traçadas na Terra de pólo a pólo, possuindo a mesma extensão, sendo 180° a leste e 180° a oeste de Greenwich. Longitude É a distância em graus entre um ponto da superfície terrestre e o Meridiano Inicial, ou de Greenwich. A longitude pode ser ocidental ou oriental, variando de 0° a 180° em cada um. Através dos paralelos e dos meridianos determinam-se LATITUDE e LONGITUDE e, consequentemente, a posição exata de um ponto qualquer da superfície terrestre. A latitude e a longitude constituem as COORDENADAS GEOGRÁFICAS. O Brasil e as Coordenadas Geográficas Posição do Brasil no Planisfério
  • 4. Ideiacursosgaranhuns.com.br FUSOS HORÁRIOS Existem diversas maneiras de se medir o tempo: tempo solar verdadeiro, tempo solar médio, tempo civil ou pelos fusos horários. A velocidade das comunicações acabou impondo a necessidade de unificação da hora em todo o mundo. Foram criados, então, os sistemas de fusos horários, propostos em 1884, na Conferência de Washington. O conceito de tempo civil (ou hora civil) passou a ser utilizado desde 1º de janeiro de 1925, a partir de sua adoção pelos astrônomos. A duração do tempo civil é de 24 horas, e a contagem é feita de 0 a 24 horas. A rotação da Terra é feita de oeste para leste, enquanto a direção do movimento aparente do Sol é de leste para oeste. Para realizar o movimento de rotação, isto é, para dar uma volta em torno da circunferência equatorial, gastam-se 24 horas. Dessa maneira, temos: Ao dividirmos a circunferência da Terra por uma rotação, encontraremos 15°. Cada intervalo de 15°, nos meridianos, será equivalente a 1 hora, sendo chamado de fuso horário. Todos os lugares situados no interior do mesmo fuso horário possuem a mesma hora: é a chamada hora legal, diferente da hora verdadeira (ou local), determinada pelo movimento aparente do Sol. Para calcular a hora, convencionou-se que o fuso horário inicial, isto é, o fuso a partir do qual a hora começaria a ser contada, seria o fuso que passa por Greenwich. A hora determinada por este fuso horário recebeu o nome de hora GMT. O fuso horário de Greenwich é formado pela soma de 7,5° a leste e 7,5° a oeste de 0° (Meridiano Inicial, ou de Greenwich). Para resolver problemas comuns relacionados aos fusos horários, lembre-se de que: 1 - Quando as duas localizações se encontrarem em hemisférios diferentes (oeste para leste ou vice-versa), deve-se somar as longitudes e dividir o resultado por 15°. Veja o exemplo: 2 - Quando as duas localizações se encontrarem num mesmo hemisfério (leste para leste ou oeste para oeste), deve-se subtrair as longitudes e dividir o resultado por 15°. Veja o exemplo:
  • 5. Ideiacursosgaranhuns.com.br Sabendo a localização e a hora de uma cidade, você irá somar se o pedido for a leste ou subtrair se for a oeste. Vamos aos exemplos: • Na cidade x a 120° E, são 5 horas. Qual a hora na cidade 45° W? A hora de 120° não era 5. Então vamos somar 5 a 13 horas e acharemos 18 horas. Resposta: 18 horas do dia anterior. Vamos conferir A partir deste exemplo, faça outros. Fusos horários A linha internacional da data Para se marcarem as horas, o meridiano de Greenwich é tomado como referência. A hora oficial GMT (Greenwich Meridian Time) considerada é a que corresponde às 12 horas (meio-dia). Assim, o meridiano correspondente a 180° de longitude representa o tempo de 24 horas, e corresponde à linha na qual se faz a mudança de data, de um dia para outro: é a linha internacional de mudança de data. A linha internacional da data atravessa o oceano Pacífico, apresentando vários desvios, para não passar por nenhum lugar habitado. Passa pelo Estreito de Bering, pelo leste da Península de Kamtchatka, entre as ilhas Aleutas e amoa, e daí prossegue até o pólo sul. Se um viajante cruzar essa linha no sentido oeste-leste, deve acrescentar um dia; se cruzá-la no sentido leste-oeste, deve subtrair um dia. Observar que o meridiano de 180° não coincide com a linha internacional de Mudança de Data, por convençãoInternacional.
  • 6. Ideiacursosgaranhuns.com.br FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL Considerando as ilhas oceânicas, o Brasil possui quatro fusos horários. Há um limite prático e um teórico dos fusos horários. Os limites práticos foram criados no Brasil para padronizar as horas em algumas áreas. O Brasil possui quatro fusos horários e três horas diferentes dentro do seu território. Para entender melhor, veja o mapa de fusos brasileiros. O 1º fuso horário do Brasil está atrasado duas horas em relação à hora de Greenwich. O 2º fuso horário, atrasado três horas em relação a Greenwich, constitui a hora legal do Brasil (hora de Brasília). Nele se encontra a maioria dos estados brasileiros. Observe que parte do 1º fuso passou para o 2º, formando limite prático. O 3º fuso horário está atrasado quatro horas em relação a Londres e uma hora em relação a Brasília. O 4º fuso horário apresenta atraso de cinco horas em relação a Greenwich e duas horas em relação a Brasília. Apenas o Acre e o extremo-oeste do Amazonas encontram-se nesse fuso horário. Horário de Verão Aproveitando-se da claridade maior dos raios solares, o Brasil adianta seu relógio em uma hora. É o chamado horário de verão (um pouco antes do verão oficial, outubro). Porém, deve-se lembrar que esse recurso não é utilizado em todo o território, pois quanto mais próximo do Equador, maior será a igualdade dos dias durante o ano. AS ESTAÇÕES DO ANO As estações do ano ocorrem devido ao movimento de translação. TRANSLAÇÃO: É o movimento que a Terra faz em torno do Sol, descrevendo uma órbita elíptica. Quatro posições destacam- se nesse movimento. Observe, no desenho, que os pontos 2 e 4 representam o momento em que a Terra terá a mesma luminosidade nos dois hemisférios: são os EQUINÓCIOS, de outono ou primavera. Agora, observe que nas posições 1 e 3 os hemisférios da Terra receberão luminosidade diferente:são os SOLSTÍCIOS, de verão ou de inverno.
  • 7. Ideiacursosgaranhuns.com.br REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA Existem duas formas de representar graficamente a Terra: o globo e o mapa. O globo terrestre é a melhor forma de se representar a Terra, a que mais se aproxima da realidade, apesar de não ser a mais utilizada. Suas vantagens são: 1) Sendo esférico, dá uma ideia bastante real; 2) Mostra todos os continentes, seus oceanos; 3) Permite a localização correta das principais linhas imaginárias; 4) Possibilita a simulação dos movimentos da Terra; 5) Apresenta as distâncias em latitudes e longitudes com exatidão; 6) As distâncias serão mais exatas, pois não haverá distorções das projeções. O mapa nada mais é do que uma superfície plana na qual a Terra é total ou parcialmente representada. É mais utilizado devido à praticidade de manuseio e transporte, além de conter indicações mais completas e minuciosas que o globo. A linguagem do mapa é cartográfica, precisa de métodos científicos mais adequados para melhor representar a Terra. A cartografia ocupa-se em analisar e desenhar os mapas e as cartas topográficas de maneira mais adequada à sua utilização. Os mapas podem ser: 1 - Temáticos: destinam-se ao estudo específico de determinados temas, como Geologia, Demografia. 2 - Especiais: atendem a um público específico, de profissionais que têm no mapa um instrumento de trabalho. Geralmente são mapas em grande escala. 3 - Gerais: quando atendem a diversos tipos de usuários. Geralmente são mapas em pequena escala. O estudo das Projeções Cartográficas A maior dificuldade em cartografia é transferir o que existe numa superfície curva, que é a Terra, para uma superfície plana, que é o mapa. Só podemos conseguir essa transferência, essa passagem, de maneira imperfeita, infiel, comalgumas alterações. O problema das projeções cartográficas exige, portanto, uma grande dose de imaginação. Todo mapa é um processo de alteração da superfície terrestre. Esta distorção será maior quanto maior for a área cartografada.
  • 8. Ideiacursosgaranhuns.com.br Tipos de Projeções Cartográficas O desenvolvimento de uma esfera Ao tentarmos desenvolver uma esfera (ou parte de uma esfera) sobre um plano, observamos que os limites externos de sua superfície são os mais sacrificados, apresentando maiores alterações, enquanto que o centro da mesma não apresentará deformações. Portanto, o centro de uma projeção é a parte – que pode ser um ponto ou uma linha (um paralelo ou um meridiano) – em verdadeira grandeza, sem alterações de escala. Como a esfera não se desenvolve sobre o plano, utilizamos superfícies intermediárias que tenham a propriedade de se desenvolver. Temos, então, que procurar figuras semelhantes à esfera, que sejam passíveis de desenvolvimento. O cilindro, o cone e o plano constituem esses tipos de figuras. As projeções cartográficas costumam ser reunidas em três tipos básicos: cilíndricas; cônicas e plano tangente ou azimutal. Projeção Cilíndrica Em uma projeção cilíndrica, observam-se as seguintes consequências: 1) Apenas o Equador tangencia a superfície. 2) As áreas próximas aos polos e mesmo os polos não têm possibilidade de serem projetados na superfície cilíndrica. 3) Os demais paralelos projetados não conservam as medidas originais, guardando iguais comprimentos em relação ao Equador. 4) O Equador é a única linha projetada que conserva a dimensão original. 5) As linhas traçadas na esfera são transferidas para a superfície cilíndrica de desenvolvimento, através de projeções partidas do centro da esfera. A projeção cilíndrica, também conhecida como Projeção de Mercátor, apresenta os paralelos e os meridianos cruzando-se em ângulos de 90° e é bastante utilizada na navegação e na confecção de mapas-múndi. Os países localizados nas mais altas latitudes apresentam-se bastante deformados, ao contrário daqueles situados ao longo ou próximo da linha do Equador, que apresentam pequenas alterações. Projeção Cônica Na projeção cônica, a esfera projeta-se a partir do Equador, tangenciando de um dos paralelos. São observadas as seguintes consequências: 1) A única linha de verdadeira grandeza é o paralelo de tangência. 2) O polo é projetado, graças à forma própria do cone. 3) Os meridianos projetados se cruzam no polo, semelhantemente ao que acontece na esfera. 4) As linhas traçadas na esfera são projetadas para a superfície cônica de desenvolvimento a partir de um certo ponto do interior da esfera. Observe a projeção cônica: os países que apresentam maiores distorções são aqueles localizados próximos ao Equador. Este tipo de projeção é ótima para representar mapas regionais, onde aparecem apenas pequenas partes da superfície terrestre. Projeção Cônica Projeção Plano ou Azimutal Na projeção plano ou azimutal, as linhas traçadas na esfera são projetadas no plano, partidas de um certoponto do interior da esfera, a partir do polo. São observadas as seguintes consequências: 1) Os meridianos, irradiando-se do polo, sãoprojetados em linha reta. 2) À medida que se afastam do ponto de tangência– o polo – o espaçamento e as dimensões dosparalelos e dos meridianos crescem rapidamente. 3) O polo, ponto em que a esfera é tangente, éprojetado no centro do plano. 4) Os paralelos são arcos de círculos concêntricos,como na esfera terrestre. A projeção azimutal destina-se a representar as regiões polares e suas proximidades
  • 9. Ideiacursosgaranhuns.com.br Uma projeção fora dos padrões Projeção de Peters O alemão Arno Peters (nascido 1916) apresenta um mapa que valoriza o Terceiro Mundo. A principal qualidade deste planisfério é que cada cm2 dentro do formato 113 x 72 cm representa exatamente 63.550 Km2. Assim, as regiões temperadas do planeta não aparecem maiores do que as outras, como ocorre nos mapas tradicionais. Outra boa qualidade é que a linha do Equador está equidistante dos pólos e todas as regiões terrestres aparecem representadas. Esta projeção também facilita uma compreensão mais real da relação entre os tamanhos dos países. A projeção de Peters não é uma projeção conforme. É uma projeção cilíndrica da área igual. Isso significa que as áreas dos continentes e países aparecem em escala igual, conservando suas dimensões relativas. Faça você uma análise deste mapa e retire algumas conclusões. Classificação das Projeções Cartográficas As projeções cartográficas devem cumprir determinadas condições, objetivando a construção do mapa ideal. 1º)Conformidade - manter a verdadeira forma das áreas a serem representadas. 2º)Equivalência - manter inalteradas as dimensões relativas das áreas cartografadas. 3º)Eqüidistância- manter a constância das relações entre as distâncias dos pontos representados e as distâncias dos seus correspondentes. As projeções cartográficas podem ser classificadas: a) Conformes: não deformam os ângulos, não deformando pequenas áreas. Os paralelos e os meridianos se interceptam em ângulos retos. b) Equivalentes: têm a propriedade de não deformar as áreas, conservando, quanto à área, uma relação constante com as suas correspondentes na superfície da Terra. Para conseguir a equivalência de áreas, a forma será sacrificada, sendo deformada. c) Eqüidistantes: não apresentam deformações lineares, isto é, os comprimentos são representados em escala uniforme. d) Azimutais: resolvem apenas um problema, aquele que nem uma projeção equivalente nem uma projeção conforme soluciona: o de cartografar as direções da superfície terrestre. Destinam-se, invariavelmente, a mapas especiais construídos para fins náuticos ou aeronáuticos. e) Afiláticas: também conhecidas como arbitrárias, não possuem nenhuma das propriedades dos outros tipos de projeções. ESCALA O mapa é uma relação de lugares e toda a representação mantém uma certa relação de tamanho (proporção) com o objeto representado. Existem duas maneiras de se indicar as proporções entre o mapa e o mundo real, porém, antes, vamos guardar a frase abaixo:
  • 10. Ideiacursosgaranhuns.com.br Escala é relação especial de equivalência entre as medidas reais do terreno e a sua representação reduzida no mapa. As escalas podem ser: Numérica ou Gráfica Escala numérica Usa-se por convenção 1 centímetro e o número seguinte quantas vezes o espaço foi reduzido. Por exemplo: Em um mapa cuja escala é de 1:100 000 (lê-se um por cem mil), a medida de 1 cm no mapa equivale a 100 000 cm no terreno. Escala gráfica É uma linha graduada na qual as marcas que indicam a distância estão escritas com os valores observadosno terreno. Nesta escala não é necessário que o tamanho do segmento seja equivalente a 1 cm. Relação entre os diferentes tipos de escala Não existe uma escala melhor que outra. A escolha é determinada segundo os seguintes itens: • finalidade do mapa • conveniência da escala Devemos lembrar que a riqueza de detalhes do mapa é diretamente proporcional à escala; ou seja, quanto maior for a escala, maior será a riqueza de detalhes. Existem três grupos principais para as escalas, dependendo de sua finalidade.
  • 11. Ideiacursosgaranhuns.com.br A REPRESENTAÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS E HUMANOS NOS MAPAS A representação dos diversos aspectos físicos e humanos nos mapas pode ser feita por meio de vários processos: graduação de cores, linhas, hachuras, sombreamento e sinais gráficos. Para facilitar seu manuseio, todo mapa deve conter uma legenda, que explica o significado dos símbolos utilizados. As cores utilizadas são determinadas por convenções: a) altimétricas • hipsométricas • batimétricas b) Planimétricas Quando são usadas para representar aspectos localizados na superfície terrestre, cores básicas. Exs.: Símbolos convencionais Legendas A linguagem do mapa baseia-se no uso correto dos símbolos. Qualquer símbolo representado precisa de quatro itens principais. 1 - Apresentar uniformidade. 2 - Facilitar a compreensão. 3 - Apresentar-se com fácil leitura. 4 - Apresentar-se preciso. Isolinhas As isolinhas unem pontos de igual valor, relacionados ao que está sendo representado, e recebem nomes diferentes, dependendo do aspecto que foi cartografado. Isoieta: linha que une os dois pontos de igual precipitação. Isóbata: linha que une os pontos de igual profundidade, abaixo do nível do mar. Isóbara: linha que une pontos de igual pressão atmosférica. Isoterma: linha que une os locais de igual temperatura. Isoípsa: linha que une os pontos de igual altitude, acima do nível do mar. Isoígra: linha que une pontos de igual unidade atmosférica. Isócrona: linha que une pontos de horas iguais. Curvas de nível São linhas traçadas num mapa que unem os pontos do relevo de uma mesma altitude (isoípsa). Sabendo-se as altitudes do relevo, é possível representá-lo. Veja o desenho: sua escala vertical é de 2mm, isto é, cada 2mm no desenho da elevação significa 10 metros de altitude. Observe, também, que as cotas entre as isoípsas
  • 12. Ideiacursosgaranhuns.com.br representam a mesma altitude, ou seja, 10 metros. Volte a observar o desenho. A diferença de nível entre duas curvas é quase sempre a mesma. Se duas curvas se aproximam, é sinal de que o declive (inclinação do terreno) é maior; caso se afastem, o declive é mais suave, menos abrupto. DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA Fotografia aérea A palavra aerofotogrametria vem de aero + fotografia + metro. É uma técnica de fotografia aérea, de partes da superfície da Terra, cujas imagens, impressas em papel fotográfico, permitem a elaboração de mapas. PROF. MELHEM ADAS A aerofotogrametria é “a ciência ou a arte da obtenção de medições fidedignas por meio da fotografia.” Predomina hoje na produção cartográfica, não atendendo apenas aos cartógrafos, mas também a uma extensa série de técnicos ou especialistas que se utilizam da cartografia no desempenho de suas funções, como: engenheiros, urbanistas, militares, geólogos, geógrafos, oceanógrafos, meteorologistas, agrônomos, entre outros tantos. A fotografia aérea resulta de um grande número de especificações, normas e cuidados relativos aos seguintes pontos: 1 - As condições atmosféricas para o vôo. 2 - A lente e a câmara utilizada. 3 - O filme utilizado. A fotografia aérea pode ser classificada por: 1 - Cores, dando preferência ao preto e branco. 2 - Sistema ótico, em simples ou múltiplos. 3 - Verticalização ou posição oblíqua da câmara fotográfica Itens importantes para analisar fotografia aérea Nas fotos aéreas, os vários tons da cor cinza representam os elementos da paisagem: – cinza escuro: estradas pavimentadas; – cinza bem escuro: vegetação; – cinza claro: estradas não-pavimentadas; – aparência espelhada: água. – branco: areia; • A textura (maior ou menor variação da tonalidade) constitui um importante indicador de como se localiza o solo na agricultura. • Os diversos tipos, tamanhos e densidades das estradas são facilmente reconhecíveis em uma fotografia aérea, sendo bastante útil nos estudos urbanos e nos transportes. • As condições atmosféricas são primordiais para a execução de um vôo. Há regiões em que é possível encontrar condições satisfatórias durante vários meses do ano; outras, entretanto, raramente favorecem esse tipo de trabalho, estando quase sempre cobertas de nuvens. • A posição do Sol é outro fator de grande importância para não prejudicar detalhes importantes: o excesso de sombras e o Sol a pino são prejudiciais para a obtenção de fotos adequadas à correta fotointerpretação e utilização técnica dos dados fotografados. A fotointerpretação consiste na análise dos dados apreendidos numa fotografia aérea, com o propósito de identificá-los, descobrir detalhes, analisá-los e estabelecer suas inter-relações. As fotos aéreas trazem a escala indicada na foto. Na ausência de escala, esta é deduzida, sabendo-se a altura do vôo e a distância focal da câmara. Sensoriamento remoto O conjunto de diversas técnicas (tecnologia espacial, o acesso global do planeta, a eletrônica, a telecomunicação, o tratamento das informações) para estudar a Terra, tanto na parte continental quanto na oceânica e atmosfera, sem o contato direto com elas, denomina-se sensoriamento remoto. (TIBÚRCIO, J. ARNALDO, COIMBRA, PEDRO. ANÁLISE DO ESPAÇO GEOGRÁFICO. PÁG. 275 - ED. HARBRA). Os sensores são capazes de coletar energia proveniente do objeto e convertê-la em sinal passível de ser registrado. A transferência de dados do objeto para o sensor é feita através de energia. O sensoriamento remoto, aplicado ao estudo da superfície terrestre, fornece a possibilidade da obtenção de informações de grande importância na utilização efetiva e na conservação dos recursos naturais. Remoto se refere à questão de posição no espaço ou no tempo, sendo, portanto, relativo. As estações receptoras terrestres
  • 13. Ideiacursosgaranhuns.com.br As imagens captadas pelos satélites são convertidas em sinais eletromagnéticos, armazenados em fitas e, depois, irradiados de volta a uma estação terrestre ou retransmitidos por outro satélite ou, ainda, transmitidos diretamente para uma estação terrestre. Existe, no Brasil, uma estação de recepção, implantada em Cuiabá, que opera desde 1973. A localidade foi escolhida por tratar-se do centro geográfico da América do Sul. Os dados são recebidos através de uma antena parabólica e gravados em fitas magnéticas de alta densidade. Depois, são enviadas, através de vôos comerciais, para olaboratório em São Paulo. O laboratório de processamento de imagens tem a função de transformar os dados em imagens compatíveis com o computador, sendo enviados, então, para os usuários. 1º) Avaliação de recursos hídricos Pode ser feita através do estudo dos componentes do ciclo hidrológico e de suas relações, avaliando as taxas de movimentação da água, a sua quantidade e qualidade no interior de cada subsistema do ciclo hidrológico. Ex.: • recursos marítimos de pesca, usados em grande escala pelos navios japoneses. • controle de descargas contendo solventes químicos. • distribuição da umidade, etc. 2º) Aplicações em Geografia Análise e monitoramento do uso da terra. Exs.: • classificação e conservação do uso do solo. • estimativas de safras agrícolas. • exploração dos recursos minerais e energéticos. • confecção de cartas geográficas (cartografia). 3º) Aplicação no controle ambiental • Mapeamento climático. • Estudos das atuações de massas de ar (um bom exemplo, El Niño). • Controle da poluição na baixa atmosfera. • Controle da questão da camada de ozônio, etc. 4º) Outros • Geomorfologia ambiental. • Controle da vida animal silvestre. • Atualização de crescimento das áreas urbanas. • Monitoramento das usinas nucleares em caso de acidentes. • Desmatamentos e grandes queimadas. • Controle de tráfego urbano • Etc. Aspectos legais Há a necessidade de regulamentar juridicamente as atividades de teledetecção espacial, pois o satélite não ajusta sua órbita às fronteiras nacionais, adquirindo imagens de todo o globo. O Tratado das Atividades de Exploração do Espaço, de 1967, ajustou alguns pontos, como a liberdade de exploração e uso do espaço exterior, sem possibilidade de apropriação por nenhum Estado. O ESPAÇO EXTERIOR é definido como patrimônio comum da humanidade. No Congresso UNISPACE’82, em Viena, ficou expresso o desejo de alguns países em desenvolvimento de controlar a distribuição das imagens obtidas sobre o seu território. Atualmente, as posturas dos diversos países são muito variadas. Em 1986, foi aprovado um projeto de princípios pela ONU, do qual consta: 1º - A teledetecção se realizará em proveito e interesse de todos os países. 2º - Respeitar-se-á o princípio da soberania plena e permanente dos Estados sobre sua própria riqueza e recursos naturais. 3º - Promover-se-á a cooperação internacional sobre recepção, interpretação e arquivo de dados. 4º - Os USA devem informar ao Secretário Geral das Nações Unidas os programas de teledetecção. 5º - Os Estados devem ser informados caso estejam ameaçados por fenômenos prejudiciais para seu meio ambiente. O AMBIENTE FÍSICO O saber geográfico é muito antigo. É reconhecido desde as sociedades primitivas. Desenvolveu-se na medida em que o homem ampliava seus conhecimentos e a sua percepção do espaço. No século XIX, na Alemanha, surge a ciência denominada Geografia São os estudos geográficos que permitem a você interpretar o mundo em que vive, principalmente em tempos de globalização. O ambiente físico é a base, a sustentação de todos os outros fatos que se desenrolam no nível humano e econômico, sua distribuição e suas relações. Compreender a Geografia Física permite entender os variados aspectos que fazem parte do seu dia-a-dia. A Geografia utiliza-se dos conhecimentos desenvolvidos por outras ciências. A Geografia Física busca o apoio na Geologia para explicar a base dos fenômenos físicos que ocorrem na Terra. A Geologia (geo= terra; logos = palavra, pensamento, ciência), como ciência, procura decifrar a história geral da Terra, desde o momento em que se formaram as rochas até o presente. Os conhecimentos relativos à geologia avançaram bastante, principalmente neste último século, muito embora alguns problemas ainda se encontrem sem respostas conclusivas e definidas, como a origem do Universo e da Terra. Entretanto, a necessidade dos produtos da terra, o conhecimento e o trabalho de pesquisa sobre a crosta terrestre, nos seus mais variados aspectos, vêm aumentando, e os conhecimentos advindos dessas necessidades práticas propiciaram o aumento paralelo dos conhecimentos científicos sobre o planeta. Assim é que a necessidade do petróleo, do carvão mineral, dos minérios metálicos e não-metálicos exige o conhecimento pormenorizado dos processos de sua formação, do tipo de rochas relacionadas a eles, da época de sua formação e, ainda, a avaliação correta da quantidade provável existente de cada um deles. COLUNA GEOLÓGICA - A BASE DOS ESTUDOS DA GEOGRAFIA FÍSICA Durante milhares de anos, os homens têm-se preocupado em estabelecer a idade da Terra. Intensas investigações têm sido feitas ao longo do tempo. No entanto, há apenas 40 anos os geólogos dispõem de recursos técnicos para uma datação mais aproximada da idade da Terra: entre 4,5 e 5 bilhões de anos. A datação radioativa das rochas permite avaliar a idade da Terra, tanto a partir de análises de rochas que compõem o manto terrestre ou através de comparação com resultados das mesmas análises aplicadas em fragmentos de meteoritos vindos dos espaço. Veja a Escala ou Coluna Geológica:
  • 14. Ideiacursosgaranhuns.com.br Tabela Geológica Simplificada adaptada pelos autores Ao analisar as colunas geológicas você deve ter percebido que há poucas informações sobre a era de maior duração. Isso se deve em primeiro lugar à ausência de seres vivos durante essa era, uma vez que a Terra estava se formando. Portanto, não há fósseis do criptozóico. Também a permanente transformação pela qual todas as rochas passam, através do ciclo petrológico, não permitiu a preservação de rochas do início da constituição do planeta. Para melhor compreender, analise a representação didática da duração das eras geológicas abaixo: A ESTRUTURA DA TERRA A Terra é formada por três camadas principais:
  • 15. Ideiacursosgaranhuns.com.br A DERIVA CONTINENTAL E A TECTÔNICA DE PLACAS A distribuição das terras emersas e os acontecimentos geológicos no globo terrestre só muito recentemente tiveram uma explicação plausível. Os estudos que ficaram conhecidos como Teoria da Deriva Continental foram elaborados pelo geólogo e paleoclimatologista alemão Alfred Lothar Wegener. Seus estudos foram publicados em 1915 e se mostraram muito audaciosos para a época. A Teoria da Deriva Continental estava baseada na hipótese de que todas as terras emersas da Terra haviam constituído uma única massa continental à qual Wegener denominou Pangéia(Pan - única; géia- terra). A Pangéia estava circundada pelo oceano de Thétys. Há cerca de 200 milhões de anos, a Pangéia começou a se separar. Inicialmente, dividiu-se em dois grandes blocos; a Laurásiae a Gondwana. A partir de então, a Laurásia subdividiu-se nas porções continentais da América do Norte, Groenlândia e Eurásia. A Gondwana sofreu maiores repartições, subdividindo-se em: América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida. Wegener apresentava como provas da sua teoria vários fatos, como a similaridade das unidades de relevo das costas oriental e ocidental do Brasil e da África; o encaixe dos litorais brasileiro e africano; a presença de lesmas de jardim de mesma espécie em Nova York e em Londres; indicativos de mesmo paleoclima na África e no Brasil. Wegener falece em 1931, na Groenlândia, enquanto buscava novas comprovações de sua hipótese. A teoria da Deriva Continental foi retomada a partir da 2ª Guerra Mundial, quando o uso do sonar permitiu o mapeamento do fundo do oceano. Estes estudos liderados pelos cientistas Maurice Ewing e Harry Hess começaram com o detalhamento da Dorsal do Atlântico, uma imensa cordilheira com mais de 70.000 Km de extensão. A observação da cordilheira Meso-Atlântica possibilitou a constatação de que o assoalho oceânico era jovem, se comparado às terras emersas, datando no máximo de 150 milhões de anos atrás. A Teoria da Tectônica de Placas veio comprovar a teoria da Deriva Continental. A Tectônica de Placas, através dos movimentos das placas provocados pelas correntes de convecção do interior do planeta, explicaria os terremotos, os vulcanismos, as cadeias dobradas, o surgimento de ilhas oceânicas.
  • 16. Ideiacursosgaranhuns.com.br Essa teoria considera que a massa continental está dividida em seis grandes placas, sendo que os limitesdos continentes não coincidem com os das placas. Odeslocamento horizontal dessas placas provoca, em seuslimites externos, a ocorrência de várias deformações efenômenos, como o surgimento de dobramentos, falhas,vulcanismos e terremotos. Essas áreas geologicamenteinstáveis da crosta terrestre (Andes, Rochosas, Himalaia,dentre outras) nada mais são do que os locais ondeocorrem as colisões ou os seccionamentos das placas.São vários os movimentos das placas tectônicas. Quando ocorre o deslocamento chamado convergente,o fundo do oceano abate-se, voltando para o interiorda Terra. As áreas em que isso acontece são denominadaszonas de subducção, onde ocorrem violentostremores de terra e intensa atividade vulcânica. Tambémsão encontradas nessas áreas grandes fossas submarinas,que atingem milhares de metros de profundidade. O deslocamento tangencial entre as placas provoca intensos tremores de terra quando se dá o movimento. É observado na costa ocidental dos Estados Unidos, onde a Placa do Pacífico se desloca para noroeste. Esta área é denominada Falha de Santo André. As forças que impulsionam as placas são denominadas correntes convectivas, e não se localizam na crosta, e sim no manto inferior. As correntes convectivas ocorrem em função dos diferentes padrões de aquecimento entre as camadas da Terra, isto é, a subida de matérias quentes do manto para a crosta (correntes ascendentes) e a descida de rochas resfriadas da crosta para o manto (correntes descendentes). Assim, observando um mapa-múndi físico, poderemos constatar que a distribuição das cordilheirase das áreas vulcânicas não é caótica ou puramente casual; ao contrário, obedece a uma lógica geológica.
  • 17. Ideiacursosgaranhuns.com.br O Círculo de Fogo do Pacífico Região de maior sismicidade da Terra, onde se concentram 95% dos vulcões ativos do mundo. Também é aregião onde se concentram a maioria dos terremotos resultantes do movimento convergente das placastectônicas. AGENTES FORMADORES DO RELEVO O relevo terrestre é resultado da ação de duas forças ou agentes: - forças construtoras ou internas - forças modeladoras ou externas Forças ou Agentes Construtores do Relevo 1- Tectonismo Movimentos lentos, mais ou menos prolongados que ocorrem na crosta terrestre, resultado da ação das forças internas do planeta. Existem duas formas de Tectonismo: epirogênese e orogênese. a) Epirogênese_ movimentos verticais da crosta terrestre, provocando soerguimentos e rebaixamentosde partes da litosfera. b) Orogênese _ deslocamentos de grande intensidade da crosta terrestre. São capazes de gerarcadeias montanhosas, provocando dobramentos ou falhamentos. Os dobramentos ocorrem quando a orogênese atua em rochas de boa plasticidade. Os falhamentos ocorrem quando a ação da orogênese se dá sobre um substrato rochoso muito solidificado. Observe a figura: Dobramentos São exemplos de cadeias dobradas: sistema Montanhas Rochosas - Andes (no Continente americano); cadeia dos Alpes (na Europa); os Atlas (na África); o Cáucaso e o Himaláia (na Ásia). Esquema geral de um dobramento
  • 18. Ideiacursosgaranhuns.com.br Falhamentos No Brasil, a origem das Serras do Mar e da Mantiqueira está ligada a um processo de falhamentos e fraturamentos do embasamento cristalino, ocorrido em eras geológicas remotas. 2- Vulcanismo Trata-se do estudo dos processos e eventos que possibilitam e provocam a ascensão do magma à superfície terrestre. Partes de uma estrutura vulcânica: a) Cone vulcânico:edifício estrutural, construído a partir da ação das forças internas quando da erupção do material magmático. Os terrenos, sob pressão, são arqueados, podendo alcançar grandes alturas. Veja os exemplos: - Etna: 3.280m - Popocatepetl: 5.560m - Chimborazo:6.300m As ilhas vulcânicas atingem grandes profundidades: a ilha vulcânica do Havaí emerge até 4200m sob o mar, porém sua base encontrasse a 5.000m de profundidade. b) Câmara magmática:parte inferior e interna onde há a acumulação de material magmático. Nessa área ocorre o aumento de pressão que provoca a subida do magma. c) Chaminé _ Trata-se de um canal principal e vários canais secundários que permitem a saída do magma. d) Cratera _ Trata-se da parte superior da chaminé que sofreu alargamento, provocado pelas explosões
  • 19. Ideiacursosgaranhuns.com.br 3- Abalos Sísmicos São provocados por movimentos que ocorrem no interior da crosta. São causados por: 1- desmoronamentos internos:quando há a dissolução das rochas pela ação da água subterrânea ou pela acomodação de sedimentos. São de baixa intensidade. 2- explosões vulcânicas e acomodação das áreas de saída do magma. São restritos às áreas de ocorrência e de baixa intensidade. 3- tectônica de placas:resultado de grandes abalos, ligados à movimentação das placas tectônicas. Podem propagar-se por grandes áreas e apresentam grande intensidade. Quando ocorrem no oceano, recebem o nome de maremoto. No Japão são conhecidos como “Tsunamis”. As áreas de maior incidência de terremotos coincidem com a região de colisão das placas tectônicas. Quando sua intensidade é elevada, provocam verdadeiras catástrofes. Veja os maiores terremotos: 1755 _ um quarto da população de Lisboa morreu (60.000 pessoas). 1906 _ São Francisco, na Califórnia (USA); causou o rompimento do encanamento de gás, provocandoincêndios na cidade. 1923 _ Tóquio e Yokohama; morreram 150.000 pessoas. 1972 _ Manágua é quase totalmente destruída; morreram 10.000 pessoas. 1985 _ Cidade do México - morreram milhares de pessoas. 1995 _ Kobe - violento terremoto destrói a cidade, causando milhares de mortes. FORÇAS OU AGENTES MODELADORES DO RELEVO Constituídas por elementos externos que, atuando sobre a crosta terrestre, modelam o relevo. Sua ação compreende três fases: - erosão - transporte - deposição Agentes modeladores do relevo 1- Intemperismo Constitui o conjunto de processos operantes na superfície terrestre que ocasionam a decomposição dos minerais das rochas, graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos. O fator principal da desintegração é a variação de temperatura, que provoca dilatação e contração heterogêneas, atividades em presença de água e temperaturas inferiores a 0° (congelação).
  • 20. Ideiacursosgaranhuns.com.br Raízes, cristalização de sais, hidratação, dentre outros, também provocam desintegração mecânica. Os fatores da decomposição química são a água, os agentes biológicos e seus produtos orgânicos. A forma do Intemperismo depende muito do clima. Em clima quente e úmido (tropical), predomina o Intemperismo Químico; em clima seco e quente (árido) e frio (nevoso), predomina o Intemperismo Mecânico. Em clima úmido temperado, os dois tipos se contrabalançam. 2- Erosão a) Águas Correntes - Os rios - Trabalho de erosão executado pelos rios, através do turbilhonamento das suas águas. Os rios escavam seus leitos e suas margens, transportam o material desagregado e o depositam no mar ou nas suas margens, dando origem àsplanícies fluviais. - As enxurradas - As águas das chuvas podem provocar danos maiores ou menores ao solo, dependendo da existência ou não de cobertura vegetal, da maior ou menor declividade do terreno, da natureza das rochas e da intensidade das chuvas. b) Erosão glacial As geleiras executam o trabalho de erosão e acumulação de sedimentos. Em seu trabalho erosivo, aplainam o relevo. Formam vales profundos quando descem entre montanhas. Esses vales deram origem aos fiordes da Escandinávia. Muitos lagos foram formados pela ação das geleiras, como os do norte do Canadá, da Finlândia e norte da Rússia. c) Erosão marinha As ondas, as marés e as correntes marinhas trabalham continuamente, em conjunto, ora destruindo as rochas, ora acumulando sedimentos, formando o litoral dos continentes. São formas de relevo litorâneo originado do trabalho do mar: • erosão - falésias e barreiras. • acumulação - praias, restingas, enseadas, lagunas. d) Erosão eólica Trabalho executado pela ação do vento sobre asuperfície da terra. O vento não tem, sozinho, o poder da erosão. Issoocorre porque o vento transporta partículas de areiaque, ao se chocarem com as rochas, provocam oseu desgaste. A intensidade do trabalho erosivodepende da constituição da rocha. O vento também executa o trabalho de acumulação,dele resultando solos férteis, como o loess, e asdunas, móveis ou fixas. Rochas As rochas são compostas por diversos elementos minerais. Dentre os principais elementos, os óxidos, sílica, alumina compõem 72% de todas as rochas. Os outros 26% são representados pelo ferro, sódio, potássio, magnésio. Definição Mineralelemento ou composto químico encontrado naturalmente na crosta terrestre. Rochaagregado natural formado por um ou mais minerais Tipos de rochas As rochas estão agrupadas em três tipos: magmáticas, sedimentares e metamórficas. Rochas Magmáticas ou Ígneas _ constituídas através da consolidação do magma. Quanto à origem, são consideradas rochas de origem primária, pois delas se originam as rochas sedimentares e as metamórficas. As rochas magmáticas se subdividem em: 1. Intrusivas: sofreram lenta solidificação do magma; apresentam cristais macroscópicos. Ex.: granito, diorito, gabro, sienito. 2. Extrusivas: sofreram um resfriamento rápido do magma durante o vulcanismo, por isso apresentam cristais microscópicos. Ex.: basalto. 3. Hipoabissais: o resfriamento do material magmático se deu a pequena profundidade da crosta, representando um estágio intermediário na subdivisão das rochas magmáticas. Ex.: diabásio, riólito, obsidiana. Rochas Sedimentares _ originadas da destruição erosiva de qualquer tipo de rocha preexistente e posterior deposição e litificação do material erodido. Representam 5% do volume da crosta terrestre, tendo grande importância econômica: petróleo, carvão mineral, gás natural. São necessárias as seguintes etapas para a formação das rochas sedimentares: 1. intemperismo_ conjunto de processos que ocasionam a decomposição dos minerais das rochas devido à ação dos agentes climáticos. 2. transporte_ trata-se do traslado do material erodido até uma área deprimida, através da ação dos elementos do clima, como a água e o vento, que transportam esses materiais a longas distâncias até uma bacia de sedimentação. As rochas sedimentares podem ser: Detríticas: quando formadas a partir de fragmentos de rochas preexistentes de tamanhos variados. Químicas: formadas pela precipitação de solutos ou evaporação da água: sal, calcita. Orgânicas: constituídas através do acúmulo de restos de organismos vegetais e animais: carvão, calcário, betume. Rochas Metamórficas _ Formadas a partir da transformação de rochas preexistentes (ígneas, sedimentares ou metamórficas). Esta transformação acontece a partir de modificações na constituição mineralógica, na estrutura e na textura da rocha. Esta transformação acontece através da ação dos agentes: Tempo, Pressão e Temperatura. Exs.: granito _ gnaisse; calcário _ mármore; argila _ ardósia; arenito _ quartzito. Exemplos: Magmáticas Sedimentares Metamórficas 3. deposição_ os materiais erodidos são depositados em áreas deprimidas, geralmente fundos de mares e oceanos. 4. litificação_ após o depósito dos materiais erodidos, sob a ação do tempo e da pressão, os sedimentos transformam-se em rochas sedimentares, através do processo de litificação.
  • 21. Ideiacursosgaranhuns.com.br As rochas sedimentares podem ser: Detríticas: quando formadas a partir de fragmentos de rochas preexistentes de tamanhos variados. Químicas: formadas pela precipitação de solutos ou evaporação da água: sal, calcita. Orgânicas: constituídas através do acúmulo de restos de organismos vegetais e animais: carvão, calcário, betume. Rochas Metamórficas _ Formadas a partir da transformação de rochas preexistentes (ígneas, sedimentares ou metamórficas). Esta transformação acontece a partir de modificações na constituição mineralógica, na estrutura e na textura da rocha. Esta transformação acontece através da ação dos agentes: Tempo, Pressão e Temperatura. Exs.: granito - gnaisse; calcário - mármore; argila -ardósia; arenito -quartzito. AS UNIDADES ESTRUTURAIS DO GLOBO 1 - Os escudos Os escudos antigos sofreram a ação de vários fenômenos geológicos, entre eles o rejuvenescimento, que é a tomada da erosão nas formas de relevo já trabalhadas anteriormente, como o rejuvenescimento causado por falhamento. Constituem a porção mais rígida da crosta, formada por rochas ígneas de consolidação intrusiva geralmente datadas de épocas geológicas remotas ou do material sedimentar dobrado em épocas geológicas paleozóica ou anteriores, arrasado, metamorfizado e incorporado aos escudos de antiga consolidação. As áreas de escudos antigos são também denominadas de maciços antigos. O relevo dos maciços antigos é de planaltos relativamente pouco elevados - menos de 2.000 metros. São exemplos dos escudos antigos: o escudo Canadense, o das Guianas, o Brasileiro, os escudos Africanos, da Escandinávia, o escudo ocidental Australiano, o do Decan (na Índia), as montanhas dos Apalaches, o maciço Central Francês. Nos escudos pré-cambrianos, são encontrados minerais metálicos como ferro, manganês, ouro, bauxita, sendo, portanto, áreas de grande aproveitamento econômico. Nos escudos paleozóicos, encontram-se os minerais não metálicos. 2- As bacias sedimentares São depressões do terreno preenchidas por fragmentos minerais de rochas erodidas e por sedimentos orgânicos. Os detritos, ou sedimentos, podem ser de diferentes origens: fluvial, marinha, glacial, eólica, lacustre e vulcânica. O processo de deposição desses sedimentos ocorreu em diferentes eras geológicas: Paleozóica, Mesozóica eCenozóica. Ainda nos dias atuais ocorre o processo de sedimentação, como no Pantanal Mato-grossense, quando o Rio Paraguai transborda, depositando sedimentos nas áreas inundadas. Possuem uma espessura média de alguns milhares de metros e, geralmente, estrutura horizontal ou suavemente inclinada. No caso de soterramento de antigos ambientes aquáticos, ricos em plâncton, é possível encontrar petróleo. Já no caso do soterramento de antigas florestas, há possibilidade de ocorrência de carvão mineral. As principais reservas petrolíferas e carboníferas do planeta datam, respectivamente, das eras Mesozoica e Paleozoica.
  • 22. Ideiacursosgaranhuns.com.br Assim, as bacias sedimentares são importantes províncias onde podem ocorrer combustíveis fósseis de origem orgânica: petróleo, carvão mineral e xisto betuminoso. 3- As cadeias dobradas recentes As cadeias dobradas recentes foram formadas pelos movimentos entre as placas tectônicas, em várias épocas da história geológica: a acumulação de sedimentos próxima aos continentes provoca um rebaixamento na crosta. Como esse fenômeno é relativamente recente na história geológica do planeta - fim do Mesozoico e início do Cenozoico -, recebe a denominação de dobramento moderno. As cadeias dobradas apresentam elevadas altitudes e grande instabilidade tectônica. Acham-se pouco desgastadas pelos agentes modeladores do relevo, apresentando cumes pontiagudos e vertentes íngremes. As unidades estruturais do Brasil Geologicamente, o Brasil é muito antigo, apresentando maciços antigos e bacias sedimentares. Por localizar-se no interior da Placa Sul-americana, não apresenta cadeias dobradas. Em seu território existe uma calma tectônica, com ausência de terremotos e vulcanismos. Escudos: abrangem 36% da superfície territorial do país, sendo 32% de formações arqueozoicas, formando o “embasamento cristalino” e 4% de Proterozóicas, formando as ocorrências de recursos minerais, como minério de ferro e manganês. Bacias sedimentares: abrangem 64% do território brasileiro e estão representadas pelas grandes bacias, como a Amazônica, Meio-norte, Paraíba e São Francisco. AS FORMAS DE RELEVO As formas do relevo da Terra são: 1- Planaltos Superfície mais ou menos plana, delimitada por escarpas, onde o processo de erosão é maior do que oprocesso de sedimentação. Existem planaltos cristalinos e planaltos sedimentares. 2- Planícies Superfícies mais ou menos planas, onde o processo de sedimentação é atual, superando largamente oprocesso de erosão. Os terrenos de uma planície são de natureza sedimentar. Existem dois tipos principais de planície: costeiras,situadas no litoral, e continentais, situadas no interior dos continentes, como a planície Amazônica. Asplanícies continentais podem ser lacustres, formadas por lagos, ou fluviais, construídas por depósitos fluviais. A noção de planície não deve estar vinculada à noção de altitude e sim à noção de processo de formação(deposição de sedimentos), pois existem algumas, inclusive, situadas a mais de 1.000 metros de altitude,como é o caso das planícies de montanhas. 3- Montanhas São elevações naturais do terreno, que podem ser de diversas origens: montanhas de dobramentos,montanhas de falhamentos, montanhas vulcânicas, montanhas de erosão. 4- Depressões São áreas ou porções do relevo situadas abaixo do nível do mar, ou abaixo do nível das regiões que lhessão próximas. Podem ser: absoluta, quando está abaixo do nível do mar, por exemplo, Mar Morto, a392 metros abaixo do nível do mar, e Mar Cáspio, a 26 metros abaixo do nível do mar, e relativa, quandoestá abaixo do nível das terras que lhe estão próximas, por exemplo, Depressão Periférica Paulista,compreendida entre o Planalto Oriental, ouCristalino, e o Planalto Sedimentar, ou Ocidental, no Estado deSão Paulo. Enquanto as terras de depressão periférica paulista estão em altitudes inferiores a 500 metros,os planaltos que a circundam estão acima dessas altitudes. O RELEVO BRASILEIRO A principal característica do relevo brasileiro é a sua baixa altimetria. Em linhas gerais, temos: • As terras de baixa altitude - entre 0 e 200 metros - abrangem 41% do território brasileiro. São as planícies e os baixos platôs, localizados principalmente na Amazônia, no Pantanal do Brasil Central e nas baixadas. Ex.: Planície Amazônica, Planície do Pantanal e Planícies Costeiras. • As terras de altitudes médias - entre 200 e 1.200 metros - abrangem 58,5% do território brasileiro. Dessas terras, 37% estão na faixa hiposométricade 200 a 500 metros (são as altitudes predominantes). As terras de altitudes médias abrangem os planaltos e as serras. • As áreas culminantes, apresentando altitudes superiores a 1.200 metros, representam apenas 0,5% do território brasileiro. Concentram-se, principalmente, na região Norte do país, no Planalto das Guianas. Percebe-se que o território brasileiro possui um relevo de altitudes baixas. Tal fato facilita a circulação das massas de ar, assim como também a circulação viária, uma vez que a construção de rodovias – principal via de transporte de nosso país - e de ferrovias não exige grandes investimentos em obras de alto valor monetário, como pontes, túneis, viadutos. 1 - Os escudos ou maciços antigos no Brasil
  • 23. Ideiacursosgaranhuns.com.br Correspondem a aproximadamente 37% do total da área territorial brasileira. Estão divididos em duas grandes porções: a) o Escudo das Guianas; b) o Escudo Brasileiro. As formações arqueozoicas do território brasileiro constituem cerca de 32% dos terrenos Pré-Cambrianos. Os afloramentos das formações arqueozoicas, as de maior antiguidade geológica, formam o “embasamento cristalino”, composto de várias rochas, entre elas o granito e o gnaisse, mármores e quartzitos. No fim do Arqueozoico, o território foi afetado, dando origem às serras do Mar e da Mantiqueira. As formações proterozóicas ocupam apenas 4% do território brasileiro. Possuem grande importância econômica, pois aí se localizam importantes recursos minerais. É o caso do minério de ferro e manganês, em Minas Gerais, Mato Grosso, Amapá e Pará; do ouro, em Minas Gerais; das pedras preciosas e semipreciosas, do Espinhaço e da Chapada Diamantina, do níquel, em Minas Gerais; da cassiterita, em Rondônia. No final do Proterozóico, ocorreu um movimento distrófico no território brasileiro que deu origem à serra do Espinhaço, em Minas Gerais e à chapada Diamantina, na Bahia. Os dobramentos que deram origem às serras de Paranapiacaba, no Paraná, e dos Pirineus, em Goiás, ocorreram na era Paleozoica, no Siluriano. Os terrenos arqueozóicos e proterozóicos brasileiros, de idade geológica muito antiga, já se encontram bastante erodidos e desgastados, apresentando montanhas e planaltos de altitudes modestas. 2 - As bacias sedimentares Ocupam a maior porção do território brasileiro, com sua área calculada em mais de 5,5 milhões de quilômetros quadrados, correspondendo a aproximadamente 64% do território. Estão agrupadas em bacias de grande e de pequena extensão. São bacias sedimentares de grande extensão: Amazônica, do Meio-norte (abrange Maranhão e Piauí), do Paraná (abrange grande porção da Região Sul e oeste do estado de São Paulo), Sanfranciscana e a do Pantanal Mato-Grossense. São bacias sedimentares de pequena extensão: a do Recôncavo-Tucano (produtora de petróleo), as costeiras e as de compartimento de planalto (formações sedimentares que se alojaram em compartimentos de planalto), como a bacia sedimentar de Curitiba, de Taubaté, de Resende, de São Paulo. Quanto à idade geológica, as bacias sedimentares brasileiras são do Paleozoico e do Mesozoico, em sua maioria. A bacia Amazônica, a do Pantanal e as bacias costeiras são do Cenozóico. Apresentam-se em camadas horizontais ou sub-horizontais, evidenciando ausência de movimentos tectônicos importantes da crosta terrestre em tempos geológicos remotos. No fim do Mesozóico, ocorreram movimentos, dando origem a fraturas. Através delas, deu-se o escoamento das lavas básicas, recobrindo grandes porções do sul do território brasileiro, originando os basaltos, os diabásios e diversos diques, que, consolidados, formaram várias quedas d’água nos rios do centro-sul do país. A decomposição do basalto e do diabásio deu origem a solos de boa fertilidade, as terras roxas, encontradas no planalto Meridional. O vulcanismo atingiu também a região de Poços de Caldas e Araxá, em Minas Gerais. Quanto aos recursos minerais das bacias sedimentares, os principais são o carvão mineral e o petróleo. Os principais depósitos de carvão mineral no Brasil localizam-se no sul do país, na bacia sedimentar do Paraná, destacando- se o Estado de Santa Catarina como principal produtor nacional. Entretanto, as bacias sedimentares brasileiras não apresentam, até o momento, grandes depósitos petrolíferos, embora a produção interna tenha aumentado nas últimas décadas.
  • 24. Ideiacursosgaranhuns.com.br O mapa de relevo do Brasil sofreu grandes modificações a partir das pesquisas do professor Jurandyr Ross, da USP, que durante um longo tempo trabalhou no projeto Radambrasil, executando uma cobertura aerofotogramétrica do território nacional. O resultado deste trabalho foi apresentado sob a forma de um mapa detalhado do relevo brasileiro no qual são observadas alterações significativas: • a extensão das áreas de planícies foram reduzidas significativamente; • os planaltos e serras foram redimensionados em suas repartições, recebendo nomenclaturas mais adequadas à sua localização geográfica; • são identificadas grandes áreas deprimidas - as depressões - resultado do extremo desgaste sofrido pelo relevo brasileiro. Observe, com bastante atenção, o novo mapa do relevo brasileiro e os cortes topográficos apresentados pelo prof. Jurandyr Ross. SOLOS Solo é a camada superficial da crosta terrestre alterada pela ação dos agentes do intemperismo. Uma rocha qualquer, sofrendo intemperismo, transforma-se em solo. Porém, um solo incompleto. O ar, a água, vegetais e animais, junto com os fragmentos de rocha intemperizada, constituem, então, o solo propriamente dito. Um solo bem desenvolvido apresenta-se subdividido em horizontes: quanto mais maduro for o solo, mais desenvolvidos serão seus horizontes. A matéria orgânica, fornecida pela fauna e pela flora decompostas, encontra-se concentrada apenas na camada superior do solo. Essa camada é chamada de horizonte A, o mais importante para a agricultura, dada a sua fertilidade. Logo abaixo, com espessura variável de acordo com o clima, responsável pela intensidade e velocidade da decomposição da rocha, encontramos rocha intemperizada, ar e água, que formam o horizonte B. Em seguida, encontramos rocha em processo de decomposição - horizonte C - e, finalmente, a rocha matriz - horizonte D -, que originou o manto de intemperismo ou o solo que a recobre. Sob as mesmas condições climáticas, cada tipo de rocha origina um tipo de solo diferente, ligado à sua constituição mineralógica: do basalto, por exemplo, originou-se a terra roxa; do gnaisse, o solo de massapê, e assim por diante. Veja a figura:
  • 25. Ideiacursosgaranhuns.com.br OS SOLOS E A EROSÃO Um fato que explica a erosão dos solos: as técnicas européias de regiões temperadas usadas em nossos solos, que são de clima quente, isto é, tropical. A prática de queimadas, com a conseqüente destruição da vegetação natural, elemento protetor importante de solos tropicais, explica parte da perda da fertilidade de nosso solo. A modernização também não significa que a prática da perda de fertilidade terminou, pois a presença de máquinas, com suas arações profundas, traz para a parte superior o solo inerte e enterra a camada superficial. OS SOLOS DO BRASIL Embora o Brasil não seja rico em solos de elevada fertilidade, deve-se ter atenção para alguns com ótimas qualidades. De melhor classificação são: • Solos de terra roxa: de origem vulcânica e de cor castanho-avermelhado, tem boa espessura, sendo encontrado principalmente na região do interior de São Paulo, norte do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul. Devido a este solo, o Brasil se projetou como um grande produtor de café em nível internacional. • Solos de massapé: rico em matéria orgânica e bastante escuro, tem sua formação a partir da decomposição de calcário da Zona da Mata. Foi devido a este tipo de solo que o Brasil também se projetou internacionalmente como produtor de cana-de-açúcar. • Solos salmourão: tem sua decomposição a partir do granito. Este solo argiloso aparece em clima úmido, por isso é encontrado principalmente nas regiões próximas ao oceano e no centro sul do país. • Solos aluviais: formado a partir do acúmulo de sedimentos das regiões das várzeas dos rios e nas áreas de acumulação de vales e depressões, sendo ótimo para cultivos tradicionais e para a horticultura. CLIMA Estudo da atmosfera, dos fenômenos meteorológicos e climáticos e as alterações; suas causas e consequências. Clima é diferente de tempo, porque: Tempo: Condições atmosféricas apresentadas por um determinado lugar num dado momento. É uma combinação passageira dos elementos do clima. Clima: Sucessão habitual dos variados tipos de tempo num determinado lugar da superfície terrestre. O clima apresenta aspecto duradouro, enquanto o tempo pode variar várias vezes num mesmo dia. Portanto: Elementos e fatores climáticos O estudo do clima necessita do conhecimento dos inúmeros elementos e fatores climáticos, apresentando grande complexidade, já que esses elementos e fatores são dinâmicos e nem sempre previsíveis. Além dos fatores apontados,existem, ainda, aqueles resultados da ação do homem sobre o espaço, como: construção de cidades, desmatamentos e poluição do ar atmosférico.
  • 26. Ideiacursosgaranhuns.com.br Radiação Solar O Sol fornece, sozinho, quase toda a energia utilizada pela Terra - 99,9% A Terra absorve cerca de 64% da energia recebida do Sol e reflete cerca de 36%. A atmosfera, entretanto, apresenta um balanço negativo, refletindo mais energia do que absorvendo. A importância desse balanço está no fato de que a atmosfera utiliza a energia para evaporar a água existente na Terra, aquecer e movimentar a atmosfera. Observe as figuras a seguir: A temperatura do ar atmosférico A temperatura da atmosfera sofre alterações causadas pelos seguintes fatores: a) Altitude; b) Latitude; c) Maritimidade e continentalidade a) Altitude Um bom exemplo da ação da altitude como amenizadora da temperatura atmosférica pode ser encontrado nos Andes equatoriais, quando se observam temperaturas bem abaixo das médias da região. Enquanto nas áreas de baixas altitudes são encontradas médias térmicas anuais em torno de 27°C, no alto da Cordilheira Andina essas médias caem para 13°C. b) Latitude Deve-se à forma esférica da Terra, uma vez que a insolação diminui do Equador, onde os raios solares incidem, perpendicularmente, em direção aos pólos, onde ocorre elevada inclinação e elevada reflexão dos raios solares. Regra geral: a temperatura diminui com o aumento da latitude. Enquanto nas proximidades do Equador as médias térmicas encontram-se em torno dos 27°C, nos limites dos Círculos Polares essa média cai para -10° C. c) Maritimidade e Continentalidade A razão fundamental da influência que esse fator exerce na temperatura atmosférica é o comportamento térmico diferente do meio sólido - rochas - e do meio líquido - oceanos. Os continentes aquecem-se e esfriam-se mais rapidamente que os oceanos, por isso as variações mais acentuadas das temperaturas ocorrem mais nos continentes que nos oceanos. Também devemos considerar que, quanto mais distante uma porção continental estiver do oceano - e da sua influência -, maiores serão as suas oscilações térmicas. É o caso do deserto do Saara, que apresenta amplitudes térmicas muito acentuadas, podendo oscilar entre máximas de até 50°C (durante o dia) e mínimas de até 5°C (à noite). Também é o caso dos dois hemisférios: o Norte, por possuir uma área continental muito maior que o Sul, apresenta invernos mais frios e verões mais quentes. Veja a tabela: A PRESSÃO ATMOSFÉRICA A pressão exercida pelo ar que envolve toda a Terra não é igual sobre a superfície terrestre, variando de acordo com a: • Altitude • Temperatura • Latitude A variação da pressão segundo a LATITUDE cria as áreas de ALTA PRESSÃO ou anticiclonais e de BAIXA PRESSÃO ou ciclonais. Aqui se explica o MOVIMENTO do ar atmosférico, pois o ar se encontra em constante movimentação, denominada VENTO, cujo mecanismo está expresso na primeira Lei da Circulação Atmosférica,
  • 27. Ideiacursosgaranhuns.com.br do holandês BuysBallot: “Os ventos sempre sopram das áreas de alta pressão para as áreas de baixa pressão.” As áreas de alta pressão são denominadas anticiclonaise as de baixa pressão, ciclonais. Veja a figura: Tipos de Ventos As brisas, as monções e os alísios são exemplos de ventos. • Os alísios são ventos que sopram dos trópicos para o equador, retornando depois aos trópicos - os contra-alísios. • As brisas, geradas pelo aquecimento diferenciado entre o oceano e o continente, apresentam dois movimentosdistintos: durante o dia, o maior aquecimento da Terra provoca a formação de uma área de baixa pressão nocontinente, ocasionando o deslocamento do ar estacionado sobre o oceano na direção do continente (brisamarítima); durante a noite, o resfriamento da Terra ocasiona a formação de uma área de alta pressão nocontinente, provocando o deslocamento do ar continental em direção ao oceano (brisa continental). • As monções ocorrem no sudeste asiático e são ventos periódicos sazonais. No inverno do hemisfério norte, as monções deslocam-se em direção ao oceano Índico, apresentando-se com ventos secos, originados no continente, mais frios em relação ao oceano, nesta estação do ano. No verão, graças às diferenças de temperatura entre o continente e o oceano, massas de ar úmidas, originadas no oceano Índico, dirigem-se para o continente, provocando chuvas abundantes sobre os países orientais, entre os quais a Índia, países do sudeste asiático e no sul da China. As monções refletem-se na vida cotidiana das populações do sudeste asiático, ali observando-se práticas de ocupação espacial, através da agricultura -, a rizicultura - determinadas pela sazonalidade climática: durante os meses da monção de verão, os agricultores preparam o plantio e seus equipamentos para os meses de inverno, secos, destinados à colheita e ao armazenamento do arroz. O CICLO HIDROLÓGICO
  • 28. Ideiacursosgaranhuns.com.br Ciclo hidrológico, ou ciclo da água, essencial para a biosfera, é a permanente movimentação ou circulação de uma parcela significativa da água existente na Terra. Segundo esse ciclo, parte da água existente na superfície terrestre - oceanos, mares, rios, lagos - e nos seres vivos é transferida para a atmosfera sob ao forma de vapor de água, através da evaporação e da evapotranspiração. Já na atmosfera, após haver ocorrido a condensação do vapor, a água retorna à superfície terrestre sob a forma líquida - chuvas – ou sólida - granizo e neve. São importantes reservatórios de água que integram o ciclo hidrológico, pela ordem: OCEANOS, GELEIRAS, ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, LAGOS, RIOS, ATMOSFERA E BIOSFERA. A umidade do ar atmosférico É a quantidade de vapor-d’água presente na atmosfera, proveniente da evaporação e da evapotranspiração, que depende principalmente da radiação solar, da extensão da superfície evaporante e da atuação do vento. O vapor d’água é muito importante, visto que: • A condensação e as precipitações dependem dele. • Sua presença e quantidade na atmosfera determinam a possibilidade, ou não, de ocorrerem precipitações. • Desempenha o papel de regulador térmico, ao absorver as radiações do Sol e da Terra. • Atua sobre o conforto do ser humano - ar seco, ar úmido - (ex.: ar superúmido, como o do clima da Amazônia, e ar muito seco, como o do Deserto do Saara, são desconfortáveis ao homem). A umidade varia com a altitude e com a latitude do lugar: normalmente, diminui com o aumento da altitude (nas camadas superiores da atmosfera, o vapor d’água é quase inexistente) e normalmente é bastante alta nas latitudes mais baixas (na região equatorial, os índices de umidade são geralmente mais elevados do que nas regiões desérticas e polares). As linhas, nos mapas climáticos, que unem pontos de umidade atmosférica igual são as ISOÍGRAS. Os principais tipos de precipitação são: - geada, orvalho e neblina, que são tipos de precipitação superficiais. - granizo, neve e chuvas que são tipos de precipitação não superficiais. Tipos de chuvas A quantidade de chuvas pode variar segundo: • diferenças de latitude; • diferenças de temperaturas; • diferenças de pressão atmosférica; • influência do relevo; • influência de correntes marítimas; • influência dos oceanos e dos continentes; • atuação das massas de ar. Podemos afirmar que: • As chuvas são abundantes nas regiões equatoriais, moderadas nas regiões temperadas e rarefeitas na regiões polares. • A pluviosidade é maior nos oceanos e menor nos continentes. • A pluviosidade nos continentes é maior nas regiões próximas dos oceanos e menor nas regiões interiores continentais . MASSAS DE AR Massas de ar são grandes porções de ar que costumam se originar em áreas extensas e homogêneas, como as planícies, os oceanos e os desertos. Na sua formação, adquirem as características da sua área de origem (umidade e temperatura). Assim, são frias ou quentes, secas ou úmidas, frias ou secas, quentes ou úmidas, e assim por diante. Ao se deslocarem, levam consigo essas características de origem, que irão influenciar as áreas sobre as quais estão se deslocando. Podem perder parte das características de origem e adquirir as características das áreas sobre as quais estão atuando. As massas de ar se classificam de acordo com suas características originais e caracterizam os vários tipos de clima na Terra, determinando os diferentes tipos de tempo no decorrer do ano. Tipos de massas de ar: Equatoriais: possuem ar quente e úmido Tropicais: possuem ar quente, seco e úmido,
  • 29. Ideiacursosgaranhuns.com.br conforme originem da terra ou do oceano. Polares: possuem ar frio e pouco úmido se, sobretudo, forem continentais. As diferentes massas de ar, ao se encontrarem, não se misturam. A área de contato entre elas recebe o nome de FRENTE. CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA GERAL Climas
  • 30. Ideiacursosgaranhuns.com.br Climas Frios ou Polares Aparecem nas regiões de altas latitudes, ou seja acima de 55°, nas áreas mais elevadas das cordilheiras. Suas temperaturas, em médias anuais, são sempre inferiores a 10°C, predominando invernos rigorosos, que se estendem por quase todo o ano. Os climas frios ou polares dividem-se em: 1 - Clima Sub-Polar 2 - Clima Polar 1 - Clima Sub-Polar Entre 55° a 70° latitude norte (sol bastante inclinado). Seus verões são frios e curtos, e as precipitações são baixas, em forma de neve, em torno de 250 a 500 mm. Principais áreas de ocorrência: no Canadá, Rússia e países escandinavos. 2 - Clima Polar Clima frio durante todo o ano, suas estações de verão e inverno somente são distintas pela claridade. Sua paisagem é inóspita. Nos seus verões, a temperatura gira em torno de 0°C e nos invernos vai até 50°C abaixo de zero. Principais áreas de ocorrência: no oceano Ártico, na Groenlândia e na Antártida. Climas Temperados
  • 31. Ideiacursosgaranhuns.com.br Encontrados dos trópicos aos círculos polares, sofrem grande influência de massas de ar frias. Os dias e as noites terão grandes variações, dependendo das estações do ano. Essas estações serão bem individualizadas e marcadas por grandes contrastes de suas temperaturas. Nesta zona climática, a proximidade de oceanos e mares assume grande importância na variação desses climas. Os climas temperados dividem-se em: 1 - Temperado Oceânico 2 - Temperado Continental 3 - Temperado Mediterrâneo 1 - Temperado Oceânico Sua localização geográfica é entre 40° a 50° de latitude, região conhecida como latitudes médias. Trata-se de um clima bastante regular, úmido, com verões brandos e ocasionalmente sujeito a nevoeiros, e sempre beneficiado pela influência das correntes marítimas. Suas temperaturas no verão quase nunca ultrapassam 20°C, e o seu inverno oscila entre 7° e 2°C. As chuvas são razoavelmente frequentes. Suas áreas de maior ocorrência são a Europa voltada para o Atlântico e a parte noroeste dos EUA. 2 - Temperado Continental Clima temperado rigoroso, apresenta grandes extremos. Seus invernos são frios e rigorosos, com tempestades de neve e temperaturas abaixo de zero grau. Seus verões são normalmente quentes, úmidos e bastante chuvosos. Apresenta quase sempre grandes amplitudes térmicas anuais. É encontrado principalmente no hemisfério Norte, na Europa, na Ásia e na América do Norte (EUA e Canadá). 3 - Temperado Mediterrâneo Clima temperado que se apresenta bastante ameno. Seus verões são quentes e secos, com temperaturas superiores a 20°C. Seus invernos não são rigorosos, e sua característica marcante é apresentar inverno chuvoso e verão quente e seco. Seu índice pluviométrico é o mais baixo dos tipos climáticos temperados. Este tipo climático aparece basicamente na região do Mar Mediterrâneo, aparecendo também na Califórnia (EUA), na parte chilena, no sul da África e no sudeste australiano.
  • 32. Ideiacursosgaranhuns.com.br Climas Secos e Desérticos São identificados pelas áreas geográficas inóspitas à vida dos animais e vegetais e pela quase absoluta falta de umidade na atmosfera. Suas áreas de ocorrência são principalmente no interior dos continentes África, Ásia, Austrália e América (localizam-se próximos aos trópicos). São subdivididos em: 1 - Climas Semi-áridos2 - Climas Áridos 1 - Climas Semi-áridos Aparecem nas áreas de transição entre os climas desérticos. Seu índice pluviométrico varia de 200 a 600 mm e suas chuvas se caracterizam pela irregularidade. Suas temperaturas oscilam bastante entre o dia (mais quente) e a noite (mais fria). Citamos, agora, algumas áreas onde ocorrem estesclimas: norte do México, parte central dos EUA epróximo das áreas desérticas. 2 - Climas Áridos São áreas áridas onde as chuvas são raras e às vezes passam-se anos sem chover. Quando ocorrem chuvas, são esporádicas e suas águas se infiltram na terra rapidamente e desaparecem. Seu ar é sempre muito seco, e a umidade quase nenhuma. As variações de temperatura durante o dia e a noite são muito elevadas. Quase sempre apresentam grandes atuações de ventos. Entre as áreas desérticas do mundo, podemos citar: o Atacama (Chile), o Gobi (China), o Colorado (EUA), Vitória e Gibson (Austrália) e Kalaari (África). CLIMAS DO BRASIL A localização geográfica do Brasil
  • 33. Ideiacursosgaranhuns.com.br Por estar situado quase inteiramente na zona tropical e no hemisfério sul – hemisfério das águas – o Brasil caracteriza-se pelo predomínio dos climas quentes e úmidos. A configuração do território brasileiro - um triângulo com a base voltada para o hemisfério norte e um dos vértices voltado para o sul - sofre influência marítima, impedindo que se estabeleça um clima de neve, encontrado em latitudes semelhantes às do sul do Brasil. As baixas altitudes e as linhas mestras do relevo brasileiro, que se dispõem no sentido longitudinal, facilitam a circulação atmosférica: as massas de ar que se originaram no oceano conseguem penetrar o interior do território, levando as suas características de temperatura e umidade, pois não existem grandes barreiras naturais que impeçam a circulação das massas de ar. A circulação das massas de ar no Brasil Quase todas as massas de ar que atuam na América do Sul atuam no Brasil, com exceção das massas de ar do Pacífico, cuja ação sobre o território brasileiro é muito limitada. Observe o mapa da circulação atmosférica da América do Sul. Circulação atmosférica na América do Sul (distribuição das massas de ar segundo suas fontes e orientação dos seus deslocamentos)
  • 34. Ideiacursosgaranhuns.com.br Os climas brasileiros recebem diferentes denominações de acordo com a classificação dada pelos diversos autores. Portanto: • o clima nº 1 é reconhecido como CLIMA EQUATORIAL e suas variações. • o clima nº 2 é conhecido também como CLIMA TROPICAL ÚMIDO da Mata Atlântica. • o clima nº 3 é reconhecido como CLIMA TROPICAL TÍPICO, com duas estações bem marcadas: verão úmido e inverno seco. • o clima nº 4 é reconhecido como CLIMA TROPICAL SEMI-ÁRIDO. • o clima nº 5 é o CLIMA SUBTROPICAL e suas variações. AS CHUVAS O Brasil apresenta índices pluviométricos médiosem torno de 1.000 mm na maior porção de seuterritório. As chuvas, no entanto, não são bemdistribuídas, tanto no espaço geográfico quanto notempo. Quanto à distribuição geográfica, reconhecem-setrês áreas de precipitação: • Áreas de chuvas abundantes - são aquelas queapresentam mais de 2.000 mm de chuvas anuais: Serra do Mar, em São Paulo, litoral do Amapá eIlha do Marajó, porção centro-oriental daAmazônia e litoral da Bahia. • Áreas de chuvas satisfatórias – apresentamíndices pluviométricos situados entre 1.000 e2.000 mm anuais: Centro-Oeste, Sudeste, Suldo país, excetuando-se as áreas de chuvasabundantes e chuvas escassas. • Áreas de chuvas escassas - apresentam osmenores índices pluviométricos do país,normalmente inferiores a 1.000 mm anuais: oSertão Nordestino, inclusive o Médio Vale do Rio São Francisco, causando a semi-aridez. São causas dessa semi-aridez: • má-distribuição das chuvas; • elevada temperatura, provocando intensaevaporação; • disposição das linhas do relevo, no sentido dosventos alísios de nordeste, formando corredores quedificultam a ocorrência de chuvas; • solos quase impermeáveis, retendo pouca água; • presença de chapadas (Borborema) próximas aolitoral, dificultando a passagem de ventos úmidosoceânicos para o interior da região (Sertão). Quanto ao regime pluviométrico, encontramos osseguintes no Brasil: • equatorial - chuvas abundantes o ano todo(Amazônia); • tropical - chuvas mais concentradas no verão (é oregime predominante no Brasil); • subtropical - chuvas bem distribuídas durante oano (região Sul). Climogramas brasileiros
  • 35. Ideiacursosgaranhuns.com.br DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL Domínios morfoclimáticos Os domínios morfoclimáticos devem ser entendidos como sistemas em equilíbrio em que se verifica a interação e interdependência dos elementos da natureza (relevo, clima, solo, vegetação, etc.). Domínio Amazônico Localizado no norte do Brasil, o Domínio Amazônico ocupa a região das terras baixas amazônicas - depressões, planícies e baixos planaltos. É coberto pela Floresta Equatorial - Floresta Amazônica. A Floresta Amazônica é composta de árvores de grande porte, de diferentes espécies, a maioria apresentando folhas largas. O clima do Domínio Amazônico é o clima equatorial, quente e úmido, com chuvas abundantes durante todo o ano. Domínio do Cerrado Localizado na porção central do Brasil, o Domínio do Cerrado ocupa os planaltos e as chapadas. Suas árvores são de pequeno e médio porte, troncos tortuosos, recobertos por casca grossa, folhas coriáceas e raízes profundas; também fazem parte do cerrado arbustos e gramíneas, que compõem seu estrato inferior. O clima do Cerrado é o clima tropical quente, com duas estações bem marcadas: uma estação chuvosa, nos meses de primavera/ verão, e uma estação seca, nos messes de outono/ inverno. Domínio da Caatinga Localizado principalmente no Nordeste brasileiro, o Domínio da Caatinga atinge também o norte de Minas Gerais. Ocupa planaltos e áreas rebaixadas, situadas entre elevações. Seu clima é o semi-árido, com baixo índice de chuvas e chuvas mal distribuídas durante o ano, com longos períodos de seca. A vegetação da Caatinga é representada por pequenas árvores, arbustos e gramíneas, adaptadas à seca. O nome “Caatinga” é de origem tupi-guarani e significa “mata branca”, devido à coloração cinza que a vegetação apresenta durante os períodos de seca. A vegetação reverdece, apresentando brotos, folhas e flores logo após as chuvas. Domínio dos Mares de Morros Localizado na região das terras altas do Brasil, no domínio do clima tropical chuvoso. É coberto por Floresta Tropical, apresentando grande diversidade de espécies. O relevo sofreu intensa erosão. A denominação “Mares de Morros” é originada das formas suaves e arredondadas de relevo, que se assemelham às ondas do mar. Domínio das Pradarias Localizado nos Pampas Gaúchos, o Domínio das Pradarias alcança limites fora do território brasileiro, atingindo regiões do Uruguai e da Argentina. Ocupa extensas áreas aplainadas, pouco onduladas, com colinas de pequena altitude do relevo. A vegetação é composta por gramíneas, aproveitada economicamente para a prática da atividade da pecuária. Domínio da Araucária Localizado nos planaltos de clima subtropical do sul do Brasil. As chuvas são distribuídas durante o ano todo e o clima apresenta invernos frios e verões moderados. As temperaturas variam muito. A mata de araucária é composta de uma vegetação diversificada, onde predominam os pinheiros, formando uma mata aberta. A exploração madeireira está devastando a Mata de Araucária do sul do Brasil. VEGETAÇÃO O estudo da vegetação preocupa-se com diversos fatores que influem nessa divisão. Os fatores que influem na distribuição dos diferentes tipos vegetacionais são: A - O clima e seus elementos B - O clima e seus fatores C - Os seres vivos, o homem e o solo
  • 36. Ideiacursosgaranhuns.com.br Dentre os fatores e os elementos que influem na vegetação, destacam-se: 1º Umidade Umidade é um dos fatores mais importantes, pois a água é um fator essencial para a sobrevivência dos vegetais. As diferentes espécies vegetais, porém, possuem necessidades diferentes quanto à quantidade de água e de nutrientes nela dissolvidos, necessários à sua sobrevivência. De acordo com esse critério, distinguimos os seguintes tipos básicos de vegetação: 2º Temperatura As espécies vegetais distribuem-se nas diferentes regiões do mundo, em função da temperatura e de sua variação. Em cada uma das regiões climáticas do mundo, encontramos espécies vegetais adaptadas às condições de temperatura ali existentes. Cada uma das várias espécies vegetais não sobrevive em condições diferentes daquelas às quais se encontra adaptada. Assim, as espécies das regiões tropicais não sobrevivem nas regiões temperadas e vice-versa. A adaptação dos vegetais ao clima 3º Ventos Os ventos são responsáveis pela dispersão das espécies vegetais pelas diferentes regiões da Terra. Os níveis inferiores da atmosfera são relativamente povoados por grãos, esporos e pólen, que se deslocam de acordo com as massas de ar, colonizando áreas propícias ao desenvolvimento das espécies vegetais. 4º Luminosidade Através da energia que absorvem da luz solar, as plantas produzem uma reação química entre o CO2 que retiram do ar e água que retiram do solo. A quantidade de luz solar para a vegetação é fundamental para o desenvolvimento de quase todas as espécies. 5º Altitude A influência da altitude para as diferentes espécies vegetais está intimamente ligada à temperatura. Há uma gradual redução da temperatura quando a altitude aumenta. Nas regiões montanhosas, com o aumento da altitude, observa-se uma sucessão de tipos climáticos e, consequentemente, de tipos vegetacionais. No alto da Cordilheira dos Andes, por exemplo, observa-se uma vegetação de musgos e liquens, como na tundra polar. 6º Solos A influência dos solos na existência de diferentes espécies vegetais se evidencia sob vários aspectos: numa região onde predominam condições climáticas de características homogêneas, podemos encontrar diferentes tipos de vegetação devido à existência de diferentes tipos de solos, como calcário, argiloso e arenoso. 7º Os seres vivos O ser humano é, sem dúvida, o maior agente modificador da paisagem vegetal, agindo sobre o meio ambiente, transformando áreas de cobertura vegetal em paisagem agrícola, submergindo extensas formações vegetais para a construção de represas ou lagos artificiais. O homem também atua na dispersão das diversas espécies, nas diferentes regiões do globo, através do plantio de espécies exógenas aos diferentes ambientes. Um exemplo de vegetal exógeno é a prática da silvicultura do eucalipto no Brasil, principalmente na região Sudeste. Originária da Austrália, esta espécie vegetal provoca grandes alterações nas regiões onde é cultivada.
  • 37. Ideiacursosgaranhuns.com.br (Procure mais informações sobre este tema.) Os animais também atuam como fatores de dispersão de espécies vegetais, principalmente as aves (a gralha azul é responsável pela disseminação do pinheiro do Paraná). Classificação dos Vegetais Pelas folhas Pela altura As formações vegetais são um conjunto de plantas que constituem uma paisagem e caracterizam-se por umafisionomia própria. As formações vegetais apresentam diversos “andares”, denominados estratos:
  • 38. Ideiacursosgaranhuns.com.br VEGETAÇÃO DO BRASIL O Brasil possui grande diversidade de formações vegetais naturais, associadas a diferentes tipos de solos, relevos e climas. A vegetação à época do descobrimento é chamada de paisagem natural. Com a colonização, tem início a exploração dos recursos naturais no país e essa paisagem sofre grandes mudanças, pois a retirada da cobertura vegetal é o primeiro passo para a instalação de atividades produtivas. Formações Florestais Floresta Amazônica – Ocupa 38,5% do território nacional e possui três tipos de vegetação, classificadas segundo a proximidade em relação aos rios. São elas: mata de igapó, mata de várzea e mata de terra firme. A mata de igapó é uma espécie de floresta submersa, localizada no terreno mais baixo, permanentemente alagado pelos rios. Muitas plantas da mata de igapó possuem ramificações baixas e densas. A vitória-régia é uma espécie de símbolo dessa formação vegetal. O segundo tipo, a mata de várzea, é uma mata de inundação temporária. Ela acompanha as várzeas dos rios e em algumas regiões ocorre entre as matas de igapó e a terra firme. A composição vegetal é variável, de acordo com a proximidade dos rios. Nela encontram-se a seringueira, muitas palmeiras, o jatobá e a maçaranduba. As matas de terra firme não são inundadas pelas cheias dos rios e ocupam a maior parte da região. Suas árvores podem atingir 65 m de altura e o contato de suas copas forma um telhado verde capaz de reter até 95% da luz solar. O interior dessa mata é escuro, úmido e pouco ventilado. São comuns a castanha-do-pará, o caucho e o guaraná. A atuação do homem na devastação da Amazônia é recente, comparada às demais florestas brasileiras. Desmatamento, queimadas para formação de pastagens, retirada da madeira, todas estas agressões colocam em risco a maior floresta tropical do planeta e toda a sua biodiversidade. Estima-se que 10% de sua área já foi devastada. Mata Atlântica ou florestas costeiras – As florestas costeiras do país são conhecidas pelo nome genérico de Mata Atlântica. Possuem a maior biodiversidade por hectare entre as florestas tropicais do mundo. São matas fechadas, com árvores altas. As espécies mais comuns são: ipês, quaresmeiras, cedros, palmiteiro, canelas, imbaúba, guapuruvu. No passado, essas florestas acompanhavam quase todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte até Santa Catarina, graças a uma combinação de clima e relevo – as serras e planaltos litorâneos barram a umidade das massas de ar, garantindo chuvas. Mas a devastação, que começou com a exploração do pau-brasil, continuou durante os ciclos da cana-de-açúcar e do café. Com a urbanização e a industrialização, a extração de madeira atingiu grandes áreas. Estima-se que exista hoje cerca de 7 a 8% de sua mata original, sendo que, na região sudeste, aparece maior percentual de preservação. Matas de araucária – São formações de clima subtropical, características das terras altas e serras da região Sul e do estado de São Paulo. As florestas são mais abertas e têm como principal espécie a araucária – também conhecida como pinheiro-do-paraná. Muito apreciadas pelo fruto, o pinhão, as araucárias podem alcançar mais de 30 m de altura. Essas matas praticamente desapareceram pela exploração de sua madeira como material de construção e matéria-prima para indústrias de celulose e papel. Esta formação já representou 15% do território brasileiro, hoje estima-se em apenas 4% de seu espaço original. Matas de cocais – As matas de cocais estão localizadas numa zona de transição entre a Floresta Amazônica e as caatingas. São ricas em espécies de palmeiras, como o babaçu e a carnaúba. O babaçu é uma planta importante para a economia local: suas folhas são usadas na construção de moradias e utensílios, e seus frutos são utilizados na produção de óleo. A carnaúba é mais utilizada na produção de cera e demais produtos. Matas ciliares ou Matas galerias – Correspondem a pequenas florestas alongadas que se desenvolvem ao longo dos rios, aproveitando a umidade do solo. São encontradas nas regiões de cerrado, de campos e, mesmo, de florestas. Apresentam formas arredondadas e se destacam no meio da vegetação rasteira como pequenas “ilhas de vegetação”.
  • 39. Ideiacursosgaranhuns.com.br Localização destas matas no Brasil Formações não florestais Cerrado Predomina em quase todo o Brasil Central, parte de Minas Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão, nas áreas onde o clima apresenta duas estações bem marcadas, uma seca e outra chuvosa. Apresenta-se em forma de manchas isoladas em vários pontos do território, como é o caso dos estados de São Paulo e Paraná. É formado por arbustos, vegetação rasteira e árvores com troncos e galhos tortuosos, que atingem cerca de 10m de altura. Ocupa 25% do território do Brasil. O cerrado pode ser, na realidade, resultado das condições naturais e da ação do homem: do relevo das chapadas do planalto Central, do clima tropical com duas estações bem marcadas (verão chuvoso e inverno com pouca ou nenhuma chuva), a profundidade do lençol freático, da natureza do solo e a ação do homem, destruindo o material orgânico, fundamental à nutrição vegetal, no preparo inadequado do solo na prática agrícola, quanto utiliza a queimada. Não é toda a vegetação do cerrado que perde as folhas, sendo essa a sua principal diferença com relação à caatinga. Desenvolvendo seu sistema radicular, essas espécies conseguem buscar a água a até 18 m de profundidade, onde encontram o lençol freático. Também no Centro-Oeste não existem rios temporários, o que é fundamental para a existência das matas galerias, comuns nessa região. Hoje o cerrado está sendo descaracterizado pelos projetos de monoculturas, principalmente a soja e a pastagem. Queimadas de grandes proporções, muitas vezes intencionais, destroem as matas de galeria que protegem as regiões à beira-rio. Estima-se que cerca de 50% da área original do cerrado já tenha sido devastada. Caatinga O Sertão semi-árido do Nordeste brasileiro, o chamado “Polígono das Secas”, tem uma formação vegetal denominada de Caatinga - caa = mata, tinga = branca. Esta formação vegetacional perde totalmente suas folhas (caducas) durante as estações secas, recuperando-se durante as primeiras chuvas. Essa escassez de chuvas, aliada a um solo pouco profundo e pedregoso, e mais à devastação ocasionada pela ocupação humana, é responsável pela vegetação descontínua, característica da Caatinga. A Caatinga ocupa 11% da área do território brasileiro. É uma formação complexa, com várias cactáceas: o mandacaru, o faxeiro, o xique-xique e as coroas-de-frade. Há trechos em que predominam árvores: aroeira, umbuzeiro; em outras, predominam arbustos, plantas rasteiras e cactáceas; há também vegetais fibrosos, como o coroá e o sisal (ou agave). Campos São recobertos por gramíneas e cortados apenas pelas matas de galeria que acompanham os rios. Apesar de comuns em todo o Brasil, os campos ocupam grandes extensões de terra no sul do país, formando uma paisagem típica conhecida com Campanha Gaúcha. Outras formações campestres são: • Os campos de altitude, ou serranos, que surgem nas áreas elevadas do relevo, onde a ação da altitude modifica a vegetação – Serra do Caparaó, Serra do Itatiaia. • Os campos da Hiléia, ou campos inundáveis, que ocupam as terras baixas, sujeitas a inundações, como é o caso dos campos da ilha de Marajó. • Usa-se ainda a expressão campos limpos para designar uma região sul do Mato Grosso do Sul entre Campo Grande e Ponta-Porã. Complexo do Pantanal Estende-se pelo Mato Grosso do Sul, Cuiabá até Porto Murtinho, ocupando, ainda, extensa área em território boliviano. Sofre inundações por ocasião dascheias e transbordamento do Rio Paraguai e seusafluentes. Durante a estação seca, que vai de abril asetembro, as baías, que são pequenas lagoas,permanecem cheias, transformando- se em refúgio degrande variedade de animais, que, aliados à flora,transformam o Pantanal em importante ecossistema mundial. O Pantanal é uma formação vegetal complexa,pois possui espécies vegetais da floresta, dos campos,do cerrado e, mesmo, plantas xerófilas da caatinga. É a cobertura vegetal mais heterogênea do Brasil,resultado da umidade local e da qualidade dos solos,que recebem, durante as cheias, materiais carreadospelas águas e depositados no período da vazante. Existem matas e tufos de cerrados que nãosofrem inundações, campinas que ficam encobertaspelas águas durante as enchentes, matas com aroeiras,angicos- vermelhos e figueiras, também não-inundáveis. Nas áreas alagadas são encontrados aguapés e ervasde- Santa-Luzia. Destacam-se no Pantanal asassociações de árvores (conjunto de árvores de mesmaespécie, dispostas próximas entre si), como o paratudo,o buriti, o carandá e a palmeira-acuri, que bordeja asmargens dos rios. Constitui importantes áreas de criação de gado,além de áreas de extrativismo vegetal (poaia e quebracho). Formações litorâneas Mangues Predominam nas regiões de estuário e lagunas dolitoral. São formados basicamente por três tipos de árvoresadaptadas ao solo alagado, pouco arejado e com alto teor de sais. Para auxiliar na sua fixação ao solo, muitas árvoresdesenvolvem as chamadas raízes-escora. Ricos em material
  • 40. Ideiacursosgaranhuns.com.br orgânico, fornecem abrigo e alimento a muitasespécies marinhas. Ocorrem ao longo de todo o litoral brasileiro, apresentando ora vegetação de praia e dunas, ora vegetação de mangue, além do jundu. A vegetação de praias e dunas é constituída pelasalsa-de-praia, picão-da-praia e por gramíneas. A jundu é um tipo de vegetação arbórea, com altura máxima de 5 metros, formando um emaranhado vegetal, com muitas plantas espinhentas. Parece representar, segundo estudiosos, o esforço da vegetação de floresta para alcançar o litoral, sofrendo por isso modificações na sua adaptação. Restingas Vegetação típica de terrenos arenosos e salinos do litoral, formada por plantas herbáceas e arbustivas. Assim como os mangues, sofrem ação destrutiva do turismo predatório, dos aterros feitos para construção de estradas e para ocupação imobiliária e da poluição causada por esgostos. Localização das formações não-florestais no Brasil HIDROGRAFIA As atividades humanas possuem uma ligação profunda com o elemento líquido do planeta, quer sejam os oceanos, os rios ou os lagos. A HIDROGRAFIA se define como a parte da Geografia Física que estuda a porção líquida da terra: as águas correntes, paradas e oceânicas. Divide-se em hidrografia superficial terrestre, subterrânea e marítima. OS OCEANOS Todos os grande oceanos apresentam topografia semelhante, em que as plataformas e os taludes continentais descem da linha costeira até as planícies abissais, onde se elevam montanhas submarinas. A topografia das grandes profundidades tem-se revelado através de sondagens acústicas e sísmicas, ao mesmo tempo que se têm adquirido algumas ideias de sua aparência e composição pelas amostras de rochas colhidas nas perfurações profundas, comparando-as com antigas rochas oceânicas, que agora fazem parte das montanhas expostas na porção emersa do planeta. Características principais dos oceanos • a vida nos oceanos é abundante e constitui importante fonte de alimentos para o homem; • o mar é grande fornecedor de produtos químicos e minerais, tais como sais, petróleo, areia, etc.; • cerca de 50% das reservas mundiais de petróleo estão nos mares; • a dessalinização da água do mar já é uma realidade em muitos países, principalmente os situados em regiões áridas; • os oceanos exercem grande influência no clima; • os oceanos desempenham importante papel nos setores de transporte e comunicação em todo o mundo; • como a água possui grande capacidade de armazenar calor, os oceanos desempenham importante papel como reguladores térmicos ou climáticos.
  • 41. Ideiacursosgaranhuns.com.br Classificação dos mares Classificam-se de acordo com o tipo de ligação que possuem com os oceanos ou outros mares, podendo ser: • Abertos ou costeiros: ligados aos oceanos por amplas entradas. Ex.: Mar Arábico e Mar das Antilhas, etc. • Mediterrâneos ou interiores: ligados aos oceanos por estreitos ou canais. Ex.: Mar Negro, Mar Mediterrâneo, etc. • Isolados ou fechados: quando não se comunicam com oceanos e outros mares, sendo que, no passado, játiveram esta comunicação. Ex.: Mar Cáspio, Mar de Aral, etc. Dois mares, dois problemas O mar Morto, por estar situado em região árida (entre Israel e Jordânia) e apresentar evaporação superior ao recebimento de água doce, é o mais salgado de todos os mares. Situa-se numa depressão a 395 m abaixo do nível do mar. O Mar de Aral, localizado entre o Casaquistão e o Ubesquistão, países componentes da ex-URSS, está morrendo. Sua morte foi decretada quando burocratas do Partido Socialista, de Moscou, decidiram transformar as estepes asiáticas centrais em terras para a produção de arroz e algodão, irrigando-as com águas desviadas dos dois principais rios alimentadores do Mar de Aral: os rios Sirdária e Amudária. Depois disso, o Mar de Aral se viu reduzido à metade em apenas trinta anos, e continua diminuindo. E uma catástrofe ecológica se faz anunciada: as águas do Aral regulavam o clima, que se viu alterado; e as estepes, irrigadas em demasia, foram transformadas em pântanos envenenados com pesticidas agrícolas.