Este documento discute emergências médicas dermatológicas, incluindo angioedema da glote, choque anafiláctico, e critérios para referência de pacientes. Ele fornece detalhes sobre os sintomas e conduta inicial para essas condições, enfatizando a estabilização do paciente e comunicação com médicos de referência.
2. INTRODUÇÃO
Com algumas excepções, todas as emergências médicas e cirúrgicas serão tratadas duma forma
aprofundada na Disciplina de Traumas e Emergências incluída no quinto Semestre do curso TMG.
Contudo, cada módulo clinico terá uma aula dedicada às emergências principais do aparelho/sistema
considerado, cujo conteúdo será enfocado na identificação rápida da emergência, estabilização do
paciente e a sua referência/transferência.
3. EMERGÊNCIAS MÉDICAS DERMATOLÓGICAS
• Angioedema da glote
• Choque anafiláctico ou Anafilaxia
• Síndrome de Steven Johnson (SSJ)
• Necrólise epidérmica tóxica. (NET)
• Queimaduras ( Clínicos e de Enfermagem)
4. EMERGÊNCIAS MÉDICAS DERMATOLÓGICAS
ANGIOEDEMA DA GLOTE
É o edema das vias aéreas superiores que impede a passagem de ar e pode determinar
sufocamento e morte.
Quadro Clínico:
Inicio após 1-15 min o paciente apresenta tosse e dificuldade de respirar por causa do
edema na laringe. Ouve-se um estridor (ruído inspiratório). As vias aéreas inferiores
podem ser afectadas podendo apresentar broncoespasmo mais ou menos severo com
tosse e dificuldade respiratória. Advém a cianose, diaforese, taquicardia.
5. EMERGÊNCIAS MÉDICAS DERMATOLÓGICAS
CHOQUE ANAFILÁCTICO
• É uma reacção sistémica, aguda e severa de duração variável que manifesta-se de repente após a
sensibilização com o agente desencadeante, e pode levar a morte. Está relacionada a uma reacção de
hipersensibilidade de tipo I .
• Os agentes causais mais comuns são: antibióticos da família das penicilinas, as picadas de insectos, o
sangue e derivados. Os pacientes que já apresentaram manifestações alérgicas contra aquele
determinado agente causal têm maior risco.
Quadro clínico:
• Após 1-15 min o paciente torna-se irrequieto, agitado e tem palpitações, parestesias, prurido, tosse,
urticária, angioedema e dificuldade a respirar por causa do edema da laringe ou de broncoespasmo.
Sintomas gastro intestinais podem aparecer, sendo mais raros, como náusea, vómito, dor abdominal,
diarreia.
Sintomas de choque com hipotensão e taquicardia, convulsões e perda de consciência podem
apresentar-se após 1-2 minutos do início .
6. EMERGÊNCIAS MÉDICAS DERMATOLÓGICAS
CONDUTA
Em caso de reacções de média gravidade (prurido generalizado, urticária, angioedema, leve
dificuldade respiratória, náusea e vómito):
• Adrenalina Injecção 1 mg/ml (1:1000): 0.3-0,5ml intramuscular que pode-se repetir após 5 minutos
se a primeira injecção não funcionou.
• Se angioedema da glote: aerossol de adrenalina: 1mg de adrenalina em 4 ml de soro fisiológico.
Se não disponível equipamento para aerossol: adrenalina 0.3 a 0.5 ml via IM/SC
7. EMERGÊNCIAS MÉDICAS DERMATOLÓGICAS
• Anti-histamínicos orais (clorfeniramina 4 mg)
• Prednisolona 50mg (pode ir até 100 mg) EV ou IM
EM CASO DE REACÇÕES GRAVES (ANGIOEDEMA GENERALIZADO SEM HIPOTENSÃO):
• Adrenalina
• Anti-histaminico EV: difenidramina 50mg IM/EV
• Prednisolona 50 – 100 mg EV/IM ou Hidrocortisona 100 a 500 mg EV
Em caso de choque:
• Posição de Trendelemburg ou seja o paciente fica deitado com as pernas levantadas em 45º.
• Reanimação cardio-pulmonar se paragem
• Adrenalina 1 ml da solução a 1:10.000 (diluir 1 mg em 9 ml de soro fisiológico) EV lento repetindo
a cada minuto de acordo com a resposta obtida.
• Soro fisiológico ou Lactato de Ringer 1000 ml rápido em dois acessos EV, se houver hipotensão
incontrolável,
• Difenidramina 50 mg EV lentamente em 3 minutos
• Prednisolona, 50 a 100 mg EV
8. EMERGÊNCIAS MÉDICAS DERMATOLÓGICAS
CRITÉRIOS PARA REFERÊNCIA
• As emergências dermatológicas supra-citadas devem ser referenciadas ao Médico após
procedimentos iniciais de estabilização.
• Procedimento correcto para referir um paciente que apresenta uma emergência dermatológica
• Diagnóstico da causa da situação de emergência
• Estabilização do paciente: dependendo da causa
• Contacto com o médico que vai receber o paciente: descrição do caso e concordar o eventual
tratamento
• Preenchimento de guia de referência e clarificação da medicação efectuada
• Organização do transporte para o hospital de referência, em caso seja necessário