1. Gerenciamento de Riscos – Conceitos Básicos
Antonio Fernando Navarro
O Gerenciamento de Riscos (Risk Management) é um conjunto de técnicas de abordagem, com vistas
à análise qualitativa e quantitativa dos eventos, por meio das quais busca-se identificar, avaliar e
tratar os riscos que sejam emergenciais e/ou latentes, capazes de provocar perdas financeiras,
pessoais, patrimoniais e de responsabilidades civis.
As técnicas de Gerenciamento de Riscos, quando bem empregadas transformam-se em um elemento
de antecipação ou de previsão de um cenário de perdas futuras.
O processo de avaliação de riscos, ou o conjunto de métodos empregados no Gerenciamento de
Riscos possibilita o surgimento de meios de identificação e análise prematura que atenuam as perdas
ameaçadoras dos patrimônios das empresas, reduzindo suas severidades ou gravidades, através da
eliminação dos riscos ou do controle dos eventos e de suas consequências.
Pela amplitude de sua área de atuação a Gerência de Riscos não é uma técnica exata, mas sim de
aproximação. Não é uma técnica ou um conjunto de procedimentos que defina de modo preciso:
ocorrerá um incêndio a cada 200 dias de operação daquele equipamento; mas sim, e tão somente que,
dentre uma amostra de 2.000 equipamentos existentes em um empreendimento industrial poderá
ocorrer um incêndio.
2. A função do Gerenciamento de Riscos é a de reduzir perdas e minimizar os seus efeitos.
O gerenciamento de riscos é um contínuo processo de busca de defeitos, ou de quase-defeitos, com
vistas à sua prevenção. Esses defeitos são chamados riscos.
Risco é uma chance de perda e provavelmente, o mais importante degrau no processo de
identificação e gerenciamento das perdas.
A qualificação é a identificação do tipo de risco ou da qualidade, se é que podemos assim dizer à
respeito das características dos eventos que podem surgir.
Trata-se de um risco de incêndio, ou de um risco de explosão, ou de um risco de danos elétricos, etc..
A quantificação é a determinação do valor da perda, expressa em percentual do valor dos bens ou
em valores absolutos, ou do tamanho do prejuízo a se verificar no futuro.
O risco, se ocorrer, poderá gerar uma perda que irá afetar 48% do patrimônio da indústria. A perda
potencial é de cerca de $ 500,000.
A Gerência de Riscos surgiu como técnica nos Estados Unidos, no ano de 1963, com a publicação do
livro Risk Management in the Business Enterprise, de Robert Mehr e Bob Hedges. Seguramente uma
das fontes de consulta ou de inspiração dos autores foi um trabalho de Henry Fayol, divulgado na
França em 1916.
Riscos são todos os insucessos ocorridos em uma determinada fase ou época e não de todo esperados.
Encontram-se riscos em:
3. •
•
•
•
•
procedimentos cirúrgicos;
operações financeiras;
construções civis;
montagens industriais;
implantação de empreendimentos, etc.
Os riscos puros são aqueles onde há somente duas possibilidades:
perder ou não perder.
O risco, ou o evento, contra o qual se está elaborando um plano de prevenção ou de eliminação de
perdas, ou também contratando uma apólice de seguros, deverá ser:
•
•
•
•
•
futuro;
incerto;
possível;
independente da vontade das partes, e
conduzir a uma perda que possa ser mensurável.
Risco pode representar:
• o próprio segurado, o contratante do seguro, o estipulante da apólice ou o beneficiário principal;
• a atividade principal exercida no empreendimento industrial;
• uma edificação segurada ou um bem segurado;
4. • eventos que possam atingir o patrimônio acobertado por uma apólice;
• ramos ou modalidades de seguros (seguro incêndio - risco de incêndio, seguro de transportes - risco
de transportes, seguros de engenharia - riscos de engenharia, seguro de vida - riscos de vida, e
outros seguros e riscos.).
A Gerência de Riscos, enquanto ciência ocupa-se de uma série de atividades, todas elas voltadas para
a gerência ou a administração de riscos, ou de eventos que possam vir a causar perdas ou danos,
envolvendo:
•
•
•
•
•
PRODUÇÃO
PROCESSOS
PATRIMÔNIOS
PESSOAS
FINANÇAS
Nos riscos especulativos há possibilidade, além da perda ou da não perda, do ganho.
Riscos voluntários: aqueles incorridos conscientemente pela empresa ou por seus funcionários.
Riscos acidentais: riscos ocorridos sem que tenha havido contribuição voluntária para tal. O
desabamento de um prédio, o alagamento de um pátio de estocagem são riscos acidentais.
Riscos aleatórios: eventos ocorridos sem a participação humana, tais como: terremotos, tremores de
terra naturais, vendavais, furacões, enchentes, inundações.
5. Riscos Dinâmicos: derivados da atividade financeira especulativa. O risco do sucesso de um
lançamento imobiliário é um risco dinâmico, da mesma forma que o lançamento de um novo produto
no mercado consumidor.
Riscos Estáticos: aqueles em que a efetivação do evento pode ou deve pressupor uma perda ou uma
redução do patrimônio humano ou material da empresa.
Confiabilidade: probabilidade de um sistema ou algum de seus componentes vir a desempenhar
satisfatoriamente as funções a ele atribuída em projeto, dentro de condições normais de utilização e
operação. A não confiabilidade, ou o insucesso, é denominada de probabilidade de falha.
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS
Identificação: Elaboração de um desenho com o emprego de lapiseira
Subsistema : Grafite
Risco
Causa
Efeito
Cat.
Medidas Preventivas
Risco
Emprego de
Papel rasgado e
Rasgo no
Empregar um grafite mais macio
grafite muito
desenho
III
papel
ou um papel mais resistente
duro
inutilizado
Emprego de
Desenho
Borrão no
Empregar um grafite menos
grafite muito
borrado e papel
III
desenho
macio ou um papel mais liso
macio
manchado
6. Check List: método é de caráter geral, com abordagens qualitativas, ou seja, diagnostica situações
de riscos a partir de certo cenário, avaliado por intermédio de perguntas previamente estabelecidas.
What if: método qualitativo, ou seja, um método que permite se chegar ao tipo e ao tamanho de
risco que se tem empregado em discussões de caráter geral acerca de um sistema, empregado
normalmente para a abordagem.
Técnica de Incidentes Críticos: técnica operacional qualitativa, que busca obter informações
relevantes acerca de incidentes ocorridos durante determinada fase ou período, relatadas por
testemunhas que os vivenciaram.
⇒Que tipo de acidente pode ocorrer com o equipamento?
• Como?
• Em que circunstâncias?
• Qual foi o resultado?
• Como foi controlado?
• Houve uma extensão dos danos a outros equipamentos ou instalações?
• Quanto tempo durou a paralisação?
• A reposição das perdas foi imediata?
⇒Já ocorreu algum tipo de paralisação?
• De que ordem?
7. •
•
•
•
•
•
Quanto tempo a máquina ficou parada?
Houve parada de produção?
Quantos acidentes ocorreram?
Em que época?
Com que freqüência?
Quais foram os tipos de danos verificados e de que ordem?
⇒Quantas horas os equipamentos ficaram parados?
• Qual ou quais foram as razões dessas paralisações?
• Como se deu o reinicio das operações?
• Quais foram as medidas tomadas durante a paralisação e após o reinicio das atividades?
Análise Preliminar de Riscos (APR) - técnica de inspeção desenvolvida com o objetivo de se obter
análise abrangente, dos possíveis riscos, suas causas, conseqüências advindas com a sua
materialização, medidas corretivas ou preditivas empregadas
Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) - método de análise detalhada, gerando resultados
qualitativos e quantitativos, ou seja, identifica o risco ao mesmo tempo em que o mensura. A AMFE
permite a análise das falhas dos equipamentos, dos componentes e dos sistemas com estimativas de
freqüência de ocorrências (taxa de falhas) e a determinação dos efeitos ou conseqüências dessas
mesmas falhas.
8. Descrição
FASE
Função
Painel de ali Operaç Controla
menta ção ão
o funcio
elétri
ca normal namento
PUE 8
do com
pressor
de CO2
FMEA - UNIDADE DE CARBONATAÇÃO
Modo
Efeitos
Método de
Clas
de
Causa
Local Próximi Sistema detecção
se
Falha
nível
de falha
Desli
Vasame Atuação
gamen nto de da prote
to do cor rente ção
painel
Desliga Parada Visual no 2
da uni painel de
mento
controle
do com dade
pressor
Falha a
cidental Atuação Desliga
da prote mento
do com
ção
pressor
Desliga
men to Não há Parada
da uni
pro posi forneci
mento de dade
tal
ener gia
Curto
circuito Não há Parada
da
forneci
mento de unidade
energia
Medidas
Compensa
tórias
Revisão
dos dispo
sitivos de
proteção
Parada Visual no 2
da uni painel de
dade
controle
Revisão
dos dispo
sitivos de
proteção
3
Parada Supervi
da
fá são, con
trole e ma
brica
nutenção
Supervisão
Parada
da
fábrica
3
Revisão
dos dispo
sitivos de
proteção
Controle