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CONCEPÇÕES E FATORES CAUSAIS
DE ACIDENTES DO TRABALHO
Maria Cecília Pereira Binder
Palestra ministrada em Piracicaba em 07 de março de 2007
ACIDENTES DO TRABALHO
Eventos:
 súbitos,

SO
EN
S

ON o trabalho,
 que ocorrem durante
C
 indesejáveis,

 que acarretam perdas,
 que prejudicam a imagem da empresa.
ARMADILHAS
1ª) SIGNIFICADO DA PALAVRA ACIDENTE:
 acontecimento casual, fortuito, inesperado
 qualquer acontecimento, desagradável ou infeliz, que

envolva dano, perda, lesão, sofrimento ou morte.
 evento súbito, imprevisível , com conseqüências

inesperadas e indesejadas.
2ª) CONFUSÃO: FINALIDADES PREVENTIVAS E JURÍDICAS
AT FATAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Obra: ampliação das instalações de uma confecção
com área nova de 2.500m2
Acidentado: pedreiro aposentado de 68 anos, na função
de mestre de obras
Soterramento: muro tomba sobre região dorsal do
trabalhador
Lesões: fraturas de costelas e hemorragia pulmonar,
além de contusões e escoriações
ATIVIDADE EM EXECUÇÃO
“Tirar o nível” para fazer uma broca de concreto da
fundação do prédio
Situação imediatamente antes do acidente
Acidentado dentro de uma vala, junto à extremidade de
muro de 2,0m, rente ao qual há um talude a prumo com
1,80m de altura. Acidentado percebe que o muro está
cedendo, grita para o ajudante se afastar, e começa a sair da
vala, quando o muro tomba sobre ele.
Local (modificado em seguida
à retirada do corpo, antes da
chegada da polícia técnica)
Parte do muro não demolido

Localização da parte do muro
que caiu e esmagou o tórax
do trabalhador

Muro demolido com retroescavadeira para dar acesso
ao terreno
Acesso: demolição parcial do muro para dar passagem a
veículos e trabalhadores, feita com retro-escavadeira, sem
supervisão técnica. Passagem de veículos: vibrações
Período chuvoso.

Muro com fundação
rasa, sem brocas.
brocas
Muro com 2.0m de altura
Talude com 1,80m

Parte do muro que não ruiu
DESTROÇOS REMOVIDOS APÓS O AT
ORGANIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO
1. Obra clandestina  sem alvará de construção / sem
recolhimento de Anotação de Responsabilidade Técnica)
2. Responsável pelo projeto: arquiteta de São Paulo. Não havia
engenheiro responsável
3. Inexistência de diário da obra  impossibilidade de verificar
se arquiteta estava ou não acompanhando a obra
4. Administradora da obra  a própria direção da confecção
5. Construtoras envolvidas  quatro localizadas em outras
cidades e possuindo engenheiros (desconhecidos dos
trabalhadores)
ORGANIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO
6. Empresa diretamente envolvida no AT  sub-contrata o
acidentado (que “contrata” três pedreiros p/ trabalhar c/ ele)
7. Ausência de coordenação entre as empresas contratadas
8. Ausência de supervisão de engenharia
9. Acidentado percebe situação de risco e procura empresa que
o contratou (Z)  precisa escorar
10. Contrato da empresa Z com proprietária da obra não prevê
escoramento  quem vai pagar o escoramento?
11. ESCORAMENTO NÃO É REALIZADO
CONCEITO DE ACIDENTES DO TRABALHO
ACONTECIMENTOS
 súbitos
 com liberação de energia
 complexos
 gerados por muitos fatores que:
 interagem uns com os outros
 estão presentes muito tempo antes do AT.
PORTANTO, ACIDENTES DO TRABALHO
SÃO PREVISÍVEIS, EMBORA NÃO SE SAIBA:
 quando ocorrerão
 quantos e, ou quais trabalhadores serão atingidos
SÃO PREVENÍVEIS
APRESENTAM RESULTADOS:
 inesperados
 Indesejados

INDICAM MAU FUNCIONAMENTO DA EMPRESA
AT: EVOLUÇÃO DAS ANÁLISES
Laflame & Menckel, 1996

Fatores
estruturais

MÚLTIPLOS FATORES
EM INTERAÇÃO

Fatores
situacionais

MULTICAUSAL

LESÃO
Seqüência linear
de eventos

UNICAUSAL OU
PAUCI -CAUSAL

Monteau & Pham, 1994

AT: EVOLUÇÃO DAS CONCEPÇÕES
LE SÃO
Seqüência linear
de eventos

Comportamentos do
operador (ações e, ou
omissões)

Fatores
situacionais

Posto de trabalho e
vizinhanças (máquinas,
materiais...)

Fatores
estruturais

Planejamento
Organização do trabalho
Alocação de recursos
ERRO HUMANO ...“termo genérico que engloba as situações
em que uma seqüência planejada de atividades físicas ou mentais
falha em atingir o resultado desejado...” (Reason, 1999)
 cometidos por operadores na “linha de frente”

ATIVOS  visíveis
 origens próximas no tempo / espaço

ERROS

 cometidos por projetistas, gerentes...

LATENTES

 pouco visíveis / invisíveis / silenciosos
 distantes no tempo / espaço
MODELO DO ERRO HUMANO
 Centro: erro humano e confiabilidade humana
 Ênfase: fatores humanos
 Operador: livre para escolher entre atos seguros ou inseguros
 Não explica: relações entre o erro e o ambiente social

?

DESCONSIDERA CARACTERÍSTICAS HUMANAS
 incapacidade de manter vigilância elevada por longos períodos

 facilidade para elaborar raciocínios esquemáticos
 tendência para interpretar / criar significados
 ser influenciado pela própria visão de mundo.
Rasmussem e Reason
COMPORTAMENTO DO ACIDENTADO
 Último fator precedendo o AT: geralmente é referido

como comportamento do acidentado
 Atuar sobre esse comportamento geralmente é

irrelevante para a prevenção de novos AT

PARA A PREVENÇÃO
Buscar as origens do comportamento do acidentado
Identificar as fragilidades do sistema
BUSCAR AS ORIGENS DO AT ou “ CAUSAS DAS CAUSAS”
REGRAS E NÍVEL DE SEGURANÇA
Quanto maior o nível de segurança, menor a necessidade
de regras para garanti-la.
Ênfase em regras e regulamentos indica concepção de
acidente como infração, evoluindo para responsabilização
do acidentado.

BLOQUEIA O PROGRESSO DA PREVENÇÃO
ACIDENTE
FATORES DE AT:
 dos indivíduos (qualificação, experiência etc)
 da atividade ou tarefa
 dos materiais
 do ambiente

 GERENCIAIS E
ORGANIZACIONAIS
HÁ RELAÇÕES ENTRE
SEGURANÇA E
QUALIDADE/PRODUTIVIDADE?
CONTROLE DE QUALIDADE
Controle do acaso:
 aumento da confiabilidade humana;
 diminuição da variabilidade interna;
 restrição da zona de incertezas.

REDUÇÃO SIGNIFICATIVA DOS ACIDENTES
QUALIDADE
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Conceitos e fatores de acidentes do trabalho

  • 1. CONCEPÇÕES E FATORES CAUSAIS DE ACIDENTES DO TRABALHO Maria Cecília Pereira Binder Palestra ministrada em Piracicaba em 07 de março de 2007
  • 2. ACIDENTES DO TRABALHO Eventos:  súbitos, SO EN S ON o trabalho,  que ocorrem durante C  indesejáveis,  que acarretam perdas,  que prejudicam a imagem da empresa.
  • 3. ARMADILHAS 1ª) SIGNIFICADO DA PALAVRA ACIDENTE:  acontecimento casual, fortuito, inesperado  qualquer acontecimento, desagradável ou infeliz, que envolva dano, perda, lesão, sofrimento ou morte.  evento súbito, imprevisível , com conseqüências inesperadas e indesejadas. 2ª) CONFUSÃO: FINALIDADES PREVENTIVAS E JURÍDICAS
  • 4. AT FATAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL Obra: ampliação das instalações de uma confecção com área nova de 2.500m2 Acidentado: pedreiro aposentado de 68 anos, na função de mestre de obras Soterramento: muro tomba sobre região dorsal do trabalhador Lesões: fraturas de costelas e hemorragia pulmonar, além de contusões e escoriações
  • 5. ATIVIDADE EM EXECUÇÃO “Tirar o nível” para fazer uma broca de concreto da fundação do prédio Situação imediatamente antes do acidente Acidentado dentro de uma vala, junto à extremidade de muro de 2,0m, rente ao qual há um talude a prumo com 1,80m de altura. Acidentado percebe que o muro está cedendo, grita para o ajudante se afastar, e começa a sair da vala, quando o muro tomba sobre ele.
  • 6. Local (modificado em seguida à retirada do corpo, antes da chegada da polícia técnica)
  • 7. Parte do muro não demolido Localização da parte do muro que caiu e esmagou o tórax do trabalhador Muro demolido com retroescavadeira para dar acesso ao terreno
  • 8. Acesso: demolição parcial do muro para dar passagem a veículos e trabalhadores, feita com retro-escavadeira, sem supervisão técnica. Passagem de veículos: vibrações Período chuvoso. Muro com fundação rasa, sem brocas. brocas
  • 9. Muro com 2.0m de altura Talude com 1,80m Parte do muro que não ruiu DESTROÇOS REMOVIDOS APÓS O AT
  • 10. ORGANIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO 1. Obra clandestina  sem alvará de construção / sem recolhimento de Anotação de Responsabilidade Técnica) 2. Responsável pelo projeto: arquiteta de São Paulo. Não havia engenheiro responsável 3. Inexistência de diário da obra  impossibilidade de verificar se arquiteta estava ou não acompanhando a obra 4. Administradora da obra  a própria direção da confecção 5. Construtoras envolvidas  quatro localizadas em outras cidades e possuindo engenheiros (desconhecidos dos trabalhadores)
  • 11. ORGANIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO 6. Empresa diretamente envolvida no AT  sub-contrata o acidentado (que “contrata” três pedreiros p/ trabalhar c/ ele) 7. Ausência de coordenação entre as empresas contratadas 8. Ausência de supervisão de engenharia 9. Acidentado percebe situação de risco e procura empresa que o contratou (Z)  precisa escorar 10. Contrato da empresa Z com proprietária da obra não prevê escoramento  quem vai pagar o escoramento? 11. ESCORAMENTO NÃO É REALIZADO
  • 12. CONCEITO DE ACIDENTES DO TRABALHO ACONTECIMENTOS  súbitos  com liberação de energia  complexos  gerados por muitos fatores que:  interagem uns com os outros  estão presentes muito tempo antes do AT.
  • 13. PORTANTO, ACIDENTES DO TRABALHO SÃO PREVISÍVEIS, EMBORA NÃO SE SAIBA:  quando ocorrerão  quantos e, ou quais trabalhadores serão atingidos SÃO PREVENÍVEIS APRESENTAM RESULTADOS:  inesperados  Indesejados INDICAM MAU FUNCIONAMENTO DA EMPRESA
  • 14. AT: EVOLUÇÃO DAS ANÁLISES Laflame & Menckel, 1996 Fatores estruturais MÚLTIPLOS FATORES EM INTERAÇÃO Fatores situacionais MULTICAUSAL LESÃO Seqüência linear de eventos UNICAUSAL OU PAUCI -CAUSAL Monteau & Pham, 1994 AT: EVOLUÇÃO DAS CONCEPÇÕES
  • 15. LE SÃO Seqüência linear de eventos Comportamentos do operador (ações e, ou omissões) Fatores situacionais Posto de trabalho e vizinhanças (máquinas, materiais...) Fatores estruturais Planejamento Organização do trabalho Alocação de recursos
  • 16. ERRO HUMANO ...“termo genérico que engloba as situações em que uma seqüência planejada de atividades físicas ou mentais falha em atingir o resultado desejado...” (Reason, 1999)  cometidos por operadores na “linha de frente” ATIVOS  visíveis  origens próximas no tempo / espaço ERROS  cometidos por projetistas, gerentes... LATENTES  pouco visíveis / invisíveis / silenciosos  distantes no tempo / espaço
  • 17. MODELO DO ERRO HUMANO  Centro: erro humano e confiabilidade humana  Ênfase: fatores humanos  Operador: livre para escolher entre atos seguros ou inseguros  Não explica: relações entre o erro e o ambiente social ? DESCONSIDERA CARACTERÍSTICAS HUMANAS  incapacidade de manter vigilância elevada por longos períodos  facilidade para elaborar raciocínios esquemáticos  tendência para interpretar / criar significados  ser influenciado pela própria visão de mundo. Rasmussem e Reason
  • 18. COMPORTAMENTO DO ACIDENTADO  Último fator precedendo o AT: geralmente é referido como comportamento do acidentado  Atuar sobre esse comportamento geralmente é irrelevante para a prevenção de novos AT PARA A PREVENÇÃO Buscar as origens do comportamento do acidentado Identificar as fragilidades do sistema BUSCAR AS ORIGENS DO AT ou “ CAUSAS DAS CAUSAS”
  • 19. REGRAS E NÍVEL DE SEGURANÇA Quanto maior o nível de segurança, menor a necessidade de regras para garanti-la. Ênfase em regras e regulamentos indica concepção de acidente como infração, evoluindo para responsabilização do acidentado. BLOQUEIA O PROGRESSO DA PREVENÇÃO
  • 20. ACIDENTE FATORES DE AT:  dos indivíduos (qualificação, experiência etc)  da atividade ou tarefa  dos materiais  do ambiente  GERENCIAIS E ORGANIZACIONAIS
  • 21. HÁ RELAÇÕES ENTRE SEGURANÇA E QUALIDADE/PRODUTIVIDADE?
  • 22. CONTROLE DE QUALIDADE Controle do acaso:  aumento da confiabilidade humana;  diminuição da variabilidade interna;  restrição da zona de incertezas. REDUÇÃO SIGNIFICATIVA DOS ACIDENTES