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Um empreendedor deve estar consciente de que quem sobe no pódio sem riscos triunfa sem 
glória. Ele não acredita em sorte, azar, destino, mas nas ferramentas que tem para ser autor da 
sua história. 
Para ser empreendedor é necessário trabalhar perdas e frustrações. É necessário superar as 
dores da existência e usá-las para esculpir a personalidade. A sociedade, as universidades, as 
empresas, as famílias, as igrejas e demais instituições sociais precisam de empreendedores. Os 
empreendedores são o oxigênio, e a inspiração da sociedade. 
São os empreendedores que fazem a diferença nos ambientes. Eles ajudam, abrem caminhos, 
conquistam, enxergam o que não está diante dos olhos, corrigem erros, previnem falhas, 
motivam pessoas, trazem soluções que ninguém trouxe. Você é um empreendedor? Gostaria 
de sê-lo? 
A vida é um labirinto: a diferença entre um grande e um pequeno líder 
Se você almeja ser um empreendedor, terá de enfrentar a vida de forma diferente. Terá de 
enxergar a família, o trabalho e as instituições como labirintos exteriores. Terá também de 
enfrentar o anfiteatro dos pensamentos, o território da emoção e os solos da memória como 
labirintos interiores. Em cada labirinto, há lições para aprender e terrenos para ser 
conquistados. 
Por que enxergar os ambientes em que vivemos como labirintos? Porque eles têm curvas 
imprevisíveis, compartimentos desconhecidos, situações inesperadas. Os que desejam ser 
empreendedores precisam ter consciência de que a vida é uma grande escola, mas pouco 
ensina para quem não sabe ser um aluno... 
Seu maior desafio será penetrar nesses labirintos e explorá-los saudavelmente. Para isso 
precisará de coragem para caminhar e humildade para corrigir rotas. Você tem essas 
características? Errará não poucas vezes, mas esse é o preço para as grandes conquistas. 
Precisará saber que mais grave do que errar é se omitir, não tentar. 
Ao entrar nesse labirinto, o grande perigo é achar que sabe, ser dominado pelo orgulho e não 
se colocar como eterno aprendiz. Quem acha que sabe educar poderá não conquistar seus 
filhos e alunos. Quem acha que entende do amor poderá perder quem ama. Quem está 
convencido de que sabe a melhor maneira de trabalhar poderá fechar o leque da sua 
inteligência para outras possibilidades. 
As crenças, os paradigmas e os preconceitos que estão nas matrizes da memória são seu maior 
obstáculo para ser um empreendedor. Um empreendedor deve ser uma pessoa aberta e ter 
um senso refinado de observação. Não podemos nos esconder atrás dos nossos diplomas, 
status, condição financeira. 
Devemos perceber rapidamente as pequenas mudanças e procurar tomar atitudes. Não espere 
o amor morrer para depois tentarressuscitá-lo. Não espere os filhos ficarem doentes para 
depois tratá-los. Não espere estar superado profissionalmente para depois tentar com 
desespero reciclar-se. 
Alguns lidam com as finanças de maneira inadequada. Não percebem que a vida é um 
labirinto, que ninguém conhece os eventos que o amanhã nos trará. Gastam mais do que 
ganham, tratam seu dinheiro como fonte inesgotável. Não percebem que o estresse financeiro 
é uma grande causa da ansiedade moderna. 
Muitas doenças psíquicas, relacionamentos desfeitos, empresas falidas seriam evitados se 
fôssemos mais rápidos para enxergar os problemas. Infelizmente, somos lentos para perceber
as mudanças e lentos para reagir. 
Precisamos ser empreendedores. Todavia, se falharmos não devemos ter vergonha de dizer: 
"Eu errei". Se precisarmos de ajuda, não devemos ter receio de falar: "Ensine-me". Se 
errarmos o caminho, não devemos ter medo de recomeçar. 
Um empreendedor não é infalível nem perfeito. Ele cai e se levanta. Não lamenta os seus 
fracassos, agradece a possibilidade de estar no páreo. O anfiteatro da sua mente não é 
controlado pela teimosia e auto-suficiência, mas é uma esponja que absorve com modéstia as 
experiências dos outros. 
Ele sabe a diferença entre um pequeno líder e um grande líder. Um pequeno líder enxerga os 
grandes erros, um grande líder enxerga os pequenos erros; um pequeno líder vê a casa 
desmoronar, um grande líder enxerga as pequenas rachaduras e previne seu desabamento. 
Você é um grande líder? Enxerga os pequenos problemas? 
Exigindo flexibilidade e criatividade 
Na vida há situações imprevisíveis e inevitáveis. Precisamos da sabedoria para suportá-las, 
compreendê-las e superá-las. Há períodos em que o nosso trabalho transcorre muito bem, 
nossos íntimos nos amam, nossos amigos estão próximos,nossas metas são concretizadas. 
Conseguimos encontrar um "estoque" abundante de tudo o que mais amamos. 
Já encontrou uma pessoa que você ama e se sente feliz ao seu lado? Já conquistou um 
trabalho que o realiza e lhe dá prazer? Já encontrou pessoas que o admiram pelo que você é e 
não pelo que você tem? 
Há outros períodos em que as cobranças surgem, o tédio aparece, os amigos ficam distantes, 
as angústias criam raízes, o desânimo brota. Ficamos sem oxigênio. Aí entra o problema. 
Temos de escolher entre nos aventurarmos no labirinto para reconquistar o que perdemos ou 
ficarmos lamentando a situação, esperando um milagre ocorrer ou a sorte mudar. Mui tos 
esperam anos em vão. Morrem sem conquistar. São controlados pelo destino e não controlam 
seu destino. 
Nos momentos de turbulência, as dúvidas surgem. Será que o labirinto não é perigoso? Será 
que não sofrerei mais ainda ao percorrer lugares desconhecidos? Será que as pessoas não 
pensam que eu sou um derrotado? Será que não é mais fácil ficar paralisado do que mudar de 
atitude para conquistar o que eu amo? Será que vale a pena correr riscos para ser um pai 
melhor, um amigo mais profundo, um profissional mais competente, um amante mais 
sensível? 
Os que sucumbem ao calor das suas dúvidas e inseguranças são derrotados. Um 
empreendedor tem dúvidas, mas não é aprisionado por ela. Como você se comporta quando o 
que você mais ama está se dissipando? Fica com raiva, sente medo, culpa os outros? Um 
empreendedor não culpa os outros, mas decide mudar. Ele escolhe caminhos e não apenas 
detecta erros. 
Um professor empreendedor não apenas dá com maestria suas aulas, mas conquista o 
território da emoção dos seus alunos, conta-lhes história, conta as aventuras dos cientistas 
para produzir conhecimento, inspira-lhes ainteligência, prepara-os para a vida. 
Um executivo empreendedor não apenas trabalha bem com gráficos e dados lógicos, mas 
transmite sensibilidade, elogia seus liderados, vê além do horizonte, sorri no caos, demonstra 
que é nas dificuldades que se conquistam as melhores oportunidades. 
Um amante empreendedor não acha que o amor é inesgotável. Por isso, cultiva-o e irriga-o.
Encanta sua esposa ou seu marido, seu namorado ou namorada. Liberta-se da prisão do ciúme 
e dá liberdade para quem ama. Não gasta energia tola com brigas e acusações. Sabe que a vida 
é tão breve como as gotas de orvalho que se dissipam ao calor do sol. Aproveita seu tempo, 
faz do seu relacionamento uma poesia, um canteiro de respeito e amor. 
As melhores coisas de sua vida precisam ser cultivadas. Infelizmente, alguns maridos só 
descobrem que suas esposas estão profundamente feridas por eles quando elas pedem o 
divórcio. Algumas esposas só percebem que seus casamentos estão destruídos quando a 
última gota de amor seca. Algumas pessoas só investem em qualidade de vida quando estão 
no leito de um hospital. 
Infelizmente, há muitas pessoas fechadas num casulo. São cultas, mas engessadas. São 
eloqüentes, mas não sabem falar a linguagem da emoção. Querem ser líderes em suas 
empresas e nas instituições, mas não são lideres de si mesmas. 
Se você souber abrir as janelas da sua mente, ampliar a arte de pensar e praticar as leis da 
qualidade de vida deste projeto, então, os labirintos que você vive não serão um terreno 
perigoso, um deserto, um cárcere, mas um ambiente em que você realizará seus mais belos 
projetos. 
Dez passos para se tornar um empreendedor 
1- Antecipe-se às mudanças. Melhor do que corrigir erros é preveni-los. 
2- Se não conseguir prevenir erros, apure seu senso de observação.Observe pequenos 
problemas (trincas) para evitar grandes desabamentos. 
3- Não é possível evitar todos os riscos. Lembre-se: Quem vence sem risco é coroado sem 
glória. 
4- Não lamente, não reclame, não culpe os outros, não se culpe. 
5- Só não muda de idéias quem não tem idéias. Mude tantas vezes quantas forem necessárias. 
6- Os ambientes em que você vive são labirintos. Tenha coragem para reconhecer erros e 
sensibilidade para corrigir rotas. 
7 -Nunca desista de quem ama. 
8- Nunca desista de si mesmo. 
9- Controle seu destino e não seja controlado por ele. Construa suas oportunidades. 
10- Faça da sua vida um grande desafio e um eterno aprendizado. Agradeça a Deus a 
oportunidade de existir e caminhar. 
Ao longo dos anos atuando como psiquiatra e psicoterapeuta e pesquisando os segredos da 
mente humana, tive uma convicção: Todo ser humano, seja ele rei ou súdito, intelectual ou 
iletrado, atravessa momentos difíceis e angustiantes. Infelizmente, como já disse, quando não 
temos problemas, nós os “fabricamos”. 
Basta sentir que precisa de alguém que você sofrerá frustrações. Basta amar e ter amigos que 
as incompreensões virão. Basta querer trabalhar em equipe e motivar pessoas que as 
discussões surgirão. Mas isso não depõe contra a vida, faz dela uma poesia. Quanto mais 
incrustado o ouro estiver na rocha, mais precioso ele será. 
Não pense que as pessoas sejam complicadas, pense que você é que não está tendo habilidade 
para conquistá-las. Não considere seu trabalho estressante. Você é que não está conseguindo 
transforma-lo num oásis. Para muitos, a dor é um problema; para os sábios, é a sua escola.
Que tipo de história nós estamos escrevendo? 
Somos fagulhas vivas que cintilam durante poucos anos no teatro da vida e depois se apagam 
tão misteriosamentequanto acenderam. Nada é tão fantástico quanto a vida, mas nada é tão 
efêmero e fugaz quanto ela. 
Hoje estamos aqui, amanhã seremos uma página na história. Um dia, tombaremos na solidão 
de um túmulo e ali não haverá aplausos, dinheiro, bens materiais. Que história escrevemos? 
Que sementes plantamos? 
Se a vida é tão rápida, não deveríamos, nessa breve história do tempo, procurar os mais belos 
sonhos, as mais ricas aspirações? Pelo que vale a pena viver? Quais sonhos nos controlam? 
Quais são as nossas metas e os nossos maiores empreendimentos? 
Alguns têm depressão, ansiedade, estresse, não por conseqüências dos conflitos da sua 
infância, mas pela angústia f existencial, pela falta de um sentido de vida sólido. Lembre-se do 
que estudamos: alguns têm fortunas, mas mendigam o pão da alegria; têm cultura, mas falta-lhes 
o pão da tranqüilidade; têm fama, mas são parceiros da solidão. Erraram o alvo. 
Um dos mais populares cantores brasileiros disse certa vez que tinha tudo o que uma pessoa 
podia deseja ter, mas não tinha prazer de viver. Solidão, tédio, falta de sentido de vida e vazio 
existencial não faziam parte do dicionário do Mestre dos mestres. 
Até quando o corpo de Jesus morria na cruz, ele ainda era um grande empreendedor, um 
conquistador do território da emoção. Era capaz de surpreender as pessoas com frases 
inesquecíveis. 
O chefe da escolta dos soldados, encarregado de executar a sentença de Pilatos, apurou seu 
senso de observação aos pés da cruz e foi conquistado por ele. Cada reação de Jesus golpeou 
sua insensatez e abriu as janelas da sua inteligência. Deixe-me dar um exemplo dessas reações. 
Na hora mais dramática da crucificação, a primeira hora, Jesus sofreu uma dor insuportável. 
Não havia espaço para ter outra reação a não ser gritar, terreações violentas, reagir por 
instinto. Mas para a nossa admiração, ele esqueceu-se de si e bradou ao seu Pai que lhes 
perdoasse. Do ponto de vista psiquiátrico é impossível para um crucificado ter um raciocínio 
lúcido quanto mais afetivo e altruísta como o de Cristo. 
Ele disse que seus carrascos não sabiam o que faziam Expressou que eles eram escravos do 
sistema, cumpriam ordens refletir, não eram livres. Por isso, com lábios trêmulos, desculpou-os 
sem que eles lhe pedissem desculpas. Compreendeu homens incompreensíveis. Perdoou 
homens imperdoáveis. 
PAINEL I: pontos sugeridos para reflexão e discussão 
1. Ser um empreendedor é criar oportunidades. Você tem criado oportunidades para ter 
grandes conquistas? Enfrenta seus labirintos com coragem ou tem medo do desconhecido? 
2- Você percebe os pequenos problemas no seu trabalho, na relação com os filhos, esposa ou 
marido, ou só descobre quando o mundo está desabando? Você tem coragem para tomar 
atitude para reconquistar o que mais ama? 
3- Você tem sido um profissional, um pai ou mãe, um jovem, um amante, empreendedor? Tem 
tido coragem para levantar e cair? Tem libertado sua criatividade para encantar as pessoas, 
trazer soluções que ninguém trouxe, prevenir erros, corrigir falhas? Enfim, você tem feito a 
diferença nos ambientes em que atua? 
4- Você expõe ou impõe suas idéias? Você influencia positivamente o ambiente?
5- Você tem força, sabedoria e consolo nas situações de perdas, sabedoria nas tormentas? 
1. Faça um relatório das características em “ser um empreendedor”, descritas no início desse 
capítulo, que você precisa desenvolver. 
2-Entre os dez passos para ser um empreendedor, aponte o Que você mais precisa trabalhar 
na sua personalidade. 
3- Não tenha medo dos fracassos, tenha, sim, receio de não tentar. Nãoengrosse a massa de 
pessoas frustradas, esteja preparado para os desafios sociais e profissionais. 
4-A vida é um labirinto. Portanto, planeje sua vida. Nunca gaste mais do que ganha nem gaste 
tudo. Ninguém sabe Quais serão os vales Que vai atravessar no futuro. 
5- Se você é um profissional, liberte-se do cárcere da insegurança e saia da zona de conforto 
dos seus diplomas, status e sucessos antigos. Seja um conquistador. Explore o desconhecido. 
6- Se você é um estudante, valorize seus estudos. Ame a sua escola e seus professores. Tenha 
coragem. Empreenda sem medo de falhar, Se falhar, repense sua vida, mas não recue. Seja um 
pensador. 
Quem nunca pensou em abrir seu próprio negócio? Essa opção é cada vez mais levada em 
consideração por profissionais de todas as áreas. 
Fatores estratégicos como a terceirização e a expansão do setor de serviços colocaram as 
pequenas empresas em posição privilegiada na nova ordem mundial. 
Do ponto de vista individual, a pequena empresa tem sido vista como a saída sonhada por 
aqueles que querem trocar as amarras do trabalho assalariado pela aventura da auto-realização 
e do sucesso conquistado por meio do próprio esforço. 
Esses motivos são mais do que suficientes para a multiplicação das pequenas empresas. E, 
contraditoriamente, têm sido responsáveis também pelos transtornos enfrentados por grande 
parte dos negócios, que acabam fechando as portas. 
Saber conviver com o risco e tirar proveito das oportunidades são, talvez, as características 
mais necessárias para a atividade empresarial, as que realmente definem o perfil do 
empreendedor. 
Capacitar os novos empresários para superarem as dificuldades iniciais do seu novo projeto de 
vida, à frente do seu próprio negócio, é o objetivo deste programa do SEBRAE. 
Obviamente,não estamos oferecendo aqui fórmulas prontas ou receitas pré-fabricadas. Nem é 
disso que o futuro empreendedor precisa. 
O conhecimento e as atividades práticas que estamos desenvolvendo são acima de tudo um 
roteiro, uma espécie de moldura em que cada um terá, necessariamente, que colocar o seu 
talento, sua competência e, sobretudo, sua dedicação. 
Barreiras ao desenvolvimento de novos negócios 
a) Barreiras na área econômica 
- produção em série 
- oligopólios 
- linhas de crédito 
- falta de capital 
b) Barreiras na área de comportamento 
- centralização: não tem sistema de informação gerencial e de mercado
- isolamento: o concorrente sempre visto como ameaça 
( alta taxa de mortalidade 
2. TEXTOS DE APOIO 
2.1. POR QUE SER EMPRESÁRIO 
Muitos motivos levam as pessoas à idéia de abrir um negócio próprio. Os mais comuns são: 
• Vontade de ser independente, “mandar no seu próprio nariz”; 
• Ser o patrão em vez de empregado; 
• Ganhar muito dinheiro; 
• Dedicar mais tempo à família; 
• Sair da rotina, da mesmice; 
• Realizar outras aspirações além daquelas que lhe permitia a condição de empregado; 
• Provar para si e para os outros sua competência, sua capacidade de abrir e manter um 
negócio; 
• Trabalhar e tirar férias quando quiser. 
Ao fazer a opção, o empresário considera seu engajamento (econômico e psicológico) como 
um investimento mais gratificante que o trabalho assalariado. 
No entanto, ser empresário exige sempre sacrifícios que muitos não estão dispostos a fazer. 
Entre alguns desses "ossos do ofício", estão os seguintes: 
• a maioria dos empresários trabalha de 12 a 15 horas diárias em seu negócio, em vez de oito 
horas, como empregado; 
•raramente tiram férias e, quando o fazem, é por poucos dias, mas não esquecem o telefone 
"só para saber como vão as coisas no seu negócio; 
• às vezes envolvem-se tanto com a empresa que diminui, em vez de aumentar, o tempo 
disponível para a família; 
• sua tão desejada independência toma-se muita relativa, quando se observa a dependência 
aos fornecedores, bancos, clientes, funcionários, governo etc.; 
• o patrimônio pessoal do empreendedor fica comprometido com as operações do novo 
negócio e talvez até vinculado como garantia de algum empréstimo tomado pela empresa; 
• a vontade de ganhar muito dinheiro pode esbarrar num obstáculo definitivo: competência. A 
intenção apenas não é suficiente -é necessário que o empresário demonstre, com efetividade, 
a capacidade de gerir seu negócio. 
Entretanto, mais e mais pessoas, no Brasil e no mundo, desejam tornar-se empreendedoras. 
Quando esse desejo é acompanhado de uma decisão amadurecida e consciente, é uma 
manifestação saudável de vitalidade e renovação da sociedade e um passo importante para a 
satisfação de uma necessidade pessoal legítima. 
• O empreendedor nasce feito? NÃO. É possível ensinar. Não somos um produto concluído. É 
questão de comportamento, e não um traço de personalidade; o comportamento do 
empreendedor é intencional (baseado em metas, desafios, objetivos definidos); diferencia-se 
dos demais pelo modo como ver o mundo, encarar a realidade, administrar conflitos e resolver 
problemas – aliados a um conjunto de técnicas e conhecimentos que permite enxergar 
oportunidades e atuar de forma a obter resultados. O ambiente pode alterar substancialmente
a disposição para empreender. 
talento 
conhecimento ( dedicação ( SUCESSO 
Dinâmica (desafio ( tarefa): dividir a turma emduplas. Solicitar uma determinada quantia em 
dinheiro como forma de pagamento de duas camisetas. As camisetas precisam ser vendidas 
pela dupla, se não conseguirem ficaram para si. 
Debate: estratégias, dificuldades etc 
Será que você não passa a vida inteira fazendo o que não quer fazer? Você não é apenas um 
fazedor de tarefas? 
Ver problema ou oportunidade? 
Planeja Desenvolve 
Age ( Controla 
2.2. DEFINIÇÕES DE EMPREENDEDORISMO 
Nem todo empresário é empreendedor. Apesar de ambos assumirem riscos em atividades 
empresariais, o empreendedor tem sensibilidade para aproveita oportunidades (necessidades 
insatisfeitas na sociedade; problemas existentes na comunidade; recursos mal utilizados nos 
processos) 
Empreendedorismo e pequenos negócios são conceitos freqüentemente discutidos, mas a 
definição de cada um varia enormemente de um lugar para outro, de país para país, de autor 
para autor. 
Nos últimos anos, tem havido espaço para uma multidão de especialistas no campo do 
empreendedorismo. Podemos até mesmo dizer que existe hoje um ramo de pesquisa rotulado 
de "empreendedorismo", com seus próprios pensadores e estudiosos. 
Os principais autores situam-se nos campos da economia e das ciências do comportamento, 
mas o assunto percorre muitas outras disciplinas. 
Portanto, é com um farto embasamento conceitual que apresentamos os significados mais 
correntes ligados ao termo empreendedor. 
1. Que empreende; ativo, arrojado, cometedor. 
2. Aquele que empreende; cometedor. 
3. Chefe de uma empresa. 
4. Chefe de uma empresa especializada na construção, nos trabalhos públicos, nos trabalhos 
de habitação. 
5. Pessoa que, perante contrato de uma empresa, recebe remuneração para executar 
determinado trabalho ou aufere lucros de umaoutra pessoa, chamada mestre-de-obras. 
6. A idéia de empreendedor é associada inicialmente à idéia de criação de um negócio por 
meio de capitais pessoais. Empreendedor é a pessoa que levanta o capital. A gestão de um 
negócio criado requer também qualidades de empreendedor. 
7. Aquela pessoa que efetua uma obra, para um cliente, sem se subordinar a ele. 
8. Chefe de uma empresa artesanal ou industrial. 
9. Refere-se ao fator organizacional na produção. 
10. Alguém que provê fundos para uma empresa e, assim, assume os riscos. 
11. Aquele que empreende qualquer coisa.
12. Pessoa que se encarrega da execução de um trabalho por contrato empresarial. 
13. Toda pessoa que dirige um negócio por sua própria competência e que coloca em 
execução os diversos fatores de produção, tendo em vista vender os produtos ou serviços. 
14. Pessoa que organiza e gere um negócio, assumindo o risco em favor do lucro. 
15. O termo empreendedor denota a pessoa que exercita total ou parcialmente as funções de: 
• iniciar, coordenar, controlar e instituir maiores mu- danças no negócio da empresa; e/ou 
• assumir os riscos, nessa operação, que decorrem da natureza dinâmica da sociedade e do 
conhecimento imperfeito do futuro e que não pode ser convertido em certos custos através de 
transferência, cálculo ou eliminação. 
As características convencionalmente associadas ao empreendimento -liderança, inovação, 
risco etc. -estão tão relacionadas ao conceito precisamente porque, em uma cultura altamente 
comercializada como a nossa, elas são características essenciais da efetiva organização dos 
negócios. Pela mesma lógica, em uma cultura diferentemente orientada, as características 
típicas de um empreendimento diferem. (AITKEN, 1963). 
Por definição,empreendedorismo sempre envolve, explícita ou implicitamente, a idéia de 
inovação. (AITKEN, 1965). 
O empreendedor (queira ou não, também exerce, de fato, a função de gerente) tem uma 
função diferente. É seu trabalho localizar novas idéias e colocá-las em prática. Ele deve liderar, 
talvez ainda inspirar; ele não pode deixar que as coisas se tornem rotineiras e, para ele, a 
prática de hoje jamais será suficientemente boa para amanhã. 
Em resumo, ele é inovador e algo mais. Ele é o indivíduo que exercita o que na literatura da 
administração é chamado de 'liderança', E é ele quem está virtualmente presente. Ou seja, 
mesmo não estando presente, ele é percebido como se estivesse (BAUMOL, 1968). 
Um empreendedor é alguém que toma a iniciativa nos recursos administrativos. 
(BELSHAW,1955). 
Empreendedorismo -a habilidade de criar uma atividade empresarial crescente onde não 
existia nenhuma anteriormente (BRERETO, 1974). 
Um empreendimento empresarial é aquele cujos principais objetivos são lucratividade e 
crescimento. Um negócio É caracterizado pelas práticas estratégicas inovativas. 
Um empreendedor é um indivíduo que estabelece e gerencia um negócio com a principal 
intenção de lucro crescimento. O empreendedor é caracterizado, principalmente, pelo 
comportamento inovativo e empregará práticas estratégicas de gerenciamento no negócio 
(CARLAND, 1984). 
Um empreendedor é alguém que se especializa em tom decisões determinantes sobre a 
coordenação de recursos escassos (CASSON, 1982). 
O trabalho específico do empreendedorismo numa empresa de negócios é fazer os negócios 
de hoje capazes de realizar o futuro, transformando-se em um negócio diferente (DRUCKER, 
1974). 
Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma prática. 
A gerência do empreendedor (empresarial)dentro da nova abordagem possui quatro 
requisitos: 
• Requer, primeiro, uma visão para o mercado. 
• Requer, segundo, provisão financeira, e, particularmente, planejamento, fluxo de caixa e 
necessidade de capital para o futuro. 
Requer, terceiro, construir um alto time de gerência antes que o novo empreendimento
necessite dele e bem antes que realmente possa ter condições de pagá-lo. 
E, finalmente, requer do empreendedor fundador uma decisão com relação ao seu próprio 
papel, área de atuação e relações. 
Um empreendedor é uma pessoa imaginativa, caracterizada pela capacidade de fixar alvos e 
objetivos. (...) Essa pessoa manifesta-se pela perspicácia, ou seja, pela sua capacidade de 
perceber e detectar as oportunidades. Também, por longo período, ele continua a atingir 
oportunidades potenciais e continua a tornar decisões relativamente moderadas, tendo em 
vista modificá-las; essa pessoa continua a desempenhar um papel empresarial (FILION, 1986). 
Pode-se definir mais simplesmente empreendedorismo como a apropriação e a gestão dos 
recursos humanos e materiais dentro de uma visão de criar, de desenvolver e de implantar 
resoluções permanentes, de atender às necessidades dos indivíduos (JASSE, 1982). 
O espírito empresarial se traduz por uma vontade constante de tomar as iniciativas e de 
organizar os recursos disponíveis para alcançar resultados concretos (JASSE, 1985). 
Comparados aos homens em geral, os empreendedores estão significativamente, em maior 
escala, refletindo necessidades de realização, independência e eficiência de sua liderança, e 
estão, em menor escala, refletindo ênfases nas necessidades de manutenção (HORNDAY, 
1970). 
Smith (1967) refere-se a dois tipos de empreendedores: o empreendedor profissional (ou 
artesanal) e o empreendedorque identifica oportunidades. Os primeiros são limitados em 
termos de bagagem cultural e engajamento social; os últimos são de um maior grau de 
instrução e de engajamento social e são mais agressivos no desenvolvimento e na expansão da 
companhia (HORNDAY, 1970). 
( O empreendedor é aquele que não perde a capacidade de imaginar, tem uma grande 
confiança em si mesmo, é entusiasta, tenaz, ama resolver problemas, ama dirigir, combate a 
rotina, evita constrangimentos... 
( É aquele que cria uma informação interessante, ou não, do ponto de vista econômico 
(inovando em relação ao produto, ou ao território, ao processo de produção, ao mercado...) 
ou aquele que antecipa sobre esta informação (antes dos outros ou diferentemente dos 
outros). 
( É aquele que reúne e sabe coordenar os recursos econômicos para aplicar, de modo prático e 
eficaz sobre um mercado, a informação que ele conhece a fundo. 
( Ele o faz, primeiro, em função das vantagens pessoais, tais como prestígio, ambição, 
independência, o jogo, o poder sobre si e sobre a situação econômica e, em seguida, o lucro 
etc (JULIEN, 1986). 
O empreendedor satisfaz a um número de funções que podem ser resumidas em inovação, 
gerenciamento, coordenação e risco. Empreendedores parecem ter uma realização orientada, 
como a de assumir a responsabilidade por decisões, e não gostam de trabalhos repeti tivos e 
rotineiros. Os empreendedores criativos possuem um alto nível de energia e um ótimo grau de 
perseverança e imaginação, que combinam com a espontaneidade de assumir riscos 
moderados e calculados, possibilitando-lhes transformar o que freqüentemente começou com 
uma simples e mal definida idéia em algo concreto. 
Empreendedores também podem gerar um entusiasmo altamente contagioso dentro de uma 
organização. Elesprogramam um senso de propósito e, fazendo isso, convencem os outros de 
que eles estão onde está a ação (KETS DE VRIES, 1985). 
Há evidências que as características empresariais e comportamentais podem ser
desenvolvidas. 
O empreendedor é, acima de tudo, um generalista -ele deve saber um pouco sobre tudo. 
(KIERULFF, 1975). 
O empreendedor é uma pessoa que congrega risco, inovação, liderança, vocação artística, 
habilidade e perícia profissional em uma fundação sobre a qual constrói um time motivado. 
Esse grupo de seres humanos, às vezes sem se conhecerem previamente, desenvolvem uma 
nova empresa (LANCE, 1986). 
Um empreendedor é a pessoa que cria uma empresa próspera do nada (MANCUSO, 1974). 
Tomar decisões sob diversos graus de incerteza vem a ser uma característica fundamental do 
empreendedorismo (PALMER, 1971). 
Para ter sucesso, ele deve ter capacidade para julgar, perseverança e um conhecimento do 
mundo tanto quanto do negócio. Ele deve possuir a arte de superintendência e administração 
(SAY, 1803). 
Sempre enfatizei que o empreendedor é o homem que realiza coisas novas e não, 
necessariamente, aquele que inventa (SCHUMPETER,1934). 
Empreendedorismo, como definido, consiste essencialmente em fazer coisas que não são 
geralmente feitas em vias normais da rotina do negócio; é essencialmente um fenômeno que 
vem sob o aspecto maior da liderança. Mas esta relação entre empreendedorismo e liderança 
geral é uma relação muito complexa. 
Em quase todas as definições de empreendedorismo há um consenso de que nós estamos 
falando de um tipo de comportamento que inclui: 
• Tomada de iniciativa; 
• Organização ou reorganização de mecanismos socioeconômicos para transformar recursos e 
situações em contas práticas; e 
• Aceitação do risco e do fracasso. Oprincipal recurso usado pelo empreendedor é ele 
mesmo... (SHAPIRO, 1975). 
Hoje tomamos como definição o termo 'empreendedor'. Ele sugere espírito, zelo, idéias. 
Contudo, temos a tendência de usar a palavra livremente para descrever qualquer um que 
dirige um negócio, por exemplo, para a pessoa que preside a General Motors ou possui uma 
banca de frutas, ou a pessoa que é dona do McDonald's (franquia) ou vende assinaturas de 
revistas. 
Antes, a palavra 'empreendedor' gozava de um significado mais puro, mais preciso. Descrevia 
apenas aqueles que criaram seus próprios negócios, aqueles como Henry Ford. 
Certamente, no início de sua carreira, o maior dom de um empresário tradicional é sua 
habilidade de explorar inúmeros caminhos para assegurar o seu sucesso, sem se tornar 
desanimado pelo fracasso ao longo do percurso; um dos seus dons é diminuir suas perdas 
rapidamente; e um outro é levantar-se, sacudir a poeira e tentar novamente (STACEY, 1980). 
Um raio X da organização empresarial revela essas características dinâmicas: 
• Encorajamento da imaginação dos indivíduos; 
• Flexibilidade; 
• Voluntariedade em aceitar riscos (STEVENSON, 1985). 
2.3. CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR
Busca de oportunidades e iniciativa 
• Fazer algo sem ter sido obrigado ou sem ter sido solicitado. 
• Faz as coisas antes de solicitado ou antes de forçado pelas circunstâncias. 
• Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços. 
• Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos, 
equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência. 
Persistência 
• Superar o seu próprio limite e ir até o final, mudando de estratégia de acordo com as 
circunstâncias. 
• Age diante de umobstáculo. 
• Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um 
obstáculo. 
• Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento de metas e 
objetivos. 
Comprometimento 
• Fazer coisas além do seu padrão normal de comportamento para cumprir com o combinado. 
• Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa. 
• Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um 
trabalho. 
• Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade em 
longo prazo, acima do lucro em curto prazo. 
Exigência de qualidade e eficiência 
• Fazer as coisas “com carinho", superando padrões estabelecidos. 
• Encontra maneiras melhores, mais rápidas e ou mais baratas de fazer as coisas. 
• Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência. 
• Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo 
ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados. 
Disposição para correr riscos calculados 
• Ponderar uma circunstância frente às suas conseqüências e pensar bem sobre que atitude 
tomar. 
• Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente. 
• Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados. 
• Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados. 
Estabelecimento de metas
• Qualquer tipo de forte desejo (intencional) de conqui sta de algo palpável. 
• Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal. 
• Define metas de longo prazo, cloros e específicos. 
• Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis. 
Busca de informações• Buscar informações pessoalmente (utilizando qualquer meio que possa 
ajudá-lo, como telefone, pessoas etc.) para adquirir ou confirmar dados acerca de algo, com 
determinado objetivo. 
• Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes. 
• Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço. 
• Consulta especialistas para obter assessoria técnico ou comercial. 
Planejamento e monitoramento sistemáticos 
• Organizar-se previamente para realizar algum propósito. 
• Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos. 
• Constantemente, revisa seus planos, levando em conta os resultados obtidos e as mudanças 
circunstanciais. 
• Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões. 
Persuasão e rede de contatos 
• Estabelecer e utilizar estratégias de convencimento para determinado fim, recorrendo às 
pessoas certas para isso. 
• Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros. 
• Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos. 
• Age para desenvolver e manter relações comerciais. 
Independência e autoconfiança 
• Ter pontos de vista próprios e manter a confiança na capacidade de enfrentar os desafios. 
• Busca autonomia em relação a normas e controles de outros. 
• Mantém seu ponto de vista, mesmo diante de oposição ou de resultados inicialmente 
desanimadores. 
• Expressa confiança na sua própria capacidade de complementar uma tarefa difícil ou de 
enfrentar um desafio. 
3. TAREFA DE IMPLANTAÇÃO 
SUAVISÃO DO EMPREENDEDOR 
Quais são, para você, os aspectos mais importantes na conduta de um empreendedor? 
VOCÊ COMO EMPREENDEDOR 
|Faça uma comparação entre asseguintes competências típicas do perfil do empreendedor e o 
seu perfil pessoal, para definir o que você|
|pode fazer para melhorar as suas características empreendedoras, a partir de agora, em 
relação às suas oportunidades de negócios. | 
|Competência |O que você pode fazer para melhorar | 
|Busca de oportunidades e iniciativa | 
|Faz coisas antes de solicitado ou antes de forçado pelas | | 
|circunstâncias. | | 
|Age para expandir o negócio para novas áreas, produtos ou | | 
|serviços. | | 
|Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, | | 
|obter financiamento, terreno, local de trabalho ou assistência | | 
|Persistência | 
|Age diante de um obstáculo significativo. | | 
|Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de | | 
|enfrentar um desafio ou superar um obstáculo.| | 
|Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao | | 
|atingimento de metas e objetivos. | | 
|Comprometimento | 
|Faz sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para | | 
|completar uma tarefa. | | 
|Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles para | | 
|terminar um trabalho. | | 
|Esmera-se em manter o cliente satisfeito colocando a boa vontade a| | 
|longo prazo acima do lucro a curto prazo | | 
|Exigência de qualidade e eficiência | 
|Encontra maneiras melhores, mais rápidas ou mais baratas de fazer | | 
|as coisas. | | 
|Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de|| 
|excelência. | | 
|Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho | | 
|seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de | | 
|qualidade previamente combinados. | | 
|Disposição para correr riscos calculados | 
|Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente. | | 
|Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados. | | 
|Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados. | | 
|Estabelecimento de metas | 
|Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm | | 
|significado pessoal. | | 
|Define metas de longo prazo, claras e específicas. | | 
|Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis. || 
|Busca de informações | 
|Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, | | 
|fornecedores e concorrentes. | | 
|Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um | | 
|serviço. | |
|Consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.| | 
|Planejamento e monitoramento sistemáticos | 
|Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos| | 
|definidos. | | 
|Constantemente revisa seus planos, levando em conta os resultados | | 
|obtidos e as mudanças circunstanciais. | | 
|Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões. | | 
|Persuasão e rede de contatos| 
|Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os | | 
|outros. | | 
|Utiliza pessoas-chave como agente para atingir seus próprios | | 
|objetivos. | | 
|Age para desenvolver e manter relações comerciais. | | 
|Independência e autoconfiança | 
|Busca autonomia em relação a normas e controles de outros. | | 
|Mantém seu ponto de vista, mesmo diante de oposição ou resultados | | 
|inicialmente desanimadores. | | 
|Expressa confiança em sua própria capacidade de complementar uma | | 
|tarefa ou de enfrentar um desafio | | 
4. ATIVIDADES EM SALA DE AULA 
Faça desses exercícios um primeiro e importante passo de sua trajetória como empresário, 
utilizando as atividades de sala de aula como oportunidades para o exercício de sua 
capacidade inovadora e de sua determinação de vencer.Aproveite bem o tempo de que dispõe 
para pensar e planejar seu negócio. Peça a orientação que considerar necessária, neste e nos 
módulos seguintes do programa. E faça com que esse aprendizado seja realmente uma etapa 
útil para o conhecimento dos desafios e das oportunidades que você vai vivenciar no dia-a-dia 
do seu negócio. 
O perfil do profissional do século XXI 
As grandes transformações que estão acontecendo no mundo cada vez mais exigirão contínua 
evolução dos profissionais, para que possam acompanhar as mudanças e gerar 
competitividade para seus negócios e empresas. 
O cenário em que vivemos hoje sinaliza queda nas margens de lucro das empresas e 
acirramento da competição. Por isso, apenas empresas e profissionais competitivos terão 
espaço no mundo dos negócios. 
O mercado exigirá profissionais com os seguintes conhecimentos e habilidades: 
• Domínio de informática - com o surgimento da agricultura de precisão e da automação 
industrial, torna-se indispensável o domínio das ferramentas de informática para que se possa 
operar com eficiência essas novas tecnologias; 
• Domínio de idiomas - com a globalização da economia, o mundo hoje se comunica 
basicamente através do inglês. Por isso, negociações, acesso a novas tecnologias e participação 
emcongressos internacionais são de suma importância para lincar o profissional ao mercado. A
ausência do conhecimento do idioma tem sido fator eliminatório nas contratações das 
empresas; 
• Capacidade de desaprender - a evolução exige que o profissional tenha uma capacidade de 
deletar da memória antigos conceitos e velhas tecnologias, para que esses espaços possam ser 
preenchidos com conceitos modernos de gestão e novas tecnologias. Aquele que não adquirir 
essa habilidade terá uma obsolescência rápida e deixará de ser válido para as organizações; 
• Visão sistêmica - os desafios das empresas em um cenário de mercado competitivo exigirão 
que os profissionais entendam profundamente os negócios e que conheçam sistemicamente 
suas empresas, para que se tenha o domínio do negócio e o conhecimento da "anatomia" dos 
resultados; 
• "Empreendedorismo" - as empresas estão demandando profissionais dinâmicos que têm 
coragem de correr riscos e também que não têm medo de cometer erros, que criem novos 
empreendimentos e alavanquem o crescimento da companhia: 
• Liderança - a presença de líderes nas empresas tem demanda crescente, pois líderes 
agregadores e dinâmicos motivam equipes de trabalho e desenvolvem um espírito 
colaborativo na busca dos resultados: 
• Comunicação - vivemos em uma era em que a comunicação é fator altamente relevante para 
o sucesso dos profissionais. Quem não tem essa habilidade, necessita urgentemente trabalhá-la 
e desenvolvê-la para que perante os clientes, fornecedores e colegas de trabalho possa ter 
uma atuação importante, expressando claramente suas opiniões e propósitos; 
• Criatividade - com a rapidez das transformações dos negócios, as empresas precisam de 
profissionais criativos que tenham capacidade de desenvolver soluções simples erápidas, além 
de criar novos rumos e alternativas em prol de uma maior competitividade da companhia: 
• Espírito de equipe - uma empresa só se torna vencedora quando tem um time unido e 
determinado. Espírito de equipe é alcançado quando o profissional tem a visão de que o 
sucesso de todos será também o seu e que, quando a empresa se desenvolve 
conseqüentemente seus horizontes se ampliam e suas alternativas se multiplicam. 
• Humildade - esta característica é extremamente relevante para o profissional ter sucesso. 
Normalmente pessoas humildes têm postura agregadora, são queridas pelos colegas e 
encaram as vitórias com naturalidade, criando dentro da organização um ambiente harmônico 
e positivo; 
• Versatilidade - as mudanças muito rápidas requerem do profissional alta capacidade de 
adaptação a diferentes cenários. Esta habilidade aumenta o leque de alternativas de áreas em 
que o profissional pode ser aproveitado, criando para ele uma maior valorização perante o 
mercado; 
• Equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho - o profissional de sucesso tem que saber 
harmonizar o volume de trabalho com sua qualidade de vida em relação a convivência familiar, 
lazer e saúde. O desequilíbrio dessa equação promove desajustes, prejudicando 
significativamente a performance no trabalho e, conseqüentemente, sua qualidade de vida. 
São raros os profissionais que conseguem atingir este equilíbrio; 
• Foco do cliente - as empresas que vêm alcançando sucesso são aquelas que conseguem 
encantar seus clientes. Por isso, é muito importante que os profissionais saibam colocar o 
"chapéu" do cliente e enxergar quais são os seus anseios na relação com a empresa. Pensando 
assim, os profissionais poderão agir de uma forma tal que satisfaça e encante seus clientes.
Uma rápida história do empreendedorismo 
O termo “empreendedor” é derivado da palavra francesa entrepreneur, 
usada pela primeira vez em 1725, pelo que se sabe, pelo economista 
irlandês Richard Cantillon, reconhecido por muitos historiadores como 
o grande teórico da economia, segundo o qual o “entrepreneur é o 
indivíduo que assume riscos.” 
www.bocc.ubi.pt 
Empreendedorismo 
1. O que é empreendedorismo? 2. O que torna uma pessoa empreendedora? 3. Quais são os 
elementos essenciais da capacidade empreendedora? 4. O empreendedorismo e a 
administração no mercado de trabalho. 5. Qualquer pessoa pode ser empreendedora? 6. Você 
acredita que o empreendedorismo pode ser uma saída para as questões sociais em nosso país 
e no mundo?
Empreendedorismo 1.- O que é empreendedorismo? 
Conceito Empreendedorismo é o estudo voltado para o desenvolvimento de competências e 
habilidades relacionadas à criação de um projeto (técnico, científico, empresarial). Tem origem 
no termo empreender que significa realizar, fazer ou executar. O empreendedor é aquele que 
apresenta determinadas habilidades e competência para criar, abrir e gerir um negócio, 
gerando resultados positivos. 
Empreendedorismo 
Ser empreendedor é ser uma pessoa que toma a iniciativa de combinar recursos físicos e 
humanos para produzir bens ou serviços em uma empresa ou seguimento. É aquele que 
assume riscos e começa algo novo. Que empreende, é ativo, arrojado. É alguém possuidor de 
espírito criativo e inovador. Esta continuamente em busca de novos caminhos e soluções 
focado nas necessidades das pessoas. 
Empreendedorismo 
Podemos citar como características do empreendedor: - Criatividade; - Capacidade de 
organização e planejamento; - Responsabilidade; - Capacidade de liderança; - Habilidade para 
trabalhar em equipe; - Gosto pela área em que atua; - Visão de futuro e coragem para assumir 
riscos; - Interesse em buscar novas informações, soluções e inovações para o seu negócio; 
Empreendedorismo 
- Persistência (não desistir nas primeirasdificuldades encontradas); - Saber ouvir as pessoas e - 
Facilidade de comunicação e expressão. • O empreendedorismo é essencial para a geração de 
riquezas dentro de um país, promovendo o crescimento econômico e melhorando as 
condições de vida da população. É também um fator importantíssimo na geração de empregos 
e renda. 
Empreendedorismo Breve histórico do Empreendedor 
Com a política de globalização os governos do mundo passaram a dar uma atenção especial 
para o empreendedorismo a partir de 1990. SEBRAE e SOFTEX foram as precursoras do 
assunto no Brasil. Com isso, o assunto causou um abertura econômica que fez com que as 
empresas reduzissem os custos e aumentassem a competitividade. 
Empreendedorismo 
Neste cenário: • Chega o aumento do desemprego. • Novas empresas, sem planejamento, 
fecharam suas portas. • De cada três formadas, duas fechavam em até cinco anos. • Um 
empreendedor de sucesso reúne imaginação, determinação, habilidade de organizar, liderar 
pessoas e conhecer tecnicamente etapas e processos. 
Empreendedorismo 
• Além de ser inovador, persistente, disciplinado, ousado e líder. Tipos de Empreendedorismo: 
• O de necessidade: candidato a empreendedor que aventura-se por falta de opção, por estar 
desempregado e não ter alternativas de trabalho. • E o de oportunidade: empreendedor 
visionário que sabe onde quer chegar. Cria uma empresa com planejamento prévio, tem em 
mente o crescimento que quer buscar para a empresa/seguimento e visa a geração de lucros,
empregos e riquezas e bem estar. 
Empreendedorismo Comportamento 
Pessoa com iniciativa, persistente, comprometida, caçadora de informações, persuasiva e com 
rede de contatos, auto confiante, independente e quesaiba planejar. 
O processo 
Tem início quando um evento gerador de fatores externos, ambientais e sociais, de aptidões 
pessoais ou de um somatório desses fatores possibilita o início de um novo negócio. 
Empreendedorismo 
Pessoais: Realização pessoal, assumir riscos, educação, experiência etc. Ambiental: 
Oportunidade, criatividade, modelos de sucesso, recursos, políticas etc. Organizacional: 
equipe, estratégia, estrutura, cultura etc. 
Empreendedorismo 
• Quatro fases do processo do empreendedor Identificar e avaliar a oportunidade: criação e 
abrangência da oportunidade, situação de competidores e riscos e retornos da oportunidade. 
Desenvolver o plano de negócios: Sumário executivo, conceito de negocio e plano financeiro. 
Determinar e captar os recursos necessários: recursos pessoais, bancos e governo. Gerenciar a 
empresa criada: estilo de gestão, fatores críticos de sucesso e profissionalizar na gestão. 
Empreendedorismo Identificando oportunidades 
Nunca se deve pensar que um boa idéia de negócios deve ser única. O foco é como o 
empreendedor utiliza a idéia de forma a transformá-la num produto ou serviço que faça a sua 
empresa/eguimento crescer. 
Empreendedorismo 
público-alvo que faz parte de um nicho de mercado mal explorado e muitas vezes é única, ao 
contrário das idéias, que sozinha não tem valor. 
Empreendedorismo Atividades 
Escolher um dos cinco temas: (situação desafio) 1.-Fome 2.-Desemprego 3.-Segurança 4.- 
Educação 5.-Sexualidade Através de uma realidade fictícia, desenvolver uma ação 
empreendedora, será apresentado nas aulasseguintes. 
Bom trabalho!!! 
Empreendedorismo 
(08/10/2010) 
Montar o “negócio” empreendedor diante da situação apresentada. Em equipe ler os temas e 
iniciar o processo: 
1.- Identificar a oportunidade; 2.- Desenvolver o plano de negócio; 3.- Determinar e captar os 
recursos necessários; 4.-Gerenciar o negócio(seguimento/organização/empresa) criado. 5.- 
Treinar e apresentar na última aula 13/10/2010 – se possível no auditório.
Empreendedorismo 
Bate papo: Segundo Fernando Dolabela, “ mais do que uma preocupação com o indivíduo, o 
empreendedorismo deve ser relacionado à capacidade de se gerar riquezas cessíveis a todos. 
Como geralmente a renda concentrada teima em não se distribuir; é importante que ela seja 
gerada já de forma distribuída. É disso que cuida o empreendedorismo. Não vejo o 
empreendedorismo como um conceito econômico. Tem antes uma conotação social, cujo 
preceito ético é gerar utilidade para os outros.É este também o seu referencial ético(...) 
Empreendedorismo 
Por ser um fenômeno cultural, o empreendedorismo exige soluções que tenham a nossa cara, 
o nosso jeito. O nosso sistema de valores, a forma brasileira de ver o mundo. Utilizo o termo 
empreendedorismo em seu sentido amplo, considerando-o uma forma de ser, e não de fazer. 
Assim,estão incluídos nesse conceito, por exemplo, o empregado-empreendedor, ( ou 
intraempreendedor), o pesquisadorempreendedor, o empreendedor comunitário, o 
funcionário público-empreendedor,etc. O que importa é a maneira de se abordar o 
Empreendedorismo 
mundo, qualquer que seja a atividade abraçada.” (Conferência proferida por Fernando 
Dolabela no 7º Fórum Internacional SENAC de Secretarias. São Paulo: Setembro/2004) 
Introdução 
O tema empreendedorismo, abordando desde a origem da palavra até à sua importância 
estratégica para o desenvolvimento económico de um país, é hoje um fenómeno global, dadas 
as profundas mudanças nas relações internacionais entre nações e empresas, no modo de 
produção, nos mercados de trabalho e na formação profissional. 
A economia de Portugal, é caracterizada por um fraco crescimento económico e por altas taxas 
de desemprego, principalmente nos jovens. Muitos autores defendem que uma forma de 
resolver esses problemas passa pelo empreendedorismo. 
O chamado empreendedor, é cada vez mais procurado pelas organizações, nas quais um dos 
principais objectivos é a procura de eficácia. Investir na difusão organizada do 
empreendedorismo é um factor fundamental de progresso económico e social e também 
fonte de geração de novos empregos. 
Neste trabalho é apresentado um pouco do empreendedorismo em geral, passando pelo sua 
definição até á sua propagação, tanto no nosso país como no resto do mundo.O que é 
Empreendedorismo? 
O empreendedorismo é um tema vasto e muito antigo, não sendo, portanto, muito difícil 
encontrar livros ou matérias que falem sobre o assunto. Caracteriza-se pela inovação, em 
conjunto com a força de vontade e a procura de resultados. No empreendedorismo 
aproveitam-se todas as oportunidades. 
O empreendedor será aquele que irá pegar na idéia e colocá-la no mercado, sendo essa idéia 
uma fonte de lucro. É ele que pensa, cria e molda a nova empresa. 
Os primeiros estudos sobre o empreendedorismo surgiram no início de 1960. Mais tarde,
surgiu um vasto leque de opções de formação universitária para quem quisesse aprender mais 
sobre o tema. 
O termo teve a sua proveniência no verbo francês entreprendre, que significa “empreender”. 
Também no início do século XVI, o termo empreendedor era atribuído aos indivíduos 
incumbidos de conduzir as expedições militares (Cunningham e Lischeron, 1991). 
Uma outra definição interessante é a de Schumpeter que expõe que " o empreendedorismo 
está na percepção e no aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios ... 
relaciona-se sempre com o criar de uma nova forma de uso dos recursos nacionais, onde são 
deslocados do seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações. 
O empreendedorismo contribui para a criação de emprego, inovação, criação de riquezas, e 
por último define uma opção de carreira, aliada a uma crescente força de trabalho. 
Tabela – Perspectiva sobre Empreendedorismo 
Perspectivas sobre empreendedorismo Descrição 
Criação de riqueza O empreendedorismo envolve o assumir de riscos associado à facilidade da 
produção em troca do lucro. 
Criação de empreendimentos O empreendedorismo implica a criação de uma nova empresa, 
onde antes não existia nenhuma 
Criação de inovação O empreendedorismo procupa-se com as combinaçõesúnicas de recursos 
que tornam os métodos existentes ou os produtos ultrapassados 
Criação de mudança O empreendedorismo envolve a criação de mudanças através do 
ajustamento, adaptação e modificação do repertório individual da pessoa, abordagens e 
habilidades para reconhecer as diferentes oportunidades disponíveis na mesma 
Criação de emprego O empreendedor preocupa-se com o emprego, a gestão e o 
desenvolvimento dos factores de produção, incluindo a mão-de-obra 
Criação de valor O empreendedorismo é um processo de criação de valor para os clientes, 
através da exploração de novas oortunidades 
Criação de crescimento O empreendedorismo é definido como estando positivamente 
orientado para o crescimento das vendas, da renda e dos activos de emprego 
Fonte: Adaptado de Morris, Lewis e Sexton (1994) 
Empreendedorismo Social 
Vai de encontro com a idéia do empreendedorismo normal, com a diferença que seu objetivo 
não é ganhar dinheiro, mas sim ter uma visão social, que vai de encontro com as necessidades 
sociais. Promove empreendimentos sociais, que irão trazer oportunidades para pessoas que 
estão fora da economia do país. 
Empreendedorismo mundial 
A nivel mundial, o empreendedorismo tenta implementar a criação de novos empregos e 
promover o desenvolvimento económico e social, razão pela qual tem vindo a ser valorizado 
pela comunidade internacional. 
As organizações têm investido muito no empreendedorismo, já que contribui para o 
crescimento econômico dos países. Os resultados obtidos pelos empreendedores no
desenvolvimento tecnológico, inovação e criação de novos postos de trabalho, contribuem 
para a melhoria da qualidade de vida da população. 
Conclusão 
Vivemos numa autêntica ‘Era do Empreendedorismo’ pois são os empreendedores que 
eliminam as barreiras comerciais e culturais, que diminuem as distâncias, que globalizam, que 
renovam os conceitos económicos, que criam novas relações de trabalho e emprego, que 
acabam com os paradigmas e que geram riqueza para a sociedade. 
O empreendedorismo pode, portanto, ser considerado o ‘combustível’ para o crescimento 
económico, pois cria emprego e prosperidade. 
Empreendedorismo, o que é? 
Historicamente, empreendedorismo tem sido definido como uma maneira diferenciada de 
alocação de recursos e otimização de processos organizacionais, sempre de forma criativa, 
visando à diminuição de custos e melhoria de resultados. 
Percebe-se ainda que o termo é constantemente relacionado à criação de novos negócios, 
geralmente micro e pequenas empresas. Por trás destes negócios estão indivíduos 
diferenciados, conhecidos por empreendedores. 
Isto tem gerado certa confusão de definições, pois muitas pessoas têm considerado o 
empreendedorismo como sendo sinônimo do ato de abrir empresas. 
Definições mais abrangentes mostram que o empreendedorismo vai além do ato de abrir 
novas empresas e que pode estar relacionado a vários tipos de organizações, em vários 
estágios de desenvolvimento. 
Exemplos de definições clássicas 
A Harvard Business School considera que empreendedorismo é “a identificação de novas 
oportunidades de negócio, independentemente dos recursos que se apresentam disponíveis 
ao empreendedor”. 
O Babson College define o termo de forma ainda mais abrangente: “empreendedorismo é uma 
maneira holística de pensar e de agir, sempre com obsessão por oportunidades, e balanceada 
por uma liderança”. 
Detalhando um pouco mais… 
O ato de empreenderestá relacionado à identificação, análise e implementação de 
oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor. 
Isto pode ocorrer através da criação de novas empresas, mas também ocorre em empresas já 
estabelecidas, organizações com enfoque social, entidades de natureza governamental etc. 
Aplicações do empreendedorismo 
O empreendedorismo aplica-se a uma variedade de organizações em seus vários estágios de 
desenvolvimento, como por exemplo: 
* Uma pequena empresa em início de desenvolvimento
* Uma média empresa em fase de crescimento 
* Uma empresa familiar em fase de profissionalização 
* Uma ONG (Organização Não Governamental) 
* Em entidades e órgãos públicos 
* Em associações e cooperativas 
* Em empresas já estabelecidas, que buscam renovação e crescimento 
Feitas estas ressalvas, pode-se então apresentar o objetivo do se estudar empreendedorismo 
como disciplina. Normalmente, no caso das Instituições de Ensino Superior no Brasil, grande 
enfoque é dado ao empreendedorismo de criação de novos negócios. 
Desta forma, o foco do livro “Empreendedorismo, transformando idéias em negócios” é a 
criação e gestão de negócios em fase inicial de desenvolvimento, as chamadas micro e 
pequenas empresas, ou “startups”; bem como o entendimento do papel do empreendedor 
neste contexto. 
Quem é o empreendedor? 
Para que o empreendedorismo ocorra nas organizações haverá a necessidade de pessoas que 
o façam acontecer, ou seja, os empreendedores. 
“O empreendedor é aquele que faz acontecer, antecipa-se aos fatos e tem uma visão futura da 
organização” (Dornelas, 2001) 
“O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente atravésda introdução de 
novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização, ou pela exploração de 
novos recursos e materiais” Joseph Schumpeter (1949). 
Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos. 
* O empreendedor é aquele que percebe uma oportunidade e cria meios (nova empresa, área 
de negócio, etc.) para persegui-la. 
* O processo empreendedor envolve todas as funções, ações, e atividades associadas com a 
percepção de oportunidades e a criação de meios para persegui -las. 
A experiência brasileira 
Assunto começa a ser discutido no mundo acadêmico no início da década de 1980 
Permanece na periferia da academia por vários anos 
Nos anos 90 começam a surgir os primeiros programas ligados aos cursos de tecnologia, via 
ação induzida de entidades de fomento (CNI/IEL, Softex etc.) 
Maior visibilidade acontece quando o foco na pequena empresa passa a ser prioridade 
governamental com vistas à geração de emprego (ex.: Programa Brasil Empreendedor) 
Brasil segue tendência mundial e questões como inovação tecnológica, capital de risco, 
transferência de tecnologia etc., predominam na agenda da época (segunda metade da década 
de 1990). 
Grandes oportunidades surgem para criação de empresas ponto.com 
Disciplinas de empreendedorismo são criadas em todo o país, ligadas aos mais variados cursos 
superiores (administração, engenharia, computação, turismo…) 
Por que empreendedorismo? 
Fatores associados com maiores níveis de atividade empreendedora (GEM)
Percepção da oportunidade 
Fatores sociais e culturais 
Educação (segundo grau e universitário) 
Participação das mulheres 
Experiência 
Suporte financeiro para start-ups 
Bibliografia 
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 2 ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2005. 
Ao contrário dos E.U.A., no qual o conceito de empreendedorismo já é conhecido e utilizado 
há vários anos, no Brasil o estudo do tema tem se intensificado a partir do fim dos anos 90. A 
preocupação com a criação de empresas duradouras e a diminuição da taxa de mortalidade 
das empresas existentes são considerados fatores importantes para o desenvolvimento do 
empreendedorismo no Brasil. Isto se deve principalmente à necessidade das grandes empresas 
brasileiras em aumentar a competitividade, reduzir custos e manter-se no mercado 
(consequências do processo de globalização e das tentativas de estabilização da economia 
brasileira). 
A principal consequência desta situação foi o aumento do desemprego, o que levou esses ex-funcionários 
a buscarem novas formas de sobrevivência, muitas vezes iniciando novos 
negócios, sem possuir experiência no ramo e utilizando-se das economiaspessoais. O processo 
de criação de novos negócios foi também intensificado com a popularização da internet, se 
constituindo no que hoje em dia é chamado de nova economia. Além desses ainda existem os 
herdam negócios familiares e dão continuidade a empresas criadas há décadas. 
Este conjunto de fatores incentivou a discussão a respeito do empreendedorismo no Brasil, 
com ênfase em: 
Pesquisas acadêmicas sobre o assunto; 
Criação de programas específicos para o público empreendedor; 
As micro, pequenas e médias empresas têm grande importância no desenvolvimento da 
economia mundial, sendo responsável por cerca de 50% do PIB em alguns países e com 
tendências de crescimento. No Brasil, em 2003, a participação dessas empresas no PIB era da 
ordem de 25%. Maiores informações sobre a participação das MPME na economia brasileira 
são encontradas em Dolabela (2006, p.125). 
2. A Revolução do Empreendedorismo 
O mundo tem passado por diversas transformações em curtos períodos de tempo, 
principalmente no século XX, quando foram criadas a maioria das invenções que 
revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Essas invenções foram frutos de inovações, de 
algo inédito ou de novas formas de utilizar coisas já existentes. Por trás dessas invenções, 
existem grupos de pessoas que buscam fazer acontecer, ou seja, os empreendedores.
Ao longo do tempo, alguns conceitos administrativos predominaram, em virtudes de 
contextos sócio-políticos, culturais, desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento e 
consolidação do capitalismo, entre outros. 
A Figura 1 abaixo apresenta quais foramos conceitos mais determinantes em cada época. 
O ensino e discussão sobre empreendedorismo tem se intensificado nos últimos anos 
principalmente devido ao rápido avanço tecnológico, que requer um número cada vez maior 
de empreendedores. O avanço tecnológico aliado com a sofisticação da economia e dos meios 
de produção e serviços gerou uma necessidade de formalização de conhecimentos que antes 
eram obtidos de forma empírica. Esses fatores nos levam ao que é chamado atualmente de “A 
era do Empreendedorismo”, pois são os empreendedores que estão atualmente criando novas 
relações de trabalho, novos empregos, quebrando antigos paradigmas e gerando riqueza para 
a sociedade. 
Dada sua importância para o desenvolvimento da economia, o empreendedorismo tem sido 
centro de políticas públicas em diversos países, conforme relacionado nos exemplos abaixo: 
Reino Unido: Em 1998 publicou um relatório a respeito do seu futuro competitivo, o qual 
enfatizava a necessidade de se desenvolver uma série de iniciativas para intensificar o 
empreendedorismo na região; 
Alemanha: Tem estabelecido vários programas que destinam recursos financeiros, e apoio na 
criação de novas empresas. Na década de 90, aproximadamente 200 centros de inovação 
foram criados, provendo espaço e outros recursos para empresas start-ups; 
Finlândia: Em 1995, o decênio do empreendedorismo foi lançado na Finlândia com vistas a 
criar uma sociedade empreendedora, promover o empreendedorismo como uma fonte de 
geração de emprego e incentivar a criação de novas empresas; 
Israel: Programa de Incubadoras Tecnológicas(+ de 500 negócios já foram criados nas 26 
incubadoras do projeto). Houve ainda uma avalanche de investimento de capital de risco nas 
empresas israelenses, sendo que mais de 100 empresas criadas em Israel encontram-se com 
suas ações na NASDAQ (Bolsa de ações de empresas de tecnologia e Internet, nos EUA). 
França: Iniciativas para promover o ensino de empreendedorismo nas universidades, 
particularmente para engajar os estudantes. Incubadoras baseadas nas universidades estão 
sendo criadas; uma competição nacional para novas empresas de tecnologia foi lançada; e 
uma fundação de ensino do empreendedorismo foi estabelecida. 
3. Empreendedorismo no Brasil 
O desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil se deu a partir da década de 90 com a 
criação de entidades como o SEBRAE e SOFTEX. Antes deste período, o ambiente político e 
econômico do país não eram propícios e os empreendedores não encontrava informações 
suficientes no desenvolvimento de seus negócios.
4. Análise Histórica do Surgimento do Empreendedorismo 
A palavra Empreendedor tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa 
algo novo. Uma análise histórica do desenvolvimento do empreendedorismo é proposta por 
Hisrish (1986): 
Primeiro uso do termo O primeiro exemplo de definição de empreendedorismo pode ser 
creditado a Marco Pólo, que tentou estabelecer uma rota comercial com o oriente. Neste caso 
o empreendedor corria os riscos físicos e emocionais, enquanto o capitalista assumia os riscos 
de forma passiva. 
Idade Média 
O termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de 
produção. Não assumia riscos e gerenciava projetos com recursos disponibilizados geralmente 
pelo governo. 
Século XVII 
Primeiros indícios da relação entre assumir riscos e empreendedorismo. Relação entre 
empreendedor e governo, onde o primeiro assumia a responsabilidade por prestar algum 
serviço ou fornecer produtos ao governo, por meio de um contrato estabelecido entre as 
partes. Nesses contratos geralmente os preços eram pré-fixados, sendo que qualquer lucro ou 
prejuízo que viesse a ocorrer era de inteira responsabilidade do empreendedor. Neste período, 
Richard Cantillon, foi um dos primeiros a diferenciar oempreendedor (que assume os riscos) do 
capitalista (que fornece o capital necessário). 
Século XVIII 
Neste período o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, devido 
provavelmente ao início da industrialização que ocorria no mundo. (Exemplo: Thomas Edison). 
Séculos XIX e XX 
Neste período os empreendedores foram frequentemente confundidos com os gerente s ou 
administradores, sendo analisados como aqueles que organizam, planejam, dirigem e 
controlam as ações desenvolvidas na organização, a serviço do capitalista. 
5. Conceituando Empreendedorismo 
A definição acima, de Joseph Schumpeter, é uma das mais antigas e que talvez melhor reflita o 
espírito empreendedor. Outras definições do termo Empreendedorismo foram desenvolvidas, 
com abordagens diferentes, conforme relacionado abaixo: 
• Kirzner (1973) – O empreendedor é aquele que cria equilíbrio, encontrando uma posição 
clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na 
ordem presente;
• Harvard Business School - Empreendedorismo é “a identificação de novas oportunidades de 
negócio, independentemente dos recursos que se apresentam disponíveis ao empreendedor”; 
• Babson College - define o termo de forma ainda mais abrangente: “empreendedorismo é 
uma maneira holística de pensar e de agir, sempre com obsessão por oportunidades, e 
balanceada por uma liderança”. 
O ato de empreender está relacionado à identificação, análise e implementação de 
oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor. Isto pode ocorrer 
através da criação denovas empresas, mas também ocorre em empresas já estabelecidas, 
organizações com enfoque social, entidades de natureza governamental etc. Por trás destes 
negócios estão indivíduos diferenciados, conhecidos por empreendedores. 
O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar 
sobre ela, assumindo riscos calculados. Os seguintes aspectos referentes ao empreendedor 
são encontrados em qualquer definição de Empreendedorismo: 
• Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; 
• Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e 
econômico onde vive; 
• Aceita assumir riscos e a possibilidade de fracassar. 
6. O Processo Empreendedor 
O processo empreendedor inicia-se quando fatores externos, ambientais e sociais aliados às 
aptidões pessoais do empreendedor surgem, possibilitando o início de um novo negócio. A 
Figura 2 apresenta os fatores que influenciam no processo empreendedor. 
Quando se fala em inovação, a semente do processo empreendedor, remete-se naturalmente 
ao termo de inovação tecnológica como o principal diferencial do desenvolvimento econômico 
mundial. O Desenvolvimento econômico é dependente de quatro fatores críticos, que devem 
ser analisados para então entender o processo empreendedor, são eles: 
• Talento – Pessoas; 
• Tecnologia – Idéias; 
• Capital – Recursos; 
• Know-how – Conhecimento. 
Fases do Processo Empreendedor 
As fases do Processo Empreendedor são (i) identificação e avaliação de oportunidades; (ii) 
Desenvolvimento do Plano de Negócios; (iii)Determinação e captação dos recursos 
necessários; e (iv) Gerenciamento da empresa criada. 
Embora sejam apresentadas de forma seqüencial, nenhuma delas precisa ser totalmente 
concluída para que se inicie a seguinte. Por exemplo, ao se identificar e avaliar uma 
oportunidade, o empreendedor deve ter em mente o tipo de negócio que deseja criar. Muitas
vezes ocorre ainda um outro ciclo de fases antes de se concluir o processo completo. 
É o caso em que o empreendedor elabora o seu primeiro plano de negócios e, em seguida, 
apresenta-o para um capitalista de risco, que faz várias críticas e sugere ao empreendedor 
mudar a concepção da empresa antes de vir procurá-lo de novo. Nesse caso, o processo 
chegou até a fase 3 e voltou novamente para a fase 1, recomeçando um novo ciclo sem ter 
concluído o anterior. O empreendedor não deve se desanimar diante dessa situação, que é 
muito freqüente. 
7. Referências 
Este texto foi extraído da apostila Maurício Vasconcellos Leão Lyrio, Florianopólis, SC. 
http://mauriciovll.files.wordpress.com/2008/03/empreendedorismo_apostila.pdf 
Este texto originalmente é uma compilação de informações extraídas das obras abaixo 
relacionadas: 
Referência Básica 
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transformando idéias em negócios. Rio de 
Janeiro: Campus, 2001. (capítulos 1 e 2) 
Bibliografia Complementar 
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luíza. São Paulo: Ed. Cultura, 2006. 
DRUCKER, Peter F. Inovação e Espírito Empreendedor: Prática e Princípios. São Paulo: 
Thomson, 2002. (Introdução) 
Última atualização: terça, 1 abril 2014, 09:49 
O empreendedorismo “moderno”, se é que podemos chamá-lo assim, parece ser um filhote da 
globalização – que também, no nosso modo de ver, não passa de modismo. Em algum 
momento passará, considerando que as nações do mundo, mesmo as mais humi ldes, estão se 
conscientizando gradativamente dessa armadilha que os americanos lhes impuseram e 
começam a se organizar em blocos para poderem competir em condições mais justas com os 
grandes blocos econômicos. O presente trabalho objetiva apresentar uma análise do 
empreendedorismo do modo como é apresentado no Brasil, porém sem o romantismo e 
supervalorização comumente presente nas resenhas, artigos e palestras sobre o assunto. Nele 
são enfatizadas não apenas as vantagens, mas também as desvantagens do 
empreendedorismo, na tentativa de estimular uma reflexão mais aprofundada a esse respeito. 
O empreendedorismo éútil, é positivo e importante para o desenvolvimento de países e 
regiões. Mas não é o mar de rosas que apregoam. Precisa ser melhor pensado, para que os 
seus adeptos não sejam pegos de surpresa ao se tornarem empreendedores. 
2 
Uma rápida história do empreendedorismo
O termo “empreendedor” é derivado da palavra francesa entrepreneur, usada pela primeira 
vez em 1725, pelo que se sabe, pelo economista irlandês Richard Cantillon, reconhecido por 
muitos historiadores como o grande teórico da economia, segundo o qual o “entrepreneur é o 
indivíduo que assume riscos.” 
www.bocc.ubi.pt 
Edmundo Brandão Dantas 
Em 1814, o economista francês Jean-Baptiste Say (1767-1832), usou a palavra para identificar 
o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor de produtividade baixa para um 
setor de produtividade mais elevado. Say, além de sua enorme contribuição ao 
desenvolvimento da teoria econômica, enfatizou a importância do empreendedor para o bom 
funcionamento do sistema econômico. Na visão de Best (2007) apud Machado (2007), em seu 
artigo “O empreendedor no centro”, publicado na edição de 15 de fevereiro de 2007 da revista 
francesa Challenges, afirma que: 
Jean-Baptiste Say costuma ser descrito como um seguidor das idéias de Adam Smith, mas na 
verdade ele vai muito além. "É o primeiro economista da oferta", afirma Jean -Pierre Potier, 
que dirigiu a coletânea universitária Jean-Baptiste Say, nouveaux regards sur son oeuvre 
(Éditions Economica). Ele insiste nas condições da produção, valorizando o papel do 
empreendedor. Para os clássicos do século XVIII, a sociedade se dividia em trabalhadores, 
rentistas ecapitalistas. Jean-Baptiste Say recusou essa visão. A seus olhos, cada um pode 
desempenhar uma dessas funções num momento ou outro. Esse enfoque será retomado 
posteriormente pela escola neoclássica. 
Brue (2005) também realçou essa preocupação permanente de Say com a eficiência e o 
empreendedorismo, afirmando que o economista francês contribuiu para a teoria moderna 
dos custos do monopólio ao apontar que os monopolistas não apenas criaram o que 
atualmente chamamos de perdas de eficiência (ou perdas de peso morto), mas também 
usaram os recursos escassos na sua concorrência para obter e proteger suas posições de 
monopólio. Finalmente, Say contribuiu para o pensamento econômico, ao enfatizar o 
empreendedorismo como o quarto fator de produção, junto com os demais fatores: terra, 
trabalho e capital. Em 1871, Carl Menger, economista austríaco definiu o empreendedor como 
“aquele que antecipa necessidades futuras”. Em 1921, o norte -americano Frank Knight 
afirmou que “o que distingue o empreendedor é a capacidade de lidar com a incerteza”. Knight 
classificou três tipos de incerteza: 
Empreendedorismo e Intra-Empreendedorismo 
– O risco, que é mensurável estatisticamente (como a probabilidade de sortear uma bola 
vermelha a partir de um recipiente contendo 5 bolas vermelhas e 5 bolas brancas). A 
ambigüidade, falta de clareza quanto ao que pode acontecer, difícil de medir estatisticamente 
(como a probabilidade de sortear uma bola vermelha de um recipiente contendo 5 bolas 
vermelhas mas com um número desconhecido de bolas brancas). A Incerteza Verdadeira ou 
Incerteza Knightiana, que é impossível de seestimar ou predizer estatisticamente (como a 
probabilidade de sortear uma bola vermelha de um recipiente cujo número de bolas 
vermelhas é desconhecido, assim como o número de bolas de outras cores).
O que se verifica em grande parte das vezes é que os atos de empreendedorismo são sempre 
associados com a incerteza verdadeiras, particularmente quando envolve trazer algo 
realmente novo para o mundo, cujo mercado nunca (ou ainda não) existe. Por exemplo: Antes 
da Internet, ninguém conhecia o mercado para negócios relacionados à Internet, como a 
Amazon, o Google, o YouTube, o Yahoo etc. Somente depois que a Internet emergiu foi que as 
pessoas começaram a ver oportunidades e mercado nessa tecnologia. Entretanto, mesmo que 
um mercado já exista, digamos que um mercado para bebidas à base de cola (que foi criado 
pela Coca-Cola), não há garantia de que um mercado existe para um novo player em particular 
na categoria de colas. Em 1949, outro economista austríaco, Ludwig von Mises, afirmou que, o 
“empreendedor é o tomador de decisões”. Mises analisou a formação dos preços até o ponto 
em que as pessoas fazem as suas escolhas. Trata-se, na verdade, de uma explicação de como 
se formam os preços e não sobre como eles deveriam se formar. Para ele, a ação humana 
abrange todos os aspectos das ciências econômicas, merecendo destaque a questão sobre o 
cálculo econômico. Mises demonstrou, claramente, a inviabilidade do socialismo, uma vez que 
este não conta com um sistema de formação de preços de mercado. Por exemplo: se para a 
produção de um determinado bem existem dois métodos de produção, o mais eficaz ou mais 
barato só pode seridentificado mediante um sistema de preços gerado numa economia de 
mercado; num regime em que as trocas voluntárias são substituídas por decisões burocráticas, 
o sistema de preços desaparece deixando os agentes sem a orientação mais importante para 
as suas escolhas. Já para Friedrich von Hayek (1959), também austríaco e economista, o 
empreendedorismo envolve não apenas risco, mas, sobretudo, conduz a um processo de 
descoberta das condições produtivas e das oportunidades de mercado por parte dos próprios 
atores sociais. Um pouco mais tarde, outro economista austríaco, Joseph Schumpeter, voltou a 
abordar o empreendedor e seu impacto sobre a economia. Para Schumpeter (1950), um 
empreendedor é uma pessoa que deseja e é capaz de converter uma nova idéia ou invenção 
em uma inovação bemsucedida e sua principal tarefa é a “destruição criativa”, a qual se dá 
através da mudança, ou seja, através da introdução de novos produtos ou serviços em 
substituição aos que eram utilizados. A destruição criativa, na visão de Schumpeter (1950), 
podia ser sintetizada na prática de se criar novas organizações ou de revitalizar organizações 
maduras, particularmente novos negócios, geralmente em resposta a oportunidades 
identificadas. Segundo Schumpeter (1950), o empreendedorismo força a destruição criativa 
através dos mercados e indústrias, criando, simultaneamente, novos produtos e modelos de 
negócios. Assim, a destruição criativa é grandemente responsável pelo dinamismo das 
indústrias e pelo crescimento econômico de longo prazo. Ao longo do tempo, contudo, 
verificou-se que a destruiçãocriativa não é uma tarefa fácil. Afinal, em todo o mundo, grande 
parte dos novos negócios falha, o que torna as atividades empreendedoras substancialmente 
diferentes, dependendo do tipo de organização que se está criando. As discussões sobre o 
empreendedorismo vêm se perpetuando até os dias mais recentes, com diversos autores 
apresentando várias contribuições sobre o assunto, conforme ilustra o quadro a seguir:
Empreendedorismo e Intra-Empreendedorismo 
Quadro: Contribuições para o entendimento do empreendedorismo Ano Autor Contribuição 
1961 Mc Clelland Identifica três necessidades do empreendedor: poder, afiliação e sucesso 
(sentir que se é reconhecido), e afirma que: “o empreendedor manifesta necessidade de 
sucesso”. 1966 Rotter Identifica o locus de controle interno e externo: “o empreendedor 
manifesta locus de controle interno”. 1970 Drucker O comportamento do empreendedor 
reflete uma espécie de desejo de uma pessoa em colocar sua carreira e sua segurança 
financeira na linha de frente e correr riscos em nome de uma idéia, investindo muito tempo e 
capital em algo incerto. 1973 Kirsner “Empresário é alguém que identifica e explora 
desequilíbrios existentes na Economia e está atento ao aparecimento de oportunidades”. 1982 
Casson “O empreendedor toma decisões criteriosas e coordena recursos escassos”. 1985 
Sexton “O empreendedor consegue ter uma grande tolerância e Bowman à ambigüidade”. 
1986 Bandura “O empreendedor procura a auto-eficácia: controle da ação humana através de 
convicções que cada indivíduo tem, para prosseguir autonomamente na procura de influenciar 
a sua envolvente para produzir os resultadosdesej ados”. 2002 William “O empreendedor é a 
máquina de inovação do livre Baumol mercado”. 
Enquanto os teóricos discutem os meandros do empreendedorismo, este vem alcançando 
desde projetos individuais (mesmo que envolvam o empreendedor apenas temporariamente) 
até tarefas maiores, que criam oportunidades de emprego, o que destaca a sua importância no 
mercado. Na cultura da vida americana, o empreendedorismo é visto largamente como um 
player integral e, particularmente, como um motor para a geração de empregos e para o 
crescimento econômico. Muitos empreendimentos de risco buscam capital de risco ou angel 
funding para levantar capital para construir o negócio. O termo angel vem de uma prática que 
ocorria no início dos anos 1900, quando homens de negócios muito ricos investiam nas 
produções da Broadway. Os angel investors são indivíduos que investem em negócios, além 
de um envolvimento mais profundo no negócio, um retorno maior do que obteriam se 
investissem em investimentos tradicionais, e que geralmente oscilam entre 20% a 30%. 
Grande parte desses investidores são empreendedores bem-sucedidos que desejam ajudar 
outros empreendedores a fazer com que seu negócio decole. Os valores investidos variam, 
mas usualmente situam-se entre US$150.000 e US$1,5 milhão. Muitas organizações atuais 
foram criadas para apoiar futuros empreendedores, incluindo agências especializadas do 
governo, incubadoras de empresas, parques científicos e algumas ONGs (Organizações Não - 
Governamentais). Uma pergunta pertinente, que permeia a história do empreendedorismo é: 
se ummercado existe, ele existe para o empreendedor? 
O empreendedor e o ego empreendedor 
Especialistas que estudam a personalidade empreendedora mostraram que certos traços 
parecem ser associados aos empreendedores. Cole (1959) apontou a existência de quatro 
tipos de empreendedores: o inovador, o inventor, o promotor super-otimista e o construtor de 
organização. McClelland (1961) descreveu o empreendedor como motivado primeiramente 
por uma irresistível necessidade de realização e por um forte impulso para construir. Collins e 
Moore (1970) estudaram 150 empreendedores e concluíram que eles são pessoas difíceis e
pragmáticas guiadas por necessidades de independência e impulsos. Eles raramente 
concordam em se submeter a alguma autoridade. Cooper, Woo e Dunkelberg (1988) 
discutiram que os empreendedores exibem extremo otimismo em seus processos de tomada 
de decisões. Em um estudo com 2994 empreendedores, eles reportaram que 81% dos 
entrevistados indicaram que seus diferenciais de sucesso eram superiores a 70% e que 33% 
deles só admitiam o sucesso. Bird (1992) vê os empreendedores como instáveis, isto é, 
propensos a insights, brainstorms, decepções, engenhosidade e desembaraço. São astutos, 
oportunistas, criativos e racionais. Busenitz e Barney (1997) alegam que os empreendedores 
são pro-Empreendedorismo e Intra-Empreendedorismo pensos a serem super-confiantes e 
inclinados a generalizações exageradas. Todos esses tipos não estão relacionados à 
personalidade, mas ao tipo de oportunidade que aparece para o empreendedor. De acordo 
com Mc Clelland (1956), o empreendedor é motivado acima detudo por ascensão profissional. 
Uma vez que os objetivos de sua organização são simplesmente uma extensão de si mesmos, 
podese concluir, conforme McClelland (1956), que o objetivo dominante da organização que 
opera no modo empreendedor é o crescimento, a mais tangível manifestação de ascensão. 
Como bem frisou em seu artigo “O Ego Empreendedor”, da revista Fortune, (McCLELLAND, 
1956, p. 25):A maioria dos presidentes jovens têm mais urgência em construir do que em 
manipular: “A expansão é um tipo de doença entre nós”, diz um presidente. “Vamos enfrentá - 
la”, diz outro. “Nós somos construtores de impérios. A tremenda compulsão e obsessão não é 
fazer dinheiro, mas construir um império”. 
Pode-se verificar, segundo os pontos de vista dos diversos autores aqui apresentados, que a 
oportunidade de manter-se sempre para frente é, a principal vantagem percebida por aqueles 
que optam pela vida empreendedora. 
Características e contribuições do empreendedorismo 
Segundo Falcão (2008, p. 1), há pelo menos quatro motivos para o empreendedorismo: 
– Há empreendedorismo por necessidade. É quando as pessoas não têm liberdade, entendida 
como capacidades mínimas de inserção na economia, e passam a viver em condições 
précapitalistas, praticando atividades de subsistência, o escambo ou a pirataria. – Há 
empreendedorismo por vocação. É quando há liberdade de acesso às oportunidades do 
mercado. Quer dizer, é quando o acesso a oportunidades desenvolve o instinto empreendedor 
das pessoas, ou seja, a especialidade em saber identificar possibilidades e calcular os riscos do 
negócio.– Há o empreendedorismo inercial. É quando o ambiente institucional é frágil e as 
empresas prosperam com base nas relações interpessoais de seus dirigentes. São, em geral, os 
negócios que passam de pai para filho independentemente de capacidade empresarial. Nesse 
caso, o ambiente legal cria estruturas tributárias privilegiadas e mercados preferenciais que 
viabilizam o sucesso do empreendimento, mesmo quando não existe um espírito 
empreendedor, mas sim uma boa alma do negócio que favorece o empreendimento. – 
Finalmente, há o empreendedorismo pelo conhecimento. Esta é a forma de empreender do 
futuro porque somente o conhecimento une o espírito animal empreendedor à alma do 
negócio do ambiente empresarial. 
Os artigos e livros que tratam do empreendedorismo costumam apresentá-lo como a solução
para todos ao males. É raro encontrar, por exemplo, documentos que discutam não apenas as 
vantagens do empreendedorismo, mas também as suas desvantagens. O resultado disso se 
reflete em um mercado que parece formado por pessoas iludidas, e que apresentam uma 
percepção pouco condizente com a realidade da vida empresarial. Enfatiza-se nos livros e 
artigos, por exemplo, que o empreendedor tem uma visão entusiástica, força maior de uma 
empresa, usualmente sustentada por um conjunto de idéias específicas interligadas não 
disponíveis para o mercado. Isto se torna verdade, pelo modo como ele é “bomb ardeado” de 
informações irreais. Ser empreendedor é bom, o mercado é promissor, obter crédito é fácil e 
outras coisas do gênero. Sob a ótica da maioria dos autores, o empreendedor é aquele que 
elabora um plano geral claro para realizar avisão, ainda que detalhamentos possam ser 
incompletos, flexíveis e mutáveis. A afirmativa é correta, à medida que os empreendedores 
costumam ter uma visão sonhadora, ainda que nem sempre consigam realizá-la por excesso de 
otimismo, forjado, talvez, pela propaganda enganosa das grandes empresas e entidades que 
estimulam o empreendedorismo. Realizar planos de ação detalhados, entretanto, não é 
mesmo o forte dos empreendedores. Eles parecem não ter a paciência exigida para tal. 
Outra realidade do empreendedor é que ele promove a visão com paixão entusiástica. Há, 
entretanto, um único senão: essa promoção da visão com tanta paixão, dura apenas pouco 
tempo, considerando que o forte do empreendedor não é o planejamento estratégico. O 
empreendedor é adaptativo por natureza. O seu planejamento é moldado às contingências do 
ambiente, as ações, em grande parte das vezes, são ações do tipo apaga-incêndio. Há quem 
afirme que o empreendedor assume a responsabilidade inicial de tornar a visão bem-sucedida 
e que desenvolve estratégias para tornar a visão em realidade, com persistência e 
determinação. Discordamos parcialmente dessa afirmativa. O discurso inicial do 
empreendedor é mesmo de assunção de responsabilidade quanto a tornar sua visão bem-sucedida. 
Afinal, por ser um entusiasta, infelizmente mal informado, tem um discurso inicial 
excessivamente otimista. Com o passar do tempo, quando a dura realidade do mercado 
mostra a cara, o discurso arrefece: impostos e taxas em excesso para pagar, disputa desleal de 
mercado, mão-de-obra ineficiente, falta de planejamento,desconhecimento de marketing, 
desconhecimento de finanças. Essa situação cruel, mas real, faz com que o empreendedor se 
retraia. Ainda que os grandes teóricos sobre o assunto afirmem categoricamente que 
empreendedorismo é risco, o empreendedor, ao começar a entender a rudeza do mercado, 
passa a assumir riscos com mais prudência. Este fato funciona como um banho de água fria no 
espírito empreendedor, que tende a perder o élan inicial. Somente quando a percepção clara 
da realidade bate na cabeça do empreendedor é que ele começa a se preocupar em buscar 
informações sobre a avaliação de custos, as necessidades do mercado/clientes e a importância 
do trabalho em equipe. O empreendedor, que é, usualmente, um pensador positivo e um 
tomador de decisões, nesse momento, repensa seu modo de ser como empresário, já que 
descobre que o seu conhecimento é limitado e que ele deveria ter procurado uma ajuda 
consistente, antes de abrir seu negócio. Não são raros os empreendedores que colocam uma 
empresa “no ar”, sem sequer se preocuparem com estudos de mercado. Não são raros 
também, aqueles empreendedores que montam seus negócios baseados em estudos de 
mercado e planos de negócios superficiais. 
Diante de tantas situações adversas, o empreendedorismo brasileiro, que poderia ser de 
grande utilidade para o país, perde parte de sua força. As contribuições que ele oferece, como
o desenvolvimento de novos mercados, a descoberta de novas fontes de materiais, a 
mobilização recursos de capital, a introdução de novas tecnologias, indústrias e produtos e a 
criação de emprego, acontecem, mas nãona proporção que poderiam, e que seria desejável, 
acontecer. 
Vantagens e desvantagens do empreendedorismo 
Os livros e artigos sobre empreendedorismo são pródigos em apontar as vantagens dessa 
proposta de gestão. Entre as mais destacadas está a possibilidade de o empreendedorismo 
gerar “enorme” (mantemos a palavra, de acordo como são usadas nos livros sobre o assunto) 
ganho financeiro pessoal, o que pode ser verdade, se o empreendedor for, de fato, uma 
pessoa preparada e ciente de suas reais capacidades e limitações. O que se vê no mercado, 
entretanto, são empreendedores que têm uma grande capacidade de erguer empresas, mas 
que são limitados ao geri-las. O resultado são empresas que abrem e crescem muito rápido, 
mas que morrem também muito rapidamente, porque não são bem administradas. Outra 
vantagem alardeada nos livros sobre empreendedorismo é a sua capacidade de gerar auto-emprego, 
oferecendo mais satisfação no trabalho e flexibilidade para a força de trabalho. Em 
que pese concordarmos que essa pode ser uma vantagem, discordamos que o autoemprego, 
de modo geral, possa garantir mais satisfação no trabalho e flexibilidade para a força de 
trabalho. São notórios os casos de micro e pequenas empresas que apresentam grande 
rotatividade de pessoal por insatisfação. As pessoas que nelas trabalham o fazem por simples 
falta de uma oportunidade melhor, mas, quando essa oportunidade chega, elas não vacilam 
nem um segundo em mudar de empresa. O mais curioso é que os empreendedores, 
empresários donos dessas empresas, raramente fazem alguma coisa para reter os bons 
empregados. Há quem defenda também que oempreendedorismo gera empregabilidade para 
outros, em geral em trabalhos melhores. É inquestionável que o empreendedorismo gere 
empregabilidade, mas daí a afirmar que gere trabalhos melhores parece ser uma falácia. Na 
maioria das vezes, 
o que se vê é a geração de subempregos, com alta rotatividade. Os empreendedores 
brasileiros, respaldados talvez por informação de qualidade duvidosa, tendem a não perceber 
a importância da mão-de-obra especializada. Recrutam mal, selecionam mal e, salvo raras 
exceções, oferecem treinamento, ainda assim de baixa qualidade, aos seus empregados. 
Parece natural, portanto, que a rotatividade de mão-de-obra seja tão grande nas pequenas e 
micro empresas brasileiras. O desenvolvimento de mais indústrias, especialmente em áreas 
rurais ou regiões em desvantagem causada por mudanças econômicas, também é apontado 
como uma vantagem do empreendedorismo. Mas essa vantagem só se sustenta em situações 
de certa estabilidade. Se houver uma radical mudança econômica e as empresas não se 
adequarem rapidamente, o que não costuma acontecer nas empresas empreendedoras, em 
função do planejamento deficiente, estas não se mantêm e tendem ao fracasso. Uma 
vantagem importante do empreendedorismo é o encorajamento do processamento de 
materiais locais em bens acabados para consumo doméstico, bem como para exportação. 
Exemplo disso são as empresas que trabalham com artesanato de alta qualidade, que 
encontram mercado certo e constante para seus produtos, principalmente no âmbito 
doméstico. Há que considerar, entretanto, que o processo de exportação no Brasilé altamente 
complexo e burocrático, além de exigir, das empresas que desenvolvem produtos para
exportação, investimentos muitas vezes incompatíveis com a sua capacidade de pagamento. O 
resultado é que essas empresas assumem dívidas astronômicas e se tornam reféns de bancos 
por toda uma vida, colocando em risco o patrimônio que levaram muito tempo para construir. 
Outras vantagens, citadas praticamente em todos os livros e artigos sobre empreendedorismo 
são:– Geração de renda e aumento do crescimento econômico; – Competição saudável, que 
estimula a criação de produtos de maior qualidade; – Mais bens e serviços disponíveis; – 
Desenvolvimento de novos mercados; – Promoção do uso de tecnologia moderna em pequena 
escala; – Fabricação para estimular o aumento de produtividade; www.bocc.ubi.pt 
– Encorajamento de mais pesquisas e estudos e desenvolvimento de máquinas e 
equipamentos modernos para consumo doméstico; – Desenvolvimento de qualidades e 
atitudes empreendedoras entre potenciais empreendedores, que podem contribuir para 
mudanças significativas em áreas distantes; – Liberdade em relação à dependência de 
empregos oferecidos por outros; – Redução da economia informal; – Emigração de talentos 
pode ser impedida por um melhor clima de empreendedorismo doméstico. 
Temos que olhar todas essa vantagens, entretanto, com olhar crítico, pois a forma como elas 
são apresentadas levam a um forte viés de percepção. Concordamos que o 
empreendedorismo realmente possa gerar todas essas vantagens, mas o que as entidades e 
autores adeptos do mesmo tentam mostrar é que tais vantagens são verdadesabsolutas. Não 
são. Há casos de sucessos, e esses são mostrados constantemente em programas de televisão, 
revistas e em cases apresentados em congressos e seminários sobre empreendedorismo, mas 
há inúmeros casos de fracasso, que povoam a realidade das micro e pequenas empresas 
brasileiras. Esses, quase ninguém mostra. Defendemos que os fracassos não são culpa dos 
empreendedores, mas das entidades e consultores que os orientam, que vendem uma imagem 
irreal do empreendedorismo brasileiro. Se lá fora as coisas funcionam melhor, porque há 
legislações melhores, cargas tributárias menores e uma visão mais clara do 
empreendedorismo, aqui, como se diz na gíria, “o buraco é mais embaixo”. Ser empreendedor 
no Brasil é um verdadeiro desafio, quase uma luta inglória. Montar um negócio é 
relativamente fácil e, conforme certos casos, até barato. Mantê-lo, entretanto, é outra estória. 
Em nosso país, por exemplo, as faculdades e universidades que estimulam o 
empreendedorismo, ainda que tenham muitas vezes uma boa estrutura de incubadoras para 
novas empresas, tendem a não estimular o conhecimento teórico aprofundado. Na verdade, 
elas incentivam a prática em detrimento da teoria. Os cursos passam a idéia do 
empreendedorismo de forma superficial, como se para ser empreendedor não se necessitasse 
conhecer profundamente as teorias de gestão. Em nossa longa experiência como professor 
universitário (são quase 20 anos de 
experiência acadêmica), percebemos, como resultados dessa distorção, alunos que acham que 
para ser um empreendedor bastam disciplinas práticas. Ninguémquer saber de aprender 
filosofia, metodologia científica, estatística, matemática, psicologia, ou mesmo as teorias 
relacionadas à gestão, como planejamento estratégico, marketing ou recursos humanos. 
Alguém colocou em suas cabeças que o que vale é a prática e só a prática. Ao iniciarmos uma 
disciplina, a primeira pergunta dos alunos é se ela é prática ou simplesmente teórica. Se 
afirmamos que ela é mais teórica, a reclamação é inevitável, pois eles acham que a teoria é 
dispensável. Um dos efeitos desse problema pode ser, por exemplo, o estímulo à criação de
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Empreendedorismo modelos para elaboração

  • 1. Um empreendedor deve estar consciente de que quem sobe no pódio sem riscos triunfa sem glória. Ele não acredita em sorte, azar, destino, mas nas ferramentas que tem para ser autor da sua história. Para ser empreendedor é necessário trabalhar perdas e frustrações. É necessário superar as dores da existência e usá-las para esculpir a personalidade. A sociedade, as universidades, as empresas, as famílias, as igrejas e demais instituições sociais precisam de empreendedores. Os empreendedores são o oxigênio, e a inspiração da sociedade. São os empreendedores que fazem a diferença nos ambientes. Eles ajudam, abrem caminhos, conquistam, enxergam o que não está diante dos olhos, corrigem erros, previnem falhas, motivam pessoas, trazem soluções que ninguém trouxe. Você é um empreendedor? Gostaria de sê-lo? A vida é um labirinto: a diferença entre um grande e um pequeno líder Se você almeja ser um empreendedor, terá de enfrentar a vida de forma diferente. Terá de enxergar a família, o trabalho e as instituições como labirintos exteriores. Terá também de enfrentar o anfiteatro dos pensamentos, o território da emoção e os solos da memória como labirintos interiores. Em cada labirinto, há lições para aprender e terrenos para ser conquistados. Por que enxergar os ambientes em que vivemos como labirintos? Porque eles têm curvas imprevisíveis, compartimentos desconhecidos, situações inesperadas. Os que desejam ser empreendedores precisam ter consciência de que a vida é uma grande escola, mas pouco ensina para quem não sabe ser um aluno... Seu maior desafio será penetrar nesses labirintos e explorá-los saudavelmente. Para isso precisará de coragem para caminhar e humildade para corrigir rotas. Você tem essas características? Errará não poucas vezes, mas esse é o preço para as grandes conquistas. Precisará saber que mais grave do que errar é se omitir, não tentar. Ao entrar nesse labirinto, o grande perigo é achar que sabe, ser dominado pelo orgulho e não se colocar como eterno aprendiz. Quem acha que sabe educar poderá não conquistar seus filhos e alunos. Quem acha que entende do amor poderá perder quem ama. Quem está convencido de que sabe a melhor maneira de trabalhar poderá fechar o leque da sua inteligência para outras possibilidades. As crenças, os paradigmas e os preconceitos que estão nas matrizes da memória são seu maior obstáculo para ser um empreendedor. Um empreendedor deve ser uma pessoa aberta e ter um senso refinado de observação. Não podemos nos esconder atrás dos nossos diplomas, status, condição financeira. Devemos perceber rapidamente as pequenas mudanças e procurar tomar atitudes. Não espere o amor morrer para depois tentarressuscitá-lo. Não espere os filhos ficarem doentes para depois tratá-los. Não espere estar superado profissionalmente para depois tentar com desespero reciclar-se. Alguns lidam com as finanças de maneira inadequada. Não percebem que a vida é um labirinto, que ninguém conhece os eventos que o amanhã nos trará. Gastam mais do que ganham, tratam seu dinheiro como fonte inesgotável. Não percebem que o estresse financeiro é uma grande causa da ansiedade moderna. Muitas doenças psíquicas, relacionamentos desfeitos, empresas falidas seriam evitados se fôssemos mais rápidos para enxergar os problemas. Infelizmente, somos lentos para perceber
  • 2. as mudanças e lentos para reagir. Precisamos ser empreendedores. Todavia, se falharmos não devemos ter vergonha de dizer: "Eu errei". Se precisarmos de ajuda, não devemos ter receio de falar: "Ensine-me". Se errarmos o caminho, não devemos ter medo de recomeçar. Um empreendedor não é infalível nem perfeito. Ele cai e se levanta. Não lamenta os seus fracassos, agradece a possibilidade de estar no páreo. O anfiteatro da sua mente não é controlado pela teimosia e auto-suficiência, mas é uma esponja que absorve com modéstia as experiências dos outros. Ele sabe a diferença entre um pequeno líder e um grande líder. Um pequeno líder enxerga os grandes erros, um grande líder enxerga os pequenos erros; um pequeno líder vê a casa desmoronar, um grande líder enxerga as pequenas rachaduras e previne seu desabamento. Você é um grande líder? Enxerga os pequenos problemas? Exigindo flexibilidade e criatividade Na vida há situações imprevisíveis e inevitáveis. Precisamos da sabedoria para suportá-las, compreendê-las e superá-las. Há períodos em que o nosso trabalho transcorre muito bem, nossos íntimos nos amam, nossos amigos estão próximos,nossas metas são concretizadas. Conseguimos encontrar um "estoque" abundante de tudo o que mais amamos. Já encontrou uma pessoa que você ama e se sente feliz ao seu lado? Já conquistou um trabalho que o realiza e lhe dá prazer? Já encontrou pessoas que o admiram pelo que você é e não pelo que você tem? Há outros períodos em que as cobranças surgem, o tédio aparece, os amigos ficam distantes, as angústias criam raízes, o desânimo brota. Ficamos sem oxigênio. Aí entra o problema. Temos de escolher entre nos aventurarmos no labirinto para reconquistar o que perdemos ou ficarmos lamentando a situação, esperando um milagre ocorrer ou a sorte mudar. Mui tos esperam anos em vão. Morrem sem conquistar. São controlados pelo destino e não controlam seu destino. Nos momentos de turbulência, as dúvidas surgem. Será que o labirinto não é perigoso? Será que não sofrerei mais ainda ao percorrer lugares desconhecidos? Será que as pessoas não pensam que eu sou um derrotado? Será que não é mais fácil ficar paralisado do que mudar de atitude para conquistar o que eu amo? Será que vale a pena correr riscos para ser um pai melhor, um amigo mais profundo, um profissional mais competente, um amante mais sensível? Os que sucumbem ao calor das suas dúvidas e inseguranças são derrotados. Um empreendedor tem dúvidas, mas não é aprisionado por ela. Como você se comporta quando o que você mais ama está se dissipando? Fica com raiva, sente medo, culpa os outros? Um empreendedor não culpa os outros, mas decide mudar. Ele escolhe caminhos e não apenas detecta erros. Um professor empreendedor não apenas dá com maestria suas aulas, mas conquista o território da emoção dos seus alunos, conta-lhes história, conta as aventuras dos cientistas para produzir conhecimento, inspira-lhes ainteligência, prepara-os para a vida. Um executivo empreendedor não apenas trabalha bem com gráficos e dados lógicos, mas transmite sensibilidade, elogia seus liderados, vê além do horizonte, sorri no caos, demonstra que é nas dificuldades que se conquistam as melhores oportunidades. Um amante empreendedor não acha que o amor é inesgotável. Por isso, cultiva-o e irriga-o.
  • 3. Encanta sua esposa ou seu marido, seu namorado ou namorada. Liberta-se da prisão do ciúme e dá liberdade para quem ama. Não gasta energia tola com brigas e acusações. Sabe que a vida é tão breve como as gotas de orvalho que se dissipam ao calor do sol. Aproveita seu tempo, faz do seu relacionamento uma poesia, um canteiro de respeito e amor. As melhores coisas de sua vida precisam ser cultivadas. Infelizmente, alguns maridos só descobrem que suas esposas estão profundamente feridas por eles quando elas pedem o divórcio. Algumas esposas só percebem que seus casamentos estão destruídos quando a última gota de amor seca. Algumas pessoas só investem em qualidade de vida quando estão no leito de um hospital. Infelizmente, há muitas pessoas fechadas num casulo. São cultas, mas engessadas. São eloqüentes, mas não sabem falar a linguagem da emoção. Querem ser líderes em suas empresas e nas instituições, mas não são lideres de si mesmas. Se você souber abrir as janelas da sua mente, ampliar a arte de pensar e praticar as leis da qualidade de vida deste projeto, então, os labirintos que você vive não serão um terreno perigoso, um deserto, um cárcere, mas um ambiente em que você realizará seus mais belos projetos. Dez passos para se tornar um empreendedor 1- Antecipe-se às mudanças. Melhor do que corrigir erros é preveni-los. 2- Se não conseguir prevenir erros, apure seu senso de observação.Observe pequenos problemas (trincas) para evitar grandes desabamentos. 3- Não é possível evitar todos os riscos. Lembre-se: Quem vence sem risco é coroado sem glória. 4- Não lamente, não reclame, não culpe os outros, não se culpe. 5- Só não muda de idéias quem não tem idéias. Mude tantas vezes quantas forem necessárias. 6- Os ambientes em que você vive são labirintos. Tenha coragem para reconhecer erros e sensibilidade para corrigir rotas. 7 -Nunca desista de quem ama. 8- Nunca desista de si mesmo. 9- Controle seu destino e não seja controlado por ele. Construa suas oportunidades. 10- Faça da sua vida um grande desafio e um eterno aprendizado. Agradeça a Deus a oportunidade de existir e caminhar. Ao longo dos anos atuando como psiquiatra e psicoterapeuta e pesquisando os segredos da mente humana, tive uma convicção: Todo ser humano, seja ele rei ou súdito, intelectual ou iletrado, atravessa momentos difíceis e angustiantes. Infelizmente, como já disse, quando não temos problemas, nós os “fabricamos”. Basta sentir que precisa de alguém que você sofrerá frustrações. Basta amar e ter amigos que as incompreensões virão. Basta querer trabalhar em equipe e motivar pessoas que as discussões surgirão. Mas isso não depõe contra a vida, faz dela uma poesia. Quanto mais incrustado o ouro estiver na rocha, mais precioso ele será. Não pense que as pessoas sejam complicadas, pense que você é que não está tendo habilidade para conquistá-las. Não considere seu trabalho estressante. Você é que não está conseguindo transforma-lo num oásis. Para muitos, a dor é um problema; para os sábios, é a sua escola.
  • 4. Que tipo de história nós estamos escrevendo? Somos fagulhas vivas que cintilam durante poucos anos no teatro da vida e depois se apagam tão misteriosamentequanto acenderam. Nada é tão fantástico quanto a vida, mas nada é tão efêmero e fugaz quanto ela. Hoje estamos aqui, amanhã seremos uma página na história. Um dia, tombaremos na solidão de um túmulo e ali não haverá aplausos, dinheiro, bens materiais. Que história escrevemos? Que sementes plantamos? Se a vida é tão rápida, não deveríamos, nessa breve história do tempo, procurar os mais belos sonhos, as mais ricas aspirações? Pelo que vale a pena viver? Quais sonhos nos controlam? Quais são as nossas metas e os nossos maiores empreendimentos? Alguns têm depressão, ansiedade, estresse, não por conseqüências dos conflitos da sua infância, mas pela angústia f existencial, pela falta de um sentido de vida sólido. Lembre-se do que estudamos: alguns têm fortunas, mas mendigam o pão da alegria; têm cultura, mas falta-lhes o pão da tranqüilidade; têm fama, mas são parceiros da solidão. Erraram o alvo. Um dos mais populares cantores brasileiros disse certa vez que tinha tudo o que uma pessoa podia deseja ter, mas não tinha prazer de viver. Solidão, tédio, falta de sentido de vida e vazio existencial não faziam parte do dicionário do Mestre dos mestres. Até quando o corpo de Jesus morria na cruz, ele ainda era um grande empreendedor, um conquistador do território da emoção. Era capaz de surpreender as pessoas com frases inesquecíveis. O chefe da escolta dos soldados, encarregado de executar a sentença de Pilatos, apurou seu senso de observação aos pés da cruz e foi conquistado por ele. Cada reação de Jesus golpeou sua insensatez e abriu as janelas da sua inteligência. Deixe-me dar um exemplo dessas reações. Na hora mais dramática da crucificação, a primeira hora, Jesus sofreu uma dor insuportável. Não havia espaço para ter outra reação a não ser gritar, terreações violentas, reagir por instinto. Mas para a nossa admiração, ele esqueceu-se de si e bradou ao seu Pai que lhes perdoasse. Do ponto de vista psiquiátrico é impossível para um crucificado ter um raciocínio lúcido quanto mais afetivo e altruísta como o de Cristo. Ele disse que seus carrascos não sabiam o que faziam Expressou que eles eram escravos do sistema, cumpriam ordens refletir, não eram livres. Por isso, com lábios trêmulos, desculpou-os sem que eles lhe pedissem desculpas. Compreendeu homens incompreensíveis. Perdoou homens imperdoáveis. PAINEL I: pontos sugeridos para reflexão e discussão 1. Ser um empreendedor é criar oportunidades. Você tem criado oportunidades para ter grandes conquistas? Enfrenta seus labirintos com coragem ou tem medo do desconhecido? 2- Você percebe os pequenos problemas no seu trabalho, na relação com os filhos, esposa ou marido, ou só descobre quando o mundo está desabando? Você tem coragem para tomar atitude para reconquistar o que mais ama? 3- Você tem sido um profissional, um pai ou mãe, um jovem, um amante, empreendedor? Tem tido coragem para levantar e cair? Tem libertado sua criatividade para encantar as pessoas, trazer soluções que ninguém trouxe, prevenir erros, corrigir falhas? Enfim, você tem feito a diferença nos ambientes em que atua? 4- Você expõe ou impõe suas idéias? Você influencia positivamente o ambiente?
  • 5. 5- Você tem força, sabedoria e consolo nas situações de perdas, sabedoria nas tormentas? 1. Faça um relatório das características em “ser um empreendedor”, descritas no início desse capítulo, que você precisa desenvolver. 2-Entre os dez passos para ser um empreendedor, aponte o Que você mais precisa trabalhar na sua personalidade. 3- Não tenha medo dos fracassos, tenha, sim, receio de não tentar. Nãoengrosse a massa de pessoas frustradas, esteja preparado para os desafios sociais e profissionais. 4-A vida é um labirinto. Portanto, planeje sua vida. Nunca gaste mais do que ganha nem gaste tudo. Ninguém sabe Quais serão os vales Que vai atravessar no futuro. 5- Se você é um profissional, liberte-se do cárcere da insegurança e saia da zona de conforto dos seus diplomas, status e sucessos antigos. Seja um conquistador. Explore o desconhecido. 6- Se você é um estudante, valorize seus estudos. Ame a sua escola e seus professores. Tenha coragem. Empreenda sem medo de falhar, Se falhar, repense sua vida, mas não recue. Seja um pensador. Quem nunca pensou em abrir seu próprio negócio? Essa opção é cada vez mais levada em consideração por profissionais de todas as áreas. Fatores estratégicos como a terceirização e a expansão do setor de serviços colocaram as pequenas empresas em posição privilegiada na nova ordem mundial. Do ponto de vista individual, a pequena empresa tem sido vista como a saída sonhada por aqueles que querem trocar as amarras do trabalho assalariado pela aventura da auto-realização e do sucesso conquistado por meio do próprio esforço. Esses motivos são mais do que suficientes para a multiplicação das pequenas empresas. E, contraditoriamente, têm sido responsáveis também pelos transtornos enfrentados por grande parte dos negócios, que acabam fechando as portas. Saber conviver com o risco e tirar proveito das oportunidades são, talvez, as características mais necessárias para a atividade empresarial, as que realmente definem o perfil do empreendedor. Capacitar os novos empresários para superarem as dificuldades iniciais do seu novo projeto de vida, à frente do seu próprio negócio, é o objetivo deste programa do SEBRAE. Obviamente,não estamos oferecendo aqui fórmulas prontas ou receitas pré-fabricadas. Nem é disso que o futuro empreendedor precisa. O conhecimento e as atividades práticas que estamos desenvolvendo são acima de tudo um roteiro, uma espécie de moldura em que cada um terá, necessariamente, que colocar o seu talento, sua competência e, sobretudo, sua dedicação. Barreiras ao desenvolvimento de novos negócios a) Barreiras na área econômica - produção em série - oligopólios - linhas de crédito - falta de capital b) Barreiras na área de comportamento - centralização: não tem sistema de informação gerencial e de mercado
  • 6. - isolamento: o concorrente sempre visto como ameaça ( alta taxa de mortalidade 2. TEXTOS DE APOIO 2.1. POR QUE SER EMPRESÁRIO Muitos motivos levam as pessoas à idéia de abrir um negócio próprio. Os mais comuns são: • Vontade de ser independente, “mandar no seu próprio nariz”; • Ser o patrão em vez de empregado; • Ganhar muito dinheiro; • Dedicar mais tempo à família; • Sair da rotina, da mesmice; • Realizar outras aspirações além daquelas que lhe permitia a condição de empregado; • Provar para si e para os outros sua competência, sua capacidade de abrir e manter um negócio; • Trabalhar e tirar férias quando quiser. Ao fazer a opção, o empresário considera seu engajamento (econômico e psicológico) como um investimento mais gratificante que o trabalho assalariado. No entanto, ser empresário exige sempre sacrifícios que muitos não estão dispostos a fazer. Entre alguns desses "ossos do ofício", estão os seguintes: • a maioria dos empresários trabalha de 12 a 15 horas diárias em seu negócio, em vez de oito horas, como empregado; •raramente tiram férias e, quando o fazem, é por poucos dias, mas não esquecem o telefone "só para saber como vão as coisas no seu negócio; • às vezes envolvem-se tanto com a empresa que diminui, em vez de aumentar, o tempo disponível para a família; • sua tão desejada independência toma-se muita relativa, quando se observa a dependência aos fornecedores, bancos, clientes, funcionários, governo etc.; • o patrimônio pessoal do empreendedor fica comprometido com as operações do novo negócio e talvez até vinculado como garantia de algum empréstimo tomado pela empresa; • a vontade de ganhar muito dinheiro pode esbarrar num obstáculo definitivo: competência. A intenção apenas não é suficiente -é necessário que o empresário demonstre, com efetividade, a capacidade de gerir seu negócio. Entretanto, mais e mais pessoas, no Brasil e no mundo, desejam tornar-se empreendedoras. Quando esse desejo é acompanhado de uma decisão amadurecida e consciente, é uma manifestação saudável de vitalidade e renovação da sociedade e um passo importante para a satisfação de uma necessidade pessoal legítima. • O empreendedor nasce feito? NÃO. É possível ensinar. Não somos um produto concluído. É questão de comportamento, e não um traço de personalidade; o comportamento do empreendedor é intencional (baseado em metas, desafios, objetivos definidos); diferencia-se dos demais pelo modo como ver o mundo, encarar a realidade, administrar conflitos e resolver problemas – aliados a um conjunto de técnicas e conhecimentos que permite enxergar oportunidades e atuar de forma a obter resultados. O ambiente pode alterar substancialmente
  • 7. a disposição para empreender. talento conhecimento ( dedicação ( SUCESSO Dinâmica (desafio ( tarefa): dividir a turma emduplas. Solicitar uma determinada quantia em dinheiro como forma de pagamento de duas camisetas. As camisetas precisam ser vendidas pela dupla, se não conseguirem ficaram para si. Debate: estratégias, dificuldades etc Será que você não passa a vida inteira fazendo o que não quer fazer? Você não é apenas um fazedor de tarefas? Ver problema ou oportunidade? Planeja Desenvolve Age ( Controla 2.2. DEFINIÇÕES DE EMPREENDEDORISMO Nem todo empresário é empreendedor. Apesar de ambos assumirem riscos em atividades empresariais, o empreendedor tem sensibilidade para aproveita oportunidades (necessidades insatisfeitas na sociedade; problemas existentes na comunidade; recursos mal utilizados nos processos) Empreendedorismo e pequenos negócios são conceitos freqüentemente discutidos, mas a definição de cada um varia enormemente de um lugar para outro, de país para país, de autor para autor. Nos últimos anos, tem havido espaço para uma multidão de especialistas no campo do empreendedorismo. Podemos até mesmo dizer que existe hoje um ramo de pesquisa rotulado de "empreendedorismo", com seus próprios pensadores e estudiosos. Os principais autores situam-se nos campos da economia e das ciências do comportamento, mas o assunto percorre muitas outras disciplinas. Portanto, é com um farto embasamento conceitual que apresentamos os significados mais correntes ligados ao termo empreendedor. 1. Que empreende; ativo, arrojado, cometedor. 2. Aquele que empreende; cometedor. 3. Chefe de uma empresa. 4. Chefe de uma empresa especializada na construção, nos trabalhos públicos, nos trabalhos de habitação. 5. Pessoa que, perante contrato de uma empresa, recebe remuneração para executar determinado trabalho ou aufere lucros de umaoutra pessoa, chamada mestre-de-obras. 6. A idéia de empreendedor é associada inicialmente à idéia de criação de um negócio por meio de capitais pessoais. Empreendedor é a pessoa que levanta o capital. A gestão de um negócio criado requer também qualidades de empreendedor. 7. Aquela pessoa que efetua uma obra, para um cliente, sem se subordinar a ele. 8. Chefe de uma empresa artesanal ou industrial. 9. Refere-se ao fator organizacional na produção. 10. Alguém que provê fundos para uma empresa e, assim, assume os riscos. 11. Aquele que empreende qualquer coisa.
  • 8. 12. Pessoa que se encarrega da execução de um trabalho por contrato empresarial. 13. Toda pessoa que dirige um negócio por sua própria competência e que coloca em execução os diversos fatores de produção, tendo em vista vender os produtos ou serviços. 14. Pessoa que organiza e gere um negócio, assumindo o risco em favor do lucro. 15. O termo empreendedor denota a pessoa que exercita total ou parcialmente as funções de: • iniciar, coordenar, controlar e instituir maiores mu- danças no negócio da empresa; e/ou • assumir os riscos, nessa operação, que decorrem da natureza dinâmica da sociedade e do conhecimento imperfeito do futuro e que não pode ser convertido em certos custos através de transferência, cálculo ou eliminação. As características convencionalmente associadas ao empreendimento -liderança, inovação, risco etc. -estão tão relacionadas ao conceito precisamente porque, em uma cultura altamente comercializada como a nossa, elas são características essenciais da efetiva organização dos negócios. Pela mesma lógica, em uma cultura diferentemente orientada, as características típicas de um empreendimento diferem. (AITKEN, 1963). Por definição,empreendedorismo sempre envolve, explícita ou implicitamente, a idéia de inovação. (AITKEN, 1965). O empreendedor (queira ou não, também exerce, de fato, a função de gerente) tem uma função diferente. É seu trabalho localizar novas idéias e colocá-las em prática. Ele deve liderar, talvez ainda inspirar; ele não pode deixar que as coisas se tornem rotineiras e, para ele, a prática de hoje jamais será suficientemente boa para amanhã. Em resumo, ele é inovador e algo mais. Ele é o indivíduo que exercita o que na literatura da administração é chamado de 'liderança', E é ele quem está virtualmente presente. Ou seja, mesmo não estando presente, ele é percebido como se estivesse (BAUMOL, 1968). Um empreendedor é alguém que toma a iniciativa nos recursos administrativos. (BELSHAW,1955). Empreendedorismo -a habilidade de criar uma atividade empresarial crescente onde não existia nenhuma anteriormente (BRERETO, 1974). Um empreendimento empresarial é aquele cujos principais objetivos são lucratividade e crescimento. Um negócio É caracterizado pelas práticas estratégicas inovativas. Um empreendedor é um indivíduo que estabelece e gerencia um negócio com a principal intenção de lucro crescimento. O empreendedor é caracterizado, principalmente, pelo comportamento inovativo e empregará práticas estratégicas de gerenciamento no negócio (CARLAND, 1984). Um empreendedor é alguém que se especializa em tom decisões determinantes sobre a coordenação de recursos escassos (CASSON, 1982). O trabalho específico do empreendedorismo numa empresa de negócios é fazer os negócios de hoje capazes de realizar o futuro, transformando-se em um negócio diferente (DRUCKER, 1974). Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma prática. A gerência do empreendedor (empresarial)dentro da nova abordagem possui quatro requisitos: • Requer, primeiro, uma visão para o mercado. • Requer, segundo, provisão financeira, e, particularmente, planejamento, fluxo de caixa e necessidade de capital para o futuro. Requer, terceiro, construir um alto time de gerência antes que o novo empreendimento
  • 9. necessite dele e bem antes que realmente possa ter condições de pagá-lo. E, finalmente, requer do empreendedor fundador uma decisão com relação ao seu próprio papel, área de atuação e relações. Um empreendedor é uma pessoa imaginativa, caracterizada pela capacidade de fixar alvos e objetivos. (...) Essa pessoa manifesta-se pela perspicácia, ou seja, pela sua capacidade de perceber e detectar as oportunidades. Também, por longo período, ele continua a atingir oportunidades potenciais e continua a tornar decisões relativamente moderadas, tendo em vista modificá-las; essa pessoa continua a desempenhar um papel empresarial (FILION, 1986). Pode-se definir mais simplesmente empreendedorismo como a apropriação e a gestão dos recursos humanos e materiais dentro de uma visão de criar, de desenvolver e de implantar resoluções permanentes, de atender às necessidades dos indivíduos (JASSE, 1982). O espírito empresarial se traduz por uma vontade constante de tomar as iniciativas e de organizar os recursos disponíveis para alcançar resultados concretos (JASSE, 1985). Comparados aos homens em geral, os empreendedores estão significativamente, em maior escala, refletindo necessidades de realização, independência e eficiência de sua liderança, e estão, em menor escala, refletindo ênfases nas necessidades de manutenção (HORNDAY, 1970). Smith (1967) refere-se a dois tipos de empreendedores: o empreendedor profissional (ou artesanal) e o empreendedorque identifica oportunidades. Os primeiros são limitados em termos de bagagem cultural e engajamento social; os últimos são de um maior grau de instrução e de engajamento social e são mais agressivos no desenvolvimento e na expansão da companhia (HORNDAY, 1970). ( O empreendedor é aquele que não perde a capacidade de imaginar, tem uma grande confiança em si mesmo, é entusiasta, tenaz, ama resolver problemas, ama dirigir, combate a rotina, evita constrangimentos... ( É aquele que cria uma informação interessante, ou não, do ponto de vista econômico (inovando em relação ao produto, ou ao território, ao processo de produção, ao mercado...) ou aquele que antecipa sobre esta informação (antes dos outros ou diferentemente dos outros). ( É aquele que reúne e sabe coordenar os recursos econômicos para aplicar, de modo prático e eficaz sobre um mercado, a informação que ele conhece a fundo. ( Ele o faz, primeiro, em função das vantagens pessoais, tais como prestígio, ambição, independência, o jogo, o poder sobre si e sobre a situação econômica e, em seguida, o lucro etc (JULIEN, 1986). O empreendedor satisfaz a um número de funções que podem ser resumidas em inovação, gerenciamento, coordenação e risco. Empreendedores parecem ter uma realização orientada, como a de assumir a responsabilidade por decisões, e não gostam de trabalhos repeti tivos e rotineiros. Os empreendedores criativos possuem um alto nível de energia e um ótimo grau de perseverança e imaginação, que combinam com a espontaneidade de assumir riscos moderados e calculados, possibilitando-lhes transformar o que freqüentemente começou com uma simples e mal definida idéia em algo concreto. Empreendedores também podem gerar um entusiasmo altamente contagioso dentro de uma organização. Elesprogramam um senso de propósito e, fazendo isso, convencem os outros de que eles estão onde está a ação (KETS DE VRIES, 1985). Há evidências que as características empresariais e comportamentais podem ser
  • 10. desenvolvidas. O empreendedor é, acima de tudo, um generalista -ele deve saber um pouco sobre tudo. (KIERULFF, 1975). O empreendedor é uma pessoa que congrega risco, inovação, liderança, vocação artística, habilidade e perícia profissional em uma fundação sobre a qual constrói um time motivado. Esse grupo de seres humanos, às vezes sem se conhecerem previamente, desenvolvem uma nova empresa (LANCE, 1986). Um empreendedor é a pessoa que cria uma empresa próspera do nada (MANCUSO, 1974). Tomar decisões sob diversos graus de incerteza vem a ser uma característica fundamental do empreendedorismo (PALMER, 1971). Para ter sucesso, ele deve ter capacidade para julgar, perseverança e um conhecimento do mundo tanto quanto do negócio. Ele deve possuir a arte de superintendência e administração (SAY, 1803). Sempre enfatizei que o empreendedor é o homem que realiza coisas novas e não, necessariamente, aquele que inventa (SCHUMPETER,1934). Empreendedorismo, como definido, consiste essencialmente em fazer coisas que não são geralmente feitas em vias normais da rotina do negócio; é essencialmente um fenômeno que vem sob o aspecto maior da liderança. Mas esta relação entre empreendedorismo e liderança geral é uma relação muito complexa. Em quase todas as definições de empreendedorismo há um consenso de que nós estamos falando de um tipo de comportamento que inclui: • Tomada de iniciativa; • Organização ou reorganização de mecanismos socioeconômicos para transformar recursos e situações em contas práticas; e • Aceitação do risco e do fracasso. Oprincipal recurso usado pelo empreendedor é ele mesmo... (SHAPIRO, 1975). Hoje tomamos como definição o termo 'empreendedor'. Ele sugere espírito, zelo, idéias. Contudo, temos a tendência de usar a palavra livremente para descrever qualquer um que dirige um negócio, por exemplo, para a pessoa que preside a General Motors ou possui uma banca de frutas, ou a pessoa que é dona do McDonald's (franquia) ou vende assinaturas de revistas. Antes, a palavra 'empreendedor' gozava de um significado mais puro, mais preciso. Descrevia apenas aqueles que criaram seus próprios negócios, aqueles como Henry Ford. Certamente, no início de sua carreira, o maior dom de um empresário tradicional é sua habilidade de explorar inúmeros caminhos para assegurar o seu sucesso, sem se tornar desanimado pelo fracasso ao longo do percurso; um dos seus dons é diminuir suas perdas rapidamente; e um outro é levantar-se, sacudir a poeira e tentar novamente (STACEY, 1980). Um raio X da organização empresarial revela essas características dinâmicas: • Encorajamento da imaginação dos indivíduos; • Flexibilidade; • Voluntariedade em aceitar riscos (STEVENSON, 1985). 2.3. CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR
  • 11. Busca de oportunidades e iniciativa • Fazer algo sem ter sido obrigado ou sem ter sido solicitado. • Faz as coisas antes de solicitado ou antes de forçado pelas circunstâncias. • Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços. • Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência. Persistência • Superar o seu próprio limite e ir até o final, mudando de estratégia de acordo com as circunstâncias. • Age diante de umobstáculo. • Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo. • Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento de metas e objetivos. Comprometimento • Fazer coisas além do seu padrão normal de comportamento para cumprir com o combinado. • Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa. • Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho. • Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade em longo prazo, acima do lucro em curto prazo. Exigência de qualidade e eficiência • Fazer as coisas “com carinho", superando padrões estabelecidos. • Encontra maneiras melhores, mais rápidas e ou mais baratas de fazer as coisas. • Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência. • Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados. Disposição para correr riscos calculados • Ponderar uma circunstância frente às suas conseqüências e pensar bem sobre que atitude tomar. • Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente. • Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados. • Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados. Estabelecimento de metas
  • 12. • Qualquer tipo de forte desejo (intencional) de conqui sta de algo palpável. • Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal. • Define metas de longo prazo, cloros e específicos. • Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis. Busca de informações• Buscar informações pessoalmente (utilizando qualquer meio que possa ajudá-lo, como telefone, pessoas etc.) para adquirir ou confirmar dados acerca de algo, com determinado objetivo. • Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes. • Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço. • Consulta especialistas para obter assessoria técnico ou comercial. Planejamento e monitoramento sistemáticos • Organizar-se previamente para realizar algum propósito. • Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos. • Constantemente, revisa seus planos, levando em conta os resultados obtidos e as mudanças circunstanciais. • Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões. Persuasão e rede de contatos • Estabelecer e utilizar estratégias de convencimento para determinado fim, recorrendo às pessoas certas para isso. • Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros. • Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos. • Age para desenvolver e manter relações comerciais. Independência e autoconfiança • Ter pontos de vista próprios e manter a confiança na capacidade de enfrentar os desafios. • Busca autonomia em relação a normas e controles de outros. • Mantém seu ponto de vista, mesmo diante de oposição ou de resultados inicialmente desanimadores. • Expressa confiança na sua própria capacidade de complementar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio. 3. TAREFA DE IMPLANTAÇÃO SUAVISÃO DO EMPREENDEDOR Quais são, para você, os aspectos mais importantes na conduta de um empreendedor? VOCÊ COMO EMPREENDEDOR |Faça uma comparação entre asseguintes competências típicas do perfil do empreendedor e o seu perfil pessoal, para definir o que você|
  • 13. |pode fazer para melhorar as suas características empreendedoras, a partir de agora, em relação às suas oportunidades de negócios. | |Competência |O que você pode fazer para melhorar | |Busca de oportunidades e iniciativa | |Faz coisas antes de solicitado ou antes de forçado pelas | | |circunstâncias. | | |Age para expandir o negócio para novas áreas, produtos ou | | |serviços. | | |Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, | | |obter financiamento, terreno, local de trabalho ou assistência | | |Persistência | |Age diante de um obstáculo significativo. | | |Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de | | |enfrentar um desafio ou superar um obstáculo.| | |Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao | | |atingimento de metas e objetivos. | | |Comprometimento | |Faz sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para | | |completar uma tarefa. | | |Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles para | | |terminar um trabalho. | | |Esmera-se em manter o cliente satisfeito colocando a boa vontade a| | |longo prazo acima do lucro a curto prazo | | |Exigência de qualidade e eficiência | |Encontra maneiras melhores, mais rápidas ou mais baratas de fazer | | |as coisas. | | |Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de|| |excelência. | | |Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho | | |seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de | | |qualidade previamente combinados. | | |Disposição para correr riscos calculados | |Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente. | | |Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados. | | |Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados. | | |Estabelecimento de metas | |Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm | | |significado pessoal. | | |Define metas de longo prazo, claras e específicas. | | |Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis. || |Busca de informações | |Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, | | |fornecedores e concorrentes. | | |Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um | | |serviço. | |
  • 14. |Consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.| | |Planejamento e monitoramento sistemáticos | |Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos| | |definidos. | | |Constantemente revisa seus planos, levando em conta os resultados | | |obtidos e as mudanças circunstanciais. | | |Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões. | | |Persuasão e rede de contatos| |Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os | | |outros. | | |Utiliza pessoas-chave como agente para atingir seus próprios | | |objetivos. | | |Age para desenvolver e manter relações comerciais. | | |Independência e autoconfiança | |Busca autonomia em relação a normas e controles de outros. | | |Mantém seu ponto de vista, mesmo diante de oposição ou resultados | | |inicialmente desanimadores. | | |Expressa confiança em sua própria capacidade de complementar uma | | |tarefa ou de enfrentar um desafio | | 4. ATIVIDADES EM SALA DE AULA Faça desses exercícios um primeiro e importante passo de sua trajetória como empresário, utilizando as atividades de sala de aula como oportunidades para o exercício de sua capacidade inovadora e de sua determinação de vencer.Aproveite bem o tempo de que dispõe para pensar e planejar seu negócio. Peça a orientação que considerar necessária, neste e nos módulos seguintes do programa. E faça com que esse aprendizado seja realmente uma etapa útil para o conhecimento dos desafios e das oportunidades que você vai vivenciar no dia-a-dia do seu negócio. O perfil do profissional do século XXI As grandes transformações que estão acontecendo no mundo cada vez mais exigirão contínua evolução dos profissionais, para que possam acompanhar as mudanças e gerar competitividade para seus negócios e empresas. O cenário em que vivemos hoje sinaliza queda nas margens de lucro das empresas e acirramento da competição. Por isso, apenas empresas e profissionais competitivos terão espaço no mundo dos negócios. O mercado exigirá profissionais com os seguintes conhecimentos e habilidades: • Domínio de informática - com o surgimento da agricultura de precisão e da automação industrial, torna-se indispensável o domínio das ferramentas de informática para que se possa operar com eficiência essas novas tecnologias; • Domínio de idiomas - com a globalização da economia, o mundo hoje se comunica basicamente através do inglês. Por isso, negociações, acesso a novas tecnologias e participação emcongressos internacionais são de suma importância para lincar o profissional ao mercado. A
  • 15. ausência do conhecimento do idioma tem sido fator eliminatório nas contratações das empresas; • Capacidade de desaprender - a evolução exige que o profissional tenha uma capacidade de deletar da memória antigos conceitos e velhas tecnologias, para que esses espaços possam ser preenchidos com conceitos modernos de gestão e novas tecnologias. Aquele que não adquirir essa habilidade terá uma obsolescência rápida e deixará de ser válido para as organizações; • Visão sistêmica - os desafios das empresas em um cenário de mercado competitivo exigirão que os profissionais entendam profundamente os negócios e que conheçam sistemicamente suas empresas, para que se tenha o domínio do negócio e o conhecimento da "anatomia" dos resultados; • "Empreendedorismo" - as empresas estão demandando profissionais dinâmicos que têm coragem de correr riscos e também que não têm medo de cometer erros, que criem novos empreendimentos e alavanquem o crescimento da companhia: • Liderança - a presença de líderes nas empresas tem demanda crescente, pois líderes agregadores e dinâmicos motivam equipes de trabalho e desenvolvem um espírito colaborativo na busca dos resultados: • Comunicação - vivemos em uma era em que a comunicação é fator altamente relevante para o sucesso dos profissionais. Quem não tem essa habilidade, necessita urgentemente trabalhá-la e desenvolvê-la para que perante os clientes, fornecedores e colegas de trabalho possa ter uma atuação importante, expressando claramente suas opiniões e propósitos; • Criatividade - com a rapidez das transformações dos negócios, as empresas precisam de profissionais criativos que tenham capacidade de desenvolver soluções simples erápidas, além de criar novos rumos e alternativas em prol de uma maior competitividade da companhia: • Espírito de equipe - uma empresa só se torna vencedora quando tem um time unido e determinado. Espírito de equipe é alcançado quando o profissional tem a visão de que o sucesso de todos será também o seu e que, quando a empresa se desenvolve conseqüentemente seus horizontes se ampliam e suas alternativas se multiplicam. • Humildade - esta característica é extremamente relevante para o profissional ter sucesso. Normalmente pessoas humildes têm postura agregadora, são queridas pelos colegas e encaram as vitórias com naturalidade, criando dentro da organização um ambiente harmônico e positivo; • Versatilidade - as mudanças muito rápidas requerem do profissional alta capacidade de adaptação a diferentes cenários. Esta habilidade aumenta o leque de alternativas de áreas em que o profissional pode ser aproveitado, criando para ele uma maior valorização perante o mercado; • Equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho - o profissional de sucesso tem que saber harmonizar o volume de trabalho com sua qualidade de vida em relação a convivência familiar, lazer e saúde. O desequilíbrio dessa equação promove desajustes, prejudicando significativamente a performance no trabalho e, conseqüentemente, sua qualidade de vida. São raros os profissionais que conseguem atingir este equilíbrio; • Foco do cliente - as empresas que vêm alcançando sucesso são aquelas que conseguem encantar seus clientes. Por isso, é muito importante que os profissionais saibam colocar o "chapéu" do cliente e enxergar quais são os seus anseios na relação com a empresa. Pensando assim, os profissionais poderão agir de uma forma tal que satisfaça e encante seus clientes.
  • 16. Uma rápida história do empreendedorismo O termo “empreendedor” é derivado da palavra francesa entrepreneur, usada pela primeira vez em 1725, pelo que se sabe, pelo economista irlandês Richard Cantillon, reconhecido por muitos historiadores como o grande teórico da economia, segundo o qual o “entrepreneur é o indivíduo que assume riscos.” www.bocc.ubi.pt Empreendedorismo 1. O que é empreendedorismo? 2. O que torna uma pessoa empreendedora? 3. Quais são os elementos essenciais da capacidade empreendedora? 4. O empreendedorismo e a administração no mercado de trabalho. 5. Qualquer pessoa pode ser empreendedora? 6. Você acredita que o empreendedorismo pode ser uma saída para as questões sociais em nosso país e no mundo?
  • 17. Empreendedorismo 1.- O que é empreendedorismo? Conceito Empreendedorismo é o estudo voltado para o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas à criação de um projeto (técnico, científico, empresarial). Tem origem no termo empreender que significa realizar, fazer ou executar. O empreendedor é aquele que apresenta determinadas habilidades e competência para criar, abrir e gerir um negócio, gerando resultados positivos. Empreendedorismo Ser empreendedor é ser uma pessoa que toma a iniciativa de combinar recursos físicos e humanos para produzir bens ou serviços em uma empresa ou seguimento. É aquele que assume riscos e começa algo novo. Que empreende, é ativo, arrojado. É alguém possuidor de espírito criativo e inovador. Esta continuamente em busca de novos caminhos e soluções focado nas necessidades das pessoas. Empreendedorismo Podemos citar como características do empreendedor: - Criatividade; - Capacidade de organização e planejamento; - Responsabilidade; - Capacidade de liderança; - Habilidade para trabalhar em equipe; - Gosto pela área em que atua; - Visão de futuro e coragem para assumir riscos; - Interesse em buscar novas informações, soluções e inovações para o seu negócio; Empreendedorismo - Persistência (não desistir nas primeirasdificuldades encontradas); - Saber ouvir as pessoas e - Facilidade de comunicação e expressão. • O empreendedorismo é essencial para a geração de riquezas dentro de um país, promovendo o crescimento econômico e melhorando as condições de vida da população. É também um fator importantíssimo na geração de empregos e renda. Empreendedorismo Breve histórico do Empreendedor Com a política de globalização os governos do mundo passaram a dar uma atenção especial para o empreendedorismo a partir de 1990. SEBRAE e SOFTEX foram as precursoras do assunto no Brasil. Com isso, o assunto causou um abertura econômica que fez com que as empresas reduzissem os custos e aumentassem a competitividade. Empreendedorismo Neste cenário: • Chega o aumento do desemprego. • Novas empresas, sem planejamento, fecharam suas portas. • De cada três formadas, duas fechavam em até cinco anos. • Um empreendedor de sucesso reúne imaginação, determinação, habilidade de organizar, liderar pessoas e conhecer tecnicamente etapas e processos. Empreendedorismo • Além de ser inovador, persistente, disciplinado, ousado e líder. Tipos de Empreendedorismo: • O de necessidade: candidato a empreendedor que aventura-se por falta de opção, por estar desempregado e não ter alternativas de trabalho. • E o de oportunidade: empreendedor visionário que sabe onde quer chegar. Cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento que quer buscar para a empresa/seguimento e visa a geração de lucros,
  • 18. empregos e riquezas e bem estar. Empreendedorismo Comportamento Pessoa com iniciativa, persistente, comprometida, caçadora de informações, persuasiva e com rede de contatos, auto confiante, independente e quesaiba planejar. O processo Tem início quando um evento gerador de fatores externos, ambientais e sociais, de aptidões pessoais ou de um somatório desses fatores possibilita o início de um novo negócio. Empreendedorismo Pessoais: Realização pessoal, assumir riscos, educação, experiência etc. Ambiental: Oportunidade, criatividade, modelos de sucesso, recursos, políticas etc. Organizacional: equipe, estratégia, estrutura, cultura etc. Empreendedorismo • Quatro fases do processo do empreendedor Identificar e avaliar a oportunidade: criação e abrangência da oportunidade, situação de competidores e riscos e retornos da oportunidade. Desenvolver o plano de negócios: Sumário executivo, conceito de negocio e plano financeiro. Determinar e captar os recursos necessários: recursos pessoais, bancos e governo. Gerenciar a empresa criada: estilo de gestão, fatores críticos de sucesso e profissionalizar na gestão. Empreendedorismo Identificando oportunidades Nunca se deve pensar que um boa idéia de negócios deve ser única. O foco é como o empreendedor utiliza a idéia de forma a transformá-la num produto ou serviço que faça a sua empresa/eguimento crescer. Empreendedorismo público-alvo que faz parte de um nicho de mercado mal explorado e muitas vezes é única, ao contrário das idéias, que sozinha não tem valor. Empreendedorismo Atividades Escolher um dos cinco temas: (situação desafio) 1.-Fome 2.-Desemprego 3.-Segurança 4.- Educação 5.-Sexualidade Através de uma realidade fictícia, desenvolver uma ação empreendedora, será apresentado nas aulasseguintes. Bom trabalho!!! Empreendedorismo (08/10/2010) Montar o “negócio” empreendedor diante da situação apresentada. Em equipe ler os temas e iniciar o processo: 1.- Identificar a oportunidade; 2.- Desenvolver o plano de negócio; 3.- Determinar e captar os recursos necessários; 4.-Gerenciar o negócio(seguimento/organização/empresa) criado. 5.- Treinar e apresentar na última aula 13/10/2010 – se possível no auditório.
  • 19. Empreendedorismo Bate papo: Segundo Fernando Dolabela, “ mais do que uma preocupação com o indivíduo, o empreendedorismo deve ser relacionado à capacidade de se gerar riquezas cessíveis a todos. Como geralmente a renda concentrada teima em não se distribuir; é importante que ela seja gerada já de forma distribuída. É disso que cuida o empreendedorismo. Não vejo o empreendedorismo como um conceito econômico. Tem antes uma conotação social, cujo preceito ético é gerar utilidade para os outros.É este também o seu referencial ético(...) Empreendedorismo Por ser um fenômeno cultural, o empreendedorismo exige soluções que tenham a nossa cara, o nosso jeito. O nosso sistema de valores, a forma brasileira de ver o mundo. Utilizo o termo empreendedorismo em seu sentido amplo, considerando-o uma forma de ser, e não de fazer. Assim,estão incluídos nesse conceito, por exemplo, o empregado-empreendedor, ( ou intraempreendedor), o pesquisadorempreendedor, o empreendedor comunitário, o funcionário público-empreendedor,etc. O que importa é a maneira de se abordar o Empreendedorismo mundo, qualquer que seja a atividade abraçada.” (Conferência proferida por Fernando Dolabela no 7º Fórum Internacional SENAC de Secretarias. São Paulo: Setembro/2004) Introdução O tema empreendedorismo, abordando desde a origem da palavra até à sua importância estratégica para o desenvolvimento económico de um país, é hoje um fenómeno global, dadas as profundas mudanças nas relações internacionais entre nações e empresas, no modo de produção, nos mercados de trabalho e na formação profissional. A economia de Portugal, é caracterizada por um fraco crescimento económico e por altas taxas de desemprego, principalmente nos jovens. Muitos autores defendem que uma forma de resolver esses problemas passa pelo empreendedorismo. O chamado empreendedor, é cada vez mais procurado pelas organizações, nas quais um dos principais objectivos é a procura de eficácia. Investir na difusão organizada do empreendedorismo é um factor fundamental de progresso económico e social e também fonte de geração de novos empregos. Neste trabalho é apresentado um pouco do empreendedorismo em geral, passando pelo sua definição até á sua propagação, tanto no nosso país como no resto do mundo.O que é Empreendedorismo? O empreendedorismo é um tema vasto e muito antigo, não sendo, portanto, muito difícil encontrar livros ou matérias que falem sobre o assunto. Caracteriza-se pela inovação, em conjunto com a força de vontade e a procura de resultados. No empreendedorismo aproveitam-se todas as oportunidades. O empreendedor será aquele que irá pegar na idéia e colocá-la no mercado, sendo essa idéia uma fonte de lucro. É ele que pensa, cria e molda a nova empresa. Os primeiros estudos sobre o empreendedorismo surgiram no início de 1960. Mais tarde,
  • 20. surgiu um vasto leque de opções de formação universitária para quem quisesse aprender mais sobre o tema. O termo teve a sua proveniência no verbo francês entreprendre, que significa “empreender”. Também no início do século XVI, o termo empreendedor era atribuído aos indivíduos incumbidos de conduzir as expedições militares (Cunningham e Lischeron, 1991). Uma outra definição interessante é a de Schumpeter que expõe que " o empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios ... relaciona-se sempre com o criar de uma nova forma de uso dos recursos nacionais, onde são deslocados do seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações. O empreendedorismo contribui para a criação de emprego, inovação, criação de riquezas, e por último define uma opção de carreira, aliada a uma crescente força de trabalho. Tabela – Perspectiva sobre Empreendedorismo Perspectivas sobre empreendedorismo Descrição Criação de riqueza O empreendedorismo envolve o assumir de riscos associado à facilidade da produção em troca do lucro. Criação de empreendimentos O empreendedorismo implica a criação de uma nova empresa, onde antes não existia nenhuma Criação de inovação O empreendedorismo procupa-se com as combinaçõesúnicas de recursos que tornam os métodos existentes ou os produtos ultrapassados Criação de mudança O empreendedorismo envolve a criação de mudanças através do ajustamento, adaptação e modificação do repertório individual da pessoa, abordagens e habilidades para reconhecer as diferentes oportunidades disponíveis na mesma Criação de emprego O empreendedor preocupa-se com o emprego, a gestão e o desenvolvimento dos factores de produção, incluindo a mão-de-obra Criação de valor O empreendedorismo é um processo de criação de valor para os clientes, através da exploração de novas oortunidades Criação de crescimento O empreendedorismo é definido como estando positivamente orientado para o crescimento das vendas, da renda e dos activos de emprego Fonte: Adaptado de Morris, Lewis e Sexton (1994) Empreendedorismo Social Vai de encontro com a idéia do empreendedorismo normal, com a diferença que seu objetivo não é ganhar dinheiro, mas sim ter uma visão social, que vai de encontro com as necessidades sociais. Promove empreendimentos sociais, que irão trazer oportunidades para pessoas que estão fora da economia do país. Empreendedorismo mundial A nivel mundial, o empreendedorismo tenta implementar a criação de novos empregos e promover o desenvolvimento económico e social, razão pela qual tem vindo a ser valorizado pela comunidade internacional. As organizações têm investido muito no empreendedorismo, já que contribui para o crescimento econômico dos países. Os resultados obtidos pelos empreendedores no
  • 21. desenvolvimento tecnológico, inovação e criação de novos postos de trabalho, contribuem para a melhoria da qualidade de vida da população. Conclusão Vivemos numa autêntica ‘Era do Empreendedorismo’ pois são os empreendedores que eliminam as barreiras comerciais e culturais, que diminuem as distâncias, que globalizam, que renovam os conceitos económicos, que criam novas relações de trabalho e emprego, que acabam com os paradigmas e que geram riqueza para a sociedade. O empreendedorismo pode, portanto, ser considerado o ‘combustível’ para o crescimento económico, pois cria emprego e prosperidade. Empreendedorismo, o que é? Historicamente, empreendedorismo tem sido definido como uma maneira diferenciada de alocação de recursos e otimização de processos organizacionais, sempre de forma criativa, visando à diminuição de custos e melhoria de resultados. Percebe-se ainda que o termo é constantemente relacionado à criação de novos negócios, geralmente micro e pequenas empresas. Por trás destes negócios estão indivíduos diferenciados, conhecidos por empreendedores. Isto tem gerado certa confusão de definições, pois muitas pessoas têm considerado o empreendedorismo como sendo sinônimo do ato de abrir empresas. Definições mais abrangentes mostram que o empreendedorismo vai além do ato de abrir novas empresas e que pode estar relacionado a vários tipos de organizações, em vários estágios de desenvolvimento. Exemplos de definições clássicas A Harvard Business School considera que empreendedorismo é “a identificação de novas oportunidades de negócio, independentemente dos recursos que se apresentam disponíveis ao empreendedor”. O Babson College define o termo de forma ainda mais abrangente: “empreendedorismo é uma maneira holística de pensar e de agir, sempre com obsessão por oportunidades, e balanceada por uma liderança”. Detalhando um pouco mais… O ato de empreenderestá relacionado à identificação, análise e implementação de oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor. Isto pode ocorrer através da criação de novas empresas, mas também ocorre em empresas já estabelecidas, organizações com enfoque social, entidades de natureza governamental etc. Aplicações do empreendedorismo O empreendedorismo aplica-se a uma variedade de organizações em seus vários estágios de desenvolvimento, como por exemplo: * Uma pequena empresa em início de desenvolvimento
  • 22. * Uma média empresa em fase de crescimento * Uma empresa familiar em fase de profissionalização * Uma ONG (Organização Não Governamental) * Em entidades e órgãos públicos * Em associações e cooperativas * Em empresas já estabelecidas, que buscam renovação e crescimento Feitas estas ressalvas, pode-se então apresentar o objetivo do se estudar empreendedorismo como disciplina. Normalmente, no caso das Instituições de Ensino Superior no Brasil, grande enfoque é dado ao empreendedorismo de criação de novos negócios. Desta forma, o foco do livro “Empreendedorismo, transformando idéias em negócios” é a criação e gestão de negócios em fase inicial de desenvolvimento, as chamadas micro e pequenas empresas, ou “startups”; bem como o entendimento do papel do empreendedor neste contexto. Quem é o empreendedor? Para que o empreendedorismo ocorra nas organizações haverá a necessidade de pessoas que o façam acontecer, ou seja, os empreendedores. “O empreendedor é aquele que faz acontecer, antecipa-se aos fatos e tem uma visão futura da organização” (Dornelas, 2001) “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente atravésda introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização, ou pela exploração de novos recursos e materiais” Joseph Schumpeter (1949). Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos. * O empreendedor é aquele que percebe uma oportunidade e cria meios (nova empresa, área de negócio, etc.) para persegui-la. * O processo empreendedor envolve todas as funções, ações, e atividades associadas com a percepção de oportunidades e a criação de meios para persegui -las. A experiência brasileira Assunto começa a ser discutido no mundo acadêmico no início da década de 1980 Permanece na periferia da academia por vários anos Nos anos 90 começam a surgir os primeiros programas ligados aos cursos de tecnologia, via ação induzida de entidades de fomento (CNI/IEL, Softex etc.) Maior visibilidade acontece quando o foco na pequena empresa passa a ser prioridade governamental com vistas à geração de emprego (ex.: Programa Brasil Empreendedor) Brasil segue tendência mundial e questões como inovação tecnológica, capital de risco, transferência de tecnologia etc., predominam na agenda da época (segunda metade da década de 1990). Grandes oportunidades surgem para criação de empresas ponto.com Disciplinas de empreendedorismo são criadas em todo o país, ligadas aos mais variados cursos superiores (administração, engenharia, computação, turismo…) Por que empreendedorismo? Fatores associados com maiores níveis de atividade empreendedora (GEM)
  • 23. Percepção da oportunidade Fatores sociais e culturais Educação (segundo grau e universitário) Participação das mulheres Experiência Suporte financeiro para start-ups Bibliografia DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. Ao contrário dos E.U.A., no qual o conceito de empreendedorismo já é conhecido e utilizado há vários anos, no Brasil o estudo do tema tem se intensificado a partir do fim dos anos 90. A preocupação com a criação de empresas duradouras e a diminuição da taxa de mortalidade das empresas existentes são considerados fatores importantes para o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil. Isto se deve principalmente à necessidade das grandes empresas brasileiras em aumentar a competitividade, reduzir custos e manter-se no mercado (consequências do processo de globalização e das tentativas de estabilização da economia brasileira). A principal consequência desta situação foi o aumento do desemprego, o que levou esses ex-funcionários a buscarem novas formas de sobrevivência, muitas vezes iniciando novos negócios, sem possuir experiência no ramo e utilizando-se das economiaspessoais. O processo de criação de novos negócios foi também intensificado com a popularização da internet, se constituindo no que hoje em dia é chamado de nova economia. Além desses ainda existem os herdam negócios familiares e dão continuidade a empresas criadas há décadas. Este conjunto de fatores incentivou a discussão a respeito do empreendedorismo no Brasil, com ênfase em: Pesquisas acadêmicas sobre o assunto; Criação de programas específicos para o público empreendedor; As micro, pequenas e médias empresas têm grande importância no desenvolvimento da economia mundial, sendo responsável por cerca de 50% do PIB em alguns países e com tendências de crescimento. No Brasil, em 2003, a participação dessas empresas no PIB era da ordem de 25%. Maiores informações sobre a participação das MPME na economia brasileira são encontradas em Dolabela (2006, p.125). 2. A Revolução do Empreendedorismo O mundo tem passado por diversas transformações em curtos períodos de tempo, principalmente no século XX, quando foram criadas a maioria das invenções que revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Essas invenções foram frutos de inovações, de algo inédito ou de novas formas de utilizar coisas já existentes. Por trás dessas invenções, existem grupos de pessoas que buscam fazer acontecer, ou seja, os empreendedores.
  • 24. Ao longo do tempo, alguns conceitos administrativos predominaram, em virtudes de contextos sócio-políticos, culturais, desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento e consolidação do capitalismo, entre outros. A Figura 1 abaixo apresenta quais foramos conceitos mais determinantes em cada época. O ensino e discussão sobre empreendedorismo tem se intensificado nos últimos anos principalmente devido ao rápido avanço tecnológico, que requer um número cada vez maior de empreendedores. O avanço tecnológico aliado com a sofisticação da economia e dos meios de produção e serviços gerou uma necessidade de formalização de conhecimentos que antes eram obtidos de forma empírica. Esses fatores nos levam ao que é chamado atualmente de “A era do Empreendedorismo”, pois são os empreendedores que estão atualmente criando novas relações de trabalho, novos empregos, quebrando antigos paradigmas e gerando riqueza para a sociedade. Dada sua importância para o desenvolvimento da economia, o empreendedorismo tem sido centro de políticas públicas em diversos países, conforme relacionado nos exemplos abaixo: Reino Unido: Em 1998 publicou um relatório a respeito do seu futuro competitivo, o qual enfatizava a necessidade de se desenvolver uma série de iniciativas para intensificar o empreendedorismo na região; Alemanha: Tem estabelecido vários programas que destinam recursos financeiros, e apoio na criação de novas empresas. Na década de 90, aproximadamente 200 centros de inovação foram criados, provendo espaço e outros recursos para empresas start-ups; Finlândia: Em 1995, o decênio do empreendedorismo foi lançado na Finlândia com vistas a criar uma sociedade empreendedora, promover o empreendedorismo como uma fonte de geração de emprego e incentivar a criação de novas empresas; Israel: Programa de Incubadoras Tecnológicas(+ de 500 negócios já foram criados nas 26 incubadoras do projeto). Houve ainda uma avalanche de investimento de capital de risco nas empresas israelenses, sendo que mais de 100 empresas criadas em Israel encontram-se com suas ações na NASDAQ (Bolsa de ações de empresas de tecnologia e Internet, nos EUA). França: Iniciativas para promover o ensino de empreendedorismo nas universidades, particularmente para engajar os estudantes. Incubadoras baseadas nas universidades estão sendo criadas; uma competição nacional para novas empresas de tecnologia foi lançada; e uma fundação de ensino do empreendedorismo foi estabelecida. 3. Empreendedorismo no Brasil O desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil se deu a partir da década de 90 com a criação de entidades como o SEBRAE e SOFTEX. Antes deste período, o ambiente político e econômico do país não eram propícios e os empreendedores não encontrava informações suficientes no desenvolvimento de seus negócios.
  • 25. 4. Análise Histórica do Surgimento do Empreendedorismo A palavra Empreendedor tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo. Uma análise histórica do desenvolvimento do empreendedorismo é proposta por Hisrish (1986): Primeiro uso do termo O primeiro exemplo de definição de empreendedorismo pode ser creditado a Marco Pólo, que tentou estabelecer uma rota comercial com o oriente. Neste caso o empreendedor corria os riscos físicos e emocionais, enquanto o capitalista assumia os riscos de forma passiva. Idade Média O termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção. Não assumia riscos e gerenciava projetos com recursos disponibilizados geralmente pelo governo. Século XVII Primeiros indícios da relação entre assumir riscos e empreendedorismo. Relação entre empreendedor e governo, onde o primeiro assumia a responsabilidade por prestar algum serviço ou fornecer produtos ao governo, por meio de um contrato estabelecido entre as partes. Nesses contratos geralmente os preços eram pré-fixados, sendo que qualquer lucro ou prejuízo que viesse a ocorrer era de inteira responsabilidade do empreendedor. Neste período, Richard Cantillon, foi um dos primeiros a diferenciar oempreendedor (que assume os riscos) do capitalista (que fornece o capital necessário). Século XVIII Neste período o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, devido provavelmente ao início da industrialização que ocorria no mundo. (Exemplo: Thomas Edison). Séculos XIX e XX Neste período os empreendedores foram frequentemente confundidos com os gerente s ou administradores, sendo analisados como aqueles que organizam, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, a serviço do capitalista. 5. Conceituando Empreendedorismo A definição acima, de Joseph Schumpeter, é uma das mais antigas e que talvez melhor reflita o espírito empreendedor. Outras definições do termo Empreendedorismo foram desenvolvidas, com abordagens diferentes, conforme relacionado abaixo: • Kirzner (1973) – O empreendedor é aquele que cria equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente;
  • 26. • Harvard Business School - Empreendedorismo é “a identificação de novas oportunidades de negócio, independentemente dos recursos que se apresentam disponíveis ao empreendedor”; • Babson College - define o termo de forma ainda mais abrangente: “empreendedorismo é uma maneira holística de pensar e de agir, sempre com obsessão por oportunidades, e balanceada por uma liderança”. O ato de empreender está relacionado à identificação, análise e implementação de oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor. Isto pode ocorrer através da criação denovas empresas, mas também ocorre em empresas já estabelecidas, organizações com enfoque social, entidades de natureza governamental etc. Por trás destes negócios estão indivíduos diferenciados, conhecidos por empreendedores. O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. Os seguintes aspectos referentes ao empreendedor são encontrados em qualquer definição de Empreendedorismo: • Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; • Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive; • Aceita assumir riscos e a possibilidade de fracassar. 6. O Processo Empreendedor O processo empreendedor inicia-se quando fatores externos, ambientais e sociais aliados às aptidões pessoais do empreendedor surgem, possibilitando o início de um novo negócio. A Figura 2 apresenta os fatores que influenciam no processo empreendedor. Quando se fala em inovação, a semente do processo empreendedor, remete-se naturalmente ao termo de inovação tecnológica como o principal diferencial do desenvolvimento econômico mundial. O Desenvolvimento econômico é dependente de quatro fatores críticos, que devem ser analisados para então entender o processo empreendedor, são eles: • Talento – Pessoas; • Tecnologia – Idéias; • Capital – Recursos; • Know-how – Conhecimento. Fases do Processo Empreendedor As fases do Processo Empreendedor são (i) identificação e avaliação de oportunidades; (ii) Desenvolvimento do Plano de Negócios; (iii)Determinação e captação dos recursos necessários; e (iv) Gerenciamento da empresa criada. Embora sejam apresentadas de forma seqüencial, nenhuma delas precisa ser totalmente concluída para que se inicie a seguinte. Por exemplo, ao se identificar e avaliar uma oportunidade, o empreendedor deve ter em mente o tipo de negócio que deseja criar. Muitas
  • 27. vezes ocorre ainda um outro ciclo de fases antes de se concluir o processo completo. É o caso em que o empreendedor elabora o seu primeiro plano de negócios e, em seguida, apresenta-o para um capitalista de risco, que faz várias críticas e sugere ao empreendedor mudar a concepção da empresa antes de vir procurá-lo de novo. Nesse caso, o processo chegou até a fase 3 e voltou novamente para a fase 1, recomeçando um novo ciclo sem ter concluído o anterior. O empreendedor não deve se desanimar diante dessa situação, que é muito freqüente. 7. Referências Este texto foi extraído da apostila Maurício Vasconcellos Leão Lyrio, Florianopólis, SC. http://mauriciovll.files.wordpress.com/2008/03/empreendedorismo_apostila.pdf Este texto originalmente é uma compilação de informações extraídas das obras abaixo relacionadas: Referência Básica DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001. (capítulos 1 e 2) Bibliografia Complementar DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luíza. São Paulo: Ed. Cultura, 2006. DRUCKER, Peter F. Inovação e Espírito Empreendedor: Prática e Princípios. São Paulo: Thomson, 2002. (Introdução) Última atualização: terça, 1 abril 2014, 09:49 O empreendedorismo “moderno”, se é que podemos chamá-lo assim, parece ser um filhote da globalização – que também, no nosso modo de ver, não passa de modismo. Em algum momento passará, considerando que as nações do mundo, mesmo as mais humi ldes, estão se conscientizando gradativamente dessa armadilha que os americanos lhes impuseram e começam a se organizar em blocos para poderem competir em condições mais justas com os grandes blocos econômicos. O presente trabalho objetiva apresentar uma análise do empreendedorismo do modo como é apresentado no Brasil, porém sem o romantismo e supervalorização comumente presente nas resenhas, artigos e palestras sobre o assunto. Nele são enfatizadas não apenas as vantagens, mas também as desvantagens do empreendedorismo, na tentativa de estimular uma reflexão mais aprofundada a esse respeito. O empreendedorismo éútil, é positivo e importante para o desenvolvimento de países e regiões. Mas não é o mar de rosas que apregoam. Precisa ser melhor pensado, para que os seus adeptos não sejam pegos de surpresa ao se tornarem empreendedores. 2 Uma rápida história do empreendedorismo
  • 28. O termo “empreendedor” é derivado da palavra francesa entrepreneur, usada pela primeira vez em 1725, pelo que se sabe, pelo economista irlandês Richard Cantillon, reconhecido por muitos historiadores como o grande teórico da economia, segundo o qual o “entrepreneur é o indivíduo que assume riscos.” www.bocc.ubi.pt Edmundo Brandão Dantas Em 1814, o economista francês Jean-Baptiste Say (1767-1832), usou a palavra para identificar o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor de produtividade baixa para um setor de produtividade mais elevado. Say, além de sua enorme contribuição ao desenvolvimento da teoria econômica, enfatizou a importância do empreendedor para o bom funcionamento do sistema econômico. Na visão de Best (2007) apud Machado (2007), em seu artigo “O empreendedor no centro”, publicado na edição de 15 de fevereiro de 2007 da revista francesa Challenges, afirma que: Jean-Baptiste Say costuma ser descrito como um seguidor das idéias de Adam Smith, mas na verdade ele vai muito além. "É o primeiro economista da oferta", afirma Jean -Pierre Potier, que dirigiu a coletânea universitária Jean-Baptiste Say, nouveaux regards sur son oeuvre (Éditions Economica). Ele insiste nas condições da produção, valorizando o papel do empreendedor. Para os clássicos do século XVIII, a sociedade se dividia em trabalhadores, rentistas ecapitalistas. Jean-Baptiste Say recusou essa visão. A seus olhos, cada um pode desempenhar uma dessas funções num momento ou outro. Esse enfoque será retomado posteriormente pela escola neoclássica. Brue (2005) também realçou essa preocupação permanente de Say com a eficiência e o empreendedorismo, afirmando que o economista francês contribuiu para a teoria moderna dos custos do monopólio ao apontar que os monopolistas não apenas criaram o que atualmente chamamos de perdas de eficiência (ou perdas de peso morto), mas também usaram os recursos escassos na sua concorrência para obter e proteger suas posições de monopólio. Finalmente, Say contribuiu para o pensamento econômico, ao enfatizar o empreendedorismo como o quarto fator de produção, junto com os demais fatores: terra, trabalho e capital. Em 1871, Carl Menger, economista austríaco definiu o empreendedor como “aquele que antecipa necessidades futuras”. Em 1921, o norte -americano Frank Knight afirmou que “o que distingue o empreendedor é a capacidade de lidar com a incerteza”. Knight classificou três tipos de incerteza: Empreendedorismo e Intra-Empreendedorismo – O risco, que é mensurável estatisticamente (como a probabilidade de sortear uma bola vermelha a partir de um recipiente contendo 5 bolas vermelhas e 5 bolas brancas). A ambigüidade, falta de clareza quanto ao que pode acontecer, difícil de medir estatisticamente (como a probabilidade de sortear uma bola vermelha de um recipiente contendo 5 bolas vermelhas mas com um número desconhecido de bolas brancas). A Incerteza Verdadeira ou Incerteza Knightiana, que é impossível de seestimar ou predizer estatisticamente (como a probabilidade de sortear uma bola vermelha de um recipiente cujo número de bolas vermelhas é desconhecido, assim como o número de bolas de outras cores).
  • 29. O que se verifica em grande parte das vezes é que os atos de empreendedorismo são sempre associados com a incerteza verdadeiras, particularmente quando envolve trazer algo realmente novo para o mundo, cujo mercado nunca (ou ainda não) existe. Por exemplo: Antes da Internet, ninguém conhecia o mercado para negócios relacionados à Internet, como a Amazon, o Google, o YouTube, o Yahoo etc. Somente depois que a Internet emergiu foi que as pessoas começaram a ver oportunidades e mercado nessa tecnologia. Entretanto, mesmo que um mercado já exista, digamos que um mercado para bebidas à base de cola (que foi criado pela Coca-Cola), não há garantia de que um mercado existe para um novo player em particular na categoria de colas. Em 1949, outro economista austríaco, Ludwig von Mises, afirmou que, o “empreendedor é o tomador de decisões”. Mises analisou a formação dos preços até o ponto em que as pessoas fazem as suas escolhas. Trata-se, na verdade, de uma explicação de como se formam os preços e não sobre como eles deveriam se formar. Para ele, a ação humana abrange todos os aspectos das ciências econômicas, merecendo destaque a questão sobre o cálculo econômico. Mises demonstrou, claramente, a inviabilidade do socialismo, uma vez que este não conta com um sistema de formação de preços de mercado. Por exemplo: se para a produção de um determinado bem existem dois métodos de produção, o mais eficaz ou mais barato só pode seridentificado mediante um sistema de preços gerado numa economia de mercado; num regime em que as trocas voluntárias são substituídas por decisões burocráticas, o sistema de preços desaparece deixando os agentes sem a orientação mais importante para as suas escolhas. Já para Friedrich von Hayek (1959), também austríaco e economista, o empreendedorismo envolve não apenas risco, mas, sobretudo, conduz a um processo de descoberta das condições produtivas e das oportunidades de mercado por parte dos próprios atores sociais. Um pouco mais tarde, outro economista austríaco, Joseph Schumpeter, voltou a abordar o empreendedor e seu impacto sobre a economia. Para Schumpeter (1950), um empreendedor é uma pessoa que deseja e é capaz de converter uma nova idéia ou invenção em uma inovação bemsucedida e sua principal tarefa é a “destruição criativa”, a qual se dá através da mudança, ou seja, através da introdução de novos produtos ou serviços em substituição aos que eram utilizados. A destruição criativa, na visão de Schumpeter (1950), podia ser sintetizada na prática de se criar novas organizações ou de revitalizar organizações maduras, particularmente novos negócios, geralmente em resposta a oportunidades identificadas. Segundo Schumpeter (1950), o empreendedorismo força a destruição criativa através dos mercados e indústrias, criando, simultaneamente, novos produtos e modelos de negócios. Assim, a destruição criativa é grandemente responsável pelo dinamismo das indústrias e pelo crescimento econômico de longo prazo. Ao longo do tempo, contudo, verificou-se que a destruiçãocriativa não é uma tarefa fácil. Afinal, em todo o mundo, grande parte dos novos negócios falha, o que torna as atividades empreendedoras substancialmente diferentes, dependendo do tipo de organização que se está criando. As discussões sobre o empreendedorismo vêm se perpetuando até os dias mais recentes, com diversos autores apresentando várias contribuições sobre o assunto, conforme ilustra o quadro a seguir:
  • 30. Empreendedorismo e Intra-Empreendedorismo Quadro: Contribuições para o entendimento do empreendedorismo Ano Autor Contribuição 1961 Mc Clelland Identifica três necessidades do empreendedor: poder, afiliação e sucesso (sentir que se é reconhecido), e afirma que: “o empreendedor manifesta necessidade de sucesso”. 1966 Rotter Identifica o locus de controle interno e externo: “o empreendedor manifesta locus de controle interno”. 1970 Drucker O comportamento do empreendedor reflete uma espécie de desejo de uma pessoa em colocar sua carreira e sua segurança financeira na linha de frente e correr riscos em nome de uma idéia, investindo muito tempo e capital em algo incerto. 1973 Kirsner “Empresário é alguém que identifica e explora desequilíbrios existentes na Economia e está atento ao aparecimento de oportunidades”. 1982 Casson “O empreendedor toma decisões criteriosas e coordena recursos escassos”. 1985 Sexton “O empreendedor consegue ter uma grande tolerância e Bowman à ambigüidade”. 1986 Bandura “O empreendedor procura a auto-eficácia: controle da ação humana através de convicções que cada indivíduo tem, para prosseguir autonomamente na procura de influenciar a sua envolvente para produzir os resultadosdesej ados”. 2002 William “O empreendedor é a máquina de inovação do livre Baumol mercado”. Enquanto os teóricos discutem os meandros do empreendedorismo, este vem alcançando desde projetos individuais (mesmo que envolvam o empreendedor apenas temporariamente) até tarefas maiores, que criam oportunidades de emprego, o que destaca a sua importância no mercado. Na cultura da vida americana, o empreendedorismo é visto largamente como um player integral e, particularmente, como um motor para a geração de empregos e para o crescimento econômico. Muitos empreendimentos de risco buscam capital de risco ou angel funding para levantar capital para construir o negócio. O termo angel vem de uma prática que ocorria no início dos anos 1900, quando homens de negócios muito ricos investiam nas produções da Broadway. Os angel investors são indivíduos que investem em negócios, além de um envolvimento mais profundo no negócio, um retorno maior do que obteriam se investissem em investimentos tradicionais, e que geralmente oscilam entre 20% a 30%. Grande parte desses investidores são empreendedores bem-sucedidos que desejam ajudar outros empreendedores a fazer com que seu negócio decole. Os valores investidos variam, mas usualmente situam-se entre US$150.000 e US$1,5 milhão. Muitas organizações atuais foram criadas para apoiar futuros empreendedores, incluindo agências especializadas do governo, incubadoras de empresas, parques científicos e algumas ONGs (Organizações Não - Governamentais). Uma pergunta pertinente, que permeia a história do empreendedorismo é: se ummercado existe, ele existe para o empreendedor? O empreendedor e o ego empreendedor Especialistas que estudam a personalidade empreendedora mostraram que certos traços parecem ser associados aos empreendedores. Cole (1959) apontou a existência de quatro tipos de empreendedores: o inovador, o inventor, o promotor super-otimista e o construtor de organização. McClelland (1961) descreveu o empreendedor como motivado primeiramente por uma irresistível necessidade de realização e por um forte impulso para construir. Collins e Moore (1970) estudaram 150 empreendedores e concluíram que eles são pessoas difíceis e
  • 31. pragmáticas guiadas por necessidades de independência e impulsos. Eles raramente concordam em se submeter a alguma autoridade. Cooper, Woo e Dunkelberg (1988) discutiram que os empreendedores exibem extremo otimismo em seus processos de tomada de decisões. Em um estudo com 2994 empreendedores, eles reportaram que 81% dos entrevistados indicaram que seus diferenciais de sucesso eram superiores a 70% e que 33% deles só admitiam o sucesso. Bird (1992) vê os empreendedores como instáveis, isto é, propensos a insights, brainstorms, decepções, engenhosidade e desembaraço. São astutos, oportunistas, criativos e racionais. Busenitz e Barney (1997) alegam que os empreendedores são pro-Empreendedorismo e Intra-Empreendedorismo pensos a serem super-confiantes e inclinados a generalizações exageradas. Todos esses tipos não estão relacionados à personalidade, mas ao tipo de oportunidade que aparece para o empreendedor. De acordo com Mc Clelland (1956), o empreendedor é motivado acima detudo por ascensão profissional. Uma vez que os objetivos de sua organização são simplesmente uma extensão de si mesmos, podese concluir, conforme McClelland (1956), que o objetivo dominante da organização que opera no modo empreendedor é o crescimento, a mais tangível manifestação de ascensão. Como bem frisou em seu artigo “O Ego Empreendedor”, da revista Fortune, (McCLELLAND, 1956, p. 25):A maioria dos presidentes jovens têm mais urgência em construir do que em manipular: “A expansão é um tipo de doença entre nós”, diz um presidente. “Vamos enfrentá - la”, diz outro. “Nós somos construtores de impérios. A tremenda compulsão e obsessão não é fazer dinheiro, mas construir um império”. Pode-se verificar, segundo os pontos de vista dos diversos autores aqui apresentados, que a oportunidade de manter-se sempre para frente é, a principal vantagem percebida por aqueles que optam pela vida empreendedora. Características e contribuições do empreendedorismo Segundo Falcão (2008, p. 1), há pelo menos quatro motivos para o empreendedorismo: – Há empreendedorismo por necessidade. É quando as pessoas não têm liberdade, entendida como capacidades mínimas de inserção na economia, e passam a viver em condições précapitalistas, praticando atividades de subsistência, o escambo ou a pirataria. – Há empreendedorismo por vocação. É quando há liberdade de acesso às oportunidades do mercado. Quer dizer, é quando o acesso a oportunidades desenvolve o instinto empreendedor das pessoas, ou seja, a especialidade em saber identificar possibilidades e calcular os riscos do negócio.– Há o empreendedorismo inercial. É quando o ambiente institucional é frágil e as empresas prosperam com base nas relações interpessoais de seus dirigentes. São, em geral, os negócios que passam de pai para filho independentemente de capacidade empresarial. Nesse caso, o ambiente legal cria estruturas tributárias privilegiadas e mercados preferenciais que viabilizam o sucesso do empreendimento, mesmo quando não existe um espírito empreendedor, mas sim uma boa alma do negócio que favorece o empreendimento. – Finalmente, há o empreendedorismo pelo conhecimento. Esta é a forma de empreender do futuro porque somente o conhecimento une o espírito animal empreendedor à alma do negócio do ambiente empresarial. Os artigos e livros que tratam do empreendedorismo costumam apresentá-lo como a solução
  • 32. para todos ao males. É raro encontrar, por exemplo, documentos que discutam não apenas as vantagens do empreendedorismo, mas também as suas desvantagens. O resultado disso se reflete em um mercado que parece formado por pessoas iludidas, e que apresentam uma percepção pouco condizente com a realidade da vida empresarial. Enfatiza-se nos livros e artigos, por exemplo, que o empreendedor tem uma visão entusiástica, força maior de uma empresa, usualmente sustentada por um conjunto de idéias específicas interligadas não disponíveis para o mercado. Isto se torna verdade, pelo modo como ele é “bomb ardeado” de informações irreais. Ser empreendedor é bom, o mercado é promissor, obter crédito é fácil e outras coisas do gênero. Sob a ótica da maioria dos autores, o empreendedor é aquele que elabora um plano geral claro para realizar avisão, ainda que detalhamentos possam ser incompletos, flexíveis e mutáveis. A afirmativa é correta, à medida que os empreendedores costumam ter uma visão sonhadora, ainda que nem sempre consigam realizá-la por excesso de otimismo, forjado, talvez, pela propaganda enganosa das grandes empresas e entidades que estimulam o empreendedorismo. Realizar planos de ação detalhados, entretanto, não é mesmo o forte dos empreendedores. Eles parecem não ter a paciência exigida para tal. Outra realidade do empreendedor é que ele promove a visão com paixão entusiástica. Há, entretanto, um único senão: essa promoção da visão com tanta paixão, dura apenas pouco tempo, considerando que o forte do empreendedor não é o planejamento estratégico. O empreendedor é adaptativo por natureza. O seu planejamento é moldado às contingências do ambiente, as ações, em grande parte das vezes, são ações do tipo apaga-incêndio. Há quem afirme que o empreendedor assume a responsabilidade inicial de tornar a visão bem-sucedida e que desenvolve estratégias para tornar a visão em realidade, com persistência e determinação. Discordamos parcialmente dessa afirmativa. O discurso inicial do empreendedor é mesmo de assunção de responsabilidade quanto a tornar sua visão bem-sucedida. Afinal, por ser um entusiasta, infelizmente mal informado, tem um discurso inicial excessivamente otimista. Com o passar do tempo, quando a dura realidade do mercado mostra a cara, o discurso arrefece: impostos e taxas em excesso para pagar, disputa desleal de mercado, mão-de-obra ineficiente, falta de planejamento,desconhecimento de marketing, desconhecimento de finanças. Essa situação cruel, mas real, faz com que o empreendedor se retraia. Ainda que os grandes teóricos sobre o assunto afirmem categoricamente que empreendedorismo é risco, o empreendedor, ao começar a entender a rudeza do mercado, passa a assumir riscos com mais prudência. Este fato funciona como um banho de água fria no espírito empreendedor, que tende a perder o élan inicial. Somente quando a percepção clara da realidade bate na cabeça do empreendedor é que ele começa a se preocupar em buscar informações sobre a avaliação de custos, as necessidades do mercado/clientes e a importância do trabalho em equipe. O empreendedor, que é, usualmente, um pensador positivo e um tomador de decisões, nesse momento, repensa seu modo de ser como empresário, já que descobre que o seu conhecimento é limitado e que ele deveria ter procurado uma ajuda consistente, antes de abrir seu negócio. Não são raros os empreendedores que colocam uma empresa “no ar”, sem sequer se preocuparem com estudos de mercado. Não são raros também, aqueles empreendedores que montam seus negócios baseados em estudos de mercado e planos de negócios superficiais. Diante de tantas situações adversas, o empreendedorismo brasileiro, que poderia ser de grande utilidade para o país, perde parte de sua força. As contribuições que ele oferece, como
  • 33. o desenvolvimento de novos mercados, a descoberta de novas fontes de materiais, a mobilização recursos de capital, a introdução de novas tecnologias, indústrias e produtos e a criação de emprego, acontecem, mas nãona proporção que poderiam, e que seria desejável, acontecer. Vantagens e desvantagens do empreendedorismo Os livros e artigos sobre empreendedorismo são pródigos em apontar as vantagens dessa proposta de gestão. Entre as mais destacadas está a possibilidade de o empreendedorismo gerar “enorme” (mantemos a palavra, de acordo como são usadas nos livros sobre o assunto) ganho financeiro pessoal, o que pode ser verdade, se o empreendedor for, de fato, uma pessoa preparada e ciente de suas reais capacidades e limitações. O que se vê no mercado, entretanto, são empreendedores que têm uma grande capacidade de erguer empresas, mas que são limitados ao geri-las. O resultado são empresas que abrem e crescem muito rápido, mas que morrem também muito rapidamente, porque não são bem administradas. Outra vantagem alardeada nos livros sobre empreendedorismo é a sua capacidade de gerar auto-emprego, oferecendo mais satisfação no trabalho e flexibilidade para a força de trabalho. Em que pese concordarmos que essa pode ser uma vantagem, discordamos que o autoemprego, de modo geral, possa garantir mais satisfação no trabalho e flexibilidade para a força de trabalho. São notórios os casos de micro e pequenas empresas que apresentam grande rotatividade de pessoal por insatisfação. As pessoas que nelas trabalham o fazem por simples falta de uma oportunidade melhor, mas, quando essa oportunidade chega, elas não vacilam nem um segundo em mudar de empresa. O mais curioso é que os empreendedores, empresários donos dessas empresas, raramente fazem alguma coisa para reter os bons empregados. Há quem defenda também que oempreendedorismo gera empregabilidade para outros, em geral em trabalhos melhores. É inquestionável que o empreendedorismo gere empregabilidade, mas daí a afirmar que gere trabalhos melhores parece ser uma falácia. Na maioria das vezes, o que se vê é a geração de subempregos, com alta rotatividade. Os empreendedores brasileiros, respaldados talvez por informação de qualidade duvidosa, tendem a não perceber a importância da mão-de-obra especializada. Recrutam mal, selecionam mal e, salvo raras exceções, oferecem treinamento, ainda assim de baixa qualidade, aos seus empregados. Parece natural, portanto, que a rotatividade de mão-de-obra seja tão grande nas pequenas e micro empresas brasileiras. O desenvolvimento de mais indústrias, especialmente em áreas rurais ou regiões em desvantagem causada por mudanças econômicas, também é apontado como uma vantagem do empreendedorismo. Mas essa vantagem só se sustenta em situações de certa estabilidade. Se houver uma radical mudança econômica e as empresas não se adequarem rapidamente, o que não costuma acontecer nas empresas empreendedoras, em função do planejamento deficiente, estas não se mantêm e tendem ao fracasso. Uma vantagem importante do empreendedorismo é o encorajamento do processamento de materiais locais em bens acabados para consumo doméstico, bem como para exportação. Exemplo disso são as empresas que trabalham com artesanato de alta qualidade, que encontram mercado certo e constante para seus produtos, principalmente no âmbito doméstico. Há que considerar, entretanto, que o processo de exportação no Brasilé altamente complexo e burocrático, além de exigir, das empresas que desenvolvem produtos para
  • 34. exportação, investimentos muitas vezes incompatíveis com a sua capacidade de pagamento. O resultado é que essas empresas assumem dívidas astronômicas e se tornam reféns de bancos por toda uma vida, colocando em risco o patrimônio que levaram muito tempo para construir. Outras vantagens, citadas praticamente em todos os livros e artigos sobre empreendedorismo são:– Geração de renda e aumento do crescimento econômico; – Competição saudável, que estimula a criação de produtos de maior qualidade; – Mais bens e serviços disponíveis; – Desenvolvimento de novos mercados; – Promoção do uso de tecnologia moderna em pequena escala; – Fabricação para estimular o aumento de produtividade; www.bocc.ubi.pt – Encorajamento de mais pesquisas e estudos e desenvolvimento de máquinas e equipamentos modernos para consumo doméstico; – Desenvolvimento de qualidades e atitudes empreendedoras entre potenciais empreendedores, que podem contribuir para mudanças significativas em áreas distantes; – Liberdade em relação à dependência de empregos oferecidos por outros; – Redução da economia informal; – Emigração de talentos pode ser impedida por um melhor clima de empreendedorismo doméstico. Temos que olhar todas essa vantagens, entretanto, com olhar crítico, pois a forma como elas são apresentadas levam a um forte viés de percepção. Concordamos que o empreendedorismo realmente possa gerar todas essas vantagens, mas o que as entidades e autores adeptos do mesmo tentam mostrar é que tais vantagens são verdadesabsolutas. Não são. Há casos de sucessos, e esses são mostrados constantemente em programas de televisão, revistas e em cases apresentados em congressos e seminários sobre empreendedorismo, mas há inúmeros casos de fracasso, que povoam a realidade das micro e pequenas empresas brasileiras. Esses, quase ninguém mostra. Defendemos que os fracassos não são culpa dos empreendedores, mas das entidades e consultores que os orientam, que vendem uma imagem irreal do empreendedorismo brasileiro. Se lá fora as coisas funcionam melhor, porque há legislações melhores, cargas tributárias menores e uma visão mais clara do empreendedorismo, aqui, como se diz na gíria, “o buraco é mais embaixo”. Ser empreendedor no Brasil é um verdadeiro desafio, quase uma luta inglória. Montar um negócio é relativamente fácil e, conforme certos casos, até barato. Mantê-lo, entretanto, é outra estória. Em nosso país, por exemplo, as faculdades e universidades que estimulam o empreendedorismo, ainda que tenham muitas vezes uma boa estrutura de incubadoras para novas empresas, tendem a não estimular o conhecimento teórico aprofundado. Na verdade, elas incentivam a prática em detrimento da teoria. Os cursos passam a idéia do empreendedorismo de forma superficial, como se para ser empreendedor não se necessitasse conhecer profundamente as teorias de gestão. Em nossa longa experiência como professor universitário (são quase 20 anos de experiência acadêmica), percebemos, como resultados dessa distorção, alunos que acham que para ser um empreendedor bastam disciplinas práticas. Ninguémquer saber de aprender filosofia, metodologia científica, estatística, matemática, psicologia, ou mesmo as teorias relacionadas à gestão, como planejamento estratégico, marketing ou recursos humanos. Alguém colocou em suas cabeças que o que vale é a prática e só a prática. Ao iniciarmos uma disciplina, a primeira pergunta dos alunos é se ela é prática ou simplesmente teórica. Se afirmamos que ela é mais teórica, a reclamação é inevitável, pois eles acham que a teoria é dispensável. Um dos efeitos desse problema pode ser, por exemplo, o estímulo à criação de