1) O documento apresenta os resultados de um estudo sobre as necessidades de formação na área ambiental no setor automóvel e nos sub-setores de moldes, plásticos e vidro de embalagem do setor de bens de consumo em Portugal.
2) O estudo caracterizou a gestão ambiental atual nestas empresas e perspetivou as evoluções futuras e necessidades de formação decorrentes.
3) A formação ambiental é vista como um instrumento para apoiar a gestão e competitividade das empresas, não como um fim em si mesmo, devendo
1) A contabilidade ambiental é um sistema de informações que visa registrar e divulgar as medidas e resultados de uma empresa relacionados à questão ambiental, auxiliando no processo de tomada de decisão.
2) O documento discute como a contabilidade deve incorporar aspectos ambientais, registrando investimentos, despesas e obrigações relacionadas ao meio ambiente.
3) Também aborda como a contabilidade ambiental pode fornecer informações não-financeiras sobre produtos e seu impacto ambiental nos relatórios e balanços da empresa.
1. O documento analisa a contribuição do Sistema de Gestão Integrado para empresas prestadoras de serviços. Foi realizada pesquisa bibliográfica e questionários com 10 empresas do setor de serviços em São Paulo.
2. Discutem-se os benefícios da adoção de sistemas integrados de gestão da qualidade, meio ambiente, saúde e segurança no trabalho e responsabilidade social de acordo com normas internacionais.
3. Os resultados mostram que o Sistema de Gestão Integrado traz vantagens competitivas e aj
A Transferro Operadora Multimodal é uma empresa que preza pelo desenvolvimento sustentável, valorização da vida e compromisso com o cliente. Ela fornece serviços como recebimento, movimentação e abastecimento de carvão mineral para uma usina termelétrica, investindo em ações de prevenção e diálogo com a comunidade. A empresa mantém certificações de qualidade, meio ambiente e saúde e segurança, além de valorizar os colaboradores por meio de treinamentos, benefícios e atividades de confraternização.
Os primórdios da indústria no Brasil se deram com a extração de produtos naturais e o cultivo de cana-de-açúcar com trabalho indígena e escravo. A partir do século XVI, a cultura canavieira se desenvolveu com a introdução de técnicas europeias como moendas de três cilindros e uso da água como força motriz, dando origem às primeiras unidades industriais no país. A colaboração holandesa contribuiu para a adoção de novas tecnologias e a organização do
Este documento discute a norma ISO 14001 para Sistemas de Gestão Ambiental e como ela pode melhorar a competitividade das empresas. Apresenta os principais requisitos da norma, incluindo a política ambiental, identificação de aspectos e impactos ambientais, objetivos e metas ambientais. Também fornece exemplos de como empresas implementaram com sucesso um Sistema de Gestão Ambiental de acordo com a ISO 14001.
Projeto Aplicado Realizar - Vison Backcasting PneusolaCinara Miranda
1. O documento apresenta um projeto de pesquisa aplicada sobre a empresa de reforma de pneus Pneusola, com o objetivo de analisar e propor soluções para coordenar, gerir e organizar suas operações para obter maior desempenho e qualidade.
2. Utilizou-se o planejamento estratégico de Visão Backcasting, com definição de visão e futuros desejáveis validados por pesquisa qualitativa com clientes, funcionários e fornecedores da empresa.
3. O problema identificado foi a falta de visão
Este documento é o Balanço Social da empresa Transferro para o ano de 2019. Ele resume os principais pontos da atuação da empresa no ano, incluindo informações sobre suas pessoas, segurança e saúde ocupacional, responsabilidade socioambiental e indicadores de desempenho.
O documento descreve as atividades e objetivos da empresa Transferro Operadora Multimodal no ano de 2018. A empresa atua na recepção, movimentação e abastecimento de carvão mineral para geração de energia elétrica. No ano de 2018, a empresa focou em ações para promover melhorias nas áreas econômicas, sociais e ambientais e contou com 168 colaboradores.
1) A contabilidade ambiental é um sistema de informações que visa registrar e divulgar as medidas e resultados de uma empresa relacionados à questão ambiental, auxiliando no processo de tomada de decisão.
2) O documento discute como a contabilidade deve incorporar aspectos ambientais, registrando investimentos, despesas e obrigações relacionadas ao meio ambiente.
3) Também aborda como a contabilidade ambiental pode fornecer informações não-financeiras sobre produtos e seu impacto ambiental nos relatórios e balanços da empresa.
1. O documento analisa a contribuição do Sistema de Gestão Integrado para empresas prestadoras de serviços. Foi realizada pesquisa bibliográfica e questionários com 10 empresas do setor de serviços em São Paulo.
2. Discutem-se os benefícios da adoção de sistemas integrados de gestão da qualidade, meio ambiente, saúde e segurança no trabalho e responsabilidade social de acordo com normas internacionais.
3. Os resultados mostram que o Sistema de Gestão Integrado traz vantagens competitivas e aj
A Transferro Operadora Multimodal é uma empresa que preza pelo desenvolvimento sustentável, valorização da vida e compromisso com o cliente. Ela fornece serviços como recebimento, movimentação e abastecimento de carvão mineral para uma usina termelétrica, investindo em ações de prevenção e diálogo com a comunidade. A empresa mantém certificações de qualidade, meio ambiente e saúde e segurança, além de valorizar os colaboradores por meio de treinamentos, benefícios e atividades de confraternização.
Os primórdios da indústria no Brasil se deram com a extração de produtos naturais e o cultivo de cana-de-açúcar com trabalho indígena e escravo. A partir do século XVI, a cultura canavieira se desenvolveu com a introdução de técnicas europeias como moendas de três cilindros e uso da água como força motriz, dando origem às primeiras unidades industriais no país. A colaboração holandesa contribuiu para a adoção de novas tecnologias e a organização do
Este documento discute a norma ISO 14001 para Sistemas de Gestão Ambiental e como ela pode melhorar a competitividade das empresas. Apresenta os principais requisitos da norma, incluindo a política ambiental, identificação de aspectos e impactos ambientais, objetivos e metas ambientais. Também fornece exemplos de como empresas implementaram com sucesso um Sistema de Gestão Ambiental de acordo com a ISO 14001.
Projeto Aplicado Realizar - Vison Backcasting PneusolaCinara Miranda
1. O documento apresenta um projeto de pesquisa aplicada sobre a empresa de reforma de pneus Pneusola, com o objetivo de analisar e propor soluções para coordenar, gerir e organizar suas operações para obter maior desempenho e qualidade.
2. Utilizou-se o planejamento estratégico de Visão Backcasting, com definição de visão e futuros desejáveis validados por pesquisa qualitativa com clientes, funcionários e fornecedores da empresa.
3. O problema identificado foi a falta de visão
Este documento é o Balanço Social da empresa Transferro para o ano de 2019. Ele resume os principais pontos da atuação da empresa no ano, incluindo informações sobre suas pessoas, segurança e saúde ocupacional, responsabilidade socioambiental e indicadores de desempenho.
O documento descreve as atividades e objetivos da empresa Transferro Operadora Multimodal no ano de 2018. A empresa atua na recepção, movimentação e abastecimento de carvão mineral para geração de energia elétrica. No ano de 2018, a empresa focou em ações para promover melhorias nas áreas econômicas, sociais e ambientais e contou com 168 colaboradores.
Este relatório descreve um estudo de caso sobre a empresa Lumina Textil, que produz óculos de sol da marca Nicoboco. A empresa está passando por dificuldades em um mercado competitivo e precisa de um plano de marketing para melhor gerenciar seu produto e identificar oportunidades. O relatório também discute conceitos de gestão da qualidade total e mudanças organizacionais que podem ajudar a empresa a se tornar mais competitiva.
Este documento resume um trabalho de Atividades Prática Supervisionadas (ATPS) realizado por estudantes de Administração sobre tecnologias de gestão. O documento apresenta a empresa estudada, Bunge Monteverde, discute conceitos de gestão e papéis do gestor, e analisa tecnologias como benchmarking, reengenharia e gestão da qualidade total. Também aborda terceirização na empresa e define o sistema de informação da organização.
A inovação em prol da sustentabilidade na mineração: alguns desafios enfrenta...Fundação Dom Cabral - FDC
Artigo do Núcleo de Inovação da FDC apresenta as iniciativas e o modelo de sustentabilidade criado pela Samarco com o objetivo de entender como questões sociais e ambientais são inseridas pela empresa em suas estratégias e como essa preocupação é traduzida em suas atividades.
Implementação de um modelo de avaliação de desempenho por obRui Vilela
Este documento resume uma dissertação sobre a implementação de um modelo de avaliação de desempenho por objetivos numa empresa portuguesa de tecnologias de informação. O estudo analisou o processo de mudança e os desafios enfrentados, como a resistência à mudança. A metodologia utilizada foi a participatory action research para diagnosticar, planear, executar e avaliar a implementação do novo modelo.
Este documento descreve a Packfilm World Indústria de Embalagens Plásticas Ltda., incluindo sua fundação em 1975, constituição como sociedade limitada, ramo de atuação na produção de filmes plásticos, faturamento anual de R$20 milhões e força de trabalho de 75 a 95 funcionários. Também apresenta detalhes sobre equipamentos, produtos, mercados, concorrentes e estrutura administrativa da empresa.
O documento discute os conceitos e princípios fundamentais da gestão ambiental nas indústrias, incluindo a contabilidade ambiental, o desempenho ambiental, a gestão ambiental integrada e os sistemas de gestão ambiental. Resume 16 princípios da gestão ambiental estabelecidos pela Câmara de Comércio Internacional para promover o desenvolvimento sustentável.
TICs na educação: o uso de tecnologias nas práticas pedagógicas empresariaisSilvia Cota
O uso de práticas pedagógicas na educação corporativa aliada à inovação tecnológica está sendo utilizada por diversas empresas que exercem papel ativo na construção do conhecimento.
Este documento fornece orientações sobre a metodologia da Produção Mais Limpa (PmaisL) em 3 etapas:
1) Apresenta a Rede de PmaisL, que reúne parceiros para promover a disseminação das práticas de PmaisL e a troca de experiências entre empresas.
2) Explica que a metodologia da PmaisL envolve a realização de balanços de massa e energia para identificar oportunidades de redução de resíduos.
3) Destaca que a aplicação da PmaisL tra
Snowboarding provides an intense full-body cardio workout, burning over 450 calories per hour. It exercises major muscle groups like the legs, core, arms, and shoulders. Like other exercise, snowboarding releases endorphins for feelings of happiness and well-being. The document recommends gear like snowboards, bindings, boots and goggles. It lists top snowboarding resorts in Canada, Switzerland and names some of the best professional snowboarders. Finally, it encourages people to try snowboarding even if they have to start with used gear and videos, and to get outside and learn.
This document profiles Alfredo Sá Almeida, born in 1953 in Lisbon, Portugal. It summarizes his educational and professional background. He studied chemistry at the University of Lisbon and developed an interest in neurochemistry. After graduating, he worked as a research fellow before taking a role in logistics management at UNICER. In the late 1990s, he left UNICER to start his own management consulting company, which he had to close in 2010 due to the financial crisis in Portugal.
Alfredo Sá Almeida was born in 1953 in Lisbon, Portugal to a middle-class Catholic family. He studied chemistry in university and developed an interest in neurochemistry, writing his thesis on the topic. After graduation, he joined the Gulbenkian Institute of Science to conduct research on synaptosomes. He later had a successful career in management and logistics at UNICER before leaving in 1996. After various management roles, he started his own company but had to close it in 2010 due to the financial crisis in Portugal.
O documento lista os principais estágios e cursos realizados por Alfredo Manuel de Sá Almeida, incluindo estágios em laboratórios na Espanha, Dinamarca e França e cursos em diversas áreas como biologia, química e gestão. O documento também lista trabalhos apresentados em seminários e congressos sobre tópicos como farmacologia, cerveja e qualidade.
This document provides a summary of Alfredo Sá Almeida's qualifications and experience. He has over 30 years of experience in quality assurance, logistics management, and consulting roles for food and beverage companies in Portugal and Belgium. His expertise includes quality control, new product development, logistics, and environmental management. He holds a post-graduate certificate in Malting and Brewing Science from the University of Louvain in Belgium.
Ultimamente, têm sido significativa a preocupação das empresas com a preservação e
conservação do meio ambiente, em função de uma série de exigências, como cumprimento da legislação, desenvolvimento sustentável e consumidores cada vez mais exigentes.
A preocupação ambiental não pode ser mais um legado que deixaremos às gerações futuras. Ela deve estar presente em nosso dia a dia, pois é fruto de nosso procedimento, bem como do que recebemos e dos que nos antecederam.
Neste contexto, o modelo proposto pela ISO 14001, contribui decisivamente para o entendimento e gerenciamento das interfaces ambientais, inclusive possibi litando controlar e minimizar os riscos ambientais de suas atividades.
Este trabalho tem como objetivo geral analisar a Norma ISO 14001 em sua versão 2004,
identificando os fatores relevantes associados à praticidade e aplicabilidade de seu uso nas
empresas, trazendo uma leitura da norma para uma maior facilidade no entendimento de seus
requisitos e para que seja aplicável a qualquer tipo de organização.
Muito mais do que “modelos de procedimentos e formulários” (que podem facilmente ser obtidos
pela internet) , procurei juntar o que existe de melhor em termos de interpretações, objetivos e
conceitos de cada seção que compõe a ISO 14001:2004 com a intenção de facilitar o
entendimento e a aplicação no dia-a-dia dentro das empresas.
Aliás, cada seção, item e subitem são analisados profundamente com o objetivo de não deixar
dúvidas sobre o que precisa ser feito.
1) O documento discute paradigmas que podem impedir o sucesso de implantação de gestão nas organizações, como acreditar que errar é humano e que funcionários internos não podem causar mudanças.
2) Fatores comuns de insucesso na implantação de sistemas organizacionais incluem resistência à mudança e falta de envolvimento e comprometimento da liderança.
3) O documento argumenta que o papel do gerente deve mudar para um foco em desenvolvimento dos funcionários e liderança por exemplo, em vez
Este documento discute a importância das tecnologias de gestão, sustentabilidade ambiental e responsabilidade social para as organizações. Ele explica ferramentas como a matriz SWOT, planejamento estratégico e ciclo PDCA e como elas podem ser usadas para implementar políticas de sustentabilidade e responsabilidade social de acordo com a legislação.
PROJETO DE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA UMA EMPRESA DE LIMPEZA PÚBLICA -...Elisane Almeida Pires
Este documento descreve um projeto de sistema de gestão ambiental para uma empresa de limpeza pública. Ele inclui uma avaliação do desempenho ambiental atual da empresa, o estabelecimento de uma política ambiental e o planejamento inicial do sistema, incluindo a identificação de aspectos e impactos ambientais e requisitos legais.
Este relatório descreve um estudo de caso sobre a empresa Lumina Textil, que produz óculos de sol da marca Nicoboco. A empresa está passando por dificuldades em um mercado competitivo e precisa de um plano de marketing para melhor gerenciar seu produto e identificar oportunidades. O relatório também discute conceitos de gestão da qualidade total e mudanças organizacionais que podem ajudar a empresa a se tornar mais competitiva.
Este documento resume um trabalho de Atividades Prática Supervisionadas (ATPS) realizado por estudantes de Administração sobre tecnologias de gestão. O documento apresenta a empresa estudada, Bunge Monteverde, discute conceitos de gestão e papéis do gestor, e analisa tecnologias como benchmarking, reengenharia e gestão da qualidade total. Também aborda terceirização na empresa e define o sistema de informação da organização.
A inovação em prol da sustentabilidade na mineração: alguns desafios enfrenta...Fundação Dom Cabral - FDC
Artigo do Núcleo de Inovação da FDC apresenta as iniciativas e o modelo de sustentabilidade criado pela Samarco com o objetivo de entender como questões sociais e ambientais são inseridas pela empresa em suas estratégias e como essa preocupação é traduzida em suas atividades.
Implementação de um modelo de avaliação de desempenho por obRui Vilela
Este documento resume uma dissertação sobre a implementação de um modelo de avaliação de desempenho por objetivos numa empresa portuguesa de tecnologias de informação. O estudo analisou o processo de mudança e os desafios enfrentados, como a resistência à mudança. A metodologia utilizada foi a participatory action research para diagnosticar, planear, executar e avaliar a implementação do novo modelo.
Este documento descreve a Packfilm World Indústria de Embalagens Plásticas Ltda., incluindo sua fundação em 1975, constituição como sociedade limitada, ramo de atuação na produção de filmes plásticos, faturamento anual de R$20 milhões e força de trabalho de 75 a 95 funcionários. Também apresenta detalhes sobre equipamentos, produtos, mercados, concorrentes e estrutura administrativa da empresa.
O documento discute os conceitos e princípios fundamentais da gestão ambiental nas indústrias, incluindo a contabilidade ambiental, o desempenho ambiental, a gestão ambiental integrada e os sistemas de gestão ambiental. Resume 16 princípios da gestão ambiental estabelecidos pela Câmara de Comércio Internacional para promover o desenvolvimento sustentável.
TICs na educação: o uso de tecnologias nas práticas pedagógicas empresariaisSilvia Cota
O uso de práticas pedagógicas na educação corporativa aliada à inovação tecnológica está sendo utilizada por diversas empresas que exercem papel ativo na construção do conhecimento.
Este documento fornece orientações sobre a metodologia da Produção Mais Limpa (PmaisL) em 3 etapas:
1) Apresenta a Rede de PmaisL, que reúne parceiros para promover a disseminação das práticas de PmaisL e a troca de experiências entre empresas.
2) Explica que a metodologia da PmaisL envolve a realização de balanços de massa e energia para identificar oportunidades de redução de resíduos.
3) Destaca que a aplicação da PmaisL tra
Snowboarding provides an intense full-body cardio workout, burning over 450 calories per hour. It exercises major muscle groups like the legs, core, arms, and shoulders. Like other exercise, snowboarding releases endorphins for feelings of happiness and well-being. The document recommends gear like snowboards, bindings, boots and goggles. It lists top snowboarding resorts in Canada, Switzerland and names some of the best professional snowboarders. Finally, it encourages people to try snowboarding even if they have to start with used gear and videos, and to get outside and learn.
This document profiles Alfredo Sá Almeida, born in 1953 in Lisbon, Portugal. It summarizes his educational and professional background. He studied chemistry at the University of Lisbon and developed an interest in neurochemistry. After graduating, he worked as a research fellow before taking a role in logistics management at UNICER. In the late 1990s, he left UNICER to start his own management consulting company, which he had to close in 2010 due to the financial crisis in Portugal.
Alfredo Sá Almeida was born in 1953 in Lisbon, Portugal to a middle-class Catholic family. He studied chemistry in university and developed an interest in neurochemistry, writing his thesis on the topic. After graduation, he joined the Gulbenkian Institute of Science to conduct research on synaptosomes. He later had a successful career in management and logistics at UNICER before leaving in 1996. After various management roles, he started his own company but had to close it in 2010 due to the financial crisis in Portugal.
O documento lista os principais estágios e cursos realizados por Alfredo Manuel de Sá Almeida, incluindo estágios em laboratórios na Espanha, Dinamarca e França e cursos em diversas áreas como biologia, química e gestão. O documento também lista trabalhos apresentados em seminários e congressos sobre tópicos como farmacologia, cerveja e qualidade.
This document provides a summary of Alfredo Sá Almeida's qualifications and experience. He has over 30 years of experience in quality assurance, logistics management, and consulting roles for food and beverage companies in Portugal and Belgium. His expertise includes quality control, new product development, logistics, and environmental management. He holds a post-graduate certificate in Malting and Brewing Science from the University of Louvain in Belgium.
Ultimamente, têm sido significativa a preocupação das empresas com a preservação e
conservação do meio ambiente, em função de uma série de exigências, como cumprimento da legislação, desenvolvimento sustentável e consumidores cada vez mais exigentes.
A preocupação ambiental não pode ser mais um legado que deixaremos às gerações futuras. Ela deve estar presente em nosso dia a dia, pois é fruto de nosso procedimento, bem como do que recebemos e dos que nos antecederam.
Neste contexto, o modelo proposto pela ISO 14001, contribui decisivamente para o entendimento e gerenciamento das interfaces ambientais, inclusive possibi litando controlar e minimizar os riscos ambientais de suas atividades.
Este trabalho tem como objetivo geral analisar a Norma ISO 14001 em sua versão 2004,
identificando os fatores relevantes associados à praticidade e aplicabilidade de seu uso nas
empresas, trazendo uma leitura da norma para uma maior facilidade no entendimento de seus
requisitos e para que seja aplicável a qualquer tipo de organização.
Muito mais do que “modelos de procedimentos e formulários” (que podem facilmente ser obtidos
pela internet) , procurei juntar o que existe de melhor em termos de interpretações, objetivos e
conceitos de cada seção que compõe a ISO 14001:2004 com a intenção de facilitar o
entendimento e a aplicação no dia-a-dia dentro das empresas.
Aliás, cada seção, item e subitem são analisados profundamente com o objetivo de não deixar
dúvidas sobre o que precisa ser feito.
1) O documento discute paradigmas que podem impedir o sucesso de implantação de gestão nas organizações, como acreditar que errar é humano e que funcionários internos não podem causar mudanças.
2) Fatores comuns de insucesso na implantação de sistemas organizacionais incluem resistência à mudança e falta de envolvimento e comprometimento da liderança.
3) O documento argumenta que o papel do gerente deve mudar para um foco em desenvolvimento dos funcionários e liderança por exemplo, em vez
Este documento discute a importância das tecnologias de gestão, sustentabilidade ambiental e responsabilidade social para as organizações. Ele explica ferramentas como a matriz SWOT, planejamento estratégico e ciclo PDCA e como elas podem ser usadas para implementar políticas de sustentabilidade e responsabilidade social de acordo com a legislação.
PROJETO DE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA UMA EMPRESA DE LIMPEZA PÚBLICA -...Elisane Almeida Pires
Este documento descreve um projeto de sistema de gestão ambiental para uma empresa de limpeza pública. Ele inclui uma avaliação do desempenho ambiental atual da empresa, o estabelecimento de uma política ambiental e o planejamento inicial do sistema, incluindo a identificação de aspectos e impactos ambientais e requisitos legais.
1) O documento discute vários tópicos relacionados à gestão de organizações como gestão contemporânea, gestor organizacional, mudança organizacional e ferramentas de gestão como terceirização, balanced scorecard e reengenharia.
2) É apresentado um caso sobre uma empresa que mudou seu nome e estratégia para focar em sustentabilidade.
3) O gestor organizacional é definido como um líder que define os rumos da organização e precisa ter habilidades interpessoais para lidar com mudanças.
Este documento descreve o planejamento para implementar um sistema de gestão ambiental em uma empresa de coleta de resíduos sólidos de acordo com a norma ISO 14001. Ele discute a avaliação do desempenho ambiental atual da empresa, o estabelecimento de uma política ambiental e o planejamento que inclui identificar aspectos e impactos ambientais e requisitos legais relevantes.
Gestão de ativos: edifícios inteligentes e sustentáveis
O documento discute a importância da gestão de ativos para edifícios inteligentes e sustentáveis. A matéria de capa explora como esses prédios, ao utilizarem tecnologia para reduzir consumo de energia e emissão de poluentes, proporcionam benefícios como menor custo operacional e gestão eficiente. O texto também menciona tendências no setor e a relevância de se investir em inovações tecnológicas para infraestrutura
O documento discute ajudar estudantes com a montagem de portfólios. Oferece modelos prontos a preços acessíveis e ajuda na correção por professores. Pede para entrar em contato através do WhatsApp para mais detalhes.
Este documento resume uma auditoria interna realizada na Ancorensis - Cooperativa de Ensino para avaliar as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho. A auditoria analisou questões como obrigações do empregador, equipamentos de trabalho, segurança contra incêndios, ergonomia de postos de trabalho e avaliação de riscos. O relatório final inclui recomendações para melhorar as condições existentes e cumprir a legislação aplicável.
PIM UNIP PRONTO GESTÃO FINANCEIRA UNIVERSIDADE PAULISTAmaysantosex
1. O documento descreve um estudo de caso sobre as estratégias de gestão da PepsiCo, analisando suas práticas administrativas, comunicação interna e uso de tecnologia.
2. As teorias administrativas, como os seis pilares estratégicos da PepsiCo, são aplicadas para analisar a estrutura organizacional e governança da empresa. Sua ênfase na inovação, sustentabilidade e experiência do cliente são destacadas.
3. Diversos canais de comunicação interna e externa são utilizados pela Pep
PIM UNIP PRONTO GESTÃO COMERCIAL UNIVERSIDADE PAULISTAmaysantosex
1. O documento descreve uma análise da gestão da PepsiCo realizada como parte de um projeto de curso.
2. A análise examina como as teorias de administração, estratégias de comunicação e uso de TI são aplicadas na PepsiCo.
3. O estudo é dividido em seções sobre fundamentos de administração, comunicação empresarial e técnicas de informática.
Este documento discute a avaliação dos resultados de programas de qualidade de vida no trabalho em empresas. Apresenta a percepção de administradores sobre a possibilidade de avaliar tais resultados com base em uma pesquisa e ilustra como uma empresa realiza essa avaliação por meio de indicadores de qualidade de vida. Conclui que é necessária maior difusão de práticas de avaliação de resultados para gestão de pessoas.
O documento oferece serviços de montagem de portfólio acadêmico a preços acessíveis, com modelos prontos e correção de professores. O pagamento pode ser feito por diversas formas como PIX, cartão e depósito bancário. O material é enviado por email.
1. O documento discute os conceitos e técnicas de gestão empresarial, incluindo análise do ambiente interno e externo, visão e missão, cultura organizacional e gestão de desempenho.
2. Apresenta uma estrutura do ambiente organizacional dividido em ambiente interno e externo, e discute técnicas como análise SWOT para avaliar pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças.
3. Discutem conceitos importantes como cultura organizacional, socialização de novos membros
O documento oferece ajuda na montagem de portfólios estudantis por preços acessíveis, com modelos prontos e corrigidos por professores. O pagamento pode ser facilitado por meios como PIX, cartão e boleto.
Diagnóstico da gestão do conhecimento de uma empresa moveleira de timbó – scj_floriano
Monografia apresentada para Avaliação no curso de pós-graduação em Gestão do Conhecimento Aplicada aos Negócios Competitivos do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Regional de Blumenau.
Prof. Leomar dos Santos, Dr. – Orientador
A importância da empresa junior no ensino da engenharia de engenharia de prod...Felipe Guedes Pinheiro
O documento discute a importância da empresa júnior no ensino de engenharia de produção. A empresa júnior permite que os alunos ganhem experiência prática aplicando os conceitos aprendidos em sala de aula ao prestarem serviços reais para empresas. Isso ajuda a formar profissionais melhor preparados para o mercado de trabalho. A empresa júnior também beneficia a universidade e a sociedade, fortalecendo os laços entre eles.
Trabalho individual mba - gestao de projetos - modulo de sustentabilidade e...Tasslima José
1) O documento discute oito itens importantes que devem constar no relatório de sustentabilidade de empresas moçambicanas, incluindo perfil organizacional, diálogo com stakeholders, desempenho ambiental e social, desempenho econômico, governança corporativa, gestão de riscos e ecoeficiência.
2) É importante que as empresas relatem suas práticas nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, baseando-se no conceito do "triple bottom line".
3) Os relatórios de sustentabilidade devem seguir as diretrizes da
Indicadores de Responsabilidade Social nas EmpresasPaulo Tarso
O documento discute indicadores de responsabilidade social nas empresas. Aborda como as empresas são influenciadas pela sociedade, economia, tecnologia e meio ambiente e como devem se comprometer com o desenvolvimento sustentável. Também apresenta vários indicadores e certificações para medir o desempenho social e ambiental das empresas.
1. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 0
Estudo de Necessidades de
Formação na Área do Ambiente
ENFAMB
Estudo realizado por:
Carlos Pascoal Ribeiro
Luisete Sá e Seixas
Ana Sousa
Alfredo Sá Almeida
Estudo Financiado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português (IEFP)
Programa PESSOA, Sub-Programa ‘Apoio à Formação e Gestão dos Recursos Humanos’
Linha de acção ‘Estudos e Investigação’
Ano de realização: 1997 / 1998
2. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 1
INFORMAÇÃO
GESTÃO
AMBIENTAL
ENERGIA
ENGENHARIA
AMBIENTAL
PRODUÇÃO
FORMAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
O presente relatório refere-se a um estudo efectuado durante o ano de 1997, completado
posteriormente com recolha de alguns dados durante 1998.
Reporta-se às necessidades de formação em matéria ambiental no sector automóvel e
nos sub-sectores de moldes, de plásticos e de vidro de embalagem do sector de Bens de
Consumo.
Teve por base uma concepção holística do problema ambiental e da gestão das empresas,
procurando caracterizar aspectos da gestão ambiental que era efectuada à data da recolha
de dados, bem como as perspectivas de evolução nesta matéria e, consequentemente, ao
nível das necessidades de formação que se virão a manifestar.
Equipar as estruturas funcionais e prepará-las para níveis crescentes de exigência e
competitividade dos mercados onde estão inseridas é um dos maiores desafios das
Empresas Industriais Portuguesas.
É neste contexto que se evidenciam factores dinâmicos e integrados de competitividade,
como: protecção das condições ambientais, racionalização energética, reorganização
produtiva, qualidade e marketing. (SIEB - Out/Dez, 1996).
Fig. 1 - O Ambiente na Indústria e a sua relação com a Formação.
3. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 2
Note-se, contudo, que estes vectores de dinamismo e proactividade estão fortemente
condicionados pela capacidade de sensibilização, informação e formação dos recursos
humanos das Empresas. Sem isso dificilmente a empresa poderá responder
adequadamente aqueles factores de competitividade.
Identificar as necessidades de formação na área do ambiente pode, pois, ser considerado
um imperativo para o próprio desenvolvimento da competitividade das empresas
industriais, senão no imediato, pelo menos no médio prazo.
Refira-se, porém, que essas necessidades não deverão circunscrever-se às profissões
específicas da área do ambiente, mas também aos profissionais que intervêm ao nível
da concepção e planeamento de processos produtivos e aos colaboradores em geral.
Aliás, as Normas ISO/DIS 14001 e 14004, relacionadas com a definição de princípios
para a implementação de Sistemas de Gestão Ambiental, que foram recentemente
publicadas, advertem para a necessidade da Gestão de Topo das Empresas “construir”
uma atitude comportamental de “Consciência e Motivação Ambiental” no universo dos
seus Colaboradores. - “It is the commitment of the individual people, in the context of
shared environmental values that transforms an Environmental Management System
from paperwork into an effective process”.
A Motivação para a melhoria contínua, neste domínio, pode ser potencializado pela
implementação de procedimentos de gestão que apontem para maiores níveis de
informação, de participação e responsabilização dos colaboradores.
Digamos que a mudança de atitudes e de práticas, a este nível, ficará muito mais
facilitada pela adopção das novas concepções gestionárias. Nelas, as pessoas assumem
um papel central, não sendo mais consideradas meros apêndices dos processos
produtivos mas sim como verdadeiro factor de competitividade. Do seu desempenho
dependem, cada vez mais, os resultados das empresas.
Neste contexto a informação e a formação desempenham papel de especial relevo.
Pode-se, pois afirmar que Formação, Consciência e Competência Ambiental são
vectores em que as Empresas Industriais terão de apostar, para vencer os desafios da
competitividade.
1.1. Necessidade da investigação sustentar as medidas estruturais de gestão da
formação.
Na nossa concepção a formação ambiental, enquanto prática gestionária, deve ser
enquadrada da realidade empresarial.
Assim, começámos por recolher elementos indicadores da gestão ambiental
actualmente efectuada nas empresas que constituíram a nossa amostra bem como a
sua sensibilidade para as matérias ambientais.
4. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 3
De seguida procurámos caracterizar as evoluções previsíveis nessas empresas no
domínio ambiental e só depois perspectivar as necessidades de formação daí
decorrentes.
De facto consideramos a formação um instrumento ao serviço da gestão das
empresas e não um objectivo em si mesma. Efectivamente se pretendemos que os
efeitos decorrentes da formação se manifestem na actividade das empresas teremos
de conceber processos de formação coerentes com os projectos de mudança e
desenvolvimento aí a decorrer.
Por outro lado, pensamos que embora a focalização no indivíduo seja importante
no contexto do desenvolvimento das suas competências, tal não bastará para
garantir mudanças efectivas ao nível da gestão ambiental. Para isso é necessário
criar condições que permitam utilizar essas competências em proveito do
funcionamento e resultados das equipas e, duma forma mais geral das empresas.
Por outro lado, desenvolvemos este estudo conscientes que a mudança profunda de
atitude das empresas perante os problemas ambientais, se quisermos perante o
património ambiental, será função não só de uma maior sensibilização das pessoas
que as integram mas também de medidas regulamentadoras, fiscalizadoras e de
incremento de pressão por parte dos clientes finais para as empresas produtoras dos
bens que consomem manifestem uma profunda consciência ambiental.
1.2. O papel da formação na revitalização do tecido empresarial e no exercício da
cidadania.
Acreditamos que a formação poderá constituir um importante factor no incremento
de práticas de gestão ambiental mais eficazes.
Contudo, não tenhamos ilusões, de que não será suficiente para resolver este
problema.
Antes de mais é necessário que as empresas estejam sensibilizadas para a
inevitabilidade da utilização destas práticas. E em termos de lógica de gestão
empresarial, as empresas ficarão sensibilizadas não só quando conhecerem o
problema e as soluções possíveis, mas também quando sentirem pressão seja por
regulamentação e consequente fiscalização seja por parte da envolvente social.
Efectivamente se os stockholders não são apenas os accionistas, mas todos aqueles
que de alguma maneira estão interessados, directa ou indirectamente na empresa
(estado, municípios, trabalhadores, clientes, fornecedores, comunidade em geral...),
certamente que a empresa para lhes agradar necessitará de efectuar uma efectiva
gestão ambiental.
5. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 4
1.3. Competitividade e regulamentação/certificação.
Investir em ambiente poderá ser uma prática pouco frequente se, em vez, de o
considerarem um investimento, as empresas o considerarem um mero custo.
Significa isto, que as empresas têm de vislumbrar ganhos tangíveis...ou ausência de
perdas que os levem a tomar a decisão de investir. Ou seja, que considerem que os
ganhos decorrentes do investimento ambiental se traduzam, de facto, em ganhos
para a empresa.
Esses ganhos poderão assumir diferentes formas – ausência de coimas, benesses
nos impostos, maior aceitação por parte de clientes e consumidores finais e a própria
possibilidade da empresa continuar a sua actividade.
Analisando a actual situação damo-nos conta que a certificação em qualidade, uma
prática cada vez mais em voga por parte das empresas, que acreditam que daí
poderão retirar benefícios, por variadíssimas razões, ainda se faz dissociada da
certificação ambiental.
Contudo acreditamos que a evolução só pode ser uma – ambos os processos de
certificação serão efectuados conjuntamente. Provavelmente neste âmbito estarão
ainda presentes aspectos relacionados com a segurança, seja de processos seja de
produtos.
Assim, além de se prever um incremento de práticas de auditoria ambiental, por
razões de certificação, será muito provável que as empresas que invistam, de facto
nesta matéria passem a dispor, a exemplo do que se passa actualmente com os
sistemas de qualidade de pivots / catalizadores das melhorias em matéria ambiental.
Estes, terão a seu cargo não só a coordenação da implementação de projectos
ambientais, a sua manutenção e gestão, o desenvolvimento de eventuais de sistemas
de sugestões, a organização e desenvolvimento de processos formativos.
1.4. A EMPRESA - o seu desenvolvimento passa pela adaptação/valorização e
aposta nas Pessoas.
Se é verdade que a formação não é suficiente para garantir a implementação de
sistemas de gestão ambiental, também é verdade que a concepção de processos
destinados a esse fim só poderá gerar os efeitos pretendidos se as pessoas estiverem
sensibilizadas e devidamente capacitadas para utilizar esses processos.
Se atendermos às práticas utilizadas pelas empresas para implementarem sistemas
de qualidade, verificamos que quase invariavelmente recorreram a equipas
pluridisciplinares, como garante da coerência e consistência das modificações
introduzidas e da sua efectiva implementação.
6. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 5
Assim, provavelmente a implementação de sistemas de gestão ambiental implicará
igualmente a constituição de equipas projecto, que integrem diferentes valências
técnico-científicas capazes de conceber, implementar e gerir processos indutores de
menor agressão ambiental adequados à especificidade do negócio da empresa.
Provavelmente, o êxito destes projectos verdes, estará dependente da capacidade de
gerar nos diferentes colaboradores da empresa uma adesão tão plena quanto
possível. Para isso não só é imprescindível sensibilizá-los para a questão ambiental
como fazê-los participar activamente, na sua implementação e na melhoria da sua
gestão
1.5. O AMBIENTE - a responsabilidade social das Empresas.
Se é verdade que a empresa deve ser orientada pelos interesses dos seus
accionistas/sócios, não é menos verdade que estes só poderão ter aqueles interesses
defendidos se a empresa obtiver e mantiver bons resultados. Mas para obter e
manter bons resultados, a empresa necessita de satisfazer todos os seus
stockholders.
E estes são, como já referimos, tão diversos como o estado, os municípios, os
clientes, os consumidores, os fornecedores, os trabalhadores, a envolvente...
Significa isto, que à medida que os diferentes stockholders das empresas se
tornarem mais exigentes em matéria ambiental, o investimento feito pelas empresas
neste domínio tenderá a constituir um investimento na sua sobrevivência.
E se as preocupações dos cidadãos com o planeta começam a desenvolver-se
galopantemente, então é provável que as empresas comecem a sentir, de facto, os
custos do não investimento ambiental.
Note-se que estes custos não serão apenas os decorrentes da aplicação do princípio
do poluidor pagador ou da não concessão de benefícios de natureza fiscal ou outros,
mas também, e sobretudo, os resultantes da pressão do próprio mercado. Estará
ainda, nas nossas memórias o impacto que uma questão ambiental relativa a uma
plataforma petrolífera no Mar do Norte teve sobre as vendas da Shell.
7. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 6
2. GESTÃO AMBIENTAL (Problemática da Gestão Ambiental)
2.1 “O que é a gestão ambiental”
De uma forma sintética pode-se considerar que a qualidade de vida é determinada
pela integração de três factores: nível de rendimento, condições de vida e de
trabalho e qualidade do ambiente, os quais assumem um peso relativo distinto de
acordo com o espaço e o tempo.
Nos países mais desenvolvidos o conceito de integração ambiental das actividades
económicas tem vindo a substituir gradualmente a percepção - ainda generalizada
entre nós - de que as questões ambientais se posicionam “contra” o
desenvolvimento. Referências básicas que marcam a institucionalização desta
mudança de paradigma - que anteriormente já se vinha a delinear por iniciativa de
organizações sectoriais como a Câmara de Comércio Internacional (ICC –
International Chamber of Commerce) ou o sector da Indústria Química, para citar
apenas duas das mais representativas - há que referir a Conferência do Rio de
Janeiro em 1992 e o 5º Programa de Acção da União Europeia em matéria de
Ambiente - “Em direcção a um Desenvolvimento Sustentado”. Este conceito de
Desenvolvimento Sustentado, primeiramente apresentado no designado Relatório
Brundtland de 1989, expressa, de uma forma breve, a impossibilidade de um
desenvolvimento de costas voltadas, ou contra o ambiente.
No sector industrial, dentro desta filosofia, pretende-se que as exigências
ambientais crescentes, actuem como um catalizador para a revisão dos processos
produtivos. Se nos anos 70 ou 80 o objectivo ambiental era, por exemplo, o
tratamento dos resíduos para minimizar os seus impactes ambientais, nos anos 90 a
actuação centra-se na sua redução ou reutilização sendo que o objectivo será uma
produção zero de resíduos no futuro. Este objectivo pressupõe um esforço de
Investigação & Desenvolvimento (I&D), que conduza quer à minimização dos
resíduos quer à melhoria da eficiência produtiva, quer em termos de matérias-
primas, quer em termos de energia. De uma forma simples, o que se pretende hoje,
para corresponder aos anseios de qualidade de vida da nossa sociedade é “produzir
mais, com menos”.
Genéricamente, gestão ambiental corresponde a, com base nos conhecimentos
actuais e no esforço de I&D já referido, produzir acções que permitam gerir o
sistema ambiental relativamente aos elementos e processos que o compõem e às
accções que o afectam. Esta gestão ambiental socorre-se de dois tipos de
instrumentos complementares: instrumentos preventivos e instrumentos
correctivos. Cada vez mais uma gestão eficaz e eficiente, integradora do ambiente
nos objectivos económicos da empresa, dá prioridade ao primeiro tipo de
instrumentos.
8. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 7
2.2 Objectivos da gestão ambiental
Os objectivos da gestão ambiental de qualquer empresa, nomeadamente do sector
industrial, deverão consubstanciar o princípio “ideal” de poluição nula e devem
determinar um conjunto de medidas, técnicas e não técnicas, que permitam prevenir
ou minimizar a poluição por emissões e resíduos procurando igualmente evitar ou
pelo menos minimizar o recurso aos tratamentos de fim de linha, crescentemente
mais onerosos. O “grau de poluição” passará a ser, cada vez com maior acuidade,
um indicador da eficiência dos processos, equipamentos e procedimentos,
traduzindo o nível de adequação da gestão ambiental da empresa e da sua eco-
eficiência.
Empresas eco-eficientes assumem uma postura pró-activa e desenvolvem um
sistema de gestão que oriente ambientalmente a obtenção dos lucros e integre o
interesse social do ambiente no desenvolvimento das suas actividades,
internalizando as responsabilidades em matéria de protecção ambiental na sua
estratégia global e na conquista de novas posições num mercado cada vez mais
globalizante e competitivo.
Neste contexto, o ambiente deve ser um vector estratégico de gestão global da
empresa em conformidade com os conceitos de Qualidade Total e Excelência. A
empresa deverá ser cada vez mais considerada como uma “empresa-cidadã”, activa
e responsável pela melhoria da qualidade do Ambiente em termos globais.
De referir a este propósito, que o Prémio de Excelência, instituído em 1993 pelo,
então, Ministério da Indústria, através do Instituto Português da Qualidade,
considera como um dos factores de Excelência e de reconhecimento da Qualidade
Total, a postura da empresa face à sociedade, tanto nos aspectos culturais, sociais e
económicos, como na área do ambiente.
Em resumo, a Gestão Ambiental da empresa visa optimizar o desempenho
ambiental das unidades de produção, atendendo aos objectivos de lucro da empresa.
A Gestão Ambiental pressupõe a definição de uma política ambiental,
consubstanciada em objectivos, programas, estratégias e metas ambientais que a
materializam através do recurso a diversos instrumentos de gestão.
Numa primeira fase, para o estabelecimento de princípios e objectivos que orientem
uma política de gestão ambiental, há que referir o diagnóstico ambiental, que se
pode definir como uma avaliação global das características ambientais da empresa.
2.2.1 Instrumentos preventivos da gestão ambiental
Os instrumentos preventivos da gestão ambiental podem ser caracterizados
em primários, secundários e de gestão. Nos instrumentos preventivos
primários há que referir a formação, a sensibilização e a educação, quer da
população em geral, quer de grupos específicos da sociedade (jornalistas,
projectistas, professores, etc.). Trata-se de instrumentos de excepcional
9. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 8
importância, cuja responsabilidade última é dos decisores políticos e da
Administração. Os objectivos genéricos do ENFAMB, no âmbito do qual é
apresentada esta monografia, correspondem e radicam na tomada de
consciência da necessidade e importância da aplicação deste tipo de
instrumentos. Embora se tratem de instrumentos de “ciclo longo” e cuja
responsabilidade de aplicação é do Estado, a empresa cidadã, quer
individualmente, quer através das suas fileiras/associações representativas
poderá, sectorialmente, desempenhar um papel de relevo.
Entre os instrumentos preventivos secundários podem-se incluir o
normativo em matéria de ambiente, nomeadamente, o conjunto de diplomas
legais e disposições administrativas que fixam limites, por exemplo, para a
emissão de poluentes e que traduzem para uma linguagem jurídica e
normativa uma racionalidade técnica baseada nos resultados da
investigação, da experimentação e na difusão das tecnologias.
Como instrumentos específicos de gestão ambiental há que referir, o
planeamento, a concepção ambientalmente integrada dos projectos e a
Avaliação de Impacte Ambiental.
O planeamento é um processo racional de tomada de decisão, podendo
assumir diversas formas: nacional, regional ou local; integral ou sectorial;
físico, económico e social; espacial; urbano e rural; a curto, médio e longo
prazo. Condição essencial para o planeamento é um diagnóstico correcto do
meio físico, do território e dos seus recursos. Assim, o tipo de planeamento
que melhor cumpre o seu papel preventivo em termos ambientais é o
ordenamento do território, indissociável da gestão ambiental. Uma correcta
localização e um rigoroso controlo do uso do solo são o ponto de partida
essencial para a integração ambiental das actividades.
A concepção integrada de projectos implica, metodológicamente, analisar e
valorizar o ambiente como referência para a concepção do projecto, gerando
soluções alternativas que minimizem o respectivo impacte ambiental.
Na sequência, a Avaliação de Impacte Ambiental é um procedimento
administrativo de controlo ambiental de projetos, prévio ao seu
licenciamento que, apoiado num estudo técnico sobre os seus impactes
ambientais (Estudo de Impacte Ambiental) e no processo de Consulta do
Público, permite à entidade responsável pelo Ambiente, emitir um parecer
sobre a viabilidade ambiental do mesmo, estipulando as respectivas
condições e eventuais recomendações que minimizem o seu impacte.
Como instrumentos preventivos de planeamento ambiental, já não de âmbito
global, mas de aplicação específica ao sector produtivo, permitindo-lhe
simultâneamente um melhor desempenho ambiental e económico, de
referir: as Auditorias Ambientais, a Análise de Ciclo de Vida do Produto, o
Ecodesign, o Rótulo Ecológico, a Produção Mais Limpa (PML), dos quais
de falará mais à frente, em detalhe, assim como o EMAS (Eco-
Managemente and Audit Scheme) e as Normas ISO 14000.
10. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 9
2.3 Auditorias Ambientais
A Auditoria Ambiental (A.A.) desenvolveu-se inicialmente nos Estados Unidos, no
final dos anos 70, como consequência das sanções decorrentes da legislação
ambiental, da complexidade desta e também da crescente pressão da opinião
pública. Apoiada a sua realização pela Agência Americana para o Ambiente (US-
EPA), as A.A. são, por exemplo, exigidas pela Comissão de Valores da Bolsa
Americana, influenciando a cotação das respectivas ações. Esta prática estendeu-se
à Europa, mais tarde, tendo a Holanda sido pioneira nesta matéria. Por força dos
princípios emanados do 5º Programa de Ambiente da União Europeia,
materializados no Regulamento (CEE) 1836/93 sobre Eco-gestão e Auditoria
Ambiental, este instrumento viu a sua aplicação institucionalizada.
Na realidade, diversos organismos sectoriais, internacionais e nacionais,
assumiram, antes da sua institucionalização, o compromisso de estudar, analisar,
difundir e fomentar a aplicação deste instrumento como veículo de auto-controle e
análise de desempenho a nível empresarial, numa era de globalização da economia.
Assim, em 1989, o Programa Indústria e Ambiente do PNUA (Programas das
Nações Unidas para o Ambiente) criou um grupo de trabalho no sentido de criar
directrizes para a realização de auditorias ambientais, o qual integrava
multinacionais com experiência de condução de A.A., Confederações e
Associações Industriais de nível internacional, a Câmara de Comércio
Internacional, a US-EPA e a Canadian-EPA. Como pontos de acordo deste grupo
de trabalho de salientar:
- A aceitação da definição de Auditoria Ambiental proposta pela Câmara de
Comércio Internacional, a qual foi retomada no já citado Regulamento
Comunitário: “A A.A. é um instrumento de gestão que compreende uma avaliação
sistemática, documentada, periódica e objectiva da operação, gestão e organização
de uma empresa com o objectivo de preservar o ambiente através de:
• controlo mais fácil das práticas ambientais;
• cumprimento das políticas da empresa, que inclui necessáriamente a
conformidade com a lei.
É destacado o benefício da A.A. como garante do cumprimento da legislação de
ambiente, com o mínimo de custo possível e ainda como veículo de comunicação
com a população em geral.
Sobre questões referentes ao planeamento e condução da A.A. Estas requerem um
envolvimento da direcção (gestão de topo) da empresa e o respeito pela equipa de
auditores. A A.A. poderá ser realizada por equipas de consultores internos (caso das
grandes multinacionais) ou por auditores externos (caso das pequenas e médias
empresas).
Sobre questões metodológicas: Acordo de que todos os seguintes elementos devem
ser auditados: políticas e princípios, sistemas, procedimentos, práticas e acções.
Sobre o Relatório Final: As opiniões divergem entre o Relatório Final dever apontar
soluções para o novo ciclo de Auditoria ou apenas fazer um diagnóstico da situação.
11. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 10
2.4 Análise do Ciclo de Vida do Produto
A Análise do Ciclo de Vida do Produto (ACV) é um dos instrumentos concorrentes
para uma eficaz gestão ambiental da Empresa.
A ACV visa avaliar os impactes ambientais de um produto durante toda a sua vida
útil, incluindo a concepção e o seu destino final e numa perspectiva ambiental e de
competividade, aconselhar sobre as medidas necessárias tendentes a diminuir os
mesmos. É assim, uma ferramenta que permite equacionar as medidas susceptíveis
de melhorar os produtos e direccionar o sistema de produção para soluções
ambientalmente mais aceitáveis. É igualmente um poderoso meio de comunicação
com o público, sendo que no âmbito dos princípios actualmente aceites, a
informação e a decisão do consumidor são fundamentais para que “os mercados
funcionem em prol do ambiente”.
Poderemos assim definir a ACV como um processo sistemático para identificar,
quantificar, interpretar e avaliar o impacte ambiental de um produto ou processo,
seguindo uma metodologia de “berço à sepultura”, ou seja, considerando o produto
desde a sua concepção, extracção ou síntese das matérias primas, pela forma de
energia utilizada, processo de produção, distribuição, consumo e até à deposição
final. Este método exige a quantificação das emissões e consumos de matérias e
energia em todas as fases do ciclo de vida do produto.
Básicamente, a ACV reveste-se de grande utilidade na melhoria da qualidade de
um produto, em termos ambientais, ou na comparação de dois ou mais produtos
existentes com a mesma função, permitindo conhecer qual o que tem menores
impactes ambientais.
A ACV é assim um processo dinâmico e iterativo de avaliação, muito complexo,
que envolve vários tipos de dados, recorrendo a várias fontes de informação. A
SETAC foi a organização pioneira na definição metodológica da ACV, sendo que
considera que esta contempla três fases: Inventário, Avaliação de Impactes e
Avaliação de Alternativas.
2.4.1 Inventário ou Análise do Ciclo de Vida
Trata-se da fase de compilação e aquisição de informação por forma a
quantificar a utilização de matérias-primas e energia, as emissões gasosas e
líquidas e a produção de resíduos sólidos durante todo o ciclo do produto.
Esta informação é geralmente introduzida numa base de dados por forma a
ser possível mais tarde a avaliação integrada dos impactes. Dada a
complexidade deste processo torna-se fundamental difinir os limites do
sistema que se está a analisar. Estes limites geralmente obtém-se após
equacionar e sistematizar o diagrama de fluxos do sistema, que abrange os
processos estabelecidos a jusante e a montante do processo de fabrico,
incluindo todos os inputs e outputs do sistema, bem como processos
intermédios que envolvam a reutilização ou reciclagem de materiais, e após
recolha de informação. Após estes três primeiros passos é feito o
processamento da informação estabelecendo-se o que se designa por
12. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 11
tabela de inventário que descrimina, por exemplo, o somatório das emissões
de SO2 para a atmosfera provenientes do sistema em estudo.
2.4.2 Avaliação de Impactes
A avaliação de impactes é essencialmente um processo quantitativo que
classifica (de acordo com critérios qualitativos, portanto, não universais),
caracteriza e avalia a magnitude e significância dos impactes a partir da
informação recolhida anteriormente. Na generalidade esta avaliação
relaciona os resultados do inventário com problemas ambientais como:
depleção da camada de ozono, depleção dos recursos naturais, contribuições
para o aquecimento global, eutrofização, etc.
2.4.3 Avaliação de Alternativas
Face ao “perfil ambiental” do produto, traçado após as fases anteriores e
face aos impactes mais significativos detectados, dever-se-ão propôr
medidas para a melhoria do produto em termos ambientais, o que pode
passar por acções que alterem as especificações do produto, o seu design, as
matérias-primas utilizadas, o processo de produção, a distribuição, etc.
Grande número de empresas começam a usar a ACV para comparar
produtos, o que tem já demonstrado benefícios na inovação e na geração de
alternativas de design, influenciando linhas de investigação e
proporcionando o desenvolvimento do chamado eco-marketing.
No entanto, apesar dos resultados já auspiciosos da ACV, existem ainda
grandes estrangulamentos à aplicação deste instrumento. Neste campo, de
salientar a falta de dados para proceder à inventariação ou a credibilidade
dos mesmos, o facto de ser um processo complexo, logo moroso, a
dificuldade em proceder à definição dos limites, sendo que a falta de
conhecimento por parte dos gestores de topo das empresas não é um factor
a negligenciar.
Em termos comunitários de referir o Regulamento (CEE) nº880/92 relativo
a um sistema europeu de atribuição do Rótulo Ecológico, que se baseia
exactamente na análise do ciclo de vida dos produtos.
A pouca visibilidade deste instrumento (que analisaremos mais adiante),
quer em termos nacionais quer em termos europeus, tem determinado uma
deficiente difusão deste conceito/metodologia para a avaliação do impacte
ambiental de produtos.
2.5. Ecodesign
De uma forma algo simplista pode-se afirmar que oEcodesign põe em prática a
informação recolhida durante a ACV.
O Ecodesign permite a integração das questões ambientais no design dos produtos
e considerando-os como factores de tomada de decisão, em igualdade de
13. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 12
circunstâncias com aspectos como a eficiência, a qualidade, a fiabilidade, a
funcionalidade, a estética, a imagem, a economia e o custo.
Neste âmbito, as questões ambientais são desde logo inseridas no design e portanto
também no projecto, no fabrico, nas decisões de marketing, rumo à comercialização
e à escolha pelo consumidor.
A via do ecodesign permite à empresa uma atitude pró-activa, não só face ao
ambiente mas igualmente face aos desafios de competitividade da empresa.
Num cenário em que a legislação ambiental será cada vez mais restritiva, por
exemplo em termos de emissões, uma atitude antecipativa, embora com um custo
inicial mais elevado face a uma atitude de mera conformidade, permite uma
perenidade e competitividade acrescida a médio e longo prazo e a disponibilização
de fundos para outras actividades, normalmente as relacionadas com novo ciclo de
inovações e criatividade.
Avaliações económico/ambientais conduzidas no seio do Banco Mundial referem
que as atitudes reactivas das empresas, com investimentos não planeados ou
faseados, destinam-se a fazer face à necessidade de cumprimento das políticas
ambientais, cada vez mais rigorosas, que podem comprometer, a prazo, a
sobrevivência das empresas.
Outra questão que o ecodesign permite equacionar é o cálculo da cadeia de valores
durante o ciclo de vida do produto. Tradicionalmente o preço de venda de um
produto depende dos valores acumulados atá a altura da venda. No entanto, por
força da ACV, de princípios como o poluidor-pagador ou do utilizador-pagador e a
regulamentação já existente sobre embalagens e resíduos de embalagem (por
exemplo, com tendência para reavivar velhos sistemas como a consignação),
determinam que os custos de devolução, por exemplo, de vasilhame, de reciclagem
ou de deposição final dos resíduos devam ser tidos em conta e incluídos no preço
final. Este factor é cada vez mais importante por razões económicas - determinantes
da necessidade de alternativas de design e utilização de ACV que promovam
reduções de custo em outras fases do ciclo do produto.
2.6. Rótulo Ecológico
Até há bem pouco tempo, os conceitos de desenvolvimento industrial e protecção
do ambiente eram considerados incompatíveis. No entanto, o recente conceito de
desenvolvimento sustentável, que traduz o equilíbrio entre o crescimento
económico e a preservação do ambiente, veio demonstrar que é possível satisfazer
as necessidades das gerações presentes sem comprometer as das gerações futuras.
De facto, a evolução tecnológica tem vindo a permitir produzir mais consumindo
menos, com recurso a processos produtivos que racionalizem consumos, que
14. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 13
aproveitem resíduos e que utilizem produtos que minimizem os impactes
ambientais. Verifica-se, por outro lado, que os consumidores estão cada vez mais
exigentes no que toca aos produtos menos nocivos para o ambiente, mesmo que,
por vezes, estes sejam mais caros.
O Sistema europeu de Atribuição de Rótulo Ecológico (cujo suporte legal é o
Regulamento 880/92) enquadra-se na filosofia emergente visando, por um lado,
promover a concepção comercialização e utilização de produtos com impacte
ambiental reduzido durante todo o seu ciclo de vida e por outro, informar os
consumidores sobre o impacte dos produtos no ambiente.
Quando este Sistema foi criado já eram conhecidos diversos Sistemas Nacionais de
Rotulagem Ecológica, como por exemplo o Anjo Azul Alemão e o Cisne Branco
Nórdico. Dada a existência de vários Sistemas Nacionais, que actuam com regras
diferenciadas, é evidente a necessidade da criação de um sistema europeu que
pudesse substituir os existentes. Assim, surge o Sistema europeu de Atribuição de
Rótulo Ecológico, facultativo e aplicado à generalidade dos bens de consumo, quer
sejam fabricados na Comunidade ou importados de outros países. Como condição
básica, é exigido o cumprimento de toda a legislação comunitária em vigor, em
matéria de Saúde, de Segurança e de Ambiente, sendo também necessário que o
produto cumpra critérios ecológicos específicos, que são são definidos para Grupos
de Produtos (cada grupo inclui os produtos concorrentes que se destinem a fins
semelhantes e tenham utilização equivalente). Só é possível obter Rótulo Ecológico
para produtos relativamente aos quais já tenham sido publicadas no Jornal Oficial
as Decisões da Comissão, que definem os critérios específios para o Grupo de
Produtos onde se enquadram. Estes critérios têm, normalmente, um prazo de
validade de três anos, ao fim dos quais deverão ser revistos.
Como qualquer sistema novo e como seria de esperar, nos primeiros tempos a
adesão não foi muito significativa. No entanto, a situação actual é bem diferente da
inicial, verificando-se um aumento significativo de número de produtos com Rótulo
Ecológico. Há atualmente 11 Grupos de Produtos para que é possível solicitar
Rótulo Ecológico e cerca de 160 produtos que já o podem utilizar. Em Portugal já
foram concedidos 3 Rótulos Ecológicos a produtos fabricadas por duas empresas
nacionais, havendo já 16 produtos fabricados em Portugal que o ostentam.
O Sistema de Atribuição do Rótulo Ecológico é composto por duas fases: a primeira
refere-se à elaboração dos critérios e a segunda à concessão do Rótulo a um
produto específico. A fase de elaboração dos critérios começa pela análise do ciclo
de vida dos produtos que integram o Grupo de Produtos que se pretende estudar,
que vai desde a obtenção das matérias-primas, passando pela produção, distribuição
consumo e utilização, até à eliminação final após uso, onde são analisados um
conjunto de aspectos de natureza eminentemente ambiental, nomeadamente, os
resíduos produzidos, a poluição e degradação do solo, a contaminação da água, a
contaminação do ar, o ruído, o consumo de energia, o consumo de recursos
renováveis e os efeitos nos ecossistemas. Com base nesta análise são seleccionados
os aspectos mais relevantes, sob o ponto de vista ambiental, que são utilizados para
estabelecer os critérios. No entanto, não são apenas os impactes ambientais que
estão em causa na fixação dos critérios. Os produtos destinam-se a satisfazer as
necessidades do mercado, tendo por isso que possuir qualidade, sem o que nunca
15. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 14
poderiam captar a preferência dos consumidores. Ou seja, além dos parâmetros
“ecológicos”, os critérios devem englobar também parâmetros de “qualidade”.
Em Portugal, para a concessão do Rótulo Ecológico a determinado produto, o
Requerente deve apresentar à DGI (Organismo Competente Nacional) uma
Candidatura, que contém todos os dados necessários a garantir o cumprimento dos
critérios fixados para o Grupo de Produtos onde se insere o produto candidato. A
decisão é tomada por uma Comissão de Selecção onde participam vários
organismos e cuja presidência cabe à Direcção Geral do Ambiente. No entanto,
dado tratar-se de um sistema europeu, a decisão de atribuição do Rótulo Ecológico
não é tomada apenas a nível local. Todos os Estados Membro são notificados,
podendo apresentar objeções num prazo de 30 dias. Só depois de decorrido este
prazo e se não houver objeções pode ser assinado o Contrato entre o Organismo
Competente e o Requerente e o Rótulo utilizado.
Os custos do Sistema traduzem-se no pagamento de taxas: Taxa de requerimento
que se destina a pagar os encargos decorrentes da análise da Candidatura; e a Taxa
Anual que resulta da aplicação de uma percentagem sobre o volume anual de
vendas do produto.
A participação da Indústria no Sistema de Atribuição do Rótulo Ecológico é muito
importante, principalmente na fase de elaboração dos critérios, como forma de
garantir a defesa dos seus interesses. De facto, embora os critérios se traduzam em
indicadores de impacto ambiental, o que está na realidade em causa são questões
essenciais de âmbito tecnológico e económico, que têm repercussões directas na
concorrência. O Rótulo Ecológico é, com efeito, uma poderosa arma de mercado,
para um público consumidor sensibilizado para as questões ambientais e cada vez
mais exigente em termos de qualidade, representando uma forte vantagem
competitiva para as empresas e constituindo um importante desafio para a sua
modernização.
2.7. Produção Mais Limpa (PML)
As tendências actuais de crescimento da população, da industrialização e dos
consumos reflectem-se na produção de resíduos e poluentes a uma taxa superior à
capacidade que a Terra tem de os absorver e os recursos naturais são consumidos a
uma velocidade que não permite a reposição. Dadas estas tendências, a necessidade
de re-orientar os processos produtivos, produtos e serviços, assim como a mudança
no padrão de procura dos consumidores, são considerados factores chave na
Agenda para o Desenvolvimento Sustentável. A Produção e Consumo Sustentado
foram identificados, na Conferência do Rio de Janeiro, como uma das cinco áreas
de trabalho do PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente), onde o
Programa Produção Mais Limpa (PML) é uma das iniciativas.
O conceito de PML que, como referido, surgiu no PNUA de 1992, era definido
como a “aplicação, em contínuo, de uma estratégia ambiental preventiva e
integrada, aplicada a processos, produtos e serviços com o objectivo de aumentar
a eco-eficiência e reduzir os riscos para o ser humano e o ambiente”.
16. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 15
Relativamente aos processos produtivos, o objectivo da PML é a conservação das
matérias-primas e da energia, a eliminação de matérias primas tóxicas e a redução
da quantidade e da toxicidade das emissões e resíduos produzidos. Relativamente
aos produtos pretende reduzir os impactes negativos ao longo de todo o seu ciclo
de vida, desde a extração das matérias-primas até à deposição final. No que refere
aos serviços pretende incorporar as preocupações ambientais na definição e
apresentação desses serviços.
A PML actua ao nível da minimização ou eliminação das fontes de resíduos e
emissões, e não ao nível do tratamento pois, nessa fase, geralmente o que ocorre é
a transferência de poluição de um meio para outro, não resolvendo os problemas na
sua essência. Isto significa que a PML actua ao nível da prevenção dos impactes
ambientais relacionados com os resíduos e com a utilização de matérias-primas. Ou
seja, a PML pretende optimizar o metabolismo industrial obtendo, a mais eficiente
possível, transformação de matérias-primas. As técnicas de PML incluem a
substituição de matérias-primas, mudança de produtos, optimização e mudanças do
processo produtivo e reciclagem. Ao nível das empresas a PML é largamente aceite
como a mais efectiva estratégia para poupar materiais, água, energia e dinheiro e de
introduzir mudanças apropriadas ao nível da gestão. Outros conceitos,
nomeadamente a Eco-Eficiência e a Prevenção e Controlo Integrado da Poluição
servem objectivos semelhantes.
A PML requer uma mudança de atitude, uma gestão ambiental e uma avaliação
cuidada e responsável das escolhas tecnológicas. É um conceito que se pode aplicar,
não só à indústria mas também aos sectores de serviços, transportes, agricultura e à
sociedade como um todo, podendo ser o meio mais eficiente de operacionalizar
processos, produzir produtos e proporcionar serviços. Os custos de tratamento dos
resíduos e das emissões e os impactes no ambiente e na saúde podem ser reduzidos
e os benefícios destas reduções assim como a abertura de novos mercados podem
ser aproveitados.
2.8. EMAS (Eco-Management and Audit Scheme) – Regulamento CEE nº 1836/93
Foi nos anos 70 que a prática da realização de auditorias ambientais se difundiu nos
EUA, como forma de verificação de situações de possível incumprimento face à
legislação ambiental em vigor. Nos anos 80 passou-se a realizar auditorias
proactivas, que utilizavam os resultados com vista à obtenção de melhorias da
performance ambiental que ainda não eram exigidas por lei. Na sequência de uma
declaração da EPA, a Câmara Internacional de Comércio aprovou e consolidou a
sua posição relativamente à utilização da auditoria ambiental. Aí se definia a
auditoria ambiental como “um instrumento de gestão que compreende uma
avaliação sistemática documentada, periódica e objectiva da performance
ambiental da organização, gestão e quipamento, com vista a salvaguardar o
ambiente, facilitar o controlo das práticas com incidência no mesmo e verificar a
sua conformidade com a política da empresa”. Nos anos 90 a auditoria ambiental
tornou-se um instrumento auxiliar da gestão, largamente divulgado nos EUA e
despertando um crescente interesse na Europa.
O sistema europeu de gestão ambiental e auditoria (EMAS) não só aproveita as
experiências anteriores como lhe acrescenta elementos resultantes da evolução da
17. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 16
política comunitária de ambiente introduzidos pelo 5º Programa de Acção “Em
Direcção a um Desenvolvimento Sustentável”.
Tal como o sistema de rótulo ecológico, a participação no sistema de gestão
ambiental e auditoria permite que a empresa seja reconhecida perante os
consumidores, a administração e o público em geral, como entidade empenhada no
prosseguimento das actividades produtivas e comerciais de uma forma menos
agressiva para com o ambiente – comportamento este que, espera-se, o mercado
recompensará no futuro.
O sistema europeu de gestão ambiental e auditoria pode ser sumarizado em torno
de três ideias chave:
♦ Adopção e implementação de políticas, programas e sistemas de gestão
ambiental;
♦ Avaliação sistemática, objectiva, documentada e periódica das políticas,
programas e sistemas de gestão;
♦ Divulgação pública da informação sobre a performance ambiental da empresa.
• Resumo do processo de implementação do sistema:
Adopção de uma Política de Ambiente enunciadora dos objectivos e princípios
globais de actuação da empresa em matéria de ambiente, incluindo um
compromisso no sentido de uma melhoria continuada e proactiva da performance
ambiental;
Realização de um Levantamento Ambiental para determinação da situação actual
da instalação no que diz respeito aos impactes da sua actuação sobre o ambiente;
Incorporação de objectivos quantificados e actividades específicas num Programa
de Ambiente que desenvolva a Política de Ambiente, à luz dos resultados do
Levantamento Ambiental;
Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental que defina processos de
execução, com a consequente atribuição de responsabilidades, incluindo um
sistema de registos documentais de base para a actuação da instalação e para a
medição da evolução do grau de cumprimento dos objectivos;
Realização de uma Auditoria para examinar o grau de progresso na execução do
programa e na adequabilidade do sistema de gestão aos objectivos delineados e,
sendo caso disso, para introduzir as mudanças necessárias;
Publicação de uma Declaração sobre o Ambiente, como forma de divulgação
pública da performance ambiental da instalação;
Verificação externa e imparcial da forma de realização dos trâmites descritos,
conduzindo a uma Validação da declaração sobre o ambiente e atribuição do direito
ao uso dos intrumentos de divulgação associados à participação no esquema.
Os resultados da auditoria devem ser utilizados para revêr as políticas, programas e
sistemas de gestão, de tal forma que o sistema se apresenta como um ciclo de etapas
que devem ser repetidas periódicamente.
18. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 17
• Preparação para a participação no sistema:
Normalmente apontado como o principal factor de sucesso na implementação de
um sistema de gestão ambiental surge o apoio empenhado dos administradores e
gestores da empresa e a compreensão do trabalho dos responsáveis pela
implementação do sistema por parte dos quadros intermédios e restantes elementos.
Na fase inicial, tanto a administração da empresa como os responsáveis da
instalação em causa deverão demontrar o seu empenho na melhoria do
comportamento ambiental da empresa disseminando entre os quadros e restantes
elementos da empresa o empenhamento na melhoria do comportamento ambiental,
sensibilizando-os para a tarefa de implementação de um sistema de gestão
ambiental.
A utilização de uma equipa mista de consultores e/ou auditores, uns pertencentes à
empresa e outros exteriores, leva a que o trabalho a desenvolver possa ser encarado
com menos desconfiança por parte dos quadros intermédios. Os consultores e/ou
auditores externos estarão numa posição que, à partida, lhes permite, com mais
facilidade, apresentar uma avaliação imparcial e objectiva ou formular
recomendações tendo em conta apenas os aspectos de comportamento ambiental.
Por outro lado, os elementos da empresa estarão melhor posicionados para se
dedicar ao cumprimento destes requisitos.
• Implementação do sistema:
A política de ambiente sugerida pelo Regulamento comunitário fornece uma base
de actuação para a definição de objectivos precisos e indica ao público em geral o
empenho da empresa na prossecução de actividades de melhoria do comportamento
em prol do ambiente. Os princípios de acção que devem inspirar a elaboração da
política de ambiente da empresa são:
Princípio da Dessiminação da Política de Ambiente – deve ser fomentado junto
do pessoal, do público e dos clientes um sentido de responsabilidade pelo ambiente.
Princípio da Avaliação do Impacte Ambiental – deve-se proceder a uma avaliação
prévia dos impactes ambientais de quaisquer novas actividades, produtos ou
processos.
Princípio da Prevenção e Redução da Poluição – devem ser tomadas as medidas
necessárias para evitar ou eliminar a poluição e, quando issso não seja possível,
para reduzir ao mínimo as emissões poluentes e a produção de resíduos, tendo em
conta eventuais tecnologias limpas.
Princípio do Acompanhamento no Cumprimento da Política de Ambiente –
devem ser estabelecidos e aplicados processos de fiscalização para controlar o
cumprimento da política de ambiente e, sempre que esses processos exijam
medições e ensaios, devem ser estabelecidos e actualizados registos dos resultados.
Devem também ser estabelecidos e actualizados processos e acções a desenvolver
em caso de detecção de uma situação de não cumprimento da política, objectivos
ou metas em matéria de ambiente. Um dos requisitos exigidos pelo Regulamento
na implementação da política de ambiente é a sua actualização e revisão periódica,
19. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 18
nomeadamente, a título exemplificativo, em função do levantamento ambiental ou
auditoria subsequentes.
• Levantamento Ambiental:
O Levantamento Ambiental é definido como “a análise preliminar aprofundada dos
problemas, do impacte e dos comportamentos ambientais relacionados com as
actividades desenvolvidas numa dada instalação industrial”.
O Levantamento Ambiental é uma fase crucial no processo de implementação do
sistema de gestão ambiental e auditoria: este fornece a informação essencial sobre
o comportamento ambiental da instalação, sobre a qual assentará a possível revisão
da política de ambiente, a definição dos objectivos e programa de ambiente e a
implementação do sistema de gestão.
O Levantamento Ambiental deve incluir três fases essenciais distintas:
Estudo dos efeitos ambientais (de que resulta o Livro de Registos de Efeitos
Ambientais);
Estudo das imposições e recomendações relativas à actividade em causa (de que
resulta o Livro de Registos de Disposições Legislativas, regulamentares e outras de
política de ambiente);
Elaboração e apresentação do relatório relativo ao levantamento ambiental,
incluindo uma avaliação sumária do comportamento ambiental da instalação em
causa, por confronto com os dados recolhidos em 2., incluindo a formulação de
recomendações pertinentes ao desenvolvimento do programa e sistema de gestão
ambiental (de que resulta o Relatório Final que relata os dados recolhidos no
decurso do levantamento inicial e serve de base para a elaboração do programa e
sistema de gestão do ambiente – descreverá os mais importantes efeitos ambientais,
identificando os pontos fortes do comportamento ambiental da instalação, assim
como os seus pontos fracos).
• Objectivos e Programa de Ambiente:
Os Objectivos de Ambiente definidos no Regulamento consistem na definição de
“metas pormenorizadas, em termos de comportamento ambiental, que a própria
empresa se propõe atingir”. O Programa de Ambiente é definido como a “descrição
dos objectivos e actividades específicas da empresa para assegurar uma maior
protecção do ambiente numa dada instalação industrial, incluindo a descrição das
medidas tomadas ou previstas para o cumprimento desses objectivos e, se
adequado, os prazos para a aplicação de tais medidas”.
• Sistema de Gestão Ambiental:
O Sistema de Gestão Ambiental é definido como “a parte do sistema global de
gestão que inclui a estrutura funcional, responsabilidades, práticas, processos,
procedimentos e recursos para a definição e realização da política de ambiente”.
• Auditoria de Ambiente:
A Auditoria de Ambiente é definida como sendo o “instrumento de gestão que
inclui a avaliação sistemática documentada, periódica e objectiva do funcionamento
20. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 19
da organização, do sistema de gestão e dos processos de protecção do ambiente com
o objectivo de facilitar o controlo da gestão de práticas com eventual impacte no
ambiente e avaliar a observância das políticas de ambiente da empresa”.
• Declaração de Ambiente:
A Declaração de Ambiente é um documento destinado a “relatar o comportamento
ambiental da instalação que se pretenda certificar no âmbito do sistema europeu de
gestão ambiental e auditoria”. O objectivo deste documento é fornecer ao público a
informação essencial sobre o comportamento ambiental da empresa; para tal o
documento deve ser formalmente validado por um verificador ambiental
acreditado, no termo de um processo de verificação do cumprimento de todos os
requisitos estabelecidos pelo Regulamento.
A Declaração de Ambiente deve ser um documento sintético e compreensível aos
olhos do público em geral, cujo conteúdo deve incluir:
♦ A descrição das actividades da empresa na instalação;
♦ A apreciação das questões de ambiente mais significativas em relação às
actividades em causa;
♦ O resumo dos dados quantitativos sobre a emissão de poluentes, produção de
resíduos, consumo de matérias-primas, energia e água, ruído e outros aspectos
ambientais significativos, bem como quaisquer outros factores relevantes,
relacionados com o comportamento ambiental da instalação;
♦ A apresentação da política, programa e sistema de gestão do ambiente aplicado
na instalação;
♦ O momento de apresentação da declaração seguinte;
♦ A identidade do verificador ambiental acreditado.
Foi realizada uma acção piloto, junto de dezassete empresas industriais de seis
países comunitários, que foram convidadas a implementar o sistema europeu de
gestão ambiental e auditoria. A apreciação final salientou diversos aspectos de entre
os quais:
As grandes instalações consideraram o sistema demasiado burocrático por exigir a
elaboração de um grande volume de documentação;
Várias instalações consideraram necessário o estabelecimento de níveis precisos de
performance ambiental;
Permaneceu alguma incerteza quanto ao grau de profundidade e detalhe exigidos
para a política de ambiente, levantamento ambiental e declaração de ambiente;
As pequenas instalações consideraram que a tarefa de implementação do sistema
europeu de gestão ambiental e auditoria lhes exigia um considerável esforço em
termos de tempo e recursos;
Em geral, as instalações participantes consideraram que a tarefa de implementação
do sistema serviu para aumentar a tomada de consciência dos problemas
ambientais, contribuindo para introduzir um sentimento de segurança, entre os
21. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 20
níveis superiores de gestão, relativamente ao comportamento ambiental da
instalação.
Estes resultados são encorajadores pois revelam que, se forem simplificados alguns
dos passos da implementação do sistema, este sistema poderá ser reconhecido como
trazendo importantes vantagens competitivas para a empresa.
2.9. ISO 14000
As Normas ISO 14000 são a primeira referência, a nível internacional, sobre gestão
do ambiente. Tendo como principal objectivo promover uma efectiva Gestão
Ambiental esta série de normas permitirá a todas as empresas industriais e de
serviços gerir o impacto sobre o ambiente das suas actividades. Constituem uma
ferramenta de orientação para gestores e especialistas, no estabelecimento,
manutenção, auditoria e melhoria contínua de um sistema de Gestão Ambiental.
É vulgar ouvir referências ao facto de “as normas da série ISO 14000 virem a
representar para as empresas e organizações uma oportunidade de transferência
de tecnologia sob a forma de um guia de orientação para a implementação de um
sistema de Gestão Ambiental, baseado nas melhores práticas universais, tal como
as normas da série NP EN ISO 9000 o representam para a Gestão da Qualidade”.
Enquanto estas últimas privilegiam a satisfação das necessidades dos clientes, as
ISO 14000 abrangem as necessidades de um maior leque de partes interessadas,
designadamente a Sociedade no que refere à protecção do ambiente.
Voltando um pouco atrás no tempo, foi a partir da década de 80 que o mercado
passou a exigir das empresas uma maior atenção na qualidade dos seus produtos.
Em resposta, estas desenvolveram, além do controlo de qualidade dos produtos, a
administração do sistema de qualidade que, de uma maneira genérica, é a gestão da
empresa focalizada principalmente na qualidade. Desenvolve-se então naquela
década e a nível internacional pela Organização Internacional para a Normalização
(ISO - International Organization for Standardization), a série de normas ISO 9000,
que pretendem padronizar os modelos de gestão de sistemas de qualidade de
produtos e serviços. Foi então em 1987 publicada a série de normas ISO 9000,
normas internacionais a nível mundial, que descrevem os requisitos mínimos a que
devem obedecer os sistemas de qualidade. Mais recentemente, tendo em
consideração as questões ambientais que se encontram definitivamente na ordem
do dia, o conceito de qualidade é alargado a todas as vertentes da actividade das
empresas entre as quais se inclui a protecção do ambiente. Ou seja, já não basta que
o produto tenha a sua qualidade assegurada, cresce a exigência do consumidor
europeu de que ele seja ambientalmente seguro.
Assim, no início da década de 90, começam a aparecer normas específicas para
Sistemas de Gestão Ambiental, como é o caso da norma inglesa BS7750 que
acrescenta aos sistemas de qualidade a qualidade ambiental, antecipando-se assim
22. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 21
ao já referido Sistema Europeu de Eco-Gestão e Auditoria (EMAS - Regulamento
nº 1836/93).
Com o advento desta maior consciencialização ambiental a nível mundial, o Grupo
Estratégico de Aconselhamento Ambiental da ISO recomendou o estudo e
elaboração de uma série de normas para sistemas de gestão ambiental, tendo sido
nesta sequência que começa a extensão das normas de série ISO 9000 à qualidade
ambiental.
No início de 1993, no Canadá, numa reunião da ISO, foi criado o comité técnico
207 (TC 207) com a finalidade de desenvolver as normas de gestão ambiental.
Tendo reservado o número 14000 para a série de normas, o TC 207 estruturou-se
em sub-comités e grupos de trabalho que abrangem as seguintes áreas:
Destaque na organização (1. Sistema de gestão ambiental; 2. Auditoria ambiental;
3. Avaliação de performance ambiental)
Destaque no produto (1. Rotulagem ambiental; 2. Análise do ciclo de vida; 3.
Aspectos ambientais em normas de produtos
Finalmente, em Setembro de 1996, saem as primeiras normas ISO da série 14000,
as normas 14001 e 14004 - Sistemas de Gestão Ambiental.
O sistema de gestão ambiental referido nas normas ISO 14000 considera os
seguintes princípios:
Comprometimento e política (a alta administração de uma organização deve ter um
comprometimento claro com a melhoria ambiental, ou seja, a organização deverá
definir a sua política ambiental e garantir o seu empenho na prossecução da mesma).
Planeamento (uma organização deve formular um plano e um conjunto de
procedimentos, para implementação e operação do sistema de gestão ambiental, que
cumpram a política ambiental definida).
Execução/Implementação (para uma efectiva implementação do sistema de gestão
ambiental, uma organização deve desenvolver os mecanismos de apoio necessários,
materiais e humanos, que permitam satisfazer a sua política ambiental e alcançar os
objectivos e metas definidos).
Verificação/Medição e avaliação (uma organização deve medir, monitorizar e
avaliar continuamente a sua performance ambiental, com o objectivo de melhorar
o seu desempenho ambiental global.
Actuação/Revisão e melhoria (uma organização deve rever o seu sistema de gestão
ambiental na busca de melhorias).
O primeiro princípio enunciado traduz-se na Declaração de Política Ambiental,
que o Comité da ISO considerou tão importante ao ponto de o considerar prioritário
devendo verificar-se antes de se iniciar a implementação do sistema.
Os sistemas de certificação ambiental tais como o referido nas normas da série ISO
14000 ou o EMAS são sistemas voluntários que poderão ser usados pelas empresas
de um modo positivo, uma vez que as boas práticas de gestão irão conduzir à
23. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 22
geração de eficiências acrescidas sobre o desempenho das próprias empresas. Os
inúmeros benefícios da integração de um sistema de gestão ambiental na
organização das empresas vão desde a contenção de custos até ao aumento da
competitividade das empresas.
Qualquer um destes sistemas constitui uma boa “ferramenta” para identificar qual
a situação actual, qual a estratégia adequada a seguir e ainda determinar o que será
necessário fazer para a atingir. Ao proceder deste modo, auxilia-se a empresa a
desenvolver sistemas de comunicação e elaboração de relatórios, monitorizar o
desempenho e, assim, contibuir para os processos de tomada de decisões
estratégicas que podem vir a ser utilizadas para melhorar a competitividade das
empresas.
2.10. Conclusão
A profusão de instrumentos de gestão ambiental que é possível encontrar
actualmente são indicadores mais do que seguros de uma efectiva mudança de
atitude relativamente à protecção do ambiente. Apesar de algumas sobreposições,
nomeadamente entre o EMAS e as normas ISO 14000, e de os contornos dos
diversos sistemas não serem por vezes claros, são inúmeras as soluções de que as
empresas se podem socorrer para implementar sistemas de gestão ambiental.
Apesar do caminho a percorrer ser ainda longo, ele é irreversível. O consumidor
actual, já mais informado e sensibilizado, é um dos principais motores da mudança
pois, a sua exigência ao nível da proteção do ambiente não permite às empresas que
continuem a praticar a indiferença no que respaita à proteção do ambiente. No
futuro as empresas só poderão caminhar no sentido da implementação de sistemas
de gestão ambiental que as tornem reconhecidas como elementos não nocivos para
o ambiente que trabalham no sentido de não comprometer as necessidades das
gerações futuras. Só assim poderão sobreviver no mercado.
3. FORMAÇÃO E MUDANÇA ORGANIZACIONAL (A Gestão
Ambiental implica mudanças de atitudes e processos de trabalho)
Se é certo que nos dias de hoje não há nada de mais permanente nas empresas do que a
mudança, também é certo que aquelas que quiserem manter a sua vantagem competitiva
terão, necessariamente, de conceber formas de organização do trabalho flexíveis que
permitam uma resposta/antecipação eficaz às pressões do meio social em que actuam.
Em matéria de Ambiente essas pressões são cada vez mais notórias nas empresas, para
o que contribui a crescente sensibilização dos seus trabalhadores, o desenvolvimento de
medidas regulamentadoras e fiscalizadoras cada vez mais estreitas, clientes cada vez
mais exigentes e por fim, a própria responsabilidade social perante a comunidade.
Introduzir e desenvolver Sistemas Integrados de Gestão Ambiental torna-se, assim, um
desafio inevitável para a maioria das nossas empresas, o que implica, forçosamente,
mudanças nos processos de trabalho existentes. Contudo, essas mudanças poderão não
surtir os efeitos desejáveis se não forem acompanhadas de mudanças nos
comportamentos e atitudes dos trabalhadores.
É aqui que a formação pode assumir um valor estratégico, se entendida não como um
fim em si mesma, mas como um instrumento ao serviço da empresa, o que passa pela
24. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 23
concepção de dispositivos de formação directamente orientados para a mudança
organizacional, sua implementação, acompanhamento e respectivo controlo.
3.1. MUDANÇA
Todos sabemos que mudar deixou de ser uma escolha. É uma realidade que se
impõe a qualquer organização, independentemente do seu sector de actividade,
localização, dimensão...
Deixar de encarar o Ambiente como um pormenor de somenos importância, o
parente pobre da gestão, e passar a considerá-lo como um património a preservar é
em si uma mudança cuja aplicação prática se reveste de grande complexidade.
Assim, as empresas a fim de conseguirem uma eficaz gestão da mudança terão de
apostar, sobretudo, em sistemas eficazes de Informação/Formação dos seus
trabalhadores, bem como em Sistemas de Gestão de Desempenho, nos quais o papel
das chefias assume particular importância.
3.1.1. Informação
Um dos problemas estruturais mais graves do Ambiente no nosso tecido
empresarial é a falta de sensibilização das pessoas em geral. Assim,
consideramos que este deverá ser o ponto de partida para a introdução com
sucesso de Sistemas de Gestão Ambiental, pois que só podemos proteger
aquilo que conhecemos.
Neste âmbito, as empresas necessitam criar sólidas estruturas de informação
dos colaboradores, garantindo que todos compreendem o porquê da
necessidade de mudar de processos de trabalho/atitudes agressoras, para
processos de trabalho/atitudes mais amigas da Ambiente e o qual o contributo
de cada um nessa mudança.
É essencial alertar os trabalhadores para o facto de estarem a desempenhar as
suas tarefas de modo incorrecto, que alternativas têm e que meios serão
colocados à sua disposição. Se as pessoas desconhecerem os perigos do não
cumprimento do “código das boas práticas ambientais”, será quase impossível
alcançar resultados positivos.
Estas campanhas de informação serão assim o primeiro passo para que o
Ambiente possa ser, efectivamente, uma verdadeira função transversal,
cruzando a empresa em toda a sua estrutura e procurando criar nos
trabalhadores um sentimento de responsabilidade partilhada,
independentemente da natureza ou peso da sua função.
3.1.2. Formação
Entendida como um instrumento de gestão, a formação só faz sentido se
utilizada de forma a contribuir para a prossecução dos objectivos estratégicos
da empresa.
A problemática ambiental deverá, necessariamente, fazer parte da reflexão
estratégica da empresa, e é tendo em conta onde se quer chegar (à utilização
de meios de redução gradual dos impactes ambientais garantindo o
desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida dos trabalhadores e
cidadãos e a decorrente eficácia organizacional), que deverão ser concebidos
os dispositivos de formação, numa perspectiva integrada e contínua.
Sistemas de formação coerentes com os projectos de mudança a realizar,
pelos quais os trabalhadores desenvolvam as suas competências e as
25. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 24
capitalizem em prol da sua equipa, serão uma forma de permitir à empresa
assegurar a sua própria competitividade.
Mas não esqueçamos que para assegurar uma efectiva mudança na práticas e
atitudes dos trabalhadores relativamente ao ambiente, não basta concebermos
acções de formação pontuais; consideramos necessário conceber também
sistemas de acompanhamento e controlo da própria formação por forma a
garantirmos o bom andamento do processo e a responsabilização de todos os
que nele intervêm: trabalhadores, chefias, formadores, coordenadores...
3.1.3. Gestão do Desempenho (Papel das Chefias)
É indiscutível o papel que a sensibilização e a formação têm na introdução e
desenvolvimento de Sistemas de Gestão Ambiental nas empresas; contudo
não são de todo suficientes.
O horizonte para que necessitamos levantar os olhos tem de ser mais vasto e
a problemática ambiental terá de estar presente no dia-a-dia de todos os
trabalhadores da empresa. Para tal consideramos indispensável a existência
de Sistemas de Gestão de Desempenho eficazes que permitam às empresas
assegurar maiores índices de qualidade e produtividade.
Será através deste sistema que os objectivos de mudança/melhoria que se
pretendem alcançar serão diluídos ao longo de toda a empresa, numa
perspectiva integrada, para o qual as chefias detêm um papel fundamental:
serão os catalisadores da mudança, que numa actividade consertada com os
trabalhadores planificarão os objectivos e as actividades a realizar, nunca
perdendo de vista o seu enquadramento ambiental.
Neste contexto, consideramos ainda condição sine qua non para a existência
de um sistema de gestão ambiental eficaz, o acompanhamento e controlo
sistemático que as chefias deverão desenvolver junto dos seus colaboradores.
Sistemas de fornecimento de feed-back aos trabalhadores/equipas e
actividades de coaching deverão ser desenvolvidos se pretendemos mudar
processos de trabalho e atitudes, para que todos compreendam o seu real
contributo na defesa do ambiente, na melhoria da qualidade de vida e no
alcance dos objetivos organizacionais.
Desenvolver uma consciência ambiental e práticas de trabalho cada vez mais
amigas do Ambiente é desejável e possível, para o que Sistemas de Gestão de
Desempenho são um bem precioso, pois para além do caracter de técnica ao
serviço da mudança e melhoria contínua, contribui de forma significativa para
o fomentar de uma cultura organizacional, onde o valor Ambiente poderá ser
tão importante como o valor Pessoas.
4. ESTUDO
4.1. “UNIVERSO”
Os sectores de actividade económica objecto deste estudo (Bens de Consumo e
Automóvel) foram seleccionados pela Direcção Geral do ITEC. Esta selecção, teve
como objectivo conjugar a oportunidade do estudo com as áreas tecnológicas
prioritárias para a actividade de investigação do Instituto Tecnológico para a Europa
Comunitária.
26. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 25
4.2. AMOSTRA
4.2.1. Critérios de constituição da amostra
Em tempo oportuno foi decidido pelo ITEC quais os Sectores, e, dentro
destes, os Subsetores que seriam objeto deste estudo.
Para a definição da amostra utilizou-se a seguinte METODOLOGIA:
Com base na caracterização das Empresas, obtida através do INE,
classificadas nos Sectores / Sub-Sectores referidos, começaram a delinear-se
os critérios de constituição da amostra. Deste modo, decidiu-se excluir do
Estudo as Empresas com menos de 10 pessoas ao serviço, e, menos de 50.000
contos de volume de vendas.
No caso do Sector Automóvel, o ITEC solicitou a um competente Perito
neste Sector a realização de uma selecção destas Empresas, com o intuito de
constituir a amostra objeto do Estudo. Desta triagem resultou uma amostra
de 23 Empresas, ficando totalmente excluídas algumas Empresas cujos CAE
foram inicialmente admitidos (Fab. de painéis de partículas de madeira; Fab.
de painéis de fibras de madeira; Fab. de folheados, contraplacados,
lamelados e de outros painéis; Fab. de tintas de impressão; Fab. de pneus e
câmaras-de-ar; Fundição de metais leves; Fab. de molas; Fab. de fios e
cabos isolados; Fab. de equipamento eléctrico para motores e veículos; Fab.
de componentes electrónicos).
Para o Sector dos Bens de Consumo (sub-sectores Fab. Vidro de
Embalagem, Fab. Embalagens de Plástico e Moldes metálicos) adoptoram-se
os seguintes critérios para constituição da amostra:
• Garantir que a amostra é constituida, no mínimo, por 20% do total de
Empresas existentes em cada escalão, quer relativo ao número de Pessoas
ao Serviço (E.N.P.S.) quer relativo ao Volume de Negócio (E.V.V.).
• Garantir a existência de pelo menos uma Empresa dentro de cada escalão,
resultante do cruzamento do E.N.P.S. com E.V.V. .
• Garantir que o número global de Empresas amostradas (considerando
todos os Sectores/Sub-Sectores em estudo) seja superior a 80 {amostra
global alvo (p.f. ver lista no Anexo 1)}, para prevenir eventuais
desistências quando se iniciar o trabalho de “campo” .
PROCEDIMENTO DE SORTEIO - Realizou-se à extracção aleatória,
retirando-se o nome das Empresas que constituirão a amostra, de um conjunto
de recipientes fechados, em que cada um contém os nomes das Empresas de
uma célula resultante do cruzamento dos escalões do E.N.P.S. com os
escalões do E.V.V.
27. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 26
4.2.2. Lista das Empresas entrevistadas (ordem alfabética)
SECTOR DE BENS DE CONSUMO SECTOR
MOLDES PLÁSTICOS VIDRO DE
EMBALAGEM
AUTOMÓVEL
A. Silva Godinho, Lda. Bernardo & Simões, Lda. Barbosa & Almeida, S.A. AUTOSIL, S.A.
A.J.M., Lda. Cápsulas do Norte, Lda. Ricardo Gallo, S.A. David Valente Almeida, Lda.
Acimoplas, Lda. Cirera & Silva, Lda. Sotancro, S.A. EMPOBOR, Lda.
Aníbal H. Abrantes, S.A. Fáb. Plásticos Titan, S.A. N=3 F.P.S. - Fáb. Port. Segm.
Celmex, Lda. Indofil, S.A. FABOR, S.A.
Ferreira, Guedes & Soares, Lda. Intembal, Lda. Fabrilcar, Lda.
Irmamolde, Lda. João Ruano, Lda. FERESPE, Lda.
J.D.D., Lda. Kalu, Lda. FICO CABLES, Lda.
Mego, Lda. LOGOPLASTE, S.A. Ford Electrónica, Lda.
Metalúrg. Apocer, Lda. Politel, Lda. Fundição Inj. Alumínio, S.A.
Metalúrg. Sismaria, Lda. Rosenlew Portugal Embal.,S.A. Iber-Oleff, S.A.
MiniMoldes, Lda. Saclene, Lda. INAPAL Plásticos
Moldebase, Lda. Silvex, Lda. INDELMA, S.A.
Moldex, Lda. Tupperware, Lda. INTEPLÁSTICO, Lda.
MoldoMecânica, Lda. V.D.S., Lda ITM, Ind. Téc. Moldes, Lda.
Molingec, Lda. N=15 João Deus & Filhos, S.A.
Moliporex, Lda. Manuel Conceição Graça, Lda.
Ofimolde, Lda. Monte Meão, S.A.
Pinhos & Ribeiro, Lda. Monteiro Ribas, S.A.
Plafam, Lda. Robert Bosh, Travões, Lda.
Somoltec, Lda. SONAFI - Soc. Nac. Fund.
Somoplaste, Lda. VANPRO, Assentos, Lda.
T.J. Moldes, S.A. N=22
N=23
OUTRAS EMPRESAS Sub-Sector de
ENTREVISTADAS (*) Actividade
AGITO, Lda. Produção/Comerc. artigos iluminação (util. domest.)
Fáb. Tintas Leme, S.A. Produção de Tintas e Vernizes (Construção Civil)
Francisco Vaz da Costa Marques, Filhos e Cª. Lda Confecção de Texteis Lar (acabamentos e tinturaria)
FUCOLI, S.A. Fundição (Ferro Fundido)
IBOTEC, Lda. Fabricação artigos em Borracha e PVC
MATESICA, S.A. Produção de Tintas e Vernizes (Construção Civil)
NORMAX, Lda. Produção de Vidro Científico
NOVOTECNA Associação para o Desenvolvimento Tecnológico
TECTRON, Lda. Produção Altofalantes (Concepção Automação)
N=9
(*) Nota - Estas Empresas, apesar de terem sido entrevistadas, não foram consideradas as
suas respostas para efeitos de compilação de informação estatística. Esta situação deve-se
ao facto de não produzirem para o Sector Automóvel.
28. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 27
4.2.3. Representatividade da Amostra de Empresas Entrevistadas (*)
MOLDES Sector de Actividade Empresas Entrevistadas % relativa % da Amostra
Número de Empresas 250 23 9,2%
Número de Pessoas 7.500 1.234 16,5% 14,0%
Volume de Negócio 50.000.000 8.170.000 16,3%
PLÁSTICOS Sector de Actividade Empresas Entrevistadas % relativa % da Amostra
Número de Empresas 15
Número de Pessoas 1.246
Volume de Negócio 19.050.000
VIDRO EMBALAGEM Sector de Actividade Empresas Entrevistadas % relativa % da Amostra
Número de Empresas 5 3 60,0%
Número de Pessoas 2.800 2.027 72,4% 66,5%
Volume de Negócio 50.000.000 33.500.000 67,0%
AUTOMÓVEL Sector de Actividade Empresas Entrevistadas % relativa % da Amostra
Número de Empresas 150 22 14,7%
Número de Pessoas 23.200 7.991 34,4% 27,1%
Volume de Negócio 630.000.000 201.980.000 32,1%
(*) Dados relativos a 1996 {Empresas entrevistadas em meados de 1997)
4.3. RECOLHA DE DADOS
Esquema 1 - Metodologia de suporte ao presente estudo
N
E
C
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I
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A
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Universo de Empresas dos Sectores de
(*)BENS DE CONSUMO e AUTOMÓVEL
[1811 Empresas]
Universo restrito de Empresas
objecto do estudo
[769 Empresas (42,5%)]
Empresas da Amostra "alvo"
para recolha de informação
[Aprox. 80 Empresas (4,4%)]
ENTREVISTAS A REALIZAR
QUESTIONÁRIO
RESULTADOS DAS ENTREVISTAS
FUNÇÃO AMBIENTE
NECESSIDADES FORMAÇÃO
PROC. TECNOL./ TECNOLOGIAS
PERCEPCIONADAS
Necessidades actuais para as Pessoas
desempenharem adequadamente os
seus Papeis-Funções
Necessidades decorrentes das
alterações que se prespectivam no
futuro
CARACTERIZAÇÃO
VECTORES DE
DESENVOLVIMENTO
IMPLICAÇÕES NAS
PROFISSÕES / PAPÉIS-
FUNÇÕES
Oferta de formação na Área do
Ambiente, disponível no Mercado
ENTREVISTAS A PERITOS
GUIÃO
RELATÓRIO FINAL
1- Enquadramento da Função Ambiente
2- Estrutura funcional da Função Ambiente
3- Funcionamento da Função Ambiente
4- Necessidades de Formação dos
Colaboradores afectos à Função Ambiente
5- Processos Tecnológicos / Tecnologias usadas
6- Inventariação dos elementos essenciais p/ o LCA
7- Evoluções previsíveis dos Processos
Tecnológicos / Tecnologias
8- Implicações nas Profissões / Papéis-Funções
1- Função Ambiente actual
2- Evoluções previsíveis dos Processos
Tecnológicos / Tecnologias
3- Implicações nas Profissões/Papéis-Funções
29. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 28
4.3.1. Empresas
Das Empresas contactadas para Entrevista (p.f. ver lista no Anexo 1) apenas
72 foram efectivamente realizadas, correspondendo àquelas que gentilmente
se disponobilizaram para tal. A estas gostariamos de agradecer a amabilidade
e abertura nas respostas às questões colocadas.
4.3.1.1. Instrumentos
Para que as entrevistas se realizassem de modo objectivo e homogéneo,
permitindo uma adequada compilação da informação, facilitando o
tratamento estatístico desta, desenvolveu-se o questionário em anexo (p.f.
Anexo 2) subdividido nas seguintes àreas de estudo:
• Informação geral sobre a Empresa;
• Enquadramento / Estrutura Funcional / Funcionamento da Função
Ambiente;
• Estrutura da Função Ambiente;
• Necessidades de Formação dos Colaboradores da Função Ambiente;
• Caracterização de Processos Tecnológicos / Tecnologias usadas;
• Inventariação dos elementos essencias para o “Life-Cycle
Assessment”;
• Implicações nas Profissões / Papeis-Funções;
• Teste de participação no E.M.A.S. (Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria).
4.3.1.2. Processos
Os dados foram recolhidos através de Entrevistas, ao longo das quais foram
preenchidos os Questionários mencionados anteriormente.
Seguidamente, realizou-se a compilação da informação, bem como o
tratamento estatístico e gráfico dos elementos informativos contidos nas
respostas dadas (p.f. ver Questionários para Entrevistas, no Anexo 3) pelas
Empresas mencionadas na Tabela acima (ponto 4.2.2.). Posteriormente os
dados foram tratados de forma a efectuar as análises estatísticas, bem como
as tendências e problemas específicos das Empresas, que se apresentam no
ponto 5.
4.3.2. Peritos
Foram realizadas quatro entrevistas a Peritos indicados pela Direcção Geral
do ITEC:
• Prof. Paulo Ferrão (IST-Engª. Mecânica) (p/ Sector de Bens de Consumo);
• Engº. António Tomé (p/ Sector de Bens de Consumo);
• Dr. Luis Palma Féria (ACECIA) (p/ Sector Automóvel);
• Engº. Nogueira da Silva (IAPMEI) (p/ Sector Automóvel).
A todos os Entrevistados agradecemos a disponibilidade e abertura de espírito
para a transmissão dos conhecimentos sobre as matérias em questão.
30. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 29
4.3.2.1. Instrumentos
Para maior facilidade na condução das referidas entrevistas foi elaborado o
guião, que a seguir se apresenta.
GUIÃO PARA ENTREVISTAS A PERITOS
- QUESTÕES A COLOCAR -
Objectivo - Identificar as perspectivas de desenvolvimento do sub-sector de
actividade económica em termos de:
• Traçar o diagrama do processo produtivo;
• De acordo com esse diagrama, onde ocorrem os principais impactes
ambientais e tipificá-los?;
• Competitividade das empresas e alterações no sector;
♦ Certificação no domínio da qualidade?
♦ Aplicabilidade/interesse do EMAS para o sector/subsector?
♦ Como perspectiva a realização de auditorias ambientais e quais os
benefícios expectáveis ou desejáveis?
♦ Como se situa (como perito) face à conformidade vs proatividade?
• Evolução da tecnologia do processo produtivo;
♦ Curto, médio e longo prazos?
♦ Qual o impacte esperado relativamente aos consumos e fontes de
energia?
♦ Quais os impactes previsíveis na produção?
♦ Quais os impactes previsíveis no tipo de resíduos do processo
(solidos, líquidos, gasosos)?.
• Matérias primas;
♦ Disponibilidade?
♦ Tendências de evolução de custo?
♦ Tendências para alteração nas características/propriedades
♦ Impacte que terão no ambiente?
♦ Legislação (eventuais condicionalismos na utilização)?.
• Ciclo de vida dos produtos;
♦ Alterações expectáveis?
♦ Tem conhecimento de ACV para o subsector?
♦ Se sim quais as áreas onde devem ser introduzidas alterações?.
• Gestão ambiental;
♦ Relativamente à directiva das embalagens, ou outra legislação
ambiental específica, que mudanças serão de esperar, na gestão
ambiental das empresas, no sentido do cumprimento da legislação?
♦ Estará a sensibilidade ambiental dos gestores a aumentar ou a única
maneira de introduzir preocupações ambientais é através de
imposições legislativas e de fiscalização?
31. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 30
♦ Estará a consciência ambiental dos colaboradores das empresas a
aumentar ou será necessário desenvolver processos informativos /
formativos que despertem esta consciência? De que tipo?.
• Atractividade / apetência pelo produto por parte do cliente /
consumidor;
♦ Que pressões poderão ser exercidas sobre o produtor por questões
ambientais - produtos / processos mais ecológicos?
♦ Que impacto poderão ter essas pressões?
• Que mudanças se perspectivam na gestão e no funcionamento geral
das empresas deste sub-sector?
• Que tendências se perspectivam ao nível da evolução das
profissões/funções dos recursos humanos das empresas;
♦ Quais os impactes que eventuais alterações no sub-sector/empresa
terão ao nível dos papéis/funções das pessoas?
♦ Consequentemente, quais as necessidades de formação que dessa
forma serão despoletadas?
• Tendo em consideração a realidade actual do sub-sector de
actividade, qual a sua opinião sobre:
♦ Sensibilidade do sub-sector e das empresas para o mecenato
ambiental (empresa cidadã)?
♦ Acções desenvolvidas pelo sub-sector ou pelas empresas em prol da
divulgação de informação e performance ambiental?
♦ Grau de associativismo nos sub-sectores (internamente e
externamente)?
♦ Acções do seu conhecimento desenvolvidas pelo Estado ou por
Associações do sector?
♦ O que pensa dos acordos voluntários sectoriais. Seria importante para
este sector ? E em que medida?
• Análise/validação das interpretações dos dados recolhidos nas
entrevistas.
32. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 31
4.3.2.2. Processos
ENTREVISTAS A PERITOS
ENTREVISTA AO PROF. PAULO FERRÃO
LOCAL DA ENTREVISTA: Instituto Superior Técnico - Departamento
de Engª. Mecânica (Secção de Termodinâmica Aplicada)
SUB-SECTORES ABORDADOS: Moldes, Plásticos e Vidro de
Embalagem.
A entrevista não seguiu o guião préviamente definido, antes assumindo o
carácter de uma conversa/exposição por parte do Prof. Paulo Ferrão, sobre
os principais aspectos relacionados com:
• o Consumo Energético
• a Análise do Ciclo de Vida
• o Eco-design
• as Necessidades de Formação
relativas aos sub-sectores mencionados, que passamos a resumir:
SUB-SECTOR DOS MOLDES
Se tivermos em consideração a Análise do Ciclo de Vida das
Embalagens/Utensílios produzidos (nos mais variados materiais) com
recurso à utilização dos moldes (para injecção, cunhos e cortantes), estes
não têm uma contribuição significativa para os impactes existentes ao longo
desse ciclo de vida. O produto final - o molde - ser integralmente reciclável
podendo o processo da sua produção ser considerado de baixo impacte
ambiental. As únicas questões ambientais críticas a considerar são:
• os diversos tipos de óleo usados no processo;
• o consumo ineficiente de energia eléctrica, dependente não só da
geração do equipamento utilizado, mas também de um eventual
planeamento deficiente da produção.
As necessidades de formação centram-se essencialmente em acções de
sensibilização de nível geral e sobretudo destinadas à Gestão de topo das
Empresas, bem como aos responsáveis pelas áreas Técnica e de Produção.
SUB-SECTOR DOS PLÁSTICOS
Em relação a esta actividade económica foi mencionado que as Empresas
Produtoras têm uma capacidade muito reduzida de influência ao nível das
apetências do Mercado pelas mais variadas (em qualidade de matéria prima,
cor e forma) embalagens/utensílios em plástico. Por outro lado, só agora
estes Produtores começam a sentir a pressão dos custos ambientais, com a
entrada em actividade da Sociedade Ponto Verde e a respectiva aplicação
das taxas às quantidades produzidas colocadas no mercado.
Foi, ainda, mencionado o anunciado desaparecimento das embalagens em
PVC dados os problemas resultantes da incineração (formação de dioxinas)
e as fracas alternativas, ambientalmente mais favoráveis, desta matéria-
prima
33. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 32
As questões ambientais mais relevantes a ter em consideração nestas
indústrias são:
• o consumo ineficiente de energia eléctrica, dependente não só da
geração do equipamento utilizado, mas também á má utilização do
mesmo, ou, ás deficientes condições operacionais e de instalação;
• os problemas relacionados com a reciclagem, reutilização e redução.
As necessidades de formação para este sub-sector de actividade económica
são mais profundas e abrangentes. Assim, matérias como:
• Análise de Ciclo de Vida das embalagens/utensílios;
• Sensibilização para desperdício zero;
• Eco-design e Rótulo Ecológico;
• Impacte adicional pela utilização de serigrafias (a várias cores) nas
embalagens/utensílios;
• Utilização eficiente de energia;
são indispensáveis e importantes em acções de formação destinadas, não só
á Gestão de Topo mas também ás Equipas de Manutenção dos equipamentos
e Operadores das máquinas de injecção e/ou extrusão.
Em muitas das Empresas (dependente da dimensão e diversidade de
matérias primas utilizadas) justificar-se-ia a presença de um Engº. de
Ambiente e a existência de uma política de Gestão Ambiental (Sistema de
Gestão Ambiental instituido).
SUB-SECTOR DO VIDRO DE EMBALAGEM
As Empresas deste sub-sector encontram-se entre as que produzem maiores
impactes ambientais, essencialmente devido a:
• Elevado consumo energético (baixa eficiência energética - as Empresas
ainda se encontram longe de atingir a “meta” (230 Kgep/t) estabelecida
através de auditorias energéticas (90% do melhor valor obtido));
• Quantidade e qualidade das emissões gasosas, sobretudo em NOx
(objectivo - obter emissões com um valor máximo de 500 mg NOx / m3
N (8% O2));
• Efluentes líquidos carregados de óleos de lubrificação que exigem a
existência de ETAR’s eficientes e bem dimensionadas, o que não se
verifica actualmente.
Por outro lado, as Empresas só agora começam a sentir maior pressão dos
custos ambientais, pelas razões anteriormente apresentadas para os
Plásticos.
Apesar destas Empresas já possuirem um grau de sensibilização ambiental
elevado,devido a estudos e auditorias energéticas entretanto realizadas,
ainda não possuem nem estruturas nem sistemas de Gestão Ambiental
eficientes. Assim, justificar-se-ia um Engº. de Ambiente responsável por
esta matéria com coordenação de Equipas de Manutenção (Instrumentistas
e Mecânicos) e Condutores de Fornos de Fusão. Foi focada a necessidade
de a função de Condutor de Forno de Fusão dever possuir recursos humanos
com maior índice de formação (preferencialmente Engº. Mecânicos).
As necessidades de formação centram-se essencialmente em matérias de:
• Gestão Energética eficiente;
34. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 33
• Análise de Ciclo de Vida;
• Condução de ETAR;
• Poluição Atmosférica
destinadas a:
♦ Condutores de Fornos de Fusão;
♦ Equipas de Manutenção (Instrumentistas e Mecânicos)
♦ Controladores de Qualidade
ENTREVISTA AO ENGº. ANTÓNIO TOMÉ
LOCAL DA ENTREVISTA: Instituto Tecnológico para a Europa
Comunitária
SUB-SECTORES ABORDADOS: Moldes, Plásticos e Vidro de
Embalagem
A entrevista foi conduzida de molde a percorrer exaustivamente o guião
préviamente definido. Deste modo passamos a transcrever, de um modo
resumido, as respostas às questões colocadas para cada um dos sub-sectores
em estudo:
SUB-SECTOR DOS MOLDES
Traçar o diagrama do processo produtivo;
Bloco de aço Maquinação {arranque de apara (frezas e tornos,
tradicionais ou de comando numérico); electroerosão (por fio ou
eléctrodo de grafite ou cobre); rectificação; tratamento térmico;
tratamento de superfície}
De acordo com esse diagrama, onde ocorrem os principais impactes
ambientais e tipificá-los?
Na maquinação em geral pela utilização de óleos para refrigeração de
corte (que em princípio deveriam ser substituidos todas as 100 horas de
trabalho). Ainda, na electroerosão pela utilização dum líquido de
refrigeração à base de petróleo, operação que liberta muitos gases e
fumos. Por outro lado, a maquinação dos electrodos de grafite
provocam a libertação de muitas partículas deste material que se
mantêm em suspensão no ar. Normalmente estas máquinas
(electroerosão e maquinação de eléctrodos) encontram-se devidamente
isoladas e com sistemas de exaustão instalados. O problema coloca-se
mais ao nível da Higiene e Segurança no trabalho. No entanto, ainda
deve ser considerado: - o problema das limalhas de aço impregnadas
com óleos de corte, que se destinam à fundição, libertando alguns
poluentes (aditivos dos óleos de corte), e; - o tratamento térmico e de
superfície a que o molde é sujeito no final. Tratamento: a seco com
utilização de sais a alta temperatura; ou, apenas calor com recurso a
forno eléctrico; ou, com recurso a óleos de têmpera (elevado grau de
reutilização deste óleos - tempo de vida longo).
O molde quando está obsoleto, quer por ter atingido o tempo de vida
útil quer pelo facto de a peça a que ele dava origem ter terminado o seu
35. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 34
ciclo de vida comercial, vai para fundir, entrando novamente no ciclo
da matéria-prima para a fabricação dos blocos de aço.
Competitividade das empresas e alterações no sector?
A grande “revolução” neste sub-sector desenrolou-se, em Portugal, na
década de 80, tendo-se verificado grandes alterações a nível estrutural,
tecnológico e organizacional. Actualmente, não basta ser um bom
fabricante de moldes tem simultâneamente de ser um bom designer e
participar activamente na concepção das peças. Por outro lado, neste
sub-sector de actividade existe muita sub-contratação de Empresas
produtoras de moldes para as várias fases da produção. Deve ter-se em
consideração que o prazo de entrega de um molde é fundamental para
a competitividade da Empresa.
Certificação no domínio da qualidade?
A certificação é fundamental para a competitividade e futuro da
Empresa. No entanto, esta realiza-se mais por pressão dos Clientes
do que por iniciativa dos Empresários. A concepção da peça e, por
consequência, do respectivo molde constitui o “calcanhar de
Aquiles” de muitas das Empresas deste sub-sector.
Aplicabilidade/interesse do EMAS para o sector/sub-sector?
Não se justifica a aplicação do EMAS.
Como perspectiva a realização de auditorias ambientais e quais
os benefícios expectáveis ou desejáveis?
Não se justifica nem acrescenta grandes benefícios.
Como se situa (como perito) face à Conformidade vs.
Proactividade?
Constante atitude proactiva.
Evolução da tecnologia do processo produtivo?
Curto, médio e longo prazos;
A crescente introdução de máquinas de comando numérico,
implicará, a médio prazo, à evolução profissional dos Operadores
das máquinas tradicionais (frezas, tornos) de modo a possuirem
competências como Programadores/Operadores de máquinas CNC.
Qual o impacte esperado relativamente aos consumos e fontes
de energia?
Com a crescente renovação do “parque” de equipamento, as
Empresas passam a dispôr de máquinas optimizadas no que
concerne ao consumo de energia. Por outro lado, as Empresas têm
tendência a aderir ao sistema de tarifa bi-horária, de modo a permitir
uma utilização mais económica no turno nocturno, em que as
máquinas CNC se mantêm em funcionamento automático após
conveniente programação.
Quais os impactes previsíveis na produção?
Não se prevêem impactes significativos.
36. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 35
Quais os impactes previsíveis no tipo de resíduos do processo
(sólidos, líquidos, gasosos)?
Não se prevêem alterações significativas no tipo de resíduos do
processo.
Matérias-primas;
Disponibilidade?
Dependência total do estrangeiro - Suécia e Alemanha - para o
fornecimento dos blocos de aço com as
características/especificações adequadas à produção dos moldes.
Tendências de evolução de custo?
O custo tem vindo a manter-se, não se perspectivando alterações do
preço da matéria-prima a médio prazo.
Tendências para alteração nas características/propriedades?
A Indústria Aero-espacial influenciará a longo prazo a introdução
de novas ligas metálicas para a produção de moldes, perspectivando-
se assim alguns benefícios tecnológicos e económicos, sobretudo
com a utilização de ligas mais leves e mais resistentes.
Impacte que terão no ambiente?
Menor impacte.
Legislação (eventuais condicionalismos na utilização)?
Não se perspectivam condicionalismos por parte da Legislação.
Ciclo de vida dos produtos;
Alterações expectáveis?
No caso dos artigos de grande consumo, o ciclo de vida do
respectivo molde terá tendência a diminuir, mesmo sabendo que o
Produtor utilizará materiais capazes de resistir mais tempo que as
especificações acordadas com o Cliente (no que respeita à
capacidade de produção do molde relativamente ao que foi
contratado).
Tem conhecimento da realização de ACV para o sub-sector?
(Não tem conhecimento).
Se sim quais as áreas onde devem ser introduzidas alterações?
------------------------------
Gestão ambiental; {Estas questões não se aplicam ao sub-sector dos
moldes}
Atractividade/Apetência pelo produto por parte do
Cliente/Consumidor?
Que pressões poderão ser exercidas sobre o Produtor por
questões ambientais - produtos/processos mais ecológicos?
37. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 36
Não se perspectiva que o Cliente exerça pressão sobre o Produtor do
molde por questões ambientais.
Que impacto poderão ter essas pressões?
------------------------------
Que mudanças se perspectivam na gestão e no funcionamento geral
das Empresas deste sub-sector?
O facto de muitas Empresas de moldes, funcionando como sub-
contratadas, não terem contacto directo com os Clientes finais,
conduzirá à “morte” a prazo de algumas delas. No entanto, prevendo-
se que na próxima década o Sector Automóvel seja um dos Sectores
com maior dinamismo (maior taxa de crescimento), este acabará por
conduzir a um desenvolvimento das Empresas de moldes “mais
saudáveis”. Deste modo, o Sector Automóvel continuará a constituir
um bom indicador de evolução para a Indústria de Moldes.
Que tendências se perspectivam ao nível da evolução das
profissões/funções dos recursos humanos das Empresas?
Quais os impactes que eventuais alterações no sub-
sector/Empresa terão ao nível dos papéis/funções das Pessoas?
A evolução não terá tendência para ser lenta.
Consequentemente, quais as necessidades de formação que
dessa forma serão despoletadas?
Essencialmente grandes necessidades de formação técnica, que
permitam aos recursos humanos acompanhar a evolução técnica e
tecnológica que se perspectiva para o sub-sector. Deste modo,
dever-se-á aproveitar estas acções de formação para uma
sensibilização ambiental generalizada.
Tendo em consideração a realidade actual do sub-sector de
actividade, qual a sua opinião sobre:
Sensibilidade do sub-sector e das Empresas para o mecenato
ambiental (Empresa Cidadã)?
As Empresas não estão sensibilizadas.
Acções desenvolvidas pelo sub-sector ou pelas Empresas em prol
da divulgação de informação e performance ambiental?
(Não tem conhecimento).
Grau de associativismo nos sub-sectores (internamente e
externamente)?
Existe uma Associação Industrial do sub-sector (AIPM) que tem
desenvolvido acções no âmbito da organização de Colóquios,
Feiras, Visitas de Estudo e Formação Profissional.
Acções do seu conhecimento desenvolvidas pelo Estado ou por
Associações do Sector?
(Não tem conhecimento).
38. Estudo de Necessidades de Formação na Área do Ambiente
ITEC - Instituto Tecnológico para a Europa Comunitária 37
O que pensa dos acordos voluntários sectoriais. Seria
importante para este sector? E em que medida?
(Não tem conhecimento).
Análise / validação das interpretações dos dados recolhidos nas
entrevistas.
Foi entregue para apreciação um relatório preliminar de
“Caracterização geral dos Sectores/Sub-Sectores, através das
entrevistas”. Aguardamos as consequentes opiniões do Engº. António
Tomé.
SUB-SECTOR DOS PLÁSTICOS
Traçar o diagrama do processo produtivo;
Matéria-prima Mistura Aquecimento/Fusão Extrusão com ou
sem insuflação / Injecção. Este processo está totalmente integrado numa
máquina de extrusão ou injecção.
De acordo com esse diagrama, onde ocorrem os principais impactes
ambientais e tipificá-los?
Os grandes impactes/problemas ambientais só ocorrem após a produção
com a introdução das peças/embalagens no Mercado. A “poluição” está
no próprio produto.
Competitividade das empresas e alterações no sector?
Certificação no domínio da qualidade?
Muito importante. É uma condição ‘sine qua non’ para a
competitividade da Empresa, uma vez que a pressão dos Clientes é
muito grande.
Aplicabilidade/interesse do EMAS para o sector/sub-sector?
Poderá ser interessante a sua implementação uma vez que as
Empresas deste sub-sector são grandes consumidoras de energia
eléctrica e produtoras de peças / utensílios / embalagens potenciais
poluentes.
Como perspectiva a realização de auditorias ambientais e quais
os benefícios expectáveis ou desejáveis?
Sobretudo torna-se indispensável a realização de auditorias
energéticas, bem como a instituição da obrigatoriadade de receber
os “resíduos” para reciclar.
Como se situa (como perito) face à Conformidade vs.
Proactividade?
Atitude proactiva constante com o apoio da pressão do Consumidor.
Evolução da tecnologia do processo produtivo?
Curto, médio e longo prazos;