1. Smoking R$ 4.363 e camisa
sob medida (preço sob
consulta) Ricardo Almeida
| Gravata-borboleta
Bottega Veneta R$ 560 |
Abotoaduras
Ermenegildo Zegna
R$ 2.600 | Bicicleta Linus
Gaston na Spokes R$ 4.635
Grooming
Jayme Vasconcellos
(Capa MGT)
Assistente de fotografia
Rafael Luvizetto
Agradecimentos
Casa Vogue
Experience
Loja Spokes
Thomaz Srougi
EMPREENDEDORISMO
O
que aconteceria se
a cultura agressivamen-
te meritocrática da Am-
Bev colidisse com o rigor
acadêmico da Faculda-
de de Medicina da USP?
Apresentada assim, a mistura tinha tudo
para dar em um Frankenstein corporati-
vo. Na prática, gerou o Dr. Consulta, ino-
vação com maior impacto na saúde brasi-
leira desde que o país aprendeu a soletrar
em-pre-en-de-do-ris-mo. Onde mais se
encontram consultas a R$ 90? Sessões de
fisioterapia a R$ 60? Ou hemogramas a
R$ 10? Aberta há cinco anos, a companhia
sextuplicou o número de pacientes aten-
didos nos últimos 12 meses, chegando a
200 mil pessoas. Cada uma delas teve a
chance de dizer se gostou ou não do atendi-
mento, dando notas de zero a dez. A média
dos médicos é 9,5. A da enfermagem, 9,3.
“Cumprimosoobjetivo,masnãonosconsi-
deramos bem-sucedidos. Sucesso para nós
é no gerúndio”, nota Thomaz Srougi, o ex-
-AmBevquefundouelideraoDr.Consulta.
Remuneração de médico, nesse sistema,
érendavariável.“Émeritocracia,combase
em qualidade e produtividade”, diz Srougi.
Cada profissional pode checar on-line qual
é sua nota e compará-la às de seus pares a
qualquer hora do dia. A mesma lógica vale
para enfermagem e recepção. Resultado?
Quem chega a uma clínica da rede é aten-
dido, em média, em um minuto e 20 segun-
dos. No início, eram dez minutos.
ThomazéfilhodeMiguelSrougi,referên-
cia nacional em urologia e professor titular
da Faculdade de Medicina da USP. Embo-
ra tenha no pai uma influência declarada,
ele optou por outro caminho. Tentou mate-
mática, fez mestrado em políticas públicas
eMBA.Estagiouemconsultoria,foitrainee
debancoetraderderendafixaantesdeche-
gar à AmBev, onde ficou até os 29 anos. De
2007a2011,geriuumfundodeinvestimen-
to com ex-colegas. Foi quando teve a ideia
de criar uma empresa de saúde que mes-
classe os dois DNAs em questão: medicina
da USP e AmBev. De um lado, excelência
em gestão de custos, processos e talentos.
De outro, conhecimento técnico aportado
por médicos daquela escola.
Com pinta indisfarçável de atleta, Srougi
diz que, aos 39 anos, concilia três “espor-
tes” para manter a sanidade enquanto ad-
ministra o crescimento do Dr. Consulta. O
primeiro é a família: mulher, uma menina
de 1 ano e meio e um garoto de 5, que Srougi
fazquestãodelevarsemanalmenteàsaulas
de programação de software. O segundo é
a corrida, todas as manhãs. E o terceiro, o
tênis, sempre à noite.
Leigo em uma família de doutores, Tho-
maz deixou sua marca na medicina bus-
cando referências em outros ramos. O sis-
tema de agendamento de consultas, por
exemplo, é inspirado no das companhias
aéreas. A ambição, por sua vez, é de es-
cala global. Embora o Dr. Consulta ain-
da não tenha saído de São Paulo, Srougi
sonha (grande) com os Estados Unidos.
“O problema de saúde deles é tão grande
quanto o nosso, por que não ir para lá?”,
diz. Antes, porém, há trabalho de sobra a
fazer no Brasil. A meta é atender 500 mil
pessoas em 2016. Depois disso? “Bem, o
Brasil tem 150 milhões de pacientes que
dependem do SUS...”
“cumprimos
o objetivo,
mas não nos
consideramos
bem-
sucedidos.
sucesso
para nós é
no gerúndio.
nossa meta?
bem, o brasil
tem 150
milhões de
pessoas que
dependem
do sus...”
por
Alexandre
Teixeira
.
foto
Jair
Lanes
o
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Year
BRASIL
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