1) O documento discute a importância da fotografia jornalística na mídia impressa como forma de representação visual e construção de sentido.
2) Ele explora aspectos e características da linguagem fotojornalística e sua inserção no contexto midiático e social.
3) O texto argumenta que as fotografias nos jornais funcionam como uma ponte entre os acontecimentos e os leitores, permitindo a estes imaginarem os cenários e ações retratadas.
A fotografia-expressão é geneticamente filha da fotografia-documental, e como filha carrega hereditariamente características de sua mãe, pois não recusa totalmente a finalidade do documental, mas apresenta novos caminhos. Seguindo esta linha, fiz um documento visual dos moradores de rua da cidade de Fortaleza, conversando com eles e extraindo o máximo de informações para conceber as melhores fotos.
Este documento apresenta um estudo sobre o uso de fotografias nas capas do jornal Folha de S. Paulo durante as eleições presidenciais brasileiras de 2006. O estudo analisa se as imagens tinham autonomia em relação aos textos ou eram meramente ilustrativas. Também discute o papel do fotojornalismo e sua importância crescente nos jornais impressos.
Pela necessidade de chamar atenção para ajudar a refletir sobre o problema e de se fazer conhecer a situação de moradores de rua através da fotografia é que este trabalho é construído. De interesse coletivo econômico e social com relação ao turismo e infraestrutura, a situação desses cidadãos precisa de uma abordagem prático teórica para que seja um assunto explanado não apenas com palavras, mas utilizando a fotografia como principal instrumento de captação da realidade.
O documento discute a importância da fotografia para a historiografia, observando que seu uso por historiadores é muito recente e restrito, apesar de admitirem outras fontes documentais. A fotografia pode revelar dimensões visuais da sociedade e da experiência humana que não aparecem em fontes escritas. Historiadores precisam situar fotografias em seu contexto histórico e cultural para entendê-las como fontes para a construção do conhecimento histórico.
Imagens e propagandas das fabricas de moveis artesanais do paranapedrosec
Este documento discute as representações da modernidade nas propagandas e catálogos de fábricas de móveis artesanais do Paraná nas décadas de 1930 e 1940. Analisa imagens destes materiais para entender como promoviam os produtos e ideal modernizador da época. Também contextualiza historicamente o surgimento da publicidade no Brasil e sua função de estimular o consumo e padrões modernos, mas de forma ilusória para as classes populares.
Ensaio Fotográfico Documental
Este relatório faz referência à fotografia documental, sua crise e o surgimento da fotografia-expressão. Os moradores de rua de Fortaleza foram entrevistados e fotografados com a finalidade de obtenção de um documento fotográfico e/ou visual que os identificasse de forma a transbordar para a fotografia artística. As bases teóricas se encontram em escritos de autores como André Rouillé, Susan Sontag, José Souza Martins, entre outros. Os elementos da fotografia documental se unem aos da fotografia artística para gerar a fotografia-expressão, ou seja, a imagem que se localiza entre o documento e a arte contemporânea, na qual o fotógrafo insere seu olhar subjetivo, justificando e identificando sua escrita fotográfica. Fatores sociais foram coletados com os próprios moradores de rua e com órgãos da prefeitura desta cidade para substanciar o tema e a delimitação ora abordada. Expressar fotograficamente a vida e os próprios moradores de rua em algumas regiões de Fortaleza evidencia aspectos não apenas visuais, mas históricos, sociais e econômicos.
Por Pecauyta Felismino de Castro
Jornalista e Fotógrafa
Trabalho apresentado no GT 6 – Comunicação, tecnologia e interação social no XIV Poscom PUC-Rio, de 21 a 24 novembro de 2017.
** Doutorando em [Comunicação Social PUC – Rio). Mestre em Comunicação Social PUC- Rio. Bacharel em Relações Públicas – UERJ. 2017. E-mail: joaovitorodrigu3s@gmail.com
A fotografia-expressão é geneticamente filha da fotografia-documental, e como filha carrega hereditariamente características de sua mãe, pois não recusa totalmente a finalidade do documental, mas apresenta novos caminhos. Seguindo esta linha, fiz um documento visual dos moradores de rua da cidade de Fortaleza, conversando com eles e extraindo o máximo de informações para conceber as melhores fotos.
Este documento apresenta um estudo sobre o uso de fotografias nas capas do jornal Folha de S. Paulo durante as eleições presidenciais brasileiras de 2006. O estudo analisa se as imagens tinham autonomia em relação aos textos ou eram meramente ilustrativas. Também discute o papel do fotojornalismo e sua importância crescente nos jornais impressos.
Pela necessidade de chamar atenção para ajudar a refletir sobre o problema e de se fazer conhecer a situação de moradores de rua através da fotografia é que este trabalho é construído. De interesse coletivo econômico e social com relação ao turismo e infraestrutura, a situação desses cidadãos precisa de uma abordagem prático teórica para que seja um assunto explanado não apenas com palavras, mas utilizando a fotografia como principal instrumento de captação da realidade.
O documento discute a importância da fotografia para a historiografia, observando que seu uso por historiadores é muito recente e restrito, apesar de admitirem outras fontes documentais. A fotografia pode revelar dimensões visuais da sociedade e da experiência humana que não aparecem em fontes escritas. Historiadores precisam situar fotografias em seu contexto histórico e cultural para entendê-las como fontes para a construção do conhecimento histórico.
Imagens e propagandas das fabricas de moveis artesanais do paranapedrosec
Este documento discute as representações da modernidade nas propagandas e catálogos de fábricas de móveis artesanais do Paraná nas décadas de 1930 e 1940. Analisa imagens destes materiais para entender como promoviam os produtos e ideal modernizador da época. Também contextualiza historicamente o surgimento da publicidade no Brasil e sua função de estimular o consumo e padrões modernos, mas de forma ilusória para as classes populares.
Ensaio Fotográfico Documental
Este relatório faz referência à fotografia documental, sua crise e o surgimento da fotografia-expressão. Os moradores de rua de Fortaleza foram entrevistados e fotografados com a finalidade de obtenção de um documento fotográfico e/ou visual que os identificasse de forma a transbordar para a fotografia artística. As bases teóricas se encontram em escritos de autores como André Rouillé, Susan Sontag, José Souza Martins, entre outros. Os elementos da fotografia documental se unem aos da fotografia artística para gerar a fotografia-expressão, ou seja, a imagem que se localiza entre o documento e a arte contemporânea, na qual o fotógrafo insere seu olhar subjetivo, justificando e identificando sua escrita fotográfica. Fatores sociais foram coletados com os próprios moradores de rua e com órgãos da prefeitura desta cidade para substanciar o tema e a delimitação ora abordada. Expressar fotograficamente a vida e os próprios moradores de rua em algumas regiões de Fortaleza evidencia aspectos não apenas visuais, mas históricos, sociais e econômicos.
Por Pecauyta Felismino de Castro
Jornalista e Fotógrafa
Trabalho apresentado no GT 6 – Comunicação, tecnologia e interação social no XIV Poscom PUC-Rio, de 21 a 24 novembro de 2017.
** Doutorando em [Comunicação Social PUC – Rio). Mestre em Comunicação Social PUC- Rio. Bacharel em Relações Públicas – UERJ. 2017. E-mail: joaovitorodrigu3s@gmail.com
Este documento apresenta um livro sobre interfaces jornalísticas em três partes: 1) o ambiente jornalístico e os efeitos da midiatização; 2) as tecnologias e processos digitais e seus impactos; 3) as linguagens jornalísticas e conceitos como objetividade e ideologia. O livro examina como estas dimensões estão interligadas e como mudam o jornalismo.
Neste texto, buca-se discutir os conceitos atribuídos ao fenômeno da colaboração no jornalismo e identificar quais são os valores/notícia presentes nas seções com esta finalidade nos portais noticiosos da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Embora a teoria do newsmaking tenha se ocupado em analisar de que forma os acontecimentos se tornam notícia sob a ótica da seleção dos jornalistas, a propagação das TICs possibilitou que leigos tenham se instrumentalizado a produzir e divulgar textos, fotos e vídeos, com implicações no processo de seleção de acontecimentos noticiáveis. Parte-se de uma pesquisa bibliográfica para, a partir da observação direta, avaliar o fenômeno e recolher impressões a partir de questionários enviados aos editores de portais da RMC e entrevistas focalizadas.
Leitura de imagens e o vintage retratado em editoriais de moda feminina nas r...Thaís Yamanari
Este documento discute um estudo sobre a representação do estilo "vintage" em editoriais de moda feminina nas revistas Vogue e Rolling Stone. O estudo analisa imagens desses editoriais do ponto de vista semiótico, identificando como características do estilo vintage são usadas para transmitir mensagens sobre a moda e a mulher. A função poética da linguagem é importante nessas imagens para criar uma atmosfera que promove produtos de moda.
Este documento apresenta o conceito de jornalismo de cinema, sua história e impacto. Discute como a crítica de cinema evoluiu ao longo dos séculos em direção à especialização, e como revistas como a Cahiers du Cinéma influenciaram movimentos cinematográficos. Também explica como a crítica se tornou mais sofisticada entre as décadas de 1950 e 1960, legitimando o jornalismo de cinema.
O documento discute o jornalismo cultural e a crítica cinematográfica, fazendo um estudo de caso sobre o blog "Cinema de Boca em Boca". O documento apresenta as origens do jornalismo e da crítica, analisa a função do crítico cultural ontem e hoje, discute a ascensão da crítica na internet e faz um estudo de caso sobre o blog "Cinema de Boca em Boca".
O documento descreve um curso de pós-graduação em Gestão de Processos Comunicacionais oferecido pela Universidade de São Paulo. O curso tem como objetivo formar profissionais capazes de coordenar ações que envolvam comunicação e cultura nos setores público e privado. Ele é dividido em três etapas que abordam metodologias de pesquisa, políticas de comunicação, produção de mídia e avaliação de projetos.
Fotojornalismo II - Panorama da profissão, jornalismo visual e fotos ilustrat...Julia Dantas
O documento discute o panorama atual do fotojornalismo, abordando tópicos como a crise dos veículos impressos, a transição para o vídeo, o surgimento do fotojornalismo cidadão e o uso de dispositivos móveis. Também apresenta dicas para que fotojornalistas se adaptem às novas demandas do mercado, como incorporar o trabalho de videografia e atuar em coletivos.
Fotojornalismo I - Aula 2 - História da Fotografia Julia Dantas
O documento resume a história da fotografia desde sua origem com a câmera escura até o desenvolvimento do fotojornalismo moderno. Aborda os principais marcos como a invenção do daguerreótipo, o uso da fotografia na imprensa e em guerras, e a popularização da fotografia com a criação da câmera Kodak. Também destaca fotógrafos pioneiros do fotojornalismo como Jacob Riis, Erich Salomon e Robert Capa.
O documento discute como a mídia impressa usa fotojornalismo para construir sentidos e influenciar a opinião pública através da seleção e repetição de imagens de políticos que valorizam ou depreciam sua reputação. Ele analisa exemplos do jornal OESP entre 2000-2001 que construíram perfis do ex-presidente FHC como estadista e do senador Jader Barbalho como "Drácula".
O documento discute conceitos fundamentais da fotografia publicitária, incluindo: 1) a definição de imagem e como elas vendem valores e preferências; 2) a natureza arbitrária das fotos e como elas podem distorcer a realidade; 3) o processo de criação de campanhas publicitárias com briefing e harmonia entre elementos.
O documento descreve a história do fotojornalismo, desde os primórdios com a Revolução Industrial até o século XX. Apresenta os principais marcos tecnológicos que permitiram o desenvolvimento da fotografia e sua utilização no jornalismo, como a popularização da câmera e a melhoria nos processos de impressão de imagens. Também destaca alguns dos principais acontecimentos históricos que foram registrados pela nova técnica, como guerras e desastres.
El documento presenta los conceptos fundamentales de la fotografía publicitaria, incluyendo la composición, el encuadre, la luminosidad, el formato, los centros focales, el punto, la línea, la proporción, el ritmo, la simetría y la asimetría. Explica cómo estos elementos afectan la comunicación visual y la capacidad de una fotografía para transmitir un mensaje.
O documento descreve o que é fotografia publicitária, os elementos necessários para criar uma boa foto publicitária, e como a fotografia publicitária evoluiu com o tempo, especialmente com a digitalização.
Apostila do curso de fotografia publicitaria parte 1giovani1
Este documento apresenta um curso de Fotografia Publicitária. Apresenta conceitos fundamentais da área, o calendário com 21 aulas, critérios de avaliação com provas e trabalhos, e resumos das três primeiras aulas sobre conceitos de publicidade, história do mercado publicitário e da fotografia na publicidade.
Este documento trata sobre la fotografía y la publicidad. Explica la evolución de la fotografía desde su descubrimiento hasta convertirse en una herramienta fundamental de la publicidad a partir de los años 1920. También describe diferentes tipos de fotografía publicitaria y a fotógrafos importantes como Edward Steichen, Helmut Newton e Irving Penn que revolucionaron este campo con sus innovadores estilos.
O documento descreve a evolução histórica da fotografia publicitária no Brasil e no mundo, desde o final do século XIX até os dias atuais. A fotografia publicitária tem o objetivo de persuadir o espectador a adquirir um produto ou serviço, portanto nem sempre retrata a realidade. A primeira campanha publicitária brasileira com fotos data de 1948 e inicialmente as fotos eram de baixa qualidade. Atualmente a digitalização acelerou o processo e expandiu os meios em que os fotógrafos atuam
Este documento apresenta uma introdução a um livro sobre a história crítica do fotojornalismo ocidental. O autor descreve o objetivo de contribuir para preencher uma lacuna no panorama editorial português sobre a história do fotojornalismo. Ele também discute a abordagem de encarar as fotografias jornalísticas como produtos de fatores pessoais, sociais, culturais, ideológicos e tecnológicos, e estrutura a história em torno de "revoluções" que impulsionaram a evolução da ativ
Diálogos e Conflitos entre fotografia artistica e fotojornalismoFantoches de Luz
1) O documento discute a relação entre fotografia artística e fotojornalismo, propondo que uma abordagem artística pode renovar a linguagem fotojornalística sem estetizar a tragédia.
2) A fotografia "Natureza Morta" registra peixes mortos em uma praia de Santa Catarina, ilustrando um texto sobre poluição marinha. Sua abordagem chocante visa denunciar o problema.
3) O trabalho defende que a união da fotografia artística com a
Imagens e propagandas das fabricas de moveis artesanais do paranaPedro Almeida
1) O documento analisa propagandas e catálogos de fábricas de móveis artesanais do Paraná nas décadas de 1930 e 1940, focando nas representações de modernidade e nas tensões entre tradição e modernidade no artesanato.
2) As imagens dos anúncios são analisadas em diálogo com entrevistas de artesãos para compreender os significados atribuídos aos móveis na época.
3) O estudo permite reflexões sobre a história da produção moveleira regional e como a publicidade foi usada
Imagens e propagandas das fabricas de moveis artesanais do paranaPedro Almeida
1. O documento analisa propagandas e catálogos de fábricas de móveis artesanais do Paraná nas décadas de 1930 e 1940, focando nas representações de modernidade e nas tensões entre tradição e modernidade no artesanato.
2. As imagens dos anúncios são analisadas em diálogo com entrevistas de artesãos, permitindo compreender os significados atribuídos aos móveis e como a publicidade refletia o contexto histórico de modernização do país.
3. O estudo possibilitou
Este documento apresenta um livro sobre interfaces jornalísticas em três partes: 1) o ambiente jornalístico e os efeitos da midiatização; 2) as tecnologias e processos digitais e seus impactos; 3) as linguagens jornalísticas e conceitos como objetividade e ideologia. O livro examina como estas dimensões estão interligadas e como mudam o jornalismo.
Neste texto, buca-se discutir os conceitos atribuídos ao fenômeno da colaboração no jornalismo e identificar quais são os valores/notícia presentes nas seções com esta finalidade nos portais noticiosos da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Embora a teoria do newsmaking tenha se ocupado em analisar de que forma os acontecimentos se tornam notícia sob a ótica da seleção dos jornalistas, a propagação das TICs possibilitou que leigos tenham se instrumentalizado a produzir e divulgar textos, fotos e vídeos, com implicações no processo de seleção de acontecimentos noticiáveis. Parte-se de uma pesquisa bibliográfica para, a partir da observação direta, avaliar o fenômeno e recolher impressões a partir de questionários enviados aos editores de portais da RMC e entrevistas focalizadas.
Leitura de imagens e o vintage retratado em editoriais de moda feminina nas r...Thaís Yamanari
Este documento discute um estudo sobre a representação do estilo "vintage" em editoriais de moda feminina nas revistas Vogue e Rolling Stone. O estudo analisa imagens desses editoriais do ponto de vista semiótico, identificando como características do estilo vintage são usadas para transmitir mensagens sobre a moda e a mulher. A função poética da linguagem é importante nessas imagens para criar uma atmosfera que promove produtos de moda.
Este documento apresenta o conceito de jornalismo de cinema, sua história e impacto. Discute como a crítica de cinema evoluiu ao longo dos séculos em direção à especialização, e como revistas como a Cahiers du Cinéma influenciaram movimentos cinematográficos. Também explica como a crítica se tornou mais sofisticada entre as décadas de 1950 e 1960, legitimando o jornalismo de cinema.
O documento discute o jornalismo cultural e a crítica cinematográfica, fazendo um estudo de caso sobre o blog "Cinema de Boca em Boca". O documento apresenta as origens do jornalismo e da crítica, analisa a função do crítico cultural ontem e hoje, discute a ascensão da crítica na internet e faz um estudo de caso sobre o blog "Cinema de Boca em Boca".
O documento descreve um curso de pós-graduação em Gestão de Processos Comunicacionais oferecido pela Universidade de São Paulo. O curso tem como objetivo formar profissionais capazes de coordenar ações que envolvam comunicação e cultura nos setores público e privado. Ele é dividido em três etapas que abordam metodologias de pesquisa, políticas de comunicação, produção de mídia e avaliação de projetos.
Fotojornalismo II - Panorama da profissão, jornalismo visual e fotos ilustrat...Julia Dantas
O documento discute o panorama atual do fotojornalismo, abordando tópicos como a crise dos veículos impressos, a transição para o vídeo, o surgimento do fotojornalismo cidadão e o uso de dispositivos móveis. Também apresenta dicas para que fotojornalistas se adaptem às novas demandas do mercado, como incorporar o trabalho de videografia e atuar em coletivos.
Fotojornalismo I - Aula 2 - História da Fotografia Julia Dantas
O documento resume a história da fotografia desde sua origem com a câmera escura até o desenvolvimento do fotojornalismo moderno. Aborda os principais marcos como a invenção do daguerreótipo, o uso da fotografia na imprensa e em guerras, e a popularização da fotografia com a criação da câmera Kodak. Também destaca fotógrafos pioneiros do fotojornalismo como Jacob Riis, Erich Salomon e Robert Capa.
O documento discute como a mídia impressa usa fotojornalismo para construir sentidos e influenciar a opinião pública através da seleção e repetição de imagens de políticos que valorizam ou depreciam sua reputação. Ele analisa exemplos do jornal OESP entre 2000-2001 que construíram perfis do ex-presidente FHC como estadista e do senador Jader Barbalho como "Drácula".
O documento discute conceitos fundamentais da fotografia publicitária, incluindo: 1) a definição de imagem e como elas vendem valores e preferências; 2) a natureza arbitrária das fotos e como elas podem distorcer a realidade; 3) o processo de criação de campanhas publicitárias com briefing e harmonia entre elementos.
O documento descreve a história do fotojornalismo, desde os primórdios com a Revolução Industrial até o século XX. Apresenta os principais marcos tecnológicos que permitiram o desenvolvimento da fotografia e sua utilização no jornalismo, como a popularização da câmera e a melhoria nos processos de impressão de imagens. Também destaca alguns dos principais acontecimentos históricos que foram registrados pela nova técnica, como guerras e desastres.
El documento presenta los conceptos fundamentales de la fotografía publicitaria, incluyendo la composición, el encuadre, la luminosidad, el formato, los centros focales, el punto, la línea, la proporción, el ritmo, la simetría y la asimetría. Explica cómo estos elementos afectan la comunicación visual y la capacidad de una fotografía para transmitir un mensaje.
O documento descreve o que é fotografia publicitária, os elementos necessários para criar uma boa foto publicitária, e como a fotografia publicitária evoluiu com o tempo, especialmente com a digitalização.
Apostila do curso de fotografia publicitaria parte 1giovani1
Este documento apresenta um curso de Fotografia Publicitária. Apresenta conceitos fundamentais da área, o calendário com 21 aulas, critérios de avaliação com provas e trabalhos, e resumos das três primeiras aulas sobre conceitos de publicidade, história do mercado publicitário e da fotografia na publicidade.
Este documento trata sobre la fotografía y la publicidad. Explica la evolución de la fotografía desde su descubrimiento hasta convertirse en una herramienta fundamental de la publicidad a partir de los años 1920. También describe diferentes tipos de fotografía publicitaria y a fotógrafos importantes como Edward Steichen, Helmut Newton e Irving Penn que revolucionaron este campo con sus innovadores estilos.
O documento descreve a evolução histórica da fotografia publicitária no Brasil e no mundo, desde o final do século XIX até os dias atuais. A fotografia publicitária tem o objetivo de persuadir o espectador a adquirir um produto ou serviço, portanto nem sempre retrata a realidade. A primeira campanha publicitária brasileira com fotos data de 1948 e inicialmente as fotos eram de baixa qualidade. Atualmente a digitalização acelerou o processo e expandiu os meios em que os fotógrafos atuam
Este documento apresenta uma introdução a um livro sobre a história crítica do fotojornalismo ocidental. O autor descreve o objetivo de contribuir para preencher uma lacuna no panorama editorial português sobre a história do fotojornalismo. Ele também discute a abordagem de encarar as fotografias jornalísticas como produtos de fatores pessoais, sociais, culturais, ideológicos e tecnológicos, e estrutura a história em torno de "revoluções" que impulsionaram a evolução da ativ
Diálogos e Conflitos entre fotografia artistica e fotojornalismoFantoches de Luz
1) O documento discute a relação entre fotografia artística e fotojornalismo, propondo que uma abordagem artística pode renovar a linguagem fotojornalística sem estetizar a tragédia.
2) A fotografia "Natureza Morta" registra peixes mortos em uma praia de Santa Catarina, ilustrando um texto sobre poluição marinha. Sua abordagem chocante visa denunciar o problema.
3) O trabalho defende que a união da fotografia artística com a
Imagens e propagandas das fabricas de moveis artesanais do paranaPedro Almeida
1) O documento analisa propagandas e catálogos de fábricas de móveis artesanais do Paraná nas décadas de 1930 e 1940, focando nas representações de modernidade e nas tensões entre tradição e modernidade no artesanato.
2) As imagens dos anúncios são analisadas em diálogo com entrevistas de artesãos para compreender os significados atribuídos aos móveis na época.
3) O estudo permite reflexões sobre a história da produção moveleira regional e como a publicidade foi usada
Imagens e propagandas das fabricas de moveis artesanais do paranaPedro Almeida
1. O documento analisa propagandas e catálogos de fábricas de móveis artesanais do Paraná nas décadas de 1930 e 1940, focando nas representações de modernidade e nas tensões entre tradição e modernidade no artesanato.
2. As imagens dos anúncios são analisadas em diálogo com entrevistas de artesãos, permitindo compreender os significados atribuídos aos móveis e como a publicidade refletia o contexto histórico de modernização do país.
3. O estudo possibilitou
O documento discute a presença da fotografia no design gráfico de cartazes comerciais, analisando o cartaz "Mães" desenvolvido por Claudio Ferlauto nos anos 1980. A fotografia e elementos como texto, cor e composição constroem a mensagem do cartaz. A relação entre imagem e texto orienta os sentidos produzidos pela fotografia no contexto do cartaz publicitário.
1) O documento descreve a estrutura de 50 páginas de um livro sobre livro-reportagem, dividido em 5 subtítulos que abordam os contornos do gênero, conceitos, pilares do jornalismo, espaço da reportagem e uma conceituação mais específica do livro-reportagem.
2) Apresenta as credenciais acadêmicas do autor Edvaldo Pereira Lima, professor e pesquisador da área de comunicação no Brasil e no exterior.
3) Inicia a discussão dos 5 subtítulos,
Este documento discute a capacidade do jornalismo de incorporar uma perspectiva pluralista e representar o "Outro" de forma completa. Apresenta como o jornalismo é tradicionalmente definido em termos de seu papel social e responsabilidade de servir o interesse público. No entanto, argumenta que na prática o jornalismo tende a representar apenas o "Mesmo" e reduzir o "Outro" de forma estereotipada. Isso porque a estrutura do campo jornalístico e a formação dos próprios jornalistas os imp
Corpo para-mostrar-o-autorretrato-nas-redes-sociaisArtetudo
O documento discute o autorretrato nas redes sociais. Analisa como os usuários se representam nas fotos postadas com o objetivo de serem vistos de forma favorável por outros. Também examina como os indivíduos se modelam física e digitalmente de acordo com padrões de beleza difundidos pela mídia para construírem uma imagem idealizada de si mesmos online.
O documento resume um livro sobre como a publicidade vem influenciando a prática jornalística na era pós-moderna, levando a mudanças como a priorização da forma sobre o conteúdo e a indução dos leitores a um estilo de vida de consumo. O autor analisa essas transformações por meio de cinco temas e conceitos como "jornalismo cor-de-rosa" e "releasemania".
A Mediatização dos Discursos de Gênero na Modernidade-MundoLucas Moraes
Análise de Peças Publicitárias em Jornais
Trabalho apresentado à disciplina de Teoria e Técnica da Publicidade I, do curso de Comunicação Social - habilitação em Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Orientador: Prof.Dr. Eneus Trindade
1) A história do jornalismo brasileiro ainda não foi produzida de forma abrangente, faltando uma análise da imprensa no contexto das transformações sociais do Brasil.
2) A produção jornalística pode ser analisada separadamente da instituição da imprensa, focando no discurso ideológico e na profundidade com que jornalistas abordaram diferentes realidades.
3) A consolidação do jornalismo investigativo no Brasil ocorreu após a segunda guerra mundial, quando a imprensa se moderniz
Este trabalho tem como objetivo compreender o papel da fotografia contemporânea entre a publicidade e o jornalismo, a partir do imaginário social sobre esses campos. A autora analisa um corpus de 14 imagens selecionadas por meio da cartografia e identifica quatro "molduras": o contraste, o pattern, o retrato e a afecção. Independentemente do gênero ou veículo midiático, todas as fotografias parecem oferecer sentidos por meio dessas molduras. A pesquisa conclui que é possível pensar a f
O documento apresenta uma pesquisa sobre o projeto gráfico do suplemento cultural de um jornal brasileiro, abordando a evolução do design de jornais, suas características e elementos. Discute a importância do design para a atração de leitores e a renovação gráfica de diversos periódicos nos últimos anos.
O documento discute o uso da fotografia como fonte de informação histórica, destacando:
1) A fotografia pode registrar fatos do passado de forma fidedigna.
2) A fotografia é considerada uma valiosa fonte de informação para identificar e comprovar acontecimentos históricos.
3) A fotografia analógica é vista como uma representação do real e uma importante fonte de informação.
O documento discute os Estudos Culturais, que analisam o processo social e a evolução da cultura. As mídias de massa desempenham um papel importante nessas estruturas culturais. Também aborda teorias sobre jornalismo, como a teoria do espelho, gatekeeper e organizacional, e como elas influenciam a cobertura noticiosa.
A Integração das Redações Digital e Impressa no Âmbito NordestinoJornal De Fato
Empresas jornalísticas tradicionais no âmbito da região Nordeste do Brasil se deparam com o desafio de adaptar-se a esta conjuntura, com a instalação de redações paralelas para produções de noticiários on line e produtos digitais. Este trabalho, portanto, visa descrever o processo pelo qual o Diário do Nordeste, de Fortaleza (CE) enfrenta ante a esta lógica jornalística de convergência, observando não somente a natureza da redação, mas o comportamento profissional e da organização.
O documento resume um livro sobre como a publicidade vem influenciando a prática jornalística na era pós-moderna, levando a mudanças nas formas de produção de notícias e priorizando o consumo em detrimento da informação. O autor argumenta que os jornalistas perdem autonomia e passam a se autocensurar para agradar o mercado.
O documento discute a proposta de criação de um suplemento cultural e literário para a cidade de Blumenau, SC. O objetivo é (1) valorizar a cultura e os artistas locais, (2) fornecer informações sobre diversas vertentes culturais da cidade para além de agendas culturais, e (3) promover o jornalismo cultural de forma inovadora.
Este documento apresenta uma análise semiolinguística do programa Profissão Repórter da Rede Globo, com foco na construção discursiva da ideia de bastidores da notícia. A pesquisa utiliza a abordagem do newsmaking e da semiolinguística para analisar como o discurso midiático constrói a noção de produção da notícia no programa. Além disso, observa aspectos deontológicos como o Código de Ética do Jornalismo Brasileiro.
O GÊNERO DISCURSIVO NOTÍCIA E SEU PRINCIPAL PROCESSO DE CONSTRUÇÃOFabiana Seferin
Este artigo tem por objetivo, dentro das limitações impostas pelo contexto em que é apresentado, reconhecer o gênero jornalístico, mais especificamente, a notícia. A partir da análise de duas notícias publicadas em dois importantes veículos de comunicação do país, pretende-se analisar de que forma a notícia é construída. Esta análise será feita por meio de comparações tendo por base o que grandes teóricos do jornalismo consideram importantes durante o processo de formação da notícia jornalística. Em geral, este objetivo visa apontar de que maneira os alunos do ensino regular podem identificar o gênero discursivo notícia.
Semelhante a Fotografia jornalística e mídia impressa (20)
Entre retratos e cadáveres - A fotografia na guerra do ParaguaiFantoches de Luz
O documento descreve como a fotografia se desenvolveu como atividade comercial no século XIX, especialmente durante a Guerra do Paraguai entre 1864-1870. Fotógrafos itinerantes viajaram para a região para registrar retratos de soldados e cenas de guerra, que eram vendidos como cartões de visita. Esses registros fotográficos ajudaram a popularizar a fotografia e documentaram um importante conflito histórico.
Este documento fornece diretrizes sobre etiqueta profissional, incluindo pontualidade, reuniões, cumprimentos, uso de telefone e internet, e-mail, elevador, estacionamento, relacionamentos no trabalho e confraternização. O objetivo é contribuir para uma prestação de serviço de qualidade e uma boa imagem pessoal e profissional.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive function. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against mental illness and improve symptoms.
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, processador mais rápido e bateria de maior duração. O dispositivo também possui tela maior e armazenamento expansível. O lançamento está programado para o próximo mês com preço inicial sugerido abaixo do modelo anterior.
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, maior tela e melhor desempenho. O dispositivo também possui recursos adicionais de inteligência artificial e segurança de dados aprimorados. O lançamento do novo smartphone está programado para o final deste ano.
Este artigo discute a ética no fotojornalismo na era digital. Com a facilidade de manipulação de imagens proporcionada pela tecnologia digital, surgiu uma polêmica sobre a manipulação de fotos nos veículos de comunicação. Embora a manipulação não seja nova, a tecnologia digital tornou mais difícil detectá-la. A ética depende do profissional e não da ferramenta utilizada.
1) O documento discute a relação entre história e fotografia, argumentando que fotografias não são meras cópias da realidade e sim elaborações do vivido que refletem visões de mundo.
2) A fotografia surgiu no século XIX como forma de registrar a realidade, mas desde então tem sido usada de diferentes formas pelas ciências e artes e recebido interpretações variadas sobre seu caráter mimético.
3) Para compreender fotografias historicamente, é necessário analisá-las como produtos cultura
Estágios de desenvolvimento do fotojornalismo na internetFantoches de Luz
1) The document discusses the stages of development of photojournalism on the Internet, from its early beginnings using digital cameras and the digitization of photos, to the current era of widespread internet access and user-generated content.
2) It describes how technological advances like digital cameras and the internet have transformed photojournalism by allowing near-instantaneous transmission of photos and user participation.
3) The document analyzes how photojournalism has adapted to the internet by taking advantage of its lack of limitations on space and time for publishing photos.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive functioning. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against mental illness and improve symptoms.
1) O documento descreve o uso da fotografia na pesquisa em psicologia, identificando quatro funções principais: registro, modelo, feedback e autofotografia.
2) É realizado um levantamento histórico dos estudos que utilizaram fotografia na pesquisa psicológica desde o final do século XIX.
3) Detalha-se particularmente o método autofotográfico, onde os participantes tiram suas próprias fotos para responder uma questão de pesquisa.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive functioning. Exercise boosts blood flow, releases endorphins, and promotes changes in the brain which help enhance one's emotional well-being and mental clarity.
O documento descreve a exposição comemorativa dos 75 anos do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, destacando:
1) O Cristo Redentor continua sendo um importante símbolo do Rio de Janeiro e do espírito carioca depois de 75 anos.
2) Antes da construção do monumento, o morro do Corcovado parecia vazio, mas hoje o Cristo Redentor se integra perfeitamente à paisagem.
3) Embora tenha sido inaugurado em 1931, o projeto do Cristo Redentor foi idealizado para as comem
A empresa de tecnologia anunciou um novo produto, um smartphone com câmera de alta resolução e bateria de longa duração. O aparelho também possui armazenamento em nuvem e processador rápido. O lançamento está programado para o próximo mês com preço inicial abaixo da média do mercado.
A União Europeia está preocupada com o aumento da desinformação online e propôs novas regras para combater as notícias falsas. As regras exigiriam que as plataformas de mídia social monitorassem conteúdo enganoso e tomassem medidas para reduzir sua disseminação, como adicionar advertências ou removê-lo completamente. No entanto, alguns argumentam que essas regras podem limitar a liberdade de expressão na internet.
Arlindo Machado - A fotografia como expressão do conceitoFantoches de Luz
O documento discute a natureza da fotografia e argumenta que ela deve ser entendida como a expressão de conceitos, e não apenas como um registro indicial. A fotografia traduz teorias científicas em imagens de acordo com as propriedades dos materiais fotográficos. Experiências com diferentes filmes mostram que as cores fotografadas são interpretadas e padronizadas, não sendo índices das cores reais.
La Unión Europea ha acordado un paquete de sanciones contra Rusia por su invasión de Ucrania. Las sanciones incluyen restricciones a las transacciones con bancos rusos clave y la prohibición de la venta de aviones y equipos a Rusia. Los líderes de la UE esperan que las sanciones aumenten la presión económica sobre Rusia y la disuadan de continuar su agresión contra Ucrania.
Um novo livro questiona a localização e autenticidade da famosa foto "A morte de um miliciano" de Robert Capa da Guerra Civil Espanhola. O autor conclui que a foto foi tirada em Espejo, Córdoba, a 56km da frente de batalha, sugerindo que seja encenada. Especialistas consideram as novas evidências convincentes, mas ainda acreditam ser genuína devido à falta de provas conclusivas. A verdade por trás da foto continua obscura.
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Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
1. 125Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
JORNALISMO
Fotografia
jornalística e
mídia impressa:
formas de
apreensão
RESUMO
Este texto busca atentar para a importância do fotojor-
nalismo enquanto forma de representação visual na mídia
impressa na atualidade. Mais especificamente, procura-se
pensar o papel da relação fotografia-jornalismo nos proces-
sos de construção de sentido existentes nos veículos impres-
sos jornalísticos de grande circulação. Neste percurso são
explorados alguns aspectos e características da linguagem
fotojornalística, bem como sua inserção no contexto
midiático e social.
ABSTRACT
This article underlines the importance of photojournalism
as a form of visual representation on daily newspapers.
More specifically, it considers what role the relationship
between photography and journalism has in the processes
of meaning production in newspapers of wide circulation.
With this purpose in mind, we will explore some of the
aspects and characteristics of the photojournalistic
language, as well as its insertion in the media and in the
social context.
PALAVRAS-CHAVE (KEY WORDS)
- Fotojornalismo (photojournalism)
- Mídia Impressa (printed media)
- Jornal Diário (daily newspaper)
FredericodeMelloBrandãoTavares
&
Paulo Bernardo Ferreira Vaz
GRIS/UFMG
NA MÍDIA IMPRESSA em geral, atualmente, a
fotografia é a forma de representação visu-
al mais utilizada. Para além dos recursos
gráficos (layout, tipografia, cores etc.), a fo-
tografia salta aos nossos olhos como men-
sagem, como texto visualmente relevante e
carregado de sentido. A fotografia não está
ali por acaso. Ela tem uma função, aparece
em um formato, possui uma intenção. A
própria maneira como está impressa resul-
ta de uma série de negociações – às vezes
tensas e conflituosas – que envolvem um
complexo processo de produção editorial.
No mercado da mídia impressa – e no
seu alcance dentro da sociedade – desta-
cam-se os veículos jornalísticos. Um rol de
revistas e jornais povoa as bancas, além de
se tornarem disponíveis em espaços públi-
cos e privados. Em muitos formatos, ende-
reçados a públicos distintos, jornais e revis-
tas têm funções e objetivos informacionais
diferentes, o que pesa no seu processo pro-
dutivo, nas mensagens (no conteúdo de
seus produtos finais), na sua periodicida-
de, no seu valor. Diante deste contexto, é
sempre bom lembrar das várias faces que a
realidade que nos cerca pode assumir. Em
cada veículo de comunicação há uma pro-
posta de leitura sobre o mundo, sobre um
aspecto dele. Em cada publicação há uma
espécie de construção própria da realida-
de. Olhando jornalisticamente para este
universo pode-se dizer: em cada um desses
veículos há uma tentativa de se circunscre-
ver o real, às vezes buscando dar conta de
seu todo – como o fazem (ou tentam fazer)
os jornais diários – ou de algum de seus
aspectos (caso das revistas especializadas,
por exemplo). Desta forma, compete ao lei-
tor olhar para cada um destes veículos di-
2. 126 Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
mensionando suas várias facetas, procuran-
do entender a conexão existente entre a(s)
realidade(s) da vida cotidiana e as leituras
ou as imagens construídas sobre ela(s) nos
jornais e revistas que tem sob os olhos.
De alguma maneira, os meios de co-
municação moldam o horizonte de conheci-
mento do leitor sobre um determinado nú-
mero de realidades, sejam elas realidades
atuais ou do passado – e até mesmo, “reali-
dades do futuro”, ainda inexistentes. Ao
ressaltar a presença e o papel da mídia na
vida cotidiana, construindo experiência e
apreendendo sentidos sobre o mundo, Ro-
ger Silverstone diz: “Nossa mídia é onipre-
sente, diária, uma dimensão essencial de
nossa experiência contemporânea. É im-
possível escapar à presença, à representa-
ção da mídia” (SILVERSTONE, 2002, p.
12)1
. Para o autor, na atualidade, a mídia
situa o homem no mundo e dimensiona
suas experiências. Seu papel na vida cotidi-
ana é de grande relevância e daí a impor-
tância de se pensar o que a mídia faz e o
que pode o leitor fazer com ela.
Como no Brasil a presença midiática
se dá de forma mais forte na vida dos cida-
dãos através da televisão, não se pode
comparar o alcance de um canal televisivo
com o de um jornal impresso. Mesmo se
tratando do jornal de maior circulação no
país, o seu número de leitores é infinita-
mente inferior ao de telespectadores. Essa
situação, entretanto, não torna menos rele-
vante a grande importância da atuação da
mídia impressa. Como um jornal, por me-
nor que seja a sua tiragem, é distribuído
em milhares de exemplares, e como é sabi-
do que se multiplicam (por quatro) o nú-
mero de leitores de cada jornal em circula-
ção, pode-se falar então da relevância de
sua representatividade, de sua penetração
na sociedade e das possíveis conseqüênci-
as de seu processo de leitura.
Assim, o interesse em estudar a mídia
impressa nos coloca o desafio de pensar os
veículos jornalísticos diários, cuja repre-
sentatividade deve ser sempre relevada,
mesmo que em um cenário comparativo
com outras mídias. Além disso, deve-se di-
mensionar o que há de específico e caracte-
rístico nestes produtos: o que dizem, o que
representam e o que constroem na vida co-
tidiana, pois nela estão inseridos, tornan-
do-a mais complexa.
Destacando a fotografia nesses veícu-
los, devem ser relembradas as palavras de
Susan Sontag: “[...] a importância da ima-
gem fotográfica como o meio através do
qual um número cada vez maior de even-
tos penetra nossa experiência é, finalmente,
apenas um produto paralelo da sua capaci-
dade de propiciar-nos conhecimentos dis-
sociados da experiência e independentes
dela” (SONTAG, 1981, p. 150). Para a auto-
ra, a fotografia redefine o conteúdo de nos-
sa experiência cotidiana e acrescenta vastas
quantidades de material (pessoas, coisas,
eventos etc.) que jamais chegamos a ver ou
presenciar. As palavras de Sontag nos re-
metem para uma função importante do fo-
tojornalismo. Nesse sentido, no jornal, as
imagens funcionam como ponte entre o
acontecimento e o leitor, permitindo a esse
imaginar o cenário e de alguma forma a
ação que ali ocorre.
A pensar nesse caráter da fotografia,
deve-se ter em mente as formas como a foto
se presentifica em nossa vida e como suas
especificidades são determinantes. Mas
como classificar as fotografias na ampla
gama de imagens fotográficas espalhadas
pelas revistas e jornais impressos? O que
há nelas de específico? Como tais especifi-
cidades se apresentam na construção de
sentido realizada por estas imagens? Se for
feita uma espécie de radiografia de todas
as fotografias presentes nessas mídias
pode-se, a princípio, criar uma divisão bi-
polar. De um lado estariam todas as foto-
grafias jornalísticas, ligadas aos textos (ma-
térias, reportagens, colunas) e do outro, as
fotografias publicitárias, presentes nos
anúncios destes veículos. Feita essa separa-
ção, fica claro que ao se referir a fotojorna-
lismo, fala-se de um determinado tipo de
fotografias. Este trabalho quer pensar esta
categoria fotográfica, além de procurar
3. 127Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
suas especificidades e sua relação com o
contexto para o qual ela se volta e para o
tipo de construção da realidade por ela rea-
lizada.
Jorge Pedro Sousa busca definir o que
seria o fotojornalismo. Para o autor, tal de-
finição é complexa, uma vez que há uma
multiplicidade de fotógrafos que se “cla-
mam” como pertencentes ao setor, mesmo
que seu trabalho não tenha convergências
com o fazer temático, técnico e com pontos
de vista jornalísticos presentes na grande
maioria das fotografias jornalísticas. “E
mesmo quando se fala do fotojornalismo
como atividade orientada para a produção
de fotografias para a imprensa, repara-se
que vários fotógrafos que se reclamam
igualmente jornalistas apostam noutros su-
portes de difusão.” (SOUSA, 2000, p. 11)
Devido a essa complexidade de classifica-
ção e definição, o autor propõe abordar o
conceito de fotojornalismo num sentido
amplo e num sentido restrito, lembrando
que “[...] em qualquer caso, para se abordar
o fotojornalismo tem-se que pensar numa
combinação de palavras e imagens” (SOU-
SA, 2000, p. 11-12), sendo que as primeiras
devem contextualizar e complementar as
segundas.
Seguindo, portanto, com a proposição
de Sousa, o fotojornalismo seria, em um
sentido mais amplo, uma atividade “de re-
alização de fotografias informativas, inter-
pretativas, documentais ou ‘ilustrativas’
para a imprensa ou projetos editoriais liga-
dos à produção de informação de atualida-
de” (SOUSA, 2000, p. 12). Por isso, há uma
proeminência da intenção, da finalidade e
não do produto. O autor inclui aqui as fo-
tos documentais (fotodocumentarismo),
ilustrativas (fotos de divulgação, por exem-
plo) e dois outros tipos fotográficos que ele
assim denomina (SOUSA, 2000, p. 12): spot
news (fotografias únicas que condensam
uma representação de um acontecimento e
o significado deste) e feature photos (fotogra-
fias de situações peculiares encontradas es-
pontaneamente pelos fotógrafos). Já em
sentido mais restrito, Sousa aponta o foto-
jornalismo como atividade que “[...] pode
visar informar, contextualizar, oferecer co-
nhecimento, formar, esclarecer ou marcar
pontos de vista (‘opinar’) através da foto-
grafia de acontecimentos e da cobertura de
assuntos de interesse jornalístico”2
(SOU-
SA, 2000, p. 12).
Conceitualmente, as diferenças entre
as definições sobre o fotojornalismo são tê-
nues. O que talvez marque mais precisa-
mente o caráter das fotografias jornalísticas
são o imediatismo e o inesperado, presen-
tes no dia-a-dia do repórter fotográfico. Di-
ferentemente de um fotodocumentarista, o
fotojornalista não dispõe para o seu traba-
lho de um longo tempo de preparação e
elaboração3
. Há uma certa urgência na pro-
dução fotográfica e em seus resultados. As-
sim, em meio aos vários tipos de fotos jor-
nalísticas e as suas classificações possíveis,
este trabalho se volta para o fotojornalismo
dos grandes jornais diários e procura o ca-
ráter testemunhal e informacional da foto-
grafia, sem abrir mão de pensar o significa-
do desta em relação à notícia (texto) e como
notícia (ela própria)4
.
A discussão sobre o caráter fotojorna-
lístico da fotografia coloca em evidência al-
gumas noções como informação, notícia,
acontecimento. Nas reflexões de Roland
Barthes (1984) sobre o studium fotográfico e
o papel do Operator e do Spectator em rela-
ção a ele, a fotografia assume uma série de
funções tais como: representar, surpreen-
der, dar significação, provocar desejo. A es-
tes atributos, poderiam ser acrescentados:
documentar, testemunhar, comunicar. No
entanto, entremeando estas designações,
encontra-se uma função, talvez a mais im-
portante, das imagens fotográficas: a de for-
necer informações. Segundo Susan Sontag
(1981), o valor fotográfico se dá a partir
deste atributo: “A fotografia é valorizada
porque nos fornece informações” (SON-
TAG, 1981, p. 21). Roland Barthes (1984,
1990) também trabalha com esta idéia, as-
sim como Jorge Pedro Sousa (2000, 20045
),
Lorenzo Vilches (1983, 1993), Adriano Du-
arte Rodrigues (1994) e outros autores. Des-
4. 128 Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
sa forma, ao pensar o fotojornalismo, toma-
se a fotografia como notícia. Trabalhar com
esse caráter informacional torna-se essenci-
al. A fotografia jornalística é notícia que
possui informação sobre algum aconteci-
mento, transmitindo e comunicando algo.
Mas, antes de aportar no fotojornalismo,
deve-se transitar pela mídia impressa para
a qual dirigimos nosso olhar.
1 O jornalismo e o jornal impresso:
um modo de narrar o mundo
Para delimitar as funções ou o papel de-
sempenhado pelo jornalismo deve-se che-
gar a uma série de atributos. Muitos auto-
res que estudam o jornalismo – conceitua-
ções, técnicas, linguagem – atribuem a essa
prática uma variedade de características.
Dessa forma, chegar a uma idéia única so-
bre a questão pode ser problemático. Ape-
sar disso, não há como negarmos que, em
geral, o jornalismo e mais especificamente
os jornais possuem como função preponde-
rante “relatar a realidade” através das notí-
cias; transformar os acontecimentos da vida
cotidiana em fatos a serem noticiados, em
informação a ser veiculada6
. Segundo Nel-
son Traquina, o jornalismo pode ser expli-
cado ou sinteticamente definido “[...] pela
frase de que é a resposta à pergunta que
muita gente se faz todos os dias – o que é
que aconteceu/ está acontecendo no mun-
do?” (TRAQUINA, 2004, p. 20). O jornalis-
mo, nesse sentido, é a atividade de “contar
estórias”, onde o contador é o jornalista e
cuja transmissão se dá através de um veí-
culo que, no nosso caso, é o jornal impres-
so. A ação do jornalista, assim, está na no-
vidade, no curioso, no acontecimento (na-
quilo que se torna acontecimento para ele).
O jornalismo está atento aos fatos que ocor-
rem no mundo, está ligado aos sujeitos e às
suas relações. Ele é mediador de experiên-
cias e partilhas. Possui e constrói um tem-
po e um lugar, assim como faz parte de um
lugar e de um tempo.
No entanto, deve ser melhor dimensionado
esse papel do jornalista, a maneira como
ele olha para a realidade que o cerca e que
realidade é esta. No mundo atual, o jorna-
lismo é uma entre várias outras práticas de
se ver e contar a realidade. Não há nas soci-
edades, no espaço das grandes cidades,
por exemplo, somente um narrador, so-
mente um contador de estórias. Nas socie-
dades hodiernas, o jornal e o jornalista de-
vem ser tomados como narradores especi-
alizados, mas não são únicos nem exclusi-
vos no contexto das várias narrativas e nar-
ratividades que circundam a vida atual. E
no próprio jornal – tanto nas imagens quan-
to nos textos – jornalista e fotógrafo nunca
estão sozinhos. As fontes e suas falas, os
personagens fotográficos e suas ações, dei-
xam clara a existência de um processo nar-
rativo dinâmico e polifônico no qual se in-
serem os “narradores oficiais” do jornalis-
mo. Há no jornal uma narrativa, não há
como negar. Mas essa narrativa compõe-se
da materialização de várias outras formas
de se narrar e se ver o mundo. Os aconteci-
mentos para os quais se volta a prática jor-
nalística encontram-se (des)organi-zada-
mente dispostos na realidade social, mas
não são vazios de sentido. Eles incorporam
formas e visões de mundo; corporificam
tempos7
e espaços que lhes são também ex-
ternos e anteriores; sem, no entanto, deixar
de envolvê-los. Assim, o jornalista, como
“narrador profissional”, faz convergir para
uma esfera de comunicação especializada
uma série de elementos já dispostos na tra-
ma comunicativa do cotidiano.
Nesse sentido, o jornalismo é uma
prática especializada, uma forma profissio-
nal de narrar o mundo e as várias outras
narrativas que dele fazem parte. Na pers-
pectiva de Vera França, o jornalismo está
enraizado no terreno da palavra humana e
constitui-se em uma maneira própria de di-
zer a sociedade. A palavra jornalística, sua
mensagem, “[...] se constrói como uma pa-
lavra especializada que se distancia pouco
a pouco de outras dinâmicas de circulação
da informação na sociedade” (FRANÇA,
5. 129Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
1998, p. 28). A palavra jornalística (que não
necessariamente se restringe aos textos)
possui meios distintos e próprios de circu-
lação, que a tornam, também, mediação.
O texto jornalístico – seja ele textual
ou visual – reconta a realidade através de
um formato próprio, organizando os acon-
tecimentos e transformando-os em informa-
ção e notícia8
. O acontecimento, por isso,
seria a própria realidade, o que nos é exter-
no e é por nós experienciado espontanea-
mente na movimentação do dia-a-dia. A re-
alidade fragmentada e em constante movi-
mento faz com que o acontecimento se
constitua na matéria-prima que alimenta o
fazer jornalístico. O jornalista, olhando
para os muitos fragmentos que se apresen-
tam visíveis no mundo, faz com que não o
acontecimento, mas os acontecimentos (dis-
postos de forma aleatória na realidade coti-
diana) saiam do seu estado de entropia e se
ajustem, coerentemente, em um dispositi-
vo9
. “As notícias são o resultado de um
processo de produção, definido como a
percepção, selecção e transformação de
uma matéria-prima (os acontecimentos)
num produto (as notícias).” (TRAQUINA,
1993, p. 169) Mais que narrativas comuns,
as notícias são resultado de um processo
que envolve um conjunto de negociações e
disputas10
. E o sentido daí produzido não
se esgota somente no produto final, deven-
do também ser buscado e apreendido nas
interlocuções existentes no seu processo de
produção e recepção11
. Por este motivo,
mais do que informar, podemos dizer que
o jornalismo também comunica, servindo
como mediador da/na sociedade, entrela-
çando a realidade cotidiana em suas esfe-
ras macro e micro, organizando sua cons-
tante desordem.
Baseado nessa perspectiva, Maurice
Mouillaud diz que o processo de produção
da notícia não deve ser apreendido como
uma interação face a face do jornal em rela-
ção ao caos do mundo. Para ele, a mídia
em seu conjunto está situada no fim de
uma extensa cadeia de transformações que
lhe entregam um real já domesticado. “O
jornal é apenas um operador entre um con-
junto de operadores sócio-simbólicos, sen-
do, aparentemente, apenas o último [...].”
(MOUILLAUD, 2002, p. 51) Neste sentido, a
informação produzida e veiculada pelo jor-
nal não é o transporte de um fato12
mas sim
um ciclo ininterrupto de transformações. A
informação, materializada na forma de no-
tícia, é resultado de uma série de acordos e
disputas que se dão desde o momento do
acontecimento em si, passando pelos seus
agentes e interlocutores (os mais diversos),
até chegar aos jornalistas e aos leitores do
jornal13
. Estes últimos, também interlocuto-
res, um após o outro, informam (no sentido
de dar forma) o acontecimento, agregando-
lhe sentidos continuamente. Ressalta-se aí,
portanto, o papel mediador do jornal e seu
lugar numa certa “cadeia comunicativa de
sentidos” da qual ele faz parte. Os aconte-
cimentos devem ser vistos como também
determinados (ou pertencentes) a proces-
sos de informação anteriores a eles, existen-
tes na dinâmica espaço-temporal da socie-
dade. E, devido a tais determinações, os li-
mites do acontecimento, como relembra o
próprio Mouillaud, não são unívocos. “O
acontecimento só é um acontecimento no
plural” (MOUILLAUD, 2002, p. 68), cuja
moldura, ao enquadrar, já sugere uma ex-
pansão. Uma expansão que virá tanto do
fazer jornalístico (desdobramentos da notí-
cia) quanto dos interlocutores (desdobra-
mentos de sentido a partir dos jornalistas e
dos leitores do jornal).
Sob o prisma da abertura de sentidos
existente no processo de fabricação e apre-
ensão dos acontecimentos e das notícias,
devemos lembrar que os conteúdos discur-
sivos dos jornais de modo algum podem
ser tomados como neutros ou imparciais. O
jornalismo é uma prática social marcada
pelo mito da objetividade mas, antes de
tudo, é uma forma de olhar e registrar o
cotidiano social, a sociedade e o mundo
nos quais ele se insere. “Os jornais existem
em contextos específicos que vão orques-
trar de maneira singular seus elementos
constituintes e sua configuração.” (FRAN-
6. 130 Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
ÇA, 1998, p. 29) Neles, a subjetividade está
constantemente presente e, por isso mes-
mo, é instrumento da construção de seus
discursos e está implícita em seus conteú-
dos e mensagens. A informação é uma
construção simbólica e, também, objetiva-
ção de uma subjetividade. Se na base dessa
cadeia de sentidos temos os sujeitos pro-
dutores da notícia e os acontecimentos (am-
bos objetivados e subjetivados a todo mo-
mento), também temos em outro extremo
os sujeitos leitores, aqueles que consomem
a produção noticiosa, que lidam com reali-
dades distintas e com as realidades jorna-
lísticas interagindo-as e dando a elas novos
significados.
O jornalismo, ao emoldurar o fluxo da
vida cotidiana recortando seus fragmentos,
reproduz (recriando) uma realidade funda-
mentada em uma série de mecanismos e
procedimentos próprios que, acima de
tudo, possuem uma função social e um
comprometimento com a sociedade da qual
ele diz e para a qual ele fala. O jornalista,
socialmente, atua como interlocutor entre a
sociedade e ela mesma. Um jornal, mais do
que trazer notícias, “testemunha também o
sentimento de uma sociedade, seu padrão
de sociabilidade, sua maneira de falar”
(FRANÇA, 1998, p. 17). Assim, o jornal pro-
move uma passagem, permitindo uma tro-
ca comunicacional e relacional entre os su-
jeitos e o mundo. Ele provoca um elo entre
interpretações e significações, possibilitan-
do ao seu leitor se reconhecer e, conse-
qüentemente, se situar no contexto espaço-
temporal de sua realidade, uma realidade
ali construída e transmitida.
Esse posicionamento de sujeitos per-
mitido pelo jornal faz com que a informa-
ção jornalística traga as marcas de seu tem-
po, do presente que ela aborda, da atuali-
dade. O cotidiano é reorganizado e sua di-
nâmica passa a ser moldada por uma ca-
deia de procedimentos valorativos e caden-
ciados de noticiabilidade14
. Há nos proces-
so de produção, seleção e apresentação das
notícias, rotinas marcadas por um fazer es-
pecífico, por um ambiente organizacional,
por uma dinâmica temporal presos à hie-
rarquização de conteúdos e à urgência do
tempo15
, a uma normatização discursiva
própria; o que varia, segundo Mauro Wolf
(2001), de acordo com a organização do tra-
balho específico de cada redação e de cada
meio de comunicação. Cada jornal incorpo-
ra tais características jornalísticas de manei-
ras próprias e singulares. Além de serem
veículos, em sua maioria, de grande circu-
lação, o que lhes atribui especificidades em
relação a outros tipos de jornalismo, há di-
ferenças entre suas linhas editoriais, entre
as hierarquizações das notícias por eles
praticadas, entre suas fontes, entre suas ro-
tinas produtivas. Há entre eles formas dis-
tintas de linguagem. Textos, imagens, for-
mato, diagramação, tipografia, projeto grá-
fico e até o preço de cada jornal expressam
maneiras jornalísticas particulares e ofere-
cem diferentes construções narrativas (in-
cluindo-se aqui não só o produto, mas tam-
bém o processo produtivo) sobre a realida-
de. Há também diferenças no público-alvo,
assim como em sua tiragem e no alcance/
penetração de cada um deles. Há diferença
entre os temas os quais cada um deles
apresenta e representa.
Considerada a importância de parti-
cularidades do jornal, voltamos nosso
olhar para uma forma discursiva específica
presente no jornalismo impresso: suas foto-
grafias. O que torna jornalística a fotografia
presente no jornal? O que há de jornalístico
no fotojornalismo? Na dinâmica existente
entre foto e jornalismo há a conformação de
um contexto de sentido que possui regras e
funcionamento próprios, o que marca mui-
to propriamente as mensagens que advêm
dessa relação, sem retirar-lhe o caráter sim-
bólico e fechar-lhe o sentido.
2 O fotojornalismo: narrativas
visuais no jornal
A fotografia não aparece no jornalismo im-
presso apenas para ilustrar. Por isso, o pa-
pel que ela desempenha nesse suporte é de
7. 131Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
tamanha importância. Estampada no jornal,
a fotografia torna-se uma munição para o
jornalista, que busca dar sempre veracida-
de àquilo sobre o que escreve. Segundo Lo-
renzo Vilches, “toda fotografia produz uma
‘impressão de realidade’ que no contexto
da imprensa se traduz por uma ‘impressão
de verdade’”16
(VILCHES, 1993, p. 19, tra-
dução nossa). A foto funciona no jornal
como se fornecesse provas. “Determinada
coisa de que ouvimos falar, mas que nos
suscita dúvidas, parece-nos comprovada
quando dela vemos uma fotografia. Uma
das variantes da utilidade da câmara foto-
gráfica está em que seu registro denuncia.”
(SONTAG, 1981, p. 5) A foto, assim, não é
só imagem da notícia. Ela também é notí-
cia17
.
A fotografia jornalística é atividade
especializada, cujo desempenho en-
volve conhecimento muito além do
manuseio do processo. Trata-se de se-
lecionar e enquadrar elementos se-
mânticos de realidade de modo que,
congelados na película fotográfica,
transmitam informação jornalística
(LAGE, 1999, p. 26, grifo do autor).
Assim como na produção textual, a
produção jornalístico-fotográfica molda a
realidade, partindo dos pressupostos de
noticiabilidade existentes, aliando-os a
princípios e fundamentos técnicos (angula-
ção, lentes, luz, enquadramento etc.). Con-
forme aponta Susan Sontag, ao ser “[...] fo-
tografada, determinada coisa torna-se parte
de um sistema de informações amoldado a
esquemas de classificação e armazenamen-
to [...]” (SONTAG, 1981, p. 150). O fotojor-
nalismo torna acessível em imagens a reali-
dade para a qual o jornal se volta, reforçan-
do as palavras e contribuindo para a cons-
trução de um imaginário a respeito dos
acontecimentos traduzidos como fragmen-
tos metonímicos do mundo pelo jornal, cri-
ando também os próprios acontecimentos
fotográficos. “Ali onde o fotógrafo decide
apontar sua câmera nasce a cena informati-
va. Isto é tão certo que, se mudarmos o
ponto de vista ou a cena, muda o aconteci-
mento.”18
(VILCHES, 1993, p. 141, tradução
nossa) A fotografia do jornal nos aproxima
de determinado acontecimento, fazendo-
nos conhecê-lo e dando-nos a sensação de
que dele participamos. Muitas vezes, quan-
do pensamos em determinado episódio,
são as imagens da mídia que nos vêm à
mente como se tivéssemos vivido determi-
nada situação. As imagens fotojornalísticas
são responsáveis diariamente pela confor-
mação e pela criação de cenas que nos dão
versões imagéticas da realidade cotidiana
que nos cerca.
Dessa forma, dentre os instantâneos
fotográficos,
a fotografia de imprensa adquiriu, no
mundo actual, uma autonomia e um
estatuto próprios. O estatuto óbvio de
testemunho da actualidade represen-
tada é acrescido de cargas valorativas.
Este acréscimo ou este excesso de sig-
nificações conotadas é, antes de mais,
o resultado da sua própria selecção,
provém do facto de ser esta e não ou-
tra fotografia qualquer que foi tirada,
seleccionada e publicada. A fotografia
jornalística converte por isso o aconte-
cimento fotografado em acontecimen-
to notável, em cena emblemática
(RODRIGUES, 1994, p. 125).
A foto jornalística, como notícia, dita
visualmente a informação, legitimando
algo que devemos saber e que está marca-
do para ser percebido.
A moldura jornalística realizada pela
fotografia opera simultaneamente, no senti-
do apontado por Maurice Mouillaud: um
corte e uma focalização. Um corte porque
separa um determinado espaço, separan-
do-o daquilo que o envolve; uma focaliza-
ção porque, “[...] interditando a hemorragia
do sentido para além da moldura, intensifi-
ca as relações entre os objetos e os indiví-
duos que estão compreendidos dentro do
campo e os reverbera para um centro”
8. 132 Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
(MOUILLAUD, 2002, p. 61). O repórter fo-
tográfico – assim podemos chamar também
o fotojornalista – institui uma cena do acon-
tecimento, isolando um fragmento da expe-
riência (no espaço e no tempo), separando-
o de seu contexto, permitindo sua conser-
vação e seu transporte.
Neste sentido, o fotojornalista realiza
constantemente, na formatação visual da
informação, um enquadramento. Conforme
proposto por Jacques Aumont (2001), todo
enquadramento estabelece uma relação en-
tre um olho fictício – o do pintor, da câma-
ra, da câmara fotográfica – e um conjunto
organizado de objetos no cenário19
. No jor-
nal, o enquadramento é temático. Enqua-
dra-se editorialmente. Há jornais que prefe-
rem mostrar a ferida e jornais que preferem
mostrar o curativo. A fotografia jornalística
é parte de um conjunto de mensagens ma-
terializadas em um veículo chamado Jor-
nal, cada qual com sua linha editorial, o
que reflete diretamente sobre a produção
fotográfica. Junto a sua bagagem cultural,
ideológica, política, o fotógrafo é orientado
a todo momento pela linha editorial do veí-
culo em que trabalha, pela pauta prevista
pela editoria daquela cobertura. A fração
da realidade a ser captada por ele20
possui
uma enorme carga semântica intencional,
embora o resultado expressivo da fotogra-
fia seja muitas vezes espontâneo21
. “Os fo-
tojornalistas trabalham com base numa lin-
guagem de instantes, numa linguagem do
instante, procurando condensar num ou em
vários instantes, ‘congelados’ nas imagens
fotográficas, toda a essência de um aconte-
cimento e seu significado.” (SOUSA, 2004,
p. 13)
Lorenzo Vilches nos diz que o aspecto
semântico da imagem jornalística é consti-
tuído pelos códigos de conteúdo que orga-
nizam as formas de expressão em unidades
de leitura. O plano da expressão, em outras
palavras, organiza a “visibilidade” do texto
visual, enquanto que o plano do conteúdo
organiza sua “legibilidade” ou compreen-
são. Ao leitor do jornal caberá buscar o con-
teúdo implícito e explícito da fotografia
veiculada. Por este motivo, conclui Vilches:
“A foto de imprensa se apresenta como
uma enciclopédia onde leitores diversos
podem buscar significados diversos segun-
do seus interesses”22
(VILCHES, 1993, p.
84, tradução nossa). Em toda sua reflexão, o
autor ressalta a importância da leitura foto-
gráfica na apreensão dos significados exis-
tentes nas fotos dos jornais. Para ele, as fo-
tos são como textos que se oferecem para
serem lidos. E, ao lermos tais imagens,
mais que ver a verdade das coisas, nós as
percebemos; e a percepção é um processo
criativo no qual nós promovemos a relação
de nossas referências materiais, sociais e
afetivas23
.
Sendo assim, a estrutura da imagem
jornalística é por vezes complexa e, por
isso, a mesma se configura como um pro-
duto de diversas transformações discursi-
vas. Buscar nas fotos jornalísticas a repre-
sentação de sujeitos sociais é saber lidar
com realidades históricas que, marcadas
pela dinâmica dos meios de comunicação
impressa, são atualizadas e re-significadas
diariamente. O jornal, ao veicular imagens,
possui objetivos e sabe o que pretende
mostrar. As fotografias jornalísticas não são
inocentes: elas traduzem um acontecimen-
to, construindo-o. Recortam uma realidade,
são notícia e transmitem informação. Além
disso, funcionam, assim como o jornal e
seus textos, como mediadoras e peças im-
portantes para a construção de uma ima-
gem (no sentido de um imaginário) sobre
algo específico; sobre uma realidade espe-
cífica.
2.1 Diálogos entre a foto e o texto
verbal
O jornal é por nós entendido como um veí-
culo de comunicação dotado de estratégias
comunicativas que se articulam na co-pre-
sença texto e imagem, assim como na dia-
gramação destes elementos na página.
Todo esse conjunto, a composição por ele
estabelecida, faz com que as fotografias
9. 133Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
nele presentes não sejam meramente ilus-
trativas, mas, antes, narrativas dotadas de
uma mensagem específica e intencionada.
Tais intenção e especificidade fazem com
que a conexão texto-imagem dentro do jor-
nal, na página do jornal, crie uma interde-
pendência contínua. Diagramação, títulos e
legendas possuem papel decisivo na per-
cepção da fotografia jornalística.
Para Jorge Pedro Sousa, a conciliação
de fotografias e textos é uma das estratégi-
as do fotojornalismo para informar. Não
existe fotojornalismo sem texto, diz o autor.
Sousa defende que “[...] quando se fala de
fotojornalismo não se fala exclusivamente
de fotografia” (SOUSA, 2004, p. 12). Os tex-
tos, neste sentido, seriam complementares
à construção de sentido da mensagem foto-
jornalística. Lorenzo Vilches (1993) não par-
tilha totalmente destas idéias e reitera que,
apesar de serem complexas e interdepen-
dentes as relações existentes entre o texto
visual fotográfico (icônico no sentido colo-
cado pelo autor) e o texto verbal, devemos
ter sempre em mente que o fotojornalismo
é dotado de certa autonomia.
Em sua reflexão estruturalista sobre a
imagem fotojornalística, Roland Barthes
(1990) também aponta para a relação entre
o texto verbal e a imagem. Para o autor, o
texto verbal funciona como método de co-
notação da imagem fotográfica. Não é so-
mente a imagem que ilustra a palavra e
contribui para a denotação desta. Há uma
inversão de papéis. É a imagem que se tor-
na conotada e tem o texto como aliado nes-
te processo.
Martine Joly diz que a relação entre
imagem e texto é, na maioria das vezes,
abordada em termos de exclusão (como ex-
cludentes) ou em termos de interação, mas
raramente em termos de complementarida-
de. Joly trabalha não só com as palavras
que estão ligadas às imagens em um mes-
mo contexto e suas funções, mas também
com a questão da interpretação. Não há
como analisar uma imagem, interpretá-la,
sem descrevê-la. “[...] quer queiramos, quer
não, as palavras e as imagens revezam-se,
interagem, complementam-se e esclarecem-
se com uma energia revitalizante. Longe de
se excluir, as palavras e as imagens nu-
trem-se e exaltam-se umas às outras.”
(JOLY, 1996, p. 133)
Mas como todas essas proposições se
materializam no fotojornalismo? Qual a
contribuição e a complementaridade dos
textos na construção da realidade promovi-
da pelas fotografias nos jornais?
Existem basicamente três tipos de tex-
tos relacionados diretamente à fotografia
no contexto do jornalismo impresso: as
manchetes (títulos e subtítulos), as legen-
das e o texto das matérias jornalísticas em
si. Ivan Lima também realiza essa divisão
apontando que “na imprensa, a relação da
fotografia com a escrita se dá em três ní-
veis, que por sua vez se inter-relacionam:
1) fotografia-legenda; 2) fotografia-manche-
te; 3) fotografia-texto” (LIMA, 1988, p. 31).
Para o enfoque específico de nosso traba-
lho, exploremos um pouco mais a relação
foto-legenda e a relação foto-manchete.
Segundo Lima, a legenda é parte inte-
grante de uma fotografia. “Na fotografia de
imprensa, a legenda faz a relação entre a
imagem e o texto, referindo-se ao fato e,
portanto, ao espaço e ao acontecimento, de
forma mais específica.” (LIMA, 1988, p. 31-
32) Para o autor, a legenda pode tanto en-
dossar o que se passa na imagem quanto
modificar inteiramente o que se vê na foto-
grafia. Muniz Sodré (1979) afirma que a le-
genda da fotografia de imprensa serve para
fixar ou realçar os significados pertinentes
da imagem em sua polissemia. A relação
entre a foto e a legenda estabelece um con-
texto pragmático que influi na percepção,
na leitura e na compreensão da imagem fo-
tográfica. Segundo Milton Guran, é função
da legenda ativar no leitor “[...] todos os
conhecimentos e sentimentos correlatos
àquela cena mostrada. No caso do jornalis-
mo, naturalmente, a legenda deve compre-
ender as informações circunstanciais que
de resto são parte integrante da notícia
como nomes, locais etc.” (GURAN, 1992, p.
58) Nesse sentido, segundo o autor, uma
10. 134 Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
boa legenda é aquela que funciona como
“um convite ao leitor para explorar melhor
a imagem, descobrindo-lhe os significados
menos evidentes, mas nem por isso menos
importantes” (GURAN, 1992, p. 58).
As manchetes, entendidas aqui por
nós como títulos e subtítulos, cumprem um
papel próximo ao desempenhado pela le-
genda. “Em alguns casos, o título do assun-
to funciona como uma legenda: é o caso
das grandes manchetes.” (LIMA, 1988, p.
34) Estas, em conjunto com a fotografia, são
alvo da leitura-primeira realizada pelo lei-
tor. Quando de posse de um jornal, aquele
leitor que fizer uma leitura rápida, “passar
os olhos” brevemente sobre as páginas dos
jornais, certamente terá sua atenção atraída
primordialmente por suas manchetes e
imagens. Daí a importância da relação en-
tre elas. Há uma complementaridade de in-
formações, um diálogo entre ambas. As
manchetes ainda estão relacionadas ao tex-
to das matérias e, com estes, realizam uma
outra relação; importante relação, mas da
qual não trataremos no momento.
Dentre as principais funções do texto
no fotojornalismo, Jorge Pedro Sousa (2004)
lista cinco delas: chamar a atenção para a
fotografia ou para alguns de seus elemen-
tos; complementar a informação das foto-
grafias; denotar a foto (direcionar o leitor
para o significado explícito na imagem); co-
notar a fotografia, abrindo o leque de signi-
ficações possíveis; e, por fim, analisar e in-
terpretar e/ou comentar a fotografia e/ou
seu conteúdo.
De outra forma, podemos dizer que
fotos e textos desenvolvem processos cog-
nitivos do leitor. As associações existentes
entre texto e imagem possibilitadas pelas
fotos em relação aos textos jornalísticos
permitem várias associações mentais e dão
margem a uma abertura de sentidos da
mensagem fotojornalística, sem que a infor-
mação básica se perca.
Resta dizer: para onde se dirige a
mensagem jornalística? Uma vez que alcan-
çamos uma dimensão mais global do foto-
jornalismo, pensando potencialmente sua
forma (linguagem, composição, relação
com os textos e as formas produtivas), con-
teúdo (o acontecimento, a informação, a no-
tícia) e seus sentidos (relações entre as
mensagens – presentes nos formatos e nos
temas – e os contextos de produção e re-
cepção), caberia então dimensionar para
qual(quais) realidade(s) se voltaria a cons-
trução jornalística. A apreensão dessas rea-
lidades será fundamental para aqueles que
se aventurarem na pesquisa fotojornalísti-
ca. O fotojornalismo possui como pano de
fundo a vida social, diariamente re-elabora-
da pelo discurso visual jornalístico. Por
isso, dimensionar o processo de represen-
tação aí inserido e os contextos para os
quais ele se dirige será sempre um esforço
instigante, urgente e da maior importância .
Notas
1 O autor complementa: “Passamos a depender da mídia,
tanto impressa como eletrônica, para fins de entreteni-
mento e informação, de conforto e segurança, para ver
algum sentido nas continuidades da experiência e tam-
bém, de quando em quando, para as intensidades da
experiência” (SILVERSTONE, 2002, p. 12).
2 Tal interesse segundo o autor pode variar de um para
outro órgão de comunicação social e não tem necessaria-
mente a ver com critérios de sociabilidade dominantes.
3 Sousa acrescenta que “enquanto a ‘fotografia de notíci-
as’ é, geralmente, de importância momentânea, repor-
tando-se à ‘atualidade’, o fotodocumentarismo tem,
tendencialmente, uma validade quase intemporal”
(SOUSA, 2000, p. 12-13).
4 Em reflexão posterior, Sousa (2004) aproxima-se desta
nossa idéia fotojornalística. Segundo ele, “de forma prá-
tica”, podemos considerar as fotografias jornalísticas
como sendo “aquelas que possuem ‘valor jornalístico’ e
que são usadas para transmitir informação útil em con-
junto com o texto que lhes está associado” (SOUSA,
2004, p. 11). Para o autor, “valor jornalístico” diz respei-
to a critérios específicos de valorização da informação
que, independentemente do órgão de comunicação, di-
zem respeito às valorações empregadas consciente ou in-
11. 135Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
conscientemente pelos jornalistas na construção das no-
tícias. Nesse sentido, encaramos os fotojornalistas tam-
bém como repórteres fotográficos.
5 “De qualquer modo [...] a finalidade primeira do
fotojornalismo, entendido de forma lata, é informar.”
(SOUSA, 2004, p. 11)
6 Em nosso estudo vamos trabalhar com as noções de
notícia, fato, acontecimento baseando-nos sempre em
pressupostos das teorias da comunicação e do jornalis-
mo, de forma a evitar questões relativas a estes termos e
que estejam ligadas a outros campos das ciências sociais
e humanas.
7 Mesmo abordando essa questão por uma outra ótica, é
interessante ressaltarmos a proposição de Jacques
Aumont em relação ao tempo e ao acontecimento.
“Pode-se então dizer que, se a duração é a experiência
do tempo, o próprio tempo é sempre concebido como um
tipo de representação mais ou menos abstrato de conteúdos
de sensações. Ou seja, o tempo não contém os aconteci-
mentos, é feito dos próprios acontecimentos, na medida
em que esses são apreendidos por nós.” (AUMONT,
2001, p. 107).
8 Nelson Traquina acrescenta sobre isso a seguinte idéia:
“As notícias não podem ser vistas como emergindo na-
turalmente dos acontecimentos do mundo real; as notí-
cias acontecem na conjunção de acontecimentos e de tex-
tos. Enquanto o acontecimento cria a notícia, a notícia
também cria o acontecimento” (TRAQUINA, 1993, p.
168). O autor reforça o papel do jornalismo na leitura do
mundo, a informação como aquilo que o jornalismo jul-
ga importante e como aquele que ele in-forma.
9 Segundo Maurice Mouillaud, o discurso do jornal está
encaixado em um dispositivo. “Os dispositivos são os
lugares materiais ou imateriais nos quais se escrevem
(necessariamente) os textos [...].” (MOUILLAUD, 2002,
p. 34). Nessa perspectiva, o texto seria qualquer forma
(de linguagem, icônica, sonora, gestual etc.) de inscrição
conformada na estruturação espaço-temporal do dispo-
sitivo.
10 “As exigências organizativas e estruturais e as caracterís-
ticas técnico-expressivas próprias da realidade de cada
meio de comunicação de massa são elementos funda-
mentais para a determinação da reprodução da realida-
de social fornecida pelos mass media.” (WOLF, 2001, p.
185).
11 “[...] o jornal, o acontecimento e o leitor são três instânci-
as que se mantêm juntas no interior da mesma presen-
ça.” (MOUILLAUD, 2002, p. 73).
12 Mouillaud trabalha com os conceitos de “acontecimento”
e “fato” como sinônimos: “[...] o acontecimento é a som-
bra projetada de um conceito construído pelo sistema de
informação, o conceito de fato” (MOUILLAUD, 2002, p.
51).
13 Devemos sempre ter em mente o processo de produção
jornalística como um processo tenso, conflituoso,
permeado por embates e obstáculos de diversas ordens e
de diversas instâncias. Como aponta o jornalista Clóvis
Rossi, “entre a ocorrência de um fato e a sua veiculação,
seja por jornais ou revistas, seja pela televisão, percorre-
se um caminho relativamente rápido, se medido em ho-
ras, mas bastante tortuoso e complexo” (ROSSI, 2000, p.
17).
14 “A noticiabilidade é constituída pelo conjunto de requisi-
tos que se exigem dos acontecimentos – do ponto de
vista da estrutura do trabalho nos órgãos de informação
e do ponto de vista do profissionalismo dos jornalistas –
para adquirirem a existência pública de notícias.”
(WOLF, 2001, p. 190).
15 Inseridos nos requisitos de noticiabilidade, segundo
Mauro Wolf (2001), estão os valores-notícia (news values).
Baseado nas reflexões da teoria jornalística do news-
making, o autor aponta que estes valores constituem crité-
rios de relevância para a tarefa jornalística de se
dimensionar quais acontecimentos devem ser transfor-
mados em notícia, assim como se classificar hierarquica-
mente tais notícias. Wolf ainda aponta que tais valores-
notícia não são abstratos, estão ligados a uma certa cul-
tura profissional e podem mudar com o tempo. Além
disso, segundo ele, os valores-notícia derivam de pressu-
postos implícitos ou de considerações relativas ao con-
teúdo das notícias, à disponibilidade do tratamento
informacional do acontecimento, ao público e à concor-
rência; sendo que em cada um destes há uma série de
variáveis a serem consideradas. Sobre os valores-notícia,
ver também CORREIA (1997, p. 137-166).
16 “[...] toda fotografía produce una ‘impresión de
12. 136 Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 27 • agosto 2005 • quadrimestral
realidad’ que en el contexto de la prensa se traduce por
una ‘impresión de verdad’.” (VILCHES, 1993, p. 19).
17 Milton Guran, ao dizer sobre as imagens fotojor-
nalísticas, propõe: “[...] a fotografia aparece na imprensa
em três situações: como ilustração, como informação
principal em relação ao texto, ou como complemento
deste. Paralelamente, desempenha variadas funções que
vão desde a recuperação de outras informações e aspec-
tos colaterais da notícia (quando a foto de arquivo é a
grande matéria-prima) até constituir-se na própria notí-
cia, ou em parte dela [...] Este leque de funções se com-
pleta com a ‘crônica visual’ (ensaio), e com a foto apre-
sentada como editorial visual (opinativo)” (GURAN,
1992, p. 57).
18 “Allí donde el fotógrafo decide apuntar su cámara allí
nace la escena informativa. Esto es tan cierto que, si
cambiamos el punto de vista o la escena, cambia el
acontecimiento.” (VILCHES, 1993, p. 141).
19 Segundo Sousa (2004), entra-se no terreno da composi-
ção fotográfica quando se fala dos elementos da imagem
e da forma, como estes se apresentam como informação
para o leitor do jornal.
Sobre a composição fotográfica, Milton Guran afirma:
“A composição fotográfica tem como finalidade dispor
os elementos plásticos percebidos através do visor para
conferir significado a uma cena. É resultado da
harmonização de diversos fatores de ordem técnica e de
conteúdo, constituindo, na essência, o pleno exercício da
linguagem fotográfica” (GURAN, 1992, p. 23).
No comentário do célebre fotógrafo Henri Cartier-
Bresson, a composição “[...] deve ser uma das preocupa-
ções constantes, mas no momento de fotografar ela só
pode sair da intuição do fotógrafo, pois o que queremos
é capturar o momento fugidio, e todas as inter-relações
em jogo acham-se em movimento” (CARTIER-BRES-
SON, 1971, p. 22).
20 Vale dizer ainda que o repórter fotográfico, embora ob-
servador mais atento do acontecimento, não tem condições
de apreender todos os detalhes durante o desenrolar do
fato. O fotojornalismo, por ser um instantâneo de uma fra-
ção de realidade, reduz, mas não exclui, por isso, as possibi-
lidades de conotação a serem transmitidas pelas fotos.
21 A fotografia, assim como o texto, também passa por um
processo de edição e seleção após revelada. Uma vez que
ela faz parte de um conjunto, que é o jornal, a fotografia
jornalística pode, muitas vezes, ser reduzida ou alterada
ao longo do fechamento da matéria e da diagramação do
exemplar a ser veiculado. Além disso, na dinâmica de
praticamente todos os jornais, os fotógrafos não partici-
pam das etapas de fechamento da edição e da escolha
das fotografias que serão publicadas; cabendo essa fun-
ção aos editores de fotografia e das outras editorias.
22 “La foto de prensa se presenta como una enciclopedia
donde lectores diversos pueden buscar significados di-
versos según sus intereses.” (VILCHES, 1993, p. 84).
23 Jacques Aumont (2001), baseado nas proposições de
Ernest Gombrich, afirma que o papel do espectador é
fazer existir a imagem através de seus atos psíquicos e
perceptivos. Aumont, ao elencar um conjunto de autores
(de diferentes abordagens) que tratam da recepção da
imagem, de seu espectador, sintetiza que o leitor
imagético é aquele que vê e conhece cognitivamente uma
mensagem, através de um saber e de expectativas e que,
além disso, também deseja a imagem. Ele é um sujeito
de afeto, cujas pulsões e emoções também intervêm con-
sideravelmente na sua relação com a imagem e nas ações
de seu imaginário. Nessa perspectiva, assim como o fo-
tógrafo, o leitor também é parte do processo de criação
da fotografia. Ele é parceiro ativo da imagem, também
age no seu processo de significação, assim como a ima-
gem age sobre ele.
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