O documento discute conceitos de gênero e sexo, e como eles são socialmente construídos. Aborda como o movimento feminista levou a novas perspectivas sobre gênero e desigualdades. Também analisa teorias sobre a hierarquia de gênero e como ela varia entre culturas.
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
Gênero.ppt
1. Psicologia Social I
Prof. Me. Eraldo Carlos Batista
Departamento de Psicologia
FAEST - Faculdade de Educação
Superior de Tangará da Serra
Tangará da Serra – MT
2018
3. 3
Gênero
Dentro da psicologia social científica, os temas de gênero
tinham pouca expressão e, no máximo, apareciam como sexo,
indicando as diferenças encontradas entre homens e mulheres;
Gênero tem íntima afinidade com a psicologia social,
principalmente a psicologia social
5. 5
Movimento Feminista e Gênero
Esse movimento teve suas origens em vários acontecimentos:
Na revolução norte-americana, quando John Stuart Mill reivindica para
as mulheres as promessas da Declaração de Independência;
Na Revolução Francesa, com a Declaração dos Direitos da Mulher e da
Cidadã redigida por Olímpia de Gouges em 1791 (inspirada na
Declaração dos Direitos do Homem) e
“A Reivindicação dos Direitos da Mulher” de Mary Wollstonecraft de
1792.
Abriu-se um espaço público às mulheres no qual puderam manifestar-se,
ainda que o discurso e as práticas feministas se mantivessem calados
durante um longo tempo.
6. 6
Movimento Feminista e Gênero
O feminismo levou à aparição de mudanças conceituais
importantes no século XIX (trabalho assalariado, autonomia
do indivíduo civil, direito à instrução) e à presença das
mulheres na cena política.
Durante o século XIX produziram-se constantes
reformulações e conquistas femininas que se foram
plasmando nas condutas individuais e nas coletivas, na
legislação, na arte e no pensamento.
7. 7
Movimento Feminista e Gênero
O pensamento e a luta pela igualdade e da realização da
igualdade para as mulheres se constitui no pilar básico do
feminismo;
Graças ao desenvolvimento e evolução no plano conceitual e
no plano das mudanças sociais e nos comportamentos que foi
se transformando;
Não se poder afirmar hoje que o discurso feminista
contemporâneo seja o mesmo que nos começos do século
XIX (PRÁ, 1997).
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Sexo e Gênero
Embora muitos autores e autoras possam utilizar os termos
sexo e gênero como sinônimos, trata-se de dois conceitos que
se referem a aspectos distintos da vida humana.
Sexo não é gênero. Ser uma fêmea não significa ser uma
mulher. Ser um macho não significa ser um homem. Sexo diz
respeito às características fisiológicas relativas à procriação, à
reprodução biológica. A divisão sexual na reprodução já está
bem entendida.
O sexo biológico, ou seja, as características anátomo-
fisiológicas das pessoas vêm determinada, em geral, pela
dotação cromossômica, pelas estruturas gonadais e pela
dotação hormonal.
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Sexo e Gênero
As diferenças sexuais são encontradas em todos os
mamíferos.
Os seres humanos têm diferenças sexuais, mas, de maneira
semelhante a todos os outros aspectos de diferenciação física,
elas são experienciadas simbolicamente. Nas sociedades
humanas, elas são vividas como gênero.
Enquanto as diferenças sexuais são físicas, as diferenças de
gênero são socialmente construídas. Conceitos de gênero são
interpretações culturais das diferenças de gênero (OAKLEY,
1972).
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Sexo e Gênero
Gênero está relacionado às diferenças sexuais, mas não
necessariamente às diferenças fisiológicas como as vemos em
nossa sociedade;
O gênero depende de como a sociedade vê a relação que
transforma um macho em um homem e uma fêmea em uma
mulher;
Cada cultura tem imagens prevalecentes do que homens e
mulheres devem ser.
O que significa ser homem? O que significa ser mulher?
Como as mulheres e os homens supostamente se relacionam
uns com os outros?
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Sexo e Gênero
A construção cultural do gênero é evidente quando se verifica que ser
homem ou ser mulher nem sempre supõe o mesmo em diferentes
sociedades ou em diferentes épocas.
O movimento feminista pretendia que o uso do conceito ou categoria
gênero transformasse profundamente os paradigmas da história e de outras
disciplinas do conhecimento humano.
Em função desses estudos, gênero passou a ser muitas vezes equiparado à
mulher, pois se debruçavam principalmente sobre a mulher e suas
contingências. Embora seja utilizado o termo gênero quando se fala de
mulheres, sempre fica claro que não se pode obter informações sobre elas
sem, ao mesmo tempo, obter informações sobre os homens.
12. 12
Sexo e Gênero
Assim, para conhecer-se como são as mulheres, socialmente construídas,
faz-se necessário saber sobre os homens, socialmente construídos.
É imprescindível conhecer a história do desenvolvimento de ambos os
gêneros, assim como é importante estudar todas as classes para
compreender o significado e alcance da história de como funcionou e
funciona a ordem social ou para promover sua transformação.
Os estudos de gênero são importantes na psicologia, na antropologia, na
sociologia, na história. O conceito de gênero abre uma brecha no
conhecimento sobre a mulher e o homem, na qual torna possível uma
compreensão renovadora e transformadora de suas diferenças e
desigualdades.
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Sexo e Gênero
O conceito de gênero deve estar presente quando estudamos
desenvolvimento, trabalho, escola, família, personalidade, identidade,
grupos, sociedade, cultura. Isto é particularmente central na psicologia
social de cunho histórico-crítico, pois a análise e o estudo das situações e
condições sociais geradoras de desigualdade.
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A questão da hierarquia de
gênero
A hierarquia de gênero descreve uma situação na qual o poder e o controle
social sobre o trabalho, os recursos e os produtos, são associados à
masculinidade (GAILEY, 1987).
O patriarcado é uma forma de hierarquia, em que os homens detêm o
poder e as mulheres são subordinadas. Numa sociedade patriarcal, a
autoridade social efetiva sobre as mulheres é exercida através dos papéis
de pai e de marido.
Sob as condições patriarcais, as mulheres às vezes exercem autoridade
através do papel de mãe em oposição aos outros papéis familiares, tais
como esposa, filha, irmã, ou tia.
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A questão da hierarquia de
gênero
O poder social agora é identificado com atributos considerados como
masculinos. Pessoas do sexo masculino ou feminino podem desempenhar
papéis, através dos quais o poder pode ser exercitado, mas eles
permanecem como papéis masculinos.
Em virtude de serem simbolicamente masculinos, a discriminação contra
as mulheres gerada por esses papéis recebe reforço ideológico.
Todas as sociedades explicam as hierarquias sociais através de origens
divinas, de costumes ou naturais para as hierarquias sociais.
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A questão da hierarquia de
gênero
Em nossa sociedade ocidental, esta tendência pode ser vista nas crenças
disseminadas de que os recursos têm sido escassos desde a aurora da
existência humana; que a inteligência é herdada e pode ser medida
acuradamente; e que, embora a discriminação racial e sexual possa ser
objetada, ela está baseada em inferioridade e superioridade naturais.
Essas noções têm um paralelo nas religiões que apresentam razões de
ordem divina para a existência de desigualdades de raça e sexo (WOLF &
GRAY, citado por GAILEY, 1987).
Muitas pessoas assumem que os homens são naturalmente mais
agressivos. As mulheres são encorajadas, às vezes, a desenvolver a
assertividade, mas os homens são incentivados a canalizar o que é visto
como um recurso natural, possivelmente ligado ao cromossomo Y.
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A questão da hierarquia de
gênero
Algumas teorias alternativas argumentam que homens e mulheres são
basicamente semelhantes, ao menos com respeito a seus potenciais
intelectuais e emocionais. Nesta visão, as diferenças entre mulheres e
homens refletem fatores culturais, ou seja, espera-se que homens sejam de
uma maneira e mulheres sejam de outra (OAKLEY, 1972).
Se a subordinação política e econômica é um fenômeno cultural, nossa
tarefa é buscar uma explicação histórica ou cultural para a situação das
mulheres e dos homens em todas as sociedades.
A posição de gênero é um dos eixos essenciais para a manutenção do
poder na hierarquia social, que é essencialmente masculina no seu topo e
tem estratégias de fragmentação (por classes, por idades, por grupos ou
culturas minoritárias).
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Variações em gênero através
das culturas
Os estudos de gênero nos mostram uma tremenda variedade de culturas no
mundo. Em algumas sociedades, a divisão do trabalho por gênero é uma
das maneiras-chave sobre as quais a atividade econômica está organizada.
Em outras, a divisão do trabalho por gênero é encontrada primariamente
na esfera doméstica.
As diferenças entre sociedades onde o gênero é central à produção
econômica e aquelas onde é secundário se refletem nas diferenças em
todas as estruturas de autoridade.
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Teorias sobre a hierarquia de
gênero
Algumas teorias dizem que as mulheres sempre estiveram subordinadas
aos homens desde a origem da humanidade. Isso teria se dado em função
de sua inerente passividade, sua fraqueza física ou sua incapacidade de
funcionar como uma igual devido às demandas da procriação.
Entre essas teorias, encontramos as abaixo relacionadas e que, embora
proponham a existência de um patriarcado primordial como fator de
semelhança em todas, não apresentam muito mais em comum.
O homem caçador: subordinação baseada nas origens humanas
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Teorias sobre a hierarquia de
gênero
Algumas teorias dizem que as mulheres sempre estiveram subordinadas
aos homens desde a origem da humanidade. Isso teria se dado em função
de sua inerente passividade, sua fraqueza física ou sua incapacidade de
funcionar como uma igual devido às demandas da procriação.
Entre essas teorias, encontramos as abaixo relacionadas e que, embora
proponham a existência de um patriarcado primordial como fator de
semelhança em todas, não apresentam muito mais em comum.
O homem caçador: subordinação baseada nas origens humanas