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Análise Econômica e Mercado
Fundamentos e Conceitos Econômicos
Docente: Humberto Fioravante Ferro
Curso: Tecnólogo em Gestão Comercial
06/03/2022 17:45
Conteúdo
• Conceitos básicos relacionados à economia e à atividade
econômica;
• Breve perspectiva histórica da evolução do pensamento
econômico;
• Algumas escolas de pensamento econômico;
• Microeconomia e macro economia;
• Necessidades humanas e fatores de produção;
• Bens, serviços, sistemas e problemas econômicos.
Objetivos de Aprendizagem
• Discutir os conceitos básicos de economia e o
funcionamento da atividade econômica;
• Compreender o que é atividade econômica e fatores de
produção;
• Distinguir as principais escolas de pensamento
econômico entre si;
• Compreender como a economia se relacionada à
interação de escolhas individuais.
Prólogo
A Parábola da Janela Quebrada
Um moleque arremessa um tijolo na vidraça da janela da padaria de uma
pequena aldeia. Atônita, uma multidão se junta para observar o estrago e o
padeiro fica inconsolável ao constatar o buraco na janela e o vidro
estilhaçado sobre o pão e as tortas. No entanto, após alguns instantes de
reflexão filosófica, alguns ponderam que o episódio tem um lado positivo visto
que, graças ao incidente, algum vidraceiro arrumará serviço. Com o tempo,
todos se convencem do benefício do vandalismo: “Quanto custa uma nova
janela de vidro? US$ 50? Ora, se as janelas nunca fossem quebradas, o que
seria do vidraceiro? Com o incidente, o vidraceiro vai poder embolsar esse
dinheiro e isso é só o começo: ele terá US$ 50 a mais para gastar no
comércio e, portanto, os comerciantes terão US$ 50 a mais para gastar com
outros comerciantes, ad infinitum. Ao fim e ao cabo, a janela arruinada fará
com que mais empregos sejam gerados e o dinheiro flua em círculos cada vez
maiores. Então, longe de ser um biltre, o moleque é um benfeitor público!”
Os demagogos e os maus economistas
estão contando apenas meias-verdades
Henry Hazlitt
Considerações Iniciais
Economia nas Empresas
• Para estar apto a tomar decisões nas empresas que administra, o
gestor precisa conhecer algo da lógica econômica;
• Tomar decisões gerenciais sábias envolve necessariamente uma
compreensão da economia, sua conjuntura e perspectivas futuras.
Por que Estudar Economia?
O estudo da economia possibilita entender os problemas econômicos e, por
extensão, formular propostas para mitigá-los ou eliminá-los e, com isso,
satisfazer as necessidades humanas e promover o bem-estar dos indivíduos.
Não há que se falar de excelência em gestão se o gestor não
compreender o significado da economia para o mercado!
Economia nas Empresas
• Para estar apto a tomar decisões nas empresas que administra, o
gestor precisa conhecer algo da lógica econômica;
• Tomar decisões gerenciais sábias envolve necessariamente uma
compreensão da economia, sua conjuntura e perspectivas futuras.
Não há que se falar de excelência em gestão se o gestor não
compreender o significado da economia para o mercado!
Considerações Iniciais
Por que Estudar Economia?
O estudo da economia possibilita entender os problemas econômicos e, por
extensão, formular propostas para mitigá-los ou eliminá-los e, com isso,
satisfazer as necessidades humanas e promover o bem-estar dos indivíduos.
A necessidade de se fazer escolhas em condições de
escassez conduz a problemas econômicos como as falhas
de mercado, custo de oportunidade, alocação ineficiente
de recursos, desemprego e inflação. Saber como
administrá-los é a maior razão de ser da economia.
Reflexão:
O Que a Sua Empresa tem a Ver com a Economia?
A economia brasileira deve apresentar queda de 7,4% neste ano, segundo previsão da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Essa retração pode ser ainda maior, se houver
uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus (covid-19), chegando a 9,1% de queda do
Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).
Segundo relatório publicado hoje (10) pela OCDE, a economia brasileira estava finalmente se
recuperando de uma longa recessão quando veio o surto da covid-19. E agora, a previsão é que a
economia sofra uma recessão ainda mais profunda, diz a organização.
Para a OCDE, a recuperação da economia será lenta e parcial, e alguns empregos e empresas serão
perdidos. “O desemprego vai bater recorde histórico antes de recuar gradualmente”, avalia.
Para 2021, a previsão é de crescimento de 2,4% do PIB, no cenário com duplo surto da covid-19. No
cenário com apenas uma onda de contaminação, a previsão de expansão para o próximo ano é 4,2%.
Mundo
A previsão da OCDE para a queda da economia mundial é de 6% neste ano, em caso de controle do
surto da covid-19, com crescimento de 5,2%, em 2021. Se houver uma segunda onda de contaminação,
a projeção de queda é 7,6%, em 2020, e expansão de 2,8% em 2021.
Fonte: Agência Brasil
Segunda onda da covid-19 pode
levar PIB do Brasil a cair 9,1%
Junho de 2020
Economia – O que é? (1)
1. Economia é a ciência social que estuda como as pessoas interagem com coisas de
valor; em particular, a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. A
economia enfoca o comportamento e as interações dos agentes econômicos e como
os mercados funcionam – Wikipedia;
2. A economia, entre outras coisas, pode ser definida como o estudo da escassez, de
como as pessoas usam recursos, respondem a certos incentivos ou tomam decisões.
Frequentemente, envolve o estudo de tópicos como riqueza e finanças, mas nem
tudo na economia é sobre dinheiro. A economia é uma disciplina ampla que nos
ajuda a compreender tendências históricas, interpretar as manchetes de hoje e a
fazer previsões sobre os próximos anos – American Economic Association;
3. A economia é uma ciência social que se preocupa com a produção, distribuição e
consumo de bens e serviços. Ele estuda como indivíduos, empresas, governos e
nações decidem alocar recursos. A economia se concentra nas ações dos seres
humanos, com base nas premissas de que os humanos agem com comportamento
racional, buscando o nível mais ideal de benefício ou utilidade – Investopedia;
4. Economia é uma ciência social que visa analisar e descrever a produção, distribuição
e consumo da riqueza – Enciclopédia Britânica;
Economia – O que é? (2)
5. A economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens
e serviços – Paul Krugman;
6. A economia é uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem
empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a
distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as
necessidades humanas. Isso não é trivial porque, embora os recursos ou fatores de
produção sejam escassos, as necessidades humanas são ilimitadas e variáveis –
Vasconcellos;
7. Economia é a ciência que estuda como os recursos escassos das sociedades são
alocados tendo por base as decisões individuais de consumidores, trabalhadores e
empresas – Carlos Gonçalves;
8. Economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade escolhem, com ou sem o uso
de dinheiro, empregar recursos produtivos escassos que poderiam ter usos
alternativos, para produzir várias mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las para
consumo agora e no futuro entre várias pessoas e grupos da sociedade – Paul
Samuelson;
9. A economia é a ciência que estuda o comportamento humano como uma relação
entre fins e meios escassos que têm usos alternativos – Lionel Robbins.
Economia – O que é? (3)
Elementos Comuns a Todas Definições de Economia
Uma Palavra sobre Escassez
Sem Escassez, as Escolhas não Seriam Necessárias
Os princípios básicos da Economia têm se mostrado válidos no
mundo inteiro ao longo de milhares de anos. Eles se aplicam a
muitos tipos diferentes de economia - capitalista, socialista,
feudal ou qualquer outra coisa - e a uma ampla variedade de
povos, culturas e governos. As políticas que levaram ao
aumento dos níveis de preços na época de Alexandre, o
Grande, em 300 AC foram as mesmas que levaram ao aumento
dos níveis de preços no Brasil, milhares de anos depois. A
regulamentação dos aluguéis suscitou consequências muito
semelhantes no Cairo, Hong Kong, Estocolmo, Melbourne e
Nova York. O mesmo aconteceu com políticas agrícolas
semelhantes no Brasil, Índia e na União Europeia. Talvez a maio-
ria de nós pense na Economia como um sistema de produção e distribuição de bens e serviços que usamos
na vida cotidiana, mas essa visão é incompleta. Por exemplo, em termos econômicos, o Paraíso bíblico era
“um sistema para a produção e distribuição de bens e serviços” mas, a despeito disso, não era uma
economia porque não havia escassez: tudo que Adão e Eva precisavam para suas necessidades pessoais
estava disponível em abundância. Sem escassez, não há necessidade de fazer escolhas - e, sem que seja
necessário fazer escolhas, não há sentido em falar de Economia. Mas... Alguém consegue evitar a escassez?
Nós precisamos fazer escolher escolhas porque os recursos são
escassos. Pense: sem escassez, para que precisaríamos escolher?
Adaptado de Thomas Sowell
Uma Palavra sobre Escassez
Sem Escassez, as Escolhas não Seriam Necessárias
Nós precisamos fazer escolher escolhas porque os recursos são
escassos. Pense: sem escassez, para que precisaríamos escolher?
Adaptado de Thomas Sowell
nossas necessidades. Entretanto, de um ponto de vista econômico isso é uma
falácia – você saberia dizer o por quê?
Você poderia ficar tentado a pensar que
algumas pessoas não estão sujeitas às
vicissitudes da vida e não precisam fazer
escolhas porque são financeiramente privile-
giadas. Esse raciocínio até parece legítimo,
porque sabemos que podemos adquirir
virtualmente quaisquer bens com dinheiro,
os quais poderiam satisfazer todas as nossas
Uma Palavra sobre Dinheiro
A Economia estuda a alocação de recursos escassos. Isso nem sempre envolve dinheiro
O dinheiro é apenas um meio de troca que – em geral – não possui
valor intrínseco: trocamos nossa mão de obra por dinheiro que
utilizamos para comprar os bens e serviços que precisamos. O dinheiro
também pode ser pensado como uma forma de afixar preços naquilo
que produzimos ou consumimos, racionalizando assim o acesso aos
recursos escassos (outra forma de fazer isso é por meio de filas e
racionamentos, como acontecia nos países de economia planificada).
Certas Questões Econômicas Não envolvem Dinheiro
Quando ocorre um grande desastre com muitas vítimas, as equipes médicas precisam atender simultaneamente
vários pacientes feridos. Essa é uma situação onde essas equipes se deparam com o clássico problema econômico
de alocar recursos escassos com usos alternativos. É que nesses casos quase nunca há médicos ou enfermeiras
para todos, nem tampouco medicamentos em quantidade suficiente, e isso significa que escolhas terão que ser
feitas. Não é sábio empregar o trabalho dos médicos em pacientes com poucas chances de sobrevivência enquanto
que outros, menos feridos, poderiam ter uma boa chance de sobreviver se recebessem atendimento imediato. Há
também pacientes que provavelmente se recuperarão mesmo que não recebam atenção imediata. Claramente, se
a equipe não alocar seu tempo de forma sábia, muitas pessoas que poderiam se recuperar podem acabar
morrendo. Então, esse cenário é um problema de natureza econômica, embora nenhum centavo mude de mãos.
Bens e Serviços Econômicos
Tanto os bens como os serviços satisfazem nossos desejos e necessidades, ou seja, possuem alguma utilidade, mas apenas os bens
são tangíveis e, por isso, podem ser transferidos. Existem bens livres, que são abundantes, não possuem valor de troca e podem
obtidos sem maiores esforços (por exemplo, ar, a água do mar e a luz solar), e bens econômicos, que são escassos, possuem valor
de troca e requerem algum esforço para serem obtidos. Ao contrário do que ocorre com os bens livres, existe um custo de
oportunidade (que pode ou não ser financeiro) associado aos bens econômicos: para usufruirmos de um bem econômico,
precisamos abrir mão de outra coisa. Os bens econômicos são ditos privados quando pertencem a um indivíduo ou organização
(carros, televisores, móveis, celulares...), ou públicos quando não pertencem à ninguém em particular (ruas, praças, rodovias...).
Alguns bens públicos mais específicos são os chamados bens comuns que são finitos e, portanto, podem ser exauridos (pastagens,
florestas, pescado) e os “bens de clube”, cujo acesso é restringido artificialmente (academias de ginástica e clubes recreativos).
Excludente?
SIM NÃO
Rival?
SIM
(consumível)
Bens Privados
Comida, roupas, automóveis, imóveis, vagas
de estacionamento, rodovias pedagiadas
com congestionamento...
Bens Comuns
Petróleo, madeira, carvão, pastagens,
estoques de peixes no mar, rodovias não-
pedagiadas com congestionamento...
NÃO
(não consumível)
Bens artificialmente escassos
(“bens de clube” ou monopólios naturais)
Academias de ginástica, TV por assinatura,
vigilância privada, rodovias pedagiadas sem
congestionamento...
Bens Públicos
Televisão aberta, defesa nacional, praças,
iluminação pública, queima de fogos no
Reveillon, defesa pública, rodovias não-
pedagiadas sem congestionamento...
Fonte:
Gregory
Mankiw
Um bem é excludente quando se pode restringir seu uso e é rival se o seu uso reduz a possibilidade de uso por outra pessoa
Bens e Serviços Econômicos
Excludente?
SIM NÃO
Rival?
SIM
(consumível)
Bens Privados
Comida, roupas, automóveis, imóveis, vagas
de estacionamento, rodovias pedagiadas
com congestionamento...
Bens Comuns
Petróleo, madeira, carvão, pastagens,
estoques de peixes no mar, rodovias não-
pedagiadas com congestionamento...
NÃO
(não consumível)
Bens artificialmente escassos
(“bens de clube” ou monopólios naturais)
Academias de ginástica, TV por assinatura,
vigilância privada, rodovias pedagiadas sem
congestionamento...
Bens Públicos
Televisão aberta, defesa nacional, praças,
iluminação pública, queima de fogos no
Reveillon, defesa pública, rodovias não-
pedagiadas sem congestionamento...
Fonte:
Gregory
Mankiw
Um bem é excludente quando se pode restringir seu uso e é rival se o seu uso reduz a possibilidade de uso por outra pessoa
Nem sempre a diferença entre as categorias de bens econômicos é clara. Muitas vezes, é uma questão de
gradação – um bem pode ser mais ou menos excludente, por exemplo. Esse é o caso do pescado: trata-se de um
bem rival, mas não é excludente porque é difícil restringir a pesca – contudo, uma guarda costeira
suficientemente equipada poderia tomar a pesca excludente (por exemplo, na época do defeso). Da mesma forma,
que sentido teria classificar o pescado como sendo de consumo rival se a população de pescadores fosse
pequena em relação à de peixes (por exemplo, teria sentido classificar o pescado como um bem rival na época da
descoberta do Brasil?!)
Bens e Serviços Econômicos
A maioria dos bens econômicos é ofertada aos
consumidores por meio de mercados, nos quais
os compradores pagam pelo que recebem e os
vendedores são pagos pelo que fornecem.
Nesses mercados, os preços são os sinais que
orientam as decisões dos compradores e
vendedores, levando a uma alocação eficiente de
recursos. No entanto, quando os bens são
ofertados de forma gratuita, não há mais
incentivos para forçar um comportamento
racional e as forças de mercado que alocam os
recursos da economia restam inoperantes. Ora,
como um determinado bem só pode ser ofertado
gratuitamente se existir em grande abundância
(caso dos bens livres, como o ar ou a luz do sol),
concluímos que os estudos econômicos só
fazem sentido quando há escassez de recursos.
Os estudos econômicos só fazem sentido na presença de escassez
A Hierarquia de Necessidades de Maslow
Necessidades
Básicas
Necessidades
Psicológicas
Necessidades
Altruísticas
Comida,
sono, ar,
água,
abrigo...
Saúde, emprego,
habitação,
estabilidade,
independência...
Amizade, intimidade,
família, conexões, afeto,
relacionamentos,
aceitação...
Respeito, status, reconhecimento,
dignidade, prestígio, poder...
Atingir o potencial pleno na vida (algo que
é intrínseco e que depende de cada
indivíduo) Auto
realização
Auto
Estima
Necessidades
sociais
Segurança
Necessidades biológicas
e fisiológicas
Necessidades
de
Crescimento
Necessidades
de
Deficiência
Uma Palavra sobre as Necessidades Humanas
Fonte: professionalacademy.com e Wikipedia
Fonte: professionalacademy.com e Wikipedia
Necessidades
Básicas
Necessidades
Psicológicas
Necessidades
Altruísticas
Comida,
sono, ar,
água,
abrigo...
Saúde, emprego,
habitação,
estabilidade,
independência...
Amizade, intimidade,
família, conexões, afeto,
relacionamentos,
aceitação...
Respeito, status, reconhecimento,
dignidade, prestígio, poder...
Atingir o potencial pleno na vida (algo que
é intrínseco e que depende de cada
indivíduo) Auto
realização
Auto
Estima
Necessidades
sociais
Segurança
Necessidades biológicas
e fisiológicas
Necessidades
de
Crescimento
Necessidades
de
Deficiência
Uma Palavra sobre as Necessidades Humanas
A Hierarquia de Necessidades de Maslow
No meio científico, é de ampla aceitação que
existam necessidades humanas universais. Contudo,
a hierarquia proposta por Maslow é fortemente
contestada no meio acadêmico e, por isso, é
surpreendente que a sua influência seja tão
expressiva entre o público leigo. Aparentemente,
apesar de não gozar de grande prestígio
acadêmico, a hierarquia explica a natureza
humana como algo que a maioria dos humanos
reconhece imediatamente em si e nos outros.
Fonte: professionalacademy.com e Wikipedia
Necessidades
Básicas
Necessidades
Psicológicas
Necessidades
Altruísticas
Comida,
sono, ar,
água,
abrigo...
Saúde, emprego,
habitação,
estabilidade,
independência...
Amizade, intimidade,
família, conexões, afeto,
relacionamentos,
aceitação...
Respeito, status, reconhecimento,
dignidade, prestígio, poder...
Atingir o potencial pleno na vida (algo que
é intrínseco e que depende de cada
indivíduo) Auto
realização
Auto
Estima
Necessidades
sociais
Segurança
Necessidades biológicas
e fisiológicas
Necessidades
de
Crescimento
Necessidades
de
Deficiência
Uma Palavra sobre as Necessidades Humanas
A Hierarquia de Necessidades de Maslow
No meio científico, é de ampla aceitação que
existam necessidades humanas universais. Contudo,
a hierarquia proposta por Maslow é fortemente
contestada no meio acadêmico e, por isso, é
surpreendente que a sua influência seja tão
influente entre o público leigo. Aparentemente,
apesar de não gozar de grande prestígio
acadêmico, a hierarquia explica a natureza
humana como algo que a maioria dos humanos
reconhece imediatamente em si e nos outros.
1. Por que alguns países são ricos e outros são pobres? E como isso é medido?
2. Por que as mulheres ganham menos do que os homens?
3. Como os dados podem nos ajudar a entender o mundo?
4. Por que às vezes um sistema econômico se degenera e leva as pessoas a um
comportamento contraproducente?
5. O que causa as recessões? Por que a economia ora cresce ora retrai?
6. O governo deve agir para mitigar as oscilações no preço do ouro suscitadas por uma
charge ofensiva aos muçulmanos feita por um cartunista dinamarquês?
7. O governo deveria cobrar pedágio urbano a fim de reduzir o congestionamento nas
ruas das grandes cidades?
8. É benéfico ter uma forte presença do Estado na economia?
9. Quais são exatamente os custos da intervenção do governo?
10. Qual é a melhor forma de cobrar impostos?
Por Que Estudar Economia
Questões que a Economia Ajuda a Responder
Fonte: adaptado de aea, Guimarães e Paul Krugman
1. Por que alguns países são ricos e outros são pobres? E como isso é medido?
2. Por que as mulheres ganham menos do que os homens?
3. Como os dados podem nos ajudar a entender o mundo?
4. Por que às vezes um sistema econômico se degenera e leva as pessoas a um
comportamento contraproducente?
5. O que causa as recessões? Por que a economia ora cresce ora retrai?
6. O governo deve agir para mitigar as oscilações no preço do ouro suscitadas por uma
charge ofensiva aos muçulmanos feita por um cartunista dinamarquês?
7. O governo deveria cobrar pedágio urbano a fim de reduzir o congestionamento nas
ruas das grandes cidades?
8. É benéfico ter uma forte presença do Estado na economia?
9. Quais são exatamente os custos da intervenção do governo?
10. Qual é a melhor forma de cobrar impostos?
Por Que Estudar Economia
Questões que a Economia Ajuda a Responder
Fonte: adaptado de aea, Guimarães e Paul Krugman
1. Por que alguns países são ricos e outros são pobres? E como isso é medido?
2. Por que as mulheres ganham menos do que os homens?
3. Como os dados podem nos ajudar a entender o mundo?
4. Por que às vezes um sistema econômico se degenera e leva as pessoas a um
comportamento contraproducente?
5. O que causa as recessões? Por que a economia ora cresce ora retrai?
6. O governo deve agir para mitigar as oscilações no preço do ouro suscitadas por uma
charge ofensiva a Maomé feita por um cartunista dinamarquês?
7. O governo deveria cobrar pedágio urbano a fim de reduzir o congestionamento nas
ruas das grandes cidades?
8. É benéfico ter uma forte presença do Estado na economia?
9. Quais são exatamente os custos da intervenção do governo?
10. Qual é a melhor forma de cobrar impostos?
Por Que Estudar Economia
Questões que a Economia Ajuda a Responder
Como acontece em qualquer ciência social, na
Economia existem correntes de pensamento
divergentes que propõem soluções diferentes
para os mesmos problemas. Esta falta de
consenso é fomentada primordialmente por
questões filosóficas, que afetam inclusive a forma
com que o Estado trata dos assuntos econômicos.
Fonte: adaptado de aea, Guimarães e Paul Krugman
A ESCASSEZ E OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
Recursos Produtivos Escassos
X
Necessidades Humanas Ilimitadas
Escassez
Escolhas
PRODUÇÃO
* O QUE E QUANTO PRODUZIR
* COMO PRODUZIR
* PARA QUEM PRODUZIR
Os estudos econômicos se justificam pela existência da escassez,
que obriga as sociedades a fazerem escolhas, independentemen-
te de seu tipo de organização econômica ou regime político. Em
particular, existem três escolhas fundamentais que envolvem a
produção: o que e quanto produzir, como fazê-lo e para quem.
1. O que e quanto produzir: os fatores de produção são
limitados; então, produzir mais bens de consumo significa
produzir menos bens de capital (e vice versa). Deve-se
produzir mais canhões ou mais manteiga? Em que
quantidade?
2. Como produzir: o que é mais eficiente, métodos de produção
intensivos em capital ou em mão de obra? Ou, talvez,
intensivos em terra? Essa decisão depende da disponibilidade
de recursos de cada país.
3. Para quem produzir: quais os setores que serão beneficiados
na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou
proprietários da terra? Agricultura ou indústria? Mercado
interno ou mercado externo? Região Sul ou Norte? Em última
instância, trata-se de decidir como será distribuída a renda
gerada pela atividade econômica.
Toda Escolha é Uma Renúncia
Fonte: Vasconcellos
Os estudos econômicos se justificam pela existência da escassez,
que obriga as sociedades a fazerem escolhas, independentemen-
te de seu tipo de organização econômica ou regime político. Em
particular, existem três escolhas fundamentais que envolvem a
produção: o que e quanto produzir, como fazê-lo e para quem.
1. O que e quanto produzir: os fatores de produção são
limitados; então, produzir mais bens de consumo significa
produzir menos bens de capital (e vice versa). Deve-se
produzir mais canhões ou mais manteiga? Em que
quantidade?
2. Como produzir: o que é mais eficiente, métodos de produção
intensivos em capital ou em mão de obra? Ou, talvez,
intensivos em terra? Essa decisão depende da disponibilidade
de recursos de cada país.
3. Para quem produzir: quais os setores que serão beneficiados
na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou
proprietários da terra? Agricultura ou indústria? Mercado
interno ou mercado externo? Região Sul ou Norte? Em última
instância, trata-se de decidir como será distribuída a renda
gerada pela atividade econômica.
A ESCASSEZ E OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
Toda Escolha é Uma Renúncia
Fonte: Vasconcellos
Recursos Produtivos Escassos
X
Necessidades Humanas Ilimitadas
Escassez
Escolhas
PRODUÇÃO
* O QUE E QUANTO PRODUZIR
* COMO PRODUZIR
* PARA QUEM PRODUZIR
Os problemas econômicos são tratados de
forma diferente de acordo com o sistema
econômico vigente, conforme estudaremos
oportunamente. Numa economia de mercado,
os agentes econômicos agem de forma
independente, interagindo entre si na
estrita defesa de seus interesses individuais.
Já numa economia planificada, os meios de
produção são de propriedade do governo.
Toda Escolha é uma Renúncia. E tem Consequências
A pandemia de COVID-19 aumentou a venda de videogames, computadores pessoais e outros eletrônicos usados
pelas pessoas que ficaram presas dentro de casa, o que aumentou subitamente a demanda pelos chips utilizados
nesses equipamentos. Isso colocou as montadoras de automóveis numa fila de espera de baixa prioridade, forçando-
as a lutar para adquirir os chips que se tornaram tão essenciais para a indústria automobilística quanto a gasolina ou o
aço. Praticamente nenhuma montadora tem sido poupada. A Toyota suspendeu as linhas de produção na China. A
Fiat Chrysler interrompeu temporariamente a produção nas fábricas de Ontário e do México. A Volkswagen tem
alertado sobre problemas de produção em fábricas na China, na Europa e nos EUA. A Ford disse na semana passada
que paralisou uma fábrica em Louisville, Kentucky, por uma semana devido à escassez de insumos eletrônicos.
Tudo planejado – Quando a covid-19 surgiu, os fabricantes de automóveis reduziram as compras de chips porque
previam uma queda acentuada nas vendas. Ao mesmo tempo, as indústrias de eletrônicos começaram a mudar as
suas linhas de produção para produzir mais chips usados em produtos como laptops, webcams, tablets e smartphones
5G. Afinal, milhões de pessoas precisavam fazer reuniões online e trabalhar remotamente. Em paralelo, os provedores
de internet começaram a comprar mais equipamentos para ampliar a capacidade das suas redes e atender à demanda
criada pelos aplicativos de streaming e home office, o que inflou ainda mais a procura por semicondutores.
Tempestade perfeita – Ao contrário das expectativas, as vendas de automóveis se recuperaram mais rápido do que o
esperado já no final de 2020, pegando todos desprevenidos. A escassez de chips deve se estender por 2021, porque
seus fabricantes podem levar de seis a nove meses para realinhar a produção. Como conclusão, embora isso não deva
fazer com que os preços dos automóveis subam muito, os compradores terão que esperar mais para comprar os
veículos no mercado. “O setor automotivo voltou à ativa, mas não é mais prioridade na linha de produção de chips”
disse Gary Silberg, analista do setor automotivo da KPMG. Como se pode notar, hoje a prioridade é dos PlayStations.
Videogames atrasam a produção de automóveis
Com a pandemia, os fabricantes de automóveis esperavam problemas de fornecimento e
vendas em queda, mas não que um de seus maiores problemas seriam o Xbox e o Playstation
24/01/2021
Jack Ewing e Don Clark
Fonte:
adaptado
de
Link
Estadão
Toda Escolha é uma Renúncia. E tem Consequências
Caminhoneiros pedem retirada de ‘urgência’
de projeto de cabotagem do Congresso
28/10/20
A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) está pedindo ao governo
federal a retirada da “urgência” do projeto de lei 4.199/220, que institui o Programa de Estímulo ao
Transporte por Cabotagem, apelidado de “BR do Mar”, do Congresso nacional. O projeto está na
pauta da Câmara dos Deputados para votação nesta semana e altera as regras do transporte
marítimo entre portos. O pedido foi feito em carta enviada pela associação ao ministro da
Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Os caminhoneiros alegam que o programa pode levar à redução de trabalho para os
transportadores autônomos de carga rodoviária. “Não somos contra o PL, e sim contra questões
que afetam diretamente a categoria dos transportadores autônomos”, afirma o presidente da
Abrava, Wallace Landim, em documento obtido pelo Broadcast.
A categoria argumenta também que não foi chamada à mesa de negociações, sendo
“diretamente” afetada pela medida. “Entendemos a necessidade de se trazer a PL da BR do Mar,
mas ela não pode significar esmagar a categoria dos caminhoneiros autônomos”, diz outro trecho
da carta. A associação estima que, com o programa da cabotagem instituído, possa haver perda
de 40% no transporte de contêineres em longa distância para os caminhoneiros autônomos.
Fonte: IstoÉ Dinheiro
Toda Escolha é uma Renúncia. E tem Consequências
Caminhoneiros pedem retirada de ‘urgência’
de projeto de cabotagem do Congresso
28/10/20
A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) está pedindo ao governo
federal a retirada da “urgência” do projeto de lei 4.199/220, que institui o Programa de Estímulo ao
Transporte por Cabotagem, apelidado de “BR do Mar”, do Congresso nacional. O projeto está na
pauta da Câmara dos Deputados para votação nesta semana e altera as regras do transporte
marítimo entre portos. O pedido foi feito em carta enviada pela associação ao ministro da
Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Os caminhoneiros alegam que o programa pode levar à redução de trabalho para os
transportadores autônomos de carga rodoviária. “Não somos contra o PL, e sim contra questões
que afetam diretamente a categoria dos transportadores autônomos”, afirma o presidente da
Abrava, Wallace Landim, em documento obtido pelo Broadcast.
A categoria argumenta também que não foi chamada à mesa de negociações, sendo
“diretamente” afetada pela medida. “Entendemos a necessidade de se trazer a PL da BR do Mar,
mas ela não pode significar esmagar a categoria dos caminhoneiros autônomos”, diz outro trecho
da carta. A associação estima que, com o programa da cabotagem instituído, possa haver perda
de 40% no transporte de contêineres em longa distância para os caminhoneiros autônomos.
Fonte: IstoÉ Dinheiro
Em 2017, 63% da produção nacional foi escoada pelas rodovias, 21% pelas
ferrovias e somente 13% por transporte aquaviário, incluindo a navegação
de cabotagem, fluvial e lacustre. Em contraste, na China mais de 50% da
produção é escoada pelo modal aquaviário (fonte). A navegação de
cabotagem é mais barata que o transporte rodoviário, mais segura (menos
roubos e acidentes, o que torna o seguro de carga mais barato), polui
menos, e tem custo de infraestrutura menor devido aos ganhos de escala.
Contudo, a regulamentação da área precisa ser atualizada e as empresas
do setor precisam de apoio governamental para investir na infraestrutura
necessária. Por sua vez, o transporte rodoviário está ligado ao sustento de
milhares de famílias, o que significa que viabilizar a navegação de
cabotagem compromete a renda delas. Então, a questão não é somente
econômica – mas também política e social. O que você faria se tivesse que
decidir essa questão? Quais seriam as consequências dessa decisão?
Quem é o responsável pelo
abastecimento de pão na cidade?
Fonte: adaptado de Paul Seabright e Tim Hardford
Após o colapso da União Soviética, muitas pessoas do Leste Europeu não compreendiam como uma economia
podia funcionar sem um planejamento estatal. O economista Paul Seabright conta que, há muitos anos, foi
abordado por um burocrata russo encarregado pela produção de pão em São Petersburgo: “Precisamos
entender como funciona essa tal de economia de mercado. Diga-me, por exemplo: quem é o responsável
pelo abastecimento de pão à população de Londres?”. A pergunta parece cretina, mas não é – após viver
numa economia planificada, o burocrata simplesmente não entendia como o suprimento de pão de Londres
operava sem controle centralizado. Quem calcula quanto trigo deve ser produzido e coordena o envio do grão
para onde ele é necessário? Quem controla os estoques? Quem ordena aos padeiros quanto devem produzir? A
resposta de Seabright foi cômica e exata: “Ninguém é responsável por isso!”. Mesmo que ninguém em
particular seja responsável pelo seu abastecimento, nunca falta pão a quem quer comprá-lo. Como é possível?
Como é possível que nunca falte pão? Quem controla isso com tanta perfeição?
A economia das nações mais desenvolvidas se baseia na conceito de
cooperação descentralizada – todos os agentes econômicos envolvidos
direta ou indiretamente na produção de um bem ou serviço cooperam
entre si de uma forma autônoma, ou seja, ninguém controla o
processo. Isso pode parecer muito natural para nós, cidadãos do
ocidente industrializado. Mas nem sempre foi assim para todo mundo!
Fonte: adaptado de Paul Seabright e Tim Hardford
Após o colapso da União Soviética, muitas pessoas do Leste Europeu não compreendiam como uma economia
podia funcionar sem um planejamento estatal. O economista Paul Seabright conta que, há muitos anos, foi
abordado por um burocrata russo encarregado pela produção de pão em São Petersburgo: “Precisamos
entender como funciona essa tal de economia de mercado. Diga-me, por exemplo: quem é o responsável
pelo abastecimento de pão à população de Londres?”. A pergunta parece cretina, mas não é – após viver
numa economia planificada, o burocrata simplesmente não entendia como o suprimento de pão de Londres
operava sem controle centralizado. Quem calcula quanto trigo deve ser produzido e coordena o envio do grão
para onde ele é necessário? Quem controla os estoques? Quem ordena aos padeiros quanto devem produzir? A
resposta de Seabright foi cômica e exata: “Ninguém é responsável por isso!”. Mesmo que ninguém em
particular seja responsável pelo seu abastecimento, nunca falta pão a quem quer comprá-lo. Como é possível?
Como é possível que nunca falte pão? Quem controla isso com tanta perfeição?
Quem é o responsável pelo
abastecimento de pão na cidade?
O Estado e a Mão Invisível: muitos acreditam que, sem uma
regulamentação apropriada, os mercados não conseguem
atender a sociedade de uma forma responsável. Se, ao invés
de ter perguntado quem é responsável pelo abastecimento
de pão, o burocrata russo perguntasse quem garante a
pureza do pão ou, talvez, quem garante que a lasanha de
carne seja de carne mesmo, a resposta teria sido diferente.
A economia das nações mais desenvolvidas se baseia na conceito de
cooperação descentralizada – todos os agentes econômicos envolvidos
direta ou indiretamente na produção de um bem ou serviço cooperam
entre si de uma forma autônoma, ou seja, ninguém controla o
processo. Isso pode parecer muito natural para nós, cidadãos do
ocidente industrializado. Mas nem sempre foi assim para todo mundo!
Embora muitas vezes não pareça assim, o fato é
que a humanidade nunca foi tão próspera. A nossa
expectativa de vida é alta, temos acesso
instantâneo a todo tipo de informação, a educação
é quase universal e sonhos de consumo como
computadores e eletrodomésticos estão mais
acessíveis do que jamais foram. Essa é a realidade
do Brasil (ao menos nos grandes centros) e nos
países desenvolvidos como EUA, Canadá, Alemanha
e Inglaterra. Em comum, todos esses países têm
uma economia de mercado: não há ninguém no
comando, a produção e o consumo são o resultado
de decisões descentralizadas de muitas empresas
e indivíduos. Não existe uma autoridade central
dizendo às pessoas o que produzir ou para onde
enviá-lo. Cada produtor individual faz o que pensa
ser mais lucrativo; cada consumidor compra o que
escolhe. É a mão invisível atuando no mercado.
Vivemos numa era de prosperidade. E a razão para isso é ninguém controla o abastecimento de
pão da cidade. E nem o de roupas, pneus, livros, óculos, sabonetes, lâmpadas, computadores...
A Mão Invisível da Economia de Mercado
É o sistema econômico de uma sociedade que coordena as suas atividades produtivas
A alternativa à economia de mercado é a economia
planificada, na qual as leis de demanda e oferta que
regulam naturalmente as economias de mercado são
ignoradas e todas as decisões sobre produção e
consumo são tomadas por uma autoridade central (o
governo). Esse sistema foi adotado em alguns países,
como na antiga União Soviética (entre 1917 e 1991),
onde não se mostrou muito promissor. Muitas vezes, os
soviéticos não conseguiam produzir certos produtos
porque não possuíam matérias-primas essenciais ou, ao
contrário, produziam produtos para os quais não havia
demanda. O planejamento central nem sempre era
eficiente, causando racionamentos e fazendo os
consumidores enfrentarem longas filas nas lojas,
justificando a crença de que na economia planificada o
sistema de preços é substituído pelas filas. Muitos
desses países acabaram implantando certas práticas da
economia de mercado para ganharem eficiência, como
é o caso da China, que hoje cresce de forma acelerada.
O Livre Mercado Cria Uma Forma Saudável de Ganância. Mas é Preciso Evitar que a Ganância “Boa” se Degenere!
De acordo com a metáfora da Mão Invisível, são os indivíduos, e não os governos ou administradores, que devem decidir o que e
como produzir e consumir. Esse conceito revela tacitamente que é do nosso interesse ter uma estrutura de leis e regulamentos
que proteja a sociedade, o que inclui direitos de propriedade, aplicação de patentes e direitos autorais e leis que protegem os
trabalhadores, ou seja, a Mão Invisível deve ser respaldada pelo Estado de Direito. Foi aqui que o famoso personagem de
Michael Douglas no filme Wall Street, Gordon Gekko, errou. Gekko era movido puramente pela ganância e tentava burlar a lei
para enriquecer à custa alheia, algo diferente do que Adam Smith tinha em mente quando enunciou sua famosa metáfora.
A Mão Invisível da Economia de Mercado
“A GANÂNCIA É
UMA COISA BOA”
~ Gordon Gekko
“A nova lei da evolução na América corporativa
parece ser a sobrevivência dos menos aptos.
Bem, para mim, ou você faz certo ou é
eliminado. A questão é, senhoras e senhores, que
a ganância – por falta de uma palavra melhor – é
boa. A ganância está certa. A ganância funciona.
A ganância esclarece, permeia e captura a
essência do espírito evolucionário. A ganância,
em todas as suas formas – ganância pela vida,
pelo dinheiro, pelo amor, pelo conhecimento –
marcou a ascensão da humanidade. E a ganância
– lembrem-se de minhas palavras – não só
salvará a Teldar Celulose, mas também aquela
outra empresa com defeito chamada EUA.”
A “Mão Invisível” descreve um sistema econômico e não se confunde com “ganância”
Fonte:
adaptado
de
John
Rollert
e
Edmund
Conway
O Livre Mercado Cria Uma Forma Saudável de Ganância. Mas é Preciso Evitar que a Ganância “Boa” se Degenere!
De acordo com a metáfora da Mão Invisível, são os indivíduos, e não os governos ou administradores, que devem decidir o que e
como produzir e consumir. Esse conceito revela tacitamente que é do nosso interesse ter uma estrutura de leis e regulamentos
que proteja a sociedade, o que inclui direitos de propriedade, aplicação de patentes e direitos autorais e leis que protegem os
trabalhadores, ou seja, a Mão Invisível deve ser respaldada pelo Estado de Direito. Foi aqui que o famoso personagem de
Michael Douglas no filme Wall Street, Gordon Gekko, errou. Gekko era movido puramente pela ganância e tentava burlar a lei
para enriquecer à custa alheia, algo diferente do que Adam Smith tinha em mente quando enunciou sua famosa metáfora.
A Mão Invisível da Economia de Mercado
“A GANÂNCIA É
UMA COISA BOA”
~ Gordon Gekko
“A nova lei da evolução na América corporativa
parece ser a sobrevivência dos menos aptos.
Bem, para mim, ou você faz certo ou é
eliminado. A questão é, senhoras e senhores, que
a ganância – por falta de uma palavra melhor – é
boa. A ganância está certa. A ganância funciona.
A ganância esclarece, permeia e captura a
essência do espírito evolucionário. A ganância,
em todas as suas formas – ganância pela vida,
pelo dinheiro, pelo amor, pelo conhecimento –
marcou a ascensão da humanidade. E a ganância
– lembre-se de minhas palavras – não só salvará
a Teldar Celulose, mas também aquela outra
empresa com defeito chamada EUA.”
A “Mão Invisível” descreve um sistema econômico e não se confunde com “ganância”
Fonte:
adaptado
de
John
Rollert
e
Edmund
Conway
Uma das principais críticas às economias de mercado, principalmente após a
recessão da década de 30 (e, mais recentemente, após a explosão da bolha
imobiliária nos EUA em 2008) é que algumas pessoas e organizações não
defendem seus interesses com ética e tentam prosperar no mercado prejudicando
os demais. Por isso que a ação do Estado se faz necessária, mas isso também
envolve um dilema porque não se sabe exatamente como o Estado deve fazer para
“modular” a mão invisível e mitigar as chamadas falhas do mercado (como
externalidades negativas, assimetria de informação e monopólios, por exemplo).
Mas isso não quer dizer que a Mão Invisível não funcione como sistema econômico –
mas sim que existem indivíduos que não têm escrúpulos. A regulamentação da
atividade econômica é usada para coibir abusos, mas também gera controvérsias.
A Mão Invisível da Economia de Mercado
Explicando Como a Mão Invisível Atua, com Exemplos
Fonte:
adaptado
de
Niall
Kishtainy
A Mão Invisível da Economia de Mercado
Quem sabe fazer um capuccino?
Você sabe fazer um capuccino? Conhece alguém
que sabe? Se você refletir um pouco, chegará à
conclusão que a resposta para essas duas
perguntas é negativa. Afinal, quem poderia se
orgulhar de ser capaz de cultivar, colher, torrar e
misturar café, criar e ordenhar vacas, enrolar
aço e moldar plásticos e montá-los em uma
máquina de café expresso e, finalmente, moldar
a cerâmica em uma caneca bonita? Um
cappuccino reflete o resultado de um sistema
de complexidade impressionante. Não há uma
única pessoa no mundo que poderia produzir o
que é preciso para fazer um cappuccino. Na economia, sabe-se que um mísero capuccino resulta do esforço conjugado
de uma equipe composta de pessoas distribuídas em uma ampla área geográfica, possivelmente no mundo inteiro. O
mais extraordinário é que não há ninguém no comando dessa equipe, apesar desse sistema funcionar muito bem.
Quando você compra um café, um livro ou um par de sapatos, não precisa dar instruções à loja para encomendá-lo. De
forma automática, centenas de pessoas agem para cumprir os desejos imprevisíveis dos consumidores, tais como
vendedores, publicitários, operários e muitos outros. A economia estuda esse sistema e cria modelos que explicam
como as empresas tentam maximizar seus ganhos às custas do consumidor – e como o consumidor pode reagir a isso.
Fonte: adaptado de Tim Harford
Você sabe fazer um capuccino? Conhece alguém
que sabe? Se você refletir um pouco, chegará à
conclusão que a resposta para essas duas
perguntas é negativa. Afinal, quem poderia se
orgulhar de ser capaz de cultivar, colher, torrar e
misturar café, criar e ordenhar vacas, enrolar
aço e moldar plásticos e montá-los em uma
máquina de café expresso e, finalmente, moldar
a cerâmica em uma caneca bonita? Um
cappuccino reflete o resultado de um sistema
de complexidade impressionante. Não há uma
única pessoa no mundo que poderia produzir o
que é preciso para fazer um cappuccino. Na economia, sabe-se que um mísero capuccino resulta do esforço conjugado
de uma equipe composta de pessoas distribuídas em uma ampla área geográfica, possivelmente no mundo inteiro. O
mais extraordinário é que não há ninguém no comando dessa equipe, apesar desse sistema funcionar muito bem.
Quando você compra um café, um livro ou um par de sapatos, não precisa dar instruções à loja para encomendá-lo. De
forma automática, centenas de pessoas agem para cumprir os desejos imprevisíveis dos consumidores, tais como
vendedores, publicitários, operários e muitos outros. A economia estuda esse sistema e cria modelos que explicam
como as empresas tentam maximizar seus ganhos às custas do consumidor – e como o consumidor pode reagir a isso.
Fonte: adaptado de Tim Harford
Quem sabe fazer um capuccino?
A Mão Invisível da Economia de Mercado
Neste exemplo, argumentamos que ninguém sabe fazer
um capuccino. E quanto a uma cafeteria? Não é trivial
explicar como um sistema econômico pode se desenvolver
ao ponto de torná-la possível: foram necessários séculos
de inovação e desenvolvimento para criar coisas como o
papel no qual os menus são impressos, as luminárias que
iluminam as mesas, o software que controla o estoque...
Isso para não falar na moeda e nas balanças comerciais.
Uma cafeteria é um verdadeiro milagre da economia!
A Mão Invisível da Economia de Mercado
“Eu, Lápis” (I, Pencil) é um ensaio escrito pelo libertário norte-americano Leonard Read
em 1958 e republicado em 1998. A obra é uma metáfora onde um lápis narra em primeira
pessoa todas as dificuldades envolvidas na sua fabricação e, com isso, ilustra como a Mão
Invisível atua na fabricação de um mero lápis, algo que requer uma interação de
insuspeitada complexidade entre vários agentes de uma economia de mercado – sem que
ninguém em particular controle o processo. O lápis afirma que escrever não é somente seu
Eu, Lápis
ofício mas também sua vocação, e lamenta ser esquecido pelas pessoas, que lhe manuseiam como se sempre tivesse
existido. Na verdade, argumenta, “não há uma única pessoa na face da Terra que saiba como me fazer” e passa a
explicar como funcionam o livre mercado e a Mão Invisível, que interconectam um grande número de pessoas e
processos todos os dias para garantir que os lápis continuem sendo uma mercadoria universalmente acessível. O lápis
segue descrevendo sua genealogia, que inicia na madeira dos cedros cultivados no Oregon e no norte da Califórnia,
enumera todo o maquinário usado para o manuseio do cedro – serras, machados, cordas, motores, correntes – e
toda a mão-de-obra invisível necessária para criar e manusear essas ferramentas – lenhadores, operários, motoristas
de caminhão, despejadores de cimento, etc. A narrativa se estende por 7 páginas, revelando inclusive que a produção
de um lápis requer colaboração internacional (o grafite vem das minas do Sri Lanka), o que torna a logística intrincada.
O lápis diz ser impressionante que ninguém coordene essas incontáveis ações
necessárias à sua produção, e diz que isso comprova que é necessário deixar a energia
criativa da sociedade fluir livremente, ao comando da Mão Invisível. Ao final do ensaio,
o lápis faz um apelo para que a legislação remova todos os obstáculos à livre iniciativa.
Fonte: FEE
A Mão Invisível da Economia de Mercado
Eu, Lápis
O lápis diz ser impressionante que ninguém coordene essas incontáveis ações
necessárias à sua produção, e diz que isso comprova que é necessário deixar a energia
criativa da sociedade fluir livremente, ao comando da Mão Invisível. Ao final do ensaio,
o lápis faz um apelo para que a legislação remova todos os obstáculos à livre iniciativa.
Fonte: FEE
Libertários como Leonard Read são criticados por defenderem
um ideal de liberdade absoluta onde o Estado não interfere na
autonomia dos indivíduos, uma concepção que muitos consideram
infantilizada e anarquista. Todavia, "Eu, Lápis" tem um argumento
substancial: não existe uma única pessoa no mundo inteiro que domine todas as
técnicas ou possua todos os materiais necessários para produzir um mísero lápis.
Dessa forma, Read conclui que somente a mão invisível pode explicar os processos
produtivos mais complexos. Você concorda com isso? Seria sábio remover todos os
empecilhos legais à livre iniciativa como propõe o lápis? Não poderia uma autoridade
central controlar tudo que a nossa sociedade produz? O que você acha? Por quê?
Preços, Sistemas Econômicos e Eficiência na Produção (1)
Numa economia de mercado, os preços são sinais que vendedores e consumidores emitem uns para os outros. Por
meio do sistema de preços, os consumidores informam qual é a quantidade de um bem que querem adquirir e quanto
estão dispostos a oferecer por isso; da mesma forma, os preços indicam quais bens os vendedores estão dispostos a
fornecer em troca de qual compensação. É justamente essa interação entre as forças da oferta e a demanda que
determina os preços numa economia de mercado. Quando a procura por um bem cai ou a sua produção é excessiva, a
competição entre os vendedores forçará o preço para baixo. Com isso, a produção desse bem é desencorajada e os
recursos que eram utilizados em sua fabricação passam a ficar disponíveis para fabricar outros bens mais procurados.
Quando a demanda por um bem excede a sua oferta, a competição entre os consumidores faz os preços aumentarem,
o que incentiva o aumento da sua produção às custas de uma quantidade maior de insumos que, naturalmente, se
ficam indisponíveis para produzir outros bens. Nas economias planificadas, esse mecanismo é completamente banido.
Não, os Preços Não Servem Somente para Transferir Dinheiro entre Vendedores e Consumidores
Muitos acreditam que o funcionamento das economias de mercados se baseie estritamente no lucro.
Contudo, essa é uma visão equivocada, pois os prejuízos são tão importantes para a eficiência da economia
quanto os lucros, porque sinalizam aos vendedores como não produzir – o que não deve ser mais produzido,
onde não se deve mais alocar recursos, onde parar de investir.
Os prejuízos forçam os vendedores a parar de produzir os bens que os consumidores não querem. Sem ter
como realmente saber por que os consumidores gostam de determinados bens do que outros, a alternativa
que resta aos vendedores é produzir mais o que é mais lucrativo e menos o que não é tão lucrativo – e isso
equivale a produzir mais o que os consumidores querem e menos o que eles não querem. Então, embora os
produtores estejam apenas resguardando seus interesse e os resultados financeiros de suas empresas, do
ponto de vista da economia como um todo a sociedade está usando seus recursos escassos da forma mais
eficiente possível. E isso só acontece porque as decisões dos agentes econômicos são guiadas pelos preços.
Preços, Sistemas Econômicos e Eficiência na Produção (2)
O papel dos preços na alocação de recursos pode ser melhor entendido ao analisarmos o que ocorria na antiga União
Soviética. Os preços não eram definidos pela oferta e demanda, mas sim por burocratas da Goskomtsen (Comitê Estatal
de Preços). Além de aumentar ou diminuir os preços conforme julgava apropriado, esse comitê decidia para onde enviar
insumos tais como aço e petróleo. Como a alocação de recursos era centralizada, a burocracia era fenomenal e não era
raro que uma mesma mercadoria estivesse em falta numa determinada região e sobrando em grande quantidade nos
armazéns de outra. As empresas soviéticas, todas estatais, sempre requisitavam matérias-primas, equipamentos e
outros recursos em quantidade maior do que a necessária. Isso fazia sentido numa economia planificada, pois não havia
concorrência e os administradores dessas empresas achavam que “era melhor sobrar do que faltar”. Estima-se que até
15% dos trabalhadores dessas empresas eram contratados apenas por precaução. Por sua vez, os burocratas da
Goskomtsen que deveriam controlar esses recursos não eram especialistas na ampla gama de indústrias e produtos sob
seu controle, ou seja, quem decidia os rumos da produção nem sempre tinha o discernimento necessário para exercer
esse papel. Como consequência,a produção soviética gastava mais insumos em comparação com os países capitalistas.
Os Preços Revelam Como Controlar o Mercado: Deixando os Agentes Econômicos Decidirem por Si
Dois economistas soviéticos, Nikolai Shmelev e Vladimir Popov, narram uma situação em que o seu governo
decidiu aumentar o preço das peles de toupeira, o que incentivou os caçadores a aumentar a sua produção:
“As compras do estado aumentaram e agora todos os centros de distribuição estão cheios dessas
peles. A indústria não consegue usar todos eles, e muitas vezes elas acabam apodrecendo nos
depósitos antes de serem usadas. O Ministério da Indústria Leve já solicitou duas vezes para que a
Goskomtsen baixasse os preços, mas a “questão ainda não foi decidida”. E isso não é
surpreendente. Seus membros estão ocupados demais para decidir. Eles não têm tempo: além de
fixar os preços dessas peles, eles têm que monitorar os preços de outros 24 milhões de produtos.”
O governo cria um
plano econômico
centralizado
O governo aloca todos os
recursos de acordo com o
plano centralizado
O plano centralizado define
as prioridades para a
produção de todos os bens
e serviços
O governo detêm o monopólio
de todos os negócios
O governo cria leis, regulamentações
e diretrizes para garantir o êxito do
plano centralizado
Cinco Características de uma Economia Planificada
Fonte: The Balance
O governo cria um
plano econômico
centralizado
O governo aloca todos os
recursos de acordo com o
plano centralizado
O plano centralizado define
as prioridades para a
produção de todos os bens
e serviços
O governo detêm o monopólio
de todos os negócios
O governo cria leis, regulamentações
e diretrizes para garantir o êxito do
plano centralizado
Fonte: The Balance
Cinco Características de uma Economia Planificada
A característica mais evidente das economias planificadas é a
centralização das decisões econômicas nas mãos do governo.
Em tese, isso possibilitaria direcionar os esforços econômicos
de uma sociedade em prol do benefício comum em detrimento
dos interesses individuais, mas isso é altamente controverso e
muitos economistas argumentam que esse modelo é
intrinsecamente ineficiente. Poucas nações possuem economias
planificadas hoje em dia, como a China, Rússia, Vietnã,
Venezuela, Bielorrússia, Cuba, Irã, Líbia e Coréia do Norte.
Desses, China, Rússia e Vietnã acabaram adotando elementos
das economias livre mercado, afastando-se de suas raízes
econômicas planificadas.
Cinco Características de uma Economia de Mercado
Fonte: The Balance
Uma economia de mercado é
caracterizada pela falta de controle
central. Na maior parte dos casos, o
governo se limita a instituir
regulamentações para garantir que
os agentes econômicos interajam
num ambiente competitivo e
salutar, que promova o crescimento
sustentado e beneficie a todos.
Competição
Governo limitado
Propriedades Privadas
Livre Iniciativa e
Liberdade de Escolha
Auto-interesse
como motivação
Sistemas de Mercados
e Preços
(hipótese dos
mercados eficientes)
Fonte: The Balance
Uma economia de mercado é
caracterizada pela falta de controle
central. Na maior parte dos casos, o
governo se limita a instituir
regulamentações para garantir que
os agentes econômicos interajam
num ambiente competitivo e
salutar, que promova o crescimento
sustentado e beneficie a todos.
Competição
Governo limitado
Propriedades Privadas
Livre Iniciativa e
Liberdade de Escolha
Auto-interesse
como motivação
Sistemas de Mercados
e Preços
(hipótese dos
mercados eficientes)
Cinco Características de uma Economia de Mercado
As economias de mercado reconhecem uma característica intrínseca do
ser humano: o auto-interesse. Nas palavras de Adam Smith, os indivíduos
perseguem seus próprios interesses e, ao fazerem isso, acabam
atendendo os interesses da sociedade como um todo. Uma frase da “A
Riqueza das Nações”, escrito por Smith, ficou célebre: “Não é da
generosidade do padeiro, do açougueiro e do cervejeiro que vem o nosso
jantar, mas sim da preocupação que eles têm pelos seus próprios
interesses”. De acordo com esse raciocínio, um empresário busca apenas o
seu próprio ganho e, agindo com essa intenção, acaba conduzido por uma
“mão invisível” que o faz alcançar um fim que não fazia parte de sua
intenção original. Desde então, os economistas têm usado o termo “mão
invisível” para se referir à maneira como uma economia de mercado
consegue controlar o interesse individual em benefício de toda sociedade.
Meu Benefício, Teu Custo:
Quando a “Mão Invisível” se Torna “Mão Leve”
Externalidades Negativas
Ao contrário do que nos assegura a mão invisível, nem sempre
beneficiamos os demais quando perseguimos nossos próprios
interesses, algo que leva muitos a relativizarem o seu efeito na
economia (ou mesmo negá-los por completo, como é o caso dos que
se situam mais à esquerda do espectro político). Quando prejudicamos
os demais com as nossas decisões, fala-se que há uma falha de
mercado (market failure) como,por exemplo,a externalidade negativa.
Quando o tráfego congestiona, cada motorista impõe um custo a todos os
demais e todos se prejudicam mutuamente. Se há congestionamentos, todos
que usam seu próprio carro em vez do transporte coletivo contribuem para
aumentar esse custo. No Brasil, em 37 regiões metropolitanas de 20 estados e
no Distrito Federal, 17,6 milhões de pessoas levam, em média, 114 minutos
para fazer o trajeto casa-trabalho-casa. No Rio e em São Paulo, o tempo gasto é
maior: 141 e 132 minutos, respectivamente. Esse tempo de deslocamento
representa um custo de oportunidade estimado pela ANTP em cerca de R$ 111
bilhões por ano. Trata-se de um tempo desperdiçado, que afeta não só a
produtividade do trabalhador, mas também a sua saúde e o seu descanso.
Falhas de mercado tais como os congestionamentos ocorrem quando os
mercados não se desenvolvem livremente ou não alocam recursos de maneira
eficiente. Os congestionamentos são a externalidade negativa associada ao uso
de nossos carros, uma falha de mercado que demonstra que o interesse
individual pode prejudicar o coletivo. Outras deficiências são a poluição do ar e
da água, ou a superexploração de recursos naturais, como peixes e florestas.
Fonte: ANTP e Paul Krugman
Alguns Exemplos de Falhas de Mercado
Externalidades Negativas
Monopólios
(poder de mercado)
Assimetria de
Informação
Bem Públicos
Condutas anticompetitivas
Uma falha de mercado é a situação econômica onde há
uma distribuição ineficiente de bens e serviços no
mercado livre. Na falha de mercado, os incentivos
individuais para o comportamento racional não levam a
resultados racionais para o grupo. Em outras palavras,
cada indivíduo toma a decisão correta para si mesmo,
mas essas decisões são erradas para o grupo.
Outras falhas de mercado incluem
bens meritórios e demeritórios, dilema
da agência, risco moral e falta de
mobilidade dos fatores de produção
A literatura reconhece três fatores bem definidos que garantem
o funcionamento adequado do mercado e que evitam suas falhas:
(1) direitos de propriedade bem definidos, (2) agentes racionais
e (3) livre concorrência. Sem esses fatores, os preços deixam de
ser bons reguladores, o mercado não aloca os recursos da forma
mais eficiente e, em alguns casos, há riscos para o consumidor.
Alguns Exemplos de Falhas de Mercado
Externalidades Negativas
Monopólios
(poder de mercado)
Assimetria de
Informação
Bem Públicos
Condutas anticompetitivas
Externalidades Negativas
Monopólios
(poder de mercado)
Assimetria de
Informação
Condutas anticompetitivas
Alguns Exemplos de Falhas de Mercado
Bem Públicos
Ao contrário do público em geral, para os economistas os bens
públicos NÃO se caracterizam pela gratuidade, mas sim pela não-
exclusividade e não-rivalidade. Um bem é não-excludente quando
não é possível evitar que alguém o utilize e não-rival quando seu
uso por um indivíduo não reduz a disponibilidade para outro (ou
seja, o bem não é consumível). Por exemplo, pense na iluminação
pública: todos usufruem dela, mesmo que não paguem por ela (não-
exclusividade); além disso,
a iluminação não é
consumida pelas pessoas
que se beneficiam dela
(não-rivalidade).
Obsolescência Programada:
Uma Falha de Mercado?
A obsolescência planejada é uma estratégia comercial que limita deliberadamente a vida útil de
um produto. Ao notarem que esse produto se tornou inútil ou desatualizado, os consumidores
não têm opção que não substituí-lo, mantendo sua demanda em alta. Às vezes, o produto para de
funcionar depois de um tempo mas, às vezes, a estratégia é mais sutil – a indústria lança um
modelo semelhante ao antigo, mas tido como superior por um detalhe irrelevante, como sua cor.
• Na indústria de tecnologia, historicamente o
ciclo de vida dos smartphones tem sido de
dois a três anos, conforme o desgaste dos
seus componentes básicos;
• As novas versões de software e sistemas
operacionais tornam-se menos compatíveis
com o hardware antigo;
• Anualmente, os fabricantes de automóveis
lançam novas versões de seus modelos
sem necessariamente acrescentar algo de
inovador além de alterações cosméticas;
• No setor de roupas, as meias de náilon
tendem a prender ou desfiar com o tempo.
Fonte: Investopedia e BBC
Em 2017, a Apple foi acusada de acelerar de
forma dissimulada a obsolescência do iPhone.
Um estudo da Universidade de Harvard
descobriu que algumas atualizações do iOS
diminuíram a velocidade do processador de
modelos mais antigos do iPhone. A Apple
assumiu que isso acontecia, mas argumentou
que o propósito disso era prolongar a vida útil
dos aparelhos mais velhos, não impulsionar as
vendas de novos modelos de iPhone. Se foi
assim, por que não se notificou os clientes?
O Brasil não possui um programa de renovação de veículos nem promove inspeção obrigatória como condição para
que os carros antigos permaneçam circulando. Na verdade, aqui os carros “velhos” deixam de recolher IPVA - em São
Paulo, por exemplo, unidades com 20 anos ou mais de fabricação são isentos. Em contraste, nas nações mais ricas há
subsídios para incentivar a aquisição de automóveis zero-quilômetro. A justificativa é óbvia: os veículos mais novos
poluem menos e trazem mais segurança em caso de acidentes. Há países em que os proprietários de carros antigos
pagam mais tributos e estão sujeitos a exigências adicionais – como acontece no Japão. O custo para se manter um
automóvel mais velho no Japão é bem maior, e o gasto aumenta ainda mais se o carro não for da categoria kei car
(modelos compactos com motor de até 660 cm³ que, ao contrário de carros maiores, podem ser adquiridos sem que o
proprietário comprove que tem onde estacioná-lo). O imposto anual, correspondente ao IPVA e ao licenciamento
brasileiros, aumenta 24% para carros com mais de 13 anos de fabricação. A partir de 18 anos, o tributo sobe 33% para
kei cars e 53% para os outros veículos. Todos os veículos registrados no país passam por inspeção compulsória a cada
dois anos para verificar se as emissões de poluentes e os itens de segurança estão dentro dos parâmetros exigidos.
Carros zero-quilômetro são submetidos à primeira verificação três anos após a compra. A cada inspeção, o
proprietário precisa renovar o seguro obrigatório e pagar um imposto sobre o peso do carro - esse tributo sobe 20% a
partir do 13º ano de produção para kei cars e 39% para os demais. Todavia, esse imposto é bem mais baixo para
veículos híbridos e com menor emissão de gases, pois existe um desconto de desempenho ambiental e ecológico que
depende do tamanho e do tipo do motor, além do ano de fabricação e do nível de emissão de gases. Todas essas
medidas demonstram que a intenção do governo japonês é usar incentivos financeiros para forçar a renovação da sua
frota de veículos e, assim, diminuir o impacto deles no meio ambiente. É claro que qualquer motorista japonês pode
rodar com um carro antigo que polua mais se assim o desejar. Mas terá que pagar a mais para exercer esse direito.
Japão “obriga” motoristas a comprarem carros novos
Alessandro Reis – UOL
03/10/2021 No Japão, ser proprietário de um veículo mais antigo pesa no bolso
Fonte:
adaptado
de
UOL
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
A economia é dividida em microeconomia e macroeconomia. A microeconomia analisa o comportamento dos
indivíduos e das empresas, como eles tomam decisões e como interagem entre si em condições de escassez de
recursos, considerando o efeito de fatores como necessidades, legislação, regulamentações do mercado e impostos.
Nesse escopo, a microeconomia estuda conceitos como demanda, oferta e outras forças que determinam o nível de
preços de uma economia – por isso, muitas vezes a microeconomia é chamada de Teoria dos Preços. Em outras
palavras, a microeconomia é uma abordagem bottom-up para entender as escolhas humanas, as decisões e a
alocação de recursos. A macroeconomia agrega de várias formas os dados dos estudos microeconômicos, estudando
economia de um país (ou região) como um todo. Seu objeto de estudo são os grandes agregados econômicos como
inflação, taxa de desemprego, balanço de pagamentos, incentivos econômicos e a balança comercial. Quando se fala
de política econômica e os seus instrumentos (políticas monetária, fiscal e cambial), trata-se de macroeconomia.
Contraste Entre os Objetos de Estudo da Micro e Macroeconomia
Microeconomia Macroeconomia
Analisa mercados individuais Analisa a economia como um todo (ex: PIB)
Variações no preço de um bem (ou serviço) Inflação (nível geral de preços)
Mercado individual de trabalho Taxas de emprego ou desemprego
Comportamento individual de consumo Demanda agregada (DA)
Oferta de bens (ou serviços) Capacidade produtiva da economia
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
A economia é dividida em microeconomia e macroeconomia. A microeconomia analisa o comportamento dos
indivíduos e das empresas, como eles tomam decisões e como interagem entre si em condições de escassez de
recursos, considerando o efeito de fatores como necessidades, legislação, regulamentações do mercado e impostos.
Nesse escopo, a microeconomia estuda conceitos como demanda, oferta e outras forças que determinam o nível de
preços de uma economia – por isso, muitas vezes a microeconomia é chamada de Teoria dos Preços. Em outras
palavras, a microeconomia é uma abordagem bottom-up para entender as escolhas humanas, as decisões e a
alocação de recursos. A macroeconomia agrega de várias formas os dados dos estudos microeconômicos, estudando
economia de um país (ou região) como um todo. Seu objeto de estudo são os grandes agregados econômicos como
inflação, taxa de desemprego, balanço de pagamentos, incentivos econômicos e a balança comercial. Quando se fala
de política econômica e os seus instrumentos (políticas monetária, fiscal e cambial), trata-se de macroeconomia.
Contraste Entre os Objetos de Estudo da Micro e Macroeconomia
Microeconomia Macroeconomia
Analisa mercados individuais Analisa a economia como um todo (ex: PIB)
Variações no preço de um bem (ou serviço) Inflação (nível geral de preços)
Mercado individual de trabalho Taxas de emprego ou desemprego
Comportamento individual de consumo Demanda agregada (DA)
Oferta de bens (ou serviços) Capacidade produtiva da economia
Granularidade da Economia??
A divisão da Economia entre micro e macroeconomia é algo
arbitrária, é apenas uma primeira forma de se classificar
os estudos econômicos. A verdade é que a Economia se
divide em inúmeras áreas como economia comportamental,
história econômica, desenvolvimento econômico, métodos
matemáticos e quantitativos (que incluiu Econometria e
Economia Experimental), economia pública e, não menos
importante, economia financeira (que aborda “valuation” e o
mercado de valores mobiliários, como as bolsas).
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
1. Manter a Inflação Sobre Controle
A inflação é percebida como um aumento persistente e generalizado do nível geral de preços, medido por
índices como o IPCA ou o IGPM. Se os preços que a população paga por comida, moradia e saúde estão
subindo mais rapidamente do que os salários que recebem, o seu padrão de vida declina. É por esse motivo
que é importante manter uma inflação relativamente baixa é vital para garantir a estabilidade econômica de
uma nação.
2. Combater o Desemprego
A taxa de desemprego é o percentual de trabalhadores sem ocupação. Além de comprometer o sustento
das pessoas, uma alta taxa de desemprego significa que a economia do país está desperdiçando um
recurso precioso – o trabalho – e isso se traduz na produção de menos bens e serviços. No curto prazo,
existe uma relação bem clara entre desemprego e inflação: quando a economia cresce, mais empregos são
criados, o desemprego cai e há escassez de mão de obra, o que tende e elevar os salários e pressionar a
inflação. Quando a economia encolhe, o desemprego sobe e os salários tendem a cair, o que é percebido
como uma inflação mais baixa. Existe um consenso que o desemprego zero é uma utopia, de forma que
uma taxa de desemprego de 5% ou menos é considerada “pleno emprego”.
Objetivos de Política Macroeconômica (1)
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
3. Aumentar o Padrão de Vida da Sociedade
O crescimento econômico consiste no aumento na produção de bens e serviços durante um período. O
crescimento econômico tem reflexos microeconômicos evidentes: as empresas tornam-se mais lucrativas,
os preços de suas ações tornam o mercado de capitais mais atrativo, o que aumenta a disponibilidade de
recursos para investimentos. Isso gera mais empregos e também incentiva a criação de mais empresas,
aumentando o nível de renda e incentivando o consumo – que, por sua vez, retroalimenta a produção,
criando um ciclo virtuoso. Portanto, conceitualmente, o crescimento econômico implica em melhoria do
padrão de vida da população – mas medi-lo pode não ser trivial. De fato, uma das formas de medir o
crescimento econômico de um país é o Produto Interno Bruto (PIB), que não leva em conta muitos fatores
que impactam o padrão de vida, como distribuição de renda, custos ambientais e a dívida pública.
Objetivos de Política Macroeconômica (2)
4. Equilibrar o Balanço de Pagamentos
O balanço de pagamentos reúne todas as transações que indivíduos, empresas e órgãos governamentais
de um país realizam com indivíduos, empresas e órgãos governamentais fora do país, sendo constituídas
de importações e exportações de bens, serviços e capital, além de remessas internacionais. Grandes
déficits ou superávits no balanço de pagamentos não são benéficos no longo prazo, mas podem ser
vantajosos no curto prazo (ex: importação de bens de capital para modernizar a indústria doméstica).
Problemas
microeconômicos
Problemas
macroeconômicos
Como lidar com as externalidades?
Como evitar monopólios?
Quem deveria controlar as utilities?
Qual é o valor do meio ambiente?
Como reduzir as desigualdades?
Como baixar o índice de desemprego?
Como lidar com o comércio exterior?
Como prevenir recessões?
Como combater a inflação?
Como aumentar o padrão de vida?
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
Problemas Econômicos – Macro e Micro
Fonte: economicshelp e stackexchange
Como lidar com as externalidades?
Como evitar monopólios?
Quem deveria controlar as utilities?
Como baixar o índice de desemprego?
Como lidar com o comércio exterior?
Como prevenir recessões?
Como combater a inflação?
Como aumentar o padrão de vida?
Problemas
microeconômicos
Problemas
macroeconômicos
Qual é o valor do meio ambiente?
Como reduzir as desigualdades?
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
Problemas Econômicos – Macro e Micro
Problemas que dizem respeito à
sociedade como um todo não
deveriam ser estudados no escopo da
macroeconomia? O que o meio
ambiente e a desigualdade têm a ver
com as decisões e comportamento
individuais dos agentes econômicos? O
que você acha?
Fonte: economicshelp e stackexchange
Como lidar com as externalidades?
Como evitar monopólios?
Quem deveria controlar as utilities?
Qual é o valor do meio ambiente?
Como baixar o índice de desemprego?
Como lidar com o comércio exterior?
Como prevenir recessões?
Como combater a inflação?
Problemas
microeconômicos
Problemas
macroeconômicos
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
Problemas Econômicos – Macro e Micro
Como aumentar o padrão de vida?
Você não concorda que reduzir as desigualdades entre as pessoas de uma
sociedade significa, em última instância, aumentar o padrão de vida dos mais
carentes? Então como é possível que “reduzir as desigualdades” seja um
problema microeconômico e “aumentar o padrão de vida” seja um problema
macroeconômico? Isto não é incongruente? Qual é a sua opinião?
Fonte: economicshelp e stackexchange
Como reduzir as desigualdades?
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
Microeconomia
Estudo da interação entre os agentes
econômicos, de suas escolhas e do seu
comportamento em condições de escassez
Macroeconomia
Estudo dos agregados econômicos tais
como o PIB, que retratam o crescimento e
desenvolvimentoeconômicos da sociedade
Como a macro e micro economia se relacionam
As pessoas interagem economicamente entre si com o objetivo de maximizar a sua felicidade dado
a escassez de recursos. Como as pessoas julgam-se mais prósperas quanto estão mais felizes, é
possível medir sua felicidade pela capacidade que têm de consumir bens e serviços. Por isso, o PIB
de um país indica (ainda que indiretamente) como o seu governo está contribuindo para maximizar
a felicidade de seus cidadãos face a inevitável escassez de recursos. Um PIB em alta indica que está
descobrindo novas maneiras de produzir mais bens e serviços que deixam as pessoas mais felizes.
O PIB (Produto Interno Bruto) é calculado pelo IBGE é o valor de toda a produção nacional, calculado pela soma do valor de todos os produtos e
serviços finais produzidos no Brasil. O PIB é chamado de termômetro da economia pois quanto mais alto o seu valor, maior é a atividade econômica do
país, ou seja, mais se consome, vende e investe nele. Contudo, o PIB não revela nada sobre qualidade de vida, educação, saúde e distribuição de renda.
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
Senado aprova projeto que muda modelo
de concorrência no transporte rodoviário
Empresas que atuam há anos no setor são contra a medida, que muda
o regime de licitações para o de autorizações, em que qualquer
companhia pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse
Daniel Weterman, O Estado de S.Paulo
15 de dezembro de 2020 | 22h57
BRASÍLIA - Na última sessão do ano, o Senado aprovou o projeto que altera o modelo de concorrência no
transporte rodoviário. O senador Rodrigo Pacheco foi um dos que travaram uma disputa com o Ministério
da Infraestrutura para manter as regras que impedem a concorrência no transporte interestadual de
passageiros. Empresas que atuam há anos no setor são contra a abertura do mercado, que se dá pela
mudança do regime de permissões, com licitação, para o de autorizações, em que qualquer empresa
pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse. Em um acordo com a Infraestrutura, o relator do
projeto, Acir Gurgacz (PDT-RO), alterou o parecer para manter o regime de autorização, porém, com
critérios, permitindo esse modelo para prestação não regular de serviços de transporte terrestre coletivo de
passageiros, vedada a intermediação e a venda individual de bilhete de passagem. Na prática, a redação
ficou mais próxima do que defendia o governo.
Não haverá limite ao número de autorizações para o serviço regular de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros, salvo no caso de inviabilidade técnica, operacional e econômica, determina o
projeto. Os critérios para autorização serão definidos pelo Executivo.
Fonte: adaptado de Estadão
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
Senado aprova projeto que muda modelo
de concorrência no transporte rodoviário
Empresas que atuam há anos no setor são contra a medida, que muda
o regime de licitações para o de autorizações, em que qualquer
companhia pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse
Daniel Weterman, O Estado de S.Paulo
15 de dezembro de 2020 | 22h57
BRASÍLIA - Na última sessão do ano, o Senado aprovou o projeto que altera o modelo de concorrência no
transporte rodoviário. O senador Rodrigo Pacheco foi um dos que travaram uma disputa com o Ministério
da Infraestrutura para manter as regras que impedem a concorrência no transporte interestadual de
passageiros. Empresas que atuam há anos no setor são contra a abertura do mercado, que se dá pela
mudança do regime de permissões, com licitação, para o de autorizações, em que qualquer empresa
pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse. Em um acordo com a Infraestrutura, o relator do
projeto, Acir Gurgacz (PDT-RO), alterou o parecer para manter o regime de autorização, porém, com
critérios, permitindo esse modelo para prestação não regular de serviços de transporte terrestre coletivo de
passageiros, vedada a intermediação e a venda individual de bilhete de passagem. Na prática, a redação
ficou mais próxima do que defendia o governo.
Não haverá limite ao número de autorizações para o serviço regular de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros, salvo no caso de inviabilidade técnica, operacional e econômica, determina o
projeto. Os critérios para autorização serão definidos pelo Executivo.
Fonte: adaptado de Estadão
Senado aprova projeto que muda modelo
de concorrência no transporte rodoviário
Empresas que atuam há anos no setor são contra a medida, que muda
o regime de licitações para o de autorizações, em que qualquer
companhia pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse
Regulamentar o mercado rodoviário é
uma questão “micro” ou “macro” Econômica?
Aliás, esse mercado precisa ser regulado? Visto que no
Brasil vivemos um regime de livre-mercado, esse
mercado não deveria ficar a cargo da “Mão Invisível” ?
Cabe regular esse mercado em particular – ou
qualquer outro? O que você acha?
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
Taxa Selic está no menor patamar da série histórica. Índice está estacionado nos 2%
desde agosto, e analistas avaliam que cenário pode ser mantido no próximo semestre.
Copom mantém taxa básica de juros da
economia em 2% na última reunião do ano
Por Laís Lis, G1 — Brasília
09/12/2020 18h37
ECONOMIA
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por unanimidade nesta quarta-feira (9) manter a taxa
básica de juros, a Selic, em 2% ao ano. Essa foi a última reunião do ano do Copom. A taxa Selic segue então no menor
patamar da série histórica. Essa foi a terceira vez seguida que o comitê decide manter a taxa de juros em 2% ao ano.
A definição da taxa de juros acontece em meio à alta dos preços. Em novembro, o IPCA, índice considerado a inflação
oficial do país, somou 0,89%. Nos últimos doze meses até novembro, a inflação foi de 4,31%, acima do centro da meta
de inflação para este ano, de 4%.
Nos últimos meses, a inflação tem disparado principalmente em razão do aumento dos preços dos alimentos. Segundo
analistas, isso decorre da disparada do dólar, que incentivou os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo,
assim, a oferta de produtos no mercado interno, além do pagamento do auxílio emergencial pelo governo, o que
estimulou o consumo. Sobre a alta nos preços, o Copom informou em nota que as últimas leituras de inflação vieram
acima do esperado e que, em dezembro, a inflação ainda deve se mostrar elevada. O comitê, no entanto, mantém o
diagnóstico de que os choques atuais de preços são temporários.
O Copom diz que, em breve, as condições para manutenção do “forward guidance” – a orientação futura, que indica a
manutenção dos juros se respeitadas certas condições – podem não ser mais atendidas. Isso, segundo a nota, não
implica em uma elevação imediata da taxa básica de juros já que a economia ainda precisa de estímulos monetários.
Fonte: adaptado de G1
A Granularidade da Economia:
Micro e Macroeconomia
Taxa Selic está no menor patamar da série histórica. Índice está estacionado nos 2%
desde agosto, e analistas avaliam que cenário pode ser mantido no próximo semestre.
Copom mantém taxa básica de juros da
economia em 2% na última reunião do ano
Por Laís Lis, G1 — Brasília
09/12/2020 18h37
ECONOMIA
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por unanimidade nesta quarta-feira (9) manter a taxa
básica de juros, a Selic, em 2% ao ano. Essa foi a última reunião do ano do Copom. A taxa Selic segue então no menor
patamar da série histórica. Essa foi a terceira vez seguida que o comitê decide manter a taxa de juros em 2% ao ano.
A definição da taxa de juros acontece em meio à alta dos preços. Em novembro, o IPCA, índice considerado a inflação
oficial do país, somou 0,89%. Nos últimos doze meses até novembro, a inflação foi de 4,31%, acima do centro da meta
de inflação para este ano, de 4%.
Nos últimos meses, a inflação tem disparado principalmente em razão do aumento dos preços dos alimentos. Segundo
analistas, isso decorre da disparada do dólar, que incentivou os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo,
assim, a oferta de produtos no mercado interno, além do pagamento do auxílio emergencial pelo governo, o que
estimulou o consumo. Sobre a alta nos preços, o Copom informou em nota que as últimas leituras de inflação vieram
acima do esperado e que, em dezembro, a inflação ainda deve se mostrar elevada. O comitê, no entanto, mantém o
diagnóstico de que os choques atuais de preços são temporários.
O Copom diz que, em breve, as condições para manutenção do “forward guidance” – a orientação futura, que indica a
manutenção dos juros se respeitadas certas condições – podem não ser mais atendidas. Isso, segundo a nota, não
implica em uma elevação imediata da taxa básica de juros já que a economia ainda precisa de estímulos monetários.
Fonte: adaptado de G1
MACROECONOMIA OU MICROECONOMIA?
A taxa básica de juros da economia no Brasil (a SELIC) é o principal
instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar
a inflação. É utilizada no mercado interbancário para financiamento de
operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais, como
os empréstimos que os bancos fazem para pagar os depósitos compulsórios.
Por lei, diariamente os bancos têm que depositar um percentual de seus
depósitos em uma conta no Banco Central para controlar o excesso de
dinheiro em circulação na economia e evitar um aumento descontrolado da
inflação. Contudo, é comum que alguns bancos não consigam ter dinheiro em
caixa para cobrir a quantia correspondente ao depósito compulsório. Então,
para honrar seu compromisso com o BC, esses bancos captam empréstimos
com outros bancos para cumprirem a lei e, naturalmente, pagam juros por
esse empréstimo. E esses juros são determinados pela taxa SELIC.
Então ajustar a SELIC é uma questão macro ou microeconômica? Por quê?
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (1)
Estado fragmentado, sociedade de castas e escambo: o Feudalismo
O feudalismo foi uma forma de organização econômica, política e social da Europa
Centro-Ocidental na Idade Média entre os séculos V e XV. Surgiu devido à decadência
do Império Romano a partir do século III (prestígio político em queda, falta de
escravos e declínio militar) e à grave crise econômica vivenciada à época. Devido às
invasões germânicas (bárbaros), os romanos mais abastados abandonaram as cidades
para morar em suas propriedades rurais, chamadas de vilas ou feudos. Essa
ruralização foi caracterizada por uma reorganização do trabalho, de escravocrata
para servil. Os servos constituíam a maior parte da população e permaneciam
vinculados a um feudo, sendo obrigados a prestar pesados serviços e a pagar uma
grande quantidade de tributos aos senhores feudais, sendo essa forma de exploração
do trabalho a base da riqueza. A economia era predominantemente agrária mas, a
despeito de certos avanços, as técnicas agrícolas eram precárias e de baixa
produtividade, voltadas para a autossuficiência, sem excedentes ou colheitas
expressivas. Não haviam moedas de ampla circulação, de forma que eventuais
excessos de produção eram negociados na base do escambo, inibindo o comércio.
Na sociedade feudal, o poder estatal era fragmentado e havia três extratos sociais bem definidos: a
nobreza (à qual o monarca pertencia), o clero e os camponeses, que podiam ser servos ou, em menor
número, os vilões (ex-proprietários de terras que arrendavam propriedades do senhor feudal).
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (1)
Estado fragmentado, sociedade de castas e escambo: o Feudalismo
O Feudo
7. Moinho
8. Ferreiro
9. Campos cultivados
10. Campos em pousio
11. Manso comum
12. Florestas e bosques
1. Castelo
2. Igreja
3. Moradias dos vilões
4. Celeiro do dízimo
5. Gleba
6. Padaria
O Rei
NOBRES
Cavaleiros
(vassalos)
Camponeses
A Estrutura Feudal de Poder
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (2)
Capitalismo Comercial: o Mercantilismo
O mercantilismo está diretamente ligado ao fim do feudalismo e à formação dos
Estados Nacionais Modernos como Inglaterra, França, Espanha e Portugal, que
surgiram com o poder centralizado na figura do rei. Essa centralização permitiu aos
monarcas controlar a economia para aumentar as riquezas nacionais, o que envolvia
todo um aparato burocrático responsável pela administração da nação, em questões
políticas, sociais, econômicas. Isso somente foi possível com o apoio da burguesia,
que lutou para extinguir os privilégios de parte da nobreza feudal, o que mais tarde
permitiu as Grandes Navegações e a colonização do continente americano, incluindo
o Brasil. A intensa exploração colonial dessa região fomentou o desenvolvimento
comercial e manufatureiro (embrião da indústria). Para assegurar seus interesses, as
nações mercantilistas empregavam seu prestígio e poderio militar para proteger seus
mercados locais e fontes de abastecimento (imperialismo), na crença de que a saúde
econômica dependia do seu suprimento de capital. O mercantilismo não consistiu
num sistema econômico propriamente dito, mas sim num “conjunto de práticas”
econômicas que definiu a transição do modo de produção feudal para o capitalista.
O mercantilismo desenvolveu-se na Europa durante a Idade Moderna, entre os séculos XV e XVIII.
Caracterizava-se pela forte presença estatal na economia e pela obsessão de manter as balanças
comerciais superavitárias, justificando o imperialismo, tarifas e subsídios sobre bens comercializados.
Fonte: UOL
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (2)
Capitalismo Comercial: o Mercantilismo
Para assegurar seus interesses, as
nações mercantilistas empregavam seu prestígio e poderio militar para proteger seus
mercados locais e fontes de abastecimento (imperialismo), na crença de que a saúde
econômica dependia do seu suprimento de capital. O mercantilismo não consistiu
num sistema econômico propriamente dito, mas sim num “conjunto de práticas”
econômicas que definiu a transição do modo de produção feudal para o capitalista.
O mercantilismo desenvolveu-se na Europa durante a Idade Moderna, entre os séculos XV e XVIII.
Caracterizava-se pela forte presença estatal na economia e pela obsessão de manter as balanças
comerciais superavitárias, justificando o imperialismo, tarifas e subsídios sobre bens comercializados.
Fonte: UOL
Durante o mercantilismo, vigia na Europa a ideia de que
a riqueza disponível no mundo era algo que não poderia
ser ampliado e, portanto, os Estados absolutistas se
empenhavam em assegurar para si a maior porção
possível dessa riqueza supostamente limitada.
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (2)
Capitalismo Comercial: o Mercantilismo
O Argumento Mercantilista para a Expansão Colonial
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (3)
Deixe fazer, deixe ir, deixe passar: a Fisiocracia
A fisiocracia era uma teoria da riqueza que definia valor agregado de uma forma bastante simplista,
afirmando que a riqueza das nações derivava exclusivamente do valor da agricultura. Para os fisiocratas,
somente a terra era capaz de multiplicar capital, pois recebia uma semente e devolvia muitas outras.
A fisiocracia (do grego fisios, natureza, e kratia, governo) surgiu na França durante o
Iluminismo e se opunha ao mercantilismo e as suas complexas regulamentações
governamentais. Seu maior expoente foi o medico francês François Quesnay, para o qual
a economia era uma ciência e deveria ser estudada com o mesmo rigor que o nosso
organismo. Para Quesnay, a circulação de bens e riquezas na economia são análogas à
circulação do sangue no corpo e, por essa razão, a circulação de riquezas deveria fluir sem
obstáculos para assegurar uma economia próspera. Os homens precisam agir livremente
sem a intervenção do Estado, fazendo com que toda riqueza gerada na produção,
circulação e distribuição de bens seja reaplicada na própria economia fazendo-a crescer.
Cabe ao Estado garantir as condições adequadas como o direito à propriedade, o restante
deve se desenvolver de forma natural. Esse princípio tornou-se conhecido como laissez-
faire (laissez faire, laissez aller, laissez passer, le monde va de lui-même, que significa
“deixai fazer, deixai ir, deixai passar, o mundo vai por si mesmo”). Isso é, as instituições
privadas podem solucionar todas as suas questões sem uma interferência do governo.
Com a fisiocracia, disseminou-se o conceito de eficiência econômica, até então ignorado.
Fonte:
The
Economist
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (3)
Deixe fazer, deixe ir, deixe passar: a Fisiocracia
A fisiocracia era uma teoria da riqueza que definia valor agregado de uma forma bastante simplista,
afirmando que a riqueza das nações derivava exclusivamente do valor da agricultura. Para os fisiocratas,
somente a terra era capaz de multiplicar capital, pois recebia uma semente e devolvia muitas outras.
Esse princípio tornou-se conhecido como laissez-
faire (laissez faire, laissez aller, laissez passer, le monde va de lui-même, que significa
“deixai fazer, deixai ir, deixai passar, o mundo vai por si mesmo”). Isso é, as instituições
privadas podem solucionar todas as suas questões sem uma interferência do governo.
As ideias econômicas dos fisiocratas são simplistas mas, na verdade, essas
ideias não foram sua principal contribuição para o pensamento econômico. Foi a
sua abordagem metodológica para o estudo de economia que foi revolucionária.
Quesnay era um cientista (ele era um médico) e aplicou os princípios científicos
da medicina ao estudo da riqueza. Até então, os pensadores mercantilistas
julgavam que acumular ouro era a melhor estratégia econômica sem pensar
na eficiência. Posteriormente, Adam Smith popularizou o conceito de laissez-
faire, que tornou-se sinônimo de liberalismo econômico.
Fonte:
The
Economist
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (4)
Produzir mais e melhor: a Economia Clássica
Com a divisão do trabalho, o capitalista torna os trabalhadores de suas fábricas mais produtivos e
aumenta sua escala de produção, barateando os custos de produção e diminuindo os preços ao
consumidor final.Para isso funcionar bem,todas as barreiras à livre concorrência devem ser eliminadas.
Antes do capitalismo, a produção era artesanal, os bens eram intercambiados em feiras ou
mercados, a produção era voltada para o próprio consumo e o dinheiro servia para adquirir
bens de ostentação. Por isso, o tempo dedicado a ganhar dinheiro era menor que o tempo
dedicado ao autoconsumo e as atividades não econômicas eram de cunho religioso e
recreativo. No século XVI, surge o capitalismo manufatureiro como fruto da formação do
mercado mundial e das grandes navegações e, com isso, ganham destaque os produtos com
mais valor agregado, como ouro, prata e tabaco. Com mercados maiores, o capital adentra a
produção e torna-se manufatureiro. Na Europa e nos EUA, as manufaturas empregavam
muitas pessoas, consagrando o laissez-faire como princípio econômico: a medida que todos
procuram garantir seus interesses, a economia de toda a sociedade floresce por meio da mão
invisível, aumentando o bem-estar geral. As nações cresceriam porque seus cidadãos teriam
empresas onde trabalhar e buscariam produzir mais e melhor para poder vender aos
consumidores, inclusive no exterior. O aumento da produção seria fruto da divisão do
trabalho, da lei de Say (“a produção é a fonte de demanda”) e das vantagens comparativas.
Contudo, algumas pessoas começaram a se preocupar com as péssimas condições de trabalho
aque os operários eram submetidos e com a possibilidade de eventuais choques de demanda.
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (4)
Produzir mais e melhor: a Economia Clássica
Com a divisão do trabalho, o capitalista torna os trabalhadores de suas fábricas mais produtivos e
aumenta sua escala de produção, barateando os custos de produção e diminuindo os preços ao
consumidor final.Para isso funcionar bem,todas as barreiras à livre concorrência devem ser eliminadas.
O aumento da produção seria fruto da divisão do
trabalho, da lei de Say (“a produção é a fonte de demanda”) e das vantagens comparativas.
Contudo, algumas pessoas começaram a se preocupar com as péssimas condições de trabalho
aque os operários eram submetidos e com a possibilidade de eventuais choques de demanda.
Indiscutivelmente, os sistemas fabris criados pela Revolução Industrial são
responsáveis pela criação do capitalismo e das cidades modernas. Antes
da revolução, a maioria das pessoas ganhava a vida no campo e vivia em
comunidades rurais espalhadas. Foi a demanda por mão de obra nas
fábricas que incentivou as pessoas a morar e trabalhar em áreas urbanas.
Frequentemente, os salários eram baixos e as condições de vida eram
difíceis mas, na média, a vida era melhor do que na agricultura. Tudo
isso foi possível graças ao aumento de produção gerado pelas fábricas e
à economia de mercado.
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (4)
Produzir mais e melhor: a Economia Clássica
Hipoteticamente, suponha que Michael Jordan poderia
pintar sua casa em oito horas. Nessas mesmas oito
horas, ele também poderia participar da filmagem de
um comercial de televisão que lhe renderia US$ 50.000.
Em contraste, o vizinho de Jordan, Joe, poderia pintar a
casa em 10 horas. No mesmo período, ele poderia
trabalhar em um restaurante de fast food e ganhar US$
100. Neste exemplo, Joe tem uma vantagem
comparativa, embora Michael Jordan pudesse pintar a
casa mais rápido e melhor. A melhor troca seria
Michael Jordan filmar um comercial de televisão e
pagar Joe para pintar sua casa. Desde que Michael
Jordan ganhe os US$ 50.000 esperados e Joe mais de
US$ 100, a negociação é muito boa para os dois.
Devido à sua diversidade de habilidades, Michael
Jordan e Joe provavelmente considerariam este o
melhor arranjo possível para o benefício de ambos.
Fonte: Investopedia
Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (4)
Produzir mais e melhor: a Economia Clássica
Uma vantagem comparativa é a capacidade de produzir um determinado bem ou serviço a um custo de
oportunidade menor do que seus parceiros comerciais, conferindo portanto a capacidade de se vender bens e
serviços a preços mais competitivos do que os concorrentes – e assim obter margens maiores nas vendas.
No séc. XIX, as ideias mercantilistas tinham um grande
apelo, estimulando os países a exportar o máximo possível
(para acumular ouro) e importar o menos possível (para
economizar o ouro acumulado). Por sua vez, Adam Smith
defendia que é possível lucrar mais com o livre comércio.
Como exemplo, ele dizia que a Escócia poderia evitar a
importação de vinhos e produzi-los internamente, se assim
quisesse. Contudo, como a Grã-Bretanha não se presta às
vinhas, isso exigiria o uso de estufas, canteiros de mudas e
paredes aquecidas – e isso custaria 30 vezes mais do que
importar vinhos. Então, ele conclui que se um determinado
país estrangeiro pode comprar uma mercadoria de outro a
um custo mais baixo do que o necessário para produzi-lo
internamente, o melhor a fazer é importa-lo com parte da
produção doméstica, o que é vantajoso para os dois países.
Adam Smith dizia que seria melhor para os países se eles
se concentrassem no que gastam menos para produzir e
importassem os demais produtos de países que
conseguem fabricá-los a um custo de produção menor.
David Ricardo refinou essa ideia ao criar a noção de
vantagem comparativa: não é necessário que um país
gaste menos do que outro para produzir algo em vez de
importa-lo, basta produzi-lo a um custo de oportunidade
menor. Ricardo dizia que a Inglaterra exportava tecidos e
importava vinho para liberar recursos produtivos à sua
competente indústria têxtil e haveria mais tecido e vinho
do que se tivessem insistido na produção de vinhos. Por
sua vez, Portugal importava tecidos e exportava vinho,
porque lá os benefícios eram maiores se a indústria
produzisse mais vinho ao invés de tentar fabricar tecidos.
Produzir a um custo mais baixo ou produzir a um custo relativamente mais baixo?
Adam Smith: produzir a um custo mais baixo David Ricardo: custo de oportunidade mais baixo
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Lecture #1 fundamentos e conceitos econômicos básicos

  • 1. Análise Econômica e Mercado Fundamentos e Conceitos Econômicos Docente: Humberto Fioravante Ferro Curso: Tecnólogo em Gestão Comercial 06/03/2022 17:45
  • 2. Conteúdo • Conceitos básicos relacionados à economia e à atividade econômica; • Breve perspectiva histórica da evolução do pensamento econômico; • Algumas escolas de pensamento econômico; • Microeconomia e macro economia; • Necessidades humanas e fatores de produção; • Bens, serviços, sistemas e problemas econômicos.
  • 3. Objetivos de Aprendizagem • Discutir os conceitos básicos de economia e o funcionamento da atividade econômica; • Compreender o que é atividade econômica e fatores de produção; • Distinguir as principais escolas de pensamento econômico entre si; • Compreender como a economia se relacionada à interação de escolhas individuais.
  • 4. Prólogo A Parábola da Janela Quebrada Um moleque arremessa um tijolo na vidraça da janela da padaria de uma pequena aldeia. Atônita, uma multidão se junta para observar o estrago e o padeiro fica inconsolável ao constatar o buraco na janela e o vidro estilhaçado sobre o pão e as tortas. No entanto, após alguns instantes de reflexão filosófica, alguns ponderam que o episódio tem um lado positivo visto que, graças ao incidente, algum vidraceiro arrumará serviço. Com o tempo, todos se convencem do benefício do vandalismo: “Quanto custa uma nova janela de vidro? US$ 50? Ora, se as janelas nunca fossem quebradas, o que seria do vidraceiro? Com o incidente, o vidraceiro vai poder embolsar esse dinheiro e isso é só o começo: ele terá US$ 50 a mais para gastar no comércio e, portanto, os comerciantes terão US$ 50 a mais para gastar com outros comerciantes, ad infinitum. Ao fim e ao cabo, a janela arruinada fará com que mais empregos sejam gerados e o dinheiro flua em círculos cada vez maiores. Então, longe de ser um biltre, o moleque é um benfeitor público!” Os demagogos e os maus economistas estão contando apenas meias-verdades Henry Hazlitt
  • 5. Considerações Iniciais Economia nas Empresas • Para estar apto a tomar decisões nas empresas que administra, o gestor precisa conhecer algo da lógica econômica; • Tomar decisões gerenciais sábias envolve necessariamente uma compreensão da economia, sua conjuntura e perspectivas futuras. Por que Estudar Economia? O estudo da economia possibilita entender os problemas econômicos e, por extensão, formular propostas para mitigá-los ou eliminá-los e, com isso, satisfazer as necessidades humanas e promover o bem-estar dos indivíduos. Não há que se falar de excelência em gestão se o gestor não compreender o significado da economia para o mercado!
  • 6. Economia nas Empresas • Para estar apto a tomar decisões nas empresas que administra, o gestor precisa conhecer algo da lógica econômica; • Tomar decisões gerenciais sábias envolve necessariamente uma compreensão da economia, sua conjuntura e perspectivas futuras. Não há que se falar de excelência em gestão se o gestor não compreender o significado da economia para o mercado! Considerações Iniciais Por que Estudar Economia? O estudo da economia possibilita entender os problemas econômicos e, por extensão, formular propostas para mitigá-los ou eliminá-los e, com isso, satisfazer as necessidades humanas e promover o bem-estar dos indivíduos. A necessidade de se fazer escolhas em condições de escassez conduz a problemas econômicos como as falhas de mercado, custo de oportunidade, alocação ineficiente de recursos, desemprego e inflação. Saber como administrá-los é a maior razão de ser da economia.
  • 7. Reflexão: O Que a Sua Empresa tem a Ver com a Economia? A economia brasileira deve apresentar queda de 7,4% neste ano, segundo previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Essa retração pode ser ainda maior, se houver uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus (covid-19), chegando a 9,1% de queda do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Segundo relatório publicado hoje (10) pela OCDE, a economia brasileira estava finalmente se recuperando de uma longa recessão quando veio o surto da covid-19. E agora, a previsão é que a economia sofra uma recessão ainda mais profunda, diz a organização. Para a OCDE, a recuperação da economia será lenta e parcial, e alguns empregos e empresas serão perdidos. “O desemprego vai bater recorde histórico antes de recuar gradualmente”, avalia. Para 2021, a previsão é de crescimento de 2,4% do PIB, no cenário com duplo surto da covid-19. No cenário com apenas uma onda de contaminação, a previsão de expansão para o próximo ano é 4,2%. Mundo A previsão da OCDE para a queda da economia mundial é de 6% neste ano, em caso de controle do surto da covid-19, com crescimento de 5,2%, em 2021. Se houver uma segunda onda de contaminação, a projeção de queda é 7,6%, em 2020, e expansão de 2,8% em 2021. Fonte: Agência Brasil Segunda onda da covid-19 pode levar PIB do Brasil a cair 9,1% Junho de 2020
  • 8. Economia – O que é? (1) 1. Economia é a ciência social que estuda como as pessoas interagem com coisas de valor; em particular, a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. A economia enfoca o comportamento e as interações dos agentes econômicos e como os mercados funcionam – Wikipedia; 2. A economia, entre outras coisas, pode ser definida como o estudo da escassez, de como as pessoas usam recursos, respondem a certos incentivos ou tomam decisões. Frequentemente, envolve o estudo de tópicos como riqueza e finanças, mas nem tudo na economia é sobre dinheiro. A economia é uma disciplina ampla que nos ajuda a compreender tendências históricas, interpretar as manchetes de hoje e a fazer previsões sobre os próximos anos – American Economic Association; 3. A economia é uma ciência social que se preocupa com a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Ele estuda como indivíduos, empresas, governos e nações decidem alocar recursos. A economia se concentra nas ações dos seres humanos, com base nas premissas de que os humanos agem com comportamento racional, buscando o nível mais ideal de benefício ou utilidade – Investopedia; 4. Economia é uma ciência social que visa analisar e descrever a produção, distribuição e consumo da riqueza – Enciclopédia Britânica;
  • 9. Economia – O que é? (2) 5. A economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços – Paul Krugman; 6. A economia é uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Isso não é trivial porque, embora os recursos ou fatores de produção sejam escassos, as necessidades humanas são ilimitadas e variáveis – Vasconcellos; 7. Economia é a ciência que estuda como os recursos escassos das sociedades são alocados tendo por base as decisões individuais de consumidores, trabalhadores e empresas – Carlos Gonçalves; 8. Economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade escolhem, com ou sem o uso de dinheiro, empregar recursos produtivos escassos que poderiam ter usos alternativos, para produzir várias mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las para consumo agora e no futuro entre várias pessoas e grupos da sociedade – Paul Samuelson; 9. A economia é a ciência que estuda o comportamento humano como uma relação entre fins e meios escassos que têm usos alternativos – Lionel Robbins.
  • 10. Economia – O que é? (3) Elementos Comuns a Todas Definições de Economia
  • 11. Uma Palavra sobre Escassez Sem Escassez, as Escolhas não Seriam Necessárias Os princípios básicos da Economia têm se mostrado válidos no mundo inteiro ao longo de milhares de anos. Eles se aplicam a muitos tipos diferentes de economia - capitalista, socialista, feudal ou qualquer outra coisa - e a uma ampla variedade de povos, culturas e governos. As políticas que levaram ao aumento dos níveis de preços na época de Alexandre, o Grande, em 300 AC foram as mesmas que levaram ao aumento dos níveis de preços no Brasil, milhares de anos depois. A regulamentação dos aluguéis suscitou consequências muito semelhantes no Cairo, Hong Kong, Estocolmo, Melbourne e Nova York. O mesmo aconteceu com políticas agrícolas semelhantes no Brasil, Índia e na União Europeia. Talvez a maio- ria de nós pense na Economia como um sistema de produção e distribuição de bens e serviços que usamos na vida cotidiana, mas essa visão é incompleta. Por exemplo, em termos econômicos, o Paraíso bíblico era “um sistema para a produção e distribuição de bens e serviços” mas, a despeito disso, não era uma economia porque não havia escassez: tudo que Adão e Eva precisavam para suas necessidades pessoais estava disponível em abundância. Sem escassez, não há necessidade de fazer escolhas - e, sem que seja necessário fazer escolhas, não há sentido em falar de Economia. Mas... Alguém consegue evitar a escassez? Nós precisamos fazer escolher escolhas porque os recursos são escassos. Pense: sem escassez, para que precisaríamos escolher? Adaptado de Thomas Sowell
  • 12. Uma Palavra sobre Escassez Sem Escassez, as Escolhas não Seriam Necessárias Nós precisamos fazer escolher escolhas porque os recursos são escassos. Pense: sem escassez, para que precisaríamos escolher? Adaptado de Thomas Sowell nossas necessidades. Entretanto, de um ponto de vista econômico isso é uma falácia – você saberia dizer o por quê? Você poderia ficar tentado a pensar que algumas pessoas não estão sujeitas às vicissitudes da vida e não precisam fazer escolhas porque são financeiramente privile- giadas. Esse raciocínio até parece legítimo, porque sabemos que podemos adquirir virtualmente quaisquer bens com dinheiro, os quais poderiam satisfazer todas as nossas
  • 13. Uma Palavra sobre Dinheiro A Economia estuda a alocação de recursos escassos. Isso nem sempre envolve dinheiro O dinheiro é apenas um meio de troca que – em geral – não possui valor intrínseco: trocamos nossa mão de obra por dinheiro que utilizamos para comprar os bens e serviços que precisamos. O dinheiro também pode ser pensado como uma forma de afixar preços naquilo que produzimos ou consumimos, racionalizando assim o acesso aos recursos escassos (outra forma de fazer isso é por meio de filas e racionamentos, como acontecia nos países de economia planificada). Certas Questões Econômicas Não envolvem Dinheiro Quando ocorre um grande desastre com muitas vítimas, as equipes médicas precisam atender simultaneamente vários pacientes feridos. Essa é uma situação onde essas equipes se deparam com o clássico problema econômico de alocar recursos escassos com usos alternativos. É que nesses casos quase nunca há médicos ou enfermeiras para todos, nem tampouco medicamentos em quantidade suficiente, e isso significa que escolhas terão que ser feitas. Não é sábio empregar o trabalho dos médicos em pacientes com poucas chances de sobrevivência enquanto que outros, menos feridos, poderiam ter uma boa chance de sobreviver se recebessem atendimento imediato. Há também pacientes que provavelmente se recuperarão mesmo que não recebam atenção imediata. Claramente, se a equipe não alocar seu tempo de forma sábia, muitas pessoas que poderiam se recuperar podem acabar morrendo. Então, esse cenário é um problema de natureza econômica, embora nenhum centavo mude de mãos.
  • 14. Bens e Serviços Econômicos Tanto os bens como os serviços satisfazem nossos desejos e necessidades, ou seja, possuem alguma utilidade, mas apenas os bens são tangíveis e, por isso, podem ser transferidos. Existem bens livres, que são abundantes, não possuem valor de troca e podem obtidos sem maiores esforços (por exemplo, ar, a água do mar e a luz solar), e bens econômicos, que são escassos, possuem valor de troca e requerem algum esforço para serem obtidos. Ao contrário do que ocorre com os bens livres, existe um custo de oportunidade (que pode ou não ser financeiro) associado aos bens econômicos: para usufruirmos de um bem econômico, precisamos abrir mão de outra coisa. Os bens econômicos são ditos privados quando pertencem a um indivíduo ou organização (carros, televisores, móveis, celulares...), ou públicos quando não pertencem à ninguém em particular (ruas, praças, rodovias...). Alguns bens públicos mais específicos são os chamados bens comuns que são finitos e, portanto, podem ser exauridos (pastagens, florestas, pescado) e os “bens de clube”, cujo acesso é restringido artificialmente (academias de ginástica e clubes recreativos). Excludente? SIM NÃO Rival? SIM (consumível) Bens Privados Comida, roupas, automóveis, imóveis, vagas de estacionamento, rodovias pedagiadas com congestionamento... Bens Comuns Petróleo, madeira, carvão, pastagens, estoques de peixes no mar, rodovias não- pedagiadas com congestionamento... NÃO (não consumível) Bens artificialmente escassos (“bens de clube” ou monopólios naturais) Academias de ginástica, TV por assinatura, vigilância privada, rodovias pedagiadas sem congestionamento... Bens Públicos Televisão aberta, defesa nacional, praças, iluminação pública, queima de fogos no Reveillon, defesa pública, rodovias não- pedagiadas sem congestionamento... Fonte: Gregory Mankiw Um bem é excludente quando se pode restringir seu uso e é rival se o seu uso reduz a possibilidade de uso por outra pessoa
  • 15. Bens e Serviços Econômicos Excludente? SIM NÃO Rival? SIM (consumível) Bens Privados Comida, roupas, automóveis, imóveis, vagas de estacionamento, rodovias pedagiadas com congestionamento... Bens Comuns Petróleo, madeira, carvão, pastagens, estoques de peixes no mar, rodovias não- pedagiadas com congestionamento... NÃO (não consumível) Bens artificialmente escassos (“bens de clube” ou monopólios naturais) Academias de ginástica, TV por assinatura, vigilância privada, rodovias pedagiadas sem congestionamento... Bens Públicos Televisão aberta, defesa nacional, praças, iluminação pública, queima de fogos no Reveillon, defesa pública, rodovias não- pedagiadas sem congestionamento... Fonte: Gregory Mankiw Um bem é excludente quando se pode restringir seu uso e é rival se o seu uso reduz a possibilidade de uso por outra pessoa Nem sempre a diferença entre as categorias de bens econômicos é clara. Muitas vezes, é uma questão de gradação – um bem pode ser mais ou menos excludente, por exemplo. Esse é o caso do pescado: trata-se de um bem rival, mas não é excludente porque é difícil restringir a pesca – contudo, uma guarda costeira suficientemente equipada poderia tomar a pesca excludente (por exemplo, na época do defeso). Da mesma forma, que sentido teria classificar o pescado como sendo de consumo rival se a população de pescadores fosse pequena em relação à de peixes (por exemplo, teria sentido classificar o pescado como um bem rival na época da descoberta do Brasil?!)
  • 16. Bens e Serviços Econômicos A maioria dos bens econômicos é ofertada aos consumidores por meio de mercados, nos quais os compradores pagam pelo que recebem e os vendedores são pagos pelo que fornecem. Nesses mercados, os preços são os sinais que orientam as decisões dos compradores e vendedores, levando a uma alocação eficiente de recursos. No entanto, quando os bens são ofertados de forma gratuita, não há mais incentivos para forçar um comportamento racional e as forças de mercado que alocam os recursos da economia restam inoperantes. Ora, como um determinado bem só pode ser ofertado gratuitamente se existir em grande abundância (caso dos bens livres, como o ar ou a luz do sol), concluímos que os estudos econômicos só fazem sentido quando há escassez de recursos. Os estudos econômicos só fazem sentido na presença de escassez
  • 17. A Hierarquia de Necessidades de Maslow Necessidades Básicas Necessidades Psicológicas Necessidades Altruísticas Comida, sono, ar, água, abrigo... Saúde, emprego, habitação, estabilidade, independência... Amizade, intimidade, família, conexões, afeto, relacionamentos, aceitação... Respeito, status, reconhecimento, dignidade, prestígio, poder... Atingir o potencial pleno na vida (algo que é intrínseco e que depende de cada indivíduo) Auto realização Auto Estima Necessidades sociais Segurança Necessidades biológicas e fisiológicas Necessidades de Crescimento Necessidades de Deficiência Uma Palavra sobre as Necessidades Humanas Fonte: professionalacademy.com e Wikipedia
  • 18. Fonte: professionalacademy.com e Wikipedia Necessidades Básicas Necessidades Psicológicas Necessidades Altruísticas Comida, sono, ar, água, abrigo... Saúde, emprego, habitação, estabilidade, independência... Amizade, intimidade, família, conexões, afeto, relacionamentos, aceitação... Respeito, status, reconhecimento, dignidade, prestígio, poder... Atingir o potencial pleno na vida (algo que é intrínseco e que depende de cada indivíduo) Auto realização Auto Estima Necessidades sociais Segurança Necessidades biológicas e fisiológicas Necessidades de Crescimento Necessidades de Deficiência Uma Palavra sobre as Necessidades Humanas A Hierarquia de Necessidades de Maslow No meio científico, é de ampla aceitação que existam necessidades humanas universais. Contudo, a hierarquia proposta por Maslow é fortemente contestada no meio acadêmico e, por isso, é surpreendente que a sua influência seja tão expressiva entre o público leigo. Aparentemente, apesar de não gozar de grande prestígio acadêmico, a hierarquia explica a natureza humana como algo que a maioria dos humanos reconhece imediatamente em si e nos outros.
  • 19. Fonte: professionalacademy.com e Wikipedia Necessidades Básicas Necessidades Psicológicas Necessidades Altruísticas Comida, sono, ar, água, abrigo... Saúde, emprego, habitação, estabilidade, independência... Amizade, intimidade, família, conexões, afeto, relacionamentos, aceitação... Respeito, status, reconhecimento, dignidade, prestígio, poder... Atingir o potencial pleno na vida (algo que é intrínseco e que depende de cada indivíduo) Auto realização Auto Estima Necessidades sociais Segurança Necessidades biológicas e fisiológicas Necessidades de Crescimento Necessidades de Deficiência Uma Palavra sobre as Necessidades Humanas A Hierarquia de Necessidades de Maslow No meio científico, é de ampla aceitação que existam necessidades humanas universais. Contudo, a hierarquia proposta por Maslow é fortemente contestada no meio acadêmico e, por isso, é surpreendente que a sua influência seja tão influente entre o público leigo. Aparentemente, apesar de não gozar de grande prestígio acadêmico, a hierarquia explica a natureza humana como algo que a maioria dos humanos reconhece imediatamente em si e nos outros.
  • 20. 1. Por que alguns países são ricos e outros são pobres? E como isso é medido? 2. Por que as mulheres ganham menos do que os homens? 3. Como os dados podem nos ajudar a entender o mundo? 4. Por que às vezes um sistema econômico se degenera e leva as pessoas a um comportamento contraproducente? 5. O que causa as recessões? Por que a economia ora cresce ora retrai? 6. O governo deve agir para mitigar as oscilações no preço do ouro suscitadas por uma charge ofensiva aos muçulmanos feita por um cartunista dinamarquês? 7. O governo deveria cobrar pedágio urbano a fim de reduzir o congestionamento nas ruas das grandes cidades? 8. É benéfico ter uma forte presença do Estado na economia? 9. Quais são exatamente os custos da intervenção do governo? 10. Qual é a melhor forma de cobrar impostos? Por Que Estudar Economia Questões que a Economia Ajuda a Responder Fonte: adaptado de aea, Guimarães e Paul Krugman
  • 21. 1. Por que alguns países são ricos e outros são pobres? E como isso é medido? 2. Por que as mulheres ganham menos do que os homens? 3. Como os dados podem nos ajudar a entender o mundo? 4. Por que às vezes um sistema econômico se degenera e leva as pessoas a um comportamento contraproducente? 5. O que causa as recessões? Por que a economia ora cresce ora retrai? 6. O governo deve agir para mitigar as oscilações no preço do ouro suscitadas por uma charge ofensiva aos muçulmanos feita por um cartunista dinamarquês? 7. O governo deveria cobrar pedágio urbano a fim de reduzir o congestionamento nas ruas das grandes cidades? 8. É benéfico ter uma forte presença do Estado na economia? 9. Quais são exatamente os custos da intervenção do governo? 10. Qual é a melhor forma de cobrar impostos? Por Que Estudar Economia Questões que a Economia Ajuda a Responder Fonte: adaptado de aea, Guimarães e Paul Krugman
  • 22. 1. Por que alguns países são ricos e outros são pobres? E como isso é medido? 2. Por que as mulheres ganham menos do que os homens? 3. Como os dados podem nos ajudar a entender o mundo? 4. Por que às vezes um sistema econômico se degenera e leva as pessoas a um comportamento contraproducente? 5. O que causa as recessões? Por que a economia ora cresce ora retrai? 6. O governo deve agir para mitigar as oscilações no preço do ouro suscitadas por uma charge ofensiva a Maomé feita por um cartunista dinamarquês? 7. O governo deveria cobrar pedágio urbano a fim de reduzir o congestionamento nas ruas das grandes cidades? 8. É benéfico ter uma forte presença do Estado na economia? 9. Quais são exatamente os custos da intervenção do governo? 10. Qual é a melhor forma de cobrar impostos? Por Que Estudar Economia Questões que a Economia Ajuda a Responder Como acontece em qualquer ciência social, na Economia existem correntes de pensamento divergentes que propõem soluções diferentes para os mesmos problemas. Esta falta de consenso é fomentada primordialmente por questões filosóficas, que afetam inclusive a forma com que o Estado trata dos assuntos econômicos. Fonte: adaptado de aea, Guimarães e Paul Krugman
  • 23. A ESCASSEZ E OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS Recursos Produtivos Escassos X Necessidades Humanas Ilimitadas Escassez Escolhas PRODUÇÃO * O QUE E QUANTO PRODUZIR * COMO PRODUZIR * PARA QUEM PRODUZIR Os estudos econômicos se justificam pela existência da escassez, que obriga as sociedades a fazerem escolhas, independentemen- te de seu tipo de organização econômica ou regime político. Em particular, existem três escolhas fundamentais que envolvem a produção: o que e quanto produzir, como fazê-lo e para quem. 1. O que e quanto produzir: os fatores de produção são limitados; então, produzir mais bens de consumo significa produzir menos bens de capital (e vice versa). Deve-se produzir mais canhões ou mais manteiga? Em que quantidade? 2. Como produzir: o que é mais eficiente, métodos de produção intensivos em capital ou em mão de obra? Ou, talvez, intensivos em terra? Essa decisão depende da disponibilidade de recursos de cada país. 3. Para quem produzir: quais os setores que serão beneficiados na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra? Agricultura ou indústria? Mercado interno ou mercado externo? Região Sul ou Norte? Em última instância, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada pela atividade econômica. Toda Escolha é Uma Renúncia Fonte: Vasconcellos
  • 24. Os estudos econômicos se justificam pela existência da escassez, que obriga as sociedades a fazerem escolhas, independentemen- te de seu tipo de organização econômica ou regime político. Em particular, existem três escolhas fundamentais que envolvem a produção: o que e quanto produzir, como fazê-lo e para quem. 1. O que e quanto produzir: os fatores de produção são limitados; então, produzir mais bens de consumo significa produzir menos bens de capital (e vice versa). Deve-se produzir mais canhões ou mais manteiga? Em que quantidade? 2. Como produzir: o que é mais eficiente, métodos de produção intensivos em capital ou em mão de obra? Ou, talvez, intensivos em terra? Essa decisão depende da disponibilidade de recursos de cada país. 3. Para quem produzir: quais os setores que serão beneficiados na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra? Agricultura ou indústria? Mercado interno ou mercado externo? Região Sul ou Norte? Em última instância, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada pela atividade econômica. A ESCASSEZ E OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS Toda Escolha é Uma Renúncia Fonte: Vasconcellos Recursos Produtivos Escassos X Necessidades Humanas Ilimitadas Escassez Escolhas PRODUÇÃO * O QUE E QUANTO PRODUZIR * COMO PRODUZIR * PARA QUEM PRODUZIR Os problemas econômicos são tratados de forma diferente de acordo com o sistema econômico vigente, conforme estudaremos oportunamente. Numa economia de mercado, os agentes econômicos agem de forma independente, interagindo entre si na estrita defesa de seus interesses individuais. Já numa economia planificada, os meios de produção são de propriedade do governo.
  • 25. Toda Escolha é uma Renúncia. E tem Consequências A pandemia de COVID-19 aumentou a venda de videogames, computadores pessoais e outros eletrônicos usados pelas pessoas que ficaram presas dentro de casa, o que aumentou subitamente a demanda pelos chips utilizados nesses equipamentos. Isso colocou as montadoras de automóveis numa fila de espera de baixa prioridade, forçando- as a lutar para adquirir os chips que se tornaram tão essenciais para a indústria automobilística quanto a gasolina ou o aço. Praticamente nenhuma montadora tem sido poupada. A Toyota suspendeu as linhas de produção na China. A Fiat Chrysler interrompeu temporariamente a produção nas fábricas de Ontário e do México. A Volkswagen tem alertado sobre problemas de produção em fábricas na China, na Europa e nos EUA. A Ford disse na semana passada que paralisou uma fábrica em Louisville, Kentucky, por uma semana devido à escassez de insumos eletrônicos. Tudo planejado – Quando a covid-19 surgiu, os fabricantes de automóveis reduziram as compras de chips porque previam uma queda acentuada nas vendas. Ao mesmo tempo, as indústrias de eletrônicos começaram a mudar as suas linhas de produção para produzir mais chips usados em produtos como laptops, webcams, tablets e smartphones 5G. Afinal, milhões de pessoas precisavam fazer reuniões online e trabalhar remotamente. Em paralelo, os provedores de internet começaram a comprar mais equipamentos para ampliar a capacidade das suas redes e atender à demanda criada pelos aplicativos de streaming e home office, o que inflou ainda mais a procura por semicondutores. Tempestade perfeita – Ao contrário das expectativas, as vendas de automóveis se recuperaram mais rápido do que o esperado já no final de 2020, pegando todos desprevenidos. A escassez de chips deve se estender por 2021, porque seus fabricantes podem levar de seis a nove meses para realinhar a produção. Como conclusão, embora isso não deva fazer com que os preços dos automóveis subam muito, os compradores terão que esperar mais para comprar os veículos no mercado. “O setor automotivo voltou à ativa, mas não é mais prioridade na linha de produção de chips” disse Gary Silberg, analista do setor automotivo da KPMG. Como se pode notar, hoje a prioridade é dos PlayStations. Videogames atrasam a produção de automóveis Com a pandemia, os fabricantes de automóveis esperavam problemas de fornecimento e vendas em queda, mas não que um de seus maiores problemas seriam o Xbox e o Playstation 24/01/2021 Jack Ewing e Don Clark Fonte: adaptado de Link Estadão
  • 26. Toda Escolha é uma Renúncia. E tem Consequências Caminhoneiros pedem retirada de ‘urgência’ de projeto de cabotagem do Congresso 28/10/20 A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) está pedindo ao governo federal a retirada da “urgência” do projeto de lei 4.199/220, que institui o Programa de Estímulo ao Transporte por Cabotagem, apelidado de “BR do Mar”, do Congresso nacional. O projeto está na pauta da Câmara dos Deputados para votação nesta semana e altera as regras do transporte marítimo entre portos. O pedido foi feito em carta enviada pela associação ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Os caminhoneiros alegam que o programa pode levar à redução de trabalho para os transportadores autônomos de carga rodoviária. “Não somos contra o PL, e sim contra questões que afetam diretamente a categoria dos transportadores autônomos”, afirma o presidente da Abrava, Wallace Landim, em documento obtido pelo Broadcast. A categoria argumenta também que não foi chamada à mesa de negociações, sendo “diretamente” afetada pela medida. “Entendemos a necessidade de se trazer a PL da BR do Mar, mas ela não pode significar esmagar a categoria dos caminhoneiros autônomos”, diz outro trecho da carta. A associação estima que, com o programa da cabotagem instituído, possa haver perda de 40% no transporte de contêineres em longa distância para os caminhoneiros autônomos. Fonte: IstoÉ Dinheiro
  • 27. Toda Escolha é uma Renúncia. E tem Consequências Caminhoneiros pedem retirada de ‘urgência’ de projeto de cabotagem do Congresso 28/10/20 A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) está pedindo ao governo federal a retirada da “urgência” do projeto de lei 4.199/220, que institui o Programa de Estímulo ao Transporte por Cabotagem, apelidado de “BR do Mar”, do Congresso nacional. O projeto está na pauta da Câmara dos Deputados para votação nesta semana e altera as regras do transporte marítimo entre portos. O pedido foi feito em carta enviada pela associação ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Os caminhoneiros alegam que o programa pode levar à redução de trabalho para os transportadores autônomos de carga rodoviária. “Não somos contra o PL, e sim contra questões que afetam diretamente a categoria dos transportadores autônomos”, afirma o presidente da Abrava, Wallace Landim, em documento obtido pelo Broadcast. A categoria argumenta também que não foi chamada à mesa de negociações, sendo “diretamente” afetada pela medida. “Entendemos a necessidade de se trazer a PL da BR do Mar, mas ela não pode significar esmagar a categoria dos caminhoneiros autônomos”, diz outro trecho da carta. A associação estima que, com o programa da cabotagem instituído, possa haver perda de 40% no transporte de contêineres em longa distância para os caminhoneiros autônomos. Fonte: IstoÉ Dinheiro Em 2017, 63% da produção nacional foi escoada pelas rodovias, 21% pelas ferrovias e somente 13% por transporte aquaviário, incluindo a navegação de cabotagem, fluvial e lacustre. Em contraste, na China mais de 50% da produção é escoada pelo modal aquaviário (fonte). A navegação de cabotagem é mais barata que o transporte rodoviário, mais segura (menos roubos e acidentes, o que torna o seguro de carga mais barato), polui menos, e tem custo de infraestrutura menor devido aos ganhos de escala. Contudo, a regulamentação da área precisa ser atualizada e as empresas do setor precisam de apoio governamental para investir na infraestrutura necessária. Por sua vez, o transporte rodoviário está ligado ao sustento de milhares de famílias, o que significa que viabilizar a navegação de cabotagem compromete a renda delas. Então, a questão não é somente econômica – mas também política e social. O que você faria se tivesse que decidir essa questão? Quais seriam as consequências dessa decisão?
  • 28. Quem é o responsável pelo abastecimento de pão na cidade? Fonte: adaptado de Paul Seabright e Tim Hardford Após o colapso da União Soviética, muitas pessoas do Leste Europeu não compreendiam como uma economia podia funcionar sem um planejamento estatal. O economista Paul Seabright conta que, há muitos anos, foi abordado por um burocrata russo encarregado pela produção de pão em São Petersburgo: “Precisamos entender como funciona essa tal de economia de mercado. Diga-me, por exemplo: quem é o responsável pelo abastecimento de pão à população de Londres?”. A pergunta parece cretina, mas não é – após viver numa economia planificada, o burocrata simplesmente não entendia como o suprimento de pão de Londres operava sem controle centralizado. Quem calcula quanto trigo deve ser produzido e coordena o envio do grão para onde ele é necessário? Quem controla os estoques? Quem ordena aos padeiros quanto devem produzir? A resposta de Seabright foi cômica e exata: “Ninguém é responsável por isso!”. Mesmo que ninguém em particular seja responsável pelo seu abastecimento, nunca falta pão a quem quer comprá-lo. Como é possível? Como é possível que nunca falte pão? Quem controla isso com tanta perfeição? A economia das nações mais desenvolvidas se baseia na conceito de cooperação descentralizada – todos os agentes econômicos envolvidos direta ou indiretamente na produção de um bem ou serviço cooperam entre si de uma forma autônoma, ou seja, ninguém controla o processo. Isso pode parecer muito natural para nós, cidadãos do ocidente industrializado. Mas nem sempre foi assim para todo mundo!
  • 29. Fonte: adaptado de Paul Seabright e Tim Hardford Após o colapso da União Soviética, muitas pessoas do Leste Europeu não compreendiam como uma economia podia funcionar sem um planejamento estatal. O economista Paul Seabright conta que, há muitos anos, foi abordado por um burocrata russo encarregado pela produção de pão em São Petersburgo: “Precisamos entender como funciona essa tal de economia de mercado. Diga-me, por exemplo: quem é o responsável pelo abastecimento de pão à população de Londres?”. A pergunta parece cretina, mas não é – após viver numa economia planificada, o burocrata simplesmente não entendia como o suprimento de pão de Londres operava sem controle centralizado. Quem calcula quanto trigo deve ser produzido e coordena o envio do grão para onde ele é necessário? Quem controla os estoques? Quem ordena aos padeiros quanto devem produzir? A resposta de Seabright foi cômica e exata: “Ninguém é responsável por isso!”. Mesmo que ninguém em particular seja responsável pelo seu abastecimento, nunca falta pão a quem quer comprá-lo. Como é possível? Como é possível que nunca falte pão? Quem controla isso com tanta perfeição? Quem é o responsável pelo abastecimento de pão na cidade? O Estado e a Mão Invisível: muitos acreditam que, sem uma regulamentação apropriada, os mercados não conseguem atender a sociedade de uma forma responsável. Se, ao invés de ter perguntado quem é responsável pelo abastecimento de pão, o burocrata russo perguntasse quem garante a pureza do pão ou, talvez, quem garante que a lasanha de carne seja de carne mesmo, a resposta teria sido diferente. A economia das nações mais desenvolvidas se baseia na conceito de cooperação descentralizada – todos os agentes econômicos envolvidos direta ou indiretamente na produção de um bem ou serviço cooperam entre si de uma forma autônoma, ou seja, ninguém controla o processo. Isso pode parecer muito natural para nós, cidadãos do ocidente industrializado. Mas nem sempre foi assim para todo mundo!
  • 30. Embora muitas vezes não pareça assim, o fato é que a humanidade nunca foi tão próspera. A nossa expectativa de vida é alta, temos acesso instantâneo a todo tipo de informação, a educação é quase universal e sonhos de consumo como computadores e eletrodomésticos estão mais acessíveis do que jamais foram. Essa é a realidade do Brasil (ao menos nos grandes centros) e nos países desenvolvidos como EUA, Canadá, Alemanha e Inglaterra. Em comum, todos esses países têm uma economia de mercado: não há ninguém no comando, a produção e o consumo são o resultado de decisões descentralizadas de muitas empresas e indivíduos. Não existe uma autoridade central dizendo às pessoas o que produzir ou para onde enviá-lo. Cada produtor individual faz o que pensa ser mais lucrativo; cada consumidor compra o que escolhe. É a mão invisível atuando no mercado. Vivemos numa era de prosperidade. E a razão para isso é ninguém controla o abastecimento de pão da cidade. E nem o de roupas, pneus, livros, óculos, sabonetes, lâmpadas, computadores... A Mão Invisível da Economia de Mercado É o sistema econômico de uma sociedade que coordena as suas atividades produtivas A alternativa à economia de mercado é a economia planificada, na qual as leis de demanda e oferta que regulam naturalmente as economias de mercado são ignoradas e todas as decisões sobre produção e consumo são tomadas por uma autoridade central (o governo). Esse sistema foi adotado em alguns países, como na antiga União Soviética (entre 1917 e 1991), onde não se mostrou muito promissor. Muitas vezes, os soviéticos não conseguiam produzir certos produtos porque não possuíam matérias-primas essenciais ou, ao contrário, produziam produtos para os quais não havia demanda. O planejamento central nem sempre era eficiente, causando racionamentos e fazendo os consumidores enfrentarem longas filas nas lojas, justificando a crença de que na economia planificada o sistema de preços é substituído pelas filas. Muitos desses países acabaram implantando certas práticas da economia de mercado para ganharem eficiência, como é o caso da China, que hoje cresce de forma acelerada.
  • 31. O Livre Mercado Cria Uma Forma Saudável de Ganância. Mas é Preciso Evitar que a Ganância “Boa” se Degenere! De acordo com a metáfora da Mão Invisível, são os indivíduos, e não os governos ou administradores, que devem decidir o que e como produzir e consumir. Esse conceito revela tacitamente que é do nosso interesse ter uma estrutura de leis e regulamentos que proteja a sociedade, o que inclui direitos de propriedade, aplicação de patentes e direitos autorais e leis que protegem os trabalhadores, ou seja, a Mão Invisível deve ser respaldada pelo Estado de Direito. Foi aqui que o famoso personagem de Michael Douglas no filme Wall Street, Gordon Gekko, errou. Gekko era movido puramente pela ganância e tentava burlar a lei para enriquecer à custa alheia, algo diferente do que Adam Smith tinha em mente quando enunciou sua famosa metáfora. A Mão Invisível da Economia de Mercado “A GANÂNCIA É UMA COISA BOA” ~ Gordon Gekko “A nova lei da evolução na América corporativa parece ser a sobrevivência dos menos aptos. Bem, para mim, ou você faz certo ou é eliminado. A questão é, senhoras e senhores, que a ganância – por falta de uma palavra melhor – é boa. A ganância está certa. A ganância funciona. A ganância esclarece, permeia e captura a essência do espírito evolucionário. A ganância, em todas as suas formas – ganância pela vida, pelo dinheiro, pelo amor, pelo conhecimento – marcou a ascensão da humanidade. E a ganância – lembrem-se de minhas palavras – não só salvará a Teldar Celulose, mas também aquela outra empresa com defeito chamada EUA.” A “Mão Invisível” descreve um sistema econômico e não se confunde com “ganância” Fonte: adaptado de John Rollert e Edmund Conway
  • 32. O Livre Mercado Cria Uma Forma Saudável de Ganância. Mas é Preciso Evitar que a Ganância “Boa” se Degenere! De acordo com a metáfora da Mão Invisível, são os indivíduos, e não os governos ou administradores, que devem decidir o que e como produzir e consumir. Esse conceito revela tacitamente que é do nosso interesse ter uma estrutura de leis e regulamentos que proteja a sociedade, o que inclui direitos de propriedade, aplicação de patentes e direitos autorais e leis que protegem os trabalhadores, ou seja, a Mão Invisível deve ser respaldada pelo Estado de Direito. Foi aqui que o famoso personagem de Michael Douglas no filme Wall Street, Gordon Gekko, errou. Gekko era movido puramente pela ganância e tentava burlar a lei para enriquecer à custa alheia, algo diferente do que Adam Smith tinha em mente quando enunciou sua famosa metáfora. A Mão Invisível da Economia de Mercado “A GANÂNCIA É UMA COISA BOA” ~ Gordon Gekko “A nova lei da evolução na América corporativa parece ser a sobrevivência dos menos aptos. Bem, para mim, ou você faz certo ou é eliminado. A questão é, senhoras e senhores, que a ganância – por falta de uma palavra melhor – é boa. A ganância está certa. A ganância funciona. A ganância esclarece, permeia e captura a essência do espírito evolucionário. A ganância, em todas as suas formas – ganância pela vida, pelo dinheiro, pelo amor, pelo conhecimento – marcou a ascensão da humanidade. E a ganância – lembre-se de minhas palavras – não só salvará a Teldar Celulose, mas também aquela outra empresa com defeito chamada EUA.” A “Mão Invisível” descreve um sistema econômico e não se confunde com “ganância” Fonte: adaptado de John Rollert e Edmund Conway Uma das principais críticas às economias de mercado, principalmente após a recessão da década de 30 (e, mais recentemente, após a explosão da bolha imobiliária nos EUA em 2008) é que algumas pessoas e organizações não defendem seus interesses com ética e tentam prosperar no mercado prejudicando os demais. Por isso que a ação do Estado se faz necessária, mas isso também envolve um dilema porque não se sabe exatamente como o Estado deve fazer para “modular” a mão invisível e mitigar as chamadas falhas do mercado (como externalidades negativas, assimetria de informação e monopólios, por exemplo). Mas isso não quer dizer que a Mão Invisível não funcione como sistema econômico – mas sim que existem indivíduos que não têm escrúpulos. A regulamentação da atividade econômica é usada para coibir abusos, mas também gera controvérsias.
  • 33. A Mão Invisível da Economia de Mercado Explicando Como a Mão Invisível Atua, com Exemplos Fonte: adaptado de Niall Kishtainy
  • 34. A Mão Invisível da Economia de Mercado Quem sabe fazer um capuccino? Você sabe fazer um capuccino? Conhece alguém que sabe? Se você refletir um pouco, chegará à conclusão que a resposta para essas duas perguntas é negativa. Afinal, quem poderia se orgulhar de ser capaz de cultivar, colher, torrar e misturar café, criar e ordenhar vacas, enrolar aço e moldar plásticos e montá-los em uma máquina de café expresso e, finalmente, moldar a cerâmica em uma caneca bonita? Um cappuccino reflete o resultado de um sistema de complexidade impressionante. Não há uma única pessoa no mundo que poderia produzir o que é preciso para fazer um cappuccino. Na economia, sabe-se que um mísero capuccino resulta do esforço conjugado de uma equipe composta de pessoas distribuídas em uma ampla área geográfica, possivelmente no mundo inteiro. O mais extraordinário é que não há ninguém no comando dessa equipe, apesar desse sistema funcionar muito bem. Quando você compra um café, um livro ou um par de sapatos, não precisa dar instruções à loja para encomendá-lo. De forma automática, centenas de pessoas agem para cumprir os desejos imprevisíveis dos consumidores, tais como vendedores, publicitários, operários e muitos outros. A economia estuda esse sistema e cria modelos que explicam como as empresas tentam maximizar seus ganhos às custas do consumidor – e como o consumidor pode reagir a isso. Fonte: adaptado de Tim Harford
  • 35. Você sabe fazer um capuccino? Conhece alguém que sabe? Se você refletir um pouco, chegará à conclusão que a resposta para essas duas perguntas é negativa. Afinal, quem poderia se orgulhar de ser capaz de cultivar, colher, torrar e misturar café, criar e ordenhar vacas, enrolar aço e moldar plásticos e montá-los em uma máquina de café expresso e, finalmente, moldar a cerâmica em uma caneca bonita? Um cappuccino reflete o resultado de um sistema de complexidade impressionante. Não há uma única pessoa no mundo que poderia produzir o que é preciso para fazer um cappuccino. Na economia, sabe-se que um mísero capuccino resulta do esforço conjugado de uma equipe composta de pessoas distribuídas em uma ampla área geográfica, possivelmente no mundo inteiro. O mais extraordinário é que não há ninguém no comando dessa equipe, apesar desse sistema funcionar muito bem. Quando você compra um café, um livro ou um par de sapatos, não precisa dar instruções à loja para encomendá-lo. De forma automática, centenas de pessoas agem para cumprir os desejos imprevisíveis dos consumidores, tais como vendedores, publicitários, operários e muitos outros. A economia estuda esse sistema e cria modelos que explicam como as empresas tentam maximizar seus ganhos às custas do consumidor – e como o consumidor pode reagir a isso. Fonte: adaptado de Tim Harford Quem sabe fazer um capuccino? A Mão Invisível da Economia de Mercado Neste exemplo, argumentamos que ninguém sabe fazer um capuccino. E quanto a uma cafeteria? Não é trivial explicar como um sistema econômico pode se desenvolver ao ponto de torná-la possível: foram necessários séculos de inovação e desenvolvimento para criar coisas como o papel no qual os menus são impressos, as luminárias que iluminam as mesas, o software que controla o estoque... Isso para não falar na moeda e nas balanças comerciais. Uma cafeteria é um verdadeiro milagre da economia!
  • 36. A Mão Invisível da Economia de Mercado “Eu, Lápis” (I, Pencil) é um ensaio escrito pelo libertário norte-americano Leonard Read em 1958 e republicado em 1998. A obra é uma metáfora onde um lápis narra em primeira pessoa todas as dificuldades envolvidas na sua fabricação e, com isso, ilustra como a Mão Invisível atua na fabricação de um mero lápis, algo que requer uma interação de insuspeitada complexidade entre vários agentes de uma economia de mercado – sem que ninguém em particular controle o processo. O lápis afirma que escrever não é somente seu Eu, Lápis ofício mas também sua vocação, e lamenta ser esquecido pelas pessoas, que lhe manuseiam como se sempre tivesse existido. Na verdade, argumenta, “não há uma única pessoa na face da Terra que saiba como me fazer” e passa a explicar como funcionam o livre mercado e a Mão Invisível, que interconectam um grande número de pessoas e processos todos os dias para garantir que os lápis continuem sendo uma mercadoria universalmente acessível. O lápis segue descrevendo sua genealogia, que inicia na madeira dos cedros cultivados no Oregon e no norte da Califórnia, enumera todo o maquinário usado para o manuseio do cedro – serras, machados, cordas, motores, correntes – e toda a mão-de-obra invisível necessária para criar e manusear essas ferramentas – lenhadores, operários, motoristas de caminhão, despejadores de cimento, etc. A narrativa se estende por 7 páginas, revelando inclusive que a produção de um lápis requer colaboração internacional (o grafite vem das minas do Sri Lanka), o que torna a logística intrincada. O lápis diz ser impressionante que ninguém coordene essas incontáveis ações necessárias à sua produção, e diz que isso comprova que é necessário deixar a energia criativa da sociedade fluir livremente, ao comando da Mão Invisível. Ao final do ensaio, o lápis faz um apelo para que a legislação remova todos os obstáculos à livre iniciativa. Fonte: FEE
  • 37. A Mão Invisível da Economia de Mercado Eu, Lápis O lápis diz ser impressionante que ninguém coordene essas incontáveis ações necessárias à sua produção, e diz que isso comprova que é necessário deixar a energia criativa da sociedade fluir livremente, ao comando da Mão Invisível. Ao final do ensaio, o lápis faz um apelo para que a legislação remova todos os obstáculos à livre iniciativa. Fonte: FEE Libertários como Leonard Read são criticados por defenderem um ideal de liberdade absoluta onde o Estado não interfere na autonomia dos indivíduos, uma concepção que muitos consideram infantilizada e anarquista. Todavia, "Eu, Lápis" tem um argumento substancial: não existe uma única pessoa no mundo inteiro que domine todas as técnicas ou possua todos os materiais necessários para produzir um mísero lápis. Dessa forma, Read conclui que somente a mão invisível pode explicar os processos produtivos mais complexos. Você concorda com isso? Seria sábio remover todos os empecilhos legais à livre iniciativa como propõe o lápis? Não poderia uma autoridade central controlar tudo que a nossa sociedade produz? O que você acha? Por quê?
  • 38. Preços, Sistemas Econômicos e Eficiência na Produção (1) Numa economia de mercado, os preços são sinais que vendedores e consumidores emitem uns para os outros. Por meio do sistema de preços, os consumidores informam qual é a quantidade de um bem que querem adquirir e quanto estão dispostos a oferecer por isso; da mesma forma, os preços indicam quais bens os vendedores estão dispostos a fornecer em troca de qual compensação. É justamente essa interação entre as forças da oferta e a demanda que determina os preços numa economia de mercado. Quando a procura por um bem cai ou a sua produção é excessiva, a competição entre os vendedores forçará o preço para baixo. Com isso, a produção desse bem é desencorajada e os recursos que eram utilizados em sua fabricação passam a ficar disponíveis para fabricar outros bens mais procurados. Quando a demanda por um bem excede a sua oferta, a competição entre os consumidores faz os preços aumentarem, o que incentiva o aumento da sua produção às custas de uma quantidade maior de insumos que, naturalmente, se ficam indisponíveis para produzir outros bens. Nas economias planificadas, esse mecanismo é completamente banido. Não, os Preços Não Servem Somente para Transferir Dinheiro entre Vendedores e Consumidores Muitos acreditam que o funcionamento das economias de mercados se baseie estritamente no lucro. Contudo, essa é uma visão equivocada, pois os prejuízos são tão importantes para a eficiência da economia quanto os lucros, porque sinalizam aos vendedores como não produzir – o que não deve ser mais produzido, onde não se deve mais alocar recursos, onde parar de investir. Os prejuízos forçam os vendedores a parar de produzir os bens que os consumidores não querem. Sem ter como realmente saber por que os consumidores gostam de determinados bens do que outros, a alternativa que resta aos vendedores é produzir mais o que é mais lucrativo e menos o que não é tão lucrativo – e isso equivale a produzir mais o que os consumidores querem e menos o que eles não querem. Então, embora os produtores estejam apenas resguardando seus interesse e os resultados financeiros de suas empresas, do ponto de vista da economia como um todo a sociedade está usando seus recursos escassos da forma mais eficiente possível. E isso só acontece porque as decisões dos agentes econômicos são guiadas pelos preços.
  • 39. Preços, Sistemas Econômicos e Eficiência na Produção (2) O papel dos preços na alocação de recursos pode ser melhor entendido ao analisarmos o que ocorria na antiga União Soviética. Os preços não eram definidos pela oferta e demanda, mas sim por burocratas da Goskomtsen (Comitê Estatal de Preços). Além de aumentar ou diminuir os preços conforme julgava apropriado, esse comitê decidia para onde enviar insumos tais como aço e petróleo. Como a alocação de recursos era centralizada, a burocracia era fenomenal e não era raro que uma mesma mercadoria estivesse em falta numa determinada região e sobrando em grande quantidade nos armazéns de outra. As empresas soviéticas, todas estatais, sempre requisitavam matérias-primas, equipamentos e outros recursos em quantidade maior do que a necessária. Isso fazia sentido numa economia planificada, pois não havia concorrência e os administradores dessas empresas achavam que “era melhor sobrar do que faltar”. Estima-se que até 15% dos trabalhadores dessas empresas eram contratados apenas por precaução. Por sua vez, os burocratas da Goskomtsen que deveriam controlar esses recursos não eram especialistas na ampla gama de indústrias e produtos sob seu controle, ou seja, quem decidia os rumos da produção nem sempre tinha o discernimento necessário para exercer esse papel. Como consequência,a produção soviética gastava mais insumos em comparação com os países capitalistas. Os Preços Revelam Como Controlar o Mercado: Deixando os Agentes Econômicos Decidirem por Si Dois economistas soviéticos, Nikolai Shmelev e Vladimir Popov, narram uma situação em que o seu governo decidiu aumentar o preço das peles de toupeira, o que incentivou os caçadores a aumentar a sua produção: “As compras do estado aumentaram e agora todos os centros de distribuição estão cheios dessas peles. A indústria não consegue usar todos eles, e muitas vezes elas acabam apodrecendo nos depósitos antes de serem usadas. O Ministério da Indústria Leve já solicitou duas vezes para que a Goskomtsen baixasse os preços, mas a “questão ainda não foi decidida”. E isso não é surpreendente. Seus membros estão ocupados demais para decidir. Eles não têm tempo: além de fixar os preços dessas peles, eles têm que monitorar os preços de outros 24 milhões de produtos.”
  • 40. O governo cria um plano econômico centralizado O governo aloca todos os recursos de acordo com o plano centralizado O plano centralizado define as prioridades para a produção de todos os bens e serviços O governo detêm o monopólio de todos os negócios O governo cria leis, regulamentações e diretrizes para garantir o êxito do plano centralizado Cinco Características de uma Economia Planificada Fonte: The Balance
  • 41. O governo cria um plano econômico centralizado O governo aloca todos os recursos de acordo com o plano centralizado O plano centralizado define as prioridades para a produção de todos os bens e serviços O governo detêm o monopólio de todos os negócios O governo cria leis, regulamentações e diretrizes para garantir o êxito do plano centralizado Fonte: The Balance Cinco Características de uma Economia Planificada A característica mais evidente das economias planificadas é a centralização das decisões econômicas nas mãos do governo. Em tese, isso possibilitaria direcionar os esforços econômicos de uma sociedade em prol do benefício comum em detrimento dos interesses individuais, mas isso é altamente controverso e muitos economistas argumentam que esse modelo é intrinsecamente ineficiente. Poucas nações possuem economias planificadas hoje em dia, como a China, Rússia, Vietnã, Venezuela, Bielorrússia, Cuba, Irã, Líbia e Coréia do Norte. Desses, China, Rússia e Vietnã acabaram adotando elementos das economias livre mercado, afastando-se de suas raízes econômicas planificadas.
  • 42. Cinco Características de uma Economia de Mercado Fonte: The Balance Uma economia de mercado é caracterizada pela falta de controle central. Na maior parte dos casos, o governo se limita a instituir regulamentações para garantir que os agentes econômicos interajam num ambiente competitivo e salutar, que promova o crescimento sustentado e beneficie a todos. Competição Governo limitado Propriedades Privadas Livre Iniciativa e Liberdade de Escolha Auto-interesse como motivação Sistemas de Mercados e Preços (hipótese dos mercados eficientes)
  • 43. Fonte: The Balance Uma economia de mercado é caracterizada pela falta de controle central. Na maior parte dos casos, o governo se limita a instituir regulamentações para garantir que os agentes econômicos interajam num ambiente competitivo e salutar, que promova o crescimento sustentado e beneficie a todos. Competição Governo limitado Propriedades Privadas Livre Iniciativa e Liberdade de Escolha Auto-interesse como motivação Sistemas de Mercados e Preços (hipótese dos mercados eficientes) Cinco Características de uma Economia de Mercado As economias de mercado reconhecem uma característica intrínseca do ser humano: o auto-interesse. Nas palavras de Adam Smith, os indivíduos perseguem seus próprios interesses e, ao fazerem isso, acabam atendendo os interesses da sociedade como um todo. Uma frase da “A Riqueza das Nações”, escrito por Smith, ficou célebre: “Não é da generosidade do padeiro, do açougueiro e do cervejeiro que vem o nosso jantar, mas sim da preocupação que eles têm pelos seus próprios interesses”. De acordo com esse raciocínio, um empresário busca apenas o seu próprio ganho e, agindo com essa intenção, acaba conduzido por uma “mão invisível” que o faz alcançar um fim que não fazia parte de sua intenção original. Desde então, os economistas têm usado o termo “mão invisível” para se referir à maneira como uma economia de mercado consegue controlar o interesse individual em benefício de toda sociedade.
  • 44. Meu Benefício, Teu Custo: Quando a “Mão Invisível” se Torna “Mão Leve” Externalidades Negativas Ao contrário do que nos assegura a mão invisível, nem sempre beneficiamos os demais quando perseguimos nossos próprios interesses, algo que leva muitos a relativizarem o seu efeito na economia (ou mesmo negá-los por completo, como é o caso dos que se situam mais à esquerda do espectro político). Quando prejudicamos os demais com as nossas decisões, fala-se que há uma falha de mercado (market failure) como,por exemplo,a externalidade negativa. Quando o tráfego congestiona, cada motorista impõe um custo a todos os demais e todos se prejudicam mutuamente. Se há congestionamentos, todos que usam seu próprio carro em vez do transporte coletivo contribuem para aumentar esse custo. No Brasil, em 37 regiões metropolitanas de 20 estados e no Distrito Federal, 17,6 milhões de pessoas levam, em média, 114 minutos para fazer o trajeto casa-trabalho-casa. No Rio e em São Paulo, o tempo gasto é maior: 141 e 132 minutos, respectivamente. Esse tempo de deslocamento representa um custo de oportunidade estimado pela ANTP em cerca de R$ 111 bilhões por ano. Trata-se de um tempo desperdiçado, que afeta não só a produtividade do trabalhador, mas também a sua saúde e o seu descanso. Falhas de mercado tais como os congestionamentos ocorrem quando os mercados não se desenvolvem livremente ou não alocam recursos de maneira eficiente. Os congestionamentos são a externalidade negativa associada ao uso de nossos carros, uma falha de mercado que demonstra que o interesse individual pode prejudicar o coletivo. Outras deficiências são a poluição do ar e da água, ou a superexploração de recursos naturais, como peixes e florestas. Fonte: ANTP e Paul Krugman
  • 45. Alguns Exemplos de Falhas de Mercado Externalidades Negativas Monopólios (poder de mercado) Assimetria de Informação Bem Públicos Condutas anticompetitivas
  • 46. Uma falha de mercado é a situação econômica onde há uma distribuição ineficiente de bens e serviços no mercado livre. Na falha de mercado, os incentivos individuais para o comportamento racional não levam a resultados racionais para o grupo. Em outras palavras, cada indivíduo toma a decisão correta para si mesmo, mas essas decisões são erradas para o grupo. Outras falhas de mercado incluem bens meritórios e demeritórios, dilema da agência, risco moral e falta de mobilidade dos fatores de produção A literatura reconhece três fatores bem definidos que garantem o funcionamento adequado do mercado e que evitam suas falhas: (1) direitos de propriedade bem definidos, (2) agentes racionais e (3) livre concorrência. Sem esses fatores, os preços deixam de ser bons reguladores, o mercado não aloca os recursos da forma mais eficiente e, em alguns casos, há riscos para o consumidor. Alguns Exemplos de Falhas de Mercado Externalidades Negativas Monopólios (poder de mercado) Assimetria de Informação Bem Públicos Condutas anticompetitivas
  • 47. Externalidades Negativas Monopólios (poder de mercado) Assimetria de Informação Condutas anticompetitivas Alguns Exemplos de Falhas de Mercado Bem Públicos Ao contrário do público em geral, para os economistas os bens públicos NÃO se caracterizam pela gratuidade, mas sim pela não- exclusividade e não-rivalidade. Um bem é não-excludente quando não é possível evitar que alguém o utilize e não-rival quando seu uso por um indivíduo não reduz a disponibilidade para outro (ou seja, o bem não é consumível). Por exemplo, pense na iluminação pública: todos usufruem dela, mesmo que não paguem por ela (não- exclusividade); além disso, a iluminação não é consumida pelas pessoas que se beneficiam dela (não-rivalidade).
  • 48. Obsolescência Programada: Uma Falha de Mercado? A obsolescência planejada é uma estratégia comercial que limita deliberadamente a vida útil de um produto. Ao notarem que esse produto se tornou inútil ou desatualizado, os consumidores não têm opção que não substituí-lo, mantendo sua demanda em alta. Às vezes, o produto para de funcionar depois de um tempo mas, às vezes, a estratégia é mais sutil – a indústria lança um modelo semelhante ao antigo, mas tido como superior por um detalhe irrelevante, como sua cor. • Na indústria de tecnologia, historicamente o ciclo de vida dos smartphones tem sido de dois a três anos, conforme o desgaste dos seus componentes básicos; • As novas versões de software e sistemas operacionais tornam-se menos compatíveis com o hardware antigo; • Anualmente, os fabricantes de automóveis lançam novas versões de seus modelos sem necessariamente acrescentar algo de inovador além de alterações cosméticas; • No setor de roupas, as meias de náilon tendem a prender ou desfiar com o tempo. Fonte: Investopedia e BBC Em 2017, a Apple foi acusada de acelerar de forma dissimulada a obsolescência do iPhone. Um estudo da Universidade de Harvard descobriu que algumas atualizações do iOS diminuíram a velocidade do processador de modelos mais antigos do iPhone. A Apple assumiu que isso acontecia, mas argumentou que o propósito disso era prolongar a vida útil dos aparelhos mais velhos, não impulsionar as vendas de novos modelos de iPhone. Se foi assim, por que não se notificou os clientes?
  • 49. O Brasil não possui um programa de renovação de veículos nem promove inspeção obrigatória como condição para que os carros antigos permaneçam circulando. Na verdade, aqui os carros “velhos” deixam de recolher IPVA - em São Paulo, por exemplo, unidades com 20 anos ou mais de fabricação são isentos. Em contraste, nas nações mais ricas há subsídios para incentivar a aquisição de automóveis zero-quilômetro. A justificativa é óbvia: os veículos mais novos poluem menos e trazem mais segurança em caso de acidentes. Há países em que os proprietários de carros antigos pagam mais tributos e estão sujeitos a exigências adicionais – como acontece no Japão. O custo para se manter um automóvel mais velho no Japão é bem maior, e o gasto aumenta ainda mais se o carro não for da categoria kei car (modelos compactos com motor de até 660 cm³ que, ao contrário de carros maiores, podem ser adquiridos sem que o proprietário comprove que tem onde estacioná-lo). O imposto anual, correspondente ao IPVA e ao licenciamento brasileiros, aumenta 24% para carros com mais de 13 anos de fabricação. A partir de 18 anos, o tributo sobe 33% para kei cars e 53% para os outros veículos. Todos os veículos registrados no país passam por inspeção compulsória a cada dois anos para verificar se as emissões de poluentes e os itens de segurança estão dentro dos parâmetros exigidos. Carros zero-quilômetro são submetidos à primeira verificação três anos após a compra. A cada inspeção, o proprietário precisa renovar o seguro obrigatório e pagar um imposto sobre o peso do carro - esse tributo sobe 20% a partir do 13º ano de produção para kei cars e 39% para os demais. Todavia, esse imposto é bem mais baixo para veículos híbridos e com menor emissão de gases, pois existe um desconto de desempenho ambiental e ecológico que depende do tamanho e do tipo do motor, além do ano de fabricação e do nível de emissão de gases. Todas essas medidas demonstram que a intenção do governo japonês é usar incentivos financeiros para forçar a renovação da sua frota de veículos e, assim, diminuir o impacto deles no meio ambiente. É claro que qualquer motorista japonês pode rodar com um carro antigo que polua mais se assim o desejar. Mas terá que pagar a mais para exercer esse direito. Japão “obriga” motoristas a comprarem carros novos Alessandro Reis – UOL 03/10/2021 No Japão, ser proprietário de um veículo mais antigo pesa no bolso Fonte: adaptado de UOL
  • 50. A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia A economia é dividida em microeconomia e macroeconomia. A microeconomia analisa o comportamento dos indivíduos e das empresas, como eles tomam decisões e como interagem entre si em condições de escassez de recursos, considerando o efeito de fatores como necessidades, legislação, regulamentações do mercado e impostos. Nesse escopo, a microeconomia estuda conceitos como demanda, oferta e outras forças que determinam o nível de preços de uma economia – por isso, muitas vezes a microeconomia é chamada de Teoria dos Preços. Em outras palavras, a microeconomia é uma abordagem bottom-up para entender as escolhas humanas, as decisões e a alocação de recursos. A macroeconomia agrega de várias formas os dados dos estudos microeconômicos, estudando economia de um país (ou região) como um todo. Seu objeto de estudo são os grandes agregados econômicos como inflação, taxa de desemprego, balanço de pagamentos, incentivos econômicos e a balança comercial. Quando se fala de política econômica e os seus instrumentos (políticas monetária, fiscal e cambial), trata-se de macroeconomia. Contraste Entre os Objetos de Estudo da Micro e Macroeconomia Microeconomia Macroeconomia Analisa mercados individuais Analisa a economia como um todo (ex: PIB) Variações no preço de um bem (ou serviço) Inflação (nível geral de preços) Mercado individual de trabalho Taxas de emprego ou desemprego Comportamento individual de consumo Demanda agregada (DA) Oferta de bens (ou serviços) Capacidade produtiva da economia
  • 51. A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia A economia é dividida em microeconomia e macroeconomia. A microeconomia analisa o comportamento dos indivíduos e das empresas, como eles tomam decisões e como interagem entre si em condições de escassez de recursos, considerando o efeito de fatores como necessidades, legislação, regulamentações do mercado e impostos. Nesse escopo, a microeconomia estuda conceitos como demanda, oferta e outras forças que determinam o nível de preços de uma economia – por isso, muitas vezes a microeconomia é chamada de Teoria dos Preços. Em outras palavras, a microeconomia é uma abordagem bottom-up para entender as escolhas humanas, as decisões e a alocação de recursos. A macroeconomia agrega de várias formas os dados dos estudos microeconômicos, estudando economia de um país (ou região) como um todo. Seu objeto de estudo são os grandes agregados econômicos como inflação, taxa de desemprego, balanço de pagamentos, incentivos econômicos e a balança comercial. Quando se fala de política econômica e os seus instrumentos (políticas monetária, fiscal e cambial), trata-se de macroeconomia. Contraste Entre os Objetos de Estudo da Micro e Macroeconomia Microeconomia Macroeconomia Analisa mercados individuais Analisa a economia como um todo (ex: PIB) Variações no preço de um bem (ou serviço) Inflação (nível geral de preços) Mercado individual de trabalho Taxas de emprego ou desemprego Comportamento individual de consumo Demanda agregada (DA) Oferta de bens (ou serviços) Capacidade produtiva da economia Granularidade da Economia?? A divisão da Economia entre micro e macroeconomia é algo arbitrária, é apenas uma primeira forma de se classificar os estudos econômicos. A verdade é que a Economia se divide em inúmeras áreas como economia comportamental, história econômica, desenvolvimento econômico, métodos matemáticos e quantitativos (que incluiu Econometria e Economia Experimental), economia pública e, não menos importante, economia financeira (que aborda “valuation” e o mercado de valores mobiliários, como as bolsas).
  • 52. A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia 1. Manter a Inflação Sobre Controle A inflação é percebida como um aumento persistente e generalizado do nível geral de preços, medido por índices como o IPCA ou o IGPM. Se os preços que a população paga por comida, moradia e saúde estão subindo mais rapidamente do que os salários que recebem, o seu padrão de vida declina. É por esse motivo que é importante manter uma inflação relativamente baixa é vital para garantir a estabilidade econômica de uma nação. 2. Combater o Desemprego A taxa de desemprego é o percentual de trabalhadores sem ocupação. Além de comprometer o sustento das pessoas, uma alta taxa de desemprego significa que a economia do país está desperdiçando um recurso precioso – o trabalho – e isso se traduz na produção de menos bens e serviços. No curto prazo, existe uma relação bem clara entre desemprego e inflação: quando a economia cresce, mais empregos são criados, o desemprego cai e há escassez de mão de obra, o que tende e elevar os salários e pressionar a inflação. Quando a economia encolhe, o desemprego sobe e os salários tendem a cair, o que é percebido como uma inflação mais baixa. Existe um consenso que o desemprego zero é uma utopia, de forma que uma taxa de desemprego de 5% ou menos é considerada “pleno emprego”. Objetivos de Política Macroeconômica (1)
  • 53. A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia 3. Aumentar o Padrão de Vida da Sociedade O crescimento econômico consiste no aumento na produção de bens e serviços durante um período. O crescimento econômico tem reflexos microeconômicos evidentes: as empresas tornam-se mais lucrativas, os preços de suas ações tornam o mercado de capitais mais atrativo, o que aumenta a disponibilidade de recursos para investimentos. Isso gera mais empregos e também incentiva a criação de mais empresas, aumentando o nível de renda e incentivando o consumo – que, por sua vez, retroalimenta a produção, criando um ciclo virtuoso. Portanto, conceitualmente, o crescimento econômico implica em melhoria do padrão de vida da população – mas medi-lo pode não ser trivial. De fato, uma das formas de medir o crescimento econômico de um país é o Produto Interno Bruto (PIB), que não leva em conta muitos fatores que impactam o padrão de vida, como distribuição de renda, custos ambientais e a dívida pública. Objetivos de Política Macroeconômica (2) 4. Equilibrar o Balanço de Pagamentos O balanço de pagamentos reúne todas as transações que indivíduos, empresas e órgãos governamentais de um país realizam com indivíduos, empresas e órgãos governamentais fora do país, sendo constituídas de importações e exportações de bens, serviços e capital, além de remessas internacionais. Grandes déficits ou superávits no balanço de pagamentos não são benéficos no longo prazo, mas podem ser vantajosos no curto prazo (ex: importação de bens de capital para modernizar a indústria doméstica).
  • 54. Problemas microeconômicos Problemas macroeconômicos Como lidar com as externalidades? Como evitar monopólios? Quem deveria controlar as utilities? Qual é o valor do meio ambiente? Como reduzir as desigualdades? Como baixar o índice de desemprego? Como lidar com o comércio exterior? Como prevenir recessões? Como combater a inflação? Como aumentar o padrão de vida? A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia Problemas Econômicos – Macro e Micro Fonte: economicshelp e stackexchange
  • 55. Como lidar com as externalidades? Como evitar monopólios? Quem deveria controlar as utilities? Como baixar o índice de desemprego? Como lidar com o comércio exterior? Como prevenir recessões? Como combater a inflação? Como aumentar o padrão de vida? Problemas microeconômicos Problemas macroeconômicos Qual é o valor do meio ambiente? Como reduzir as desigualdades? A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia Problemas Econômicos – Macro e Micro Problemas que dizem respeito à sociedade como um todo não deveriam ser estudados no escopo da macroeconomia? O que o meio ambiente e a desigualdade têm a ver com as decisões e comportamento individuais dos agentes econômicos? O que você acha? Fonte: economicshelp e stackexchange
  • 56. Como lidar com as externalidades? Como evitar monopólios? Quem deveria controlar as utilities? Qual é o valor do meio ambiente? Como baixar o índice de desemprego? Como lidar com o comércio exterior? Como prevenir recessões? Como combater a inflação? Problemas microeconômicos Problemas macroeconômicos A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia Problemas Econômicos – Macro e Micro Como aumentar o padrão de vida? Você não concorda que reduzir as desigualdades entre as pessoas de uma sociedade significa, em última instância, aumentar o padrão de vida dos mais carentes? Então como é possível que “reduzir as desigualdades” seja um problema microeconômico e “aumentar o padrão de vida” seja um problema macroeconômico? Isto não é incongruente? Qual é a sua opinião? Fonte: economicshelp e stackexchange Como reduzir as desigualdades?
  • 57. A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia Microeconomia Estudo da interação entre os agentes econômicos, de suas escolhas e do seu comportamento em condições de escassez Macroeconomia Estudo dos agregados econômicos tais como o PIB, que retratam o crescimento e desenvolvimentoeconômicos da sociedade Como a macro e micro economia se relacionam As pessoas interagem economicamente entre si com o objetivo de maximizar a sua felicidade dado a escassez de recursos. Como as pessoas julgam-se mais prósperas quanto estão mais felizes, é possível medir sua felicidade pela capacidade que têm de consumir bens e serviços. Por isso, o PIB de um país indica (ainda que indiretamente) como o seu governo está contribuindo para maximizar a felicidade de seus cidadãos face a inevitável escassez de recursos. Um PIB em alta indica que está descobrindo novas maneiras de produzir mais bens e serviços que deixam as pessoas mais felizes. O PIB (Produto Interno Bruto) é calculado pelo IBGE é o valor de toda a produção nacional, calculado pela soma do valor de todos os produtos e serviços finais produzidos no Brasil. O PIB é chamado de termômetro da economia pois quanto mais alto o seu valor, maior é a atividade econômica do país, ou seja, mais se consome, vende e investe nele. Contudo, o PIB não revela nada sobre qualidade de vida, educação, saúde e distribuição de renda.
  • 58. A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia Senado aprova projeto que muda modelo de concorrência no transporte rodoviário Empresas que atuam há anos no setor são contra a medida, que muda o regime de licitações para o de autorizações, em que qualquer companhia pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse Daniel Weterman, O Estado de S.Paulo 15 de dezembro de 2020 | 22h57 BRASÍLIA - Na última sessão do ano, o Senado aprovou o projeto que altera o modelo de concorrência no transporte rodoviário. O senador Rodrigo Pacheco foi um dos que travaram uma disputa com o Ministério da Infraestrutura para manter as regras que impedem a concorrência no transporte interestadual de passageiros. Empresas que atuam há anos no setor são contra a abertura do mercado, que se dá pela mudança do regime de permissões, com licitação, para o de autorizações, em que qualquer empresa pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse. Em um acordo com a Infraestrutura, o relator do projeto, Acir Gurgacz (PDT-RO), alterou o parecer para manter o regime de autorização, porém, com critérios, permitindo esse modelo para prestação não regular de serviços de transporte terrestre coletivo de passageiros, vedada a intermediação e a venda individual de bilhete de passagem. Na prática, a redação ficou mais próxima do que defendia o governo. Não haverá limite ao número de autorizações para o serviço regular de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, salvo no caso de inviabilidade técnica, operacional e econômica, determina o projeto. Os critérios para autorização serão definidos pelo Executivo. Fonte: adaptado de Estadão
  • 59. A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia Senado aprova projeto que muda modelo de concorrência no transporte rodoviário Empresas que atuam há anos no setor são contra a medida, que muda o regime de licitações para o de autorizações, em que qualquer companhia pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse Daniel Weterman, O Estado de S.Paulo 15 de dezembro de 2020 | 22h57 BRASÍLIA - Na última sessão do ano, o Senado aprovou o projeto que altera o modelo de concorrência no transporte rodoviário. O senador Rodrigo Pacheco foi um dos que travaram uma disputa com o Ministério da Infraestrutura para manter as regras que impedem a concorrência no transporte interestadual de passageiros. Empresas que atuam há anos no setor são contra a abertura do mercado, que se dá pela mudança do regime de permissões, com licitação, para o de autorizações, em que qualquer empresa pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse. Em um acordo com a Infraestrutura, o relator do projeto, Acir Gurgacz (PDT-RO), alterou o parecer para manter o regime de autorização, porém, com critérios, permitindo esse modelo para prestação não regular de serviços de transporte terrestre coletivo de passageiros, vedada a intermediação e a venda individual de bilhete de passagem. Na prática, a redação ficou mais próxima do que defendia o governo. Não haverá limite ao número de autorizações para o serviço regular de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, salvo no caso de inviabilidade técnica, operacional e econômica, determina o projeto. Os critérios para autorização serão definidos pelo Executivo. Fonte: adaptado de Estadão Senado aprova projeto que muda modelo de concorrência no transporte rodoviário Empresas que atuam há anos no setor são contra a medida, que muda o regime de licitações para o de autorizações, em que qualquer companhia pode atuar livremente nas linhas em que tiver interesse Regulamentar o mercado rodoviário é uma questão “micro” ou “macro” Econômica? Aliás, esse mercado precisa ser regulado? Visto que no Brasil vivemos um regime de livre-mercado, esse mercado não deveria ficar a cargo da “Mão Invisível” ? Cabe regular esse mercado em particular – ou qualquer outro? O que você acha?
  • 60. A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia Taxa Selic está no menor patamar da série histórica. Índice está estacionado nos 2% desde agosto, e analistas avaliam que cenário pode ser mantido no próximo semestre. Copom mantém taxa básica de juros da economia em 2% na última reunião do ano Por Laís Lis, G1 — Brasília 09/12/2020 18h37 ECONOMIA O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por unanimidade nesta quarta-feira (9) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 2% ao ano. Essa foi a última reunião do ano do Copom. A taxa Selic segue então no menor patamar da série histórica. Essa foi a terceira vez seguida que o comitê decide manter a taxa de juros em 2% ao ano. A definição da taxa de juros acontece em meio à alta dos preços. Em novembro, o IPCA, índice considerado a inflação oficial do país, somou 0,89%. Nos últimos doze meses até novembro, a inflação foi de 4,31%, acima do centro da meta de inflação para este ano, de 4%. Nos últimos meses, a inflação tem disparado principalmente em razão do aumento dos preços dos alimentos. Segundo analistas, isso decorre da disparada do dólar, que incentivou os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo, assim, a oferta de produtos no mercado interno, além do pagamento do auxílio emergencial pelo governo, o que estimulou o consumo. Sobre a alta nos preços, o Copom informou em nota que as últimas leituras de inflação vieram acima do esperado e que, em dezembro, a inflação ainda deve se mostrar elevada. O comitê, no entanto, mantém o diagnóstico de que os choques atuais de preços são temporários. O Copom diz que, em breve, as condições para manutenção do “forward guidance” – a orientação futura, que indica a manutenção dos juros se respeitadas certas condições – podem não ser mais atendidas. Isso, segundo a nota, não implica em uma elevação imediata da taxa básica de juros já que a economia ainda precisa de estímulos monetários. Fonte: adaptado de G1
  • 61. A Granularidade da Economia: Micro e Macroeconomia Taxa Selic está no menor patamar da série histórica. Índice está estacionado nos 2% desde agosto, e analistas avaliam que cenário pode ser mantido no próximo semestre. Copom mantém taxa básica de juros da economia em 2% na última reunião do ano Por Laís Lis, G1 — Brasília 09/12/2020 18h37 ECONOMIA O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por unanimidade nesta quarta-feira (9) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 2% ao ano. Essa foi a última reunião do ano do Copom. A taxa Selic segue então no menor patamar da série histórica. Essa foi a terceira vez seguida que o comitê decide manter a taxa de juros em 2% ao ano. A definição da taxa de juros acontece em meio à alta dos preços. Em novembro, o IPCA, índice considerado a inflação oficial do país, somou 0,89%. Nos últimos doze meses até novembro, a inflação foi de 4,31%, acima do centro da meta de inflação para este ano, de 4%. Nos últimos meses, a inflação tem disparado principalmente em razão do aumento dos preços dos alimentos. Segundo analistas, isso decorre da disparada do dólar, que incentivou os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo, assim, a oferta de produtos no mercado interno, além do pagamento do auxílio emergencial pelo governo, o que estimulou o consumo. Sobre a alta nos preços, o Copom informou em nota que as últimas leituras de inflação vieram acima do esperado e que, em dezembro, a inflação ainda deve se mostrar elevada. O comitê, no entanto, mantém o diagnóstico de que os choques atuais de preços são temporários. O Copom diz que, em breve, as condições para manutenção do “forward guidance” – a orientação futura, que indica a manutenção dos juros se respeitadas certas condições – podem não ser mais atendidas. Isso, segundo a nota, não implica em uma elevação imediata da taxa básica de juros já que a economia ainda precisa de estímulos monetários. Fonte: adaptado de G1 MACROECONOMIA OU MICROECONOMIA? A taxa básica de juros da economia no Brasil (a SELIC) é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. É utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais, como os empréstimos que os bancos fazem para pagar os depósitos compulsórios. Por lei, diariamente os bancos têm que depositar um percentual de seus depósitos em uma conta no Banco Central para controlar o excesso de dinheiro em circulação na economia e evitar um aumento descontrolado da inflação. Contudo, é comum que alguns bancos não consigam ter dinheiro em caixa para cobrir a quantia correspondente ao depósito compulsório. Então, para honrar seu compromisso com o BC, esses bancos captam empréstimos com outros bancos para cumprirem a lei e, naturalmente, pagam juros por esse empréstimo. E esses juros são determinados pela taxa SELIC. Então ajustar a SELIC é uma questão macro ou microeconômica? Por quê?
  • 62. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (1) Estado fragmentado, sociedade de castas e escambo: o Feudalismo O feudalismo foi uma forma de organização econômica, política e social da Europa Centro-Ocidental na Idade Média entre os séculos V e XV. Surgiu devido à decadência do Império Romano a partir do século III (prestígio político em queda, falta de escravos e declínio militar) e à grave crise econômica vivenciada à época. Devido às invasões germânicas (bárbaros), os romanos mais abastados abandonaram as cidades para morar em suas propriedades rurais, chamadas de vilas ou feudos. Essa ruralização foi caracterizada por uma reorganização do trabalho, de escravocrata para servil. Os servos constituíam a maior parte da população e permaneciam vinculados a um feudo, sendo obrigados a prestar pesados serviços e a pagar uma grande quantidade de tributos aos senhores feudais, sendo essa forma de exploração do trabalho a base da riqueza. A economia era predominantemente agrária mas, a despeito de certos avanços, as técnicas agrícolas eram precárias e de baixa produtividade, voltadas para a autossuficiência, sem excedentes ou colheitas expressivas. Não haviam moedas de ampla circulação, de forma que eventuais excessos de produção eram negociados na base do escambo, inibindo o comércio. Na sociedade feudal, o poder estatal era fragmentado e havia três extratos sociais bem definidos: a nobreza (à qual o monarca pertencia), o clero e os camponeses, que podiam ser servos ou, em menor número, os vilões (ex-proprietários de terras que arrendavam propriedades do senhor feudal).
  • 63. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (1) Estado fragmentado, sociedade de castas e escambo: o Feudalismo O Feudo 7. Moinho 8. Ferreiro 9. Campos cultivados 10. Campos em pousio 11. Manso comum 12. Florestas e bosques 1. Castelo 2. Igreja 3. Moradias dos vilões 4. Celeiro do dízimo 5. Gleba 6. Padaria O Rei NOBRES Cavaleiros (vassalos) Camponeses A Estrutura Feudal de Poder
  • 64. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (2) Capitalismo Comercial: o Mercantilismo O mercantilismo está diretamente ligado ao fim do feudalismo e à formação dos Estados Nacionais Modernos como Inglaterra, França, Espanha e Portugal, que surgiram com o poder centralizado na figura do rei. Essa centralização permitiu aos monarcas controlar a economia para aumentar as riquezas nacionais, o que envolvia todo um aparato burocrático responsável pela administração da nação, em questões políticas, sociais, econômicas. Isso somente foi possível com o apoio da burguesia, que lutou para extinguir os privilégios de parte da nobreza feudal, o que mais tarde permitiu as Grandes Navegações e a colonização do continente americano, incluindo o Brasil. A intensa exploração colonial dessa região fomentou o desenvolvimento comercial e manufatureiro (embrião da indústria). Para assegurar seus interesses, as nações mercantilistas empregavam seu prestígio e poderio militar para proteger seus mercados locais e fontes de abastecimento (imperialismo), na crença de que a saúde econômica dependia do seu suprimento de capital. O mercantilismo não consistiu num sistema econômico propriamente dito, mas sim num “conjunto de práticas” econômicas que definiu a transição do modo de produção feudal para o capitalista. O mercantilismo desenvolveu-se na Europa durante a Idade Moderna, entre os séculos XV e XVIII. Caracterizava-se pela forte presença estatal na economia e pela obsessão de manter as balanças comerciais superavitárias, justificando o imperialismo, tarifas e subsídios sobre bens comercializados. Fonte: UOL
  • 65. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (2) Capitalismo Comercial: o Mercantilismo Para assegurar seus interesses, as nações mercantilistas empregavam seu prestígio e poderio militar para proteger seus mercados locais e fontes de abastecimento (imperialismo), na crença de que a saúde econômica dependia do seu suprimento de capital. O mercantilismo não consistiu num sistema econômico propriamente dito, mas sim num “conjunto de práticas” econômicas que definiu a transição do modo de produção feudal para o capitalista. O mercantilismo desenvolveu-se na Europa durante a Idade Moderna, entre os séculos XV e XVIII. Caracterizava-se pela forte presença estatal na economia e pela obsessão de manter as balanças comerciais superavitárias, justificando o imperialismo, tarifas e subsídios sobre bens comercializados. Fonte: UOL Durante o mercantilismo, vigia na Europa a ideia de que a riqueza disponível no mundo era algo que não poderia ser ampliado e, portanto, os Estados absolutistas se empenhavam em assegurar para si a maior porção possível dessa riqueza supostamente limitada.
  • 66. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (2) Capitalismo Comercial: o Mercantilismo O Argumento Mercantilista para a Expansão Colonial
  • 67. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (3) Deixe fazer, deixe ir, deixe passar: a Fisiocracia A fisiocracia era uma teoria da riqueza que definia valor agregado de uma forma bastante simplista, afirmando que a riqueza das nações derivava exclusivamente do valor da agricultura. Para os fisiocratas, somente a terra era capaz de multiplicar capital, pois recebia uma semente e devolvia muitas outras. A fisiocracia (do grego fisios, natureza, e kratia, governo) surgiu na França durante o Iluminismo e se opunha ao mercantilismo e as suas complexas regulamentações governamentais. Seu maior expoente foi o medico francês François Quesnay, para o qual a economia era uma ciência e deveria ser estudada com o mesmo rigor que o nosso organismo. Para Quesnay, a circulação de bens e riquezas na economia são análogas à circulação do sangue no corpo e, por essa razão, a circulação de riquezas deveria fluir sem obstáculos para assegurar uma economia próspera. Os homens precisam agir livremente sem a intervenção do Estado, fazendo com que toda riqueza gerada na produção, circulação e distribuição de bens seja reaplicada na própria economia fazendo-a crescer. Cabe ao Estado garantir as condições adequadas como o direito à propriedade, o restante deve se desenvolver de forma natural. Esse princípio tornou-se conhecido como laissez- faire (laissez faire, laissez aller, laissez passer, le monde va de lui-même, que significa “deixai fazer, deixai ir, deixai passar, o mundo vai por si mesmo”). Isso é, as instituições privadas podem solucionar todas as suas questões sem uma interferência do governo. Com a fisiocracia, disseminou-se o conceito de eficiência econômica, até então ignorado. Fonte: The Economist
  • 68. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (3) Deixe fazer, deixe ir, deixe passar: a Fisiocracia A fisiocracia era uma teoria da riqueza que definia valor agregado de uma forma bastante simplista, afirmando que a riqueza das nações derivava exclusivamente do valor da agricultura. Para os fisiocratas, somente a terra era capaz de multiplicar capital, pois recebia uma semente e devolvia muitas outras. Esse princípio tornou-se conhecido como laissez- faire (laissez faire, laissez aller, laissez passer, le monde va de lui-même, que significa “deixai fazer, deixai ir, deixai passar, o mundo vai por si mesmo”). Isso é, as instituições privadas podem solucionar todas as suas questões sem uma interferência do governo. As ideias econômicas dos fisiocratas são simplistas mas, na verdade, essas ideias não foram sua principal contribuição para o pensamento econômico. Foi a sua abordagem metodológica para o estudo de economia que foi revolucionária. Quesnay era um cientista (ele era um médico) e aplicou os princípios científicos da medicina ao estudo da riqueza. Até então, os pensadores mercantilistas julgavam que acumular ouro era a melhor estratégia econômica sem pensar na eficiência. Posteriormente, Adam Smith popularizou o conceito de laissez- faire, que tornou-se sinônimo de liberalismo econômico. Fonte: The Economist
  • 69. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (4) Produzir mais e melhor: a Economia Clássica Com a divisão do trabalho, o capitalista torna os trabalhadores de suas fábricas mais produtivos e aumenta sua escala de produção, barateando os custos de produção e diminuindo os preços ao consumidor final.Para isso funcionar bem,todas as barreiras à livre concorrência devem ser eliminadas. Antes do capitalismo, a produção era artesanal, os bens eram intercambiados em feiras ou mercados, a produção era voltada para o próprio consumo e o dinheiro servia para adquirir bens de ostentação. Por isso, o tempo dedicado a ganhar dinheiro era menor que o tempo dedicado ao autoconsumo e as atividades não econômicas eram de cunho religioso e recreativo. No século XVI, surge o capitalismo manufatureiro como fruto da formação do mercado mundial e das grandes navegações e, com isso, ganham destaque os produtos com mais valor agregado, como ouro, prata e tabaco. Com mercados maiores, o capital adentra a produção e torna-se manufatureiro. Na Europa e nos EUA, as manufaturas empregavam muitas pessoas, consagrando o laissez-faire como princípio econômico: a medida que todos procuram garantir seus interesses, a economia de toda a sociedade floresce por meio da mão invisível, aumentando o bem-estar geral. As nações cresceriam porque seus cidadãos teriam empresas onde trabalhar e buscariam produzir mais e melhor para poder vender aos consumidores, inclusive no exterior. O aumento da produção seria fruto da divisão do trabalho, da lei de Say (“a produção é a fonte de demanda”) e das vantagens comparativas. Contudo, algumas pessoas começaram a se preocupar com as péssimas condições de trabalho aque os operários eram submetidos e com a possibilidade de eventuais choques de demanda.
  • 70. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (4) Produzir mais e melhor: a Economia Clássica Com a divisão do trabalho, o capitalista torna os trabalhadores de suas fábricas mais produtivos e aumenta sua escala de produção, barateando os custos de produção e diminuindo os preços ao consumidor final.Para isso funcionar bem,todas as barreiras à livre concorrência devem ser eliminadas. O aumento da produção seria fruto da divisão do trabalho, da lei de Say (“a produção é a fonte de demanda”) e das vantagens comparativas. Contudo, algumas pessoas começaram a se preocupar com as péssimas condições de trabalho aque os operários eram submetidos e com a possibilidade de eventuais choques de demanda. Indiscutivelmente, os sistemas fabris criados pela Revolução Industrial são responsáveis pela criação do capitalismo e das cidades modernas. Antes da revolução, a maioria das pessoas ganhava a vida no campo e vivia em comunidades rurais espalhadas. Foi a demanda por mão de obra nas fábricas que incentivou as pessoas a morar e trabalhar em áreas urbanas. Frequentemente, os salários eram baixos e as condições de vida eram difíceis mas, na média, a vida era melhor do que na agricultura. Tudo isso foi possível graças ao aumento de produção gerado pelas fábricas e à economia de mercado.
  • 71. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (4) Produzir mais e melhor: a Economia Clássica Hipoteticamente, suponha que Michael Jordan poderia pintar sua casa em oito horas. Nessas mesmas oito horas, ele também poderia participar da filmagem de um comercial de televisão que lhe renderia US$ 50.000. Em contraste, o vizinho de Jordan, Joe, poderia pintar a casa em 10 horas. No mesmo período, ele poderia trabalhar em um restaurante de fast food e ganhar US$ 100. Neste exemplo, Joe tem uma vantagem comparativa, embora Michael Jordan pudesse pintar a casa mais rápido e melhor. A melhor troca seria Michael Jordan filmar um comercial de televisão e pagar Joe para pintar sua casa. Desde que Michael Jordan ganhe os US$ 50.000 esperados e Joe mais de US$ 100, a negociação é muito boa para os dois. Devido à sua diversidade de habilidades, Michael Jordan e Joe provavelmente considerariam este o melhor arranjo possível para o benefício de ambos. Fonte: Investopedia
  • 72. Breve Retrospectiva do Pensamento Econômico (4) Produzir mais e melhor: a Economia Clássica Uma vantagem comparativa é a capacidade de produzir um determinado bem ou serviço a um custo de oportunidade menor do que seus parceiros comerciais, conferindo portanto a capacidade de se vender bens e serviços a preços mais competitivos do que os concorrentes – e assim obter margens maiores nas vendas. No séc. XIX, as ideias mercantilistas tinham um grande apelo, estimulando os países a exportar o máximo possível (para acumular ouro) e importar o menos possível (para economizar o ouro acumulado). Por sua vez, Adam Smith defendia que é possível lucrar mais com o livre comércio. Como exemplo, ele dizia que a Escócia poderia evitar a importação de vinhos e produzi-los internamente, se assim quisesse. Contudo, como a Grã-Bretanha não se presta às vinhas, isso exigiria o uso de estufas, canteiros de mudas e paredes aquecidas – e isso custaria 30 vezes mais do que importar vinhos. Então, ele conclui que se um determinado país estrangeiro pode comprar uma mercadoria de outro a um custo mais baixo do que o necessário para produzi-lo internamente, o melhor a fazer é importa-lo com parte da produção doméstica, o que é vantajoso para os dois países. Adam Smith dizia que seria melhor para os países se eles se concentrassem no que gastam menos para produzir e importassem os demais produtos de países que conseguem fabricá-los a um custo de produção menor. David Ricardo refinou essa ideia ao criar a noção de vantagem comparativa: não é necessário que um país gaste menos do que outro para produzir algo em vez de importa-lo, basta produzi-lo a um custo de oportunidade menor. Ricardo dizia que a Inglaterra exportava tecidos e importava vinho para liberar recursos produtivos à sua competente indústria têxtil e haveria mais tecido e vinho do que se tivessem insistido na produção de vinhos. Por sua vez, Portugal importava tecidos e exportava vinho, porque lá os benefícios eram maiores se a indústria produzisse mais vinho ao invés de tentar fabricar tecidos. Produzir a um custo mais baixo ou produzir a um custo relativamente mais baixo? Adam Smith: produzir a um custo mais baixo David Ricardo: custo de oportunidade mais baixo