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Cap´ıtulo 6
Medida do tempo
A medida do tempo se baseia no movimento de rota¸c˜ao da Terra, que provoca
a rota¸c˜ao aparente da esfera celeste. Dependendo do objeto que tomamos
como referˆencia para medir a rota¸c˜ao da Terra, temos o tempo solar (toma
como referˆencia o Sol), e o tempo sideral (toma como referˆencia o ponto
Vernal).
6.1 Tempo sideral
O tempo sideral ´e baseado no movimento aparente do ponto Vernal.
Hora sideral: ´e o ˆangulo hor´ario do ponto Vernal. Como vimos no cap´ıtulo
anterior, a hora sideral pode ser medida a partir de qualquer estrela.
Dia sideral: ´e o intervalo de tempo decorrido entre duas passagens sucessi-
vas do ponto Vernal pelo meridiano do lugar.
6.2 Tempo solar
O tempo solar ´e baseado no movimento aparente do Sol.
Hora solar: ´e o ˆangulo hor´ario do Sol.
Dia solar: ´e o intervalo de tempo decorrido entre duas passagens sucessivas
do Sol pelo meridiano do lugar. O dia solar ´e 3m56s mais longo do que
o dia sideral. Essa diferen¸ca ´e devida ao movimento de transla¸c˜ao da
Terra em torno do Sol, de aproximadamente 1◦(∼ 4m) por dia.
33
=o
1
1
o distante
Para estrela
Como o Sol n˜ao ´e um ponto, mas um disco, o ˆangulo hor´ario do Sol se
refere ao centro do Sol. E como o Sol n˜ao tem um movimento uniforme,
ao longo do ano, fica dif´ıcil medir o tempo usando exatamente o Sol como
padr˜ao. Da´ı surgiu a defini¸c˜ao de um sol “m´edio”, que define um tempo
solar m´edio. Os diferentes tipos de tempos solares (ou horas solares), est˜ao
definidas a seguir.
Tempo solar verdadeiro: ´e o ˆangulo hor´ario do centro do Sol.
Tempo solar m´edio: ´e o ˆangulo hor´ario do centro do sol m´edio. O
sol m´edio ´e um sol fict´ıcio, que se move ao longo do Equador celeste
(ao passo que o sol verdadeiro se move ao longo da ecl´ıptica), com
velocidade angular constante, de modo que os dias solares m´edios s˜ao
iguais entre si (ao passo que os dias solares verdadeiros n˜ao s˜ao iguais
entre si porque o movimento do Sol na ecl´ıptica n˜ao tem velocidade
angular constante). Mas o movimento do Sol na ecl´ıptica ´e anualmente
peri´odico, assim o ano solar m´edio ´e igual ao ano solar verdadeiro.
Tempo civil (Tc): usa como origem do dia o instante em que o sol m´edio
passa pelo meridiano inferior do lugar. A raz˜ao do tempo civil ´e n˜ao
mudar a data durante as horas de maior atividade da humanidade nos
ramos financeiros, comerciais e industriais, o que acarretaria in´umeros
problemas de ordem pr´atica.
Tempo universal (TU): ´e o tempo civil de Greenwich.
34
6.2.1 Fusos hor´arios
De acordo com a defini¸c˜ao de tempo civil, lugares de longitudes diferentes
tˆem horas diferentes, porque tˆem meridianos diferentes. Inicialmente, cada
na¸c˜ao tinha a sua hora, que era a hora do seu meridiano principal. Por
exemplo, a Inglaterra tinha a hora do meridiano que passava por Greenwich,
a Fran¸ca tinha a hora do meridiano que passava por Paris.
Como as diferen¸cas de longitudes entre os meridianos escolhidos n˜ao
eram horas e minutos exatos, as mudan¸cas de horas de um pa´ıs para outro
implicavam c´alculos incˆomodos, o que n˜ao era pr´atico. Para evitar isso,
adotou-se o convˆenio internacional dos fusos hor´arios.
Cada fuso compreende 15◦ (= 1 h). Fuso zero ´e aquele cujo meridiano
central passa por Greenwich. Os fusos variam de 0h a +12h para leste de
Greenwich e de 0h a -12h para oeste de Greenwich. Todos os lugares de um
determinado fuso tˆem a hora do meridiano central do fuso.
Hora legal: ´e a hora civil do meridiano central do fuso.
Fusos no Brasil: o Brasil abrange trˆes fusos (Lei 11 662 de 24.04.2008):
• -2h: arquip´elago de Fernando de Noronha
• -3h: estados do litoral, Minas, Goi´as, Tocantins e Par´a
• -4h: Amazonas, Mato Grosso do Norte, Mato Grosso do Sul e
Acre.
6.2.2 Equa¸c˜ao do tempo
A equa¸c˜ao do tempo ´e definida como o ˆangulo hor´ario do Sol, menos o ˆangulo
hor´ario do sol m´edio. Ela pode ser expressa como:
E = ( − α ) − ( − ¯ ),
onde ´e a longitude ecl´ıptica do Sol e ¯ a longitude do sol m´edio. Essa
equa¸c˜ao divide o problema em dois termos, o primeiro chamado de redu¸c˜ao
ao equador, leva em conta que o Sol real se move na ecl´ıptica enquanto o sol
m´edio, fict´ıcio, se move no equador, e o segundo de equa¸c˜ao do centro, que
leva em conta a elipticidade da ´orbita.
A equa¸c˜ao do tempo pode ser expressa em uma s´erie, envolvendo somente
a longitude do sol m´edio:
35
E = −103.s
9 sen ¯ − 429.s
6 cos ¯ + 596.s
3 sen2 ¯ − 2.s
0 cos 2 ¯ +
+ 4.s
3 sen3 ¯ + 19.s
3 cos 3 ¯ − 12.s
7 cos 4 ¯ . . .
A quantidade tabulada no Astronomical Ephemeris n˜ao ´e diretamente
E, mas a efem´eride do Sol no trˆansito. Essa efem´eride ´e o instante da
passagem do Sol pelo meridiano da efem´eride, e ´e 12 h menos a equa¸c˜ao do
tempo naquele instante.
6.3 Calend´ario
Desde a Antiguidade foram encontradas dificuldades para a cria¸c˜ao de um
calend´ario, pois o ano (dura¸c˜ao da revolu¸c˜ao aparente do Sol em torno da
Terra) n˜ao ´e um m´ultiplo exato da dura¸c˜ao do dia ou da dura¸c˜ao do mˆes.
´E importante distinguir dois tipos de anos:
Ano sideral: ´e o per´ıodo de revolu¸c˜ao da Terra em torno do Sol com
rela¸c˜ao `as estrelas. Seu comprimento ´e de 365,2564 dias solares m´edios,
ou 365d 6h 9m 10s.
Ano tropical: ´e o per´ıodo de revolu¸c˜ao da Terra em torno do Sol com
rela¸c˜ao ao Equin´ocio Vernal, isto ´e, com rela¸c˜ao ao in´ıcio da esta¸c˜oes.
Seu comprimento ´e 365,2422 dias solares m´edios, ou 365d 5h 48m 46s.
Devido ao movimento de precess˜ao da Terra, o ano tropical ´e levemente
menor do que o ano sideral. O calend´ario se baseia no ano tropical.
Os eg´ıpcios, cujos trabalhos no calend´ario remontam a quatro milˆenios
antes de Cristo, utilizaram inicialmente um ano de 360 dias come¸cando com
a enchente anual do Nilo. Mais tarde, quando o desvio na posi¸c˜ao do Sol
se tornou not´avel, cinco dias foram adicionados. Mas ainda havia um lento
deslocamento que somava um dia a cada quatro anos. Ent˜ao os eg´ıpcios
deduziram que a dura¸c˜ao do ano era de 365,25 dias.
Nosso calend´ario atual est´a baseado no antigo calend´ario romano, que
era lunar. Como o per´ıodo sin´odico da Lua ´e de 29,5 dias, um mˆes tinha
29 dias e o outro 30 dias, o que totalizava 354 dias. Ent˜ao, a cada trˆes
anos era introduzido um mˆes a mais para completar os aproximadamente
trˆes anos solares. A maneira de introduzir o 13◦ mˆes se tornou muito ir-
regular, de forma que no ano 46 a.C., J´ulio C´esar (102-44 a.C.), orientado
pelo astrˆonomo alexandrino Sos´ıgenes, reformou o calend´ario, introduzindo
36
o calend´ario juliano, no qual a cada trˆes anos de 365 dias seguia outro de
366 dias (ano bissexto). Assim, o ano juliano tem em m´edia 365,25 dias. O
ano juliano vigorou por 1600 anos.
Em 325 d.C., o conc´ılio de Nic´eia fixou a data da P´ascoa como sendo o
primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre em ou ap´os o Equin´ocio
Vernal, fixado em 21 de mar¸co.
Em 1582, durante o papado de Greg´orio XIII (1571-1630), o Equin´ocio
Vernal j´a estava ocorrendo em 11 de mar¸co, antecipando muito a data da
P´ascoa. Da´ı, foi deduzido que o ano era mais curto do que 365,25 dias
(hoje sabemos que tem 365,242199 dias). Essa diferen¸ca atingia um dia
a cada 128 anos, sendo que nesse ano j´a completava dez dias. O papa,
ent˜ao, introduziu nova reforma no calend´ario, sob orienta¸c˜ao do astrˆonomo
jesu´ıta alem˜ao Christophorus Clavius (Cristoph Klau 1538-1612), e Alyosius
Lilius (Luigi Lilio 1510-1576), para regular a data da P´ascoa, instituindo o
calend´ario gregoriano.
As reformas feitas foram:
1. tirou 10 dias do ano de 1582, para recolocar o Equin´ocio Vernal em 21
de mar¸co. Assim, o dia seguinte a 4/10/1582 passou a ter a data de
15/10/1582;
2. introduziu a regra de que anos m´ultiplos de 100 n˜ao s˜ao bissextos, a
menos que sejam tamb´em m´ultiplos de 400;
O ano do calend´ario gregoriano tem 365,2425 dias solares m´edios, ao
passo que o ano tropical tem aproximadamente 365,2422 dias solares m´edios.
A diferen¸ca de 0,0003 dias corresponde a 26 segundos (1 dia a cada 3300
anos). Assim:
1 ano tropical = 365, 2422 = 365 + 1/4 − 1/100 + 1/400 − 1/3300
ou
365, 2422 = 365 + 0, 25 − 0, 01 + 0, 0025 − 0, 0003 = 365, 2425 − 0, 0003.
A data da P´ascoa
A p´ascoa judaica (Pesach), que ocorre 163 dias antes do in´ıcio do ano judaico,
foi institu´ıda na epoca de Mois´es, uma festa comemorativa feita a Deus em
agradecimento `a liberta¸c˜ao do povo de Israel escravizado por Farao, Rei do
Egito. Esta data n˜ao ´e a mesma da P´ascoa Juliana e Gregoriana.
37
O dia da P´ascoa crist˜a, que marca a ressurrei¸c˜ao de Cristo, de acordo
com o decreto papal de 1582, seguindo o conc´ılio de Nic´eia de 325 d.C., ´e
o primeiro domingo depois da lua cheia que ocorre no dia – ou depois de
– 21 mar¸co. Entretanto, a data da lua cheia n˜ao ´e a real, mas a definida
nas Tabelas Eclesi´asticas. A Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes
da P´ascoa, e, portanto, a Ter¸ca-Feira de carnaval ocorre 47 dias antes da
P´ascoa.
Data da P´ascoa durante a d´ecada de 2010:
• 4 de abril de 2010
• 24 de abril de 2011
• 8 de abril de 2012
• 31 de mar¸co de 2013
• 20 de abril de 2014
• 5 de abril de 2015
• 27 de mar¸co de 2016
• 16 de abril de 2017
• 1o de abril de 2018
• 21 de abril de 2019
• 12 de abril de 2020
Para calcular a data da P´ascoa para qualquer ano no calend´ario Gre-
goriano (o calend´ario civil no Brasil), usa-se a seguinte f´ormula, com todas
as vari´aveis inteiras, com os res´ıduos das divis˜oes ignorados. Usa-se a para
ano, m para mˆes, e d para dia.
c = a/100
n = a − 19 × (a/19)
k = (c − 17)/25
i = c − c/4 − (c − k)/3 + 19 × n + 15
i = i − 30 × (i/30)
38
i = i − (i/28) × (1 − (i/28) × (29/(i + 1)) × ((21 − n)/11))
j = a + a/4 + i + 2 − c + c/4
j = j − 7 × (j/7)
l = i − j
m = 3 + (l + 40)/44
d = l + 28 − 31 × (m/4)
Esse algoritmo ´e de J.-M.Oudin (1940) e impresso no Explanatory Sup-
plement to the Astronomical Almanac, ed. P.K. Seidelmann (1992).
Ano bissexto - origem da palavra
No antigo calend´ario romano, o primeiro dia do mˆes se chamava calendas,
e cada dia do mˆes anterior se contava retroativamente. Em 46 a.C., J´ulio
C´esar mandou que o sexto dia antes das calendas de mar¸co deveria ser
repetido uma vez em cada quatro anos, e era chamado ante diem bis sextum
Kalendas Martias ou simplesmente bissextum. Da´ı o nome bissexto.
S´eculo XXI
O s´eculo XXI (terceiro milˆenio) come¸cou no dia 01/01/2001, porque n˜ao
houve ano zero, e, portanto, o s´eculo I come¸cou no ano 1. Somente em
550 d.C. os matem´aticos hindus deram uma representa¸c˜ao num´erica ao
n´umero zero.
Data juliana
A data juliana foi proposta por Josephus Justus Scaliger (Joseph Juste Sca-
liger 1540-1609) em 1583, e ´e utilizada principalmente pelos astrˆonomos
como uma maneira de calcular facilmente o intervalo de tempo decorrido
entre diferentes eventos astronˆomicos. Essa facilidade vem do fato de que
n˜ao existem meses e anos na data juliana; ela consta apenas do n´umero de
dias solares m´edios decorridos desde o in´ıcio da era juliana, em 1 de janeiro
de 4713 a.C., uma segunda-feira de uma ano bissexto. O dia juliano muda
sempre `as 12 h TU.
39
Era
Uma era zodiacal, como a era de Aqu´ario, na perspectiva astronˆomica, ´e
definida como o per´ıodo, em anos, em que o Sol, no dia do Equin´ocio Vernal
(equin´ocio de mar¸co), nasce em uma determinada constela¸c˜ao do zod´ıaco.
Assim, a era de Peixes come¸cou quando o Equin´ocio Vernal passou a aconte-
cer com o Sol na constela¸c˜ao de Peixes, e a era de Aqu´ario come¸car´a quando
o Sol estiver na constela¸c˜ao de Aqu´ario nesse dia. A posi¸c˜ao do Sol entre
as estrelas, no dia do Equin´ocio Vernal, parece mudar, com o passar dos
s´eculos, devido ao movimento de precess˜ao do eixo de rota¸c˜ao da Terra. Na
verdade ´e a posi¸c˜ao da Terra em sua ´orbita, no dia do Equin´ocio Vernal,
que muda. Se todas as constela¸c˜oes zodiacais tivessem o mesmo tamanho, e
fossem em n´umero de 12, a dura¸c˜ao de uma era seria de (26000 anos)/12, ou
aproximadamente 2200 anos. No entanto, as constela¸c˜oes n˜ao tˆem o mesmo
tamanho, e as constela¸c˜oes zodiacais atualmente s˜ao 13. A ´area de uma
constela¸c˜ao ´e definida por uma borda imagin´aria que a separa, no c´eu, das
outras constela¸c˜oes. Em 1929, a Uni˜ao Astronˆomica Internacional definiu as
bordas das 88 constela¸c˜oes oficiais, publicadas em 1930 em um trabalho in-
titulado Delimitation Scientifique des Constellations. A borda estabelecida
entre Peixes e Aqu´ario coloca o in´ıcio da era de Aqu´ario em 2600 d.C.
40

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  • 1. Cap´ıtulo 6 Medida do tempo A medida do tempo se baseia no movimento de rota¸c˜ao da Terra, que provoca a rota¸c˜ao aparente da esfera celeste. Dependendo do objeto que tomamos como referˆencia para medir a rota¸c˜ao da Terra, temos o tempo solar (toma como referˆencia o Sol), e o tempo sideral (toma como referˆencia o ponto Vernal). 6.1 Tempo sideral O tempo sideral ´e baseado no movimento aparente do ponto Vernal. Hora sideral: ´e o ˆangulo hor´ario do ponto Vernal. Como vimos no cap´ıtulo anterior, a hora sideral pode ser medida a partir de qualquer estrela. Dia sideral: ´e o intervalo de tempo decorrido entre duas passagens sucessi- vas do ponto Vernal pelo meridiano do lugar. 6.2 Tempo solar O tempo solar ´e baseado no movimento aparente do Sol. Hora solar: ´e o ˆangulo hor´ario do Sol. Dia solar: ´e o intervalo de tempo decorrido entre duas passagens sucessivas do Sol pelo meridiano do lugar. O dia solar ´e 3m56s mais longo do que o dia sideral. Essa diferen¸ca ´e devida ao movimento de transla¸c˜ao da Terra em torno do Sol, de aproximadamente 1◦(∼ 4m) por dia. 33
  • 2. =o 1 1 o distante Para estrela Como o Sol n˜ao ´e um ponto, mas um disco, o ˆangulo hor´ario do Sol se refere ao centro do Sol. E como o Sol n˜ao tem um movimento uniforme, ao longo do ano, fica dif´ıcil medir o tempo usando exatamente o Sol como padr˜ao. Da´ı surgiu a defini¸c˜ao de um sol “m´edio”, que define um tempo solar m´edio. Os diferentes tipos de tempos solares (ou horas solares), est˜ao definidas a seguir. Tempo solar verdadeiro: ´e o ˆangulo hor´ario do centro do Sol. Tempo solar m´edio: ´e o ˆangulo hor´ario do centro do sol m´edio. O sol m´edio ´e um sol fict´ıcio, que se move ao longo do Equador celeste (ao passo que o sol verdadeiro se move ao longo da ecl´ıptica), com velocidade angular constante, de modo que os dias solares m´edios s˜ao iguais entre si (ao passo que os dias solares verdadeiros n˜ao s˜ao iguais entre si porque o movimento do Sol na ecl´ıptica n˜ao tem velocidade angular constante). Mas o movimento do Sol na ecl´ıptica ´e anualmente peri´odico, assim o ano solar m´edio ´e igual ao ano solar verdadeiro. Tempo civil (Tc): usa como origem do dia o instante em que o sol m´edio passa pelo meridiano inferior do lugar. A raz˜ao do tempo civil ´e n˜ao mudar a data durante as horas de maior atividade da humanidade nos ramos financeiros, comerciais e industriais, o que acarretaria in´umeros problemas de ordem pr´atica. Tempo universal (TU): ´e o tempo civil de Greenwich. 34
  • 3. 6.2.1 Fusos hor´arios De acordo com a defini¸c˜ao de tempo civil, lugares de longitudes diferentes tˆem horas diferentes, porque tˆem meridianos diferentes. Inicialmente, cada na¸c˜ao tinha a sua hora, que era a hora do seu meridiano principal. Por exemplo, a Inglaterra tinha a hora do meridiano que passava por Greenwich, a Fran¸ca tinha a hora do meridiano que passava por Paris. Como as diferen¸cas de longitudes entre os meridianos escolhidos n˜ao eram horas e minutos exatos, as mudan¸cas de horas de um pa´ıs para outro implicavam c´alculos incˆomodos, o que n˜ao era pr´atico. Para evitar isso, adotou-se o convˆenio internacional dos fusos hor´arios. Cada fuso compreende 15◦ (= 1 h). Fuso zero ´e aquele cujo meridiano central passa por Greenwich. Os fusos variam de 0h a +12h para leste de Greenwich e de 0h a -12h para oeste de Greenwich. Todos os lugares de um determinado fuso tˆem a hora do meridiano central do fuso. Hora legal: ´e a hora civil do meridiano central do fuso. Fusos no Brasil: o Brasil abrange trˆes fusos (Lei 11 662 de 24.04.2008): • -2h: arquip´elago de Fernando de Noronha • -3h: estados do litoral, Minas, Goi´as, Tocantins e Par´a • -4h: Amazonas, Mato Grosso do Norte, Mato Grosso do Sul e Acre. 6.2.2 Equa¸c˜ao do tempo A equa¸c˜ao do tempo ´e definida como o ˆangulo hor´ario do Sol, menos o ˆangulo hor´ario do sol m´edio. Ela pode ser expressa como: E = ( − α ) − ( − ¯ ), onde ´e a longitude ecl´ıptica do Sol e ¯ a longitude do sol m´edio. Essa equa¸c˜ao divide o problema em dois termos, o primeiro chamado de redu¸c˜ao ao equador, leva em conta que o Sol real se move na ecl´ıptica enquanto o sol m´edio, fict´ıcio, se move no equador, e o segundo de equa¸c˜ao do centro, que leva em conta a elipticidade da ´orbita. A equa¸c˜ao do tempo pode ser expressa em uma s´erie, envolvendo somente a longitude do sol m´edio: 35
  • 4. E = −103.s 9 sen ¯ − 429.s 6 cos ¯ + 596.s 3 sen2 ¯ − 2.s 0 cos 2 ¯ + + 4.s 3 sen3 ¯ + 19.s 3 cos 3 ¯ − 12.s 7 cos 4 ¯ . . . A quantidade tabulada no Astronomical Ephemeris n˜ao ´e diretamente E, mas a efem´eride do Sol no trˆansito. Essa efem´eride ´e o instante da passagem do Sol pelo meridiano da efem´eride, e ´e 12 h menos a equa¸c˜ao do tempo naquele instante. 6.3 Calend´ario Desde a Antiguidade foram encontradas dificuldades para a cria¸c˜ao de um calend´ario, pois o ano (dura¸c˜ao da revolu¸c˜ao aparente do Sol em torno da Terra) n˜ao ´e um m´ultiplo exato da dura¸c˜ao do dia ou da dura¸c˜ao do mˆes. ´E importante distinguir dois tipos de anos: Ano sideral: ´e o per´ıodo de revolu¸c˜ao da Terra em torno do Sol com rela¸c˜ao `as estrelas. Seu comprimento ´e de 365,2564 dias solares m´edios, ou 365d 6h 9m 10s. Ano tropical: ´e o per´ıodo de revolu¸c˜ao da Terra em torno do Sol com rela¸c˜ao ao Equin´ocio Vernal, isto ´e, com rela¸c˜ao ao in´ıcio da esta¸c˜oes. Seu comprimento ´e 365,2422 dias solares m´edios, ou 365d 5h 48m 46s. Devido ao movimento de precess˜ao da Terra, o ano tropical ´e levemente menor do que o ano sideral. O calend´ario se baseia no ano tropical. Os eg´ıpcios, cujos trabalhos no calend´ario remontam a quatro milˆenios antes de Cristo, utilizaram inicialmente um ano de 360 dias come¸cando com a enchente anual do Nilo. Mais tarde, quando o desvio na posi¸c˜ao do Sol se tornou not´avel, cinco dias foram adicionados. Mas ainda havia um lento deslocamento que somava um dia a cada quatro anos. Ent˜ao os eg´ıpcios deduziram que a dura¸c˜ao do ano era de 365,25 dias. Nosso calend´ario atual est´a baseado no antigo calend´ario romano, que era lunar. Como o per´ıodo sin´odico da Lua ´e de 29,5 dias, um mˆes tinha 29 dias e o outro 30 dias, o que totalizava 354 dias. Ent˜ao, a cada trˆes anos era introduzido um mˆes a mais para completar os aproximadamente trˆes anos solares. A maneira de introduzir o 13◦ mˆes se tornou muito ir- regular, de forma que no ano 46 a.C., J´ulio C´esar (102-44 a.C.), orientado pelo astrˆonomo alexandrino Sos´ıgenes, reformou o calend´ario, introduzindo 36
  • 5. o calend´ario juliano, no qual a cada trˆes anos de 365 dias seguia outro de 366 dias (ano bissexto). Assim, o ano juliano tem em m´edia 365,25 dias. O ano juliano vigorou por 1600 anos. Em 325 d.C., o conc´ılio de Nic´eia fixou a data da P´ascoa como sendo o primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre em ou ap´os o Equin´ocio Vernal, fixado em 21 de mar¸co. Em 1582, durante o papado de Greg´orio XIII (1571-1630), o Equin´ocio Vernal j´a estava ocorrendo em 11 de mar¸co, antecipando muito a data da P´ascoa. Da´ı, foi deduzido que o ano era mais curto do que 365,25 dias (hoje sabemos que tem 365,242199 dias). Essa diferen¸ca atingia um dia a cada 128 anos, sendo que nesse ano j´a completava dez dias. O papa, ent˜ao, introduziu nova reforma no calend´ario, sob orienta¸c˜ao do astrˆonomo jesu´ıta alem˜ao Christophorus Clavius (Cristoph Klau 1538-1612), e Alyosius Lilius (Luigi Lilio 1510-1576), para regular a data da P´ascoa, instituindo o calend´ario gregoriano. As reformas feitas foram: 1. tirou 10 dias do ano de 1582, para recolocar o Equin´ocio Vernal em 21 de mar¸co. Assim, o dia seguinte a 4/10/1582 passou a ter a data de 15/10/1582; 2. introduziu a regra de que anos m´ultiplos de 100 n˜ao s˜ao bissextos, a menos que sejam tamb´em m´ultiplos de 400; O ano do calend´ario gregoriano tem 365,2425 dias solares m´edios, ao passo que o ano tropical tem aproximadamente 365,2422 dias solares m´edios. A diferen¸ca de 0,0003 dias corresponde a 26 segundos (1 dia a cada 3300 anos). Assim: 1 ano tropical = 365, 2422 = 365 + 1/4 − 1/100 + 1/400 − 1/3300 ou 365, 2422 = 365 + 0, 25 − 0, 01 + 0, 0025 − 0, 0003 = 365, 2425 − 0, 0003. A data da P´ascoa A p´ascoa judaica (Pesach), que ocorre 163 dias antes do in´ıcio do ano judaico, foi institu´ıda na epoca de Mois´es, uma festa comemorativa feita a Deus em agradecimento `a liberta¸c˜ao do povo de Israel escravizado por Farao, Rei do Egito. Esta data n˜ao ´e a mesma da P´ascoa Juliana e Gregoriana. 37
  • 6. O dia da P´ascoa crist˜a, que marca a ressurrei¸c˜ao de Cristo, de acordo com o decreto papal de 1582, seguindo o conc´ılio de Nic´eia de 325 d.C., ´e o primeiro domingo depois da lua cheia que ocorre no dia – ou depois de – 21 mar¸co. Entretanto, a data da lua cheia n˜ao ´e a real, mas a definida nas Tabelas Eclesi´asticas. A Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da P´ascoa, e, portanto, a Ter¸ca-Feira de carnaval ocorre 47 dias antes da P´ascoa. Data da P´ascoa durante a d´ecada de 2010: • 4 de abril de 2010 • 24 de abril de 2011 • 8 de abril de 2012 • 31 de mar¸co de 2013 • 20 de abril de 2014 • 5 de abril de 2015 • 27 de mar¸co de 2016 • 16 de abril de 2017 • 1o de abril de 2018 • 21 de abril de 2019 • 12 de abril de 2020 Para calcular a data da P´ascoa para qualquer ano no calend´ario Gre- goriano (o calend´ario civil no Brasil), usa-se a seguinte f´ormula, com todas as vari´aveis inteiras, com os res´ıduos das divis˜oes ignorados. Usa-se a para ano, m para mˆes, e d para dia. c = a/100 n = a − 19 × (a/19) k = (c − 17)/25 i = c − c/4 − (c − k)/3 + 19 × n + 15 i = i − 30 × (i/30) 38
  • 7. i = i − (i/28) × (1 − (i/28) × (29/(i + 1)) × ((21 − n)/11)) j = a + a/4 + i + 2 − c + c/4 j = j − 7 × (j/7) l = i − j m = 3 + (l + 40)/44 d = l + 28 − 31 × (m/4) Esse algoritmo ´e de J.-M.Oudin (1940) e impresso no Explanatory Sup- plement to the Astronomical Almanac, ed. P.K. Seidelmann (1992). Ano bissexto - origem da palavra No antigo calend´ario romano, o primeiro dia do mˆes se chamava calendas, e cada dia do mˆes anterior se contava retroativamente. Em 46 a.C., J´ulio C´esar mandou que o sexto dia antes das calendas de mar¸co deveria ser repetido uma vez em cada quatro anos, e era chamado ante diem bis sextum Kalendas Martias ou simplesmente bissextum. Da´ı o nome bissexto. S´eculo XXI O s´eculo XXI (terceiro milˆenio) come¸cou no dia 01/01/2001, porque n˜ao houve ano zero, e, portanto, o s´eculo I come¸cou no ano 1. Somente em 550 d.C. os matem´aticos hindus deram uma representa¸c˜ao num´erica ao n´umero zero. Data juliana A data juliana foi proposta por Josephus Justus Scaliger (Joseph Juste Sca- liger 1540-1609) em 1583, e ´e utilizada principalmente pelos astrˆonomos como uma maneira de calcular facilmente o intervalo de tempo decorrido entre diferentes eventos astronˆomicos. Essa facilidade vem do fato de que n˜ao existem meses e anos na data juliana; ela consta apenas do n´umero de dias solares m´edios decorridos desde o in´ıcio da era juliana, em 1 de janeiro de 4713 a.C., uma segunda-feira de uma ano bissexto. O dia juliano muda sempre `as 12 h TU. 39
  • 8. Era Uma era zodiacal, como a era de Aqu´ario, na perspectiva astronˆomica, ´e definida como o per´ıodo, em anos, em que o Sol, no dia do Equin´ocio Vernal (equin´ocio de mar¸co), nasce em uma determinada constela¸c˜ao do zod´ıaco. Assim, a era de Peixes come¸cou quando o Equin´ocio Vernal passou a aconte- cer com o Sol na constela¸c˜ao de Peixes, e a era de Aqu´ario come¸car´a quando o Sol estiver na constela¸c˜ao de Aqu´ario nesse dia. A posi¸c˜ao do Sol entre as estrelas, no dia do Equin´ocio Vernal, parece mudar, com o passar dos s´eculos, devido ao movimento de precess˜ao do eixo de rota¸c˜ao da Terra. Na verdade ´e a posi¸c˜ao da Terra em sua ´orbita, no dia do Equin´ocio Vernal, que muda. Se todas as constela¸c˜oes zodiacais tivessem o mesmo tamanho, e fossem em n´umero de 12, a dura¸c˜ao de uma era seria de (26000 anos)/12, ou aproximadamente 2200 anos. No entanto, as constela¸c˜oes n˜ao tˆem o mesmo tamanho, e as constela¸c˜oes zodiacais atualmente s˜ao 13. A ´area de uma constela¸c˜ao ´e definida por uma borda imagin´aria que a separa, no c´eu, das outras constela¸c˜oes. Em 1929, a Uni˜ao Astronˆomica Internacional definiu as bordas das 88 constela¸c˜oes oficiais, publicadas em 1930 em um trabalho in- titulado Delimitation Scientifique des Constellations. A borda estabelecida entre Peixes e Aqu´ario coloca o in´ıcio da era de Aqu´ario em 2600 d.C. 40