O documento descreve os principais tipos de lâmpadas usadas em iluminação, dividindo-as entre lâmpadas incandescentes e lâmpadas de descarga. Detalha os componentes, princípios de funcionamento e aplicações das lâmpadas incandescentes, fluorescentes, de néon, mistas e de vapor metálico.
1. LUMINOTÉCNICA
LÂMPADAS
As lâmpadas usadas em iluminação classificam-se em lâmpadas incandescentes e lâmpadas de descarga.
1 – Lâmpadas Incandescentes
Possuem um bulbo de vidro, em cujo interior existe um filamento de tungstênio, enrolado várias vezes, e que,
pela passagem da corrente elétrica, fica incandescente.
Para evitar que o filamento se oxide, realiza-se o vácuo no interior do bulbo.
Os componentes básicos das lâmpadas incandescentes são:
- Bulbo
- Gás
- Base
- Filamentos
2. Princípio de Funcionamento
A lâmpada incandescente produz luz quando o seu filamento é aquecido pela passagem da corrente elétrica,
devido ao efeito Joule: P = R x I2
Para obter o melhor rendimento da lâmpada, é necessário que a temperatura do filamento aliada à conservação
do calor gerado no bulbo seja a maior possível.
Tipos de Lâmpadas Incandescentes
• Lâmpadas para uso geralLâmpadas para uso geral
• Lâmpadas específicasLâmpadas específicas: São destinadas a locais sujeitos a vibrações e para locais onde existe grande variação
de temperatura e umidade.
• Lâmpadas decorativasLâmpadas decorativas
• Lâmpadas refletoras/defletoras ou espelhadasLâmpadas refletoras/defletoras ou espelhadas: São fontes de luz de alto rendimento, pequenas dimensões,
facho concentrado e dirigido. Permitem a obtenção de um fluxo
luminoso constante de alta intensidade e distribuição precisa.
• Lâmpadas HalógenasLâmpadas Halógenas: A lâmpada halógena é uma lâmpada incandescente na qual se substitui atmosfera no
interior do bulbo por um elemento halógeno, em geral iodo ou bromo.
Lâmpadas halógenas emitem mais radiação ultravioleta que as lâmpadas incandescentes normais, uma vez que a
sua temperatura de filamento é significativamente maior e o bulbo de quartzo não absorve a radiação nesta faixa
de comprimento de onda. Os níveis são inferiores aos presentes na luz solar, não oferecendo perigo à saúde.
No entanto, deve-se evitar a exposição prolongada das partes sensíveis do corpo à luz direta e concentrada.
As características construtivas das lâmpadas incandescentes halógenas permitem uma substancial redução no
seu tamanho (da ordem de 10 a 100 vezes) em relação às suas similares convencionais. Sua eficiência é da ordem
de 15 lm/W a 25 lm/W, para uma vida útil de 2000 horas. Seu custo ainda é significativamente maior que o
das lâmpadas incandescentes convencionais.
3. Princípio de Funcionamento
Possuem bulbo tubular de quartzo no qual são colocados aditivos de iodo ou bromo, que, através de uma reação
cíclica, reconduzem o tungstênio volatilizado de volta ao filamento, evitando escurecimento do bulbo. Em altas
temperaturas, o halogênio (bromo ou iodo) adiciona-se ao gás contido no bulbo. Por efeito de convecção,
O composto se aproxima novamente do filamento.
São lâmpadas de grande potência, mais duráveis, de melhor rendimento luminoso, menores dimensões e que
reproduzem mais fielmente as cores, sendo, todavia, mais caras. Encontram-se aplicações na iluminação de
praças de esportes, iluminação externa em geral, teatros e etc.
• Lâmpadas infravermelhasLâmpadas infravermelhas: Têm como característica fundamental emitir uma radiação que se encontra na faixa
de ondas curtas da radiação infravermelha, cujo comprimento de onda varia
de 780 a 1400 nm.
A emissão de luz, ou seja, a radiação com comprimento de onda menor do que 750nm, compreende apenas uma
pequena parte da energia total, de maneira que a lâmpada produz um pequeno fluxo de luz visível.
Essas lâmpadas possuem as seguintes características:
- Alto coeficiente de reflexão, graças ao espelho interno de alumínio
- Alto rendimento
- Pequenas dimensões
Aplicações:
- Indústrias gráficas, na secagem de tintas;
- Na criação de animais para aquecer o ambiente (estufas);
- Indústrias têxteis, na evaporação dos componentes voláteis;
- Ampla aplicação como secagem nas indústrias de couro, tabaco, etc.
- Fisioterapia;
Obs.: Nunca podem ser usadas
como fontes luminosas, uma vez
que sua radiação se encontra
na faixa de ondas caloríficas.
4. 2 – Lâmpadas de Descarga
A luz emitida por uma lâmpada de descarga é produzida pela passagem de corrente elétrica em um gás ou vapor
ionizado que, ao chocar-se com a pintura fluorescente no interior do tubo, emite luz visível.
As lâmpadas de descarga apresentam eficiências bem superiores às lâmpadas incandescentes, e oferecem muito
mais luz sem potência extra. Portanto, é possível reduzir o consumo de energia e ainda assim ter mais luz.
Produzem, em média, dez vezes mais luz do que as lâmpadas incandescente para cada watt consumido.
As lâmpadas de descarga são classificadas em função da pressão interna e podem ser de baixa e alta pressão.
Tipos de Lâmpadas de Descarga
• Fluorescente:Fluorescente: São constituídas por um tubo em cujas paredes internas é fixado um material fluorescente e onde
se efetua uma descarga elétrica, a baixa pressão, em presença de vapor de mercúrio. Produz-se então
uma radiação ultravioleta que, em presença do material fluorescente existente nas paredes, se
transforma em luz visível.
5. A instalação de uma lâmpada fluorescente é complementada com os seguintes acessórios:
• REATOR
Reatores são equipamentos auxiliares para lâmpadas de descarga. São dispositivos
limitadores de corrente com a capacidade de gerar quedas de tensão. Além disso, os reatores
são responsáveis pelo acendimento da lâmpada e seu posterior controle, fornecendo tensão e
corrente elétrica necessárias ao seu correto funcionamento.
Existem dois tipos de reatores. Os reatores eletromagnéticos, que operam através de um
circuito composto por bobina(s) de fio de cobre esmaltado, envolto por lâminas de aç o silício e
os reatores eletrô nicos, que operam através de um circuito eletrô nico de alta freqüência.
Um reator sempre deve ser selecionado a partir da lâmpada que se utilizará. A combinaç ão
correta do reator com a lâmpada garante rendimento e durabilidade para ambos. A potência do
reator e da lâmpada devem ser observadas. Apó s, seleciona-se o reator pela quantidade de
lâmpadas, pela voltagem da rede elétrica e pelo local de instalaç ão (interno, externo, etc.).
Reatores eletromagnéticos convencionais são reatores nos quais o acendimento ou partida da
lâmpada ocorre com o auxílio de um dispositivo auxiliar chamado starter. São reatores
menores, geralmente de custo mais acessível. Eles também permitem a maior durabilidade da
lâmpada, jáque os filamentos desta permanecem apagados apó s o acendimento.
Reatores eletromagnéticos de partida rápida são reatores que provocam o pré-aquecimento
dos filamentos da lâmpada e seu posterior acendimento pela aplicaç ão de amplitudes de
tensão (tensão da rede elétrica, 127V ou 220V). Isto provoca o acendimento contínuo e suave
da lâmpada, sem os pré-acendimentos do sistema convencional.
6. Reatores eletrô nicos são equipamentos operam lâmpadas através de circuitos eletrô nicos.
Estes circuitos, por operarem em alta freqüência, atribuem várias vantagens ao sistema, além
das facilidades relacionadas a um controle eletrô nico.
7. As lâmpadas fluorescentes são fabricadas em diversos formatos:
- Linear : Aplicação das lâmpadas fluorescentes lineares: Bibliotecas, indústrias, hospitais, lojas, escolas, oficinas, etc.
- Compacta : Trabalham dentro do mesmo princípio das fluorescentes tubulares, mas diferem principalmente porque
deixam de ter duas extremidades e usam uma única base. São fluorescentes de eficiência elevada e de luz
com excelente característica de cor, isto é, muito econômicas. Oferecem uma redução da ordem de 70 a 80%
no consumo de energia.
Aplicações: Cozinhas, áreas de serviço, garagens, bares, restaurantes, hoteis, etc.
São lâmpadas fluorescentes com o tubo em "U", simples, duplo ou triplo (estes últimos de maior potência) ou ainda na
forma circular, com o reator já incorporado à rosca, com o mesmo formato da rosca das incandescentes comuns. Embora
custe mais do que uma incandescente comum, dura cerca de dez vezes mais (10.000 h) e, para produzir o mesmo fluxo
luminoso, consome somente 20% da incandescente
8. - Coloridas : Aplicações específicas: Feiras, exposições, show-room, vitrines, boates, etc.
- Luz Negra : Aplicações: Laboratórios, fundições, armadilhas para insetos, Outdoors, etc.
• Lâmpada de Néon:Lâmpada de Néon: Um dos gases raros existentes no ar atmosférico, o néon brilha com grande luminosidade
quando excitado pela corrente elétrica. Tubos que contêm gás néon podem ser feitos sob as
mais diversas formas e os mais variados tamanhos. Podem ser obtidas diferentes cores.
As lâmpadas e tubos de néon são muito usadas em letreiros e desenhos para anúncios e decoração.
Para fazer funcionar um tubo de néon, é necessário transformadores que elevam a tensão de entrada para uma tensão
De saída de 2000V a 15000V.
• Lâmpada Mista:Lâmpada Mista: Reúne em uma só lâmpada as vantagens da lâmpada incandescente, da fluorescente e da de vapor
de mercúrio.
Assim:
- A luz do filamento emite luz incandescente;
- A luz do tubo de descarga a vapor mercúrio emite intensa luz azulada;
- A radiação invisível (ultravioleta), em contato com a camada fluorescente do tubo, transforma-se em luz avermelhada;
- Não necessita de reator e ignitor, são ligadas diretamente à rede elétrica, tem maior eficiência e vida média 8 vezes
maior que as incandescentes;
Como resultado, consegue-se uma luz semelhante à luz do dia. O fluxo luminoso é de 20 a 35% maior do que o da
Lâmpada incandescente, e a duração, cerca de 6 vezes maior.
Aplicações: Vias públicas, jardins, praças, estacionamentos, etc.
9.
10. • Lâmpada de Descarga a Vapor de Mercúrio:Lâmpada de Descarga a Vapor de Mercúrio: Consta de um tubo de quartzo ou vidro duro, contendo uma pequena
quantidade de mercúrio e cheio de gás argônio, com quatro eletrodos,
dois principais e dois auxiliares, colocados nas extremidades do tubo.
Os dois eletrodos auxiliares e o gás argônio estabelecem um arco de
ignição preliminar que vaporiza o mercúrio. Forma-se, em seguida,
o arco luminoso definitivo entre os dois eletrodos principais.
O bulbo é revestido internamente com uma camada fluorescente de fosfato de ítrio, o que transforma a radiação
ultravioleta em luz avermelhada, que melhora a reprodução das cores e distribui uniformemente a luz do tubo por
toda a superfície do bulbo, evitando ofuscamento a visão.
Após a ligação, a lâmpada leva cerca de três minutos para atingir a totalidade do fluxo luminoso nominal. Depois
de apagada, a lâmpada acenderá somente após três minutos de resfriamento.
A instalação requer reator e ignitor para aumentar a tensão de ignição e um capacitor de compensação, a fim de
melhorar o fator de potência da instalação.
Possuem um fluxo luminoso grande e uma vida útil longa, o que as torna muito econômicas.
11. • Lâmpada a Vapor de Sódio :Lâmpada a Vapor de Sódio : Possuem um tubo de descarga de óxido de alumínio sintetizado, encapsulado por um
bulbo tubular ou ovóide recoberto por uma camada de pó difusor. A descarga em alta
pressão de sódio possibilita a obtenção de uma alta eficiência luminosa.
Produzem uma luz monocromática amarelada, sem ofuscamento, com baixo índice de reprodução de cor, porém elevada
eficácia e vida útil longa e são apresentadas como a melhor solução para iluminação de locais sujeitos à formação de névoa
ou bruma e onde é necessária grande percepção visual. São, por isso, usadas em estradas, pontes, viadutos, cais, túneis
longos, pátios ferroviários, aeroportos e indústrias pesadas.
Essa lâmpada possui longa vida, baixa depreciação do fluxo luminoso e
operação estável.
Necessitam de reatores para estabilização da lâmpada e ignitores para
ignição da lâmpada.
Após serem desligadas, necessitam de 3 a 7 minutos para reignição,
intervalo necessário para resfriamento da lâmpada.
12. • Lâmpadas de Multivapores Metálicos :Lâmpadas de Multivapores Metálicos : Possuem uma distribuição espectral especialmente projetada para obtenção
de um excelente sinal que torna contínuo o espectro da descarga de alta pressão.
Consegue-se assim uma excelente reprodução de cores e que corresponde à luz
do dia. As lâmpadas, neste caso, poderão ter ou não material fluorescente no
bulbo.
O tubo de descarga contém vapor de mercúrio, um gás para ignição (argônio) e haletos metálicos.
São especialmente indicadas quando se requer ótima qualidade na reprodução de cores, como, por exemplo, em estádios,
pistas de corridas, ginásios, museus, etc.
Requerem ignitor de partida, reator e, eventualmente, capacitor para melhorar o fator de potência.