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Centro de Formação Profissional de Évora
Técnico de Maquinação CNC
UFCD [5851]
Moldes, Gabaritos e Estaleiros na Indústria Aeronáutica
GD&T – Dimensionamento Geométrico e
Tolerânciamento
Luís Miguel Lopes Romudas
13.06.2012
1
Centro de Formação Profissional de Évora
Índice
1. Introdução GD&T..............................................................................................3
2. Definição GD&T................................................................................................3
2.1 Regras Fundamentais............................................................................4
2.2 Simbologia..............................................................................................5
2.3 Normas...................................................................................................8
3. Aplicação do GD&T ao CNC: STEP-NC...........................................................8
4. Referências e Bibliografia...............................................................................10
22
Centro de Formação Profissional de Évora
1. Introdução GD&T
À medida que a tecnologia evolui, assim evolui a sua complexidade e os
padrões desejados. Há 100 anos atrás fazer um furo com 1 mm de erro era
perfeitamente admissível; hoje em dia significa o fabrico de uma peça nova e
o descarte daquela. No seguimento desta linha de pensamento evoluiu
também a forma como se executam os projectos de mecânica e como se
comunicam os parâmetros desejados de forma e funcionalidade a quem vai
participar na execução do projecto ou na inspecção do produto final. Além
das famigeradas cotas dimensionais, que não dão mais que pequenas
informações sobre uma porção do produto, foi necessário criar uma
simbologia que mostrasse também que erros são aceitáveis, tanto nas
dimensões como na geometria e na funcionalidade desse produto; que
elucidasse, por exemplo, que o furo A nunca pode distar do furo B e C mais
que N milímetros além da distância projectada e que a sua circularidade
pode variar em 5 décimas de milímetro. Foi da complexidade e exigência
crescente dos componentes fabricados que nasceu a necessidade, e dessa
necessidade nasceu o GD&T que desde a Segunda Guerra Mundial
uniformiza a forma como se comunicam as variações permitidas num
projecto de mecânica.
2. Definição GD&T
O acrónimo GD&T vem do inglês Geometrical Dimensioning and
Tolerancing, em português Dimensionamento e Toleranciamento
Geométrico, e é um sistema de símbolos que especificam as tolerâncias
geométricas e dimensionais de um dado produto.
Imagem: Exemplo da aplicação de GD&T
33
Centro de Formação Profissional de Évora
É parte integrante de um projecto de engenharia mecânica e assegura que
todas as informações necessárias à conformidade da peça - no âmbito
geométrico, claro – são distribuídas pelos vários processos de fabrico e
controlos de qualidade. Ou, por outras palavras, o GD&T é a descrição
pormenorizada dos requisitos geométricos do fabrico e montagem de um
componente e o seu propósito é assegurar que as variações permitidas
conduzem ao fabrico de uma peça que possui a forma e dimensões
desejadas e que funcione devidamente, evitando no caminho que se
descartem peças conformes através da interpretação limitada das
referências cartesianas.
2.1 Regras Fundamentais
Existe uma série de regras que regulam a correcta aplicação do GD&T e lhe
conferem um carácter padronizado. Apesar de serem praticamente
transversais a todas as normas internacionais há sempre ligeiras variações
entre elas.
• Todas as dimensões têm que ter uma tolerância. Se qualquer
característica numa peça fabricada está sujeita a variação, então os
limites da variação permitida têm de ser especificados. As únicas
excepções são para dimensões marcadas com máximo, mínimo,
material em bruto ou referência;
• O dimensionamento e o toleranciamento têm que definir
completamente a geometria nominal e a variação permitida. A
medição e o dimensionamento do desenho são proibidos, excepto em
certos casos;
• Os desenhos de engenharia definem os requisitos das peças
acabadas. Qualquer dimensão ou tolerância necessária à definição da
peça acabada deve constar no desenho. Dimensões e tolerâncias
adicionais que sejam úteis mas não requeridas podem constar como
referência;
• As dimensões têm que ser aplicadas às características e dispostas de
forma a evidenciar a função dessas características;
• Descrições dos processos de fabrico devem ser evitadas. A geometria
deve ser representada sem definir explicitamente o método de fabrico;
• Se alguns tamanhos são exigidos durante o processo de fabrico mas
não na geometria final – devido a encolhimento ou outras causas -
devem ser marcados como não-obrigatórios;
44
Centro de Formação Profissional de Évora
• Todas as cotas dimensionais e tolerâncias devem ser dispostas de
forma a facilitar ao máximo a leitura e devem ser aplicadas a linhas
visíveis de perfis reais;
• Quando a geometria é controlada por tamanhos de calibres ou por
códigos as dimensões devem ter por baixo ou a seguir o calibre ou o
código entre parênteses;
• Ângulos de 90º são inferidos quando linhas são mostradas em
ângulos rectos mas nenhuma dimensão é explicitamente mostrada
(aplica-se também a ângulos ortogonais de 0º, 180º, 270º, etc);
• As dimensões e tolerâncias são válidas a 20ºC e 101.3 kPa, a não ser
que seja referida outra situação;
• A menos que seja referido, as dimensões e tolerâncias são válidas
quando o produto está num estado livre;
• As dimensões e tolerâncias aplicam-se a todo o comprimento, largura
e profundidade de uma característica, incluindo variações de forma;
• As dimensões e tolerâncias só se aplicam na zona do desenho onde
estão especificadas. Não é obrigatório que se apliquem noutros níveis
do desenho a menos que se repitam nos níveis mais elevados do(s)
desenho(s).
2.2 Simbologia
Todos os símbolos surgem numa caixa de controlo que especifica a
descrição da característica, tolerância, referências datum e modificadores.
Datum
Um datum é um plano – ou linha, ou ponto, ou cilindro – teórico ideal. O
síbolo datum acima representado assinala a característica datum e a
característica de referência sob a qual devem ser feitas as medições.
Segue-se uma tabela-resumo que relaciona os principais símbolos com as
características geométricas que aferem:
5
Característica
Geométrica
Referências e
Modificadores
Tolerância e Modificadores
5
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6
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7
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Modificadores
Estado Livre
Material Mínimo (LMC)
Material Máximo (MMC)
Zona de Tolerância Projectada
Independente do Tamanho da Característica
Plano Tangente
Unilateral
2.3 Normas
Existem mais de 40 normas ISO que descrevem pormenorizadamente os
diferentes símbolos e regras aplicáveis ao GD&T e podem ser encontradas
nas ISO/TC 10 – Technical Product Documentation, ISO/TC 213 –
Dimensional and Geometrical Product Specifications and Verification e
na ISO 10303 – Industrial Automation Systems and Integration. As
normas americanas ASME (American Society of Mechanical Engineers)
revestem-se de considerável importância a nível internacional, em especial a
ASME Y14.5-2009 – Dimensioning and Tolerancing.
3. Aplicação do GD&T ao CNC: STEP-NC
STEP-NC é uma linguagem de programação CNC que substitui o tradicional
Código-G por um protocolo associativo com informações sobre dimensões e
toleranciamento geométrico.
O antigo Código-G contém apenas informações sobre os movimentos dos
eixos da máquina-ferramenta; com o STEP-NC dá-se também informação
sobre o resultado desejado da maquinação e a funcionalidade do produto
fabricado, acrescentando ainda uma enorme fluidez e elasticidade nas
transições de CAD/CAM para CNC.
88
Centro de Formação Profissional de Évora
STEP-NC Vs. Código-G Tradicional
STEP-NC Código-G
Pós-Processador obsoleto
Pós-Processador dependente do
fabricante
Maquinação inteligente e automática Perda de informação
Independente do fabricante Difícil rastreabilidade
Formato de dados uniforme
Falta de compatibilidade com
sistemas de nível superior
Correcções podem ser feitas já na
oficina
Correcções não podem ser feitas
em qualquer instante
Dados podem ser re-enviados para
processos CAD (Fluxo bidireccional)
Fluxo de dados unidireccional
Os padrões STEP-NC são definidos pela norma ISO 10303-238, também
conhecida como AP-238, e que é o resultado da combinação da ISO 10303
com o modelo de maquinação descrito na ISO 14649.
9
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4. Referências e Bibliografia
• Senai – Dimensionamento e Tolerância Geométrica (GD&T), 2007
• GD&T Porquê? - Gilberto Strafacci
(www.setecnet.com.br/qualidade/includes/GD&T_Porque.pdf)
• GD&T Glossary (http://www.etinews.com/gdt_glossary.html)
• Wikipedia - Geometric Dimensioning and Tolerancing
(http://en.wikipedia.org/w/index.php?oldid=498132917)
• Wikipedia – Step-NC (http://en.wikipedia.org/w/index.php?
oldid=458424421)
• Tolerância de Forma e Posição.pdf - IEFP
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  • 2. Centro de Formação Profissional de Évora Índice 1. Introdução GD&T..............................................................................................3 2. Definição GD&T................................................................................................3 2.1 Regras Fundamentais............................................................................4 2.2 Simbologia..............................................................................................5 2.3 Normas...................................................................................................8 3. Aplicação do GD&T ao CNC: STEP-NC...........................................................8 4. Referências e Bibliografia...............................................................................10 22
  • 3. Centro de Formação Profissional de Évora 1. Introdução GD&T À medida que a tecnologia evolui, assim evolui a sua complexidade e os padrões desejados. Há 100 anos atrás fazer um furo com 1 mm de erro era perfeitamente admissível; hoje em dia significa o fabrico de uma peça nova e o descarte daquela. No seguimento desta linha de pensamento evoluiu também a forma como se executam os projectos de mecânica e como se comunicam os parâmetros desejados de forma e funcionalidade a quem vai participar na execução do projecto ou na inspecção do produto final. Além das famigeradas cotas dimensionais, que não dão mais que pequenas informações sobre uma porção do produto, foi necessário criar uma simbologia que mostrasse também que erros são aceitáveis, tanto nas dimensões como na geometria e na funcionalidade desse produto; que elucidasse, por exemplo, que o furo A nunca pode distar do furo B e C mais que N milímetros além da distância projectada e que a sua circularidade pode variar em 5 décimas de milímetro. Foi da complexidade e exigência crescente dos componentes fabricados que nasceu a necessidade, e dessa necessidade nasceu o GD&T que desde a Segunda Guerra Mundial uniformiza a forma como se comunicam as variações permitidas num projecto de mecânica. 2. Definição GD&T O acrónimo GD&T vem do inglês Geometrical Dimensioning and Tolerancing, em português Dimensionamento e Toleranciamento Geométrico, e é um sistema de símbolos que especificam as tolerâncias geométricas e dimensionais de um dado produto. Imagem: Exemplo da aplicação de GD&T 33
  • 4. Centro de Formação Profissional de Évora É parte integrante de um projecto de engenharia mecânica e assegura que todas as informações necessárias à conformidade da peça - no âmbito geométrico, claro – são distribuídas pelos vários processos de fabrico e controlos de qualidade. Ou, por outras palavras, o GD&T é a descrição pormenorizada dos requisitos geométricos do fabrico e montagem de um componente e o seu propósito é assegurar que as variações permitidas conduzem ao fabrico de uma peça que possui a forma e dimensões desejadas e que funcione devidamente, evitando no caminho que se descartem peças conformes através da interpretação limitada das referências cartesianas. 2.1 Regras Fundamentais Existe uma série de regras que regulam a correcta aplicação do GD&T e lhe conferem um carácter padronizado. Apesar de serem praticamente transversais a todas as normas internacionais há sempre ligeiras variações entre elas. • Todas as dimensões têm que ter uma tolerância. Se qualquer característica numa peça fabricada está sujeita a variação, então os limites da variação permitida têm de ser especificados. As únicas excepções são para dimensões marcadas com máximo, mínimo, material em bruto ou referência; • O dimensionamento e o toleranciamento têm que definir completamente a geometria nominal e a variação permitida. A medição e o dimensionamento do desenho são proibidos, excepto em certos casos; • Os desenhos de engenharia definem os requisitos das peças acabadas. Qualquer dimensão ou tolerância necessária à definição da peça acabada deve constar no desenho. Dimensões e tolerâncias adicionais que sejam úteis mas não requeridas podem constar como referência; • As dimensões têm que ser aplicadas às características e dispostas de forma a evidenciar a função dessas características; • Descrições dos processos de fabrico devem ser evitadas. A geometria deve ser representada sem definir explicitamente o método de fabrico; • Se alguns tamanhos são exigidos durante o processo de fabrico mas não na geometria final – devido a encolhimento ou outras causas - devem ser marcados como não-obrigatórios; 44
  • 5. Centro de Formação Profissional de Évora • Todas as cotas dimensionais e tolerâncias devem ser dispostas de forma a facilitar ao máximo a leitura e devem ser aplicadas a linhas visíveis de perfis reais; • Quando a geometria é controlada por tamanhos de calibres ou por códigos as dimensões devem ter por baixo ou a seguir o calibre ou o código entre parênteses; • Ângulos de 90º são inferidos quando linhas são mostradas em ângulos rectos mas nenhuma dimensão é explicitamente mostrada (aplica-se também a ângulos ortogonais de 0º, 180º, 270º, etc); • As dimensões e tolerâncias são válidas a 20ºC e 101.3 kPa, a não ser que seja referida outra situação; • A menos que seja referido, as dimensões e tolerâncias são válidas quando o produto está num estado livre; • As dimensões e tolerâncias aplicam-se a todo o comprimento, largura e profundidade de uma característica, incluindo variações de forma; • As dimensões e tolerâncias só se aplicam na zona do desenho onde estão especificadas. Não é obrigatório que se apliquem noutros níveis do desenho a menos que se repitam nos níveis mais elevados do(s) desenho(s). 2.2 Simbologia Todos os símbolos surgem numa caixa de controlo que especifica a descrição da característica, tolerância, referências datum e modificadores. Datum Um datum é um plano – ou linha, ou ponto, ou cilindro – teórico ideal. O síbolo datum acima representado assinala a característica datum e a característica de referência sob a qual devem ser feitas as medições. Segue-se uma tabela-resumo que relaciona os principais símbolos com as características geométricas que aferem: 5 Característica Geométrica Referências e Modificadores Tolerância e Modificadores 5
  • 6. Centro de Formação Profissional de Évora 6
  • 7. Centro de Formação Profissional de Évora 7
  • 8. Centro de Formação Profissional de Évora Modificadores Estado Livre Material Mínimo (LMC) Material Máximo (MMC) Zona de Tolerância Projectada Independente do Tamanho da Característica Plano Tangente Unilateral 2.3 Normas Existem mais de 40 normas ISO que descrevem pormenorizadamente os diferentes símbolos e regras aplicáveis ao GD&T e podem ser encontradas nas ISO/TC 10 – Technical Product Documentation, ISO/TC 213 – Dimensional and Geometrical Product Specifications and Verification e na ISO 10303 – Industrial Automation Systems and Integration. As normas americanas ASME (American Society of Mechanical Engineers) revestem-se de considerável importância a nível internacional, em especial a ASME Y14.5-2009 – Dimensioning and Tolerancing. 3. Aplicação do GD&T ao CNC: STEP-NC STEP-NC é uma linguagem de programação CNC que substitui o tradicional Código-G por um protocolo associativo com informações sobre dimensões e toleranciamento geométrico. O antigo Código-G contém apenas informações sobre os movimentos dos eixos da máquina-ferramenta; com o STEP-NC dá-se também informação sobre o resultado desejado da maquinação e a funcionalidade do produto fabricado, acrescentando ainda uma enorme fluidez e elasticidade nas transições de CAD/CAM para CNC. 88
  • 9. Centro de Formação Profissional de Évora STEP-NC Vs. Código-G Tradicional STEP-NC Código-G Pós-Processador obsoleto Pós-Processador dependente do fabricante Maquinação inteligente e automática Perda de informação Independente do fabricante Difícil rastreabilidade Formato de dados uniforme Falta de compatibilidade com sistemas de nível superior Correcções podem ser feitas já na oficina Correcções não podem ser feitas em qualquer instante Dados podem ser re-enviados para processos CAD (Fluxo bidireccional) Fluxo de dados unidireccional Os padrões STEP-NC são definidos pela norma ISO 10303-238, também conhecida como AP-238, e que é o resultado da combinação da ISO 10303 com o modelo de maquinação descrito na ISO 14649. 9
  • 10. Centro de Formação Profissional de Évora 4. Referências e Bibliografia • Senai – Dimensionamento e Tolerância Geométrica (GD&T), 2007 • GD&T Porquê? - Gilberto Strafacci (www.setecnet.com.br/qualidade/includes/GD&T_Porque.pdf) • GD&T Glossary (http://www.etinews.com/gdt_glossary.html) • Wikipedia - Geometric Dimensioning and Tolerancing (http://en.wikipedia.org/w/index.php?oldid=498132917) • Wikipedia – Step-NC (http://en.wikipedia.org/w/index.php? oldid=458424421) • Tolerância de Forma e Posição.pdf - IEFP 1010