Paul Strand foi um fotógrafo americano que teve seu primeiro contato com fotografia na adolescência. Seu mentor Lewis Hine o ensinou a ver a fotografia como forma de conscientização social. Strand se tornou conhecido por suas fotos abstratas e de rua em Nova Iorque nas décadas de 1910-1920, retratando o movimento da cidade moderna. Ele também fez closes de objetos domésticos revelando uma nova perspectiva da vida cotidiana.
2. Paul Strand (1890-1976) Seu contato inicial com as câmeras foi ainda na
adolescência, na Escola de Cultura Ética de Nova Iorque. Lewis Hine, um dos
pilares da tradição documental no país, foi seu primeiro professor. Já
trabalhando para o Comitê Nacional do Trabalho Infantil, Hine passou para
Strand seu profundo senso de humanidade, expondo sua visão da fotografia
como um dos possíveis meios de consciência e mudança social.
Em 1915, seu mentor Stieglitz criticou a suavidade gráfica de suas fotografias,
fazendo com que os próximos dois anos representassem uma dramática
mudança em sua técnica. A partir daí, passou a fotografar três principais temas:
movimento na cidade, abstrações e retratos de rua. Na época, Nova Iorque
aglomerava-se de pedestres, carruagens e automóveis, protagonistas do intenso
fluxo de modernização e mudança que caracterizava o período e inspirava.
3. Sem a pretensão de mostrar a alma da metrópole, Strand começou
estruturando suas imagens de forma lenta, geralmente com um único assunto.
Depois, aumentou a complexidade e o ritmo de suas composições até chegar
no centro do movimento e das multidões.
Durante anos Strand nutriu o desejo de fazer retratos dos frequentadores dos
parques e ruas de Nova Iorque sem a consciência de estarem sendo
fotografados .
Questões ligadas à construção da imagem — no que ela consiste, como as
formas e espaços se relacionam e a busca pela unidade do todo —
assumiriam uma importância fundamental em seu trabalho, que passou a se
focar em abstrações. Seus closes de utensílios domésticos e máquinas feitos
na mesma época também revelavam um ponto de vista sobre o cotidiano
inédito até então, estreitamente vinculado à pintura de vanguarda da época..
A partir da década de 1940, depois de trabalhar profissionalmente como
cinegrafista, voltou-se novamente à fotografia, comprometido com a ideia de
fazer livros fotográficos da mais alta qualidade. Quando mudou-se para a
França, em 1950, paisagem, arquitetura e retrato, os gêneros humanistas
tradicionais, inspiraram-no a buscar a encarnação do real espírito de seus
assuntos no material fotográfico. Para muitos, seu padrão de excelência foi
responsável por atender necessidades e questões extremamente humanas em
um século de mudanças radicais.