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JANEIRO DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 1
Uerj e Uenf
na luta em 2012
Conjuntura
política em pauta
Homenagens
a quem marcou História2 6 8
 Aceitei esse desafio de mais um man-
dato a pedido de pessoas da base, mesmo
estando em condições de aposentadoria,
porque acho que o sindicato ainda tem
metas a cumprir. É bom que se saiba que
apesar de uma greve recente, aparente-
mente sem vitórias como desejávamos, o
sindicato teve sim nessa gestão vitórias
significativas, como por exemplo a neu-
tralização de uma minuta que pavimen-
tava uma estrada curta para as fundações
e OSs dentro da universidade, princi-
palmente no Hospital Pedro Ernesto.
Reajuste diferenciados, como bolsas
para determinados segmentos profissio-
nais, foi combatida aguerridamente pelo
sindicato. A preservação dos direitos
do Plano de Cargos, lei 4796, no que
se refere à titulação também foi defen-
dida veementemente pelo sindicato e
conselheiros.
O fato de mantermos um Pré-vesti-
bular social que aprovou em torno de 45
pessoas (funcionários ou filhos de fun-
cionários) nas universidades federais e
estaduais do Rio de Janeiro, sem contar
as particulares, nos enche de orgulho e
é uma grande vitória.
Também podermos disponibilizar um
brinde de Natal e um kit escolar que vai
do fundamental ao superior sem desequi-
librar as finanças do sindicato, num tem-
po em que outras entidades coirmãs estão
com as finanças no vermelho também é
uma vitória. Nossos funcionários, que
não são poucos, estão com salários em dia
e acredito felizes em trabalhar conosco.
A luta é intensa e desgastante. Pre-
cisamos muito do apoio de todos da base
para conquistarmos nosso objetivo maior,
que é alcançar nessa nova gestão a refor-
mulação do Plano de Cargos e Carreiras.
Ela dará um novo sentido profissional
aos técnico-administrativos da Uerj que
estão com os salários muito defasados.
Jorge Luís Mattos
 Nesses 19 anos de Uerj, lembro-me de
uma música que dizia: “ontem um meni-
no que brincava me falou, que hoje é se-
mente do amanhã...”. Na vida, colhemos
da semente que plantamos. A cada dia
estamos mais maduros, mais lapidados. O
Sintuperj é uma grande escola, de sindi-
calismo, de vida. Sinto-me orgulhoso de
fazer parte dessa história. Pessoas novas
estão assumindo a diretoria, com garra
e vontade de lutar. Precisamos apoiar,
sempre vigilantes, para que os princí-
pios básicos não sejam abandonados.
Disse um sábio, certa vez: “É costume
de um tolo, quando erra, queixar-se do
outro. É costume do sábio queixar-se de
si mesmo.” O Sintuperj está com página
nova na Internet; uma base regional am-
pliada com Cecierj e Uezo; um pré-vesti-
bular consolidado e reconhecido; inúme-
ros trabalhos foram realizados. Tivemos
conquistas importantes. Tudo isso fruto
da ação coletiva, não individual. Tivemos
dezenas de pessoas que participaram, de-
cisivamente, dessas lutas e da construção
do sindicato. E a categoria combativa,
sempre ao nosso lado. No entanto, tam-
bém erramos. Saímos de uma greve sem
uma conquista material, mas com um
saldo positivo: o aprendizado político.
Aindaháumagrandebatalhapelafren-
te:aalteraçãodonossoPCCeoreajustedos
salários. O ano de 2013 trarámuitassurpre-
sas e novos desafios. Precisamos estar pre-
parados e unidos. Com diálogo, firmeza e
persistência, atingiremos nossos objetivos.
Outro sábio afirmou: “os reis temem
pelos súditos. Os tiranos temem os
súditos”. Não devemos ter medo dos go-
vernos. Eles que devem ter medo de nós.
Temos certeza de que a nova diretoria
do sindicato saberá dirigir a luta para
as melhores conquistas. A mensagem
que eu mais gostaria de deixar para a
categoria é: “muito obrigado!”.
Alberto Dias Mendes
 A nova diretoria do Sintuperj, que
tomou posse no dia 10 de janeiro de
2013, para o biênio 2012/2014, tem
como coordenadores três integrantes
da diretoria anterior. Companheiros
experientes e comprometidos com a luta
da categoria: Gaúcho, Virgínio e Paulo
César. Desejo sucesso a estes e a todos
os que formam o corpo da nova direção.
Fazer parte da direção de um sindi-
cato como o Sintuperj é uma experiência
gratificante, em parte por ser talvez o
único que convive diretamente com seus
representados. No nosso sindicato, convi-
vemos com a base todo o tempo. Tivemos
muitas vitórias, como a recuperação
financeira do sindicato e a aprovação no
Conselho Universitário, por unanimidade,
da reformulação do Plano de Carreira.
Conseguimos audiências públicas na Alerj
e realizamos palestras e seminários, dos
quais o “Seminário sobre a Dívida Públi-
ca” foi marcante. Ampliamos nossa base
de representação como a Cecierj e a Uezo.
Temos um pré-vestibular reconhecido
dentro e fora da comunidade da Uerj.
O ponto negativo, acho que não só
negativo mas lamentável, foi a tentativa
de criminalização do movimento dos
trabalhadores. Atos semelhantes aos
que foram impostos em uma época da
História muito dura para o país. A greve
para mim foi um erro, não era o momen-
to. Nenhum movimento terá êxito sem
que haja uma ampla discussão e unifi-
cação dos três segmentos (professores,
técnicos e alunos) da Universidade.
Sectarismo, vaidade e culto à persona-
lidade emperram a discussão política e
o crescimento da categoria.
Concluo agradecendo a confiança e
o apoio da categoria ao nosso trabalho.
Segundo um provérbio árabe, “Nunca é
tão fácil perder-se como quando se julga
conhecer o caminho”.
César Lima de Castro Lopes
 Gostaria de iniciar minhas palavras
reconhecendo que durante o mandato
que está terminando cometemos alguns
equívocos que nos causaram tropeços
indesejáveis na luta por nossas reivindica-
ções. Contudo, posso salientar que nossos
sindicalizados, por vontade própria e em
sua maioria, souberam valorizar os acertos
do mandato que ora se encerra, conferindo
a este grupo do qual faço parte, a perma-
nência legítima, à frente da direção do
Sintuperj por mais um período de 2 anos.
Como Coordenador Jurídico do Sin-
tuperj, procurei sempre orientar e ajudar
todos os que me procuraram. E não tenho
dúvidas em afirmar que realizamos um
bom trabalho neste sentido, tendo em vis-
ta a concretização das garantias e direitos
dos servidores preservados pelo Jurídico.
No que tange às perspectivas para o
novo mandato, duas coisas estão claras.
A primeira é que elas são a continuidade
da luta já implementada pela antiga
direção somada às novas demandas. E a
segunda, é o fato delas virem agregadas
às dificuldades da práxis cotidiana. Por
isso, precisamos contar com o apoio ma-
ciço da categoria em todas as frentes de
lutas, pois o Sintuperj somos todos nós.
E só com união conseguiremos atingir
os objetivos desejados.
Não precisaremos de fogo amigo,
e sim de críticas e sugestões, princi-
palmente daqueles que nos delegaram
mais um mandato, para que as propostas
apresentadas nas Assembleias sejam
discutidas democraticamente e, caso
aprovadas, a direção defendê-las até que
as mesmas sejam concretizadas.
Quanto à oposição, esperamos uma
maior participação da mesma. Que de suas
críticas surjam propostas bem elaboradas
e que nos ajudem também a lutar por um
melhor sindicato para todos. Saudações
trabalhistas do sempre companheiro.
Antonio Virginio Fernandes
Ano novo, diretoria nova
Jornal do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais - RJ
Rua São Francisco Xavier, 524 - Bloco D - Sala 1020 - Maracanã - Rio de Janeiro-RJ - CEP 20.550-013 | Ano VII - Nº 42 - janeiro de 2013
JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20132
RETROSPECTIVA 2012
O ano das lutas nas universidades
 Logo no início do ano, mais
precisamente no dia 04 de janei-
ro, a comunidade universitária
da Uerj testemunhou o chan-
celler da universidade, o gover-
nador Sérgio Cabral, anunciar
publicamente no Teatro Odylo
Costa, filho a implementação da
Dedicação Exclusiva para os do-
centes e as alterações na carrei-
ra dos técnico-administrativos.
O discurso aconteceu durante a
posse para o segundo mandato
do reitor Ricardo Vieiralves.
 No mesmo dia da audiência na Alerj, os
trabalhadores da Uerj também marcaram
presença na Assembleia do Movimento
Unificado dos Servidores Públicos Estaduais
(Muspe). Realizada na Concha Acústica da
universidade, a sessão colocou em pauta
a conjuntura do serviço público, marcada
principalmente pela tentativa do governador
Sérgio Cabral de acabar com os triênios por
meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade
(Adin) 4782, impetrada no Superior Tribunal
Federal. O ataque ao direito constitucional-
mente consagrado unificou os servidores de
todo o Estado fluminense em uma luta única.
 Sob os olhos e ouvidos atentos do
Sintuperj e de mais de mil pessoas, o
governador assumiu o compromisso
de implementar a reestruturação da
carreira dos técnicos, inclusive por
escrito. O que nós não esperávamos
é que as palavras do governador não
passariam de um “jpgp de cena”, de-
magógico e ilusório. O que resultou em
um grande embate que se estenderia
por quase todo o ano, e em uma das
maiores mobilizações já vistas na Uerj,
unificando a categoria técnico-admi-
nistrativa com docentes e estudantes.
 Além da luta pela
reestruturação do plano
de carreira dos técnicos,
o Sintuperj também
apoiou o movimento
docente pela implemen-
tação da Dedicação Ex-
clusiva na Uerj. No dia
11 de abril, a direção
do sindicato prestou
solidariedade à causa
no ato público pela DE,
realizado no hall do
queijo da universidade.
 Na semana do Dia do Trabalhador,
os técnico-administrativos promove-
ram uma grande manifestação em
frente ao Palácio Guanabara (03/05),
residência oficial do governador do
Estado. Ao lado de docentes e estudan-
tes, a categoria cobrou o recebimento
de representantes do movimento pelo
Governo, marcando assim o início
oficial da Campanha Salarial 2012. Ao
final do ato público, os segmentos con-
seguiram uma reunião para o dia se-
guinte com o então secretário de Ciên-
cia e Tecnologia, Alexandre Cardoso.
 Além das manifestações públi-
cas, assembleias e reuniões seto-
riais deram o tom da mobilização
entre os técnico-administrativos.
Nesses encontros, os trabalha-
dores discutiram intensamente
a conjuntura das negociações
com o Governo e traçaram os
rumos do movimento. Caracte-
rizada pela disposição para o
diálogo e aberta a negociações,
a categoria manteve-se flexível,
mas convicta sobre a necessidade
de reestruturação da carreira.
 A Assembleia do dia 13/06
aprovou o início da paralisação
dos técnico-administrativos no
dia 19/06. Neste mesmo dia,
foi realizada uma audiência
pública pela Comissão de Edu-
cação da Alerj, cuja pauta de
discussão era as universidades
públicas estaduais. Na ocasião,
as entidades representativas
de servidores e estudantes de
Uerj, Uenf e Uezo fizeram uma
“radiografia” das condições
precárias de trabalho e salariais
enfrentadas pelas instituições.
 Os três segmentos lotaram o
auditório onde foi realizada a
audiência. E durante toda a sessão
mostraram todo o seu repúdio às
declarações da reitoria da Uerj
de que “a política de bolsas na
Uerj é um sucesso”. Da mesma
forma, protestaram contra o ab-
surdo argumento do secretário de
Planejamento, Sérgio Ruy, de que
os servidores da Uerj obtiveram
ganhos expressivos nos últimos
anos, referindo-se ao Plano de
Carreira dos técnicos (2006) e ao
Plano de Carreira Docente (2008).
Rua São Francisco Xavier, 524 - sala 1020 D - Maracanã - Rio de Janeiro/RJ - CEP: 20.550-013  Tel/Fax: 2334-0058 - Tels: 2234-0945 /2234-1342  Internet: www.sintuperj.org.br / sintuperj@sintuperj.org.br /
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Alberto Crespo Rodrigues  Jornalista: Atilas Campos  Estagiária: Isabela Borges  Fotos: Samuel Tosta, Átilas Campos, Frederico Medeiros, Isabela Borges e Sérgio Franklin  Designer: Daniel Costa
JANEIRO DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 3
RETROSPECTIVA 2012
 O dia 25/06 também entrará para a História da Uerj como o dia em que a comunidade
universitária realizou uma de suas maiores passeatas. Iniciada com um ato público dentro do
campus Maracanã, os grevistas percorreram as ruas do entorno da universidade. Durante a
caminhada, servidores e estudantes fizeram um ato público em frente ao Hospital Pedro Ernesto.
 Diversos atos públicos marcaram a greve dos técnico-administrativos da Uerj, como a do
dia 26 de agosto na Seplag.
 No campus Maracanã, por sua
vez, a greve unificada de técnicos,
docentes e estudantes pressionava
a reitoria a assumir uma posição
diante do movimento e em defesa
de suas reivindicações. Após a
assembleia do dia 05 de julho, os
três segmentos realizaram uma
manifestação histórica ao se diri-
gir à reitoria e exigir o recebimento
dos grevistas pela Administração
Central. Uma comissão com dois re-
presentantes de cada segmento foi
então recebida para uma reunião
que durou até às 23h e que resul-
tou na redação de um documento
com 17 pontos acordados.
 Durante a greve, um exem-
plo da intransigência que
marcou a postura da reitoria
da Uerj em relação às deman-
das de servidores e estudan-
tes. Durante a assembleia dos
técnico-administrativos do
dia 17 de julho, os coordena-
dores gerais do Sintuperj fo-
ram intimados em uma ação
movida pela universidade
contra o sindicato, além de
Asduerj e DCE. As entidades
e lideranças sindicais foram
também citadas em outra
ação movida pela reitoria, o
“interdito proibitório”.
 Passados mais de um mês desde o início da greve dos técnicos, o silêncio era a única resposta
do governador para as reivindicações dos trabalhadores. Diante deste panorama, a comunidade
universitária deu início à campanha #Negocia Cabral, no Posto 12.
 Os servidores estaduais uniram forças ao movimento das instituições federais. A greve na
Uerj estava inserida num contexto de paralisações em âmbito nacional das federais. Juntos,
os servidores realizaram diversos atos públicos, como a do dia 09/08.
 Em meio a tantos mo-
mentos marcantes, um
dos maiores ocorreu em
uma das assembleias
dos técnico-adminis-
trativos (10/08). Neste
dia, a categoria mostrou
toda a sua força com
uma mobilização que
resultou numa grande
vitória sobre a reitoria
e na continuidade da
greve, na sessão histó-
rica realizada no An-
fiteatro Ney Palmeiro
JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20134
RETROSPECTIVA 2012
 Após diversas mobilizações e pressões, a categoria avaliou, em assembleia (10/09), a contra-
proposta apresentada pela reitoria e exigiu o estabelecimento de prazos para a implantação do
plano que reestrutura a carreira dos técnicos.
 Uma das maio-
res manifestações
da greve unificada
foi a realizada no
dia 24/08. Mais
de 500 pessoas se
concentraram em
frente à estátua do
Bellini, no estádio
do Maracanã. Após
a realização de um
grande ato público,
os grevistas segui-
ram até à Uerj.
 As ruas do Centro
do Rio de Janei-
ro foram palco de
inúmeras passea-
tas da comunidade
universitária da
Uerj. Na maior e
mais marcante de-
las, trabalhadores
e estudantes con-
centraram-se nas
escadarias da As-
sembleia Legislati-
va e seguiram até
à Secretaria de Ci-
ência e Tecnologia.
Durante a greve uni-
ficada na Uerj, um fato
marcante entristeceu
toda a comunidade
universitária. Um in-
cêndio na manhã do
dia 04/07 atingiu o
Hospital Universitário
Pedro Ernesto (Hupe),
deixando o recém-i-
naugurado almoxari-
fado completamente
destruído.
 A Comissão de Educação da Alerj
realizou uma audiência pública nas
dependências do CAp. A necessi-
dade de mudança para um prédio
adequado e as condições atuais
de acessibilidade foram apontados
como os principais entraves para
o desenvolvimento das funções
pedagógicas e de formação do co-
légio. O coordenador do Sintuperj,
Alberto Mendes, destacou que “os
funcionários se dedicam muito
para suprir as deficiências estru-
turais”. A comunidade do colégio
lotou o auditório e parabenizou a
iniciativa dos parlamentares em
dialogar com a comunidade.
 Em defesa da manutenção da qualidade do Colégio de Aplicação da Uerj, a comunidade uerjiana
realizou a passeata Em defesa do CAp e da Uerj (15/08) pelas ruas do bairro do Rio Comprido,
pedindo mais investimentos no colégio.
 Durante a greve, a presença ostensiva da Polícia Militar foi
uma constante em diversas manifestações públicas. Seplag, Posto
12 (Leblon) e até mesmo a Policlínica Piquet Carneiro receberam
fortíssimos aparatos militares, onde o governo privilegiou a
tentativa de intimidação do movimento grevista em detrimento
da abertura de negociações. No entanto, um fato que lamenta-
velmente entrou, para a História da Uerj foi a repressão brutal
e desnecessária da Tropa de Choque. Um episódio apenas visto
na época da Ditadura Militar. No dia 23/08, os estudantes em
greve, acompanhados pela Asdurerj e Sintuperj, realizaram um
ato público na Avenida Radial Oeste durante a tarde. Em seguida,
seguiram em passeata até o campus Maracanã da universidade,
onde mantiveram a manifestação. Contudo, todos foram sur-
preendidos pela entrada dos policiais com armas em punho e
atirando bombas de gás e de efeito moral.
JANEIRO DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 5
RETROSPECTIVA 2012
 Diante da abertura
de negociações pelo
secretário de Planeja-
mento, Sérgio Ruy, os
técnico-administrati-
vos da Uenf delibera-
ram pela suspensão da
greve em assembleia
(09/10), retornando
às atividades no dia
15/10. A partir daí, a
categoria iniciou uma
nova jornada em busca
do avanço nas negocia-
ções com o Governo.
 Exatos três meses após o início da paralisação das atividades, os técnico-administrativos da
Uerj deliberam a suspensão da greve (19/09), com a manutenção do estado de greve. Em reunião
posterior, o reitor comprometeu-se em reunir-se periodicamente (10 em 10 dias) com o sindicato
e agendaria um encontro com a Seplag. Nesse sentido, os técnico-administrativos lançaram a
campanha pelo cumprimento do “Termo de Compromisso de Saída de Greve”.
 A campanha chegou às ruas (07/11), com um outdoor na Avenida Radial Oeste.
Na Uenf, greve em 2012
O ano de 2012 também foi de muitas lutas
para os técnico-administrativos da Universi-
dade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).
Ao longo de todo o ano, a categoria buscou
arduamente uma resposta da Secretaria de
Estado de Planejamento e Gestão (Seplag)
sobre o processo E-26/050637/11 (tabela
salarial dos servidores). Entre as demandas,
também estava a reposição salarial de 60%
e a implantação do auxílio saúde já apro-
vado pelo Conselho Universitário. Diante do
silêncio do Governo do Estado em relação
às reivindicações, a categoria deliberou pela
entrada em greve a partir do dia 22/08.
 A partir de então, os servidores deram início a uma campanha conjunta com os docentes que
incluía passeatas, atos públicos e tentativas de negociação com o Governo do Estado. As manifes-
tações realizadas majoritariamente pelas ruas da cidade de Campos dos Goytacazes tinha como
objetivo dialogar com a população local, trazendo esclarecimentos sobre as causas da greve e a
necessidade de melhoria das condições de trabalho da universidade.
 Durante a greve, a universidade recebeu o presidente da Comissão de Educação da Alerj, deputado
Comte Bittencourt (29/08), para uma audiência pública. Na pauta, as reivindicações de técnicos,
docentes e estudantes da Uenf, que incluía reajuste para os servidores, além da construção do
bandejão para os estudantes. O deputado comprometeu-se em agendar uma reunião entre os
representantes das categorias e o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), para que os
grevistas levassem suas reivindicações ao Executivo.
 No dia 11/09, representantes dos servidores da Uenf reuniram-se então com o presidente da Alerj.
Em busca da abertura de um canal de negociação com o Governo do estado, técnicos e docentes
apresentaram a pauta de reivindicações da greve. Também estiveram presentes o presidente da
Comissão de Educação, Comte Bittencourt (PPS) e os deputados Luís Paulo Corrêa (PSDB), Robson
Leite (PT) e Roberto Henriques (PSD).
 Uma reunião colo-
cou frente a frente Sin-
tuperj/Uenf e Aduenf
com os secretários de
Planejamento, Sérgio
Ruy, e de Ciência e
Tecnologia, Luiz Ed-
mundo Costa Leite.
Além do reitor Silvé-
rio de Paiva Freitas.
JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20136
RETROSPECTIVA 2012
Sintuperj no Fórum Mundial
Em janeiro, o Sintuperj participou do Fórum Social Mundial Temático. Realizado em Porto Ale-
gre, o Fórum colocou em pauta temas como a Rio+20, Educação, Meio Ambiente, novo Código
Florestal, dívida pública e crises econômicas mundiais. O sindicato também marcou presença
na passeata contra o sistema capitalista, realizada no centro de Porto Alegre.
Aula inaugural
No dia 07 de fevereiro, o Sintuperj promoveu a aula inaugural do Pré-vestibular do sindicato.
Professores e ex-professores, alunos e ex-estudantes, familiares e monitores participaram do
evento, que contou com a presença da professora de História da Uerj e sub-reitora de gradua-
ção, Lená Medeiros. Professor do Instituto de Letras, Luiz Ricardo Leitão ministrou aula sobre
regras do novo acordo ortográfico.
Sintuperj homenageia mulheres e mães
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o Sintuperj distribuiu flores e brindes. O
sindicato também prestou uma homenagem ao Dia das Mães.
Cecierj na luta
pelo plano de carreira
A Fundação Cecierj participou da
audiência pública na Alerj sobre as
universidades estaduais na Alerj. Os
técnico-administrativos do Cecierj fo-
ram representados por Fabio Rapello,
que deixou clara a necessidade de
valorização da categoria, que ainda
não possui um plano de carreira. Em
fevereiro, mais de 30 funcionários
do Cecierj se filiaram ao Sintuperj. A
coordenação geral do sindicato esteve
presente e reafirmou a entidade como
representante da categoria.
Uezo à espera
de um campus
A comunidade do Centro
Universitário da Zona
Oeste (Uezo) marcou
presença na audiência
pública com a Seplag
(19/06). Representados
pelo reitor, Roberto Soa-
res Moura, a Uezo expôs
as dificuldades enfren-
tadas por não ter um
campus, solicitando a li-
beração de R$ 10 milhões
para a sua construção.
Técnicos tomam posse no Consun
Os técnico-administrativos eleitos para a bancada da categoria do Conselho Universitário
tomaram posse na sessão realizada no dia 06/09.
Contratados lutam por salários
Os trabalhadores contratados da Uerj tiveram um ano de muitas mobilizações em 2012. No
dia 15 de fevereiro, deliberaram pela ida à reitoria para cobrar explicações sobre os salários
atrasados então desde o dia 10 do mesmo mês. O problema tem sido uma constante, o que gerou
no mês de outubro uma paralisação de quase um mês após mais de duas semanas de atrasos.
Eleições
do Sintuperj
No final de 2012, os
técnico-administrativos
elegeram a Chapa 1 –
Ousar e Lutar para a
direção do Sintuperj. A
nova composição repre-
sentará a categoria pe-
los próximos dois anos.
JANEIRO DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 7
STF: todos os holofotes em 2012
O Superior Tribunal Federal foi cenário de um dos maiores julgamentos contra a corrupção
em nosso país. Após quatro meses de julgamento, o tribunal condenou 25 réus do chamado
“mensalão”. O caso veio à tona em 2005, com a denúncia de um esquema de pagamentos de
propina em troca de votos de políticos da base do governo. O fato é recorrente no Congresso, haja
vista o escândalo dos “anões do orçamento”, em que tudo acabou em “pizza”. O julgamento
trouxe inovações como a condenação por corrupção passiva sem a necessidade do receptador da
propina ter consumado o ato de ofício para pagar o favor. Além disso, prevaleceu a tese de que
o réu pode ser condenado sem ter participação direta no ato criminoso, mas que tenha domínio
sobre o fato cometido. Neste caso, José Dirceu foi condenado como chefe da quadrilha. O STF
também concluiu que para condenar por lavagem de dinheiro, basta provar que o réu recebeu
dinheiro ilícito por meio de movimentações que camuflam a origem da propina. Em um país
onde impera a impunidade nos chamados crimes do colarinho branco, as condenações de figuras
do alto escalão do governo são um exemplo para aqueles que usurpam o dinheiro do povo e
utilizam-se da máquina pública para proveito próprio. Infelizmente ainda não foram julgados
os casos das privatizações do governo Fernando Henrique, nem os escândalos que o envolveram.
 Lená Medeiros, da SR-1, e Luiz Edmundo Tavares (Uerj/História), além do diretor do Sintuperj,
Alberto Dias Mendes, destacaram que nesses dez anos em que a política de cotas vigorou na Uerj
a qualidade da instituição se manteve. Para o Dia da Consciência Negra (20/11), ressaltaram
a necessidade de “construção de consciência, que é destruída 24h” pela mídia. E, dessa forma,
desconstruir a lógica de que o culpado pelos distúrbios e disparidades sociais é sempre do próprio
indivíduo, sem qualquer relação com governos e outros fatores sociais mais complexos.
Na Uerj, “Todos somos cotistas”
Na Uerj, pioneira na implementação da política de cotas nas universidades, a comunidade
celebrou em 2012 os 10 anos do decreto 30.776/02, que instituiu as cotas na universidade.
Organizado pelo Centro Acadêmico de História, com apoio do Sintuperj e outras entidades, foi
realizado no dia 07 de novembro o evento Todos somos cotistas.
Dívida pública em pauta
Nos dias 18 e 19 de abril, economistas e sindicalistas do Brasil e da América Latina discutiram as
causas e efeitos sociais da Dívida Pública. O Seminário A dívida pública em debate, organizado por
Sintuperj, Asduerj e Núcleo da Auditoria Cidadã/RJ, contou com participação maciça de técnico
-administrativos, estudantes e docentes que lotaram o auditório nos dois dias do evento. Entre os
palestrantes, nomes como Maria Lucia Fatorelli (Auditora Fiscal/aposentada) responsável pela
Auditoria Cidadã da Dívida, o economista e ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, professor We-
ber Figueiredo (Faculdade de Engenharia) e Wilma Salgado, ex-ministra de Finanças do Equador.
Sintuperj na
Cúpula dos Povos
Paralelamente à realização
da Rio+20, os movimentos
sociais promoveram a Cú-
pula dos Povos. O Sintuperj
participou ativamente das
discussões sobre as causas
estruturais das crises do
capitalismo, suas falsas so-
luções, as novas formas de
reprodução do sistema e o
estímulo à organização da
sociedade civil na luta anti-
capitalista pós-Rio+20.
Aniversário
do Sintuperj
O ano de 2012 também foi
marcado por comemorações. No
dia 31/10, o Sintuperj fez seu
12º aniversário. Além da data,
os técnico-administrativos
celebraram o Dia do Servidor
(28/10) e os 14 anos do Pré-
vestibular (03/08). Durante a
atividade, os técnicos acompa-
nharam as performances irre-
verentes do cantor Robson Luy,
que fez paródias com antigos
e novos sucessos da música.
RETROSPECTIVA 2012
A afirmação das cotas no STF
A reserva de vagas também esteve na pauta do STF. Ao analisar a Ação Direta de Inconstitucio-
nalidade movida pelo DEM contra a Universidade de Brasília, o Supremo julgou improcedente
a ação, declarando as cotas constitucionais. Dessa forma, o STF contribuiu na construção do
sepultamento dos sentimentos racistas e excludentes que permeiam a nação brasileira há séculos.
Os dois juízes que são professores da Uerj estão de parabéns. Curiosamente, a mídia burguesa
chamou de herói” o Ministro Joaquim Barbosa no caso do mensalão. Porém, não concedeu o mesmo
título a Lewandoski, ministro que apresentou o relato favorável às cotas, fato que deveria ter a
mesma repercussão, pois amplia a democracia racial no Brasil. É bom lembrar que essa votação
é resultante de anos de lutas da sociedade e, principalmente, da população de baixa renda e
negra, que reivindica igualdade de oportunidade. A velha máxima de Rui Barbosa prevaleceu:
“tratar os iguais de forma igual e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades”.
Não basta aprovar a constitucionalidade das cotas raciais. Um longo caminho ainda deverá ser
trilhado até a solução de problemas graves de nossa sociedade. Os princípios ainda estão em
debate. Dentre eles, o da meritocracia, que submete milhares de jovens ao vestibular, quando o
Estado deveria garantir educação de qualidade e gratuita para todos os egressos do ensino médio.
 Atividades culturais com a presença da Resistência indígena e um bate-papo sobre cotas
com alunos da rede estadual também fizeram parte da programação. Além disso, houve roda
de Funk e Rap.
JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20138
Gonzaga: o Rei do Baião
Cantor e compositor que mudou para sempre a História da música no país, nasceu no po-
voado do Araripe, em Exu, Pernambuco. Mas foi no Rio de Janeiro que Gonzaga enveredou
pelos caminhos da música. Cantando em regiões de prostituição e programas de calouros, o
já compositor se apresentava de terno, figurino bem diferente do que ele ainda iria adotar.
Depois de um contrato com a Rádio Nacional, Gonzaga começou a usar roupas típicas do
Nordeste. A partir daí, seu talento foi ganhando cada vez mais espaço. Fazendo shows por
todo o país com a sanfona em mãos, o cantor não se limitou ao eixo Rio - São Paulo. Por meio
das apresentações e discos lançados, popularizou o xaxado, o baião e o xote. As letras do
sanfoneiro eram carregadas de significado e poesia. As referências ao Nordeste foram cons-
truídas em torno da fala com sotaque, das letras, das vestimentas e de valores da região. Após
mais de 500 músicas gravadas, Gonzaga permanece vivo através de seu riquíssimo legado.
2012: LEMBRANÇAS E SAUDADES
Em 2012 duas figuras de extrema importância para a cultura brasileira
completariam 100 anos: os pernambucanos Luiz Gonzaga e Nelson Rodrigues
Aloísio Teixeira
Reitor da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) por oito anos (2003-2011),
Teixeira foi um dos grandes defensores
da democratização do Ensino Superior
e da Educação como instrumento para
tornar o Brasil um país socialmente mais
justo. Nos anos em que Teixeira esteve na
reitoria da UFRJ, a instituição aderiu ao
Programa de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (Reuni), que
ampliou as vagas nas universidades públi-
cas. Substituiu o vestibular pelo Sistema
de Seleção Unificada (Sisu). Ele também
participou da criação do Plano Diretor
com metas até 2020. O professor Aloísio
Teixeira é uma daquelas pessoas nas quais
a trajetória de vida confunde-se com a da
Universidade Pública. Os trabalhadores
tiveram a honra de ter Aloísio Teixeira
como um dos palestrantes do VIII Con-
gresso do sindicato, em agosto de 2011.
Carlos
Nelson Coutinho
Formado em Filosofia na Universidade
Federal da Bahia (UFBA), Coutinho era
mais que um professor, era um símbolo
da esquerda brasileira. Produziu cen-
tenas de escritos sobre a organização
dos trabalhadores e a filosofia mar-
xista. Traduziu para o português “O
capital”, de Marx. Além disso, era um
militante aguerrido que participava
das discussões atuais sobre a conjun-
tura política mundial. O intelectual
foi militante do Partido Comunista
Brasileiro (PCB), depois do Partido dos
Trabalhadores (PT) e, mais tarde, do
Partido Socialista e Liberdade (PSol).
Eric Hobsbawn
Maior historiador do século XX, Hobs-
bawn, nascido em 1917, era egípcio,
mas cresceu em Viena, na Áustria. Após
a morte dos pais, foi morar em Berlim
com um tio. Quando Hitler assumiu o
poder, mudou-se para a Inglaterra, onde
fez faculdade na Universidade de Cam-
bridge. Centenas de obras do marxista
foram publicadas no Brasil, como o livro
“Como mudar o Mundo”, onde analisa o
legado de Karl Marx e seu impacto na
história. Entre os títulos também estão
“A era das revoluções”, “A era do capi-
tal” e “A era dos impérios”. Um exemplo
de comunista consciente, que analisou e
construiu críticas lúcidas aos caminhos
tomados pela esquerda. Suas obras tor-
nam possível que todo o conhecimento
do intelectual, baseado em vivência,
sagacidade e academia, esteja bem vivo.
Oscar Niemeyer
Responsável por projetar Brasília e
diversas outras obras como os Centros
Integrados de Educação Pública (Cieps,
conhecidos como “brizolões”), Niemeyer
não foi apenas um arquiteto brilhante,
mas deixou como legado uma sensibilida-
de e consciência política incríveis: “Toda
escola superior deveria oferecer aulas de
filosofia e história. Assim, fugiríamos da
figura do especialista e ganharíamos pro-
fissionais capacitados a conversar sobre a
vida”. Seus traços em curva, no lugar de
retas, revolucionou a arquitetura contem-
porânea. Niemeyer deu as mãos à política
a partir do momento em que conheceu
Luiz Carlos Prestes e filiou-se ao Partido
Comunista (PCB). Niemeyer também era
amigo de Fidel Castro, quem sempre de-
fendeu. Nos tempos de Ditadura Militar,
o arquiteto chegou a ir para França e
União Soviética. Sempre deixou clara sua
posição à esquerda. Em todas as suas en-
trevistas declarou que a solução para esse
mundo de desigualdade era a revolução.
Nelson Rodrigues: o autor maldito
Jornalista, dramaturgo e escritor que construiu um novo olhar sobre a sociedade. Nascido no
Recife, Nelson mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança, pois seu pai, por motivos políticos,
teve que se exilar. Trabalhou desde cedo como jornalista. Morador da zona norte carioca, viveu e
presenciou histórias trágicas e comuns do dia a dia, que serviriam de inspiração para suas peças,
livros e crônicas. Como jornalista, consagrou-se através dos textos sobre futebol. Sua paixão pelo
esporte transbordava através das palavras. Suas crônicas futebolísticas revolucionaram as cober-
turas das partidas. Aos 29 anos, Nelson escreveu a peça teatral “Mulher sem pecado”, dois anos
depois, o reconhecimento bateria a porta do autor, com a peça “Vestida de noiva”. Seus romances
e peças fizeram grande sucesso, mas também causaram estranhamento e escandalizaram, ficando
conhecido com o “autor maldito”. Foi taxado como tarado e vítima de censura. Suas histórias
eram recheadas de conflitos amorosos e familiares, fugindo da expectativa e do lugar comum.
JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20138
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  • 1. JANEIRO DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 1 Uerj e Uenf na luta em 2012 Conjuntura política em pauta Homenagens a quem marcou História2 6 8  Aceitei esse desafio de mais um man- dato a pedido de pessoas da base, mesmo estando em condições de aposentadoria, porque acho que o sindicato ainda tem metas a cumprir. É bom que se saiba que apesar de uma greve recente, aparente- mente sem vitórias como desejávamos, o sindicato teve sim nessa gestão vitórias significativas, como por exemplo a neu- tralização de uma minuta que pavimen- tava uma estrada curta para as fundações e OSs dentro da universidade, princi- palmente no Hospital Pedro Ernesto. Reajuste diferenciados, como bolsas para determinados segmentos profissio- nais, foi combatida aguerridamente pelo sindicato. A preservação dos direitos do Plano de Cargos, lei 4796, no que se refere à titulação também foi defen- dida veementemente pelo sindicato e conselheiros. O fato de mantermos um Pré-vesti- bular social que aprovou em torno de 45 pessoas (funcionários ou filhos de fun- cionários) nas universidades federais e estaduais do Rio de Janeiro, sem contar as particulares, nos enche de orgulho e é uma grande vitória. Também podermos disponibilizar um brinde de Natal e um kit escolar que vai do fundamental ao superior sem desequi- librar as finanças do sindicato, num tem- po em que outras entidades coirmãs estão com as finanças no vermelho também é uma vitória. Nossos funcionários, que não são poucos, estão com salários em dia e acredito felizes em trabalhar conosco. A luta é intensa e desgastante. Pre- cisamos muito do apoio de todos da base para conquistarmos nosso objetivo maior, que é alcançar nessa nova gestão a refor- mulação do Plano de Cargos e Carreiras. Ela dará um novo sentido profissional aos técnico-administrativos da Uerj que estão com os salários muito defasados. Jorge Luís Mattos  Nesses 19 anos de Uerj, lembro-me de uma música que dizia: “ontem um meni- no que brincava me falou, que hoje é se- mente do amanhã...”. Na vida, colhemos da semente que plantamos. A cada dia estamos mais maduros, mais lapidados. O Sintuperj é uma grande escola, de sindi- calismo, de vida. Sinto-me orgulhoso de fazer parte dessa história. Pessoas novas estão assumindo a diretoria, com garra e vontade de lutar. Precisamos apoiar, sempre vigilantes, para que os princí- pios básicos não sejam abandonados. Disse um sábio, certa vez: “É costume de um tolo, quando erra, queixar-se do outro. É costume do sábio queixar-se de si mesmo.” O Sintuperj está com página nova na Internet; uma base regional am- pliada com Cecierj e Uezo; um pré-vesti- bular consolidado e reconhecido; inúme- ros trabalhos foram realizados. Tivemos conquistas importantes. Tudo isso fruto da ação coletiva, não individual. Tivemos dezenas de pessoas que participaram, de- cisivamente, dessas lutas e da construção do sindicato. E a categoria combativa, sempre ao nosso lado. No entanto, tam- bém erramos. Saímos de uma greve sem uma conquista material, mas com um saldo positivo: o aprendizado político. Aindaháumagrandebatalhapelafren- te:aalteraçãodonossoPCCeoreajustedos salários. O ano de 2013 trarámuitassurpre- sas e novos desafios. Precisamos estar pre- parados e unidos. Com diálogo, firmeza e persistência, atingiremos nossos objetivos. Outro sábio afirmou: “os reis temem pelos súditos. Os tiranos temem os súditos”. Não devemos ter medo dos go- vernos. Eles que devem ter medo de nós. Temos certeza de que a nova diretoria do sindicato saberá dirigir a luta para as melhores conquistas. A mensagem que eu mais gostaria de deixar para a categoria é: “muito obrigado!”. Alberto Dias Mendes  A nova diretoria do Sintuperj, que tomou posse no dia 10 de janeiro de 2013, para o biênio 2012/2014, tem como coordenadores três integrantes da diretoria anterior. Companheiros experientes e comprometidos com a luta da categoria: Gaúcho, Virgínio e Paulo César. Desejo sucesso a estes e a todos os que formam o corpo da nova direção. Fazer parte da direção de um sindi- cato como o Sintuperj é uma experiência gratificante, em parte por ser talvez o único que convive diretamente com seus representados. No nosso sindicato, convi- vemos com a base todo o tempo. Tivemos muitas vitórias, como a recuperação financeira do sindicato e a aprovação no Conselho Universitário, por unanimidade, da reformulação do Plano de Carreira. Conseguimos audiências públicas na Alerj e realizamos palestras e seminários, dos quais o “Seminário sobre a Dívida Públi- ca” foi marcante. Ampliamos nossa base de representação como a Cecierj e a Uezo. Temos um pré-vestibular reconhecido dentro e fora da comunidade da Uerj. O ponto negativo, acho que não só negativo mas lamentável, foi a tentativa de criminalização do movimento dos trabalhadores. Atos semelhantes aos que foram impostos em uma época da História muito dura para o país. A greve para mim foi um erro, não era o momen- to. Nenhum movimento terá êxito sem que haja uma ampla discussão e unifi- cação dos três segmentos (professores, técnicos e alunos) da Universidade. Sectarismo, vaidade e culto à persona- lidade emperram a discussão política e o crescimento da categoria. Concluo agradecendo a confiança e o apoio da categoria ao nosso trabalho. Segundo um provérbio árabe, “Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o caminho”. César Lima de Castro Lopes  Gostaria de iniciar minhas palavras reconhecendo que durante o mandato que está terminando cometemos alguns equívocos que nos causaram tropeços indesejáveis na luta por nossas reivindica- ções. Contudo, posso salientar que nossos sindicalizados, por vontade própria e em sua maioria, souberam valorizar os acertos do mandato que ora se encerra, conferindo a este grupo do qual faço parte, a perma- nência legítima, à frente da direção do Sintuperj por mais um período de 2 anos. Como Coordenador Jurídico do Sin- tuperj, procurei sempre orientar e ajudar todos os que me procuraram. E não tenho dúvidas em afirmar que realizamos um bom trabalho neste sentido, tendo em vis- ta a concretização das garantias e direitos dos servidores preservados pelo Jurídico. No que tange às perspectivas para o novo mandato, duas coisas estão claras. A primeira é que elas são a continuidade da luta já implementada pela antiga direção somada às novas demandas. E a segunda, é o fato delas virem agregadas às dificuldades da práxis cotidiana. Por isso, precisamos contar com o apoio ma- ciço da categoria em todas as frentes de lutas, pois o Sintuperj somos todos nós. E só com união conseguiremos atingir os objetivos desejados. Não precisaremos de fogo amigo, e sim de críticas e sugestões, princi- palmente daqueles que nos delegaram mais um mandato, para que as propostas apresentadas nas Assembleias sejam discutidas democraticamente e, caso aprovadas, a direção defendê-las até que as mesmas sejam concretizadas. Quanto à oposição, esperamos uma maior participação da mesma. Que de suas críticas surjam propostas bem elaboradas e que nos ajudem também a lutar por um melhor sindicato para todos. Saudações trabalhistas do sempre companheiro. Antonio Virginio Fernandes Ano novo, diretoria nova Jornal do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais - RJ Rua São Francisco Xavier, 524 - Bloco D - Sala 1020 - Maracanã - Rio de Janeiro-RJ - CEP 20.550-013 | Ano VII - Nº 42 - janeiro de 2013
  • 2. JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20132 RETROSPECTIVA 2012 O ano das lutas nas universidades  Logo no início do ano, mais precisamente no dia 04 de janei- ro, a comunidade universitária da Uerj testemunhou o chan- celler da universidade, o gover- nador Sérgio Cabral, anunciar publicamente no Teatro Odylo Costa, filho a implementação da Dedicação Exclusiva para os do- centes e as alterações na carrei- ra dos técnico-administrativos. O discurso aconteceu durante a posse para o segundo mandato do reitor Ricardo Vieiralves.  No mesmo dia da audiência na Alerj, os trabalhadores da Uerj também marcaram presença na Assembleia do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe). Realizada na Concha Acústica da universidade, a sessão colocou em pauta a conjuntura do serviço público, marcada principalmente pela tentativa do governador Sérgio Cabral de acabar com os triênios por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 4782, impetrada no Superior Tribunal Federal. O ataque ao direito constitucional- mente consagrado unificou os servidores de todo o Estado fluminense em uma luta única.  Sob os olhos e ouvidos atentos do Sintuperj e de mais de mil pessoas, o governador assumiu o compromisso de implementar a reestruturação da carreira dos técnicos, inclusive por escrito. O que nós não esperávamos é que as palavras do governador não passariam de um “jpgp de cena”, de- magógico e ilusório. O que resultou em um grande embate que se estenderia por quase todo o ano, e em uma das maiores mobilizações já vistas na Uerj, unificando a categoria técnico-admi- nistrativa com docentes e estudantes.  Além da luta pela reestruturação do plano de carreira dos técnicos, o Sintuperj também apoiou o movimento docente pela implemen- tação da Dedicação Ex- clusiva na Uerj. No dia 11 de abril, a direção do sindicato prestou solidariedade à causa no ato público pela DE, realizado no hall do queijo da universidade.  Na semana do Dia do Trabalhador, os técnico-administrativos promove- ram uma grande manifestação em frente ao Palácio Guanabara (03/05), residência oficial do governador do Estado. Ao lado de docentes e estudan- tes, a categoria cobrou o recebimento de representantes do movimento pelo Governo, marcando assim o início oficial da Campanha Salarial 2012. Ao final do ato público, os segmentos con- seguiram uma reunião para o dia se- guinte com o então secretário de Ciên- cia e Tecnologia, Alexandre Cardoso.  Além das manifestações públi- cas, assembleias e reuniões seto- riais deram o tom da mobilização entre os técnico-administrativos. Nesses encontros, os trabalha- dores discutiram intensamente a conjuntura das negociações com o Governo e traçaram os rumos do movimento. Caracte- rizada pela disposição para o diálogo e aberta a negociações, a categoria manteve-se flexível, mas convicta sobre a necessidade de reestruturação da carreira.  A Assembleia do dia 13/06 aprovou o início da paralisação dos técnico-administrativos no dia 19/06. Neste mesmo dia, foi realizada uma audiência pública pela Comissão de Edu- cação da Alerj, cuja pauta de discussão era as universidades públicas estaduais. Na ocasião, as entidades representativas de servidores e estudantes de Uerj, Uenf e Uezo fizeram uma “radiografia” das condições precárias de trabalho e salariais enfrentadas pelas instituições.  Os três segmentos lotaram o auditório onde foi realizada a audiência. E durante toda a sessão mostraram todo o seu repúdio às declarações da reitoria da Uerj de que “a política de bolsas na Uerj é um sucesso”. Da mesma forma, protestaram contra o ab- surdo argumento do secretário de Planejamento, Sérgio Ruy, de que os servidores da Uerj obtiveram ganhos expressivos nos últimos anos, referindo-se ao Plano de Carreira dos técnicos (2006) e ao Plano de Carreira Docente (2008). Rua São Francisco Xavier, 524 - sala 1020 D - Maracanã - Rio de Janeiro/RJ - CEP: 20.550-013  Tel/Fax: 2334-0058 - Tels: 2234-0945 /2234-1342  Internet: www.sintuperj.org.br / sintuperj@sintuperj.org.br / imprensa@sintuperj.org.br  Delegacia HUPE: 2868-8486  Conselho Editorial: Alberto Dias Mendes, Fátima Diniz, Jorge Luís Mattos de Lemos (Gaúcho), Mirian Pires, Monica Lima, Cássia Gonçalves Santos e Carlos Alberto Crespo Rodrigues  Jornalista: Atilas Campos  Estagiária: Isabela Borges  Fotos: Samuel Tosta, Átilas Campos, Frederico Medeiros, Isabela Borges e Sérgio Franklin  Designer: Daniel Costa
  • 3. JANEIRO DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 3 RETROSPECTIVA 2012  O dia 25/06 também entrará para a História da Uerj como o dia em que a comunidade universitária realizou uma de suas maiores passeatas. Iniciada com um ato público dentro do campus Maracanã, os grevistas percorreram as ruas do entorno da universidade. Durante a caminhada, servidores e estudantes fizeram um ato público em frente ao Hospital Pedro Ernesto.  Diversos atos públicos marcaram a greve dos técnico-administrativos da Uerj, como a do dia 26 de agosto na Seplag.  No campus Maracanã, por sua vez, a greve unificada de técnicos, docentes e estudantes pressionava a reitoria a assumir uma posição diante do movimento e em defesa de suas reivindicações. Após a assembleia do dia 05 de julho, os três segmentos realizaram uma manifestação histórica ao se diri- gir à reitoria e exigir o recebimento dos grevistas pela Administração Central. Uma comissão com dois re- presentantes de cada segmento foi então recebida para uma reunião que durou até às 23h e que resul- tou na redação de um documento com 17 pontos acordados.  Durante a greve, um exem- plo da intransigência que marcou a postura da reitoria da Uerj em relação às deman- das de servidores e estudan- tes. Durante a assembleia dos técnico-administrativos do dia 17 de julho, os coordena- dores gerais do Sintuperj fo- ram intimados em uma ação movida pela universidade contra o sindicato, além de Asduerj e DCE. As entidades e lideranças sindicais foram também citadas em outra ação movida pela reitoria, o “interdito proibitório”.  Passados mais de um mês desde o início da greve dos técnicos, o silêncio era a única resposta do governador para as reivindicações dos trabalhadores. Diante deste panorama, a comunidade universitária deu início à campanha #Negocia Cabral, no Posto 12.  Os servidores estaduais uniram forças ao movimento das instituições federais. A greve na Uerj estava inserida num contexto de paralisações em âmbito nacional das federais. Juntos, os servidores realizaram diversos atos públicos, como a do dia 09/08.  Em meio a tantos mo- mentos marcantes, um dos maiores ocorreu em uma das assembleias dos técnico-adminis- trativos (10/08). Neste dia, a categoria mostrou toda a sua força com uma mobilização que resultou numa grande vitória sobre a reitoria e na continuidade da greve, na sessão histó- rica realizada no An- fiteatro Ney Palmeiro
  • 4. JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20134 RETROSPECTIVA 2012  Após diversas mobilizações e pressões, a categoria avaliou, em assembleia (10/09), a contra- proposta apresentada pela reitoria e exigiu o estabelecimento de prazos para a implantação do plano que reestrutura a carreira dos técnicos.  Uma das maio- res manifestações da greve unificada foi a realizada no dia 24/08. Mais de 500 pessoas se concentraram em frente à estátua do Bellini, no estádio do Maracanã. Após a realização de um grande ato público, os grevistas segui- ram até à Uerj.  As ruas do Centro do Rio de Janei- ro foram palco de inúmeras passea- tas da comunidade universitária da Uerj. Na maior e mais marcante de- las, trabalhadores e estudantes con- centraram-se nas escadarias da As- sembleia Legislati- va e seguiram até à Secretaria de Ci- ência e Tecnologia. Durante a greve uni- ficada na Uerj, um fato marcante entristeceu toda a comunidade universitária. Um in- cêndio na manhã do dia 04/07 atingiu o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), deixando o recém-i- naugurado almoxari- fado completamente destruído.  A Comissão de Educação da Alerj realizou uma audiência pública nas dependências do CAp. A necessi- dade de mudança para um prédio adequado e as condições atuais de acessibilidade foram apontados como os principais entraves para o desenvolvimento das funções pedagógicas e de formação do co- légio. O coordenador do Sintuperj, Alberto Mendes, destacou que “os funcionários se dedicam muito para suprir as deficiências estru- turais”. A comunidade do colégio lotou o auditório e parabenizou a iniciativa dos parlamentares em dialogar com a comunidade.  Em defesa da manutenção da qualidade do Colégio de Aplicação da Uerj, a comunidade uerjiana realizou a passeata Em defesa do CAp e da Uerj (15/08) pelas ruas do bairro do Rio Comprido, pedindo mais investimentos no colégio.  Durante a greve, a presença ostensiva da Polícia Militar foi uma constante em diversas manifestações públicas. Seplag, Posto 12 (Leblon) e até mesmo a Policlínica Piquet Carneiro receberam fortíssimos aparatos militares, onde o governo privilegiou a tentativa de intimidação do movimento grevista em detrimento da abertura de negociações. No entanto, um fato que lamenta- velmente entrou, para a História da Uerj foi a repressão brutal e desnecessária da Tropa de Choque. Um episódio apenas visto na época da Ditadura Militar. No dia 23/08, os estudantes em greve, acompanhados pela Asdurerj e Sintuperj, realizaram um ato público na Avenida Radial Oeste durante a tarde. Em seguida, seguiram em passeata até o campus Maracanã da universidade, onde mantiveram a manifestação. Contudo, todos foram sur- preendidos pela entrada dos policiais com armas em punho e atirando bombas de gás e de efeito moral.
  • 5. JANEIRO DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 5 RETROSPECTIVA 2012  Diante da abertura de negociações pelo secretário de Planeja- mento, Sérgio Ruy, os técnico-administrati- vos da Uenf delibera- ram pela suspensão da greve em assembleia (09/10), retornando às atividades no dia 15/10. A partir daí, a categoria iniciou uma nova jornada em busca do avanço nas negocia- ções com o Governo.  Exatos três meses após o início da paralisação das atividades, os técnico-administrativos da Uerj deliberam a suspensão da greve (19/09), com a manutenção do estado de greve. Em reunião posterior, o reitor comprometeu-se em reunir-se periodicamente (10 em 10 dias) com o sindicato e agendaria um encontro com a Seplag. Nesse sentido, os técnico-administrativos lançaram a campanha pelo cumprimento do “Termo de Compromisso de Saída de Greve”.  A campanha chegou às ruas (07/11), com um outdoor na Avenida Radial Oeste. Na Uenf, greve em 2012 O ano de 2012 também foi de muitas lutas para os técnico-administrativos da Universi- dade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Ao longo de todo o ano, a categoria buscou arduamente uma resposta da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) sobre o processo E-26/050637/11 (tabela salarial dos servidores). Entre as demandas, também estava a reposição salarial de 60% e a implantação do auxílio saúde já apro- vado pelo Conselho Universitário. Diante do silêncio do Governo do Estado em relação às reivindicações, a categoria deliberou pela entrada em greve a partir do dia 22/08.  A partir de então, os servidores deram início a uma campanha conjunta com os docentes que incluía passeatas, atos públicos e tentativas de negociação com o Governo do Estado. As manifes- tações realizadas majoritariamente pelas ruas da cidade de Campos dos Goytacazes tinha como objetivo dialogar com a população local, trazendo esclarecimentos sobre as causas da greve e a necessidade de melhoria das condições de trabalho da universidade.  Durante a greve, a universidade recebeu o presidente da Comissão de Educação da Alerj, deputado Comte Bittencourt (29/08), para uma audiência pública. Na pauta, as reivindicações de técnicos, docentes e estudantes da Uenf, que incluía reajuste para os servidores, além da construção do bandejão para os estudantes. O deputado comprometeu-se em agendar uma reunião entre os representantes das categorias e o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), para que os grevistas levassem suas reivindicações ao Executivo.  No dia 11/09, representantes dos servidores da Uenf reuniram-se então com o presidente da Alerj. Em busca da abertura de um canal de negociação com o Governo do estado, técnicos e docentes apresentaram a pauta de reivindicações da greve. Também estiveram presentes o presidente da Comissão de Educação, Comte Bittencourt (PPS) e os deputados Luís Paulo Corrêa (PSDB), Robson Leite (PT) e Roberto Henriques (PSD).  Uma reunião colo- cou frente a frente Sin- tuperj/Uenf e Aduenf com os secretários de Planejamento, Sérgio Ruy, e de Ciência e Tecnologia, Luiz Ed- mundo Costa Leite. Além do reitor Silvé- rio de Paiva Freitas.
  • 6. JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20136 RETROSPECTIVA 2012 Sintuperj no Fórum Mundial Em janeiro, o Sintuperj participou do Fórum Social Mundial Temático. Realizado em Porto Ale- gre, o Fórum colocou em pauta temas como a Rio+20, Educação, Meio Ambiente, novo Código Florestal, dívida pública e crises econômicas mundiais. O sindicato também marcou presença na passeata contra o sistema capitalista, realizada no centro de Porto Alegre. Aula inaugural No dia 07 de fevereiro, o Sintuperj promoveu a aula inaugural do Pré-vestibular do sindicato. Professores e ex-professores, alunos e ex-estudantes, familiares e monitores participaram do evento, que contou com a presença da professora de História da Uerj e sub-reitora de gradua- ção, Lená Medeiros. Professor do Instituto de Letras, Luiz Ricardo Leitão ministrou aula sobre regras do novo acordo ortográfico. Sintuperj homenageia mulheres e mães Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o Sintuperj distribuiu flores e brindes. O sindicato também prestou uma homenagem ao Dia das Mães. Cecierj na luta pelo plano de carreira A Fundação Cecierj participou da audiência pública na Alerj sobre as universidades estaduais na Alerj. Os técnico-administrativos do Cecierj fo- ram representados por Fabio Rapello, que deixou clara a necessidade de valorização da categoria, que ainda não possui um plano de carreira. Em fevereiro, mais de 30 funcionários do Cecierj se filiaram ao Sintuperj. A coordenação geral do sindicato esteve presente e reafirmou a entidade como representante da categoria. Uezo à espera de um campus A comunidade do Centro Universitário da Zona Oeste (Uezo) marcou presença na audiência pública com a Seplag (19/06). Representados pelo reitor, Roberto Soa- res Moura, a Uezo expôs as dificuldades enfren- tadas por não ter um campus, solicitando a li- beração de R$ 10 milhões para a sua construção. Técnicos tomam posse no Consun Os técnico-administrativos eleitos para a bancada da categoria do Conselho Universitário tomaram posse na sessão realizada no dia 06/09. Contratados lutam por salários Os trabalhadores contratados da Uerj tiveram um ano de muitas mobilizações em 2012. No dia 15 de fevereiro, deliberaram pela ida à reitoria para cobrar explicações sobre os salários atrasados então desde o dia 10 do mesmo mês. O problema tem sido uma constante, o que gerou no mês de outubro uma paralisação de quase um mês após mais de duas semanas de atrasos. Eleições do Sintuperj No final de 2012, os técnico-administrativos elegeram a Chapa 1 – Ousar e Lutar para a direção do Sintuperj. A nova composição repre- sentará a categoria pe- los próximos dois anos.
  • 7. JANEIRO DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 7 STF: todos os holofotes em 2012 O Superior Tribunal Federal foi cenário de um dos maiores julgamentos contra a corrupção em nosso país. Após quatro meses de julgamento, o tribunal condenou 25 réus do chamado “mensalão”. O caso veio à tona em 2005, com a denúncia de um esquema de pagamentos de propina em troca de votos de políticos da base do governo. O fato é recorrente no Congresso, haja vista o escândalo dos “anões do orçamento”, em que tudo acabou em “pizza”. O julgamento trouxe inovações como a condenação por corrupção passiva sem a necessidade do receptador da propina ter consumado o ato de ofício para pagar o favor. Além disso, prevaleceu a tese de que o réu pode ser condenado sem ter participação direta no ato criminoso, mas que tenha domínio sobre o fato cometido. Neste caso, José Dirceu foi condenado como chefe da quadrilha. O STF também concluiu que para condenar por lavagem de dinheiro, basta provar que o réu recebeu dinheiro ilícito por meio de movimentações que camuflam a origem da propina. Em um país onde impera a impunidade nos chamados crimes do colarinho branco, as condenações de figuras do alto escalão do governo são um exemplo para aqueles que usurpam o dinheiro do povo e utilizam-se da máquina pública para proveito próprio. Infelizmente ainda não foram julgados os casos das privatizações do governo Fernando Henrique, nem os escândalos que o envolveram.  Lená Medeiros, da SR-1, e Luiz Edmundo Tavares (Uerj/História), além do diretor do Sintuperj, Alberto Dias Mendes, destacaram que nesses dez anos em que a política de cotas vigorou na Uerj a qualidade da instituição se manteve. Para o Dia da Consciência Negra (20/11), ressaltaram a necessidade de “construção de consciência, que é destruída 24h” pela mídia. E, dessa forma, desconstruir a lógica de que o culpado pelos distúrbios e disparidades sociais é sempre do próprio indivíduo, sem qualquer relação com governos e outros fatores sociais mais complexos. Na Uerj, “Todos somos cotistas” Na Uerj, pioneira na implementação da política de cotas nas universidades, a comunidade celebrou em 2012 os 10 anos do decreto 30.776/02, que instituiu as cotas na universidade. Organizado pelo Centro Acadêmico de História, com apoio do Sintuperj e outras entidades, foi realizado no dia 07 de novembro o evento Todos somos cotistas. Dívida pública em pauta Nos dias 18 e 19 de abril, economistas e sindicalistas do Brasil e da América Latina discutiram as causas e efeitos sociais da Dívida Pública. O Seminário A dívida pública em debate, organizado por Sintuperj, Asduerj e Núcleo da Auditoria Cidadã/RJ, contou com participação maciça de técnico -administrativos, estudantes e docentes que lotaram o auditório nos dois dias do evento. Entre os palestrantes, nomes como Maria Lucia Fatorelli (Auditora Fiscal/aposentada) responsável pela Auditoria Cidadã da Dívida, o economista e ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, professor We- ber Figueiredo (Faculdade de Engenharia) e Wilma Salgado, ex-ministra de Finanças do Equador. Sintuperj na Cúpula dos Povos Paralelamente à realização da Rio+20, os movimentos sociais promoveram a Cú- pula dos Povos. O Sintuperj participou ativamente das discussões sobre as causas estruturais das crises do capitalismo, suas falsas so- luções, as novas formas de reprodução do sistema e o estímulo à organização da sociedade civil na luta anti- capitalista pós-Rio+20. Aniversário do Sintuperj O ano de 2012 também foi marcado por comemorações. No dia 31/10, o Sintuperj fez seu 12º aniversário. Além da data, os técnico-administrativos celebraram o Dia do Servidor (28/10) e os 14 anos do Pré- vestibular (03/08). Durante a atividade, os técnicos acompa- nharam as performances irre- verentes do cantor Robson Luy, que fez paródias com antigos e novos sucessos da música. RETROSPECTIVA 2012 A afirmação das cotas no STF A reserva de vagas também esteve na pauta do STF. Ao analisar a Ação Direta de Inconstitucio- nalidade movida pelo DEM contra a Universidade de Brasília, o Supremo julgou improcedente a ação, declarando as cotas constitucionais. Dessa forma, o STF contribuiu na construção do sepultamento dos sentimentos racistas e excludentes que permeiam a nação brasileira há séculos. Os dois juízes que são professores da Uerj estão de parabéns. Curiosamente, a mídia burguesa chamou de herói” o Ministro Joaquim Barbosa no caso do mensalão. Porém, não concedeu o mesmo título a Lewandoski, ministro que apresentou o relato favorável às cotas, fato que deveria ter a mesma repercussão, pois amplia a democracia racial no Brasil. É bom lembrar que essa votação é resultante de anos de lutas da sociedade e, principalmente, da população de baixa renda e negra, que reivindica igualdade de oportunidade. A velha máxima de Rui Barbosa prevaleceu: “tratar os iguais de forma igual e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades”. Não basta aprovar a constitucionalidade das cotas raciais. Um longo caminho ainda deverá ser trilhado até a solução de problemas graves de nossa sociedade. Os princípios ainda estão em debate. Dentre eles, o da meritocracia, que submete milhares de jovens ao vestibular, quando o Estado deveria garantir educação de qualidade e gratuita para todos os egressos do ensino médio.  Atividades culturais com a presença da Resistência indígena e um bate-papo sobre cotas com alunos da rede estadual também fizeram parte da programação. Além disso, houve roda de Funk e Rap.
  • 8. JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20138 Gonzaga: o Rei do Baião Cantor e compositor que mudou para sempre a História da música no país, nasceu no po- voado do Araripe, em Exu, Pernambuco. Mas foi no Rio de Janeiro que Gonzaga enveredou pelos caminhos da música. Cantando em regiões de prostituição e programas de calouros, o já compositor se apresentava de terno, figurino bem diferente do que ele ainda iria adotar. Depois de um contrato com a Rádio Nacional, Gonzaga começou a usar roupas típicas do Nordeste. A partir daí, seu talento foi ganhando cada vez mais espaço. Fazendo shows por todo o país com a sanfona em mãos, o cantor não se limitou ao eixo Rio - São Paulo. Por meio das apresentações e discos lançados, popularizou o xaxado, o baião e o xote. As letras do sanfoneiro eram carregadas de significado e poesia. As referências ao Nordeste foram cons- truídas em torno da fala com sotaque, das letras, das vestimentas e de valores da região. Após mais de 500 músicas gravadas, Gonzaga permanece vivo através de seu riquíssimo legado. 2012: LEMBRANÇAS E SAUDADES Em 2012 duas figuras de extrema importância para a cultura brasileira completariam 100 anos: os pernambucanos Luiz Gonzaga e Nelson Rodrigues Aloísio Teixeira Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por oito anos (2003-2011), Teixeira foi um dos grandes defensores da democratização do Ensino Superior e da Educação como instrumento para tornar o Brasil um país socialmente mais justo. Nos anos em que Teixeira esteve na reitoria da UFRJ, a instituição aderiu ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que ampliou as vagas nas universidades públi- cas. Substituiu o vestibular pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Ele também participou da criação do Plano Diretor com metas até 2020. O professor Aloísio Teixeira é uma daquelas pessoas nas quais a trajetória de vida confunde-se com a da Universidade Pública. Os trabalhadores tiveram a honra de ter Aloísio Teixeira como um dos palestrantes do VIII Con- gresso do sindicato, em agosto de 2011. Carlos Nelson Coutinho Formado em Filosofia na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Coutinho era mais que um professor, era um símbolo da esquerda brasileira. Produziu cen- tenas de escritos sobre a organização dos trabalhadores e a filosofia mar- xista. Traduziu para o português “O capital”, de Marx. Além disso, era um militante aguerrido que participava das discussões atuais sobre a conjun- tura política mundial. O intelectual foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), depois do Partido dos Trabalhadores (PT) e, mais tarde, do Partido Socialista e Liberdade (PSol). Eric Hobsbawn Maior historiador do século XX, Hobs- bawn, nascido em 1917, era egípcio, mas cresceu em Viena, na Áustria. Após a morte dos pais, foi morar em Berlim com um tio. Quando Hitler assumiu o poder, mudou-se para a Inglaterra, onde fez faculdade na Universidade de Cam- bridge. Centenas de obras do marxista foram publicadas no Brasil, como o livro “Como mudar o Mundo”, onde analisa o legado de Karl Marx e seu impacto na história. Entre os títulos também estão “A era das revoluções”, “A era do capi- tal” e “A era dos impérios”. Um exemplo de comunista consciente, que analisou e construiu críticas lúcidas aos caminhos tomados pela esquerda. Suas obras tor- nam possível que todo o conhecimento do intelectual, baseado em vivência, sagacidade e academia, esteja bem vivo. Oscar Niemeyer Responsável por projetar Brasília e diversas outras obras como os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps, conhecidos como “brizolões”), Niemeyer não foi apenas um arquiteto brilhante, mas deixou como legado uma sensibilida- de e consciência política incríveis: “Toda escola superior deveria oferecer aulas de filosofia e história. Assim, fugiríamos da figura do especialista e ganharíamos pro- fissionais capacitados a conversar sobre a vida”. Seus traços em curva, no lugar de retas, revolucionou a arquitetura contem- porânea. Niemeyer deu as mãos à política a partir do momento em que conheceu Luiz Carlos Prestes e filiou-se ao Partido Comunista (PCB). Niemeyer também era amigo de Fidel Castro, quem sempre de- fendeu. Nos tempos de Ditadura Militar, o arquiteto chegou a ir para França e União Soviética. Sempre deixou clara sua posição à esquerda. Em todas as suas en- trevistas declarou que a solução para esse mundo de desigualdade era a revolução. Nelson Rodrigues: o autor maldito Jornalista, dramaturgo e escritor que construiu um novo olhar sobre a sociedade. Nascido no Recife, Nelson mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança, pois seu pai, por motivos políticos, teve que se exilar. Trabalhou desde cedo como jornalista. Morador da zona norte carioca, viveu e presenciou histórias trágicas e comuns do dia a dia, que serviriam de inspiração para suas peças, livros e crônicas. Como jornalista, consagrou-se através dos textos sobre futebol. Sua paixão pelo esporte transbordava através das palavras. Suas crônicas futebolísticas revolucionaram as cober- turas das partidas. Aos 29 anos, Nelson escreveu a peça teatral “Mulher sem pecado”, dois anos depois, o reconhecimento bateria a porta do autor, com a peça “Vestida de noiva”. Seus romances e peças fizeram grande sucesso, mas também causaram estranhamento e escandalizaram, ficando conhecido com o “autor maldito”. Foi taxado como tarado e vítima de censura. Suas histórias eram recheadas de conflitos amorosos e familiares, fugindo da expectativa e do lugar comum. JORNAL DO SINTUPERJ | JANEIRO DE 20138 O ano também deixará saudades