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ESPECIAL FACHADAS
Fachadas ventiladas
R$ 25,00
M=
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ENTREVISTA Alessandra Araújo I Diretora executiva do GCPArquitetos
Relevos e superfícies de folhas podem inspirar
desenhos e soluções de fachadas de edifícios.
O mesmo vale para peles de certos animais, cujos
esqueletos, com seus reforços pontuais, também
servem para sugerir a criação de estruturas.
"Na natureza não há desperdício de matéria,
ou seja, uma ave terá uma estrutura óssea no
padrão necessário para ter a leveza de voar.
Essa funcionalidade pode ser replicada na arquitetura",
observa a bióloga e especialista no assunto Alessandra
Araújo, sócia diretora do escritório GCP Arquitetos.
A ideia é inovadora justamente por imitar as funções
e padrões que resistiram à evolução natural.
"É uma aplicação das estratégias de sobrevivência
e reprodução dos seres vivos que representam hoje
1% das espécies após aproximadamente 4 bilhões
de anos de existência no planeta. Portanto, são
adaptações altamente especializa das e testadas
ao longo da vida na Terra", diz. Em entrevista a
Gisele Cichinelli, ela conta como o conceito está se
disseminando no Brasil e no mundo e ainda revela
quais são os maiores desafios para a aplicação
prática da biomimética em projetos arquitetõnicos.
FINESTRII 2015 I jul-ago
-A LICAO DA.J
NATUREZA PARA
A ARQUITETURA
Vertente da arquitetura contemporânea, a biomimética
adapta conceitos da natureza na busca por soluções
sustentáveis que aumentem a eficiência das edificações,
como explica Alessandra Araújo, diretora executiva
do GCP Arquitetos e especialista no assunto.
COMO SURGIU SEU INTERESSE PELA ARQUITETURA
BIOMIMÉTICA?
Fiz muitos cursos na área de arquitetura, urbanismo e
sustentabilidade. Dentre eles, o do Schumacher College, no
interior da Inglaterra, onde encontrei o arquiteto Michael
Pawlyn, hoje conhecido por praticar a arquitetura biomimética.
Ele fazia o mesmo curso que eu e me incentivou a estudar
a biomimética, pois achava que eu tinha o perfil ideal para
a área. Comecei, a partir daí, a seguir o que acontecia pelo
mundo. Em 2011 fiz um curso de certificação ministrado
pelo Instituto Biomimicry 3.8, fundado por Janine Benyus e
Dayna Baumeister, PhDs no assunto. Essas duas estudiosas
começaram a fazer as correlações sobre como a natureza
pode ser mentora para qualquer desafio contemporâneo,
seja na arquitetura ou até mesmo na gestão de pessoal.
QUAL O CONCEITO DE BIOMIMÉTICA E COMO SE APLICA
À ARQUITETURA?
A biomimética é uma disciplina que tramita em vários
segmentos e seu objetivo é buscar, através dos quase 4 bilhões
de anos de vida na Terra e dos mecanismos de adaptação-
seja para sobreviver, seja reproduzir -, soluções eficazes e
ambientalmente sustentáveis. Na arquitetura, essas soluções
•••
visam a eficiência das edificações. Ou seja, uma casa
construída em um local com alterações de temperatura ou
umidade, por exemplo, pode ser pensada na biomimética
a partir do estudo dos mecanismos da natureza para lidar
com esses aspectos. É preciso, através de um método, fazer
uma pesquisa no mundo natural para buscar soluções.
Não é apenas uma inspiração aleatória. Não olhamos
somente a simplicidade da forma, mas sim a funcionalidade
da adaptação. Através de pesquisas, temos um percurso
até chegar à transcrição dos princípios de projeto, que se
basearão na tradução de como o ser vivo estudado lida,
por exemplo, com flutuações de temperatura: por meio de
aberturas, de mecanismos
internos de controle de
umidade, de processos
físicos ou químicos etc.
É UM PROCESSO
"O GCP é um dos poucos escritórios
de arquitetura brasileiros que
possuem uma bióloga a bordo"~"ifMULTIOISCIPLlNAR?
Sim, a pesquisa
é trabalhosa e a
multidisciplinaridade se dá nessa etapa de projeto.
Fundamentalmente, temos um trabalho que deve ser
feito a quatro mãos. Há sempre um arquiteto e um
profissional da área de ciências envolvidos nesses
estudos. Teremos então uma pesquisa ampla na qual
se envolvem muitos princípios de design que possam
ter correlação com a demanda inicial. No momento
em que o retorno é dado, as soluções são avaliadas
para identificar se fazem ou não sentido. Por fim,
avalia-se se o resultado está de acordo com o que era
esperado, chegando a um produto final satisfatório.
COMO OS ESTUDOS NESSA ÁREA VÊM EVOLUINDO
NO EXTERIOR E NO BRASIL?
Nos Estados Unidos e na Europa, sobretudo na
Alemanha, a biomimética está praticamente no
mesmo patamar de desenvolvimento. Há um
grupo de profissionais trabalhando para a BMW,
por exemplo. Sabemos que algumas empresas do
setor automobilístico estão pesquisando sensores
naturais, a partir do estudo de cardumes de peixes
e de aves migratórias. Isso abastece a indústria,
que pretende entender como funciona a direção
inteligente. Nos Estados Unidos há um peso maior nas
pesquisas dentro da academia. No desenvolvimento
de produtos, hoje temos exemplos concretos,
como o trem japonês, que foi inspirado no pássaro
li.
mergulhão, facilitando a aerodinâmica do veículo.
Pawlyn tem alguns exemplos na área de arquitetura.
Michael Pearce, por sua vez, construiu o edifício
Eastgate, no Zimbábue. Esse partido, inclusive, é
bastante questionado pelos arquitetos. Mas não
necessariamente a aplicação da biomimética resulta
em formas incomuns, vale lembrar. A biomimética
aparecerá nos sistemas de controle de entrada de
ar e luz, sistemas hidráulicos e na distribuição dos
fluxos e dinâmicas internas. E também nas formas
estruturais, onde o conceito tem sido aplicado.
QUANTO AOS
MATERIAIS, QUAL
É O PANORAMA
DA SUA APLICAÇÃO?
Vinculados à
arquitetura, há muitos
materiais já estudados
e desenvolvidos.
Um dos exemplos
é uma tinta para revestimento de paredes inspirada
nas folhas de lótus. Essa planta fica em lugares de
grande precipitação e a parte em contato com o ar
não pode sujar, do contrário não há fotossíntese. Para
se adaptar, essa folha possui nanopartículas que
permitem que se torne autolimpante. Toda vez que
gotas passam por ela, carregam as sujeiras. A tinta
também tem nanopartículas que evitam acúmulo de
sujeira e o desenvolvimento de fungos, aumentando
sua durabilidade. Há ainda estudos com concreto
baseados na capacidade de autorrecomposição dos
corais. O uso de bactérias em contato com o concreto
permite que fique selado e possa ser reconstruído
em casos de fissuras, um dos maiores problemas
envolvendo o material. Também há um tijolo criado a
partir de uma mistura de areia e uma solução muito
rica em bactérias, composição que confere a ele
capacidade de carga superior, além de ser totalmente
reciclável. A partir do l.ite's Principle é possível
desenvolver uma série de soluções na perspectiva da
biomimética. Esse conjunto de valores se pauta na
química verde e impede, por exemplo, a criação de
produtos tóxicos ao meio ambiente, não recicláveis
ou que não possam ser construídos em etapas.
Esses conceitos podem ser usados na arquitetura,
na elaboração de projetos com capacidade de
expansão e uso de materiais eficientes também. »
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ENTREVISTA ALessandra Araújo I Diretora executiva do GCPArquitetos
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A INDÚST~IA ASSIMILOU A BIDMIMÉTICA MAIS
~APIDAMENTE DO QUE A A~QUITETU~A?
No segmento de materiais, a aplicação do conceito está
mais consolidada justamente porque eles têm funções mais
tangíveis. Quando migramos para uma área construída
ou para a elaboração de um espaço, pensamos em várias
funções, tais como proteção ao ambiente e a seu uso e ainda
a criação de um local confortável e agradável. Tudo isso
deve ser correlacionado com a biomimética, aumentando
a complexidade do projeto. Como se trata de um conceito
novo, há poucos escritórios de arquitetura e profissionais
aptos a pensar esses projetos a partir dele. Por exemplo,
a americana HOK e a inglesa Arup possuem equipes
de projeto compostas por
ecólogos, biólogos, sociólogos,
arquitetos e engenheiros.
É um grupo que parte de uma
visão multidisciplinar. O GCP
é um dos poucos escritórios
brasileiros que possuem
uma bióloga a bordo.
A aplicação da biomimética é uma quebra de
paradigma na arquitetura, pois vai estudar o terreno,
as pressões abióticas exercidas sobre ele e as funções
que a construção deve desempenhar. Toda essa
pesquisa pode levar até dois meses, e sabemos que
a máxima na cabeça do investidor ainda é "tempo é
dinheiro". Mas precisa haver tempo para que essa
pesquisa seja feita e, partir daí, se comece a pensar em
desenvolver um projeto de fato inovador e sustentável
a quatro mãos. A ideia é dispensar ou minimizar
o uso de equipamentos, como ar-condicionado e
desumidificadores, por exemplo. Ainda há uma pressão
grande para que os projetos sejam feitos rapidamente,
quando, na verdade, essa
etapa deveria ser pensada
com bastante cuidado.
':A maior barreira é a do
conhecimento, pois ainda temos
de explicar o que é biomimética"
QUAIS os DESAFIOS
PA~A VIABILlZA~
P~OJETOS DESSA
DO ESTUDO À P~ÃTICA, LEVA-SE TEMPO? HÃ
ALGUMA INICIATIVA JÃ DESENVOLVIDA NO B~ASIL?
Uma grande indústria de cosméticos já contratou
pesquisas na área pensando em obter embalagens mais
inteligentes, Na arquitetura, especificamente, não há
nenhuma inciativa - desde a fase de projeto até a obra
executada - desenvolvida a partir da biomimética.
HÃ ALGUM P~OJETO EM VISTA QUE VISE A
APLICAÇÃO DO CONCEITO NO B~ASIL?
Há um trabalho a ser desenvolvido no sul da Bahia, em
local que apresenta três pressões abióticas: umidade,
salinidade e variações de temperatura. Temos a
demanda de elaborar um projeto no segmento de
hotelaria nesse terreno, ainda em fase de pesquisa
e sem previsão para conclusão da sua execução.
COMO CLIENTES E INVESTIDO~ES AVALIAM A
POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA BIOMIMÉTICA?
O CUSTO DO P~OJETO, PO~ EXEMPLO,
AUMENTA MUITO? E O TEMPO?
FINESTRII 2015 I juL-ago
NATU~EZA?
A capacitação para o
desenvolvimento da biomimética ainda é incipiente
no Brasil. Há poucos profissionais da área.
Não temos um escritório de arquitetura que saiba
interpretar e desenvolver engenharia pensando em
biomimética, com sua lógica própria de aplicação.
Temos alguns biólogos e poucos arquitetos e
engenheiros certificados no assunto. Os profissionais
da área de ciências estão saindo na frente, são
os mais interessados nesse tema inovador.
OS INTE~ESSADOS PODEM ~ECO~~E~ A QUE
TIPO DE FO~MAÇÀO?
Há workshops, cursos e palestras. Mas cursos com
a profundidade do Biomimicry 3.8 e do existente na
Universidade Estadual do Arizona, só fora do Brasil.
Temos de tomar cuidado para que o conceito não se
desvirtue com a aplicação apenas na forma, e não
na funcionalidade. A inovação deve ir além da forma.
O projeto de grande destaque tem a função da forma
amplamente estudada, Fazer casinhas no estilo do
joão-de-barro não é biomimética aplicada .•
•••
MERCADO
SÉRGIO FREITAS É O NOVO
DIRETOR COMERCIAL DA BELMETALNOVO PROJETO PARA
CENTRO DE EVENTOS EM SÃO PAULO
Atuando na Belmetal Alumínios há sete anos
e meio, Sérgio Freitas assume agora o cargo
de gerente comercial da empresa. O executivo
chegou na companhia como gerente de desen-
volvimento, em que montou uma nova divisão
de produtos, incluindo painéis de ACM, poli-
carbonato e silicone, além de trazer parcerias
com empresas do setor acrílico e de fitas dupla
face. Agora, Freitas tem planos de unificar a
atuação das onze filiais da empresa. "A ideia é
criar uniformidade de atuação na área da cons-
trução civil, prestando serviço melhor para o
mercado, com um pacote completo de produ-
tos", afirma ele.
O espaço para eventos Imi-
grantes Exhibition & Con-
vention Center, em São
Paulo, ganhará novo projeto
de arquitetura, desenvolvido
em conjunto pelo escritório
paulistano GCP Arquitetos,
que coordenou os projetos
básicos executivos, e pelo
estúdio francês Wilmotte & Associés [W&Al. responsável pela
coordenação e compatibilização dos projetos complementares - a
convite da empresa GL Events. Os galpões contarão com pé-direito
livre, de dez e14 metros, com estrutura de cobertura otimizada
para permitir vãos livres de até 72 x 157 metros e pisos de con-
creto para receber cargas de três a cinco toneladas.
O
O
«U
II
W
L CONCURSO CBCA TEM
Ao todo, os cinco novos pavilhões contíguos do São Paulo Expo -
como o espaço será chamado - totalizarão área de 50 mil me-
tros quadrados, interligados aos 19 mil já existentes, que serão
reformados. Também será implantado um centro de convenções
com 11 mil metros quadrados, 17 auditórios, salas de conferên-
cia, áreas para intervalo, lobbies, lanchonetes e um restaurante
principal. Os ambientes serão divididos por paredes acústicas
móveis, dando mais flexibilidade ao empreendimento. Ao longo
da fachada principal, uma esplanada coberta por marquise ser-
virá de acesso do público aos lobbies e também abrigará eventos
abertos. Toda a área de exposições e convenções será climatiza-
da com sistemas eficientes e inteligentes, e haverá ainda a cap-
tação da água de chuva para reúso em descarga dos sanitários
e lavagem de pisos. O projeto de paisagismo prevê o plantio de
900 árvores nativas para recomposição da mata. Será construído
um prédio-garagem com capacidade para 4,4 mil carros.
INSCRiÇÕES ABERTAS
O Centro Brasileiro da Construção em
Aço realizará a oitava edição do Concur-
so CBCA, desta vez com o tema Centro
Esportivo e Social. Voltado para estu-
dantes de arquitetura e com abrangên-
cia nacional, o prêmio tem como objetivo
estimular o trabalho criativo, revelando
as possibilidades e o conhecimento das
propriedades do aço. O primeiro colo-
cado receberá prêmio no valor de 5 mil
reais - 4 mil para a equipe e mil para o
orientador -, além de representar o Bra-
sil no 8° Concurso Alacero de Desenho
em Aço para Estudantes de Arquitetu-
ra, organizado pela Associação Latino-
-Americana do Aço [Alacer o]. Nele, os
brasileiros competirão com equipes ven-
cedoras dos países membros da asso-
ciação, como Argentina, Chile, Colômbia,
Equador, México, Peru, República Domi-
nicana e Venezuela. As inscrições vão até
15 de agosto e podem ser feitas pelo site
www.cbca-acobrasil.org.br/a rq uitetu ra.
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  • 2. ENTREVISTA Alessandra Araújo I Diretora executiva do GCPArquitetos Relevos e superfícies de folhas podem inspirar desenhos e soluções de fachadas de edifícios. O mesmo vale para peles de certos animais, cujos esqueletos, com seus reforços pontuais, também servem para sugerir a criação de estruturas. "Na natureza não há desperdício de matéria, ou seja, uma ave terá uma estrutura óssea no padrão necessário para ter a leveza de voar. Essa funcionalidade pode ser replicada na arquitetura", observa a bióloga e especialista no assunto Alessandra Araújo, sócia diretora do escritório GCP Arquitetos. A ideia é inovadora justamente por imitar as funções e padrões que resistiram à evolução natural. "É uma aplicação das estratégias de sobrevivência e reprodução dos seres vivos que representam hoje 1% das espécies após aproximadamente 4 bilhões de anos de existência no planeta. Portanto, são adaptações altamente especializa das e testadas ao longo da vida na Terra", diz. Em entrevista a Gisele Cichinelli, ela conta como o conceito está se disseminando no Brasil e no mundo e ainda revela quais são os maiores desafios para a aplicação prática da biomimética em projetos arquitetõnicos. FINESTRII 2015 I jul-ago -A LICAO DA.J NATUREZA PARA A ARQUITETURA Vertente da arquitetura contemporânea, a biomimética adapta conceitos da natureza na busca por soluções sustentáveis que aumentem a eficiência das edificações, como explica Alessandra Araújo, diretora executiva do GCP Arquitetos e especialista no assunto. COMO SURGIU SEU INTERESSE PELA ARQUITETURA BIOMIMÉTICA? Fiz muitos cursos na área de arquitetura, urbanismo e sustentabilidade. Dentre eles, o do Schumacher College, no interior da Inglaterra, onde encontrei o arquiteto Michael Pawlyn, hoje conhecido por praticar a arquitetura biomimética. Ele fazia o mesmo curso que eu e me incentivou a estudar a biomimética, pois achava que eu tinha o perfil ideal para a área. Comecei, a partir daí, a seguir o que acontecia pelo mundo. Em 2011 fiz um curso de certificação ministrado pelo Instituto Biomimicry 3.8, fundado por Janine Benyus e Dayna Baumeister, PhDs no assunto. Essas duas estudiosas começaram a fazer as correlações sobre como a natureza pode ser mentora para qualquer desafio contemporâneo, seja na arquitetura ou até mesmo na gestão de pessoal. QUAL O CONCEITO DE BIOMIMÉTICA E COMO SE APLICA À ARQUITETURA? A biomimética é uma disciplina que tramita em vários segmentos e seu objetivo é buscar, através dos quase 4 bilhões de anos de vida na Terra e dos mecanismos de adaptação- seja para sobreviver, seja reproduzir -, soluções eficazes e ambientalmente sustentáveis. Na arquitetura, essas soluções •••
  • 3. visam a eficiência das edificações. Ou seja, uma casa construída em um local com alterações de temperatura ou umidade, por exemplo, pode ser pensada na biomimética a partir do estudo dos mecanismos da natureza para lidar com esses aspectos. É preciso, através de um método, fazer uma pesquisa no mundo natural para buscar soluções. Não é apenas uma inspiração aleatória. Não olhamos somente a simplicidade da forma, mas sim a funcionalidade da adaptação. Através de pesquisas, temos um percurso até chegar à transcrição dos princípios de projeto, que se basearão na tradução de como o ser vivo estudado lida, por exemplo, com flutuações de temperatura: por meio de aberturas, de mecanismos internos de controle de umidade, de processos físicos ou químicos etc. É UM PROCESSO "O GCP é um dos poucos escritórios de arquitetura brasileiros que possuem uma bióloga a bordo"~"ifMULTIOISCIPLlNAR? Sim, a pesquisa é trabalhosa e a multidisciplinaridade se dá nessa etapa de projeto. Fundamentalmente, temos um trabalho que deve ser feito a quatro mãos. Há sempre um arquiteto e um profissional da área de ciências envolvidos nesses estudos. Teremos então uma pesquisa ampla na qual se envolvem muitos princípios de design que possam ter correlação com a demanda inicial. No momento em que o retorno é dado, as soluções são avaliadas para identificar se fazem ou não sentido. Por fim, avalia-se se o resultado está de acordo com o que era esperado, chegando a um produto final satisfatório. COMO OS ESTUDOS NESSA ÁREA VÊM EVOLUINDO NO EXTERIOR E NO BRASIL? Nos Estados Unidos e na Europa, sobretudo na Alemanha, a biomimética está praticamente no mesmo patamar de desenvolvimento. Há um grupo de profissionais trabalhando para a BMW, por exemplo. Sabemos que algumas empresas do setor automobilístico estão pesquisando sensores naturais, a partir do estudo de cardumes de peixes e de aves migratórias. Isso abastece a indústria, que pretende entender como funciona a direção inteligente. Nos Estados Unidos há um peso maior nas pesquisas dentro da academia. No desenvolvimento de produtos, hoje temos exemplos concretos, como o trem japonês, que foi inspirado no pássaro li. mergulhão, facilitando a aerodinâmica do veículo. Pawlyn tem alguns exemplos na área de arquitetura. Michael Pearce, por sua vez, construiu o edifício Eastgate, no Zimbábue. Esse partido, inclusive, é bastante questionado pelos arquitetos. Mas não necessariamente a aplicação da biomimética resulta em formas incomuns, vale lembrar. A biomimética aparecerá nos sistemas de controle de entrada de ar e luz, sistemas hidráulicos e na distribuição dos fluxos e dinâmicas internas. E também nas formas estruturais, onde o conceito tem sido aplicado. QUANTO AOS MATERIAIS, QUAL É O PANORAMA DA SUA APLICAÇÃO? Vinculados à arquitetura, há muitos materiais já estudados e desenvolvidos. Um dos exemplos é uma tinta para revestimento de paredes inspirada nas folhas de lótus. Essa planta fica em lugares de grande precipitação e a parte em contato com o ar não pode sujar, do contrário não há fotossíntese. Para se adaptar, essa folha possui nanopartículas que permitem que se torne autolimpante. Toda vez que gotas passam por ela, carregam as sujeiras. A tinta também tem nanopartículas que evitam acúmulo de sujeira e o desenvolvimento de fungos, aumentando sua durabilidade. Há ainda estudos com concreto baseados na capacidade de autorrecomposição dos corais. O uso de bactérias em contato com o concreto permite que fique selado e possa ser reconstruído em casos de fissuras, um dos maiores problemas envolvendo o material. Também há um tijolo criado a partir de uma mistura de areia e uma solução muito rica em bactérias, composição que confere a ele capacidade de carga superior, além de ser totalmente reciclável. A partir do l.ite's Principle é possível desenvolver uma série de soluções na perspectiva da biomimética. Esse conjunto de valores se pauta na química verde e impede, por exemplo, a criação de produtos tóxicos ao meio ambiente, não recicláveis ou que não possam ser construídos em etapas. Esses conceitos podem ser usados na arquitetura, na elaboração de projetos com capacidade de expansão e uso de materiais eficientes também. » ~ rn >w r:r I- z: W
  • 4. ENTREVISTA ALessandra Araújo I Diretora executiva do GCPArquitetos ~ UJ >W o:: I- z: W A INDÚST~IA ASSIMILOU A BIDMIMÉTICA MAIS ~APIDAMENTE DO QUE A A~QUITETU~A? No segmento de materiais, a aplicação do conceito está mais consolidada justamente porque eles têm funções mais tangíveis. Quando migramos para uma área construída ou para a elaboração de um espaço, pensamos em várias funções, tais como proteção ao ambiente e a seu uso e ainda a criação de um local confortável e agradável. Tudo isso deve ser correlacionado com a biomimética, aumentando a complexidade do projeto. Como se trata de um conceito novo, há poucos escritórios de arquitetura e profissionais aptos a pensar esses projetos a partir dele. Por exemplo, a americana HOK e a inglesa Arup possuem equipes de projeto compostas por ecólogos, biólogos, sociólogos, arquitetos e engenheiros. É um grupo que parte de uma visão multidisciplinar. O GCP é um dos poucos escritórios brasileiros que possuem uma bióloga a bordo. A aplicação da biomimética é uma quebra de paradigma na arquitetura, pois vai estudar o terreno, as pressões abióticas exercidas sobre ele e as funções que a construção deve desempenhar. Toda essa pesquisa pode levar até dois meses, e sabemos que a máxima na cabeça do investidor ainda é "tempo é dinheiro". Mas precisa haver tempo para que essa pesquisa seja feita e, partir daí, se comece a pensar em desenvolver um projeto de fato inovador e sustentável a quatro mãos. A ideia é dispensar ou minimizar o uso de equipamentos, como ar-condicionado e desumidificadores, por exemplo. Ainda há uma pressão grande para que os projetos sejam feitos rapidamente, quando, na verdade, essa etapa deveria ser pensada com bastante cuidado. ':A maior barreira é a do conhecimento, pois ainda temos de explicar o que é biomimética" QUAIS os DESAFIOS PA~A VIABILlZA~ P~OJETOS DESSA DO ESTUDO À P~ÃTICA, LEVA-SE TEMPO? HÃ ALGUMA INICIATIVA JÃ DESENVOLVIDA NO B~ASIL? Uma grande indústria de cosméticos já contratou pesquisas na área pensando em obter embalagens mais inteligentes, Na arquitetura, especificamente, não há nenhuma inciativa - desde a fase de projeto até a obra executada - desenvolvida a partir da biomimética. HÃ ALGUM P~OJETO EM VISTA QUE VISE A APLICAÇÃO DO CONCEITO NO B~ASIL? Há um trabalho a ser desenvolvido no sul da Bahia, em local que apresenta três pressões abióticas: umidade, salinidade e variações de temperatura. Temos a demanda de elaborar um projeto no segmento de hotelaria nesse terreno, ainda em fase de pesquisa e sem previsão para conclusão da sua execução. COMO CLIENTES E INVESTIDO~ES AVALIAM A POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA BIOMIMÉTICA? O CUSTO DO P~OJETO, PO~ EXEMPLO, AUMENTA MUITO? E O TEMPO? FINESTRII 2015 I juL-ago NATU~EZA? A capacitação para o desenvolvimento da biomimética ainda é incipiente no Brasil. Há poucos profissionais da área. Não temos um escritório de arquitetura que saiba interpretar e desenvolver engenharia pensando em biomimética, com sua lógica própria de aplicação. Temos alguns biólogos e poucos arquitetos e engenheiros certificados no assunto. Os profissionais da área de ciências estão saindo na frente, são os mais interessados nesse tema inovador. OS INTE~ESSADOS PODEM ~ECO~~E~ A QUE TIPO DE FO~MAÇÀO? Há workshops, cursos e palestras. Mas cursos com a profundidade do Biomimicry 3.8 e do existente na Universidade Estadual do Arizona, só fora do Brasil. Temos de tomar cuidado para que o conceito não se desvirtue com a aplicação apenas na forma, e não na funcionalidade. A inovação deve ir além da forma. O projeto de grande destaque tem a função da forma amplamente estudada, Fazer casinhas no estilo do joão-de-barro não é biomimética aplicada .• •••
  • 5. MERCADO SÉRGIO FREITAS É O NOVO DIRETOR COMERCIAL DA BELMETALNOVO PROJETO PARA CENTRO DE EVENTOS EM SÃO PAULO Atuando na Belmetal Alumínios há sete anos e meio, Sérgio Freitas assume agora o cargo de gerente comercial da empresa. O executivo chegou na companhia como gerente de desen- volvimento, em que montou uma nova divisão de produtos, incluindo painéis de ACM, poli- carbonato e silicone, além de trazer parcerias com empresas do setor acrílico e de fitas dupla face. Agora, Freitas tem planos de unificar a atuação das onze filiais da empresa. "A ideia é criar uniformidade de atuação na área da cons- trução civil, prestando serviço melhor para o mercado, com um pacote completo de produ- tos", afirma ele. O espaço para eventos Imi- grantes Exhibition & Con- vention Center, em São Paulo, ganhará novo projeto de arquitetura, desenvolvido em conjunto pelo escritório paulistano GCP Arquitetos, que coordenou os projetos básicos executivos, e pelo estúdio francês Wilmotte & Associés [W&Al. responsável pela coordenação e compatibilização dos projetos complementares - a convite da empresa GL Events. Os galpões contarão com pé-direito livre, de dez e14 metros, com estrutura de cobertura otimizada para permitir vãos livres de até 72 x 157 metros e pisos de con- creto para receber cargas de três a cinco toneladas. O O «U II W L CONCURSO CBCA TEM Ao todo, os cinco novos pavilhões contíguos do São Paulo Expo - como o espaço será chamado - totalizarão área de 50 mil me- tros quadrados, interligados aos 19 mil já existentes, que serão reformados. Também será implantado um centro de convenções com 11 mil metros quadrados, 17 auditórios, salas de conferên- cia, áreas para intervalo, lobbies, lanchonetes e um restaurante principal. Os ambientes serão divididos por paredes acústicas móveis, dando mais flexibilidade ao empreendimento. Ao longo da fachada principal, uma esplanada coberta por marquise ser- virá de acesso do público aos lobbies e também abrigará eventos abertos. Toda a área de exposições e convenções será climatiza- da com sistemas eficientes e inteligentes, e haverá ainda a cap- tação da água de chuva para reúso em descarga dos sanitários e lavagem de pisos. O projeto de paisagismo prevê o plantio de 900 árvores nativas para recomposição da mata. Será construído um prédio-garagem com capacidade para 4,4 mil carros. INSCRiÇÕES ABERTAS O Centro Brasileiro da Construção em Aço realizará a oitava edição do Concur- so CBCA, desta vez com o tema Centro Esportivo e Social. Voltado para estu- dantes de arquitetura e com abrangên- cia nacional, o prêmio tem como objetivo estimular o trabalho criativo, revelando as possibilidades e o conhecimento das propriedades do aço. O primeiro colo- cado receberá prêmio no valor de 5 mil reais - 4 mil para a equipe e mil para o orientador -, além de representar o Bra- sil no 8° Concurso Alacero de Desenho em Aço para Estudantes de Arquitetu- ra, organizado pela Associação Latino- -Americana do Aço [Alacer o]. Nele, os brasileiros competirão com equipes ven- cedoras dos países membros da asso- ciação, como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Domi- nicana e Venezuela. As inscrições vão até 15 de agosto e podem ser feitas pelo site www.cbca-acobrasil.org.br/a rq uitetu ra. I FINESTRA 2015 I jul-ago •••••••