O poema narra a história de uma mãe analfabeta e seu filho que recolhem objetos recicláveis pelas ruas para sobreviver. Um dia, o menino acha um livro velho e pede para que a mãe leia para ele, mas ela não sabe ler. Então, a mãe inventa uma história com base nas ilustrações do livro para entreter o filho, da mesma forma que sua própria mãe fazia quando ela era criança.

1. Luzia07-10-2016

2. São mãe e filho pelas ruas da cidade,
buscando algo de valor em cada porta,
como objetos recicláveis, quem se importa?
É um trabalho feito com dignidade.

4. Entre esses tantos utensílios recolhidos,
para o menino, um é mais especial:
um livro roto que guardou num embornal,
que tem palavras e desenhos coloridos.

6. - Mãe, lê pra mim... o livro velho que eu achei!
Ela o olha com ternura, esconde o pranto
e lhe sussurra, numa espécie de acalanto:
- Eu não sei ler, meu filho, eu nunca estudei.

8. - Então, mãezinha, lê sem ler, inventa a história!
...olha as figuras, é assim que eu tento ler.
Ela procura sua lágrima esconder
E busca um flash nas esquinas da memória.

10. Lembra que quando era criança, só dormia,
ouvindo os contos infantis que a mãe contava
- Como era bom ! – ela relembra – eu adorava
Voar nas asas de uma nova fantasia...

12. O filho insiste: - Conta mãe! – ela se anima
e inicia a historinha: - Era uma vez
um cavalinho que voava – o português
é imperfeito, mas a fala... se sublima.

14. E a exemplo dos que sabem declamar
sem ler o texto, essa mãe analfabeta
dá ao seu filho, os mesmos olhos de um poeta
que se completa quando o sono quer sonhar.

16. - Promovido pela Academia de Letras de
Maringá e pela União Brasileira de
Trovadores de Maringá – composto às 21
horas e cinco minutos do dia 7 de março de
2016 do Rio de Janeiro – Marechal Hermes
– poesia feita especialmente para o tema
“Mãe Leitora “ – Concurso de Versos
Livres
de Maringá – 2016
Luiz Gilberto de Barros
Luiz Poeta

17. São mãe e filho pelas ruas da cidade,
buscando algo de valor em cada porta,
como objetos recicláveis, quem se importa?
É um trabalho feito com dignidade.
Entre esses tantos utensílios recolhidos,
para o menino, um é mais especial:
um livro roto que guardou num embornal,
que tem palavras e desenhos coloridos.
- Mãe, lê pra mim... o livro velho que eu achei!
Ela o olha com ternura, esconde o pranto
e lhe sussurra, numa espécie de acalanto:
- Eu não sei ler, meu filho, eu nunca estudei.
Mãe... Lê Pra Mim!

18. - Então, mãezinha, lê sem ler, inventa a história!
...olha as figuras, é assim que eu tento ler.
Ela procura sua lágrima esconder
E busca um flash nas esquinas da memória.
Lembra que quando era criança, só dormia,
ouvindo os contos infantis que a mãe contava
- Como era bom ! – ela relembra – eu adorava
Voar nas asas de uma nova fantasia...
O filho insiste: - Conta mãe! – ela se anima
e inicia a historinha: - Era uma vez
um cavalinho que voava – o português
é imperfeito, mas a fala... se sublima.
E a exemplo dos que sabem declamar
sem ler o texto, essa mãe analfabeta
dá ao seu filho, os mesmos olhos de um poeta
que se completa quando o sono quer sonhar.

19. Formatação: Luzia Gabriele
E-mail: luziagabriele@hotmail.com
Poeta: Luiz Gilberto de Barros
Luiz Poeta
Montagens: Luzia Gabriele
Imagens: Internet e Arquivo Pessoal
Música: Ernesto Cortazar - Moonlight Sonata - Instrumental
http://www.slideshare.net/luziagabriele
https://youtu.be/rL509RlrrZA
Data : 07 de Outubro de 2016
“Não repasse texto sem autoria
Texto sem autor não possui alma”
Luiz Poeta