1. CAIO E FABIANO GULLANE
CINEMA
O
drama Que Horas Ela
Volta?recolocouoBrasilno
mapa do cinema mundial
depois de uma carreira vi-
toriosa em um punhado de
festivaisdecinemainterna-
cionais, como Locarno e Sundance, além de
garantir um público de meio milhão de pes-
soas(econtando)poraqui.SeadiretoraAnna
Muylaertéaresponsávelpelotimãodofilme,
nos bastidores foram os irmãos Caio e Fa-
biano Gullane que conduziram a produção,
quepoderenderumaindicaçãoparaoOscar.
“Ofocosemprefoiaobra,enuncaoque
vem depois”, esclarece Caio Gullane, de 42
anos,aopapearcomGQemumatardedesá-
badonaVilaMadalena,emSãoPaulo.“Nos-
so trabalho é valorizar e proteger a história
que o diretor quer contar”, completa Fabia-
no, de 44. A história da dupla no mercado é
antiga, data de 2001, quando a produtora,
fundada cinco anos antes, lançou seu pri-
meirofilme,BichodeSeteCabeças,quetrou-
xeumRodrigoSantorocomcarinhadepós-
-adolescente como protagonista.
Mais de uma década e quase 20 filmes
depois, entre ficção e documentários, para
cinema e TV, os Gullane ainda se surpre-
endem com a repercussão de QueHorasEla
Volta? no Brasil e fora. “A ideia da Anna era
iluminar uma personagem geralmente en-
caradacomocoadjuvante”,ressaltaCaio,so-
bre a empregada doméstica Val, vivida por
Regina Casé. “E é curioso observar como
o público em cada lugar, até em diferentes
países, tem uma leitura diversa da ‘luta de
classes’. Acho que há interesse porque o fil-
me toca em pontos básicos, como família e
lar... Vemos muitas interpretações.”
OsGullaneaospoucossefirmamcomo
osprodutoresmaisbem-sucedidosnoBrasil.
Oprodutoréumaespéciedecaixaderesso-
nância,oeloentreocineastaeosmeiospara
ele executar seu filme. Além de abraçar os
aspectos administrativos, como contrata-
ção dos profissionais, ele também se envol-
ve na parte criativa, da escolha do roteiro a
ser rodado até a pós-produção, o marketing
e a distribuição do longa. O pulso firme de
um bom produtor pode deixar um projeto
mais sólido – ao mesmo tempo em que pou-
ca flexibilidade pode castrar a criatividade
de um diretor. Fazer filmes, apesar de tudo,
está longe de ser ciência exata.
“Nos anos 90, tínhamos um ou dois fil-
mesporano.Aproduçãomudou,oambien-
te é outro, a distribuição é mais forte”, afir-
maFabiano.Aindaassim,odesafiodadupla
éfazercomquetodotipodecinemachegue
a todo tipo de público. “Os filmes nacionais
ainda sofrem preconceito devido ao gran-
de vazio que houve na produção”, diz Caio.
Para escolher seus projetos, os Gullane
apostam na diversidade. “Adoro Avatar,
adoroOsIntocáveis,sãofilmesdistintosque
trazemdiscussões.Cinemanãofazsentido
se a produção não for plural”, diz Fabiano.
Esseequilíbriodefilmesmaispopularescom
obras mais autorais parece formar o DNA
dosGullane.“Todomundoprecisaencontrar
seu espaço”, afirma Caio. O portfólio da
produtora divide filmes tão distintos como
a comédia AtéqueaSorte NosSepare (que já
vaiparasuasegundacontinuação),oterror
EncarnaçãodoDemônio(quemarcouavolta
de Zé do Caixão) e o experimental Tabu.
“Cinemanãopodesertese:precisaserobra”,
afirma Fabiano.”
“Adoramos
avatar,
adoramos
os intocáveis,
são filmes
distintos
que trazem
discussões.
todo mundo
precisa
encontrar
o seu espaço,
nÃo faz
sentido
se a produção
não for
plural.
cinema não
pode ser tese:
precisa
ser obra”
por
Roberto
Sadovski
.
foto
Rodrigo
Marques
Da esquerda para
a direita:
Caio veste:
smoking, camisa e
gravata-borboleta
Dolce & Gabbana
Preço sob consulta |
Relógio Montblanc
Star Classique
Automatic R$ 37.800
| Sapatos Louie
R$ 300
Fabiano veste:
smoking e gravata-
borboleta Dolce
& Gabbana Preço
sob consulta |
Camisa Hugo Boss
R$ 920 | Relógio
Breitling Transocean
Chronograph em
ouro vermelho
R$ 138.460 | Sapatos
Louie R$ 300
Da esquerda para
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GroomingGilAnderson(CapaMGMT)AssistentedefotografiaWilliamSantosAgradecimentoFARM
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5Men
of The
Year
BRASIL
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