Regista-se globalmente e em Portugal, um número crescente de AVE/AVC’s, sendo 2015 o ano no qual se verificou o maior número de casos em território nacional.
A evidência científica demonstra a importância da intervenção precoce dos técnicos de saúde, nomeadamente Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Terapeutas da Fala, Enfermeiros, Médicos, Nutricionistas e Neuropsicólogos em contexto hospitalar e nas unidades de AVC. Para além disso, sendo a mobilização precoce recomendada com elevado índice de evidência para prevenção de complicações sub-agudas pós-AVE/AVC, é necessária uma assertividade e rigor na avaliação para selecção dos estímulos específicos proporcionados ao indivíduo no sentido da reorganização do Sistema Nervoso.
2. Sílvia Ferreira é diplomada em fisioterapia e cedo começou a especializar-se na intervenção
neurológica, trajecto que lhe valeu o reconhecimento na comunidade científica e académica.
Ao seu notório e extenso percurso na prática clínica, privada e particular, associa ainda a sua
experiência enquanto docente da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto. Ao longo dos
últimos anos, Sílvia tem complementado a sua formação em diversas áreas de especialidade,
aprimorando a sua intervenção em contexto clínico.
Formadora do curso de Intervenção
da fisioterapia pós-acidente vascular
encefálico ou cerebral agudo
DRA. SÍLVIA
FERREIRA
EBOOK MASTER | INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA PÓS-ACIDENTES VASCULARES ENCEFÁLICOS/CEREBRAIS AGUDOS
A Dra. Sílvia Ferreira ministrou em 2016,
o curso de Fisioterapia Neurológica Pediátrica
em Angola.
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3. Regista-se globalmente e em Portugal, um número crescente de AVE/AVC’s, sendo 2015 o ano
no qual se verificou o maior número de casos em território nacional.
intervenção específicas e significativas que,
potenciando a neuroplasticidade, se
repercutem na função, performance e
eficiência do movimento.
Em situações de pessoas com dor crónica,
diversas regiões do cérebro sofrem
modificações provenientes da
neuroplasticidade. Essas modificações
dizem respeito tanto na funcionalidade
(como áreas do cérebro passam a
funcionar) como na própria estrutura
cerebral (espessura do cérebro).
O profissional de saúde que lida com pessoas
com dor crónica deve ser capaz de perceber
como essas modificações contribuem para o
quadro do paciente. Além disso, saber
reconhecer o mecanismo predominante de
dor, a relação de alterações emocionais,
do humor e do comportamento, assim como o
condicionamento e a extinção do medo estão
presentes tanto no desenvolvimento da dor
crónica, na sua magnificação ou mesmo
na sua perpetuação.
Com base nesses conhecimentos, propor
intervenções que possam restaurar a função
normal do cérebro devem estar presentes no
seu arsenal terapêutico. Entender como o
protocolo de exposição da imagem, as
técnicas de extinção do medo, as propostas
de regulação emocional e a educação em dor
poderão facilitar o manejo do paciente com
dor crónica.
INTRO
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A evidência científica demonstra a importância
da intervenção precoce dos técnicos de saúde,
nomeadamente Fisioterapeutas, Terapeutas
Ocupacionais, Terapeutas da Fala, Enfermeiros,
Médicos, Nutricionistas e Neuropsicólogos em
contexto hospitalar e nas unidades de AVC.
Para além disso, sendo a mobilização precoce
recomendada com elevado índice de evidência
para prevenção de complicações sub-agudas
pós-AVE/AVC, é necessária uma assertividade e
rigor na avaliação para selecção dos estímulos
específicos proporcionados ao indivíduo no
sentido da reorganização do Sistema Nervoso.
Num período em que emergem vários métodos
e estratégias de intervenção com crescente
vertente tecnológica associada, pretende-se
desconstruir conceitos pré-formados,
baseando a nossa intervenção nos
fundamentos do movimento humano e não em
conceitos de intervenção. Pretende-se
igualmente refinar a avaliação do indivíduo para
que a intervenção, baseada na evidência mas
centrada no mesmo, seja significativa,
considerando a sua condição clínica.
Assim, as nossas estratégias de intervenção
devem visar a melhoria funcional, centrando-se
na especifidade da tarefa e não na
incapacidade do indivíduo, proporcionando-se a
oportunidade para o movimento.
A ligação entre a neurofisiologia, o movimento
humano, o indíviduo e a evidência científica,
bases da fundamentação do raciocínio clínico,
permite a selecção de estratégias de
4. Na fase de pré-mobilização pós-AVE/AVC ou quando o indivíduo não
se encontra clinicamente estável, o Fisioterapeuta não desempenha um papel activo
na intervenção da equipa transdisciplinar.
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Na fase de pré-mobilização, o Fisioterapeuta avalia as alterações neuromotoras decorrentes da lesão,
assegura a adequada ventilação através de uma avaliação da função respiratória, aconselha a equipa
transdisciplinar relativamente ao posicionamento do indivíduo e monitoriza as mudanças de decúbito.
MITO 1
Devido à intervenção terapêutica, ocorrem continuamente modificações ao nível da actividade neuronal,
pelo que deverá efectuar-se uma avaliação diária, de forma a verificar as repercussões neuromotoras
destas alterações.
MITO 3
Na fase aguda, a recuperação funcional decorre lentamente,
realizando-se uma avaliação formal inicial e final do indivíduo.
A neuroplasticidade e a recuperação funcional não atingem um “plateau” aos 6 meses após o AVE/AVC.
Porém, uma intervenção precoce, na fase aguda, revela-se determinante para a evolução deste processo.
MITO 2
A recuperação funcional ocorre apenas durante os primeiros 6 meses após-AVE/AVC.
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5. EBOOK MASTER | INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA PÓS-ACIDENTES VASCULARES ENCEFÁLICOS/CEREBRAIS AGUDOS
A intervenção deve centrar-se no indivíduo, integrando as componentes física, mental, emocional e
espiritual, considerando o movimento humano e consequente integração do lado mais afectado no
esquema corporal e actividades da vida diária.
MITO 5
Após um AVE/AVC, decorrem sequelas que tornam o indivíduo mais dependente,
pelo que deverá centrar-se a reabilitação no lado menos afectado estabelecendo-se
estratégias compensatórias para a sua independência.
Apesar de algumas lesões apresentarem alguma similaridade, as repercussões funcionais dependem da
localização e extensão da lesão, pelo que é fundamental efectuar-se uma análise da imagiologia e
correlação com os dados obtidos na avaliação realizada pela equipa transdisciplinar.
MITO 4
Independentemente do tipo de AVE/AVC que ocorre,
decorrem alterações neuromotoras semelhantes.
A reabilitação deve iniciar-se no hospital, o mais rapidamente possível. Dependendo da estabilidade
clínica do indivíduo, deverá iniciar-se a intervenção nas primeiras 24 a 48h.
MITO 6
Nos primeiros dias após o AVE/AVC, o indivíduo deve manter-se em repouso.
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6. EBOOK MASTER | INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA PÓS-ACIDENTES VASCULARES ENCEFÁLICOS/CEREBRAIS AGUDOS
Os AVE/AVC’s podem ser prevenidos através da adopção de um estilo de vida saudável, o que inclui a
realização de exercício físico. Assim, a intervenção da Fisioterapia nas fases aguda e sub-aguda, deve
incluir a educação, reforçando a necessidade da inclusão do exercício físico no quotidiano.
MITO 7
Os AVE/AVC’s não podem ser evitados.
A reorganização funcional do sistema nervoso depende da intervenção e duração da realização de cada
tarefa. Assim, devem aumentar-se progressivamente a intensidade e a frequência do treino de força e
endurance muscular, respeitando os fundamentos do movimento humano. Apenas a prática diária e
intensiva das tarefas específicas permite a melhoria da performance neuromotora.
MITO 8
Após um AVE/AVC, não deverá incluir-se exercícios que promovam
o fortalecimento muscular e o aumento da endurance.
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7. CURSO
Intervenção da fisioterapia pós-acidente vascular encefálico ou
cerebral agudo
PROGRAMA
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• Breve abordagem do acidente vascular encefálico/cerebral (etiologia, epidemiologia, factores de
risco, patofisiologia e classificação);
• Avaliação/intervenção médica (imagiologia e farmacologia) e sua influência na intervenção da
fisioterapia;
• Áreas de lesão e repercussões funcionais a nível sensório-motor, linguagem, deglutição,
percepção, cognição, emoções, função urinária e vesical, função autonómica e visão.
• Repercussões/complicações cardíacas, ventilatórias, vasculares, tegumentares;
• Avaliação e intervenção da Fisioterapia, relacionando-a com a neurofisiologia e precauções
específicas;
• Prognóstico e diagnóstico diferencial;
• A intervenção da Fisioterapia nos cuidados intensivos VS cuidados intermédios;
• Guidelines de intervenção e sua análise crítica;
• Princípios/Fundamentos da intervenção da fisioterapia VS métodos de intervenção;
• Estratégias de intervenção.
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OBJECTIVOS GERAIS
No final da formação, os formandos deverão ser capazes de avaliar um indivíduo
pós-AVE/AVC agudo, seleccionando estratégias de intervenção específicas para cada
indivíduo, considerando as condicionantes da sua situação clínica actual, bem como, as
precauções específicas da intervenção na fase aguda, integrando-se numa equipa
transdisciplinar.