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País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Área: 25,70 x 28,69 cm²
Corte: 1 de 3ID: 67849136 20-01-2017
Em2007,AriannaHuffington,co-fun-
dadoradositedenotíciasTheHuffing-
tonPost, teve um colapso por falta de
sono. O seu dia-a-dia, na altura, era
passado como se o dia tivesse mais
de 24 horas. “O trabalho era muito
mais importante do que dormir”,
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com o sono “está em crise”.
Com a apologia de uma revolução,
como o título indica, o livro aborda
como as contradições do nosso tem-
po se relacionam com a falta de sono:
hoje temos mais informação do que
nunca sobre o sono, devido às evo-
luções tecnológicas, mas são os apa-
relhos que prolongam o nosso dia de
trabalho e não nos deixam desligar...
nem dormir; a indústria do bem-es-
tar prolifera, mas passamos noites
em que dormimos quase nada.
“Evangelista do sono”, como se
chama a si própria, Arianna Hu-
ffington, 66 anos, tira o pulso às
consequências da falta de descanso
do cérebro e explica, citando várias
pesquisas, por que razão é um erro
vivermos “na ilusão de que consegui-
mos fazer o nosso trabalho tão bem
com quatro ou cinco horas de sono
como com sete ou oito”. A privação
de sono torna-nos mais vulneráveis
a doenças e, acrescenta, a incidência
de morte por qualquer causa sobe
em 15%, quando dormimos cinco ou
menos horas por noite.
Casos de privação do sono chegam cada vez mais aos
consultórios. O tema é desvalorizado, dizem os especialistas.
Há quem proponha que o trabalho e as aulas tenham início
mais tarde. Um livro que acaba de ser publicado em Portugal
apela à “revolução” e sugere salas de sesta nos empregos
Saúde
JoanaGorjãoHenriques
Por isso, quando os funcionários
de uma empresa estão cansados,
“seria melhor para o negócio” eles
chegarem mais tarde para ficarem
a dormir, em vez de faltarem por ra-
zões de saúde uns dias depois. Ou
então, prossegue ainda, devia ha-
ver um local no emprego onde pu-
dessem fazer sestas — um “remédio
de 30 minutos” que pode inverter
“o impacto hormonal de uma noite
mal dormida”. Os escritórios do The
Huffington Post têm salas de sesta.
Arianna Huffington defende tam-
bém que as empresas deveriam in-
troduzir mais flexibilidade e controlo
dos horários de trabalho, de modo
a que os seus funcionários tivessem
mais tempo para dormir. E que de-
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que quem quer trabalhar em casa
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topo não falta quem se vanglorie do
pouco que dorme e do muito que tra-
balha, comenta a autora sobre a re-
alidade americana. Em Portugal são
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belo de Sousa. Os especialistas usam
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de 2016 da Deco, feito a mais de 1100
pessoas — e uma em cada quatro ti-
nha tomado fármacos para a ajudar
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mem pouco, acham um desperdício
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lho — e as aulas, nas escolas — muito
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via ser obrigatória até aos 6 anos,
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com o sono. A neurologista, que já
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portuguesa de “que trabalhar
muito é bom e produtivo”.
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ses do Norte as pessoas saem do
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isso significa: trabalho a mais. As 40
horas semanais implicam que, por
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oito horas e se passe as outras oito
horas em lazer. “Quando as pessoas
mudam o paradigma do ‘oito vezes
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com interrupções. A ideia de fazer
multitasking é disparatada: a ener-
gia que o cérebro dispende é muito
maior do que se fizer uma tarefa de-
pois da outra.”
Um estudo que Teresa Paiva fez
com outra espe-
cialista em sono, Marta
Gonçalves, indica que, em mé-
dia, os portugueses dormem sete
horas por dia, mas que esta média
varia entre duas e 11 horas, ou seja,
há muita gente a dormir menos de
cinco. Isto significa um aumento de
riscos: do colesterol, de diabetes, de
doenças auto-imunes, de acidente,
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(e de um dia de baixa em breve).
Bancários, funcionários de multi-
nacionais e de grandes empresas de
advogados, jornalistas, profissionais
dos media são das profissões em que
há mais privação de sono, diz.
Dormir menos de cinco horas é
claramente insuficiente, defende
também Joaquim Moita. Aliás, todos
os especialistas contactados dizem
que menos do que sete em adultos
não é recomendável. Os efeitos da
sonolência podem manifestar-se de
múltiplas formas, acrescenta: défice
de memória, dificuldade de raciocí-
nio, ataques de sono (que acontece
muito nos condutores).
Autora de um estudo sobre os
efeitos da privação do sono nos
médicos, Inês
Sanches defende
que a privação cró-
nica do sono deveria
ser encarada como
uma doença — justa-
mente por causa dos
efeitos, como a an-
siedade e depressão.
Com os seus doentes
fala normalmente da
necessidade de dor-
mir, tenta conven-
cê-los a cumprir
nio, ataques de sono (que ac
muito nos condutores).
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as horas de sono mínimas. “Ao não
dormir parece que vou estar a pou-
par tempo para trabalhar, mas no
fundo vou ser menos rentável.”
Quanto ao número de horas de
repouso que recomenda, varia. Há
quem precise de oito, há quem preci-
se de um pouco mais ou menos. São
as pessoas que têm de ter a noção do
seu perfil. “Quem dorme mais ao fim-
de-semana é porque anda a dormir
menos do que o necessário durante
a semana.” É um bom teste.
Especialista em cronobiologia,
ciência que estuda os ritmos circa-
diários, Cátia Reis diz que os efeitos
de dormir menos de cinco horas por
noite são vários, porque “há hormo-
nas que só são produzidas durante
a noite: a testosterona, a leptina, a
hormona da saciedade (e por isso é
que existem tantos casos de obesi-
dade)”, por exemplo. É possível ter
uma vida normal dormindo quatro
horas? “Não”, garante. “Existem mui-
to poucas pessoas” que ficam bem
dormindo quatro horas. “No geral,
menos do que cinco ou mais do que
dez, é patológico.”
Casos de quem dorme pouco são
cada vez mais comuns nos consul-
tórios. “As pessoas acabam por ter
imensas actividades e não desligam.
Algumas vão para o ginásio à noite o
que é um problema: é suposto a tem-
peratura corporal descer à noite.”
jgh@publico.pt
Por que é que precisamos, afinal,
de dedicar uma parte tão grande da
nossa vida a dormir? Diogo Pimentel
integra uma equipa de investigado-
res da Universidade de Oxford, em
Inglaterra, que fez um estudo sobre
o sono, e responde ao PÚBLICO: con-
tinua a ser “um mistério”. Já os efei-
tos negativos da falta de sono estão
“bem documentados”.
Explica: a dopamina consegue
interromper o sono. Certas drogas
psicoestimulantes (cocaína ou an-
fetaminas) aumentam os níveis de
dopamina no cérebro, diminuindo
a necessidade de dormir. “Parece-
me que o stress, as preocupações,
instabilidades, o excesso de trabalho
e os prazos apertados que, muitas ve-
zes, temos de cumprir podem fazer
algo semelhante através do aumento
de hormonas ou activando sistemas
(dopamina e não só) que tenham um
efeito supressor do sono.”
Cátia Reis, especialista em cro-
nobiologia, trabalha com doentes
com “atraso de fase”, os chamados
“mochos”, e que muitas vezes têm
privação de sono crónica por cau-
sa dos seus compromissos sociais.
Dormir para quê? Os casos de António e Maria
ções”. Como é que esta privação do
sono a afecta? “Sou das pessoas mais
maldispostas de manhã”, conta. “Só
me apetece deitar o despertador pela
janela.” Tem noção das implicações
do cansaço no seu dia-a-dia. Entu-
siasma-se, quer fazer muita coisa ao
mesmo tempo. Mas sente que está
“a chegar ao limite”: “Sempre dormi
bem e tive a capacidade de desligar.
Agora não. E tenho mais dores de
cabeça, mais dores de estômago, dei-
xei de comer algumas coisas, porque
não me caíam bem.” Por isso, está
a pensar em diminuir o volume de
trabalho no seu emprego oficial.
Como se altera esta cultura? Com
medidas concretas, respondem os
especialistas. Em França instaurou-
se recentemente uma norma de “di-
reito a desligar” — consagrou-se o
direito do trabalhador não respon-
der a emails ou telefonemas depois
do horário de expediente (o assunto
está em discussão em Portugal).
“Seria um bom começo”, diz a
neurologista Teresa Paiva. Mudar
o início de horários escolares e de
horários de começo de trabalho se-
ria outra boa ideia. Joaquim Moita,
presidente da Associação Portugue-
sa do Sono, sugere as 9h30 para o
ensino básico e as 9h para as uni-
versidades.
Teresa Paiva defende que deveria
haver uma discussão pública sobre
as políticas do trabalho, do descanso
e do sono. “Se não se fizer nada, ca-
minhamos para uma sociedade com
mais risco de obesidade, depressão,
doenças auto-imunes, cancro.”
A questão é convencer uma so-
ciedade inteira de que o sono é tão
importante quanto o resto. Vamos,
pelo menos, dormir sobre o assun-
to? J.G.H.
É o caso de António (nome fictício),
que precisa de dormir dez horas por
dia. “As pessoas não levam a sério a
questão do sono”, queixa-se. Há 15
anos, sentiu problemas e pediu aju-
da. Primeiro tentou o apoio do Ser-
viço Nacional de Saúde, mas quan-
do percebeu que tinha de esperar
três anos para uma consulta foi ao
privado. Decidiu também “respei-
tar” o seu corpo, ir viver para fora
de Lisboa e ter uma vida saudável.
Professor universitário, conseguiu
passar a dar aulas apenas no período
da tarde, depois de “negociações”
com a direcção.
Já Maria Almeida, 27 anos, traba-
lha na área de marketing da Beta-i,
uma organização que apoia start-
ups. Normalmente, chega por volta
das 9h e sai pelas 20h, altura em que
quase começa um “outro dia de tra-
balho” com os seus três part-time: o
cão, o site Startupship e o podcast
É Apenas Fumaça. Dorme mais ou
menos cinco horas por noite, por-
que se desdobra nestas “mil coisas”.
O ritmo intensificou-se nos últimos
seis meses, ao fim-de-semana tenta
recuperar, “mas há sempre interrup-
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Jornal público sono 2017_01_20

  • 1. A48 Tiragem: 35048 País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Informação Geral Pág: 20 Cores: Cor Área: 25,70 x 28,69 cm² Corte: 1 de 3ID: 67849136 20-01-2017 Em2007,AriannaHuffington,co-fun- dadoradositedenotíciasTheHuffing- tonPost, teve um colapso por falta de sono. O seu dia-a-dia, na altura, era passado como se o dia tivesse mais de 24 horas. “O trabalho era muito mais importante do que dormir”, escreve no seu livro A Revolução do Sono, que acaba de ser publicado em português pela Matéria-Prima. “É evidente que sou indispensável, portanto tenho de trabalhar a noite toda (...). Esta forma de trabalhar e de viver parecia servir-me bem, até deixar de o fazer”, conta. O “momento eureka” que se seguiu depois serviu-lhe para escrever dois livros. Fundou uma plataforma so- bre bem-estar, a Thrive Global, e hoje luta por um mundo que passe mais tempo a dormir. É um combate que existe, porque, diz, a nossa relação com o sono “está em crise”. Com a apologia de uma revolução, como o título indica, o livro aborda como as contradições do nosso tem- po se relacionam com a falta de sono: hoje temos mais informação do que nunca sobre o sono, devido às evo- luções tecnológicas, mas são os apa- relhos que prolongam o nosso dia de trabalho e não nos deixam desligar... nem dormir; a indústria do bem-es- tar prolifera, mas passamos noites em que dormimos quase nada. “Evangelista do sono”, como se chama a si própria, Arianna Hu- ffington, 66 anos, tira o pulso às consequências da falta de descanso do cérebro e explica, citando várias pesquisas, por que razão é um erro vivermos “na ilusão de que consegui- mos fazer o nosso trabalho tão bem com quatro ou cinco horas de sono como com sete ou oito”. A privação de sono torna-nos mais vulneráveis a doenças e, acrescenta, a incidência de morte por qualquer causa sobe em 15%, quando dormimos cinco ou menos horas por noite. Casos de privação do sono chegam cada vez mais aos consultórios. O tema é desvalorizado, dizem os especialistas. Há quem proponha que o trabalho e as aulas tenham início mais tarde. Um livro que acaba de ser publicado em Portugal apela à “revolução” e sugere salas de sesta nos empregos Saúde JoanaGorjãoHenriques Por isso, quando os funcionários de uma empresa estão cansados, “seria melhor para o negócio” eles chegarem mais tarde para ficarem a dormir, em vez de faltarem por ra- zões de saúde uns dias depois. Ou então, prossegue ainda, devia ha- ver um local no emprego onde pu- dessem fazer sestas — um “remédio de 30 minutos” que pode inverter “o impacto hormonal de uma noite mal dormida”. Os escritórios do The Huffington Post têm salas de sesta. Arianna Huffington defende tam- bém que as empresas deveriam in- troduzir mais flexibilidade e controlo dos horários de trabalho, de modo a que os seus funcionários tivessem mais tempo para dormir. E que de- viam estar mais disponíveis para que quem quer trabalhar em casa o possa fazer, ganhando tempo nas deslocações. A regra “três vezes 8h” A questão é que quando se olha para os exemplos vindos dos lugares de topo não falta quem se vanglorie do pouco que dorme e do muito que tra- balha, comenta a autora sobre a re- alidade americana. Em Portugal são famosas as quatro horas de sono do Presidente da República, Marcelo Re- belo de Sousa. Os especialistas usam um termo para quem dorme pouco, como o Presidente: “short sleeper”. Cerca de 20% dos portugueses têm dificuldade em adormecer, diz um estudo da Associação Portuguesa do Sono (APS). Mais de 60% têm proble- mas de sono, mostra um inquérito de 2016 da Deco, feito a mais de 1100 pessoas — e uma em cada quatro ti- nha tomado fármacos para a ajudar a adormecer. Joaquim Moita, pneu- mologista e presidente da APS, diz que os portugueses dormem mal por uma questão cultural. “O sono tende a ser desvalorizado socialmente. Há pessoas que voluntariamente dor- mem pouco, acham um desperdício de tempo dormir.” Misturamos dois hábitos terríveis: começar o traba- lho — e as aulas, nas escolas — muito cedo com a prática de atrasar o fim do dia laboral, o jantar e a ida para a cama. E até o início das actividades recreativas, como beber um copo, são arrastadas para de madruga- da. Tudo isto “resulta num número de horas de sono reduzido”. O que acontece tanto com adultos, como com crianças — muitas começam a acordar às seis da manhã e depois nem sesta fazem na escola. Esta de- via ser obrigatória até aos 6 anos, defende o especialista. Teresa Paiva, precursora na área e fundadora de um centro do sono on- de trabalham entre 20 a 30 pessoas, anda a alertar há mais de dez anos para a má relação dos portugueses com o sono. A neurologista, que já tratou de mais de cinco mil casos no consultório, e de outros 10 mil em hospitais, fala da “mania” portuguesa de “que trabalhar muito é bom e produtivo”. Lembra as estatísticas da Or- ganização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, que atestam que Portugal é um dos países com mais horas de traba- lho, sem que isso se traduza em produtividade (aparece em 9.º lugar, em 1.º está o México e em último a Alemanha). “Nos paí- ses do Norte as pessoas saem do trabalho às 17h, aqui é pecado sair antes das 20h.” No consultório, quando lhe dizem “não tenho horário”, já sabe o que isso significa: trabalho a mais. As 40 horas semanais implicam que, por dia, se trabalhe oito horas, se durma oito horas e se passe as outras oito horas em lazer. “Quando as pessoas mudam o paradigma do ‘oito vezes três’ estão, forçosamente, a reduzir o tempo de sono e de descanso”, afirma. “Os portugueses tendem a trabalhar de forma desorganizada, com interrupções. A ideia de fazer multitasking é disparatada: a ener- gia que o cérebro dispende é muito maior do que se fizer uma tarefa de- pois da outra.” Um estudo que Teresa Paiva fez com outra espe- cialista em sono, Marta Gonçalves, indica que, em mé- dia, os portugueses dormem sete horas por dia, mas que esta média varia entre duas e 11 horas, ou seja, há muita gente a dormir menos de cinco. Isto significa um aumento de riscos: do colesterol, de diabetes, de doenças auto-imunes, de acidente, de cancro, de depressão, de insónia (e de um dia de baixa em breve). Bancários, funcionários de multi- nacionais e de grandes empresas de advogados, jornalistas, profissionais dos media são das profissões em que há mais privação de sono, diz. Dormir menos de cinco horas é claramente insuficiente, defende também Joaquim Moita. Aliás, todos os especialistas contactados dizem que menos do que sete em adultos não é recomendável. Os efeitos da sonolência podem manifestar-se de múltiplas formas, acrescenta: défice de memória, dificuldade de raciocí- nio, ataques de sono (que acontece muito nos condutores). Autora de um estudo sobre os efeitos da privação do sono nos médicos, Inês Sanches defende que a privação cró- nica do sono deveria ser encarada como uma doença — justa- mente por causa dos efeitos, como a an- siedade e depressão. Com os seus doentes fala normalmente da necessidade de dor- mir, tenta conven- cê-los a cumprir nio, ataques de sono (que ac muito nos condutores). Autora de um estudo so efeitos da privação do so médicos Sanches d que a privaç nica do sono d ser encarada uma doença mente por ca efeitos, com siedade e dep Com os seus d fala normalm necessidade mir, tenta c cê-los a cu Muitotrabalhoepoucosono, amisturaexplosiva Página 48
  • 2. Tiragem: 35048 País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Informação Geral Pág: 21 Cores: Cor Área: 25,70 x 31,00 cm² Corte: 2 de 3ID: 67849136 20-01-2017 as horas de sono mínimas. “Ao não dormir parece que vou estar a pou- par tempo para trabalhar, mas no fundo vou ser menos rentável.” Quanto ao número de horas de repouso que recomenda, varia. Há quem precise de oito, há quem preci- se de um pouco mais ou menos. São as pessoas que têm de ter a noção do seu perfil. “Quem dorme mais ao fim- de-semana é porque anda a dormir menos do que o necessário durante a semana.” É um bom teste. Especialista em cronobiologia, ciência que estuda os ritmos circa- diários, Cátia Reis diz que os efeitos de dormir menos de cinco horas por noite são vários, porque “há hormo- nas que só são produzidas durante a noite: a testosterona, a leptina, a hormona da saciedade (e por isso é que existem tantos casos de obesi- dade)”, por exemplo. É possível ter uma vida normal dormindo quatro horas? “Não”, garante. “Existem mui- to poucas pessoas” que ficam bem dormindo quatro horas. “No geral, menos do que cinco ou mais do que dez, é patológico.” Casos de quem dorme pouco são cada vez mais comuns nos consul- tórios. “As pessoas acabam por ter imensas actividades e não desligam. Algumas vão para o ginásio à noite o que é um problema: é suposto a tem- peratura corporal descer à noite.” jgh@publico.pt Por que é que precisamos, afinal, de dedicar uma parte tão grande da nossa vida a dormir? Diogo Pimentel integra uma equipa de investigado- res da Universidade de Oxford, em Inglaterra, que fez um estudo sobre o sono, e responde ao PÚBLICO: con- tinua a ser “um mistério”. Já os efei- tos negativos da falta de sono estão “bem documentados”. Explica: a dopamina consegue interromper o sono. Certas drogas psicoestimulantes (cocaína ou an- fetaminas) aumentam os níveis de dopamina no cérebro, diminuindo a necessidade de dormir. “Parece- me que o stress, as preocupações, instabilidades, o excesso de trabalho e os prazos apertados que, muitas ve- zes, temos de cumprir podem fazer algo semelhante através do aumento de hormonas ou activando sistemas (dopamina e não só) que tenham um efeito supressor do sono.” Cátia Reis, especialista em cro- nobiologia, trabalha com doentes com “atraso de fase”, os chamados “mochos”, e que muitas vezes têm privação de sono crónica por cau- sa dos seus compromissos sociais. Dormir para quê? Os casos de António e Maria ções”. Como é que esta privação do sono a afecta? “Sou das pessoas mais maldispostas de manhã”, conta. “Só me apetece deitar o despertador pela janela.” Tem noção das implicações do cansaço no seu dia-a-dia. Entu- siasma-se, quer fazer muita coisa ao mesmo tempo. Mas sente que está “a chegar ao limite”: “Sempre dormi bem e tive a capacidade de desligar. Agora não. E tenho mais dores de cabeça, mais dores de estômago, dei- xei de comer algumas coisas, porque não me caíam bem.” Por isso, está a pensar em diminuir o volume de trabalho no seu emprego oficial. Como se altera esta cultura? Com medidas concretas, respondem os especialistas. Em França instaurou- se recentemente uma norma de “di- reito a desligar” — consagrou-se o direito do trabalhador não respon- der a emails ou telefonemas depois do horário de expediente (o assunto está em discussão em Portugal). “Seria um bom começo”, diz a neurologista Teresa Paiva. Mudar o início de horários escolares e de horários de começo de trabalho se- ria outra boa ideia. Joaquim Moita, presidente da Associação Portugue- sa do Sono, sugere as 9h30 para o ensino básico e as 9h para as uni- versidades. Teresa Paiva defende que deveria haver uma discussão pública sobre as políticas do trabalho, do descanso e do sono. “Se não se fizer nada, ca- minhamos para uma sociedade com mais risco de obesidade, depressão, doenças auto-imunes, cancro.” A questão é convencer uma so- ciedade inteira de que o sono é tão importante quanto o resto. Vamos, pelo menos, dormir sobre o assun- to? J.G.H. É o caso de António (nome fictício), que precisa de dormir dez horas por dia. “As pessoas não levam a sério a questão do sono”, queixa-se. Há 15 anos, sentiu problemas e pediu aju- da. Primeiro tentou o apoio do Ser- viço Nacional de Saúde, mas quan- do percebeu que tinha de esperar três anos para uma consulta foi ao privado. Decidiu também “respei- tar” o seu corpo, ir viver para fora de Lisboa e ter uma vida saudável. Professor universitário, conseguiu passar a dar aulas apenas no período da tarde, depois de “negociações” com a direcção. Já Maria Almeida, 27 anos, traba- lha na área de marketing da Beta-i, uma organização que apoia start- ups. Normalmente, chega por volta das 9h e sai pelas 20h, altura em que quase começa um “outro dia de tra- balho” com os seus três part-time: o cão, o site Startupship e o podcast É Apenas Fumaça. Dorme mais ou menos cinco horas por noite, por- que se desdobra nestas “mil coisas”. O ritmo intensificou-se nos últimos seis meses, ao fim-de-semana tenta recuperar, “mas há sempre interrup- Sempre dormi bem e tive a capacidade de desligar. Agora não MariaAlmeida Profissional de marketing ILUSTRAÇÃO: MARIANA SOARES Página 49