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ECONOMIA VERDE’ E DESENVOLVI-
MENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL:
OPÇÕES ESTRATÉGICAS PARA PORTUGAL
‘GREEN ECONOMY’AND SUSTAIN-
ABLE TERRITORIAL DEVELOPMENT:
STRATEGIC OPTIONS FOR PORTUGAL
NUNOGASPAROLIVEIRA PhD Cantidate | CIGEST – Centro de Investigação em Gestão, Área de Sus-
tentabilidade e Economia Natural. Instituto Superior de Gestão. Portugal WINSTONJERÓNIMO PhD
Cantidate | CENSE, Center for Environmental and Sustainability Research, Departamento de Ciências e
Engenharia do Ambiente, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa. Portugal
RESUMO O conceito de ‘Economia Verde’ (Green Economy) nasce antes de mais do desafio Humano em criar uma so-
ciedade mais justa, equilibrada e sustentável e resulta na melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao
mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Mas afinal o que é a
‘Economia Verde’? Estaremos perto de lá chegar, exigirá grandes mudanças sociais e políticas, teremos os instru-
mentos necessários para a fomentar, monitorizar, afinar? Quais riscos e custos sociais e económicos gerados pelos
padrões recorrentes de uso excessivo de recursos naturais e da desregulação dos serviços dos ecossistemas? Con-
seguiremos proceder à transição de uma forma sistémica, recorrendo à economia ecológica e à transformação tec-
nológica? Sendo Portugal um país historicamente com grande vocação agrícola, florestal, marítima e turística, estará
melhor preparado para aceitar, promover e desenvolver a inovação necessária para a transição para a ‘Economia
Verde’? Será possível acompanhar a transição política e estratégica ao nível dos instrumentos de planeamento eco-
nómico e territorial? Temos estratégias e planos para o desenvolvimento sustentável (ENDS), para a conservação
da Natureza e da biodiversidade (ENCNB) e para o ordenamento do território (PNPOT), entre muitas outras estraté-
gias, planos estratégicos, planos de ordenamento, planos de acção e tantos outros planos, estratégias e instrumentos.
O que se pretende com este trabalho é criar uma base conceptual para acompanhar o desenvolvimento da temática
da ‘Economia Verde’ e qual a sua importância nos mecanismos e instrumentos de planeamento territorial, partindo
de uma primeira análise exploratória de cruzamento dos principais instrumentos de desenvolvimento (idealmente,
sustentável) nacional que tem como base a gestão de capital natural e analisar como poderão responder aos desafios
da ‘Economia Verde’?
ABSTRACT The concept of 'Green Economy' rises from the human challenge of creating a fairer, balanced and sustainable
improvement of human welfare and social equality, while significantly reducing environmental risks and ecological
scarcity. So, what is 'Green Economy'? And will it require major social and political changes? Do we have the necessary
tools to promote, monitor, assess a ‘Green Economy’? What are the risks regarding social and economic costs generated
by recurring patterns of overuse of natural resources and the deregulation of ecosystem services? Can we make sys-
tematic transition, using ecological economics and technological adaptation? Portugal is a country with historically
great potential in agriculture, forestry, marine and tourism, will it be ready to accept and foster the innovation necessary
for a 'Green Economy' transition? Is it possible to monitor the transition of the economic and territorial planning in-
struments at the political and strategic level? Will the current national strategic plans for sustainable development
(ESDS), nature conservation and biodiversity (ENCNB) and planning (PNPOT), along with other strategic plans, devel-
opment plans, action plans and many other plans, strategies and instruments follow and foster the change? The aim
of this paper is to explore a conceptual basis for monitoring the development of the theme of 'Green Economy' and its
importance regarding the mechanisms and instruments of policy and planning, starting from an initial exploratory analy-
sis of the intersection of the main instruments of development (ideally, sustainable) which is based on the national
management of natural capital and examine how they can meet the challenges of 'Green Economy'.
PALAVRAS-CHAVE
GreenEconomy,EconomiaVerde,
Biodiversidade,Sustentabilidade,
PlaneamentoTerritorial
KEYWORDS:
GreenEconomy,Biodiversity,Sustainability,
Planning
actividades socioeconómicas (p.e.: Blakeley & Leigh.
2010)? E o Estado, será um ‘entrave’ ou ‘facilitador’
(p.e.: Jacobs, 1991)? Como pode a economia mudar sig-
nificativamente se, por factores de base demográfica,
os políticos e decisores que vão lidar com este problema
são de uma geração em que a abundância, lucro, cres-
cimento económico ilimitado e até a ganância, como nos
podemos recordar no célebre discurso ‘Greed is Good’
da personagem ‘Gordon Gekko’, interpretado por Mi-
chael Douglas no filme ‘Wall Street’ de Oliver Stone,
1987. Seja como for, a transição é inevitável, inadiável
e imperiosa, e só poderá acontecer com um alto nível
de envolvimento entre governo, sector privado e ter-
ceiro sector. E fundamentalmente, com o exercício diá-
rio de cidadania de cada um de nós.
Relativamente à relação da ‘Economia Verde’ com a bio-
diversidade e os ecossistemas, salientam-se as seguin-
tes questões e desafios práticos ao desenvolvimento e
implementação da ‘Economia Verde’ (p.e.: Gramkow &
Prados, 2011; UNEP, 2011):
• Quais riscos e custos sociais e económicos gera-
dos pelos padrões recorrentes de uso excessivo de
recursos naturais e da desregulação dos serviços
dos ecossistemas (p.e.: Costanza et al., 1997, 207;
Hopper, 2004; MEA, 2005;Kettunen & ten Brink,
2006; Jones-Walters & Mulder , 2009; TEEB Foun-
dations, 2010; DEFRA, 2011)?
• Será possível ligar a geração de rendimentos e de
postos de trabalho com a mitigação da pobreza e
conservação do capital natural (p.e.: UNEP et al.,
2008; UNDESA, 2009; Nunes et al, 2011; Ocampo
et al., 2011)?
• Conseguiremos proceder à transição de uma forma
sistémica, recorrendo à economia ecológica e à
transformação tecnológica (p.e.: UNEP et al., 2008;
UNCTAD, 2011; UNESCO, 2011; UNDESA, 2011)?
• Como funciona a relação entre a ‘Economia Verde’
e o Desenvolvimento Sustentável? Haverá o risco
de desvio em direcção a aspectos mais economi-
cistas promovidos pelo (ab)uso de instrumentos
“A economia significa o poder de repelir o supérfluo no
presente, com o fim de assegurar um bem futuro e
sobre este aspecto representa o domínio da razão
sobre o instinto animal.”
Thomas Atkinson
1.1. ECONOMIA VERDE:
CHAVÃO OU CHAVE?
O conceito de ‘Economia Verde’ (Green Economy) nasce
antes de mais do desafio Humano em criar uma socie-
dade mais justa, equilibrada e sustentável e da pressão
política e económica para encontrar soluções práticas
para resolver o dilema do Desenvolvimento (In)Susten-
tável (p.e.: Roefie, 1990). De facto, o Programa das Na-
ções Unidas para o Meio Ambiente define ‘Economia
Verde’ como “[uma nova economia] que resulta na me-
lhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao
mesmo tempo em que reduz significativamente os ris-
cos ambientais e a escassez ecológica” (UNEP, 2011).
A ‘Economia Verde’ é também a grande estrela da
‘Rio+20’, a Conferência das Nações Unidas sobre Desen-
volvimento Sustentável que ocorrerá em 2012 no Rio
de Janeiro, Brasil (http://www.uncsd2012.org/rio20/).
Mas afinal o que é, ou poderá ser, a ‘Economia Verde’?
Estaremos perto de lá chegar, exigirá grandes mudan-
ças sociais e políticas, teremos os instrumentos neces-
sários para a fomentar, monitorizar, afinar (p.e.: Pearce
et al., 1993)? E em termos de planeamento e ordena-
mento territorial, os actuais instrumentos e planos con-
seguem capturar os benefícios e oportunidades de um
desenvolvimento económico ‘verde’ devidamente en-
quadrado nas valências do território, quer do ponto de
vista dos recursos naturais como das populações e suas
1.
INTRODUÇÃO
de mercado ‘clássicos’ (p.e.: Rees & Wackernagel,
1996; Portuguese Presidency of the EU Council
and European Commission. 2007a; Schaltegger &
Burritt, 2010; UN General Assembly, 2011)?
• Será possível que a via da implementação de polí-
ticas públicas na promoção da ‘Economia Verde’
poderá garantir os direitos comuns relativos à ma-
nutenção das funções e serviços dos ecossiste-
mas de forma a tornar o conceito mais concreto,
instrumental e perceptível e menos abstracto, di-
plomático e politizado (TEEB, 2008, 2009, 2010;
IEEP, 2010; Najam et al., 2011; Silvis, 2011;
UNECE/FAO, 2011)?
• Será que só as economias que já disponham de ca-
pital humano e tecnológico para o “esverdea-
mento” da economia é que estarão preparadas
para tomarem o ‘pelotão da frente’ (p.e.: UNEP et
al., 2008; Nunes et al., 2011; Ocampo et al., 2011;
PNUMA, 2011)?
• Na ‘Economia Castanha’, os sectores poluidores
tem crescimentos mais rápidos, duradouros e
apetecíveis para os investidores. Como é que os
mercados poderão reagir à crescente pressão
para desqualificar ou penalizar fortemente estes
sectores (p.e.: Hawken et al., 2000; Barbier, 2010;
Schaltegger & Burritt, 2010; EEA, 2011)?
• A ‘Economia Verde’ virá confirmar ou renegar a di-
cotomia entre crescimento económico e conser-
vação ambiental? Conseguiremos finalmente
assistir à já famosa internalização das externali-
dades ambientais nos instrumentos de planea-
mento e gestão económica, financeira e fiscal
(p.e.; TEEB, 2008, 2009, 2010; TEEB Foundations,
2010; Houdet et al., 2011, UNESCO, 2011)?
• Sendo Portugal um país historicamente com
grande vocação agrícola, florestal, marítima e tu-
rística, estará melhor preparado para aceitar, pro-
mover e desenvolver a inovação necessária para a
transição para a ‘Economia Verde’ (p.e.: Portu-
guese Presidency of the EU Council and European
Commission, 2007a, 2007b; ICNB 2009, 2011; Pe-
reira et al., 2009)?
• Será possível acompanhar a transição política e es-
tratégica ao nível dos instrumentos de planeamento
económico e territorial? Irá a ‘Economia Verde’ ser
a base de desenvolvimento urbano e metropolitano
(p.e.: Rees & Mathis, 1996; UNDESA, 2009, 2011;
TEEB, 2010; Puppim de Oliveira et al., 2011)?
• Será a ‘Economia Verde’ capaz de monetarizar e
regular os aspectos mais sensíveis da gestão sus-
tentável de recursos naturais, nomeadamente no
que se refere aos princípios da insubstituibilidade
de alguns recursos bem como da resiliência dos
ecossistemas (p.e.: Costanza et al., 1997; MEA,
2005; CBD, 2011; CEC, 2011; DEFRA, 2011, TEEB
Foundations, 2010)?
1.2. OS DESAFIOS DA ECONOMIA VERDE
De acordo com a perspectiva do Programa Ambiental
das Nações Unidas em relação ao que deve ser a ‘Eco-
nomia Verde’, importa destacar os seguintes desafios
(PNUMA, 2011, UNEP, 2011):
• Uma economia verde valoriza e investe no capi-
tal natural, nomeadamente a biodiversidade e os
serviços dos ecossistemas são considerados nor-
malmente como bens comuns cuja invisibilidade
económica foi, até agora, uma causa importante
para sua subvalorização, má administração e, por
fim, consequente degradação e perda. No entanto,
a valoração económica dos serviços dos ecossis-
temas é uma parte fundamental do ‘capital natu-
ral’. Bens naturais, tais como florestas, lagos,
pântanos e bacias hidrográficas são componentes
essenciais do capital natural a nível dos ecossiste-
mas, elementos cruciais de uma economia verde;
• Uma economia verde é primordial para a diminui-
ção da pobreza contínua, a forma mais visível de
desigualdade social, relacionada com o acesso de-
sigual à educação, saúde, disponibilidade de cré-
INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 070 . 071
dito, oportunidades de geração de renda e garantia
de direitos de propriedade. Uma característica im-
portante de uma economia verde é que procura
gerar diversas oportunidades para desenvolvi-
mento económico e diminuição da pobreza sem
aniquilar ou degradar o capital natural de um país;
• Uma economia verde gera empregos e melhora a
igualdade social, entrando em contra ciclo com a
deterioração da economia mundial iniciada com a
recessão de 2008, provocada pela crise bancária e
de créditos e choques de preços, tendo a preocupa-
ção com o desemprego chegou a níveis nunca al-
cançados. Já houve pesquisas e evidências na parte
das oportunidades de emprego para ‘esverdear’ a
economia (Barbier, 2010; TEEB, 2010). Diversos
países responderam com planos concentrados em
empregos para estímulo fiscal com componentes
“verdes” significativos, tais como a China e a Coreia
do Sul. As políticas voltadas para pequenas e mé-
dias empresas (PME) representam uma promessa
significativa, pois elas contam como uma grande
parte dos empregos e do crescimento da abertura
de postos de trabalhos;
• Uma economia verde substitui os combustíveis
fósseis por energias renováveis e tecnologias de
baixa emissão de carbono de forma a aumentar o
fornecimento de energias renováveis e reduzir os
riscos de aumentos de e volatilidade dos preços
para os combustíveis fósseis. O actual sistema de
energia baseada em combustível fóssil está na gé-
nese das alterações climáticas. O sector da ener-
gia é responsável por dois terços das emissões de
gases de efeito estufa (GEE) e estima-se que os
custos das alterações climáticas em termos de
adaptação atinjam até 170 mil milhões em 2030,
metade dos quais poderiam ser arcados pelos paí-
ses em desenvolvimento;
• Uma economia verde promove o uso eficiente de
recursos e energia, sendo que o custo do uso dos
recursos naturais de modo ineficiente geralmente
nunca foi, sob o ponto de vista histórico, um factor
limitante para o desenvolvimento humano, ampla-
mente pela nossa incapacidade em percepcionar
‘limites’, fruto do contexto histórico milenar de ex-
ploração de um mundo amplamente ‘selvagem’,
onde era frequente a descoberta de novos recur-
sos. Ao dobrar da primeira década do séc. XXI
temos finalmente a certeza de que o planeta, bem
como os seus recursos e a sua capacidade de su-
porte tem limites;
• Uma economia verde oferece um estilo de vida
urbana mais sustentável e uma mobilidade com
baixa emissão de carbono, sendo que actual-
mente 50% da população mundial vive em áreas
urbanas, onde consome 60-80% de energia e é
responsável por 75% das emissões de carbono. O
rápido processo de urbanização pressiona o abas-
tecimento de água potável, os sistemas de esgoto
e a saúde pública e, com frequência, resulta na
oferta de infraestruturas precárias, no declínio do
desempenho ambiental e em custos significativos
para o sector de saúde pública. Neste contexto,
existem oportunidades únicas para que as cidades
aumentem a capacidade e produtividade energé-
tica, reduzam as emissões de carbono, assim
como o desperdício, e promovam o acesso aos ser-
viços fundamentais através de modalidades inova-
doras de baixo carbono – economizando dinheiro
ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade
e estimula a inclusão social;
• Uma economia verde, com o passar do tempo,
cresce mais rapidamente do que a economia
‘castanha’, enquanto mantém e restabelece o
capital natural, uma das questões essenciais que
se foca na aparente permuta entre desenvolvi-
mento e qualidade ambiental. Existem múltiplas
oportunidades de investimento na transformação
de sectores chave da economia para diminuir a in-
tensidade e melhorar a eficácia dos recursos. Um
cenário de investimento verde de 2% do PIB mun-
dial proporcionaria um crescimento a longo prazo,
entre 2011-2050, pelo menos tão elevado quanto
as previsões mais optimistas do modelo das práti-
cas atuais, ao mesmo tempo que evitaria riscos
consideráveis de desvantagens, tais como os efei-
tos das alterações climáticas, maior escassez de
água e degradação de serviços dos ecossistemas.
1.3.O“ECOSSISTEMA”DAECONOMIAVERDE
O estudo ‘A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade’
(‘The Economics of Ecosystems and Biodiversity’) de-
monstra que a protecção das áreas naturais pode trazer
retornos muitas vezes superiores aos custos da sua pro-
tecção (TEEB, 2008, 2009, 2010). Existem oportunida-
des de negócio da ordem dos vários milhões de Euros
disponíveis para desenvolver bens e serviços com mais-
valias ecológicas, assim como mercados emergentes
que servirão de suporte à valorização quer de novos pro-
dutos como de serviços de compensação ecológica,
desde o sequestro/manutenção de stocks de carbono
florestal até à recuperação de zonas húmidas ou bancos
de habitats para projectos de desenvolvimento urbano
ou agrícola. Também o relatório ‘Rumo à uma Economia
Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e
a Erradicação da Pobreza’ (UNEP, 2011) refere que “Um
investimento de apenas 2% do PIB global (actualmente
cifrado em cerca de US$ 1,3 biliões) em dez sectores-
chave como agricultura, edificações, energia, pesca, sil-
vicultura, indústria, turismo, transporte, água e gestão
de resíduos pode dar início à transição rumo à uma eco-
nomia de baixo carbono [‘Economia Verde’] e eficiência
de recursos”. No entanto, a natureza destes investimen-
tos deve ter como base reformas estruturais de políticas
nacionais e internacionais, bem como reformas nos sis-
temas económico e financeiro, de forma que o valor do
capital natural (Voora & Venema, 2008) possa ser devi-
damente capturado, entendido e internalizado pelos in-
dicadores de desenvolvimento socioeconómico e
ambiental dos países. A própria noção de escassez, quer
de bens essenciais como a água ou alimentos como de
serviços de suporte social de combate contra a pobreza
e abandono rural, deverá ser revista, de acordo com o
relatório ‘The Social Dimension of Biodiversity Policy’ à
luz das oportunidades de criação de postos de trabalho,
novas empresas e modelos de organização social orien-
tados para o desenvolvimento local (Nunes et al., 2011).
1.4.EM BUSCA DE UM REFERENCIAL PARA O
DESENVOLVIMENTOTERRITORIALDEUMA
‘ECONOMIAVERDE’EMPORTUGAL:ENDS
Através da Resolução do Conselho de Ministros n.º
112/2005, de 30 de Junho, o XVII Governo Constitucional
decidiu relançar o processo de elaboração da Estratégia
Nacional de Desenvolvimento Sustentável (www.plano-
tecnologico.pt/document/ENDS-PIENDS_2015.pdf), no-
meando uma equipa de projecto encarregue de, à luz do
Programa do Governo e da Estratégia Europeia de Desen-
volvimento Sustentável, bem como de todos os documen-
tos e pareceres elaborados ao longo do processo,
apresentar uma nova e actualizada proposta de Estraté-
gia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) e
respectivo Plano de Implementação (PIENDS). Este ins-
trumento de orientação estratégica, para o horizonte de
2015, visa nortear o processo de desenvolvimento do País,
numa perspectiva de sustentabilidade, em articulação
coerente com os demais instrumentos, planos e progra-
mas de acção em vigor ou em preparação, incluindo os que
se referem à aplicação dos fundos comunitários no pe-
ríodo de programação até 2013, e fazendo apelo à inicia-
tiva dos cidadãos e dos diversos agentes económicos e
sociais. A ENDS-2015 acaba por ser aprovada em Reso-
lução do Conselho de Ministros n.º 109/2007 no Diário da
República, 1.ª série – N.º 159 – 20 de Agosto de 2007
(http://www.dpp.pt/pt/ENDS2015/Documents/ENDS-
RCM_109_2007_20Ago2007.pdf). O desígnio integrador
e mobilizador adoptado pela ENDS é o de “Retomar uma
trajectória de crescimento sustentado que torne Portu-
gal, no horizonte de 2015, num dos países mais competi-
INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 072 . 073
tivos e atractivos da União Europeia, num quadro de ele-
vado nível de desenvolvimento económico, social e am-
biental e de responsabilidade social.”
A adopção por Portugal da ENDS-2015 insere-se numa
iniciativa global, iniciada com a Conferência das Nações
Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento (CNUAD),
também designada por ECO’92 - Cimeira da Terra, que
teve lugar no Rio de Janeiro, em 1992. Com efeito, a
Agenda 21, adoptada na CNUAD, incentivou os Estados a
adoptarem estratégias nacionais de desenvolvimento
sustentável, como forma de aplicar e desenvolver as de-
cisões da Conferência, corporizadas na referida Agenda
21 e nos designados acordos do Rio (em particular as con-
venções internacionais para as alterações climáticas e
para a diversidade biológica). O apelo à elaboração destes
documentos estratégicos, que devem reforçar e harmo-
nizar as políticas nacionais para a economia, as questões
sociais e o ambiente, foi reafirmado na Sessão Especial
da Assembleia das Nações Unidas de 1997 (Rio+5), na Ci-
meira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, que
teve lugar em Joanesburgo, em 2002 (Rio+10) e, mais re-
centemente, na Cimeira Mundial das Nações Unidas de
2005 (60ª Sessão Plenária da Assembleia Geral), onde os
líderes mundiais confirmaram o compromisso com o de-
senvolvimento sustentável e enfatizaram o contributo
primordial das políticas nacionais e das estratégias de de-
senvolvimento para o alcançar, sendo mais reforçada na
Cimeira ‘Rio+20’, realizada em Dezembro de 2011. Neste
sentido, a própria União Europeia adoptou, no Conselho
Europeu de Gotemburgo, em 2001, a Estratégia de De-
senvolvimento Sustentável (“Uma Europa sustentável
para um mundo melhor: Estratégia Europeia para o De-
senvolvimento Sustentável”), em complemento da Estra-
tégia de Lisboa, adoptada em 2000. Esta Estratégia foi
revista no Conselho Europeu de 9 de Junho de 2006.
Assim, a ENDS foi elaborada de forma compatível com os
princípios orientadores da Estratégia Europeia, dando res-
posta aos seus objectivos chave e aos desafios. É funda-
mental que o desenvolvimento de uma estratégia nacional
para o desenvolvimento da ‘Economia Verde’ encontre o
máximo de pontos em comum com os elementos aponta-
dos como prioridades.
Em termos concretos, a ENDS afirma sete objectivos de
acção:
• Primeiro objectivo: Preparar Portugal para a “So-
ciedade do Conhecimento”. Este objectivo incor-
pora dois sub-objectivos cruciais: acelerar o
desenvolvimento científico e tecnológico como
base para a inovação e a qualificação; melhorar as
qualificações e criar as competências adequadas
para um novo modelo de desenvolvimento;
• Segundo objectivo: Crescimento Sustentado,
Competitividade à Escala Global e Eficiência Ener-
gética. Pretende-se um crescimento mais rápido
da economia, potenciado pelo desenvolvimento de
comportamentos responsáveis por parte dos
agentes económicos, que permita retomar a dinâ-
mica de convergência, assente num crescimento
significativo da produtividade associado a um
forte investimento nos sectores de bens e servi-
ços transaccionáveis, o que, para ser compatível
com a criação de emprego, exige uma mudança no
padrão de actividades do País, num sentido mais
sintonizado com a dinâmica do comércio interna-
cional, aproveitando e estimulando as suas possi-
bilidades endógenas.
• Terceiro objectivo: Melhor Ambiente e Valorização
do Património. Assegurar um modelo de desenvol-
vimento que integre a protecção do ambiente com
base na conservação e gestão sustentável dos re-
cursos naturais, para que o património natural e
construído seja evidenciado como factor de dife-
renciação positiva e, por outro, o combate às alte-
rações climáticas que, sendo em si mesmo um
desafio para diversos sectores da sociedade, deve
ser encarado como uma oportunidade para pro-
mover o desenvolvimento sustentável.
• Quarto objectivo: Mais Equidade, Igualdade de
Oportunidades e Coesão Social. Este objectivo es-
tratégico visa a garantia da satisfação das neces-
os procedimentos administrativos, valorizar as
tecnologias da informação e comunicação, adoptar
boas práticas no domínio da sustentabilidade são
linhas de força essenciais no necessário processo
de modernização da administração pública.
1.5.EM BUSCA DE UM REFERENCIAL PARA O
DESENVOLVIMENTOTERRITORIALDEUMA
‘ECONOMIAVERDE’EMPORTUGAL:ENCNB
Em Maio de 2006, a Comissão Europeia adoptou a Co-
municação: “Travar a perda de biodiversidade até 2010
– mais além – preservar os serviços ecossistémicos
para o bem-estar humano” (CEC, 2006), que inclui um
ambicioso Plano de Acção para a concretização deste
objectivo. A referida Comunicação reconhece a necessi-
dade de um esforço concertado de todos os Estados-
membros e Sectores da sociedade para se atingir a meta
acima indicada. Em Portugal, a Lei n.º 11/87, de 7 de
Abril, atribuiu ao Governo a responsabilidade de elaborar
a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza
(http://dre.pt/pdf1s/2001/10/236B00/64256451.pdf)
na perspectiva da mesma constituir um instrumento in-
tegrador das políticas de Conservação da Natureza com
as outras políticas Sectoriais relevantes. Para além
disso, a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB)
(Decreto-Lei nº 21/93 de 29 de Junho) estipula, tam-
bém, a necessidade de dotar as Partes Contratantes de
uma estratégia para a Conservação da Diversidade Bio-
lógica. A 11 de Outubro de 2001, foi adoptada pela Re-
solução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, a
Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da
Biodiversidade (ENCNB), a qual é uma ferramenta es-
tratégica da maior relevância, a nível nacional, nomea-
damente para se alcançar o compromisso de, até 2010,
parar a perda da Biodiversidade.
A ENCNB vigora entre 2001 e 20101
e assume três ob-
jectivos gerais: – conservar a natureza e a diversidade
sidades básicas na área da saúde, educação, for-
mação, cultura, justiça e segurança social, de
modo a favorecer a qualidade de vida num quadro
de coesão, inclusão, equidade e justiça social, bem
como de sustentabilidade dos sistemas públicos
de protecção social.
• Quinto objectivo: Melhor Conectividade Internacio-
nal do País e Valorização Equilibrada do Território.
O que se pretende é mobilizar os diversos instru-
mentos de planeamento com efeitos directos no
território, de modo a reduzir o impacto negativo do
posicionamento periférico de Portugal no contexto
europeu, melhorando ou criando infra-estruturas
de acesso eficaz às redes internacionais de trans-
portes e de comunicações, tirando partido da co-
nectividade digital e reforçando as condições de
competitividade nacional e regional.
• Sexto objectivo: Um Papel Activo de Portugal na
Construção Europeia e na Cooperação Internacio-
nal. Essa cooperação visa contribuir de forma em-
penhada para o desenvolvimento económico e
social global, para a consolidação e aprofunda-
mento da paz, da democracia, dos direitos humanos
e do Estado de Direito, para a luta contra a pobreza
e, em geral, para a concretização dos objectivos de
desenvolvimento do Milénio, bem como para um
ambiente melhor e mais seguro à escala do planeta
e, em particular, para a conservação da biodiversi-
dade e a sustentabilidade dos ecossistemas.
• Sétimo objectivo: Uma Administração Pública mais
Eficiente e Modernizada. Pretende-se, assim, re-
forçar o contributo da Administração para o desen-
volvimento do País, adaptando-a nas suas funções
e modelos organizacionais e melhorando a quali-
dade dos serviços prestados aos cidadãos e às em-
presas, para uma sociedade mais justa e com uma
melhor regulação, bem sustentada num sistema
de justiça mais eficaz. Legislar melhor, simplificar
1
Nota: Apesar de teoricamente já ter terminado o prazo para a sua implementação, ainda está em curso à data de Dezembro de 2011 e amplamente por implementar…
INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 074 . 075
biológica, incluindo os elementos notáveis da geologia,
geomorfologia e paleontologia; promover a utilização
sustentável dos recursos biológicos; contribuir para a
prossecução dos objectivos visados pelos processos de
cooperação internacional na área da conservação da na-
tureza em que Portugal está envolvido, em especial os
objectivos definidos na Convenção sobre a Diversidade
Biológica, designadamente a conservação da Biodiver-
sidade, a utilização sustentável dos seus componentes
e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenien-
tes da utilização dos recursos genéticos.
Estes objectivos concretizam-se através de dez Opções
Estratégicas (OE), nomeadamente:
1) Promover a investigação científica e o conheci-
mento sobre o património natural, bem como a mo-
nitorização de espécies, habitats e ecossistemas;
2) Constituir a Rede Fundamental de Conservação
da Natureza e o Sistema Nacional de Áreas Clas-
sificadas, integrando neste a Rede Nacional de
Áreas Protegidas;
3) Promover a valorização das áreas protegidas e
assegurar a conservação do seu património na-
tural, cultural e social;
4) Assegurar a conservação e a valorização do pa-
trimónio natural dos sítios e das zonas de pro-
tecção especial integrados no processo da Rede
Natura 2000;
5) Desenvolver em todo o território nacional acções
específicas de conservação e gestão de espécies
e habitats, bem como de salvaguarda e valoriza-
ção do património paisagístico e dos elementos
notáveis do património geológico, geomorfoló-
gico e paleontológico;
6) Promover a integração da política de conserva-
ção da Natureza e do princípio da utilização sus-
tentável dos recursos biológicos na política de
ordenamento do território e nas diferentes políti-
cas sectoriais;
7) Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a
administração central, regional e local;
8) Promover a educação e a formação em matéria
de conservação da Natureza e da biodiversidade;
9) Assegurar a informação, sensibilização e partici-
pação do público, bem como mobilizar e incenti-
var a sociedade civil;
10) Intensificar a cooperação internacional.
A ENCNB constitui o instrumento fundamental para a
efectiva integração das diferentes políticas sectoriais
(ICNB, 2009). É um documento de âmbito nacional em
que se privilegia a referida integração e onde se reco-
nhece que a concretização dos objectivos visados exige
uma co-responsabilização das diferentes políticas sec-
toriais relevantes. Em termos de integração de planos e
estratégias, importa referir que na Opção Estratégica 6)
é indicado que ao nível dos instrumentos próprios de pla-
neamento estratégico essenciais para a integração dos
princípios da Conservação da Natureza e da Biodiversi-
dade nas políticas sectoriais relevantes deve haver cru-
zamento de opções e planos entre a ENCNB e a
Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável
(ENDS) e o respectivo Plano de Implementação (PNDS)
e os Programas Operacionais e regulamentos específicos
para co-financiamento comunitário no âmbito do QCA
III e do QREN. Entre outros instrumentos identificados
ainda dentro da Opção Estratégica 6) como fundamen-
tais para um processo consistente de integração de po-
líticas, assinalam-se os Instrumentos de Gestão
Territorial (IGT), com aplicação directa na política de or-
denamento do território e com implicações nas diferen-
tes políticas Sectoriais, com destaque para o Programa
Nacional da Política de Ordenamento do Território –
PNPOT, os Planos Regionais de Ordenamento do Territó-
rio – PROT, os Planos Municipais de Ordenamento Terri-
tório – PMOT (onde se englobam os Planos Directores
Municipais – PDM), os Planos Especiais de Ordenamento
do Território – PEOT, etc. No âmbito dos Planos Secto-
riais, são exemplos o Plano Sectorial da Natura 2000 e
os Planos de Bacia Hidrográfica e os PROF. Todavia, e
ainda de acordo com os técnicos do ICNB (ICNB, 2009),
apesar da existência de diversos instrumentos de planea-
mento estratégico, fica contudo por conhecer a sua real
eficácia. De facto, a ausência de indicadores e de meca-
nismos de avaliação, nomeadamente de ordem ecológica
e económica, são factor impeditivo de uma monitorização
consequente da execução, tanto da ENCNB, como dos
instrumentos a ela associados.
1.6.EM BUSCA DE UM REFERENCIAL PARA O
DESENVOLVIMENTOTERRITORIALDEUMA
‘ECONOMIAVERDE’EMPORTUGAL:PNPOT
O Programa Nacional da Política de Ordenamento do
Território (PNPOT) [Anexo à Lei n.º 58/2007, de 4 de
Setembro, que aprova o Programa Nacional da Polí-
tica de Ordenamento do Território (PNPOT), rectifi-
cado pela declaração n.º 80-A, de 7 de Setembro de
2007] visa concretizar a estratégia de ordenamento, de-
senvolvimento e coesão territorial do País, conforme dis-
posto nos artigos 26º a 29º do Decreto-Lei 380/99, de
22 de Setembro e constitui um instrumento de desen-
volvimento territorial, de natureza estratégica e de âm-
bito nacional, com precedência em relação aos restantes
IGT. De acordo com o disposto no Decreto-Lei nº 380/99,
o PNPOT: “estabelece as grandes opções com relevância
para a organização do território nacional, consubstancia
o quadro de referência a considerar na elaboração dos
demais instrumentos de gestão territorial [nomeada-
mente, os PROT e os PDM] e constitui um instrumento
de cooperação com os demais Estados-Membros para a
organização do território da União Europeia” (art. 26º);
e “estabelece as opções e as directrizes relativas à con-
formação do sistema urbano, das redes, das infra-estru-
turas e equipamentos de interesse nacional, bem como
à salvaguarda e valorização das áreas de interesse na-
cional em termos ambientais, patrimoniais e de desen-
volvimento rural” (n.º 1a), art. 28º).
No PNPOT defende-se que as políticas de ordenamento
e desenvolvimento do território deverão ter a ambição
de contribuir de forma inovadora e duradoura para que
Portugal seja:
• Um espaço sustentável e bem ordenado;
• Uma economia competitiva, integrada e aberta;
• Um território equitativo em termos de desenvolvi-
mento e bem-estar;
• Uma sociedade criativa e com sentido de cidadania.
Defende-se ainda que para que Portugal seja um espaço
sustentável e bem ordenado, o modelo territorial e o
programa de políticas devem dar corpo às seguintes op-
ções estratégicas:
• Preservar o quadro natural e paisagístico, em par-
ticular os recursos hídricos, a zona costeira, a flo-
resta e os espaços de potencial agrícola;
• Gerir e valorizar as áreas classificadas integrantes
da Rede Fundamental de Conservação da Natureza;
• Articular o sistema de “espaços abertos” de natu-
reza ambiental e paisagística com o sistema ur-
bano e as redes de infra-estruturas;
• Estruturar nucleações que contrariem a tendência
para a urbanização contínua ao longo da faixa lito-
ral de Portugal Continental.
Para que Portugal seja um território equitativo em ter-
mos de desenvolvimento e bem estar, o modelo territo-
rial e o programa de políticas devem dar corpo, inter
alia, à seguinte opção estratégica:
• Valorizar a diversidade dos territórios e a articula-
ção dos centros urbanos com as áreas rurais, ga-
rantindo em todo o País o acesso ao conhecimento
e aos serviços colectivos e boas condições de mo-
bilidade e comunicação, favorecendo a liberdade
de opção por diferentes espaços e modos de vida.
SeriatambémpropostoqueoPNPOTfosseimplementado
em coerência com a Estratégia Nacional de Desenvolvi-
mento Sustentável (ENDS), que enquadra estrategica-
mente as políticas de desenvolvimento do país nos
próximos anos, no sentido de “tornar Portugal num dos
países mais competitivos e atractivos da União Europeia,
num quadro de elevado nível de desenvolvimento econó-
mico, social e ambiental e de responsabilidade social”.
Ao nível do desenvolvimento Territorial de Portugal, o
PNPOT centra-se na identificação de vinte e quatro
INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 076 . 077
grandes problemas a que o país deverá dar resposta nos
próximos 20 anos, ou seja, no horizonte temporal do
PNPOT, agrupando-os em seis domínios:
1. Recursos naturais e gestão de riscos;
2. Desenvolvimento urbano e rural;
3. Transportes, energia e alterações climáticas;
4. Competitividade dos territórios;
5. Infra-estruturas e serviços colectivos;
6. Cultura cívica, planeamento e gestão territorial.
“There is a sufficiency in the world for man’s need but
not for man’s greed”
Mohandas K. Gandhi
Estaremos? Temos estratégias e planos para o desenvol-
vimento sustentável, para a conservação da Natureza e
dabiodiversidadeeparaoordenamentodoterritório,entre
muitas outras estratégias, planos estratégicos, planos de
ordenamento, planos de acção e tantos outros planos, es-
2.
RUMO A UMA
ECONOMIA
VERDE –
PORTUGAL
ESTARÁ
NO BOM
CAMINHO?
TABELA1.RELAÇÃOENTREOSDESAFIOSDA‘ECONOMIAVERDE’,OSOB-
JECTIVOSDAESTRATÉGIANACIONALPARAODESENVOLVIMENTOSUS-
TENTÁVEL (ENDS), OS OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS DA ESTRATÉGIA
NACIONALPARAACONSERVAÇÃODANATUREZAEDABIODIVERSIDADE
(ENCNB)EOSDOMÍNIOSDOPROGRAMANACIONALDAPOLÍTICADEOR-
DENAMENTO DO TERRITÓRIO (PNPOT).
tratégiaseinstrumentosqueseriacompletamenteimpos-
sível sequer elencá-los e caracterizá-los devidamente em
menos de várias dezenas de páginas. Mas o que se pre-
tendecomestetrabalhoécruzaralgunsdosprincipaisins-
trumentos de desenvolvimento (idealmente, sustentável)
nacional que tem como base a gestão de capital natural,
nomeadamente a ENDS, a ENCNB e o PNPOT. E como é
que estes instrumentos estratégicos e políticos poderão
responder aos desafios da ‘Economia Verde’?
PNPOT
Domínio 1. Re-
cursos naturais e
gestão de riscos;
Domínio 2. De-
senvolvimento
urbano e rural;
Domínio 2. De-
senvolvimento
urbano e rural;
Domínio 4. Com-
petitividade dos
territórios;
Domínio 2. De-
senvolvimento
urbano e rural;
Domínio 4. Com-
petitividade dos
territórios; Domí-
nio 6. Cultura cí-
vica,
planeamento e
gestão territorial
Domínio 3.
Transportes,
energia e altera-
ções climáticas;
ENCNB
OE1. Promover a investigação científica e o conhecimento
sobre o património natural, bem como a monitorização de es-
pécies, habitats e ecossistemas; OE3. Promover a valorização
das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu patri-
mónio natural, cultural e social; OE4. Assegurar a conservação
e a valorização do património natural dos sítios e das zonas de
protecção especial integrados no processo da Rede Natura
2000;
OE5. Desenvolver em todo o território nacional acções específi-
cas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como
de salvaguarda e valorização do património paisagístico e dos
elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e
paleontológico;
OE2. Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natu-
reza e o Sistema Nacional de Áreas Classificadas, integrando
neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas; OE8. Promover a
educação e a formação em matéria de conservação da Natu-
reza e da biodiversidade; OE9. Assegurar a informação, sensibi-
lização e participação do público, bem como mobilizar e
incentivar a sociedade civil;
Sem relação evidente
ENDS
Terceiro objec-
tivo: Melhor
Ambiente e Va-
lorização do
Património.
Quarto objec-
tivo: Mais Equi-
dade,
Igualdade de
Oportunidades
e Coesão So-
cial.
Primeiro objec-
tivo: Preparar
Portugal para a
“Sociedade do
Conhecimento”
Segundo objec-
tivo: Cresci-
mento
Sustentado,
Competitivi-
dade à Escala
Global e Efi-
ciência Energé-
tica.
DESAFIOS
DA ‘ECONO-
MIA VERDE’
Valorização e
investimento
no capital na-
tural, nomea-
damente na
biodiversi-
dade e os
serviços dos
ecossistemas
Mitigação e
diminuição da
pobreza
Geração de
empregos e
melhoria da
igualdade so-
cial
Substituição
dos combus-
tíveis fósseis
por energias
renováveis e
tecnologias
de baixa
emissão de
carbono
INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 078 . 079
Domínio 3.
Transportes,
energia e altera-
ções climáticas;
Domínio 2. De-
senvolvimento
urbano e rural;
Domínio 3.
Transportes,
energia e altera-
ções climáticas;
Domínio 4. Com-
petitividade dos
territórios; Domí-
nio 5. Infra-es-
truturas e
serviços colecti-
vos; Domínio 6.
Cultura cívica,
planeamento e
gestão territo-
rial.
Domínio 2. De-
senvolvimento
urbano e rural;
Domínio 3.
Transportes,
energia e altera-
ções climáticas;
Domínio 4. Com-
petitividade dos
territórios;
OE6. Promover a integração da política de conservação da Na-
tureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos
biológicos na política de ordenamento do território e nas dife-
rentes políticas sectoriais; OE7. Aperfeiçoar a articulação e a
cooperação entre a administração central, regional e local
OE2. Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natu-
reza e o Sistema Nacional de Áreas Classificadas, integrando
neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas; OE6. Promover a
integração da política de conservação da Natureza e do princí-
pio da utilização sustentável dos recursos biológicos na polí-
tica de ordenamento do território e nas diferentes políticas
sectoriais; OE7. Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre
a administração central, regional e local
Domínio 2. Desenvolvimento urbano e rural; Domínio 3. Trans-
portes, energia e alterações climáticas; Domínio 4. Competiti-
vidade dos territórios; Domínio 5. Infra-estruturas e serviços
colectivos; Domínio 6. Cultura cívica, planeamento e gestão
territorial.
Crescimento mais rápido do que a economia ‘castanha’, en-
quanto mantém e restabelece o capital natural
Terceiro objectivo: Melhor Ambiente e Valorização do Patrimó-
nio.; Sexto objectivo: Um Papel Activo de Portugal na Constru-
ção Europeia e na Cooperação Internacional.
OE6. Promover a integração da política de conservação da Na-
tureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos
biológicos na política de ordenamento do território e nas dife-
rentes políticas sectoriais; OE7. Aperfeiçoar a articulação e a
cooperação entre a administração central, regional e local;
OE10. Intensificar a cooperação internacional
Segundo objec-
tivo: Cresci-
mento
Sustentado,
Competitivi-
dade à Escala
Global e Efi-
ciência Energé-
tica.
Quinto objec-
tivo: Melhor
Conectividade
Internacional
do País e Valo-
rização Equili-
brada do
Território.
Terceiro objec-
tivo: Melhor
Ambiente e Va-
lorização do
Património.;
Sexto objec-
tivo: Um Papel
Activo de Por-
tugal na Cons-
trução
Europeia e na
Cooperação In-
ternacional.
Promoção do
uso eficiente
de recursos e
energia
Estilo de vida
urbana mais
sustentável e
uma mobili-
dade com
baixa emis-
são de car-
bono
Crescimento
mais rápido
do que a eco-
nomia ‘casta-
nha’,
enquanto
mantém e
restabelece o
capital natu-
ral
Numa perspectiva de desenvolvimento estratégico inte-
grado, faria sentido correlacionar estes (e outros) ins-
trumentos essencialmente políticos de forma a:
1. combinar e optimizar recursos humanos e finan-
ceiros;
2. mitigar impactes ambientais e sociais negativos
decorrentes dos processos de inovação e desen-
volvimento económico;
3. reavaliar as prioridades de investimento no que
toca ao desenvolvimento de infraestruturas e
obras de grande impacte em áreas de alto valor
ecológico, dentro e fora da Rede Nacional de
Áreas Protegidas (RNAP);
4. reforçar o valor social e económico do património
natural e correlacionar crescimento económico
com a valoração e gestão sustentável da biodiver-
sidade e serviços dos ecossistemas, de forma a
maximizar o valor económico das opções futuras
e do legado intergeracional;
5. promover o desenvolvimento rural e urbano de
forma equilibrada, não separar estas duas reali-
dades, dada a dimensão reduzida do nosso territó-
rio e os inúmeros factores de co-dependência
especialmente ao nível da cadeia de fornecimento
e ciclo de vida de produtos e serviços com base
em recursos naturais;
6. identificar todos os subsídios e apoios financeiros
que promovem a ‘Economia Castanha’, nomeada-
mente os que reforcem a dependência de com-
bustíveis fósseis e que promovam actividades
económicas produtoras de emissões de gases de
efeito estufa e canalizar esses subsídios e apoios
financeiros para um desenvolvimento tecnológico,
ambiental e socioeconómico promotor de ‘Econo-
mia Verde’
7. desenvolver uma estratégia de exportação de
bens, produtos e serviços que reforcem o papel de
Portugal como país ecoeficiente, responsável e
inovador e acrescentem valor à economia nacio-
nal, sendo para isso fundamental interligar múlti-
plos mecanismos institucionais e quadros legais e
regulamentares e tornar essa mesma estratégia
evidente ao nível de todos os instrumentos políti-
cos, estratégicos e instrumentos de planeamento
e ordenamento territorial.
3.
OBSERVAÇÕES
FINAIS
Considerando que a natureza do presente trabalho é de
análise de contexto e de definição de uma problemática
ainda por explorar de forma metodológica e analítica, os
autores consideram que existem 3 aspectos a ter em
ponderação no decurso da investigação que agora será
desenvolvida com base neste artigo de ‘state of the art’:
• O passo seguinte será a definição de uma metodo-
logia de investigação de aquisição e análise de
dados relativamente ao resultado de: a) outros es-
tudos realizados no âmbito da integração da ‘Eco-
nomia Verde’ nas políticas nacionais e/ou regionais
e quais os resultados estratégicos e práticos que os
mesmos tiveram e b) análise de nova documenta-
ção produzida pela Comissão Europeia que defina
como integrar os processos de ‘Economia Verde’ ao
nível dos modelos económicos e de governação;
• Será desenvolvido um acompanhamento rigoroso
da Cimeira das Nações Unidas ‘Rio +20’ no que diz
respeito ao tema da ‘Economia Verde’;
• Nos primeiros seis meses após o ‘Rio +20’, será
feita uma análise dos resultados da Cimeira, bem
como dos documentos, protocolos, estratégias e
medidas políticas a que a mesma der origem em
termos de integração da ‘Economia Verde’ ao nível
do planeamento territorial.
INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 080 . 081
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No.12, UNDESA, New York.
http://www.un.org/esa/dsd/resources/res_pdfs/publications/sdt_cc
/cc_global_green_new_deal.pdf
United Nations Department of Economic and Social Affairs . 2011.
Objective and themes of the United Nations Conference on Sustaina-
ble Development, Report of the Secretary-General for the 2nd Pre-
paratory Committee for Rio+20, Rio+20 Secretariat New York.
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Desafios da Economia Verde e o Planeamento Territorial em Portugal

  • 1. ECONOMIA VERDE’ E DESENVOLVI- MENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL: OPÇÕES ESTRATÉGICAS PARA PORTUGAL ‘GREEN ECONOMY’AND SUSTAIN- ABLE TERRITORIAL DEVELOPMENT: STRATEGIC OPTIONS FOR PORTUGAL NUNOGASPAROLIVEIRA PhD Cantidate | CIGEST – Centro de Investigação em Gestão, Área de Sus- tentabilidade e Economia Natural. Instituto Superior de Gestão. Portugal WINSTONJERÓNIMO PhD Cantidate | CENSE, Center for Environmental and Sustainability Research, Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa. Portugal RESUMO O conceito de ‘Economia Verde’ (Green Economy) nasce antes de mais do desafio Humano em criar uma so- ciedade mais justa, equilibrada e sustentável e resulta na melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Mas afinal o que é a ‘Economia Verde’? Estaremos perto de lá chegar, exigirá grandes mudanças sociais e políticas, teremos os instru- mentos necessários para a fomentar, monitorizar, afinar? Quais riscos e custos sociais e económicos gerados pelos padrões recorrentes de uso excessivo de recursos naturais e da desregulação dos serviços dos ecossistemas? Con- seguiremos proceder à transição de uma forma sistémica, recorrendo à economia ecológica e à transformação tec- nológica? Sendo Portugal um país historicamente com grande vocação agrícola, florestal, marítima e turística, estará melhor preparado para aceitar, promover e desenvolver a inovação necessária para a transição para a ‘Economia Verde’? Será possível acompanhar a transição política e estratégica ao nível dos instrumentos de planeamento eco- nómico e territorial? Temos estratégias e planos para o desenvolvimento sustentável (ENDS), para a conservação da Natureza e da biodiversidade (ENCNB) e para o ordenamento do território (PNPOT), entre muitas outras estraté- gias, planos estratégicos, planos de ordenamento, planos de acção e tantos outros planos, estratégias e instrumentos. O que se pretende com este trabalho é criar uma base conceptual para acompanhar o desenvolvimento da temática da ‘Economia Verde’ e qual a sua importância nos mecanismos e instrumentos de planeamento territorial, partindo de uma primeira análise exploratória de cruzamento dos principais instrumentos de desenvolvimento (idealmente, sustentável) nacional que tem como base a gestão de capital natural e analisar como poderão responder aos desafios da ‘Economia Verde’? ABSTRACT The concept of 'Green Economy' rises from the human challenge of creating a fairer, balanced and sustainable improvement of human welfare and social equality, while significantly reducing environmental risks and ecological scarcity. So, what is 'Green Economy'? And will it require major social and political changes? Do we have the necessary tools to promote, monitor, assess a ‘Green Economy’? What are the risks regarding social and economic costs generated by recurring patterns of overuse of natural resources and the deregulation of ecosystem services? Can we make sys- tematic transition, using ecological economics and technological adaptation? Portugal is a country with historically great potential in agriculture, forestry, marine and tourism, will it be ready to accept and foster the innovation necessary for a 'Green Economy' transition? Is it possible to monitor the transition of the economic and territorial planning in- struments at the political and strategic level? Will the current national strategic plans for sustainable development (ESDS), nature conservation and biodiversity (ENCNB) and planning (PNPOT), along with other strategic plans, devel- opment plans, action plans and many other plans, strategies and instruments follow and foster the change? The aim of this paper is to explore a conceptual basis for monitoring the development of the theme of 'Green Economy' and its importance regarding the mechanisms and instruments of policy and planning, starting from an initial exploratory analy- sis of the intersection of the main instruments of development (ideally, sustainable) which is based on the national management of natural capital and examine how they can meet the challenges of 'Green Economy'. PALAVRAS-CHAVE GreenEconomy,EconomiaVerde, Biodiversidade,Sustentabilidade, PlaneamentoTerritorial KEYWORDS: GreenEconomy,Biodiversity,Sustainability, Planning
  • 2.
  • 3. actividades socioeconómicas (p.e.: Blakeley & Leigh. 2010)? E o Estado, será um ‘entrave’ ou ‘facilitador’ (p.e.: Jacobs, 1991)? Como pode a economia mudar sig- nificativamente se, por factores de base demográfica, os políticos e decisores que vão lidar com este problema são de uma geração em que a abundância, lucro, cres- cimento económico ilimitado e até a ganância, como nos podemos recordar no célebre discurso ‘Greed is Good’ da personagem ‘Gordon Gekko’, interpretado por Mi- chael Douglas no filme ‘Wall Street’ de Oliver Stone, 1987. Seja como for, a transição é inevitável, inadiável e imperiosa, e só poderá acontecer com um alto nível de envolvimento entre governo, sector privado e ter- ceiro sector. E fundamentalmente, com o exercício diá- rio de cidadania de cada um de nós. Relativamente à relação da ‘Economia Verde’ com a bio- diversidade e os ecossistemas, salientam-se as seguin- tes questões e desafios práticos ao desenvolvimento e implementação da ‘Economia Verde’ (p.e.: Gramkow & Prados, 2011; UNEP, 2011): • Quais riscos e custos sociais e económicos gera- dos pelos padrões recorrentes de uso excessivo de recursos naturais e da desregulação dos serviços dos ecossistemas (p.e.: Costanza et al., 1997, 207; Hopper, 2004; MEA, 2005;Kettunen & ten Brink, 2006; Jones-Walters & Mulder , 2009; TEEB Foun- dations, 2010; DEFRA, 2011)? • Será possível ligar a geração de rendimentos e de postos de trabalho com a mitigação da pobreza e conservação do capital natural (p.e.: UNEP et al., 2008; UNDESA, 2009; Nunes et al, 2011; Ocampo et al., 2011)? • Conseguiremos proceder à transição de uma forma sistémica, recorrendo à economia ecológica e à transformação tecnológica (p.e.: UNEP et al., 2008; UNCTAD, 2011; UNESCO, 2011; UNDESA, 2011)? • Como funciona a relação entre a ‘Economia Verde’ e o Desenvolvimento Sustentável? Haverá o risco de desvio em direcção a aspectos mais economi- cistas promovidos pelo (ab)uso de instrumentos “A economia significa o poder de repelir o supérfluo no presente, com o fim de assegurar um bem futuro e sobre este aspecto representa o domínio da razão sobre o instinto animal.” Thomas Atkinson 1.1. ECONOMIA VERDE: CHAVÃO OU CHAVE? O conceito de ‘Economia Verde’ (Green Economy) nasce antes de mais do desafio Humano em criar uma socie- dade mais justa, equilibrada e sustentável e da pressão política e económica para encontrar soluções práticas para resolver o dilema do Desenvolvimento (In)Susten- tável (p.e.: Roefie, 1990). De facto, o Programa das Na- ções Unidas para o Meio Ambiente define ‘Economia Verde’ como “[uma nova economia] que resulta na me- lhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os ris- cos ambientais e a escassez ecológica” (UNEP, 2011). A ‘Economia Verde’ é também a grande estrela da ‘Rio+20’, a Conferência das Nações Unidas sobre Desen- volvimento Sustentável que ocorrerá em 2012 no Rio de Janeiro, Brasil (http://www.uncsd2012.org/rio20/). Mas afinal o que é, ou poderá ser, a ‘Economia Verde’? Estaremos perto de lá chegar, exigirá grandes mudan- ças sociais e políticas, teremos os instrumentos neces- sários para a fomentar, monitorizar, afinar (p.e.: Pearce et al., 1993)? E em termos de planeamento e ordena- mento territorial, os actuais instrumentos e planos con- seguem capturar os benefícios e oportunidades de um desenvolvimento económico ‘verde’ devidamente en- quadrado nas valências do território, quer do ponto de vista dos recursos naturais como das populações e suas 1. INTRODUÇÃO
  • 4. de mercado ‘clássicos’ (p.e.: Rees & Wackernagel, 1996; Portuguese Presidency of the EU Council and European Commission. 2007a; Schaltegger & Burritt, 2010; UN General Assembly, 2011)? • Será possível que a via da implementação de polí- ticas públicas na promoção da ‘Economia Verde’ poderá garantir os direitos comuns relativos à ma- nutenção das funções e serviços dos ecossiste- mas de forma a tornar o conceito mais concreto, instrumental e perceptível e menos abstracto, di- plomático e politizado (TEEB, 2008, 2009, 2010; IEEP, 2010; Najam et al., 2011; Silvis, 2011; UNECE/FAO, 2011)? • Será que só as economias que já disponham de ca- pital humano e tecnológico para o “esverdea- mento” da economia é que estarão preparadas para tomarem o ‘pelotão da frente’ (p.e.: UNEP et al., 2008; Nunes et al., 2011; Ocampo et al., 2011; PNUMA, 2011)? • Na ‘Economia Castanha’, os sectores poluidores tem crescimentos mais rápidos, duradouros e apetecíveis para os investidores. Como é que os mercados poderão reagir à crescente pressão para desqualificar ou penalizar fortemente estes sectores (p.e.: Hawken et al., 2000; Barbier, 2010; Schaltegger & Burritt, 2010; EEA, 2011)? • A ‘Economia Verde’ virá confirmar ou renegar a di- cotomia entre crescimento económico e conser- vação ambiental? Conseguiremos finalmente assistir à já famosa internalização das externali- dades ambientais nos instrumentos de planea- mento e gestão económica, financeira e fiscal (p.e.; TEEB, 2008, 2009, 2010; TEEB Foundations, 2010; Houdet et al., 2011, UNESCO, 2011)? • Sendo Portugal um país historicamente com grande vocação agrícola, florestal, marítima e tu- rística, estará melhor preparado para aceitar, pro- mover e desenvolver a inovação necessária para a transição para a ‘Economia Verde’ (p.e.: Portu- guese Presidency of the EU Council and European Commission, 2007a, 2007b; ICNB 2009, 2011; Pe- reira et al., 2009)? • Será possível acompanhar a transição política e es- tratégica ao nível dos instrumentos de planeamento económico e territorial? Irá a ‘Economia Verde’ ser a base de desenvolvimento urbano e metropolitano (p.e.: Rees & Mathis, 1996; UNDESA, 2009, 2011; TEEB, 2010; Puppim de Oliveira et al., 2011)? • Será a ‘Economia Verde’ capaz de monetarizar e regular os aspectos mais sensíveis da gestão sus- tentável de recursos naturais, nomeadamente no que se refere aos princípios da insubstituibilidade de alguns recursos bem como da resiliência dos ecossistemas (p.e.: Costanza et al., 1997; MEA, 2005; CBD, 2011; CEC, 2011; DEFRA, 2011, TEEB Foundations, 2010)? 1.2. OS DESAFIOS DA ECONOMIA VERDE De acordo com a perspectiva do Programa Ambiental das Nações Unidas em relação ao que deve ser a ‘Eco- nomia Verde’, importa destacar os seguintes desafios (PNUMA, 2011, UNEP, 2011): • Uma economia verde valoriza e investe no capi- tal natural, nomeadamente a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas são considerados nor- malmente como bens comuns cuja invisibilidade económica foi, até agora, uma causa importante para sua subvalorização, má administração e, por fim, consequente degradação e perda. No entanto, a valoração económica dos serviços dos ecossis- temas é uma parte fundamental do ‘capital natu- ral’. Bens naturais, tais como florestas, lagos, pântanos e bacias hidrográficas são componentes essenciais do capital natural a nível dos ecossiste- mas, elementos cruciais de uma economia verde; • Uma economia verde é primordial para a diminui- ção da pobreza contínua, a forma mais visível de desigualdade social, relacionada com o acesso de- sigual à educação, saúde, disponibilidade de cré- INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 070 . 071
  • 5. dito, oportunidades de geração de renda e garantia de direitos de propriedade. Uma característica im- portante de uma economia verde é que procura gerar diversas oportunidades para desenvolvi- mento económico e diminuição da pobreza sem aniquilar ou degradar o capital natural de um país; • Uma economia verde gera empregos e melhora a igualdade social, entrando em contra ciclo com a deterioração da economia mundial iniciada com a recessão de 2008, provocada pela crise bancária e de créditos e choques de preços, tendo a preocupa- ção com o desemprego chegou a níveis nunca al- cançados. Já houve pesquisas e evidências na parte das oportunidades de emprego para ‘esverdear’ a economia (Barbier, 2010; TEEB, 2010). Diversos países responderam com planos concentrados em empregos para estímulo fiscal com componentes “verdes” significativos, tais como a China e a Coreia do Sul. As políticas voltadas para pequenas e mé- dias empresas (PME) representam uma promessa significativa, pois elas contam como uma grande parte dos empregos e do crescimento da abertura de postos de trabalhos; • Uma economia verde substitui os combustíveis fósseis por energias renováveis e tecnologias de baixa emissão de carbono de forma a aumentar o fornecimento de energias renováveis e reduzir os riscos de aumentos de e volatilidade dos preços para os combustíveis fósseis. O actual sistema de energia baseada em combustível fóssil está na gé- nese das alterações climáticas. O sector da ener- gia é responsável por dois terços das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e estima-se que os custos das alterações climáticas em termos de adaptação atinjam até 170 mil milhões em 2030, metade dos quais poderiam ser arcados pelos paí- ses em desenvolvimento; • Uma economia verde promove o uso eficiente de recursos e energia, sendo que o custo do uso dos recursos naturais de modo ineficiente geralmente nunca foi, sob o ponto de vista histórico, um factor limitante para o desenvolvimento humano, ampla- mente pela nossa incapacidade em percepcionar ‘limites’, fruto do contexto histórico milenar de ex- ploração de um mundo amplamente ‘selvagem’, onde era frequente a descoberta de novos recur- sos. Ao dobrar da primeira década do séc. XXI temos finalmente a certeza de que o planeta, bem como os seus recursos e a sua capacidade de su- porte tem limites; • Uma economia verde oferece um estilo de vida urbana mais sustentável e uma mobilidade com baixa emissão de carbono, sendo que actual- mente 50% da população mundial vive em áreas urbanas, onde consome 60-80% de energia e é responsável por 75% das emissões de carbono. O rápido processo de urbanização pressiona o abas- tecimento de água potável, os sistemas de esgoto e a saúde pública e, com frequência, resulta na oferta de infraestruturas precárias, no declínio do desempenho ambiental e em custos significativos para o sector de saúde pública. Neste contexto, existem oportunidades únicas para que as cidades aumentem a capacidade e produtividade energé- tica, reduzam as emissões de carbono, assim como o desperdício, e promovam o acesso aos ser- viços fundamentais através de modalidades inova- doras de baixo carbono – economizando dinheiro ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade e estimula a inclusão social; • Uma economia verde, com o passar do tempo, cresce mais rapidamente do que a economia ‘castanha’, enquanto mantém e restabelece o capital natural, uma das questões essenciais que se foca na aparente permuta entre desenvolvi- mento e qualidade ambiental. Existem múltiplas oportunidades de investimento na transformação de sectores chave da economia para diminuir a in- tensidade e melhorar a eficácia dos recursos. Um cenário de investimento verde de 2% do PIB mun-
  • 6. dial proporcionaria um crescimento a longo prazo, entre 2011-2050, pelo menos tão elevado quanto as previsões mais optimistas do modelo das práti- cas atuais, ao mesmo tempo que evitaria riscos consideráveis de desvantagens, tais como os efei- tos das alterações climáticas, maior escassez de água e degradação de serviços dos ecossistemas. 1.3.O“ECOSSISTEMA”DAECONOMIAVERDE O estudo ‘A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade’ (‘The Economics of Ecosystems and Biodiversity’) de- monstra que a protecção das áreas naturais pode trazer retornos muitas vezes superiores aos custos da sua pro- tecção (TEEB, 2008, 2009, 2010). Existem oportunida- des de negócio da ordem dos vários milhões de Euros disponíveis para desenvolver bens e serviços com mais- valias ecológicas, assim como mercados emergentes que servirão de suporte à valorização quer de novos pro- dutos como de serviços de compensação ecológica, desde o sequestro/manutenção de stocks de carbono florestal até à recuperação de zonas húmidas ou bancos de habitats para projectos de desenvolvimento urbano ou agrícola. Também o relatório ‘Rumo à uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza’ (UNEP, 2011) refere que “Um investimento de apenas 2% do PIB global (actualmente cifrado em cerca de US$ 1,3 biliões) em dez sectores- chave como agricultura, edificações, energia, pesca, sil- vicultura, indústria, turismo, transporte, água e gestão de resíduos pode dar início à transição rumo à uma eco- nomia de baixo carbono [‘Economia Verde’] e eficiência de recursos”. No entanto, a natureza destes investimen- tos deve ter como base reformas estruturais de políticas nacionais e internacionais, bem como reformas nos sis- temas económico e financeiro, de forma que o valor do capital natural (Voora & Venema, 2008) possa ser devi- damente capturado, entendido e internalizado pelos in- dicadores de desenvolvimento socioeconómico e ambiental dos países. A própria noção de escassez, quer de bens essenciais como a água ou alimentos como de serviços de suporte social de combate contra a pobreza e abandono rural, deverá ser revista, de acordo com o relatório ‘The Social Dimension of Biodiversity Policy’ à luz das oportunidades de criação de postos de trabalho, novas empresas e modelos de organização social orien- tados para o desenvolvimento local (Nunes et al., 2011). 1.4.EM BUSCA DE UM REFERENCIAL PARA O DESENVOLVIMENTOTERRITORIALDEUMA ‘ECONOMIAVERDE’EMPORTUGAL:ENDS Através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 112/2005, de 30 de Junho, o XVII Governo Constitucional decidiu relançar o processo de elaboração da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (www.plano- tecnologico.pt/document/ENDS-PIENDS_2015.pdf), no- meando uma equipa de projecto encarregue de, à luz do Programa do Governo e da Estratégia Europeia de Desen- volvimento Sustentável, bem como de todos os documen- tos e pareceres elaborados ao longo do processo, apresentar uma nova e actualizada proposta de Estraté- gia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) e respectivo Plano de Implementação (PIENDS). Este ins- trumento de orientação estratégica, para o horizonte de 2015, visa nortear o processo de desenvolvimento do País, numa perspectiva de sustentabilidade, em articulação coerente com os demais instrumentos, planos e progra- mas de acção em vigor ou em preparação, incluindo os que se referem à aplicação dos fundos comunitários no pe- ríodo de programação até 2013, e fazendo apelo à inicia- tiva dos cidadãos e dos diversos agentes económicos e sociais. A ENDS-2015 acaba por ser aprovada em Reso- lução do Conselho de Ministros n.º 109/2007 no Diário da República, 1.ª série – N.º 159 – 20 de Agosto de 2007 (http://www.dpp.pt/pt/ENDS2015/Documents/ENDS- RCM_109_2007_20Ago2007.pdf). O desígnio integrador e mobilizador adoptado pela ENDS é o de “Retomar uma trajectória de crescimento sustentado que torne Portu- gal, no horizonte de 2015, num dos países mais competi- INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 072 . 073
  • 7. tivos e atractivos da União Europeia, num quadro de ele- vado nível de desenvolvimento económico, social e am- biental e de responsabilidade social.” A adopção por Portugal da ENDS-2015 insere-se numa iniciativa global, iniciada com a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento (CNUAD), também designada por ECO’92 - Cimeira da Terra, que teve lugar no Rio de Janeiro, em 1992. Com efeito, a Agenda 21, adoptada na CNUAD, incentivou os Estados a adoptarem estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável, como forma de aplicar e desenvolver as de- cisões da Conferência, corporizadas na referida Agenda 21 e nos designados acordos do Rio (em particular as con- venções internacionais para as alterações climáticas e para a diversidade biológica). O apelo à elaboração destes documentos estratégicos, que devem reforçar e harmo- nizar as políticas nacionais para a economia, as questões sociais e o ambiente, foi reafirmado na Sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas de 1997 (Rio+5), na Ci- meira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, que teve lugar em Joanesburgo, em 2002 (Rio+10) e, mais re- centemente, na Cimeira Mundial das Nações Unidas de 2005 (60ª Sessão Plenária da Assembleia Geral), onde os líderes mundiais confirmaram o compromisso com o de- senvolvimento sustentável e enfatizaram o contributo primordial das políticas nacionais e das estratégias de de- senvolvimento para o alcançar, sendo mais reforçada na Cimeira ‘Rio+20’, realizada em Dezembro de 2011. Neste sentido, a própria União Europeia adoptou, no Conselho Europeu de Gotemburgo, em 2001, a Estratégia de De- senvolvimento Sustentável (“Uma Europa sustentável para um mundo melhor: Estratégia Europeia para o De- senvolvimento Sustentável”), em complemento da Estra- tégia de Lisboa, adoptada em 2000. Esta Estratégia foi revista no Conselho Europeu de 9 de Junho de 2006. Assim, a ENDS foi elaborada de forma compatível com os princípios orientadores da Estratégia Europeia, dando res- posta aos seus objectivos chave e aos desafios. É funda- mental que o desenvolvimento de uma estratégia nacional para o desenvolvimento da ‘Economia Verde’ encontre o máximo de pontos em comum com os elementos aponta- dos como prioridades. Em termos concretos, a ENDS afirma sete objectivos de acção: • Primeiro objectivo: Preparar Portugal para a “So- ciedade do Conhecimento”. Este objectivo incor- pora dois sub-objectivos cruciais: acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico como base para a inovação e a qualificação; melhorar as qualificações e criar as competências adequadas para um novo modelo de desenvolvimento; • Segundo objectivo: Crescimento Sustentado, Competitividade à Escala Global e Eficiência Ener- gética. Pretende-se um crescimento mais rápido da economia, potenciado pelo desenvolvimento de comportamentos responsáveis por parte dos agentes económicos, que permita retomar a dinâ- mica de convergência, assente num crescimento significativo da produtividade associado a um forte investimento nos sectores de bens e servi- ços transaccionáveis, o que, para ser compatível com a criação de emprego, exige uma mudança no padrão de actividades do País, num sentido mais sintonizado com a dinâmica do comércio interna- cional, aproveitando e estimulando as suas possi- bilidades endógenas. • Terceiro objectivo: Melhor Ambiente e Valorização do Património. Assegurar um modelo de desenvol- vimento que integre a protecção do ambiente com base na conservação e gestão sustentável dos re- cursos naturais, para que o património natural e construído seja evidenciado como factor de dife- renciação positiva e, por outro, o combate às alte- rações climáticas que, sendo em si mesmo um desafio para diversos sectores da sociedade, deve ser encarado como uma oportunidade para pro- mover o desenvolvimento sustentável. • Quarto objectivo: Mais Equidade, Igualdade de Oportunidades e Coesão Social. Este objectivo es- tratégico visa a garantia da satisfação das neces-
  • 8. os procedimentos administrativos, valorizar as tecnologias da informação e comunicação, adoptar boas práticas no domínio da sustentabilidade são linhas de força essenciais no necessário processo de modernização da administração pública. 1.5.EM BUSCA DE UM REFERENCIAL PARA O DESENVOLVIMENTOTERRITORIALDEUMA ‘ECONOMIAVERDE’EMPORTUGAL:ENCNB Em Maio de 2006, a Comissão Europeia adoptou a Co- municação: “Travar a perda de biodiversidade até 2010 – mais além – preservar os serviços ecossistémicos para o bem-estar humano” (CEC, 2006), que inclui um ambicioso Plano de Acção para a concretização deste objectivo. A referida Comunicação reconhece a necessi- dade de um esforço concertado de todos os Estados- membros e Sectores da sociedade para se atingir a meta acima indicada. Em Portugal, a Lei n.º 11/87, de 7 de Abril, atribuiu ao Governo a responsabilidade de elaborar a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza (http://dre.pt/pdf1s/2001/10/236B00/64256451.pdf) na perspectiva da mesma constituir um instrumento in- tegrador das políticas de Conservação da Natureza com as outras políticas Sectoriais relevantes. Para além disso, a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) (Decreto-Lei nº 21/93 de 29 de Junho) estipula, tam- bém, a necessidade de dotar as Partes Contratantes de uma estratégia para a Conservação da Diversidade Bio- lógica. A 11 de Outubro de 2001, foi adoptada pela Re- solução do Conselho de Ministros n.º 152/2001, a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB), a qual é uma ferramenta es- tratégica da maior relevância, a nível nacional, nomea- damente para se alcançar o compromisso de, até 2010, parar a perda da Biodiversidade. A ENCNB vigora entre 2001 e 20101 e assume três ob- jectivos gerais: – conservar a natureza e a diversidade sidades básicas na área da saúde, educação, for- mação, cultura, justiça e segurança social, de modo a favorecer a qualidade de vida num quadro de coesão, inclusão, equidade e justiça social, bem como de sustentabilidade dos sistemas públicos de protecção social. • Quinto objectivo: Melhor Conectividade Internacio- nal do País e Valorização Equilibrada do Território. O que se pretende é mobilizar os diversos instru- mentos de planeamento com efeitos directos no território, de modo a reduzir o impacto negativo do posicionamento periférico de Portugal no contexto europeu, melhorando ou criando infra-estruturas de acesso eficaz às redes internacionais de trans- portes e de comunicações, tirando partido da co- nectividade digital e reforçando as condições de competitividade nacional e regional. • Sexto objectivo: Um Papel Activo de Portugal na Construção Europeia e na Cooperação Internacio- nal. Essa cooperação visa contribuir de forma em- penhada para o desenvolvimento económico e social global, para a consolidação e aprofunda- mento da paz, da democracia, dos direitos humanos e do Estado de Direito, para a luta contra a pobreza e, em geral, para a concretização dos objectivos de desenvolvimento do Milénio, bem como para um ambiente melhor e mais seguro à escala do planeta e, em particular, para a conservação da biodiversi- dade e a sustentabilidade dos ecossistemas. • Sétimo objectivo: Uma Administração Pública mais Eficiente e Modernizada. Pretende-se, assim, re- forçar o contributo da Administração para o desen- volvimento do País, adaptando-a nas suas funções e modelos organizacionais e melhorando a quali- dade dos serviços prestados aos cidadãos e às em- presas, para uma sociedade mais justa e com uma melhor regulação, bem sustentada num sistema de justiça mais eficaz. Legislar melhor, simplificar 1 Nota: Apesar de teoricamente já ter terminado o prazo para a sua implementação, ainda está em curso à data de Dezembro de 2011 e amplamente por implementar… INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 074 . 075
  • 9. biológica, incluindo os elementos notáveis da geologia, geomorfologia e paleontologia; promover a utilização sustentável dos recursos biológicos; contribuir para a prossecução dos objectivos visados pelos processos de cooperação internacional na área da conservação da na- tureza em que Portugal está envolvido, em especial os objectivos definidos na Convenção sobre a Diversidade Biológica, designadamente a conservação da Biodiver- sidade, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenien- tes da utilização dos recursos genéticos. Estes objectivos concretizam-se através de dez Opções Estratégicas (OE), nomeadamente: 1) Promover a investigação científica e o conheci- mento sobre o património natural, bem como a mo- nitorização de espécies, habitats e ecossistemas; 2) Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natureza e o Sistema Nacional de Áreas Clas- sificadas, integrando neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas; 3) Promover a valorização das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu património na- tural, cultural e social; 4) Assegurar a conservação e a valorização do pa- trimónio natural dos sítios e das zonas de pro- tecção especial integrados no processo da Rede Natura 2000; 5) Desenvolver em todo o território nacional acções específicas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valoriza- ção do património paisagístico e dos elementos notáveis do património geológico, geomorfoló- gico e paleontológico; 6) Promover a integração da política de conserva- ção da Natureza e do princípio da utilização sus- tentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas diferentes políti- cas sectoriais; 7) Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local; 8) Promover a educação e a formação em matéria de conservação da Natureza e da biodiversidade; 9) Assegurar a informação, sensibilização e partici- pação do público, bem como mobilizar e incenti- var a sociedade civil; 10) Intensificar a cooperação internacional. A ENCNB constitui o instrumento fundamental para a efectiva integração das diferentes políticas sectoriais (ICNB, 2009). É um documento de âmbito nacional em que se privilegia a referida integração e onde se reco- nhece que a concretização dos objectivos visados exige uma co-responsabilização das diferentes políticas sec- toriais relevantes. Em termos de integração de planos e estratégias, importa referir que na Opção Estratégica 6) é indicado que ao nível dos instrumentos próprios de pla- neamento estratégico essenciais para a integração dos princípios da Conservação da Natureza e da Biodiversi- dade nas políticas sectoriais relevantes deve haver cru- zamento de opções e planos entre a ENCNB e a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS) e o respectivo Plano de Implementação (PNDS) e os Programas Operacionais e regulamentos específicos para co-financiamento comunitário no âmbito do QCA III e do QREN. Entre outros instrumentos identificados ainda dentro da Opção Estratégica 6) como fundamen- tais para um processo consistente de integração de po- líticas, assinalam-se os Instrumentos de Gestão Territorial (IGT), com aplicação directa na política de or- denamento do território e com implicações nas diferen- tes políticas Sectoriais, com destaque para o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território – PNPOT, os Planos Regionais de Ordenamento do Territó- rio – PROT, os Planos Municipais de Ordenamento Terri- tório – PMOT (onde se englobam os Planos Directores Municipais – PDM), os Planos Especiais de Ordenamento do Território – PEOT, etc. No âmbito dos Planos Secto- riais, são exemplos o Plano Sectorial da Natura 2000 e os Planos de Bacia Hidrográfica e os PROF. Todavia, e ainda de acordo com os técnicos do ICNB (ICNB, 2009), apesar da existência de diversos instrumentos de planea-
  • 10. mento estratégico, fica contudo por conhecer a sua real eficácia. De facto, a ausência de indicadores e de meca- nismos de avaliação, nomeadamente de ordem ecológica e económica, são factor impeditivo de uma monitorização consequente da execução, tanto da ENCNB, como dos instrumentos a ela associados. 1.6.EM BUSCA DE UM REFERENCIAL PARA O DESENVOLVIMENTOTERRITORIALDEUMA ‘ECONOMIAVERDE’EMPORTUGAL:PNPOT O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) [Anexo à Lei n.º 58/2007, de 4 de Setembro, que aprova o Programa Nacional da Polí- tica de Ordenamento do Território (PNPOT), rectifi- cado pela declaração n.º 80-A, de 7 de Setembro de 2007] visa concretizar a estratégia de ordenamento, de- senvolvimento e coesão territorial do País, conforme dis- posto nos artigos 26º a 29º do Decreto-Lei 380/99, de 22 de Setembro e constitui um instrumento de desen- volvimento territorial, de natureza estratégica e de âm- bito nacional, com precedência em relação aos restantes IGT. De acordo com o disposto no Decreto-Lei nº 380/99, o PNPOT: “estabelece as grandes opções com relevância para a organização do território nacional, consubstancia o quadro de referência a considerar na elaboração dos demais instrumentos de gestão territorial [nomeada- mente, os PROT e os PDM] e constitui um instrumento de cooperação com os demais Estados-Membros para a organização do território da União Europeia” (art. 26º); e “estabelece as opções e as directrizes relativas à con- formação do sistema urbano, das redes, das infra-estru- turas e equipamentos de interesse nacional, bem como à salvaguarda e valorização das áreas de interesse na- cional em termos ambientais, patrimoniais e de desen- volvimento rural” (n.º 1a), art. 28º). No PNPOT defende-se que as políticas de ordenamento e desenvolvimento do território deverão ter a ambição de contribuir de forma inovadora e duradoura para que Portugal seja: • Um espaço sustentável e bem ordenado; • Uma economia competitiva, integrada e aberta; • Um território equitativo em termos de desenvolvi- mento e bem-estar; • Uma sociedade criativa e com sentido de cidadania. Defende-se ainda que para que Portugal seja um espaço sustentável e bem ordenado, o modelo territorial e o programa de políticas devem dar corpo às seguintes op- ções estratégicas: • Preservar o quadro natural e paisagístico, em par- ticular os recursos hídricos, a zona costeira, a flo- resta e os espaços de potencial agrícola; • Gerir e valorizar as áreas classificadas integrantes da Rede Fundamental de Conservação da Natureza; • Articular o sistema de “espaços abertos” de natu- reza ambiental e paisagística com o sistema ur- bano e as redes de infra-estruturas; • Estruturar nucleações que contrariem a tendência para a urbanização contínua ao longo da faixa lito- ral de Portugal Continental. Para que Portugal seja um território equitativo em ter- mos de desenvolvimento e bem estar, o modelo territo- rial e o programa de políticas devem dar corpo, inter alia, à seguinte opção estratégica: • Valorizar a diversidade dos territórios e a articula- ção dos centros urbanos com as áreas rurais, ga- rantindo em todo o País o acesso ao conhecimento e aos serviços colectivos e boas condições de mo- bilidade e comunicação, favorecendo a liberdade de opção por diferentes espaços e modos de vida. SeriatambémpropostoqueoPNPOTfosseimplementado em coerência com a Estratégia Nacional de Desenvolvi- mento Sustentável (ENDS), que enquadra estrategica- mente as políticas de desenvolvimento do país nos próximos anos, no sentido de “tornar Portugal num dos países mais competitivos e atractivos da União Europeia, num quadro de elevado nível de desenvolvimento econó- mico, social e ambiental e de responsabilidade social”. Ao nível do desenvolvimento Territorial de Portugal, o PNPOT centra-se na identificação de vinte e quatro INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 076 . 077
  • 11. grandes problemas a que o país deverá dar resposta nos próximos 20 anos, ou seja, no horizonte temporal do PNPOT, agrupando-os em seis domínios: 1. Recursos naturais e gestão de riscos; 2. Desenvolvimento urbano e rural; 3. Transportes, energia e alterações climáticas; 4. Competitividade dos territórios; 5. Infra-estruturas e serviços colectivos; 6. Cultura cívica, planeamento e gestão territorial. “There is a sufficiency in the world for man’s need but not for man’s greed” Mohandas K. Gandhi Estaremos? Temos estratégias e planos para o desenvol- vimento sustentável, para a conservação da Natureza e dabiodiversidadeeparaoordenamentodoterritório,entre muitas outras estratégias, planos estratégicos, planos de ordenamento, planos de acção e tantos outros planos, es- 2. RUMO A UMA ECONOMIA VERDE – PORTUGAL ESTARÁ NO BOM CAMINHO? TABELA1.RELAÇÃOENTREOSDESAFIOSDA‘ECONOMIAVERDE’,OSOB- JECTIVOSDAESTRATÉGIANACIONALPARAODESENVOLVIMENTOSUS- TENTÁVEL (ENDS), OS OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS DA ESTRATÉGIA NACIONALPARAACONSERVAÇÃODANATUREZAEDABIODIVERSIDADE (ENCNB)EOSDOMÍNIOSDOPROGRAMANACIONALDAPOLÍTICADEOR- DENAMENTO DO TERRITÓRIO (PNPOT). tratégiaseinstrumentosqueseriacompletamenteimpos- sível sequer elencá-los e caracterizá-los devidamente em menos de várias dezenas de páginas. Mas o que se pre- tendecomestetrabalhoécruzaralgunsdosprincipaisins- trumentos de desenvolvimento (idealmente, sustentável) nacional que tem como base a gestão de capital natural, nomeadamente a ENDS, a ENCNB e o PNPOT. E como é que estes instrumentos estratégicos e políticos poderão responder aos desafios da ‘Economia Verde’?
  • 12. PNPOT Domínio 1. Re- cursos naturais e gestão de riscos; Domínio 2. De- senvolvimento urbano e rural; Domínio 2. De- senvolvimento urbano e rural; Domínio 4. Com- petitividade dos territórios; Domínio 2. De- senvolvimento urbano e rural; Domínio 4. Com- petitividade dos territórios; Domí- nio 6. Cultura cí- vica, planeamento e gestão territorial Domínio 3. Transportes, energia e altera- ções climáticas; ENCNB OE1. Promover a investigação científica e o conhecimento sobre o património natural, bem como a monitorização de es- pécies, habitats e ecossistemas; OE3. Promover a valorização das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu patri- mónio natural, cultural e social; OE4. Assegurar a conservação e a valorização do património natural dos sítios e das zonas de protecção especial integrados no processo da Rede Natura 2000; OE5. Desenvolver em todo o território nacional acções específi- cas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico e dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e paleontológico; OE2. Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natu- reza e o Sistema Nacional de Áreas Classificadas, integrando neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas; OE8. Promover a educação e a formação em matéria de conservação da Natu- reza e da biodiversidade; OE9. Assegurar a informação, sensibi- lização e participação do público, bem como mobilizar e incentivar a sociedade civil; Sem relação evidente ENDS Terceiro objec- tivo: Melhor Ambiente e Va- lorização do Património. Quarto objec- tivo: Mais Equi- dade, Igualdade de Oportunidades e Coesão So- cial. Primeiro objec- tivo: Preparar Portugal para a “Sociedade do Conhecimento” Segundo objec- tivo: Cresci- mento Sustentado, Competitivi- dade à Escala Global e Efi- ciência Energé- tica. DESAFIOS DA ‘ECONO- MIA VERDE’ Valorização e investimento no capital na- tural, nomea- damente na biodiversi- dade e os serviços dos ecossistemas Mitigação e diminuição da pobreza Geração de empregos e melhoria da igualdade so- cial Substituição dos combus- tíveis fósseis por energias renováveis e tecnologias de baixa emissão de carbono INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 078 . 079
  • 13. Domínio 3. Transportes, energia e altera- ções climáticas; Domínio 2. De- senvolvimento urbano e rural; Domínio 3. Transportes, energia e altera- ções climáticas; Domínio 4. Com- petitividade dos territórios; Domí- nio 5. Infra-es- truturas e serviços colecti- vos; Domínio 6. Cultura cívica, planeamento e gestão territo- rial. Domínio 2. De- senvolvimento urbano e rural; Domínio 3. Transportes, energia e altera- ções climáticas; Domínio 4. Com- petitividade dos territórios; OE6. Promover a integração da política de conservação da Na- tureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas dife- rentes políticas sectoriais; OE7. Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local OE2. Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natu- reza e o Sistema Nacional de Áreas Classificadas, integrando neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas; OE6. Promover a integração da política de conservação da Natureza e do princí- pio da utilização sustentável dos recursos biológicos na polí- tica de ordenamento do território e nas diferentes políticas sectoriais; OE7. Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local Domínio 2. Desenvolvimento urbano e rural; Domínio 3. Trans- portes, energia e alterações climáticas; Domínio 4. Competiti- vidade dos territórios; Domínio 5. Infra-estruturas e serviços colectivos; Domínio 6. Cultura cívica, planeamento e gestão territorial. Crescimento mais rápido do que a economia ‘castanha’, en- quanto mantém e restabelece o capital natural Terceiro objectivo: Melhor Ambiente e Valorização do Patrimó- nio.; Sexto objectivo: Um Papel Activo de Portugal na Constru- ção Europeia e na Cooperação Internacional. OE6. Promover a integração da política de conservação da Na- tureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas dife- rentes políticas sectoriais; OE7. Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local; OE10. Intensificar a cooperação internacional Segundo objec- tivo: Cresci- mento Sustentado, Competitivi- dade à Escala Global e Efi- ciência Energé- tica. Quinto objec- tivo: Melhor Conectividade Internacional do País e Valo- rização Equili- brada do Território. Terceiro objec- tivo: Melhor Ambiente e Va- lorização do Património.; Sexto objec- tivo: Um Papel Activo de Por- tugal na Cons- trução Europeia e na Cooperação In- ternacional. Promoção do uso eficiente de recursos e energia Estilo de vida urbana mais sustentável e uma mobili- dade com baixa emis- são de car- bono Crescimento mais rápido do que a eco- nomia ‘casta- nha’, enquanto mantém e restabelece o capital natu- ral
  • 14. Numa perspectiva de desenvolvimento estratégico inte- grado, faria sentido correlacionar estes (e outros) ins- trumentos essencialmente políticos de forma a: 1. combinar e optimizar recursos humanos e finan- ceiros; 2. mitigar impactes ambientais e sociais negativos decorrentes dos processos de inovação e desen- volvimento económico; 3. reavaliar as prioridades de investimento no que toca ao desenvolvimento de infraestruturas e obras de grande impacte em áreas de alto valor ecológico, dentro e fora da Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP); 4. reforçar o valor social e económico do património natural e correlacionar crescimento económico com a valoração e gestão sustentável da biodiver- sidade e serviços dos ecossistemas, de forma a maximizar o valor económico das opções futuras e do legado intergeracional; 5. promover o desenvolvimento rural e urbano de forma equilibrada, não separar estas duas reali- dades, dada a dimensão reduzida do nosso territó- rio e os inúmeros factores de co-dependência especialmente ao nível da cadeia de fornecimento e ciclo de vida de produtos e serviços com base em recursos naturais; 6. identificar todos os subsídios e apoios financeiros que promovem a ‘Economia Castanha’, nomeada- mente os que reforcem a dependência de com- bustíveis fósseis e que promovam actividades económicas produtoras de emissões de gases de efeito estufa e canalizar esses subsídios e apoios financeiros para um desenvolvimento tecnológico, ambiental e socioeconómico promotor de ‘Econo- mia Verde’ 7. desenvolver uma estratégia de exportação de bens, produtos e serviços que reforcem o papel de Portugal como país ecoeficiente, responsável e inovador e acrescentem valor à economia nacio- nal, sendo para isso fundamental interligar múlti- plos mecanismos institucionais e quadros legais e regulamentares e tornar essa mesma estratégia evidente ao nível de todos os instrumentos políti- cos, estratégicos e instrumentos de planeamento e ordenamento territorial. 3. OBSERVAÇÕES FINAIS Considerando que a natureza do presente trabalho é de análise de contexto e de definição de uma problemática ainda por explorar de forma metodológica e analítica, os autores consideram que existem 3 aspectos a ter em ponderação no decurso da investigação que agora será desenvolvida com base neste artigo de ‘state of the art’: • O passo seguinte será a definição de uma metodo- logia de investigação de aquisição e análise de dados relativamente ao resultado de: a) outros es- tudos realizados no âmbito da integração da ‘Eco- nomia Verde’ nas políticas nacionais e/ou regionais e quais os resultados estratégicos e práticos que os mesmos tiveram e b) análise de nova documenta- ção produzida pela Comissão Europeia que defina como integrar os processos de ‘Economia Verde’ ao nível dos modelos económicos e de governação; • Será desenvolvido um acompanhamento rigoroso da Cimeira das Nações Unidas ‘Rio +20’ no que diz respeito ao tema da ‘Economia Verde’; • Nos primeiros seis meses após o ‘Rio +20’, será feita uma análise dos resultados da Cimeira, bem como dos documentos, protocolos, estratégias e medidas políticas a que a mesma der origem em termos de integração da ‘Economia Verde’ ao nível do planeamento territorial. INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 080 . 081
  • 15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Barbier, E.B. 2010. A Global Green New Deal: Rethinking the Econo- mic Recovery. Cambridge University Press, Cambridge, UK. Blakeley, E.J., N.J. Leigh. 2010. Planning Local Economic Develop- ment, 4th edition, Thousand Oaks: Sage Publications. CBD. 2011. Strategic Plan for Biodiversity 2011-2020, including Aichi Biodiversity Targets. http://www.cbd.int/sp/ CEC. 2006. Halting the loss of biodiversity by 2010 - and beyond. Sustaining ecosystem services for human well-being. Communica- tion from the Commission, COM(2006)216 final, 22.5.2006, Com- mission of the European Communities, Brussels. CEC. 2011. Our life insurance, our natural capital: an EU biodiversity strategy to 2020. COM(2011) 244 final. Commission of the Euro- pean Communities, Brussels. Costanza, R., d'Arge, R.; de Groot, R.; Farber, S.; Grasso, M.; Hannon, B.; Naeem, S.; Limburg, K.; Paruelo, J.; O'Neill, R.V.; Raskin, R.; Sut- ton, P. and van den Belt, M. 1997. 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  • 16. TEEB Foundations. 2010. The Economics of Ecosystems and Biodi- versity: Ecological and Economic Foundations. Kumar, P. (ed). Earthscan, London. TEEB. 2008. The economics of ecosystems and biodiversity. Euro- pean Commission, Brussels. TEEB. 2009. The economics of ecosystems and biodiversity for na- tional and international policy makers- Summary: reponding to the value of nature. European Commission, Brussels. TEEB. 2010. TEEB for Local and Regional Policy Makers. A Quick Guide to The Economics of Ecosystems and Biodiversity for Local and Regional Policy Makers. http://www.teebweb.org/LinkClick.aspx?fileticket=DIO9E4Q1zB0 %3D&tabid=1018&mid=1930 UN General Assembly. 2011. The Synthesis report on best practices and lessons learned on the objective and themes of the UNCSD, Re- port for the 2nd Preparatory Committee for the UNCSD, Rio+20 Se- cretariat, New York. http://daccess- ods.un.org/access.nsf/Get?Open&DS=A/CONF.216/PC/8&Lang=E UNCTAD. 2011. The Road to Rio+20: for a Developmentled Green Economy. UN Conference on Trade and Development, Geneva. http://www.uncsd2012.org/rio20/content/documents/1150172%20 Low%20RES.pdf UNECE/FAO. 2011. The UNECE / FAO Action Plan for the forest sec- tor in a green economy. www.unece.org/fileadmin/DAM/timber/meetings/Action_Plan_Fo- rests_and_Green_Economy_Draft_for_consultation_at_stakehol- der_meeting.pdf UNEP, 2011, Towards a Green Economy: Pathways to Sustainable Development and Poverty Eradication. ISBN: 978-92-807-3143-9. www.unep.org/greeneconomy UNEP, ILO, IOE, ITUC. 2008. Green Jobs: towards Decent Work in a Sustainable, Low-carbon World, International Labour Organization, Geneva. www.unep.org/labour_environment/features/greenjobs.asp UNESCO. 2011. From Green Economies to Green Societies. UNES- CO’s Commitment to Sustainable Development. http://www.unesco.org/new/en/bureau-of-strategicplanning/the- mes/special-programme-issues/rio-20/ United Nations Department of Economic and Social Affairs . 2009. A Global Green New Deal for Sustainable Development, Policy Brief No.12, UNDESA, New York. http://www.un.org/esa/dsd/resources/res_pdfs/publications/sdt_cc /cc_global_green_new_deal.pdf United Nations Department of Economic and Social Affairs . 2011. Objective and themes of the United Nations Conference on Sustaina- ble Development, Report of the Secretary-General for the 2nd Pre- paratory Committee for Rio+20, Rio+20 Secretariat New York. http://www.uncsd2012.org/rio20/content/documents/N1070657.pdf INTERNATIONALBUSINESSANDECONOMICSREVIEW 082 . 083