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A LINGUAGEM E
A PERCEPÇÃO
DO MUNDO
PROFESSOR: HENRIQUE
TEMA
EXISTE UMA LINGUAGEM UNIVERSAL? SERÁ QUE A LÍNGUA QUE UTILIZAMOS PARA
NOS COMUNICAR TAMBÉM MOLDA NOSSA VISÃO DE MUNDO?
A LINGUAGEM
 A busca para se chegar à verdade e para compreender como o conhecimento é constituído
determinou grandes transformações na Filosofia e na Ciência. Em linhas gerais, na
Antiguidade, utilizavam-se a metafísica e a análise das diferenças entre aparência e
realidade; já a Era Moderna foi marcada pela Revolução Copernicana; no século XX, o
pensamento filosófico passou por uma nova virada, em que a busca pela verdade ganhou
uma abordagem fundamentada na análise lógica da linguagem.
EM BUSCA DA LINGUAGEM
 Na virada do século XIX para o XX, antropólogos e linguistas da Europa e dos Estados
Unidos tiveram contato com culturas que se caracterizavam por formas de organização social
e de uso da linguagem diferentes se comparadas ao padrão considerado universal pela
tradição europeia. Ao mesmo tempo, o paradigma da física newtoniana começou a ser
desafiado pela Física e Astronomia, cujos estudos seguiam uma escala além da visão a olho
nu (tanto macro quanto microscopicamente). Nesse cenário, os antigos modelos de
explicação sobre a organização do universo e dos homens tornaram-se descredibilizados, e
as verdades conhecidas pelas ciências precisaram ser revistas. Foi considerando esse
contexto que as filosofias europeia e norte-americana voltaram-se para a questão da
linguagem.
ARTE E LINGUAGEM
 A pintura de René Magritte (1898-1967), intitulada A traição das imagens, traz um aspecto
chave para compreender como a linguagem opera entre os humanos. Na imagem, tem-se a
representação de um cachimbo seguida da frase "Isto não é um cachimbo". A relação entre
imagem e texto, que de início parece apresentar um paradoxo, busca revelar que nem a
palavra "cachimbo", nem a pintura que retrata esse objeto são, de fato, o cachimbo real.
O REALISMO
 É comum pensar que um objeto, uma emoção ou um fenômeno exista independentemente
do nome que lhe é conferido e que os nomes são apenas representações da realidade —
essa modalidade de pensamento é conhecida como realismo. A palavra família, por
exemplo, designaria uma coisa que existe na realidade concreta, para além da palavra; no
entanto, ao analisar as famílias reais, notam-se configurações familiares muito diferentes
umas das outras. Uma família do século passado não tinha a mesma configuração que tem
uma família contemporânea, assim como uma família brasileira não é a mesma que uma
portuguesa.
CONCEITO
 Realismo científico é a suposição de que a ciência descreve o mundo de maneira exata e
verdadeira.
A PALAVRA UNIVERSAL
 Seria possível encontrar uma linguagem que expressasse de maneira unívoca a relação
entre a coisa e a palavra? Quanto tempo e energia não seriam poupados se as pessoas não
precisassem mais explicar o que querem dizer com tal palavra ou tal outro termo, e todos
imediatamente reconhecessem um único objeto correspondente ao nome que lhe haviam
dado?
A MATEMÁTICA
 Considerando as questões da linguagem humana e seu potencial criador da realidade,
inaugura-se na Filosofia um campo novo, a filosofia da linguagem. Nesse campo, também
conhecido como filosofia analítica, a lógica desempenha um papel essencial: ela serve de
modelo e referência para a busca de uma linguagem universal e unívoca. A lógica é a
linguagem da matemática, é a organização que estrutura o raciocínio matemático e, graças a
ela, uma operação matemática pode ser reconhecida por qualquer pessoa no planeta, não
importando a língua que a pessoa use para se comunicar. Assim, um símbolo matemático é
compreendido sempre da mesma forma e seu respectivo sentido não produz mal-entendidos
entre os cientistas.
A NOVA LINGUAGEM
 Os filósofos analíticos Friedrich Ludwig Gottlob Frege (1848-1925) e Bertrand Arthur William
Russell (1872-1970) estão entre os primeiros a buscarem uma linguagem rigorosa e formal
(como a lógica) com o objetivo de sustentar a produção de conhecimento em uma base
verificável que pudesse, de uma vez por todas, superar a metafísica. Para esses filósofos da
linguagem, os equívocos na comunicação mais trivial não produzem efeitos tão perigosos,
mas, na Filosofia e na Ciência, o uso de uma linguagem pouco precisa gerou debates que
perduraram por séculos sobre problemas mal colocados.
IDEOGRAFIA
 Com o projeto de estabelecer uma linguagem que evitasse equívocos nos campos filosófico
e científico, Frege propõe um sistema simbólico que ele chama de ideografia, em que um
símbolo se refere a um único conceito específico, inspirado na lógica simbólica.
 Conceito chave
A lógica simbólica ou formal é a parte da lógica que se dedica ao estudo da estrutura formal (ou
seja, da forma) do raciocínio. Segundo essa perspectiva, cada conceito tem um símbolo
unívoco correspondente e, por meio de uma estrutura de raciocínio, podem-se obter enunciados
formalmente válidos.
WITTGENSTEIN
 Movido por uma perspectiva muito similar, o filósofo vienense Ludwig Joseph Johann
Wittgenstein (1889-1951) desenvolveu a teoria dos jogos de linguagem com o objetivo de
criar uma linguagem que fosse tão precisa quanto um mapa pode ser em relação ao território
que representa. No vídeo, vê-se como a noção dos jogos de linguagem inclui a proposta de
se considerar o uso das palavras em diferentes contextos para se atribuir a ela o sentido
correto.
 https://www.youtube.com/watch?v=pQ33gAyhg2c
A LINGUAGEM DA REALIDADE
 Wittgenstein buscava uma linguagem precisa para representar a realidade. Para isso, foi
preciso distinguir os conceitos que existiam na realidade daqueles criados apenas pela
linguagem. Por exemplo, do ponto de vista linguístico, é possível dizer "círculo quadrado",
mas essa menção não representa nada do mundo real, pois na realidade não existem
círculos quadrados.
 Do mesmo modo, as afirmações metafísicas — que de um lado supõem que a realidade das
coisas é diferente da percepção que temos delas, mas que por outro afirma a existência de
coisas sobre as quais não podemos verificar a verdade ou falsidade da afirmação — poluem
o campo do conhecimento e geram debates infrutíferos.
Sobre o que não se pode falar, sobre isso deve-se calar

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Linguagem - Aula - as idhskdjaslkjdasljdçlsaj d

  • 1. A LINGUAGEM E A PERCEPÇÃO DO MUNDO PROFESSOR: HENRIQUE
  • 2. TEMA EXISTE UMA LINGUAGEM UNIVERSAL? SERÁ QUE A LÍNGUA QUE UTILIZAMOS PARA NOS COMUNICAR TAMBÉM MOLDA NOSSA VISÃO DE MUNDO?
  • 3. A LINGUAGEM  A busca para se chegar à verdade e para compreender como o conhecimento é constituído determinou grandes transformações na Filosofia e na Ciência. Em linhas gerais, na Antiguidade, utilizavam-se a metafísica e a análise das diferenças entre aparência e realidade; já a Era Moderna foi marcada pela Revolução Copernicana; no século XX, o pensamento filosófico passou por uma nova virada, em que a busca pela verdade ganhou uma abordagem fundamentada na análise lógica da linguagem.
  • 4. EM BUSCA DA LINGUAGEM  Na virada do século XIX para o XX, antropólogos e linguistas da Europa e dos Estados Unidos tiveram contato com culturas que se caracterizavam por formas de organização social e de uso da linguagem diferentes se comparadas ao padrão considerado universal pela tradição europeia. Ao mesmo tempo, o paradigma da física newtoniana começou a ser desafiado pela Física e Astronomia, cujos estudos seguiam uma escala além da visão a olho nu (tanto macro quanto microscopicamente). Nesse cenário, os antigos modelos de explicação sobre a organização do universo e dos homens tornaram-se descredibilizados, e as verdades conhecidas pelas ciências precisaram ser revistas. Foi considerando esse contexto que as filosofias europeia e norte-americana voltaram-se para a questão da linguagem.
  • 5. ARTE E LINGUAGEM  A pintura de René Magritte (1898-1967), intitulada A traição das imagens, traz um aspecto chave para compreender como a linguagem opera entre os humanos. Na imagem, tem-se a representação de um cachimbo seguida da frase "Isto não é um cachimbo". A relação entre imagem e texto, que de início parece apresentar um paradoxo, busca revelar que nem a palavra "cachimbo", nem a pintura que retrata esse objeto são, de fato, o cachimbo real.
  • 6.
  • 7. O REALISMO  É comum pensar que um objeto, uma emoção ou um fenômeno exista independentemente do nome que lhe é conferido e que os nomes são apenas representações da realidade — essa modalidade de pensamento é conhecida como realismo. A palavra família, por exemplo, designaria uma coisa que existe na realidade concreta, para além da palavra; no entanto, ao analisar as famílias reais, notam-se configurações familiares muito diferentes umas das outras. Uma família do século passado não tinha a mesma configuração que tem uma família contemporânea, assim como uma família brasileira não é a mesma que uma portuguesa.
  • 8. CONCEITO  Realismo científico é a suposição de que a ciência descreve o mundo de maneira exata e verdadeira.
  • 9. A PALAVRA UNIVERSAL  Seria possível encontrar uma linguagem que expressasse de maneira unívoca a relação entre a coisa e a palavra? Quanto tempo e energia não seriam poupados se as pessoas não precisassem mais explicar o que querem dizer com tal palavra ou tal outro termo, e todos imediatamente reconhecessem um único objeto correspondente ao nome que lhe haviam dado?
  • 10. A MATEMÁTICA  Considerando as questões da linguagem humana e seu potencial criador da realidade, inaugura-se na Filosofia um campo novo, a filosofia da linguagem. Nesse campo, também conhecido como filosofia analítica, a lógica desempenha um papel essencial: ela serve de modelo e referência para a busca de uma linguagem universal e unívoca. A lógica é a linguagem da matemática, é a organização que estrutura o raciocínio matemático e, graças a ela, uma operação matemática pode ser reconhecida por qualquer pessoa no planeta, não importando a língua que a pessoa use para se comunicar. Assim, um símbolo matemático é compreendido sempre da mesma forma e seu respectivo sentido não produz mal-entendidos entre os cientistas.
  • 11. A NOVA LINGUAGEM  Os filósofos analíticos Friedrich Ludwig Gottlob Frege (1848-1925) e Bertrand Arthur William Russell (1872-1970) estão entre os primeiros a buscarem uma linguagem rigorosa e formal (como a lógica) com o objetivo de sustentar a produção de conhecimento em uma base verificável que pudesse, de uma vez por todas, superar a metafísica. Para esses filósofos da linguagem, os equívocos na comunicação mais trivial não produzem efeitos tão perigosos, mas, na Filosofia e na Ciência, o uso de uma linguagem pouco precisa gerou debates que perduraram por séculos sobre problemas mal colocados.
  • 12. IDEOGRAFIA  Com o projeto de estabelecer uma linguagem que evitasse equívocos nos campos filosófico e científico, Frege propõe um sistema simbólico que ele chama de ideografia, em que um símbolo se refere a um único conceito específico, inspirado na lógica simbólica.  Conceito chave A lógica simbólica ou formal é a parte da lógica que se dedica ao estudo da estrutura formal (ou seja, da forma) do raciocínio. Segundo essa perspectiva, cada conceito tem um símbolo unívoco correspondente e, por meio de uma estrutura de raciocínio, podem-se obter enunciados formalmente válidos.
  • 13. WITTGENSTEIN  Movido por uma perspectiva muito similar, o filósofo vienense Ludwig Joseph Johann Wittgenstein (1889-1951) desenvolveu a teoria dos jogos de linguagem com o objetivo de criar uma linguagem que fosse tão precisa quanto um mapa pode ser em relação ao território que representa. No vídeo, vê-se como a noção dos jogos de linguagem inclui a proposta de se considerar o uso das palavras em diferentes contextos para se atribuir a ela o sentido correto.  https://www.youtube.com/watch?v=pQ33gAyhg2c
  • 14. A LINGUAGEM DA REALIDADE  Wittgenstein buscava uma linguagem precisa para representar a realidade. Para isso, foi preciso distinguir os conceitos que existiam na realidade daqueles criados apenas pela linguagem. Por exemplo, do ponto de vista linguístico, é possível dizer "círculo quadrado", mas essa menção não representa nada do mundo real, pois na realidade não existem círculos quadrados.  Do mesmo modo, as afirmações metafísicas — que de um lado supõem que a realidade das coisas é diferente da percepção que temos delas, mas que por outro afirma a existência de coisas sobre as quais não podemos verificar a verdade ou falsidade da afirmação — poluem o campo do conhecimento e geram debates infrutíferos. Sobre o que não se pode falar, sobre isso deve-se calar