SlideShare uma empresa Scribd logo
Psicologia Social I
Prof. Me. Eraldo Carlos Batista
Departamento de Psicologia
FAEST - Faculdade de Educação
Superior de Tangará da Serra
Tangará da Serra – MT
2018
2
O que é Gênero
3
Gênero
 Dentro da psicologia social científica, os temas de gênero
tinham pouca expressão e, no máximo, apareciam como sexo,
indicando as diferenças encontradas entre homens e mulheres;
 Gênero tem íntima afinidade com a psicologia social,
principalmente a psicologia social
4
Movimento Feminista e Gênero
5
Movimento Feminista e Gênero
 Esse movimento teve suas origens em vários acontecimentos:
 Na revolução norte-americana, quando John Stuart Mill reivindica para
as mulheres as promessas da Declaração de Independência;
 Na Revolução Francesa, com a Declaração dos Direitos da Mulher e da
Cidadã redigida por Olímpia de Gouges em 1791 (inspirada na
Declaração dos Direitos do Homem) e
 “A Reivindicação dos Direitos da Mulher” de Mary Wollstonecraft de
1792.
 Abriu-se um espaço público às mulheres no qual puderam manifestar-se,
ainda que o discurso e as práticas feministas se mantivessem calados
durante um longo tempo.
6
Movimento Feminista e Gênero
 O feminismo levou à aparição de mudanças conceituais
importantes no século XIX (trabalho assalariado, autonomia
do indivíduo civil, direito à instrução) e à presença das
mulheres na cena política.
 Durante o século XIX produziram-se constantes
reformulações e conquistas femininas que se foram
plasmando nas condutas individuais e nas coletivas, na
legislação, na arte e no pensamento.
7
Movimento Feminista e Gênero
 O pensamento e a luta pela igualdade e da realização da
igualdade para as mulheres se constitui no pilar básico do
feminismo;
 Graças ao desenvolvimento e evolução no plano conceitual e
no plano das mudanças sociais e nos comportamentos que foi
se transformando;
 Não se poder afirmar hoje que o discurso feminista
contemporâneo seja o mesmo que nos começos do século
XIX (PRÁ, 1997).
8
Sexo e Gênero
 Embora muitos autores e autoras possam utilizar os termos
sexo e gênero como sinônimos, trata-se de dois conceitos que
se referem a aspectos distintos da vida humana.
 Sexo não é gênero. Ser uma fêmea não significa ser uma
mulher. Ser um macho não significa ser um homem. Sexo diz
respeito às características fisiológicas relativas à procriação, à
reprodução biológica. A divisão sexual na reprodução já está
bem entendida.
 O sexo biológico, ou seja, as características anátomo-
fisiológicas das pessoas vêm determinada, em geral, pela
dotação cromossômica, pelas estruturas gonadais e pela
dotação hormonal.
9
Sexo e Gênero
 As diferenças sexuais são encontradas em todos os
mamíferos.
 Os seres humanos têm diferenças sexuais, mas, de maneira
semelhante a todos os outros aspectos de diferenciação física,
elas são experienciadas simbolicamente. Nas sociedades
humanas, elas são vividas como gênero.
 Enquanto as diferenças sexuais são físicas, as diferenças de
gênero são socialmente construídas. Conceitos de gênero são
interpretações culturais das diferenças de gênero (OAKLEY,
1972).
10
Sexo e Gênero
 Gênero está relacionado às diferenças sexuais, mas não
necessariamente às diferenças fisiológicas como as vemos em
nossa sociedade;
 O gênero depende de como a sociedade vê a relação que
transforma um macho em um homem e uma fêmea em uma
mulher;
 Cada cultura tem imagens prevalecentes do que homens e
mulheres devem ser.
 O que significa ser homem? O que significa ser mulher?
Como as mulheres e os homens supostamente se relacionam
uns com os outros?
11
Sexo e Gênero
 A construção cultural do gênero é evidente quando se verifica que ser
homem ou ser mulher nem sempre supõe o mesmo em diferentes
sociedades ou em diferentes épocas.
 O movimento feminista pretendia que o uso do conceito ou categoria
gênero transformasse profundamente os paradigmas da história e de outras
disciplinas do conhecimento humano.
 Em função desses estudos, gênero passou a ser muitas vezes equiparado à
mulher, pois se debruçavam principalmente sobre a mulher e suas
contingências. Embora seja utilizado o termo gênero quando se fala de
mulheres, sempre fica claro que não se pode obter informações sobre elas
sem, ao mesmo tempo, obter informações sobre os homens.
12
Sexo e Gênero
 Assim, para conhecer-se como são as mulheres, socialmente construídas,
faz-se necessário saber sobre os homens, socialmente construídos.
 É imprescindível conhecer a história do desenvolvimento de ambos os
gêneros, assim como é importante estudar todas as classes para
compreender o significado e alcance da história de como funcionou e
funciona a ordem social ou para promover sua transformação.
 Os estudos de gênero são importantes na psicologia, na antropologia, na
sociologia, na história. O conceito de gênero abre uma brecha no
conhecimento sobre a mulher e o homem, na qual torna possível uma
compreensão renovadora e transformadora de suas diferenças e
desigualdades.
13
Sexo e Gênero
 O conceito de gênero deve estar presente quando estudamos
desenvolvimento, trabalho, escola, família, personalidade, identidade,
grupos, sociedade, cultura. Isto é particularmente central na psicologia
social de cunho histórico-crítico, pois a análise e o estudo das situações e
condições sociais geradoras de desigualdade.
14
A questão da hierarquia de
gênero
 A hierarquia de gênero descreve uma situação na qual o poder e o controle
social sobre o trabalho, os recursos e os produtos, são associados à
masculinidade (GAILEY, 1987).
 O patriarcado é uma forma de hierarquia, em que os homens detêm o
poder e as mulheres são subordinadas. Numa sociedade patriarcal, a
autoridade social efetiva sobre as mulheres é exercida através dos papéis
de pai e de marido.
 Sob as condições patriarcais, as mulheres às vezes exercem autoridade
através do papel de mãe em oposição aos outros papéis familiares, tais
como esposa, filha, irmã, ou tia.
15
A questão da hierarquia de
gênero
 O poder social agora é identificado com atributos considerados como
masculinos. Pessoas do sexo masculino ou feminino podem desempenhar
papéis, através dos quais o poder pode ser exercitado, mas eles
permanecem como papéis masculinos.
 Em virtude de serem simbolicamente masculinos, a discriminação contra
as mulheres gerada por esses papéis recebe reforço ideológico.
 Todas as sociedades explicam as hierarquias sociais através de origens
divinas, de costumes ou naturais para as hierarquias sociais.
16
A questão da hierarquia de
gênero
 Em nossa sociedade ocidental, esta tendência pode ser vista nas crenças
disseminadas de que os recursos têm sido escassos desde a aurora da
existência humana; que a inteligência é herdada e pode ser medida
acuradamente; e que, embora a discriminação racial e sexual possa ser
objetada, ela está baseada em inferioridade e superioridade naturais.
 Essas noções têm um paralelo nas religiões que apresentam razões de
ordem divina para a existência de desigualdades de raça e sexo (WOLF &
GRAY, citado por GAILEY, 1987).
 Muitas pessoas assumem que os homens são naturalmente mais
agressivos. As mulheres são encorajadas, às vezes, a desenvolver a
assertividade, mas os homens são incentivados a canalizar o que é visto
como um recurso natural, possivelmente ligado ao cromossomo Y.
17
A questão da hierarquia de
gênero
 Algumas teorias alternativas argumentam que homens e mulheres são
basicamente semelhantes, ao menos com respeito a seus potenciais
intelectuais e emocionais. Nesta visão, as diferenças entre mulheres e
homens refletem fatores culturais, ou seja, espera-se que homens sejam de
uma maneira e mulheres sejam de outra (OAKLEY, 1972).
 Se a subordinação política e econômica é um fenômeno cultural, nossa
tarefa é buscar uma explicação histórica ou cultural para a situação das
mulheres e dos homens em todas as sociedades.
 A posição de gênero é um dos eixos essenciais para a manutenção do
poder na hierarquia social, que é essencialmente masculina no seu topo e
tem estratégias de fragmentação (por classes, por idades, por grupos ou
culturas minoritárias).
18
Variações em gênero através
das culturas
 Os estudos de gênero nos mostram uma tremenda variedade de culturas no
mundo. Em algumas sociedades, a divisão do trabalho por gênero é uma
das maneiras-chave sobre as quais a atividade econômica está organizada.
 Em outras, a divisão do trabalho por gênero é encontrada primariamente
na esfera doméstica.
 As diferenças entre sociedades onde o gênero é central à produção
econômica e aquelas onde é secundário se refletem nas diferenças em
todas as estruturas de autoridade.
19
Teorias sobre a hierarquia de
gênero
 Algumas teorias dizem que as mulheres sempre estiveram subordinadas
aos homens desde a origem da humanidade. Isso teria se dado em função
de sua inerente passividade, sua fraqueza física ou sua incapacidade de
funcionar como uma igual devido às demandas da procriação.
 Entre essas teorias, encontramos as abaixo relacionadas e que, embora
proponham a existência de um patriarcado primordial como fator de
semelhança em todas, não apresentam muito mais em comum.
 O homem caçador: subordinação baseada nas origens humanas
20
Teorias sobre a hierarquia de
gênero
 Algumas teorias dizem que as mulheres sempre estiveram subordinadas
aos homens desde a origem da humanidade. Isso teria se dado em função
de sua inerente passividade, sua fraqueza física ou sua incapacidade de
funcionar como uma igual devido às demandas da procriação.
 Entre essas teorias, encontramos as abaixo relacionadas e que, embora
proponham a existência de um patriarcado primordial como fator de
semelhança em todas, não apresentam muito mais em comum.
 O homem caçador: subordinação baseada nas origens humanas

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Gênero.ppt

Relações de genero e divers sexual
Relações de genero e divers sexualRelações de genero e divers sexual
Relações de genero e divers sexual
Flávia Cunha Lima
 
Lamas, 1999 os conflitos e desafios do novo paradgma
Lamas, 1999   os conflitos e desafios do novo paradgmaLamas, 1999   os conflitos e desafios do novo paradgma
Lamas, 1999 os conflitos e desafios do novo paradgma
Florêncio M. Costa Jr
 
281960 ideologia degenero_perigose_alcances_conferenciaepiscopalperuana
281960 ideologia degenero_perigose_alcances_conferenciaepiscopalperuana281960 ideologia degenero_perigose_alcances_conferenciaepiscopalperuana
281960 ideologia degenero_perigose_alcances_conferenciaepiscopalperuana
Emerson de Oliveira
 
Desigualdade De GéNero
Desigualdade De GéNeroDesigualdade De GéNero
Desigualdade De GéNero
guestf0ccd3
 
Aula 6 adolescência e relações de gênero
Aula 6   adolescência e relações de gêneroAula 6   adolescência e relações de gênero
Aula 6 adolescência e relações de gênero
ariadnemonitoria
 

Semelhante a Gênero.ppt (20)

O que é sexo
O que é sexoO que é sexo
O que é sexo
 
O conceito de gênero e as relações de gêneros
O conceito de gênero e as relações de gênerosO conceito de gênero e as relações de gêneros
O conceito de gênero e as relações de gêneros
 
Relações de genero e divers sexual
Relações de genero e divers sexualRelações de genero e divers sexual
Relações de genero e divers sexual
 
Lamas, 1999 os conflitos e desafios do novo paradgma
Lamas, 1999   os conflitos e desafios do novo paradgmaLamas, 1999   os conflitos e desafios do novo paradgma
Lamas, 1999 os conflitos e desafios do novo paradgma
 
Seminário novas configurações familiares
Seminário novas configurações familiaresSeminário novas configurações familiares
Seminário novas configurações familiares
 
281960 ideologia degenero_perigose_alcances_conferenciaepiscopalperuana
281960 ideologia degenero_perigose_alcances_conferenciaepiscopalperuana281960 ideologia degenero_perigose_alcances_conferenciaepiscopalperuana
281960 ideologia degenero_perigose_alcances_conferenciaepiscopalperuana
 
Masculinidades - Mariana Ghetler
Masculinidades - Mariana GhetlerMasculinidades - Mariana Ghetler
Masculinidades - Mariana Ghetler
 
Sexualidade
SexualidadeSexualidade
Sexualidade
 
BRB - Curso ead pro equidade raça e genero
BRB - Curso ead pro equidade raça e generoBRB - Curso ead pro equidade raça e genero
BRB - Curso ead pro equidade raça e genero
 
Desigualdade De GéNero
Desigualdade De GéNeroDesigualdade De GéNero
Desigualdade De GéNero
 
Aula 6 adolescência e relações de gênero
Aula 6   adolescência e relações de gêneroAula 6   adolescência e relações de gênero
Aula 6 adolescência e relações de gênero
 
Gênero inicialppt
Gênero   inicialpptGênero   inicialppt
Gênero inicialppt
 
Gênero inicialppt
Gênero   inicialpptGênero   inicialppt
Gênero inicialppt
 
9704 3
9704 39704 3
9704 3
 
Questões de Gênero.pdf
Questões de Gênero.pdfQuestões de Gênero.pdf
Questões de Gênero.pdf
 
Identidade de gênero e orientação sexual.
Identidade de gênero e orientação sexual.Identidade de gênero e orientação sexual.
Identidade de gênero e orientação sexual.
 
Gênero e Sexualidade
Gênero e Sexualidade Gênero e Sexualidade
Gênero e Sexualidade
 
5 gênero e identidade
5 gênero e identidade  5 gênero e identidade
5 gênero e identidade
 
Genero sexualidade e educacao uma visao pos estruturalista
Genero sexualidade e educacao   uma visao pos estruturalistaGenero sexualidade e educacao   uma visao pos estruturalista
Genero sexualidade e educacao uma visao pos estruturalista
 
Genero
GeneroGenero
Genero
 

Último

GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
rarakey779
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
AndriaNascimento27
 
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
luanakranz
 

Último (20)

Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
 
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdfTesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
 
Apresentação sobre as etapas do desenvolvimento infantil
Apresentação sobre as etapas do desenvolvimento infantilApresentação sobre as etapas do desenvolvimento infantil
Apresentação sobre as etapas do desenvolvimento infantil
 
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdfManual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
 
Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40
 
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdfEvangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
Evangelismo e Missões Contemporânea Cristã.pdf
 
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxSlides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
 
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao AssédioApresentação Formação em Prevenção ao Assédio
Apresentação Formação em Prevenção ao Assédio
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
 
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio VicentinoHistória do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
 
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadessDesastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
 
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
 

Gênero.ppt

  • 1. Psicologia Social I Prof. Me. Eraldo Carlos Batista Departamento de Psicologia FAEST - Faculdade de Educação Superior de Tangará da Serra Tangará da Serra – MT 2018
  • 2. 2 O que é Gênero
  • 3. 3 Gênero  Dentro da psicologia social científica, os temas de gênero tinham pouca expressão e, no máximo, apareciam como sexo, indicando as diferenças encontradas entre homens e mulheres;  Gênero tem íntima afinidade com a psicologia social, principalmente a psicologia social
  • 5. 5 Movimento Feminista e Gênero  Esse movimento teve suas origens em vários acontecimentos:  Na revolução norte-americana, quando John Stuart Mill reivindica para as mulheres as promessas da Declaração de Independência;  Na Revolução Francesa, com a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã redigida por Olímpia de Gouges em 1791 (inspirada na Declaração dos Direitos do Homem) e  “A Reivindicação dos Direitos da Mulher” de Mary Wollstonecraft de 1792.  Abriu-se um espaço público às mulheres no qual puderam manifestar-se, ainda que o discurso e as práticas feministas se mantivessem calados durante um longo tempo.
  • 6. 6 Movimento Feminista e Gênero  O feminismo levou à aparição de mudanças conceituais importantes no século XIX (trabalho assalariado, autonomia do indivíduo civil, direito à instrução) e à presença das mulheres na cena política.  Durante o século XIX produziram-se constantes reformulações e conquistas femininas que se foram plasmando nas condutas individuais e nas coletivas, na legislação, na arte e no pensamento.
  • 7. 7 Movimento Feminista e Gênero  O pensamento e a luta pela igualdade e da realização da igualdade para as mulheres se constitui no pilar básico do feminismo;  Graças ao desenvolvimento e evolução no plano conceitual e no plano das mudanças sociais e nos comportamentos que foi se transformando;  Não se poder afirmar hoje que o discurso feminista contemporâneo seja o mesmo que nos começos do século XIX (PRÁ, 1997).
  • 8. 8 Sexo e Gênero  Embora muitos autores e autoras possam utilizar os termos sexo e gênero como sinônimos, trata-se de dois conceitos que se referem a aspectos distintos da vida humana.  Sexo não é gênero. Ser uma fêmea não significa ser uma mulher. Ser um macho não significa ser um homem. Sexo diz respeito às características fisiológicas relativas à procriação, à reprodução biológica. A divisão sexual na reprodução já está bem entendida.  O sexo biológico, ou seja, as características anátomo- fisiológicas das pessoas vêm determinada, em geral, pela dotação cromossômica, pelas estruturas gonadais e pela dotação hormonal.
  • 9. 9 Sexo e Gênero  As diferenças sexuais são encontradas em todos os mamíferos.  Os seres humanos têm diferenças sexuais, mas, de maneira semelhante a todos os outros aspectos de diferenciação física, elas são experienciadas simbolicamente. Nas sociedades humanas, elas são vividas como gênero.  Enquanto as diferenças sexuais são físicas, as diferenças de gênero são socialmente construídas. Conceitos de gênero são interpretações culturais das diferenças de gênero (OAKLEY, 1972).
  • 10. 10 Sexo e Gênero  Gênero está relacionado às diferenças sexuais, mas não necessariamente às diferenças fisiológicas como as vemos em nossa sociedade;  O gênero depende de como a sociedade vê a relação que transforma um macho em um homem e uma fêmea em uma mulher;  Cada cultura tem imagens prevalecentes do que homens e mulheres devem ser.  O que significa ser homem? O que significa ser mulher? Como as mulheres e os homens supostamente se relacionam uns com os outros?
  • 11. 11 Sexo e Gênero  A construção cultural do gênero é evidente quando se verifica que ser homem ou ser mulher nem sempre supõe o mesmo em diferentes sociedades ou em diferentes épocas.  O movimento feminista pretendia que o uso do conceito ou categoria gênero transformasse profundamente os paradigmas da história e de outras disciplinas do conhecimento humano.  Em função desses estudos, gênero passou a ser muitas vezes equiparado à mulher, pois se debruçavam principalmente sobre a mulher e suas contingências. Embora seja utilizado o termo gênero quando se fala de mulheres, sempre fica claro que não se pode obter informações sobre elas sem, ao mesmo tempo, obter informações sobre os homens.
  • 12. 12 Sexo e Gênero  Assim, para conhecer-se como são as mulheres, socialmente construídas, faz-se necessário saber sobre os homens, socialmente construídos.  É imprescindível conhecer a história do desenvolvimento de ambos os gêneros, assim como é importante estudar todas as classes para compreender o significado e alcance da história de como funcionou e funciona a ordem social ou para promover sua transformação.  Os estudos de gênero são importantes na psicologia, na antropologia, na sociologia, na história. O conceito de gênero abre uma brecha no conhecimento sobre a mulher e o homem, na qual torna possível uma compreensão renovadora e transformadora de suas diferenças e desigualdades.
  • 13. 13 Sexo e Gênero  O conceito de gênero deve estar presente quando estudamos desenvolvimento, trabalho, escola, família, personalidade, identidade, grupos, sociedade, cultura. Isto é particularmente central na psicologia social de cunho histórico-crítico, pois a análise e o estudo das situações e condições sociais geradoras de desigualdade.
  • 14. 14 A questão da hierarquia de gênero  A hierarquia de gênero descreve uma situação na qual o poder e o controle social sobre o trabalho, os recursos e os produtos, são associados à masculinidade (GAILEY, 1987).  O patriarcado é uma forma de hierarquia, em que os homens detêm o poder e as mulheres são subordinadas. Numa sociedade patriarcal, a autoridade social efetiva sobre as mulheres é exercida através dos papéis de pai e de marido.  Sob as condições patriarcais, as mulheres às vezes exercem autoridade através do papel de mãe em oposição aos outros papéis familiares, tais como esposa, filha, irmã, ou tia.
  • 15. 15 A questão da hierarquia de gênero  O poder social agora é identificado com atributos considerados como masculinos. Pessoas do sexo masculino ou feminino podem desempenhar papéis, através dos quais o poder pode ser exercitado, mas eles permanecem como papéis masculinos.  Em virtude de serem simbolicamente masculinos, a discriminação contra as mulheres gerada por esses papéis recebe reforço ideológico.  Todas as sociedades explicam as hierarquias sociais através de origens divinas, de costumes ou naturais para as hierarquias sociais.
  • 16. 16 A questão da hierarquia de gênero  Em nossa sociedade ocidental, esta tendência pode ser vista nas crenças disseminadas de que os recursos têm sido escassos desde a aurora da existência humana; que a inteligência é herdada e pode ser medida acuradamente; e que, embora a discriminação racial e sexual possa ser objetada, ela está baseada em inferioridade e superioridade naturais.  Essas noções têm um paralelo nas religiões que apresentam razões de ordem divina para a existência de desigualdades de raça e sexo (WOLF & GRAY, citado por GAILEY, 1987).  Muitas pessoas assumem que os homens são naturalmente mais agressivos. As mulheres são encorajadas, às vezes, a desenvolver a assertividade, mas os homens são incentivados a canalizar o que é visto como um recurso natural, possivelmente ligado ao cromossomo Y.
  • 17. 17 A questão da hierarquia de gênero  Algumas teorias alternativas argumentam que homens e mulheres são basicamente semelhantes, ao menos com respeito a seus potenciais intelectuais e emocionais. Nesta visão, as diferenças entre mulheres e homens refletem fatores culturais, ou seja, espera-se que homens sejam de uma maneira e mulheres sejam de outra (OAKLEY, 1972).  Se a subordinação política e econômica é um fenômeno cultural, nossa tarefa é buscar uma explicação histórica ou cultural para a situação das mulheres e dos homens em todas as sociedades.  A posição de gênero é um dos eixos essenciais para a manutenção do poder na hierarquia social, que é essencialmente masculina no seu topo e tem estratégias de fragmentação (por classes, por idades, por grupos ou culturas minoritárias).
  • 18. 18 Variações em gênero através das culturas  Os estudos de gênero nos mostram uma tremenda variedade de culturas no mundo. Em algumas sociedades, a divisão do trabalho por gênero é uma das maneiras-chave sobre as quais a atividade econômica está organizada.  Em outras, a divisão do trabalho por gênero é encontrada primariamente na esfera doméstica.  As diferenças entre sociedades onde o gênero é central à produção econômica e aquelas onde é secundário se refletem nas diferenças em todas as estruturas de autoridade.
  • 19. 19 Teorias sobre a hierarquia de gênero  Algumas teorias dizem que as mulheres sempre estiveram subordinadas aos homens desde a origem da humanidade. Isso teria se dado em função de sua inerente passividade, sua fraqueza física ou sua incapacidade de funcionar como uma igual devido às demandas da procriação.  Entre essas teorias, encontramos as abaixo relacionadas e que, embora proponham a existência de um patriarcado primordial como fator de semelhança em todas, não apresentam muito mais em comum.  O homem caçador: subordinação baseada nas origens humanas
  • 20. 20 Teorias sobre a hierarquia de gênero  Algumas teorias dizem que as mulheres sempre estiveram subordinadas aos homens desde a origem da humanidade. Isso teria se dado em função de sua inerente passividade, sua fraqueza física ou sua incapacidade de funcionar como uma igual devido às demandas da procriação.  Entre essas teorias, encontramos as abaixo relacionadas e que, embora proponham a existência de um patriarcado primordial como fator de semelhança em todas, não apresentam muito mais em comum.  O homem caçador: subordinação baseada nas origens humanas