SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 33
Baixar para ler offline
CONVENÇÃO BAPTISTA DE ANGOLA
IGREJA BAPTISTA NOVA ALIANÇA
Estrada (Direta) Camama-Talatona S/Nº, Bondo Chape.
Comuna do Kilamba Kiaxi, Municipio de Belas
Email:ibna2019@gmail.com / Telefone +244 923 904 391
LUANDA - ANGOLA
Lições da Escola
Bíblica Dominical
Universidade da Bíblia – A Escola Bíblica para
os cristãos fiéis a Palavra
[2019]
DIRECTORIA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL.
[UNIVERSIDADE IBNA DA BIBLIA]
Equipa: Luís Kimbinga (Director), Laura Singi e Fernando Kabina
CLASSES E PROFESSORES:
Classe de Adultos (36+): Fernando Kabina, Diogo Quitori e Dr. Singui António
Classe de Jovens, (18-35 anos): Paulo Muhongo, L. Kimbinga
Classe de Adolescentes (14-17 anos): Marize Ferrari, Zola Kaquarta, Júlia Muhongo
Classe Juniores (8-13 anos): Flávio, Teresa Chamboma, Laura Singui
Classe de Crianças (2-8 anos): Valentina Maximiano, Faustina, Madalena
Chamboma, Marlene Kimbinga.
Novos Crentes: Zakeu, Diamantina Almeida e Ana Zengo
SUMÁRIO
ü Tema, Divisa, Hino, Missão, Visão, Valores.
ü Organigrama
ü Diretoria da Igreja
ü Objectivos estrategicos
ü Objectivos sectoriais
ü Horário das actividades
ü Agenda Anual
ü Estatuto
ü Telefones uteis
TEMA ANUAL:
“CONSTRUINDO UMA IGREJA
SAUDÁVEL”
DIVISA
“Antes crescei na graça e conhecimento de nosso
Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a
glória, assim agora, como no dia da eternidade.
Amém”
(2 Pedro 3:18).
MISSÃO E VISÃO
DIRETORIA DA IGREJA
1. DIRETORIA ESTATUTARIA
Pastor (Interino): Zakeu A. Zengo
Presidente (Exercício): Ana Zengo
Vice-Presidente (Exercício): Abraão Morais de Arminda
1º Secretária: Albertina Venâncio
2º Secretaria:
1º Tesoureiro: Helena
2º Tesoureiro:
2. MINISTÉRIOS (AUXILIARES DA ACCÃO PASTORAL)
Ministério da Visitação, Discipulado e integração (auxiliar do Pastor) – Seminarista Paulo
Muhongo (Líder Discipulado e Integração) e Corpo Diaconal (Líder: Conceição de Oliveira).
Equipas de visitação: Diáconos, Sociedade Masculina (Líder: Diogo Quitori), e Sociedade Feminina
(Líder: Madalena Venâncio).
Ministério de Missões, Evangelismo e integração de novos crentes – Irmãs Diamantina de
Almeida (Líder Missões) e Minianga Kaparakata (Líder Evangelismo e Integração). Equipa:
Seminaristas Zola Kaquarta e Paulo Muhongo; Irmãos Ferraz Gatay, Alberto Cassesse, Dani, Costa e
Emília.
Ministério de Educação Cristã e Treinamento – Irmãos Ana Zengo (Educação Cristã), Luís
Kimbinga (Escola Bíblica Dominical), Nsingi Nsonsolo António e Fernando Kabina (Treinamento e
Crescimento).
Ministério das Famílias e Casais - Casal Singi António (líderes), casal Muhongo, Casal Daniel
(Paulo e Júlia), casal Kamati, casal Zengo e casal Mulanda (Kilson e Esperança).
Celebração (Culto), Estudo Bíblico, Oração e Comunhão:
• Quarta-Feira, 18h30 (Culto de Oração e Estudo Bíblico): Responsáveis: Paulo Muhongo
(líder), Diogo Quitori (adjunto) e Albertina Venâncio
• Sexta-Feira, 18h30: Responsáveis (Culto de Comunhão, Intercessão e Integração): Norberto
(líder), Albertina Venâncio (adjunta), Ana Santos e Zola Kaquarta.
• Cultos de Vigília [bimensal]. Responsáveis: Kilson Mulanda (líder), Gina Kamati, Gabriel e
Sheila Quitori.
• Cultos de Jejum e Oração. Responsáveis: Minianga Kapracata (líder), Francisco Razão,
Afonso Kaparakata, Albertina e Costa.
3. CORPO DIACONAL
Visão e Objectivos para 2019:
ü Trabalhar com a finalidade de auxiliar e apoiar o ministério pastoral da igreja;
ü Promover aprimoramentos para o diaconato na igreja;
ü Promover oportunidade de integração e lazer entre os diáconos.
ü Indicaçao e ordenação de novos diáconos.
Presidente: Ir. Abraão Morais de Arminda
Vice-Presidente: Missionário Manuel Catumbila
Corpo Diaconal: Abraão de Arminda; Madalena Venâncio Abraão; Manuel Catumbila; Domingas
Catumbila; Gracinda; Diamantina Alexandre; José Alexandre; Conceição Oliveira; Germano Kamati.
Auxiliares do corpo Diaconal: Rodrina Helena; Madalena Gonçalves.
4. CONSELHO FISCAL
Relator:
Membros: Fernando A. C. Kabina, Luis Kimbinga e Elias Lucas Yambama
Suplentes:
5. CONSELHO DE DIRECÇAO (DIRECCAO DA IGREJA)
Composto pelos seguintes órgãos:
Diretoria Estatutária
Corpo Diaconal
Pastores
Líderes de Ministérios
Presidentes das Uniões e Departamentos.
Lição 1 – Como a Bíblia foi escrita e chegou até nós?
Introdução
O primeiro artigo da Declaração Doutrinária dos Baptistas fala sobre as Escrituras Sagradas, onde
consta que “A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. É o registro da revelação que
Deus fez de si mesmo aos homens. Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por homens
inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo. Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar
os pecadores à Salvação. Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro, e por isso é um perfeito
tesouro de instrução divina. Revela o destino final do mundo e os critérios pelos quais Deus julgará
todos os homens. A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem
ser aferidas a doutrina e a conduta dos homens. Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e
dos ensinos de Jesus Cristo”.
Esta declaração é fundamentada totalmente na própria Bíblia, como por exemplo: Salmos 119.89;
Hebreus 1.1; 2 Pedro 1.21; Isaías 40.8; Mateus 24.35; Romanos 16.25,26; Êxodo 24.4; Atos 3.21;
Lucas 16.29; Efésios 6.17; Provérbios 30.5; João 10.35; 17.17; João 12.47,48; Romanos 2.12,13. 2
Crônicas 24.19; Gálatas 6.16; Mateus 5.22,28, 32, 34, 39; 17.1-5; 11.29,30; Hebreus 1.1,2. Etc.
1. A Bíblia é um livro diferente
Uma percentagem muito pequena de escritos sobrevive além de um quarto de século, e uma
percentagem ainda menor dura um século, e uma porção quase insignificante consegue sobreviver
mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido ao longo de milhares de anos sobre circunstâncias as
mais adversas.
Em 303 A.D. (era de Cristo) o imperador romano Dioclécio decretou que todos os exemplares da
Bíblia fossem queimados. Hoje, porém, a Bíblia é encontrada em mais de duas mil línguas e ainda é
o livro mais lido do mundo.
2. A Bíblia é a fonte de revelação de Deus e Sua salvação
Deus se revela à humanidade mediante várias formas:
A. Revelação geral ou natural, nomeadamente:
a) Através da criação (= revelação externa), conforme Rm 1:20 - "Pois os seus atributos invisíveis, o
seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos
mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis;", ou Sl 19:1 que diz: "Os céus
proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos."
b) Através da consciência (revelação interna): "porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem
por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei; pois mostram a
obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus
pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os" (Romanos 2:14-15).
c) Através da Palavra: a Palavra Viva, que é Jesus Cristo (=encarnação, João 1:1) e a Palavra escrita
(=Bíblia Sagrada, II Timóteo 3:16). A Palavra de Deus (viva ou escrita) é a forma única de revelação
da salvação à humanidade.
B. A Bíblia Sagrada se apresenta como a Palavra de Deus para o homem. Sendo um livro diferente,
ela exige uma forma diferente de ser estudada: precisa da iluminação do Espírito Santo – o mesmo
Espírito Santo que guiou os escritores da Bíblia, guia hoje os seus leitores no seu conhecimento (II
Pedro 1:21). Foi o que o próprio Cristo revelou a a seus discípulos: “Quando vier aquele Espírito de
Verdade, Ele vos guiará em toda a verdade” (João 16:13). E o apóstolo Paulo disse a mesma
verdade: “Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito de Deus, para que
pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (I Coríntios 2:12).
Enfim, a Bíblia é um livro diferente por causa da sua origem divina, que é uma declaração daqueles
que o escreveram, segundo a experiência dos que vivem por ele. É diferente porque fala
profundamente a alma humana, regenerando o homem, muitas vezes mesmo quando não é receptivo
à palavra de Deus.
3. Conhecendo a Bíblia
A. O que é a Bíblia?
a) A palavra Bíblia é de origem grega = “rolo pequeno de papiro”, diminuitivo de Biblos, que
significa “folha de papiro, preparada para a escrita”. A palavra foi usada, pela primeira vez, pelo
patriarca de Constantinopla chamado João Crisóstomo, que viveu entre os anos 398 e 404 da era
cristã.
Ela é constituída por uma pequena biblioteca de 66 livros, dividida em VT (Antigo Testamento, com
39 livros) e NT (Novo Testamento, com 27 livros). Estes livros foram escritos num período de
aproximadamente 1600 anos por mais de 40 autores, dos mais distintos e remotos lugares, inspirados
por Deus (Jeremias 36.2ª; II Timóteo 3.16 a e II Pedro 1.21).
Tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos evidenciam o esforço de Deus em revelar a sua salvação
aos homens, através de Jesus Cristo. Como alguém já disse: “A Bíblia é Deus falando ao homem, é
Deus falando através do homem, é Deus falando com o homem, é Deus falando a favor do homem,
mas, é sempre Deus falando” (= teoria do autor desconhecido).
b) A palavra Testamento é tradução portuguesa da palavra hebraica “berite”, que designa a
“Aliança” que Deus fez com o povo judeu através de Moisés. Foi numa tradução tardia feita por 70
sábios estudiosos egípcios (conhecida entre os estudiosos como Septuaginta) que a palavra hebraica
“berite” foi traduzida para a palavra grega “diatheke”, que nesta língua significa aliança, contrato,
pacto, testamento.
4. As divisões da Bíblia
Logo a Bíblia é dividida em duas conhecidas partes: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Tal
como veremos, o Antigo refere-se ao período anterior a Jesus Cristo e o Novo se refere ao período
cristão. Cada uma destas partes se compõe de diversos “livros”, escritos em épocas históricas
diferentes.
5. Os títulos/nomes da Bíblia
Por que, como e de onde surgiram os nomes pelos quais se designa o conjunto de todos os livros da
Bíblia?
(a) Escrituras Sagradas – É o nome pelo qual, de modo geral, o NT se refere ao AT (Mateus 21.42;
22.29; Lucas 2:21; Romanos 1.2).
(b) Bíblia – Vocábulo que vem do grego “Biblos” (= o nome da entrecasca do papiro, a planta cujas
lascas eram usadas para gravar neles os registos escritos; e também nome de um porto marítimo
da Síria onde os papiros eram embarcados para todo o mundo que os utilizava). No Novo
Testamento a palavra “Bíblia” (plural) aparece em Marcos 12:26, traduzida como “livro”,
denotando a unidade que há nos 66 livros que a compõe. A partir do século II A.D. as Escrituras
já eram conhecidas como “os livros” ou “a Bíblia” (no sentido de biblioteca).
(c) Testamento – este nome é derivado do assunto da Bíblia, isto é, aliança de Deus com os homens.
“Testamentum” é a tradução latina do grego “diateke” (= pacto, testamento, aliança, vontade).
Jeremias 31.31-34; Lucas 22.20, 2 Coríntios 3. 6 e 14, Hebreis 7.22.
AT e NT, referindo-se à Bíblia, só começam a ser usados no Século III da era cristã.
4. Como a Bíblia foi escrita e chegou até nós
A importância da Bíblia deve-se ao fato de ser a revelação de Deus aos Homens. Isso a torna um
livro diferente de todos os outros existentes, e explica a razão por que devemos procurar sempre os
seus ensinos para orientar nossas vidas.
A teoria da revelação decorre da teoria da inspiração, que diz que Deus se revelou de forma especial
para alguns homens durante a história (Hebreus 1.1, Atos 3.21), e os inspirou a escrever o conteúdo
bíblico (Daniel 9.2,9-10, Isaías 30.8). Assim, toda a Bíblia é inspirada por Deus (2 Timóteo 3.16).
Mas isso não significa dizer que Deus a ditou, palavra por palavra. Afinal, pela variedade de gênero,
estilo e vocabulário, percebe-se que, durante a escrita, os autores humanos mantiveram sua
personalidade (Lucas 1.1-4, 1 Coríntios 7.12). Todavia, de forma alguma, os escritores se utilizaram
de ideias, conceitos ou opiniões próprias, mas foram inspirados, ou seja, movidos pelo Espírito Santo
(2 Pedro 1.20-21) para utilizarem palavras aprovadas por Deus (2 Samuel 23.2, Deuteronómio 4.2).
Enfim, Deus guiou e supervisionou os escritores da Bíblia, para que eles, dentro de suas limitações e
circunstâncias, compusessem e registassem, sem erros, a mensagem do Criador para a sua criação
(1Co 2.13).
A teoria da inspiração. Um dos principais conceitos a ser examinado para uma melhor
compreensão da Bíblia é o de inspiração. O que significa dizer que os livros bíblicos são inspirados?
De onde vem esta inspiração? Até que ponto tudo o que está escrito na Bíblia deve ser mesmo
considerado como inspirado?
Os estudiosos procuraram esclarecer este conceito básico e, é claro, sempre houve divergências entre
eles. Na fundamentação da noção de inspiração distinguem-se dois aspectos: o dogmático e o
especulativo.
O dogmático pode ser expresso como resposta à pergunta: por que acreditamos que a Bíblia é um
livro inspirado? Isto não se pode provar pela própria Bíblia. Busca-se provar isto apenas pelo
argumento/fundamento histórico. Os evangelhos, por exemplo, são históricos. A tradição apostólica
cita a Escritura como portadora de autoridade divina (Mateus 1.22; 22.31; Marcos 7.10; Joao 10.35;
Atos 1.16; Lucas 22.37; Hebreus 3.7; 10.15). Em II Timóteo 3.16 aparece pela primeira vez a palavra
“theopneustos”, ou seja, inspirada por Deus.
Já o especulativo é o aspecto que remete à pergunta: em que consiste a inspiração? Este é mais
complicado e será exposto com mais detalhes.
O modo da inspiração. É muito discutido o modo como ocorreu a inspiração do escritor. Um
teólogo chamado Bañez, seguido por muitos, afirmou que era um ditado (= teoria do ditado). Mas
como pode ter sido um ditado se houve o esforço do escritor para elaborar a síntese? Veja-se por
exemplo o que Lucas diz em l.1: “depois de haver diligentemente investigado tudo desde o
princípio, resolvi escrever...”. Aqui se compreende logo que não foi simplesmente um “ditado” da
parte de Deus.
Em reação à esta teoria (do ditado verbal), veio uma outra teoria que defende exatamente o contrário:
“a inspiração é a aprovação que a Igreja dá ao livro”. Em outras palavras, o fato de figurar no
Cânon (= conjunto dos livros aceitos pela Igreja cristã como inspirados) é a garantia da própria
inspiração. Esta tese é totalmente equivocada e não teve grande aceitação até hoje.
Outro importante estudioso (afecto a igreja católica), de nome Franzelin, propôs uma outra
interpretação do modo de inspiração: na Bíblia “nem tudo é de Deus, nem tudo é do homem, mas as
ideias são de Deus e as palavras são do homem”. Obteve um certo apoio nalguns sectores de
estudiosos da Bíblia, mas também não explicou tudo e, portanto, não teve aceitação dos estudiosos.
Conclusão
Várias outras explicações da doutrina da revelação existiram, e não precisamos discutir todos neste
estudo. Fundamental é apenas saber que a Biblia Sagrada é a codificação da Palavra que Deus deu
aos homens, por meio de um complexo processo de Auto-revelacao e inspiração de pessoas
escolhidas para que Ele, sua cntade e Salvacao fossem conhecidas pela criatura.
Para se entender cada página da Bíblia deve-se ter em mente portanto a intenção divina que guiou o
autor ao escrever a sua mensagem. Não se pode abrir um livro da Bíblia, em qualquer parte dela, e
ler tudo como se fosse a mesma coisa. Ler e entender tudo o que nela está “ao pé da letra”,
literalmente, tem conduzido a equívocos, erros e heresias que muitas vezes comprometem a
confiabilidade da Bíblia.
É incontestável que se o livro é mesmo inspirado por Deus, o seu contudo é totalmente verdadeiro.
Mas esta Verdade não estará imediatamente evidente, precisa ser alcançada pelo estudo e reflexão
espiritual cuidadosa, isto é, com a ajuda do entendimento racional e da fé, ajudando-se mutuamente.
Prática comum em muitas seitas cristãs até hoje, especialmente entre os cristãos (e igrejas) que
desprezam o conhecimento teológico e têm conhecimentos teóricos da Bíblia muito limitados e
reducionistas, é desprezar e/ou relativizar este esforço diligente de buscar captar, através do Espírito
Santo, a revelação divina por detrás da Palavra. Os que assim procedem falta-lhes noção do
verdadeiro valor da Bíblia e sua importância.
Lição 2 – Como a Bíblia foi formada
Texto base: Deuteronómio 11.18,19
Introdução
A Bíblia Sagrada é livro de Deus, não de homens, é o livro da vida, contra todos os demais livros que se
opõem a ele. A sua origem/autoria é totalmente divina, a sua própria existência é ela mesmo, de facto, um
milagre. Conhecer esta trajectória, de como a Bíblia foi dada a humanidade, ensinada e preservada, até nossos
dias, é uma tarefa importantíssima de todo o ensino da Igreja.
Esta lição vai expor os conhecimentos que nos ajudam a perceber essas verdades, na esperança de que a nossa
fé na Palavra seja mais forte e produza melhores frutos na nossa vida.
1. Antiguidade da Bíblia
Como Palavra revelada de Deus, a Bíblia é o “tratado” mais antigo existente no mundo. Já a Bíblia como
Palavra de Deus escrita vem a ser um dos livros mais antigos que existem. Gênesis, a primeira parte, foi
escrito cerca de 1.400 anos antes do nascimento de Jesus, e o Apocalipse, o último livro da Bíblia, foi escrito,
aproximadamente, no final do primeiro século da era cristã. Assim, conclui-se que a Bíblia foi escrita num
período total de 1500 anos.
Quando Deus decidiu dar aos homens a sua Palavra, com a exigência de ser ensinada aos filhos e guardada
para todas as gerações vindouras (Veja Deuteronómio 11.18,19), ainda não existia bem desenvolvida a escrita
(alfabeto) como forma mais comum de guardar informação. Embora fosse já possível “codificar” informação
através da prática do “cunho” em rochas e pedras, o que naquele tempo prevaleceu foi a capacidade humana
de preservar a informação oralmente.
Um dos “milagres maravilhosos” da Bíblia é justamente essa capacidade que Deus conferiu aos receptores
originais da Palavra revelada para mantê-la inalterada por muitos séculos, apenas por meio do ensino oral.
Chama-se “tradição oral” a prática codificada por esse povo para o ensino e preservação da Palavra revelada.
A tradição oral existiu praticamente até os tempos de Davi, quando foi finalmente incrementada a actividade
do registo escrito.
NOTA DIDÁTICA. Apesar de a Bíblia ser um livro muito antigo, a sua mensagem permanece inalterada e a
sua mensagem continua tão verdadeira e atual como no tempo em que foi escrita.
2. O registo escrito da Tradição Oral
A passagem da tradição oral para a forma escrita começa aproximadamente nos anos 1.110 a 1.200 antes de
Cristo. Na verdade, isto inicia-se com o desenvolvimento da própria prática, na antiguidade, de reduzir á
escrito aquilo que devia ser registado e guardado.
A Bíblia chegou até nós através de diversos recursos da capacidade humana e de meios materiais. Pode-se
destacar os seguintes meios de “cunho” e pintura: cerâmica, pedra, argila, cera, usados nos tempos de Moisés
e dos profetas escritores; papiro, usado até o seculo III da nossa era, é material (lâminas da entrecasca, depois
de prensadas, secas e polidas) feito de plantas (espécie de cana) que cresciam em lagos e rios do Egito e Síria;
pergaminho, feito de pele curtida de ovelhas, cabras, antílopes e outros animais (deve o nome acidade de
Pérgamo, na Ásia Menor, onde muito se produzia e comercializava esse material.
Além destes, para cunhar e pintar as letras utilizou-se cinzel de ferro (para entalhar pedras e tábuas
cerâmicas), o estilete (para cunhar tábuas de argila e de cera), além da cana (feita de junco de 14-40 cm) e
penas de aves (desde o III século a.C) para gravar nos pergaminhos e papiros. Como tinta usou-se a mistura
de carvão, gomas coloridas de diversas plantas e a água para diluir.
A forma dos “livros” também desenvolveu-se com o tempo, com realce para os famosos rolos, isso é, folhas
de papiro coladas lada a lado e enrolados em torno de um pedaço de pau, também conhecidos como
“pergaminhos”. Os rolos tinham em média 12 metros de cumprimento, mas podiam atingir até 48 metros.
Tal como dissemos, o registo escrito da Bíblia acompanha o desenvolvimento do alfabeto literário. Nas
diversas etapas desse processo, dois tipos de escrita foram usadas: a forma uncial (= símbolos/letras grandes
desenhados), dos manuscritos gregos desde o seculo IV da nossa era, e a forma predominantemente
“minúscula” das letras consoantes do hebraico, conectadas sem espaço entre as palavras e sem vogais. As
vogais do hebraico só foram inventadas por volta do ano 800 da nossa era, pelos estudiosos conhecidos como
Massoretas.
3. As línguas bíblicas
Embora a Bíblia exista atualmente em diversas línguas, inclusive as nossas línguas nacionais em Angola, ela
foi escrita originalmente em 3 línguas orientais faladas pelo povo hebreu (de Israel e Palestina) e grego (da
Grécia). Por isto, chama-se TRADUÇAO toda e qualquer Bíblia existente em línguas que não sejam estas
três: hebraico (única língua dos hebreus/judeus até antes do cativeiro babilônico em 722 a.C.), aramaico
(falado pelos povos da Mesopotâmia), e o grego (língua que se propagou no tempo dos impérios, do
Macedónio ao romano).
Apenas poucas partes da Bíblia foram escritas em aramaica, nomeadamente os seguintes trechos do Antigo
Testamento: Esdras 8.8 a 6:18 e 7:12-26; Jeremias 10. 11; Daniel 2.4 a 7.28. Já quanto ao grego, foi no
chamado “grego popular” (koiné), que se desenvolveu e se propagou no período do império romano, em que
se escreveu todo o Novo Testamento. Antes disto, o Antigo Testamento já tinha sido TRADUZIDO essa
língua, na sua versão mais tradicional (=clássica).
4. A formação do Antigo Testamento
Seguindo os estudiosos, são conhecidas duas versões escritas (= cânones) antigas desta parte da Bíblia: o
“cânon breve” (dos judeus antigos, chamado também de palestinense) e o “cânon longo” (dos judeus da
diáspora/dispersão, conhecido como alexandrino). A diferença entre as duas versões é que o cânon mais
antigo (breve), é formado por 39 livros e se divide em três partes (“lei”, “profetas” e “escritos), enquanto a
versão longa foi formada com 46 livros.
Esta última versão do Antigo Testamento, que apareceu apenas na TRADUÇÃO grega que já referimos,
conhecida genericamente como “Septuaginta” (tradução feita por 70 estudiosos no Egipto), acrescentou 7
novos livros ao “cânon breve”, cuja autoridade divina (= revelação) não foi reconhecida pelos hebreus antigos,
nomeadamente os livros de Tobias, Judith, Baruc, Eclesiástico, I e II Macabeus e Sabedoria, além de
acréscimos de conteúdo aos livros de Ester e Daniel, que não consta da “versão original” dos antigos hebreus.
Foi nos tempos da diáspora judaica (= judeus espalhados no estrangeiro), especialmente com os chamados
“judeus helenizados” que moravam no Egipto, na famosa cidade académica de Alexandria, que estes
decidiram interpretar a “inspiração bíblica” de forma mais ampla, para defender que Javé também inspirou os
seus filhos que escreveram estes outros livros, fora da terra santa e muito tempo depois que a primeira versão
(breve) do Antigo Testamento já existia.
Como consequência disto, essa versão longa (grega) espalhou-se no antigo império romano, em que o grego
era a língua de todos. Contudo, quando os cristãos decidiram unir o Antigo ao Novo Testamento, como a
totalidade da Palavra revelada de Deus, em discussões que começaram em finais do seculo III, considerou-se
que aquela versão longa do Antigo Testamento não representava o legado do “povo da revelação”, mas
acabou pesando depois a influência de importantes teólogos do IV e V séculos, como Basílio, Santo
Agostinho e Leão Mango, na aceitação do “cânon grego”.
A ala que seguia o bispo (= papa) de Roma, que veio a ser conhecida como Igreja Católica Apostólica
Romana desde o V século, popularizou a aceitação desta “versão longa” do Antigo Testamento (grego), que
passou a ser rotulado como “deuterocanónico” (= “de outro cânon”), em contraposição a “versão original” dos
judeus antigos, que é considerada a “protocanónica” (= “cânon primitivo, original”). A sua aprovação final
como a versão oficial do Antigo Testamento para os católicos ocorreu no dia 8 de Abril de 1546, num concilio
(reunião geral) realizado na pequena cidade de Trento, na Itália.
Com todas as heresias introduzidas por esta igreja no Cristianismo ao longo de toda a idade média, os
ensinamentos bíblicos equivocados e espúrios que foram adoptados por imposição dos teólogos do Papa de
Roma (doutrinas sobre Maria, da penitência, das indulgências, do purgatório, dos 7 sacramentos, etc.), eclodiu
um movimento de revolta pela recuperação da canonicidade (sacralidade) das Escrituras no Cristianismo que
terminou na revolução bíblica conhecida como Reforma Protestante.
Os evangélicos protestantes (seguidores exclusivamente do Evangelho de Cristo), desde Martinho Lutero
(1534) e João Calvino (1540), conhecendo toda a história, reafirmaram desde o seculo XVI o “cânon hebreu”
(breve) como aquele que cumpre os requisitos relacionados com a pura e verdadeira doutrina da revelação.
Por isto, nós os protestantes adoptamos como livros sagrados do Antigo Testamento apenas os 39 livros do
cânon do “povo da revelação”, os hebreus antigos.
5. A formação do Novo Testamento
O Novo Testamento é formado por 27 livros, estruturados em quatro partes: os “Evangelhos”, o “Actos dos
Apóstolos”, as “Epístolas, ou Cartas”, e o “Apocalipse, ou Revelação”. A maioria destes livros foram escritos
por volta da segunda metade do I século da era cristã.
Nesse período os ensinamentos de Jesus (= evangelho) eram difundidos oralmente pelos Apóstolos e pelos
primeiros evangelizadores que foram testemunhas oculares do seu ministério. Com o passar do tempo, foi se
impondo a necessidade de registar por escrito esse Evangelho, assim como a narrativa sobre a vida e obra de
Cristo. Foi assim que surgiram os Evangelhos.
Depois os Apóstolos foram despertados pelo Espírito Santo para a necessidade de transmitir e explicar a fé aos
seguidores de Cristo mediante o ensino oral, e depois por meio de cartas escritas para as igrejas e cristãos
dispersos em várias regiões do império Romano. Assim surgiram as Epístolas.
Dentre os vários escritos sagrados produzidos nessa época, dois deles se destacaram por sua importância
específica: a história do ministério dos apóstolos e da igreja primitiva, designada de “Actos dos Apóstolos”,
escrita por um médico chamado Lucas, e um tratado especial que retrata a experiência do Apóstolo João,
designado como “Apocalipse”.
As cartas eram não apenas recebidas e ensinadas pelas Igrejas destinatários, mas durante todo o I e II séculos
cópias delas circulavam pelas igrejas que as juntavam para formar uma colecção de escritos sagrados. Igrejas
chegavam a formar “bibliotecas” dessas cartas, provocando mais tarde uma situação de desconfiança quanto a
autenticidade de certas cartas dessas, principalmente as que continham ensinamentos diferentes daquilo que
tinham sido os ensinamentos de Jesus e dos Apóstolos [diversos ensinamentos falsos a respeito de Jesus Cristo
tinham começado a circular na época (2 Tessalonicenses 2.1-2, 2 Coríntios 11.4), exigindo que os cristãos
fossem extremamente cautelosos ao receber ensinamentos e doutrinas (1 Timóteo 4.1, 2 Coríntios 11.12-15, 1
Timóteo 6.3-4)].
Não tardou muito e começaram a surgir estudiosos teólogos (Ex. Marcião, na primeira metade do II seculo,
Montano, no mesmo período, entre outros), que decidiram promover polémica séria sobre a autenticidade de
algumas cartas, situação que obrigou os cristãos a investigar e determinar os livros autênticos de toda a
coleção (= cânon do Novo Testamento). Os 27 que formam este Cânon foram aceitos quase que
universalmente dentro do cristianismo, pelo menos desde o século III, como aqueles cujo conteúdo constitui a
revelação feita pelo Espírito Santo e transmitida fielmente pelos homens inspirados por Deus.
Critérios secundários levados em conta no Canon do NT são a origem apostólica (ou de geração apostólica), a
ortodoxia (correção) na pura doutrina crista e o uso generalizado nos cultos das igrejas antigas.
Conclusão
A unanimidade no reconhecimento da inspiração divina da Bíblia está em 66 livros, 39 no Antigo Testamento,
escrito em hebraico e com pequenos trechos em aramaico, e 27 no Novo Testamento, escrito em grego. Além
da inspiração e do cuidado de Deus em preservar seu conteúdo, a evidência de que a Bíblia que temos hoje,
com começo, meio e fim, é a completa Palavra de Deus está, portanto, em outras três consequências dessa
inspiração: a unidade, a inerrância e a revelação.
Lição 3 – Autoridade da Bíblica
(Texto Base: 2 Timóteo 3.4-17)
Segunda — Jr 36.1,2: Deus mandou que suas palavras fossem escritas em um rolo
Terça — 2Pe 3.2: As Escrituras inspiradas por Deus dizem respeito ao Antigo e ao Novo Testamento
Quarta — Mc 7.13: O Senhor Jesus disse que a Bíblia é a Palavra de Deus
Quinta — Jo 10.35: As Escrituras Sagradas jamais falharão
Sexta — Hb 4.12: A Palavra de Deus é viva, poderosa e capaz de transformar vidas
Sábado — Js 1.8: A Bíblia é o manual de Deus para o nosso bem
Introdução
A Bíblia é a revelação de Deus escrita para a humanidade. Disso decorre o fato de ela ser nossa exclusiva
fonte de autoridade espiritual. Sua inspiração divina e sua soberania como única regra de fé e prática para a
nossa vida constituem a doutrina basilar da fé cristã. Essa inspiração é um facto singular que ocorreu na
história da redenção humana. O enfoque da presente lição é sobre a importância e o significado dessa
inspiração divina. A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina. O selo dessa autoridade aparece em
expressões como “assim diz o SENHOR” (Êxodo 5.1; Is 7.7); “veio a palavra do SENHOR” (Jeremias 1.2);
“está escrito” (Marcos 1.2). Isso encerra a suprema autoridade das Escrituras com plena e total garantia de
infalibilidade, pois a Bíblia é a Palavra de Deus (Marcos 7.13; 1Pedro 1.23-25).
A autoridade da Bíblia se evidencia nos seguintes argumentos históricos:
1. Autoria divina
A Bíblia não é um livro escrito por homens, mas por homens inspirados por Deus.
a) Vimos que a Bíblia foi escrita por 40 homens. Esses homens eram especiais apenas num sentido: foram
ajudados pelo Espírito Santo a registar as palavras de Deus. Essa é a razão porque, apesar de ter sido
escrita por homens, a Bíblia é a genuína “Palavra de Deus” (2 Pedro 1.21)
b) Algumas vezes o Espírito Santo disse ao escritor exatamente o que ele deveria escrever. Veja-se por
exemplo Jeremias 36, verso 2: “Toma o rolo de um livro, e escreve nele todas as palavras que te hei
falado contra Israel”. Em Lucas 1.3 e Apocalipse 1.1-11 os escritores são claramente guiados a buscar e a
instruir-se, através do Espírito Santo, de tudo que deveriam escrever. Nada de escrever apenas, mas
compenetrar-se na orientação espiritual do Espírito Santo para “sentir”, “ouvir”, “desvelar” a voz de Deus
antes de registar a Sua mensagem.
NOTA TEOLOGICA - A palavra “inspiração” designa a influência controladora que Deus exerceu sobre os
escritores da Bíblia. Tem a ver com a habilidade comunicada pelo Espírito Santo, de receber a mensagem
divina e de registá-la com absoluta exatidão. Assim, o que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do
mundo é a sua inspiração divina. É por causa da sua inspiração que a Bíblia é chamada de “A Palavra de
Deus”.
2. Inerrância
A Bíblia está sempre certa! Por isto ela é chamada de “Palavra de Deus”. E diz-se por isto que o efeito mais
excelente e maravilhoso da inspiração da Escritura é a inerrância. E o que significa inerrância? É sinônimo das
palavras infalível e certa. Todos os seus ensinamentos, preceitos e decretos são verdadeiros porque veem de
Deus, e se cumprem porque são a vontade expressa do próprio Deus. Daí o Apostolo Paulo escrever: “Toda a
escritura é inspirada por Deus e [portanto] proveitosa para ministrar a verdade, para repreender o mal, para
corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver” (Versão King James, Português).
Quem crê em Deus não se preocupa com as informações técnicas da Bíblia, mas abre o seu coração para dizer
que cré na Bíblia como a Palavra de Deus que não falha, que transforma, que edifica, que corrige, que instrui
para a salvação. Uma vez que a palavra de Deus é perfeita, o seu papel na capacitação do homem perfeito é
central.
NOTA TEOLÓGICA: A palavra inerrância não quer dizer que não possa se encontrar proposições
equivocadas na Bíblia, do ponto de vista dos fatos e da razão humana. Uma vez que a verdade divina na Bíblia
nos é transmitida por homens, os quais, embora estando sob o domínio da inspiração divina, permaneciam
homens do seu tempo; e sendo somente através desta realidade humanamente condicionada que nos é possível
ter acesso à verdade de Deus, “inerrância não se aplica a tudo o que se encontra de qualquer maneira na
Bíblia”, mas a mensagem essencial da Palavra que, para ser compreendida, muitas vezes exige que o leitor da
Bíblia conheça bem a essência de todo o Evangelho.
3. Única!
A Bíblia contém verdades que os homens, sozinhos, jamais poderiam ter descoberto. Ninguém poderia ter
escrito sobre a criação do Universo sem que o criador lhe houvesse revelado. Sabemos, através da história,
que certos factos aconteceram. Mas ao lermos a Bíblia, verificamos que vários desses acontecimentos foram
profetizados muitos anos antes (ler Lucas 4.21). É maravilhoso perceber que o conteúdo (=Evangelho) do
Novo Testamento, a começar pelo próprio nascimento de Jesus Cristo, resulta todo do cumprimento de
promessas feitas muito antes (milhares de anos!) no Antigo Testamento.
Por esta razão o próprio Jesus Cristo esclareceu que saberemos facilmente que a Bíblia é a Verdade (sobre
todas as coisas) se seguirmos os seus ensinamentos: “Quem quiser fazer a vontade de Deus saberá se o meu
ensino vem de Deus ou se falo em meu próprio nome” (João 7.17; Veja também João 17.17-19).
Viver em desacordo com a Verdade da Palavra de Deus, dos seus ensinamentos sobre a vida, equivale a viver
equivocadamente, pecaminosamente, mesmo quando as coisas não possam parecer assim. O apóstolo Paulo
foi um homem muito sábio, e foi usado por Deus para explicitar a utilidade da Bíblia para os crentes.
Passaremos a ver adiante estas verdades.
4. Utilidade e autoridade da Bíblia
Em que consiste, então, a autoridade da Bíblia na vida real dos crentes? Qual é a utilidade da autoridade da
Bíblia na vida do homem? A resposta para estas perguntas é o cerne da mensagem de 2 Timóteo 3:4-17, que
podemos mais ou menos resumir nos seguintes termos: “é a construção do caráter do homem que conhece,
teme e segue a Verdade de Deus, portanto preparado para ser e viver de acordo com o que é certo e
verdadeiro”.
Paulo associa essa resposta a quatro dimensões da vida: o ensino da Verdade, a repreensão (conduta humana),
a correção dos erros e a educação em justiça. Vejamos cada uma:
a) Ensino (= didaskália) - o propósito das Escrituras é o ensino do Evangelho (salvação em Cristo): elas
“podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3.15). São ensinos
espirituais que não se encontram em nenhum outro livro no mundo. A Bíblia revela toda a história da
humanidade, desde o início da criação, as coisas profundas de Deus, a vinda de Jesus, os “mistérios” do
futuro, até os decretos eternos de Deus (Veja Genesis 2.1-4; Isaías 46.10; Lucas 21.25-28).
b) Repreender (= elenromai) a conduta humana. A Bíblia é a expressão última da verdade de todas as coisas,
por isto ela orienta e adverte quanto a forma correcta de viver e as consequências da má conduta. Ela busca
corrigir a conduta humana, para que o homem consiga experimentar a felicidade de Deus nesta terra. Paulo
mostra como a vida do jovem Timóteo tinha sido abençoada pelo facto de a sua família conhecer e seguir os
ensinamentos da Bíblia. Exorta-o a permanecer nesses ensinamentos, a viver de acordo com o padrão
estabelecido na Palavra de Deus (2 Timóteo 3.14,15). Como uma espécie de um “manual do fabricante”, a
Bíblia corrige o erro e orienta para vida. Ela é ‘proveitosa para ensinar’, para instruir os ignorantes, ‘para
repreender” ou condenar aqueles que estão no erro (=pecado), ‘para corrigir’ ou retificar o que estiver errado,
e ‘para instruir’, educar ou treinar os filhos de Deus em toda a ‘justiça'”. Os seus ensinamentos são, portanto, a
bússola para a vida diária do cristão, para a vida em família, na igreja, no trabalho e na sociedade.
c) Correção de erros – É a tarefa de colocar tudo “nos trilhos divinos”, pôr as coisas de volta ao padrão
divino ensinado por Jesus e revelado aos profetas e apóstolos. A correção ocorre e existe para convencer os
mal orientados sobre os seus erros, e colocá-los no caminho certo outra vez. Hoje podemos dizer que, para não
andarmos errantes, a Palavra de Deus é o padrão por excelência, a nossa regra de fé e prática.
d) Na educação da justiça (= paideia). Moldar num filho as mesmas qualidades que o pai tem. Você é filho
de Deus? As qualidades de Deus são encontradas na sua vida? O crescimento no conhecimento da palavra de
Deus leva a sabedoria e a justiça. A Escritura capacita para a vida boa e justa. A leitura, ensino, pregação e
meditação nas escrituras produz pessoas e líderes hábeis para as boas obras, para a promoção da paz e do
bem-estar comuns. Ela tem como propósito tornar o cristão uma pessoa perfeita, um ser humano bom e
maduro. Nisto está a sua autoridade. Ela equipa e adequa homens e mulheres para que enfrentem todas as
situações e sejam vitoriosas.
Conclusão
A autoridade da Bíblia decorre do facto de ela a ser o único livro portador da mensagem da Vida, da salvação
do pecado e da perdição eterna. O conteúdo essencial dessa mensagem é Jesus Cristo, enviado para ser o
mediador da relação entre o homem e Deus. A sua incarnação salvaguarda não apenas a confiabilidade da
Bíblia, mas também sua inerrância e autoridade para conduzir o homem para a felicidade divina.
Ela não se satisfaz em ser simples objeto de estudo. Quer ser parceira ativa num processo de aprendizagem em
que Deus e o mundo estão em jogo. Por isto, a autoridade da Bíblia reúne muitos impulsos e traz motivação
para a leitura e a exploração da riqueza das Sagradas Escrituras.
O cristão que, reconhecendo o valor da inerrância das Escrituras, desejar ter o seu caráter bem formado por
ela, não pode abrir mão do estudo da Palavra, e da análise constante do seu próprio viver, de modo a não
permitir que que sua vida se desvie do caráter de cristão que teme e honra a Deus. Este hábito da auto-análise
exige coerência, esforço, zelo, cuidado... em tudo aquilo que tem o propósito de honrar ao Senhor na
totalidade da nossa existência. Veja 2 Coríntios 2.17; 4.1; 2 Pedro 1.16-21.
O caráter de um cristão será nobre e bom a partir do momento em que, crendo em Deus, se propuser a amar a
Deus e viver de acordo com a sua Palavra. Na obediência a Deus, no viver de acordo com a sua Verdade,
recuperaremos o tempo e as oportunidades perdidas por causa do pecado. A partir do momento em que
escolhermos viver em conformidade com os ensinamentos da Palavra, o nosso percurso de vida até a morte
eterna torna-se um caminho de contínuos triunfos, mesmo se do ponto de vista humano continuamos a
experimentar tribulações e vicissitudes! Veja João 16:33.
Licão 4 – O problema das Traduções e Versões da Bíblia
Textos bíblicos (de suporte): Mateus 5.18,19; Isaías 40.8; Lucas 21.33; 1 Pedro 1.25;
Texto áureo: Neemias 8.8:
“Eles iam lendo a Lei de Deus e traduzindo; e davam explicações para que o povo entendesse o que era lido”
[NTLH].
Introdução
Por que existem tantas traduções e versões da Bíblia? É fundamental que o estudante da Bíblia
desenvolva noção sobre os problemas relacionados com a multidão de versões da Bíblia que circulam
nas igrejas. Infelizmente, não basta ser Bíblia para ser aceitável. Para não cairmos em erro, sobre
doutrinas e ensinamentos encontrados na Bíblia, é preciso que tenhamos a mão um texto correctamente
traduzido para a nossa língua. E isto só é possível se um longo e árduo caminho de trabalho de tradução
textual foi percorrido com muito zelo, oração e responsabilidade pelos tradutores.
E se o livro a traduzir é a Bíblia Sagrada, um pequenino erro coloca tudo em risco! É por isto que a
tradução deste livro é um trabalho muito sensível, que exige muito conhecimento por parte dos peritos.
Uma tradução da Bíblia atual só é minimamente confiável se o tradutor utilizou os textos mais antigos
disponíveis nas línguas originais (= manuscritos antigos).
1. Não existem manuscritos originais do Antigo Testamento
Tal como aprendemos, o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, a língua dos israelitas [ou hebreus] que
receberam a Revelação, enquanto o Novo Testamento foi escrito em grego, língua do povo da Grécia, que
havia se tornada uma língua universal do império romano, no qual Cristo e os apóstolos nasceram, viveram e
morreram.
Os materiais usados no início da escrita eram precários e se deterioravam com o tempo. Para a conservação do
texto bíblico, os judeus desenvolveram a prática de copiar para novos materiais os textos. Era um trabalho
intensamente extenuante e meticuloso, porque exigia que erro nenhum fosse cometido nas cópias (veja Mateus
5.18). Por esta simples razão, atualmente não existem “manuscritos originais” do Antigo Testamento, que é
um Livro muito antigo.
2. Há muitos manuscritos antigos do Novo Testamento
Quanto ao texto do Novo Testamento, redigido em grego mais recentemente, foi possível conservar-se cerca
de quatro mil manuscritos em grego (do todo ou de partes). Por exemplo, no Museu Britânico (Inglaterra)
existe um manuscrito completo do Novo Testamento, escrito no século IV. Mais recentemente também os
investigadores descobriram porções deste Testamento que foram redigidos no século II, e outro fragmento do
Evangelho de João redigido no ano 125, possivelmente escrito pelo apóstolo João por volta de 85-90.
3. O que são Traduções e Versões da Bíblia?
Tradução é o nome que se dá ao trabalho de passar um texto escrito em uma língua, para outra língua. Como
as línguas são códices que refletem forma específicas de um determinado povo comunicar sua compreensão
das coisas e do mundo, para uma boa tradução não bastam só palavras. Além destas, um tradutor tem de
dominar a forma de pensar e construir sentido com as palavras nas duas línguas em confronto. Isto é assim
com qualquer livrinho de história das abelhas escrito na Alemanha, e que alguém queira disponibilizar para
alguma língua dos angolanos. Note que não há problema nenhum se o tradutor deste livrinho interpretar mal
algumas expressões e errar as palavras. É apenas um livrinho de história de abelhas. Já quanto a Bíblia
Sagrada, a conversa é mais séria (Veja Mateus 5.18,19; Lucas 16.17: “Contudo, é mais fácil os céus e a terra
desaparecerem do que cair um traço da menor letra de toda a Lei. Cuidado para não deturpar a Lei” [Bíblia
King James, Português, versão atualizada]).
As várias traduções para a mesma língua, feitas por tradutores diferentes e em épocas diferentes, são
chamadas de Versões. É importante compreender que é normal, com o passar do tempo, que se perca alguma
capacidade de interpretar linguisticamente de forma correcta factos e coisas antigas. Basta que nos lembremos
como muitos falantes das nossas línguas nacionais, com o passar do tempo, deixam de entender muitas
expressões mais antigas dessas línguas.
4. O problema da variação e distância linguística
O quimbundo, por exemplo, apresenta variações regionais significativas (havendo quimbundo de Malanje, de
Catete, do Kwanza Norte, de Luanda, do Uíge), que se aprofundam na medida em que o tempo passa. A
depender do tradutor, uma Bíblia em quimbundo usará uma destas variações (não dominadas pelos falantes da
outra região), e com o passar do tempo, até essa mesma variação poderá sofrer alterações de significado em
muitas de suas expressões, por causa da “dinâmica semântica” (invenção de novas palavras, de tempo em
tempo – os neologismos - para designar/rotular coisas e significados já comuns).
Tratando-se da Bíblia, este problema de variações no processo de tradução (da língua original para a nova
língua; da língua original para uma das variantes de uma língua; de uma língua para uma de suas variantes; de
uma língua oficial para uma das línguas nacionais, de uma língua arcaica/antiga, para uma variante mais
recente) é um assunto muito sério. O risco de alteração de sentido e significado das expressões e palavras é
muito grande, situação que pode comprometer totalmente a “doutrina da inerrância” da Palavra de Deus (já
estudada).
Nem todas as traduções bíblicas foram feitas a partir das línguas ou manuscritos originais, fato este que
aprofunda as dificuldades que estamos a tratar, que é o risco de sacrificar “o sentido da Palavra de Deus” por
causa do distanciamento linguístico.
Um exemplo disto é a primeira versão da Bíblia em português, feita por João Ferreira de Almeida. Em 1644,
com a idade de 16 anos, ele iniciou a tradução do Novo Testamento usando versões em latim, espanhol,
francês e italiano. Mas depois verificou que o resultado estava cheio de problemas de “deslocamento de
sentido” por causa do distanciamento com as línguas originais. Corrigiu este problema fazendo uma nova
tradução, desta vez a partir da versão em grego (língua original do NT), conhecida como Textus Receptus (o
mesmo usado pelos reformadores).
5. O Problema das traduções/versões ideológicas
Além disto, existe ainda o problema das traduções/versões ideológicas da Bíblia. Esta designação é adequada
para aquelas traduções, ou versões, nas quais o sentido das palavras (do original ou da língua final) é forçado
para exprimir significado da doutrina religiosa ou teológica do(s) tradutor(es). A mais famosa destas traduções
é a Bíblia conhecida como “tradução do novo mundo das escrituras sagradas”, das Testemunhas de Jeová1
(veja nota didática no rodapé).
Mas atualmente abundam as traduções/versões com conteúdo ideológico, produzidas por pessoas
intencionadas em conformar o texto bíblico com seus pensamentos, ideias ou doutrinas (Veremos alguns
exemplos mais adiante).
Os peritos estudiosos da Bíblia (bibliólogos) desenvolveram uma ciência própria para analisar os manuscritos
antigos (ou originais), a Crítica Textual, com o objectivo de confrontar a exatidão dos textos que existem ou
aparecem em várias línguas. Com esta intensificação abundante dos estudos especializados, pode-se dizer que
atualmente temos uma melhor compreensão dos textos bíblicos, e facilmente pode se conhecer hoje os
ensinamentos doutrinários ou teológicos que são totalmente errados á luz do “sentido original” das Escrituras.
6. O milagre da “confiabilidade” da Bíblia Sagrada
Apesar de alguns diferenças doutrinárias (e de interpretação) que dividem alguns evangélicos entre si, os
cientistas em estudos especializados da Bíblia têm assinalado há muito tempo que a variação entre os
manuscritos mais antigos [ou os originais existentes] e o texto das Bíblias existentes é totalmente
insignificante, apenas algo mais que uma milésima parte do texto inteiro. Um milagre se comparado com
outros livros antigos existentes. Um dos peritos antigos nesses estudos, Sir Frederic Kenyon, da Inglaterra,
afirma que nenhuma doutrina essencial do cristianismo está baseada em versículo discutível.
7. As primeiras traduções (antigas)
Historicamente a tradução da Bíblia começou na época de Esdras e Neemias (veja Neemias 8.8). Naquela
época, e até mesmo nos tempos de Jesus, foi necessário traduzir oralmente a Palavra de Deus para o aramaico
e para o grego popular. Na forma escrita a tradução mais antiga chama-se Septuaginta, feita do hebraico para
o grego clássico ao longo dos últimos 200 ou 300 anos antes de Cristo.
Há pelo menos três traduções antigas consideradas como as mais importantes, até hoje usadas como referência
na tradução para as diversas línguas existentes.
a) Septuaginta (ou Versão dos Setenta). É uma tradução do AT hebraico para o grego, feita entre os
anos 280 e 130 A.C. É conhecida por "Septuaginta" porque foi feita por 70 sábios hebreus,
convocados em Alexandria, no Egito, pelo rei Ptolomeu Filadelfo. Esta versão era muito usada pelos
apóstolos.
b) Vulgata Latina. Feita por Jerônimo no fim do Século IV, do hebraico e grego para o latim, a língua
dos romanos. Jerônimo era grande conhecedor do hebraico e do grego, e coube a ele a tarefa de
1
[Nota didática sobre a TNM: A Tradução do Novo Mundo (TNM) é singular em uma coisa – ela é o primeiro esforço
sistemático e intencional de produzir uma versão completa da Bíblia que é editada e revisada para o fim específico de concordar com a
doutrina de um grupo. As Testemunhas de Jeová (TJ) e a Sociedade Torre de Vigia perceberam que as suas crenças contradizem as
Escrituras. Então, ao invés de conformar as suas crenças com as Escrituras, eles alteraram as Escrituras para que concordassem com as
suas crenças. Por exemplo, a TNM traduz o termo grego staurós (“cruz”) como “estaca de tortura” porque as TJ não acreditam que
Jesus foi crucificado numa cruz. A TNM não traduz a palavra hebraica sheol ou as palavras gregas hades, gehenna e tartarus como
"inferno", porque as TJ não acreditam no inferno. A TNM dá a tradução “presença” em vez de “vinda” para a palavra
grega parousia, porque as TJ acreditam que Cristo já voltou no início do século XX. Em Colossenses 1:16, a TNM insere a palavra
“outras”, apesar de ela estar completamente ausente do texto original grego. Isso é feito para dar a ideia de que “todas as outras coisas”
foram criadas por Cristo, em vez de o que o texto diz: “todas as coisas foram criadas por Cristo”. Isso é para corresponder com a sua
crença de que Cristo é um ser criado, e acreditam assim por negarem a Trindade].
preparar uma versão confiável em latim. A Igreja Católica Romana, desde o fim do Século XVI, tem
adotado esta versão como oficial.
c) Versão Siríaca Peshito. Feita para a língua da Síria, tendo sido provavelmente a primeira tradução do
N.T. na sua totalidade.
8. O problema dos livros apócrifos
Tal como já vimos, nas versões Septuaginta e Vulgata Latina encontram-se outros livros, num total de 16,
considerados “apócrifos” (= ocultos), nomeadamente: I Esdras, II Esdras, Tobias, Judite, o resto de Ester,
Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, a Epístola de Jeremias, o Canto do Três Mancebos, a História
de Suzana, Bel e o Dragão, a Oração de Manassés, I Macabeus, II Macabeus, além de III e IV Macabeus
acrescentados pelo Códice Alexandrino.
Este conjunto de livros, que os estudiosos católicos convencionaram chamar de “deuterocanónicos” (= de
“outro cânon”), foram escritos muito tempo depois que o Cânon hebraico já tinha sido fechado. Por esta razão
os judeus não aceitaram esses livros como inspirados por Deus. Não pode existir um segundo Canon, para
além daquele que Deus deu aos judeus no tempo dessa revelação. Até o próprio Jerônimo, que traduziu a
Bíblia em grego (Septuaginta) para o latim (=Vulgata), também não os aceitou como inspirados.
O cristianismo evangélico (= protestantes históricos em geral, desde a Reforma), seguindo a tradição do povo
escolhido, não aceitou esses livros como parte do Cânon Sagrado, pelas seguintes razões básicas: contém erros
históricos, geográficos e cronológicos; aprovam a mentira, o suicídio, o assassinato, os encantamentos
mágicos, as orações aos mortos, a salvação por meio de obras, descrição do sobrenatural de uma forma
grotesca e ridícula, entre outros problemas.
Após séculos de análise cuidadosa, que concluiu pela rejeição desses livros como desprovidos da autoridade
(= inspiração) dos livros do Cânon hebraico, a própria igreja católica só os aprovou definitivamente mais de
1000 anos depois do seu acréscimo na Bíblia hebraica. Foi em 1546, no chamado Concílio de Trento (na
Itália), com o voto de 53 padres coagidos pelo poder católico, que esta Igreja os aprovou.
Vários padres participantes daquela Concílio votaram destemidamente contra, e alguns lamentaram depois que
os favoráveis sequer tinham conhecimentos históricos sobre os escritos orientais. Um destacado líder católico
é conhecido por ter afirmado que aqueles livros só foram aprovados como parte do cânon porque a Igreja
Católica Romana encontrou neles livros o seu próprio espírito.
9. O Surgimento da versão Portuguesa
Com todo o seu valor histórico e sentimento religioso, Portugal não deixou uma tradução da Bíblia em língua
popular. Houve um esforço para a divulgação das Escrituras em português entre 1495 e 1628, de que resultou
a tradução de algumas partes a pedido de famílias reais.
Foi João Ferreira de Almeida, filho de católicos convertido ao Protestantismo na Holanda, que Deus escolheu
para essa realização a partir de 1628. Traduziu primeiro, quando tinha apenas 15 anos de idade, um resumo
dos Evangelhos e Epístolas do espanhol para o português. Aos dezasseis anos traduziu todo o Novo
Testamento a partir da Vulgata, consultando também as versões espanholas, italianas e francesa. Antes de sua
morte em 1691, traduziu também o Antigo Testamento até Ezequiel 48.21, obra terminada depois por seu
amigo Jacob Ofden Akkar (pastor protestante) em 1753.
Surgiram depois outras traduções portuguesas, como a dos Padres António Pereira de Figueiredo, entre as
mais antigas, e do Padre Manuel de Matos Soares (1950) e a Tradução Brasileira, das mais recentes. E o
aperfeiçoamento linguístico da Bíblia em português tem sido perseguido desde 1951, por meio de revisões,
levando ao surgimento de versões oficiais como a ARC (Almeida Revista e Corrigida, 1951, pela Imprensa
Bíblica Brasileira); a ARA (Almeida Revista e Atualizada, de 1958, pela Sociedade Bíblica do Brasil), e a
ARC/ARA (1995, também pela Sociedade Bíblica do Brasil).
10. A diversidade de Versões atuais da Bíblia na língua portuguesa
Tal como vimos, multiplicaram-se as versões concebidas como uma forma de “facilitar” a compreensão da
Palavra de Deus nas línguas existentes. São conhecidas mais de 30 traduções/versões, só na língua
portuguesa! Muitas, se não a maioria destas traduções/recentes, surgiram como resultado dessa intenção,
como é a versão “Bíblia na Linguagem de Hoje”, que é um esforço sério e zeloso de peritos em facilitar a
compreensão aos leitores contemporâneos da nossa língua.
Contudo, de uma forma leviana passaram a surgir grupos, editoras e pessoas que levianamente meteram-se a
produzir versões interpretadas do texto bíblico, feitas de traduções/versões da mesma língua, só para verem
suas intenções doutrinarias, ideológicas e religiosas realizadas. Nunca as traduções/versões representaram
risco tão evidente para o verdadeiro cristianismo, pecado grosseiro tão evidente contra a eterna Palavra de
Deus, do que a situação instalada por este “comércio consumista e irresponsável da Bíblia”.
CONCLUSAO
Na próxima lição analisaremos algumas destas versões existentes na nossa língua.
Licão 5 - As Traduções e Versões da Bíblia (II)
[Conclusão da lição anterior]
Tal como vimos, em língua portuguesa existem várias traduções/versões. As mais conhecidas são:
Nova Versão Internacional (NVI); Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH); King James
1611; Almeida Revista e Atualizada (ARA); Almeida Revista e Corrigida (ARC); A Mensagem;
Nova Versão Transformadora (NVT); Nova Bíblia Viva; Nova Almeida Atualizada (NAA); King
James Atualizada (KJA); Almeida Século 21; Tradução Brasileira; Almeida Corrigida Fiel (ACF).
Qual delas é a melhor? Como escolher?
1. Por que existem tantas traduções?
Na lição anterior estudamos que a Bíblia foi escrita a partir de sua formação original em hebraico e
aramaico, quanto ao Antigo Testamento, e em grego, o Novo Testamento. Como existem muitas
línguas no mundo, foi e é necessário que existam as traduções.
Para se falar em melhor tradução da Bíblia, precisamos saber que existem dois métodos de tradução
utilizados para traduzir, a partir dos idiomas originais:
ü Equivalência Formal = Tradução ao “pé da letra”, palavra por palavra, fiel ao original.
ü Equivalência Dinâmica = Tradução de frases, aplicando o sentido equivalente na outra
língua.
As melhores traduções são aquelas que combinaram cuidadosamente os dois métodos. As que
adoptaram apenas a equivalência formal, na tentativa de ser fiel ao texto original, muitas vezes
falham em traduzir de forma correcta o sentido real que o autor pretendia comunicar.
1. A primeira tradução da Bíblia (Antigo Testamento) foi em 286 a.C, no Egipto, conhecida
como a SEPTUAGINTA (LXX). 70 especialistas traduziram do hebraico para o grego.
2. O estudioso Orígenes traduziu do grego para o latim, em 170 d.C., conhecida
como “HEXÁPLA” (já com o novo testamento) por ter usado 6 versões diferentes (Hebraico,
Grego, Versão de Águila, Versão de Símaco, A Septuaginta e a Versão de Teodocião).
3. O estudioso Jerônimo “traduziu” do latim antigo para o latim comum, em 387 d.C,
denominada como “VERSÃO VULGATA”. A Igreja Católica Apostólica Romana adoptou
esta versão.
4. O estudioso Jonh wycliffe, da Inglaterra, fez a primeira tradução para o inglês em 1380,
utilizando para isso os originais hebraicos e a Vulgata.
5. O estudioso Erasmo de Roterdão traduziu só o Novo Testamento, em 1516, para uma
linguagem inglesa mais popular na idade média.
6. O reformador e teólogo Martinho Lutero traduziu a Bíblia toda para o alemão, em 1534,
utilizando os originais hebraicos e comparando com a Vulgata.
7. O estudioso João Ferreira de Almeida traduziu para o português a Bíblia, em 1644, utilizando
como fonte as versões já existentes em latim, francês e italiano, traduzidas diretamente do
grego e do hebraico (traduziu o Antigo Testamento somente até o Livro de Ezequiel 48.21,
vindo a falecer em 1691).
2. Qual de todas é a melhor tradução/versão?
De forma geral, em português, as traduções da Bíblia mais usadas são: as várias Almeidas
(Corrigida, Fiel, Atualizada, Revisada), a Nova Versão Internacional (NVI), a versão da King James
em português, e as paráfrases Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTHL), Viva e A Mensagem.
De todas as melhores são as que transmitem o verdadeiro sentido da palavra como está no
original. Comparando todas estas traduções/versões, a mais confiável para os leitores evangélicos
em geral é a Bíblia Corrigida Fiel, a partir de João Ferreira de Almeida. Já para estudantes (da
Bíblia), é sempre fundamental usar mais que uma tradução para fins de comparação.
3. Diferenças entre as traduções/versões
Tentando localizar onde as versões portuguesas mais comuns (da tradução de João Ferreira de
Almeida) se encaixam nos parâmetros de tradução vistos acima, pode-se dizer que a Almeida
Corrigida (AC) utiliza a equivalência formal de forma extrema, ao contrário da Almeida Atualizada
(AA), que adopta um método bem mais equilibrado.
Depois da Almeida Atualizada, podemos posicionar ainda a NVI entre as traduções que tentam
combinar a equivalência formal e a equivalência dinâmica, sendo, portanto, muito boa para o uso
comum. Já utilizando muito da equivalência dinâmica, temos a NTLH, e de forma bastante extrema,
as versões Viva e A Mensagem. Estas devem ser usadas com muita reserva.
Ocorrem algumas diferenças semânticas nas versões que podem atrapalhar a compreensão correcta
do leitor mais comum, até mesmo com o risco de acreditar em heresias. Veja os exemplos fornecidos
no final desta lição (= recurso didático).
4. Por que existem tantas Bíblias de Estudo?
Bíblias Jerusalém, Thompsom, Dake, Pentecostal, Apologética, Plenitude, Discipulador, Chave do
Grego, etc., são exemplos de Bíblias anotadas para estudo. Não são novas traduções, apenas versões
que reflectem diferentes interpretações, de acordo com a necessidade de cada denominação ou
confissão religiosa! Algumas dão foco nas doutrinas, como a Bíblia Apologética.
Com este tipo de interesse muitas editoras e estudiosos de diferentes denominações produzem suas
próprias Bíblias de estudo, compatíveis com suas práticas e doutrinas, que na lição anterior
chamamos de “versões ideológicas”. Além disto, o que na verdade existe hoje é uma “febre”
mercadológica, ambição de atrair compradores, e fazem-se modernizações do livro para seduzir o
interesse das pessoas por meio de rótulos (Bíblia da Mulher, Bíblia dos Jovens, Bíblia do Executivo,
Bíblia Graça sobre Graça – para - gays, etc.).
Por isso o que atualmente o crente tem de saber antes de comprar ou usar uma Bíblia é se ela tem a
ver com sua denominação, com as doutrinas bíblicas que a sua igreja professa, etc.
5. Como decidir sobre que Bíblia usar/comprar?
É recomendável que saiba de antemão quais Bíblias a tua denominação/confissão aceita/usa, e para
isto deve consultar o seu pastor ou líder treinado. Além do que já foi referido, aconselham-se alguns
critérios importantes na avaliação de uma tradução/versão da Bíblia para o uso/compra.
1. Abra as primeiras páginas da Bíblia e veja as informações preliminares que ela traz sobre o
editor, o ano de publicação, a equipa de tradutores, a confissão religiosa responsável por essa
tradução/versão, a apresentação feita pelo(s) tradutore(s). Muitas Bíblias escondem esta
informação e começam logo com o texto bíblico. É uma atitude suspeita.
2. Equipa de tradutores. No passado pessoas audazes traduziram a Bíblia sozinhos, como
Jerônimo, Almeida e Schökel. Hoje em dia, normalmente, a tradução é fruto de trabalho de
equipa, somando forças tanto em relação ao conhecimento das línguas originais, de
capacidade de interpretação do texto, e em relação as próprias competências da língua
portuguesa.2
Uma das traduções/versões mais ideológicas (tendenciosas) que existe é a
Tradução do Novo Mundo, das Testemunhas de Jeová, e usou exatamente o artifício de
ocultar a identidade dos tradutores para que ninguém possa descobrir se são pessoas que
dominavam mesmo as línguas originais e a própria língua destino. Há que fugir desses
enganadores mal-intencionados.
3. Confessionalidade. Na diversidade atual das versões da Bíblia, infelizmente é mesmo
importante a questão de “a nossa Bíblia e a dos outros”. Com certeza você pertence a tua
confissão religiosa (=denominação). Sabendo já que existe diferença entre a Bíblia Católica
e a Bíblia Protestante, é importante também saber se a Bíblia que você compra ou usa condiz
com os princípios doutrinários e litúrgicos da tua igreja, para não te sujeitares a condição de
“aquele crente que qualquer vento leva”.
4. Atenção as notas. Bíblias anotadas são muito úteis e valorizam uma boa compra de Bíblia
hoje em dia. Ajudam a ler com eficácia a Palavra de Deus. Mas há muita gente que prefere
Bíblias não anotadas, justamente para não serem induzidas. Contudo, use a informação
preliminar (critério 1, acima) para estar seguro de que as anotações foram feitas por
estudiosos (teólogos, pregadores, bibliólogos, exegetas, etc.) que seguem as doutrinas
bíblicas da tua confissão.
Conclusão – Confiança nas traduções
A confiança é uma soma de elementos objectivos e subjectivos. Um católico praticante tem
preconceitos em relação à Bíblia Almeida e, provavelmente, um evangélico não terá em mãos uma
Bíblia Ave Maria. não importa tanto a Bíblia que usa, mas é fundamental a consciência de que as
traduções têm limites e que aquela usamos sem saber pode não ser a melhor. Aplique os critérios
2
A Bíblia de Jerusalém, por exemplo, tem 16 tradutores, além de vários revisores exegéticos e literários.
acima, e consulte sempre o teu pastor ou líder treinado para não de deixar levar por todo o vento de
doutrinas.
RECURSO DIDÁTICO (Lição 5)
EXEMPLO DE DIFERENÇAS DE TRADUÇAO/INTERPRETAÇAO
Genesis 1: 1-2
No princípio Deus criou os céus e a terra. Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de
Deus se movia sobre a face das águas. Nova Versão Internacional (NVI)
No começo Deus criou os céus e a terra. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar
profundo. A escuridão cobria o mar, e o Espírito de Deus se movia por cima da água. Nova Tradução da Linguagem de
Hoje (NTLH)
Em primeiro lugar, Deus criou o céu e a terra - Tudo que se vê e tudo que não se vê. A terra era como uma massa sem
forma, um vazio sem fim, uma escuridão quase palpável. O Espírito de Deus pairava sobre o abismo das águas. A
Mensagem
No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra, entretanto, era sem forma e vazia. A escuridão cobria o mar que
envolvia toda a terra, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. King James Atualizada (KJA)
No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o
Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Almeida Corrigida Fiel (ACF)
Salmo 16:5
Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro.
Nova Versão Internacional (NVI)
Tu, ó Senhor Deus, és tudo o que tenho. O meu futuro está nas tuas mãos; tu diriges a minha vida. Nova Tradução da
Linguagem de Hoje (NTLH)
O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice; tu manténs a minha sorte. King James Fiel 1611 (BKJ)
O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o arrimo da minha sorte. Almeida Revista e Atualizada
(ARA)
O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; tu sustentas a minha sorte. Almeida Revista e Corrigida (ARC)
Tu foste minha primeira e única escolha, ó Eterno... Depois me fizeste teu herdeiro. A Mensagem
Somente tu, Senhor, és minha herança, meu cálice de bênçãos; tu guardas tudo que possuo. Nova Versão
Transformadora (NVT)
O Senhor é a minha riqueza e o meu cálice de bênçãos. Ele é o alicerce que sustenta a minha vida. Nova Bíblia Viva
SENHOR, tu és a porção da minha herança e do meu cálice; és tu quem garante o meu destino. Almeida Século 21
Jeová é a porção da minha herança e do meu cálice. Tu és da minha sorte o sustentáculo. Tradução Brasileira
Salmo 19:1
Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Nova Versão Internacional (NVI)
O céu anuncia a glória de Deus e nos mostra aquilo que as suas mãos fizeram. Nova Tradução da Linguagem de Hoje
(NTLH)
A glória de Deus viaja pelos céus, as obras de arte de Deus estão expostas no horizonte. A Mensagem
Os céus proclamam a glória de Deus; o firmamento demonstra a habilidade de suas mãos. Nova Versão
Transformadora (NVT)
Os céus revelam a glória de Deus, o firmamento proclama a obra de suas mãos. King James Atualizada (KJA)
Mateus 19:26
Jesus olhou para eles e respondeu: "Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis". Nova
Versão Internacional (NVI)
Mas Jesus, olhando-os, disse-lhes: Aos homens isto é impossível, mas com Deus todas as coisas são possíveis. King
James Fiel 1611 (BKJ)
Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível. Almeida Revista e
Atualizada (ARA)
Jesus olhou bem firme para eles e disse: "Ninguém tem chance, se pensam que conseguirão por esforço próprio. A
única maneira é deixar Deus agir. Só ele tem o poder de fazer". A Mensagem
Jesus olhou atentamente para eles e disse: "Humanamente falando, ninguém. Mas para Deus, tudo é possível". Nova
Bíblia Viva
Mas Jesus, fixando o olhar neles, revelou-lhes: "Isso é impossível aos seres humanos, mas para Deus todas as coisas são
possíveis". King James Atualizada (KJA)
Jesus, volvendo os olhos para eles, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível. Tradução
Brasileira
João 1:1
No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Nova Versão Internacional (NVI)
No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Nova Tradução da Linguagem de Hoje
(NTLH)
Antes de tudo, havia a Palavra, a Palavra presente em Deus, Deus presente na Palavra. A Mensagem
No princípio, aquele que é a Palavra já existia. A Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Nova Versão
Transformadora (NVT)
No princípio era aquele que é a Palavra, e ele estava com Deus e era Deus. Nova Bíblia Viva
Romanos 5:1
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. Nova Versão Internacional
(NVI)
Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo. Nova
Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH)
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Almeida Revista e
Atualizada (ARA)
Ao aceitar, pela fé, o que Deus sempre desejou para nós - consertar nossa situação com ele, tornar-nos prontos para
ele -, alcançamos tudo isso com Deus, por causa do nosso Senhor Jesus. A Mensagem
Portanto, uma vez que pela fé fomos declarados justos, temos paz com Deus por causa daquilo que Jesus Cristo, nosso
Senhor, fez por nós. Nova Versão Transformadora (NVT)
Portanto, agora, desde que fomos declarados justos à vista de Deus, pela fé, podemos ter paz com Deus por meio de
Jesus Cristo, nosso Senhor. Nova Bíblia Viva
Filipenses 4:13
Tudo posso naquele que me fortalece. Nova Versão Internacional (NVI)
Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação. Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH)
Eu posso fazer todas as coisas por meio de Cristo, que me fortalece. King James Fiel 1611 (BKJ)
Posso fazer qualquer coisa por meio daquele que faz de mim o que sou. A Mensagem
Eu posso fazer todas as coisas que Deus me pede com a força que Cristo me dá. Nova Bíblia Viva
Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. Almeida Corrigida Fiel (ACF)
UNIDADE II – ESTUDO PANORAMICO DA BIBLIA
Depois de estudarmos lições que tratam da propedêutica geral da Bíblia, ou seja, a
Introdução ao estudo da Bíblia, vamos agora dar início a unidade que explora os
conteúdos gerais tratados em cada parte e livros da Bíblia. O objectivo desta unidade é
familiarizar o estudante com os temas teológicos e com os significados da mensagem
presente na Bíblia, conforme revelado em cada livro e no tempo da escrita, e tornar
possível a compreensão correcta e fiel da Bíblia para os nossos dias.
Lição 6 – O Pentateuco
Texto bíblico: Deuteronómio 31.9
1. Significado, estrutura/divisão dos livros e temas
Pentateuco é o nome que se dá ao grupo dos primeiros cinco livros da Bíblia. É assim chamado
porque, na língua grega, “Penta” significa cinco e “Teucho” significa “livros”. A autoria humana
destes livros é atribuída a Moisés, tanto pelos Judeus (Marcos 12:19), quanto por Jesus Cristo
(Marcos 12:26; João 1:17 e 45).
Esta divisão da Bíblia é ainda conhecida por dois outros nomes: “livros da Lei” (por causa do
conteúdo comum dos livros), e Torá. Os judeus designam, por sua vez, esses livros com o título
genérico de Torah, termo hebraico que, apesar de ser habitualmente traduzido por “lei”, na realidade
tem um significado mais amplo. Torah, de fa to, inclui o conceito de “lei” e, até com maior
propriedade, os de “guiar”, “dirigir”, “instruir” ou “ensinar” (Deuteronómio 31.9).
Os principais Temas e as seções correspondentes do Pentateuco podem ser analisados segundo o
esquema seguinte:
ü Desde a criação do mundo até a genealogia de Abraão (Génesis 1-11).
ü A história dos Patriarcas (Génesis 12-50).
ü A saída do Egito (Êxodo 1-15).
ü Desde o Egito até o Sinai (Êxodo 16-18).
ü A revelação do Senhor no Sinai (Êxodo 19-Nm 10).
ü Desde o Sinai até Moabe (Números 10-36).
ü O livro de Deuteronómio (Deuteronómio 1-34).
Os Livros que constituem o Pentateuco, e seus respectivos conteúdos temáticos, são os seguintes:
1) Gêneses - Narra as origens do universo e do gênero humano até à formação paulatina do
povo de Israel, durante a sua estadia no Egito como cativos.
2) Êxodo - Narra a saída dos israelitas do Egito, libertos e conduzidos por Moisés até o Sinai,
onde recebem de Deus a Sua “lei religiosa” e “lei civil”, e constituindo-se, por meio de um
pacto sagrado, em “povo escolhido de Deus” (constituído por 12 tribos).
3) Levítico - Regula o culto (de relacionamento com Deus), a forma dos rituais religiosos, um
tratado dirigido especialmente aos israelitas pertencentes a tribo dos levitas, que formavam o
clero consagrado (sacerdotes) para servir no trabalho de adoração e ensino no templo
(santuário).
4) Números - Trata do recenseamento do povo (contagem) que existia naquele tempo; além
disto, faz um balanço dos fatos e providências legislativas correspondentes aos cerca de 40
anos de vida nômade (peregrinação) no deserto da península do Monte Sinai.
5) Deuteronómio - A “segunda lei”, emanada pelo fim da jornada no deserto, foi escrito quando
Moisés retoma a legislação precedente para adaptá-la às novas condições de vida sedentária,
em que o povo viria a se encontrar com a conquista iminente da Palestina (Terra de Canaã =
A Terra Prometida).
Os nomes dos livros, tal como os temos, foram dados pela Septuaginta que, tal como já estudamos, é
a tradução da Torá para a língua grega, feita por 70 especialistas da Biblioteca da cidade de
Alexandria, no Egipto, no século III a.c.
Finalmente, o Propósito do Pentateuco é recontar a graça de Deus ao transformar Israel em uma
nação, e ao dar a ela sua lei. Assim, a obra começa com a criação do mundo, e traça a história da
humanidade enfatizando a formação da nação teocrática, e relatando sua história até o ponto em que
esteve pronta a entrar na Terra Prometida. Ressalta, enfim, a iniciativa de Deus em regular o seu
relacionamento com esse povo por meio de leis, especialmente os dez mandamentos e a legislação
relacionada ao Tabernáculo, aos sacrifícios e ao sacerdócio.
2. Conteúdo e mensagem dos livros do Pentateuco
O Pentateuco é uma unidade porque todos os livros cinco livros se entrelaçam e se completam.
A. O Livro de Gênesis.
Autor e período histórico. O escritor deste livro é Moisés. A narrativa de Genesis abrange o período
que vai desde a criação até à morte de José, um período de cerca de 2.315 anos, mais ou menos de
4004 a 1689 antes de Cristo.
Tema. É bem definido pelo seu título, Gênesis, que significa “princípio”, porque é a história do
princípio de todas as coisas – o princípio do céu e da terra, o princípio de todas as formas de vida e
de todas as instituições e relações humanas. É o “viveiro” das gerações da Bíblia, pois nele se
encontram os começos de todas as grandes doutrinas referentes a Deus, ao homem, ao pecado e à
salvação.
O proposito do livro é revelado pelo primeiro versículo: “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
Face ao pecado que entrou no mundo, corrompendo o propósito da criação, o escritor apresenta o
Criador de toda a terra como o seu Redentor, aquele que há, enfim, de redimi-la. Génesis relata por
que se tornou necessária a redenção e como Deus escolheu uma nação a fim de revelar às demais
nações a Sua vontade, o Seu amor, os seus desígnios e os seus planos de restaurar a criação a criação
e salvar o mundo.
Mensagem de Genesis - O livro relata a criação do mundo e do homem, a queda do homem no
pecado e sua expulsão do paraíso, além da rápida expansão do pecado. Para travar este processo,
Deus decreta a destruição do pecado através de um dilúvio, salvando apenas um fiel. Em Noé, a raça
manteve-se viva, e houve um recomeço. Mas corrupção gerada na natureza humana pelo original
tornou-se grande ao ponto de o homem continuar a pecar, inventar outros deuses (idolatria) e
contaminar todo o mundo. Deus separa uma nação desse mundo pecador, através de um homem fiel,
Abraão, que é chamada (separado) para ser o pai da fé. Génesis relata a sua obediência e suas
peregrinações, mostrando que até com os fracos Deus permanece fiel à sua promessa de salvação.
B. O Livro de Êxodo
Título. O nome “êxodo” vem da língua grega e significa “sair”, porque regista a saída do povo de
Israel que se achava no cativeiro do Egito, como escravos desta nação.
Foi escrito por Moisés, registando acontecimentos que abrangem um período de 216 anos, mais ou
menos de 1706 a 1490 antes de Cristo. Começa mostrando o povo de Israel habitando no meio da
idolatria egípcia, como escravos, e termina mostrando-o como um povo redimido, habitando na
presença de Deus.
Tema. Gênesis lemos acerca do princípio da redenção. No livro do Êxodo lemos acerca do progresso
da redenção.
Mensagem de Êxodo – O livro começa com os descendentes de Jacó no Egito, e como foram
libertados poderosamente, sob a liderança de MOISÉS. Relata como Deus os constituiu uma nação
no monte Sinai, dando-lhes os dez mandamentos (Êxodo 20) e ractificando a aliança. Foram
ordenados os procedimentos a seguir para o levantar o Tabernáculo de adoração, para que Deus
pudesse, então, habitar no meio deles.
Oprimido pelos egípcios, Israel necessita de libertação. Deus provê essa libertação. Tendo sido salva,
a nação necessita de uma revelação de Deus para orientá-la na conduta e no culto de sua nova vida.
Deus lhe dá a Lei. Convencidos do pecado pela santidade da Lei, os israelitas sentem a necessidade
de purificação. Deus provê sacrifícios. Tendo uma revelação de Deus, o povo sente a necessidade de
culto (ritual de comunhão com Deus e adoração do seu nome). Deus lhe dá o tabernáculo e
estabelece um sacerdócio.
Em Gênesis a redenção é efetuada através de indivíduos; em Êxodo, é efetuada através de uma nação
inteira: Israel. A idéia central do livro é a redenção pelo sangue. Em torno dessa idéia concentra-se a
história de um povo salvo pelo sangue, amparado pelo sangue e tendo acesso a Deus pelo sangue.
Essa redenção se apresenta suprindo todas as necessidades da nação.
Conclusão provisória
Na formação do Pentateuco há evidencia-se a inspiração divina no facto de que compila, ordena e
redige narrações, séries genealógicas e conjuntos de leis que, durante muitos séculos, haviam sido
transmitidas apenas oralmente de uma geração para outra. Nele está contida a herança espiritual que
Moisés legou ao povo de Israel, uma herança viva, fielmente transmitida e enriquecida com o passar
dos séculos.
AGENDA ANUAL [IBNA]
[II SEMESTRE, 2019]
JULHO
TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, PREPARANDO EDUCADORES E MESTRES
DA PALAVRA (Educação Teológica)
DIVISA Isaías 61:4
TEMA CBA MÊS DA EDUCACAO TEOLOGICA
DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA
06 Culto de Jejum e oração- (7h-12) Juventude Igreja Templo 7h
08 Ceia do Senhor Diáconos Igreja
08 Sessão Administrativa Ordinária da Igreja Presidência Membros Templo 13h
14 Lançamento da Agenda “Universidade da
Bíblia”
Educação
Crista
Igreja
17 Palestra sobre “A Saúde da Mulher” SFM Mamas e moças
27 Workshop de Didática do Ensino da Bíblia I Educação
Cristã
Profs e oficiais
da EBD
9h
27 Casamento (Irmãos Inácia e Morais) Igreja Igreja Templo 14h
28 Culto da família Igreja Igreja Templo 10h
28 Fest Gospel (Festival de Louvor, Teatro e
Dança)
Juventude Igreja e
convidados
Templo 14h30
AGOSTO
TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, COMO FAMILIA BAPTISTA
DIVISA Hebreus 13:9
TEMA CBA MÊS DA FAMÍLIA BAPTISTA
DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA
03 Jejum e oração- (7h-12) Grupo de
casais
Igreja Templo 7h
03 Workshop de Didática do Ensino da Bíblia II Educação Cristã Profs e oficiais EBD Templo 9h
03 Casamento Domingas Tumba e Álvaro Igreja Igreja 14h30
04 Início Modulo I da Universidade da Bíblia Educação Cristã Igreja
04 Ceia do Senhor Diáconos Igreja
11 Encontro de namorados e noivos (Programa
da Juventude)
Ministério
Juventude
Igreja e
convidados
14h
11 Recital Coral ConAliança Coral N Aliança Coral e convidados Templo 14h30
17 Café-Teológico (Instituto Kayrós) Kayrós Líderes e Pastores Templo 8h30
17 Reunião Conselho Diaconal, Pastor e
Missionários
Conselho
Diaconal
10h
25 PROGRAMA JOVEM: “O jovem cristão e a
internet”
Min Juventude Jovens e igreja 14h30
27-30 Assembleia Geral da CBA
31 Vigília de oração Min Juventude Igreja e
convidados
Templo 20h
31 Reunião Conselho Diaconal Conselho
Diaconal
Pastor,
Diáconos
10h
SETEMBRO
TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, FORTALECENDO A NOSSA IDENTIDADE
DENOMINACIONAL
DIVISA Salmo 33:12
TEMA CBA MÊS DA MOÇA CRISTÃ (SFM)
DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA
01 Ceia do Senhor Diáconos Membros
07 Culto de Jejum e oração- (7h-12) Juventude Igreja Templo 7h
6-8 Viagem Missionária ao K. Sul Evangelismo e
Missões
Igreja Kibala Saída:
sexta 14h
08 Dia da Criança Baptista Ministério
Infantil
Crianças da
Igreja
Templo 9h
9-14 Semana de Jejum e Oração Ministério
Juventude
Igreja
14 Workshop de Liderança Cristã (“Líderes
cristãos de Valor”)
Pr. Zakeu Membros da
Igreja
Templo 8-10h
14 Casamento Madalena e Carlos “Astro” Igreja Igreja 14h
15 Reunião Conselho de Liderança Directoria da
Igreja
Directoria e
Líderes
Templo 14h
21 Encontro de Casais Grupo de
Casais
Casais da Igreja Templo 15h
21 Manhã desportiva Ministério
juventude
Jovens e
adolescentes
8h
22 Sessão Ordinária da Igreja Presidência Membros 12h30
27-29 Viagem Missionária ao K. Sul Evang. e Missões Igreja Kibala Sexta 14h
27 Estudo do livro de Daniel (Irmã Diamantina) SFM Senhoras e moças
28 Vigília de oração Juventude Igreja Templo 21h
29 PROGRAMA JOVEM: Visita, almoço e estudo:
residência da família Gatay
Ministério
Juventude
Jovens e
adolescentes
OUTUBRO
TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, ATRAVÉS DE MISSOES NACIONAIS
DIVISA Mateus 28.19,20
TEMA CBA MÊS DE MISSÕES NACIONAIS
ALVO
(OFERTA)
LOCAL:
150.000,00 KZ
DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA
02 Mutirão Evangelístico (evangelização na
adjacência do Templo) SFM SFM e Moças Igreja 10h
05 Casamento Lina e Belmiro Andalika Igreja Igreja Templo 15h
06 Ceia do Senhor Diáconos Igreja
09 Atelier (curso) de Culinária e Costura SFM Mamas e moças
13 Palestra: o Jovem cristão e o
empreendedorismo
Ó. Kinganga e
Juventude
Juventude 14h
19 Manhã Recreativa, Social e Evangelística na
Missão Fonte de Jacó (Benfica)
Juventude e
Evangelismo
Igreja Benfica 9h
20 Culto Cantado Min. Adoração
27 Culto de Missões (Missões e a família). Ceia
na Fonte de Jacó
Missões e
Evangelismo
27 PROGRAMA JOVEM (“Evangelismo local” com
exibição de filme)
Ministério da
Juventude
Jovens e
Adolescentes
14h
NOVEMBRO
TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, ORANDO PELA PATRIA AMADA
DIVISA Josué 19.1,2
TEMA CBA MÊS DA ORAÇÃO MUNDIAL DA MULHER BAPTISTA (SFM)
DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA
03 Ceia do Senhor Diáconos Igreja
09 Dia Baptista de Oração Mundial: “Culto de
Jejum e oração”
Juventude Igreja 7h-12h
10 Dia do Diácono Baptista: “Consagração de
diáconos”
Corpo
Diaconal
Igreja +
convidados
Templo 10h
17 Estudo dos Jovens: “Conhecendo a Bíblia
através da exposição”
Ministério
Juventude
Jovens e
adolescentes
Templo 14h
17 Dia Nacional de Ação de Graças: “Concerto de
Corais”
Ministério
Adoração
Corais locais+1 Templo 14h
29 Vigília de oração Juventude Juventude +
Igreja
20h
24 PROGRAMA JOVEM (Palestra “O cristão e a
Pátria”)
Min Juventude Juventude +
Igreja
Templo 14h
DEZEMBRO
TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, ATRAVÉS DA CELEBRAÇAO DO NATAL E
DA VALORIZACAO DA PALAVRA
DIVISA Mateus 1:20
TEMA CBA MÊS DA BIBLIA E DO NATAL
DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA
1-30 Seminário de formação profissional Juventude, Ed
Cristã
Igreja e
comunidade
Templo Sábados
01 Ceia do Senhor Diáconos Membros
01 Sessão Extraordinária (Profissões de fé e
comissões de trabalho)
Igreja Membros
08 Dia da Bíblia Ed. Cristã Igreja
08 Baptismos Igreja Igreja Templo
14
Natal das Crianças: cantata dos Adolescentes
(confraternização e distribuição de
brinquedos as crianças da comunidade)
Ministério
Infantil, Ação
Social e
Membros da
igreja 9h
Adolescentes
21 Natal das Crianças
21 PROGRAMA JUVENTUDE: “Lazer, Evangelismo
Local + filme”.
Ministério
Juventude
Jovens e
adolescentes
Templo
22 Concerto Natalino dos Corais da Igreja
(Participação das Crianças)
Ministério
Adoração
Corais, duetos e
solos
9h
25 Culto de NATAL Igreja Igreja 8h
29 Culto de Gratidão (Oferta de Amor) Igreja Igreja 9h
NOSSOS VALORES
Valores são um conjunto de princípios que determinam nossa atitude no cumprimento da
nossa missão. Nossos valores são definidos à luz da palavra de Deus e do contexto no qual
estamos inseridos.
ü Devoção: Cremos que uma vida de total devoção a Deus e ao seu reino deva ser o normal
para cada cristão. Inclui-se aqui a oração, jejuns, adoração e louvor (Atos 1.14; Romanos
12.1,2; Mateus 6; 2 Timóteo 2.15; Salmo 40.3).
ü Dons: Cremos que o envolvimento no serviço do Senhor, conforme os dons dados pelo
Espírito Santo, e de acordo com a paixão e os diferentes estilos de cada pessoa, edifica a
Igreja e glorifica a Deus (Colossenses 3.24; Efésios 4; 1 Coríntios 12.14; 1 Pedro 4.10,11)
ü Ensino Bíblico: Cremos que o ensino bíblico é a base da transformação do indivíduo e da
comunidade. Ele deve ser ao mesmo tempo culturalmente relevante e doutrinariamente
bíblico (Romanos 12.7, 2Timóteo 3.16,17; Tiago 1.23-25).
ü Pessoas: Cremos que criados à imagem e semelhança de Deus, os seres humanos ocupam
lugar de primazia na criação. Portanto, todas as pessoas, sejam ricas ou pobres, são
importantes para nós e devemos amá-las e desenvolver relacionamentos significativos com
elas (Gênesis 1.26-31; João 3.16; Lucas 19.10; Atos 20.35).
ü Família: Cremos que lares fortes contribuem profundamente para uma igreja forte. Assim, a
nossa prioridade deve ser Deus, família, e só depois o trabalho e o ministério (Deuteronômio
6.1-9).
ü Excelência: Cremos que a excelência honra a Deus e inspira as pessoas, por isso, buscamos
um aperfeiçoamento contínuo em tudo que fazemos. Excelência é fazer o melhor com os
recursos que Deus nos dá (Malaquias 1; Colossenses 3.16,17; Provérbios 27.17).

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a EBD IBNA_10 Novembro.pdf

Lição 1 - O Que Cremos Sobre a Bíblia
Lição 1 - O Que Cremos Sobre a BíbliaLição 1 - O Que Cremos Sobre a Bíblia
Lição 1 - O Que Cremos Sobre a BíbliaRespirando Deus
 
Doutrina 1 , inspiração da bíblia convertedfromdocx
Doutrina 1 , inspiração da bíblia convertedfromdocxDoutrina 1 , inspiração da bíblia convertedfromdocx
Doutrina 1 , inspiração da bíblia convertedfromdocxstefannicristine
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxVivianeGomes635254
 
Perguntas e curiosidades bíblicas questionários - celso brasil -####
Perguntas e curiosidades bíblicas   questionários - celso brasil -####Perguntas e curiosidades bíblicas   questionários - celso brasil -####
Perguntas e curiosidades bíblicas questionários - celso brasil -####Celso do Rozário Brasil Gonçalves
 
Aula 01 Introdução a Bibliologia.pptx
Aula 01 Introdução a Bibliologia.pptxAula 01 Introdução a Bibliologia.pptx
Aula 01 Introdução a Bibliologia.pptxIzaelNascimento7
 
História da Redenção ( pdf ) Jose Borges dos Santos Júnior
História da Redenção  ( pdf ) Jose Borges dos Santos JúniorHistória da Redenção  ( pdf ) Jose Borges dos Santos Júnior
História da Redenção ( pdf ) Jose Borges dos Santos JúniorLucas Ribeiro
 
Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia
Inspiração Divina e Autoridade da BíbliaInspiração Divina e Autoridade da Bíblia
Inspiração Divina e Autoridade da BíbliaMárcio Martins
 
Inspiraçao divina e autoridade da biblia
Inspiraçao divina e autoridade da bibliaInspiraçao divina e autoridade da biblia
Inspiraçao divina e autoridade da bibliaHamilton Souza
 

Semelhante a EBD IBNA_10 Novembro.pdf (20)

Biblia facil
Biblia facilBiblia facil
Biblia facil
 
A Revelação Divina
A Revelação DivinaA Revelação Divina
A Revelação Divina
 
Biblia facil
Biblia facilBiblia facil
Biblia facil
 
Biblia facil temas biblicos
Biblia facil temas biblicosBiblia facil temas biblicos
Biblia facil temas biblicos
 
Biblia facil
Biblia facilBiblia facil
Biblia facil
 
Biblia facil
Biblia facilBiblia facil
Biblia facil
 
Biblia facil
Biblia facilBiblia facil
Biblia facil
 
Lição 1 - O Que Cremos Sobre a Bíblia
Lição 1 - O Que Cremos Sobre a BíbliaLição 1 - O Que Cremos Sobre a Bíblia
Lição 1 - O Que Cremos Sobre a Bíblia
 
Doutrina 1 , inspiração da bíblia convertedfromdocx
Doutrina 1 , inspiração da bíblia convertedfromdocxDoutrina 1 , inspiração da bíblia convertedfromdocx
Doutrina 1 , inspiração da bíblia convertedfromdocx
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
 
Perguntas e curiosidades bíblicas questionários - celso brasil -####
Perguntas e curiosidades bíblicas   questionários - celso brasil -####Perguntas e curiosidades bíblicas   questionários - celso brasil -####
Perguntas e curiosidades bíblicas questionários - celso brasil -####
 
Cânon bíblico
Cânon bíblicoCânon bíblico
Cânon bíblico
 
Biblia Facil
Biblia FacilBiblia Facil
Biblia Facil
 
Aula 01 Introdução a Bibliologia.pptx
Aula 01 Introdução a Bibliologia.pptxAula 01 Introdução a Bibliologia.pptx
Aula 01 Introdução a Bibliologia.pptx
 
História da Redenção ( pdf ) Jose Borges dos Santos Júnior
História da Redenção  ( pdf ) Jose Borges dos Santos JúniorHistória da Redenção  ( pdf ) Jose Borges dos Santos Júnior
História da Redenção ( pdf ) Jose Borges dos Santos Júnior
 
Bibliologia
BibliologiaBibliologia
Bibliologia
 
Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia
Inspiração Divina e Autoridade da BíbliaInspiração Divina e Autoridade da Bíblia
Inspiração Divina e Autoridade da Bíblia
 
Inspiração e interpretação bíblica 3
Inspiração e interpretação bíblica 3Inspiração e interpretação bíblica 3
Inspiração e interpretação bíblica 3
 
Aula 3 e 4 Bibliologia.pdf
Aula 3 e 4 Bibliologia.pdfAula 3 e 4 Bibliologia.pdf
Aula 3 e 4 Bibliologia.pdf
 
Inspiraçao divina e autoridade da biblia
Inspiraçao divina e autoridade da bibliaInspiraçao divina e autoridade da biblia
Inspiraçao divina e autoridade da biblia
 

Último

As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresNilson Almeida
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAMarco Aurélio Rodrigues Dias
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxCelso Napoleon
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfAgnaldo Fernandes
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...PIB Penha
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)natzarimdonorte
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealizaçãocorpusclinic
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPIB Penha
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxCelso Napoleon
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoRicardo Azevedo
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfmhribas
 

Último (15)

As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
 
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
 

EBD IBNA_10 Novembro.pdf

  • 1. CONVENÇÃO BAPTISTA DE ANGOLA IGREJA BAPTISTA NOVA ALIANÇA Estrada (Direta) Camama-Talatona S/Nº, Bondo Chape. Comuna do Kilamba Kiaxi, Municipio de Belas Email:ibna2019@gmail.com / Telefone +244 923 904 391 LUANDA - ANGOLA Lições da Escola Bíblica Dominical Universidade da Bíblia – A Escola Bíblica para os cristãos fiéis a Palavra [2019]
  • 2. DIRECTORIA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL. [UNIVERSIDADE IBNA DA BIBLIA] Equipa: Luís Kimbinga (Director), Laura Singi e Fernando Kabina CLASSES E PROFESSORES: Classe de Adultos (36+): Fernando Kabina, Diogo Quitori e Dr. Singui António Classe de Jovens, (18-35 anos): Paulo Muhongo, L. Kimbinga Classe de Adolescentes (14-17 anos): Marize Ferrari, Zola Kaquarta, Júlia Muhongo Classe Juniores (8-13 anos): Flávio, Teresa Chamboma, Laura Singui Classe de Crianças (2-8 anos): Valentina Maximiano, Faustina, Madalena Chamboma, Marlene Kimbinga. Novos Crentes: Zakeu, Diamantina Almeida e Ana Zengo SUMÁRIO ü Tema, Divisa, Hino, Missão, Visão, Valores. ü Organigrama ü Diretoria da Igreja ü Objectivos estrategicos ü Objectivos sectoriais ü Horário das actividades ü Agenda Anual ü Estatuto ü Telefones uteis
  • 3. TEMA ANUAL: “CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDÁVEL” DIVISA “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém” (2 Pedro 3:18).
  • 5. DIRETORIA DA IGREJA 1. DIRETORIA ESTATUTARIA Pastor (Interino): Zakeu A. Zengo Presidente (Exercício): Ana Zengo Vice-Presidente (Exercício): Abraão Morais de Arminda 1º Secretária: Albertina Venâncio 2º Secretaria: 1º Tesoureiro: Helena 2º Tesoureiro: 2. MINISTÉRIOS (AUXILIARES DA ACCÃO PASTORAL) Ministério da Visitação, Discipulado e integração (auxiliar do Pastor) – Seminarista Paulo Muhongo (Líder Discipulado e Integração) e Corpo Diaconal (Líder: Conceição de Oliveira). Equipas de visitação: Diáconos, Sociedade Masculina (Líder: Diogo Quitori), e Sociedade Feminina (Líder: Madalena Venâncio). Ministério de Missões, Evangelismo e integração de novos crentes – Irmãs Diamantina de Almeida (Líder Missões) e Minianga Kaparakata (Líder Evangelismo e Integração). Equipa: Seminaristas Zola Kaquarta e Paulo Muhongo; Irmãos Ferraz Gatay, Alberto Cassesse, Dani, Costa e Emília. Ministério de Educação Cristã e Treinamento – Irmãos Ana Zengo (Educação Cristã), Luís Kimbinga (Escola Bíblica Dominical), Nsingi Nsonsolo António e Fernando Kabina (Treinamento e Crescimento). Ministério das Famílias e Casais - Casal Singi António (líderes), casal Muhongo, Casal Daniel (Paulo e Júlia), casal Kamati, casal Zengo e casal Mulanda (Kilson e Esperança). Celebração (Culto), Estudo Bíblico, Oração e Comunhão: • Quarta-Feira, 18h30 (Culto de Oração e Estudo Bíblico): Responsáveis: Paulo Muhongo (líder), Diogo Quitori (adjunto) e Albertina Venâncio • Sexta-Feira, 18h30: Responsáveis (Culto de Comunhão, Intercessão e Integração): Norberto (líder), Albertina Venâncio (adjunta), Ana Santos e Zola Kaquarta. • Cultos de Vigília [bimensal]. Responsáveis: Kilson Mulanda (líder), Gina Kamati, Gabriel e Sheila Quitori. • Cultos de Jejum e Oração. Responsáveis: Minianga Kapracata (líder), Francisco Razão, Afonso Kaparakata, Albertina e Costa.
  • 6. 3. CORPO DIACONAL Visão e Objectivos para 2019: ü Trabalhar com a finalidade de auxiliar e apoiar o ministério pastoral da igreja; ü Promover aprimoramentos para o diaconato na igreja; ü Promover oportunidade de integração e lazer entre os diáconos. ü Indicaçao e ordenação de novos diáconos. Presidente: Ir. Abraão Morais de Arminda Vice-Presidente: Missionário Manuel Catumbila Corpo Diaconal: Abraão de Arminda; Madalena Venâncio Abraão; Manuel Catumbila; Domingas Catumbila; Gracinda; Diamantina Alexandre; José Alexandre; Conceição Oliveira; Germano Kamati. Auxiliares do corpo Diaconal: Rodrina Helena; Madalena Gonçalves. 4. CONSELHO FISCAL Relator: Membros: Fernando A. C. Kabina, Luis Kimbinga e Elias Lucas Yambama Suplentes: 5. CONSELHO DE DIRECÇAO (DIRECCAO DA IGREJA) Composto pelos seguintes órgãos: Diretoria Estatutária Corpo Diaconal Pastores Líderes de Ministérios Presidentes das Uniões e Departamentos.
  • 7. Lição 1 – Como a Bíblia foi escrita e chegou até nós? Introdução O primeiro artigo da Declaração Doutrinária dos Baptistas fala sobre as Escrituras Sagradas, onde consta que “A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. É o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos homens. Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo. Tem por finalidade revelar os propósitos de Deus, levar os pecadores à Salvação. Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro, e por isso é um perfeito tesouro de instrução divina. Revela o destino final do mundo e os critérios pelos quais Deus julgará todos os homens. A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas a doutrina e a conduta dos homens. Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo”. Esta declaração é fundamentada totalmente na própria Bíblia, como por exemplo: Salmos 119.89; Hebreus 1.1; 2 Pedro 1.21; Isaías 40.8; Mateus 24.35; Romanos 16.25,26; Êxodo 24.4; Atos 3.21; Lucas 16.29; Efésios 6.17; Provérbios 30.5; João 10.35; 17.17; João 12.47,48; Romanos 2.12,13. 2 Crônicas 24.19; Gálatas 6.16; Mateus 5.22,28, 32, 34, 39; 17.1-5; 11.29,30; Hebreus 1.1,2. Etc. 1. A Bíblia é um livro diferente Uma percentagem muito pequena de escritos sobrevive além de um quarto de século, e uma percentagem ainda menor dura um século, e uma porção quase insignificante consegue sobreviver mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido ao longo de milhares de anos sobre circunstâncias as mais adversas. Em 303 A.D. (era de Cristo) o imperador romano Dioclécio decretou que todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. Hoje, porém, a Bíblia é encontrada em mais de duas mil línguas e ainda é o livro mais lido do mundo. 2. A Bíblia é a fonte de revelação de Deus e Sua salvação Deus se revela à humanidade mediante várias formas: A. Revelação geral ou natural, nomeadamente: a) Através da criação (= revelação externa), conforme Rm 1:20 - "Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis;", ou Sl 19:1 que diz: "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos." b) Através da consciência (revelação interna): "porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei; pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os" (Romanos 2:14-15).
  • 8. c) Através da Palavra: a Palavra Viva, que é Jesus Cristo (=encarnação, João 1:1) e a Palavra escrita (=Bíblia Sagrada, II Timóteo 3:16). A Palavra de Deus (viva ou escrita) é a forma única de revelação da salvação à humanidade. B. A Bíblia Sagrada se apresenta como a Palavra de Deus para o homem. Sendo um livro diferente, ela exige uma forma diferente de ser estudada: precisa da iluminação do Espírito Santo – o mesmo Espírito Santo que guiou os escritores da Bíblia, guia hoje os seus leitores no seu conhecimento (II Pedro 1:21). Foi o que o próprio Cristo revelou a a seus discípulos: “Quando vier aquele Espírito de Verdade, Ele vos guiará em toda a verdade” (João 16:13). E o apóstolo Paulo disse a mesma verdade: “Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (I Coríntios 2:12). Enfim, a Bíblia é um livro diferente por causa da sua origem divina, que é uma declaração daqueles que o escreveram, segundo a experiência dos que vivem por ele. É diferente porque fala profundamente a alma humana, regenerando o homem, muitas vezes mesmo quando não é receptivo à palavra de Deus. 3. Conhecendo a Bíblia A. O que é a Bíblia? a) A palavra Bíblia é de origem grega = “rolo pequeno de papiro”, diminuitivo de Biblos, que significa “folha de papiro, preparada para a escrita”. A palavra foi usada, pela primeira vez, pelo patriarca de Constantinopla chamado João Crisóstomo, que viveu entre os anos 398 e 404 da era cristã. Ela é constituída por uma pequena biblioteca de 66 livros, dividida em VT (Antigo Testamento, com 39 livros) e NT (Novo Testamento, com 27 livros). Estes livros foram escritos num período de aproximadamente 1600 anos por mais de 40 autores, dos mais distintos e remotos lugares, inspirados por Deus (Jeremias 36.2ª; II Timóteo 3.16 a e II Pedro 1.21). Tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos evidenciam o esforço de Deus em revelar a sua salvação aos homens, através de Jesus Cristo. Como alguém já disse: “A Bíblia é Deus falando ao homem, é Deus falando através do homem, é Deus falando com o homem, é Deus falando a favor do homem, mas, é sempre Deus falando” (= teoria do autor desconhecido). b) A palavra Testamento é tradução portuguesa da palavra hebraica “berite”, que designa a “Aliança” que Deus fez com o povo judeu através de Moisés. Foi numa tradução tardia feita por 70 sábios estudiosos egípcios (conhecida entre os estudiosos como Septuaginta) que a palavra hebraica “berite” foi traduzida para a palavra grega “diatheke”, que nesta língua significa aliança, contrato, pacto, testamento. 4. As divisões da Bíblia Logo a Bíblia é dividida em duas conhecidas partes: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Tal como veremos, o Antigo refere-se ao período anterior a Jesus Cristo e o Novo se refere ao período cristão. Cada uma destas partes se compõe de diversos “livros”, escritos em épocas históricas diferentes.
  • 9. 5. Os títulos/nomes da Bíblia Por que, como e de onde surgiram os nomes pelos quais se designa o conjunto de todos os livros da Bíblia? (a) Escrituras Sagradas – É o nome pelo qual, de modo geral, o NT se refere ao AT (Mateus 21.42; 22.29; Lucas 2:21; Romanos 1.2). (b) Bíblia – Vocábulo que vem do grego “Biblos” (= o nome da entrecasca do papiro, a planta cujas lascas eram usadas para gravar neles os registos escritos; e também nome de um porto marítimo da Síria onde os papiros eram embarcados para todo o mundo que os utilizava). No Novo Testamento a palavra “Bíblia” (plural) aparece em Marcos 12:26, traduzida como “livro”, denotando a unidade que há nos 66 livros que a compõe. A partir do século II A.D. as Escrituras já eram conhecidas como “os livros” ou “a Bíblia” (no sentido de biblioteca). (c) Testamento – este nome é derivado do assunto da Bíblia, isto é, aliança de Deus com os homens. “Testamentum” é a tradução latina do grego “diateke” (= pacto, testamento, aliança, vontade). Jeremias 31.31-34; Lucas 22.20, 2 Coríntios 3. 6 e 14, Hebreis 7.22. AT e NT, referindo-se à Bíblia, só começam a ser usados no Século III da era cristã. 4. Como a Bíblia foi escrita e chegou até nós A importância da Bíblia deve-se ao fato de ser a revelação de Deus aos Homens. Isso a torna um livro diferente de todos os outros existentes, e explica a razão por que devemos procurar sempre os seus ensinos para orientar nossas vidas. A teoria da revelação decorre da teoria da inspiração, que diz que Deus se revelou de forma especial para alguns homens durante a história (Hebreus 1.1, Atos 3.21), e os inspirou a escrever o conteúdo bíblico (Daniel 9.2,9-10, Isaías 30.8). Assim, toda a Bíblia é inspirada por Deus (2 Timóteo 3.16). Mas isso não significa dizer que Deus a ditou, palavra por palavra. Afinal, pela variedade de gênero, estilo e vocabulário, percebe-se que, durante a escrita, os autores humanos mantiveram sua personalidade (Lucas 1.1-4, 1 Coríntios 7.12). Todavia, de forma alguma, os escritores se utilizaram de ideias, conceitos ou opiniões próprias, mas foram inspirados, ou seja, movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1.20-21) para utilizarem palavras aprovadas por Deus (2 Samuel 23.2, Deuteronómio 4.2). Enfim, Deus guiou e supervisionou os escritores da Bíblia, para que eles, dentro de suas limitações e circunstâncias, compusessem e registassem, sem erros, a mensagem do Criador para a sua criação (1Co 2.13). A teoria da inspiração. Um dos principais conceitos a ser examinado para uma melhor compreensão da Bíblia é o de inspiração. O que significa dizer que os livros bíblicos são inspirados? De onde vem esta inspiração? Até que ponto tudo o que está escrito na Bíblia deve ser mesmo considerado como inspirado? Os estudiosos procuraram esclarecer este conceito básico e, é claro, sempre houve divergências entre eles. Na fundamentação da noção de inspiração distinguem-se dois aspectos: o dogmático e o especulativo. O dogmático pode ser expresso como resposta à pergunta: por que acreditamos que a Bíblia é um livro inspirado? Isto não se pode provar pela própria Bíblia. Busca-se provar isto apenas pelo argumento/fundamento histórico. Os evangelhos, por exemplo, são históricos. A tradição apostólica
  • 10. cita a Escritura como portadora de autoridade divina (Mateus 1.22; 22.31; Marcos 7.10; Joao 10.35; Atos 1.16; Lucas 22.37; Hebreus 3.7; 10.15). Em II Timóteo 3.16 aparece pela primeira vez a palavra “theopneustos”, ou seja, inspirada por Deus. Já o especulativo é o aspecto que remete à pergunta: em que consiste a inspiração? Este é mais complicado e será exposto com mais detalhes. O modo da inspiração. É muito discutido o modo como ocorreu a inspiração do escritor. Um teólogo chamado Bañez, seguido por muitos, afirmou que era um ditado (= teoria do ditado). Mas como pode ter sido um ditado se houve o esforço do escritor para elaborar a síntese? Veja-se por exemplo o que Lucas diz em l.1: “depois de haver diligentemente investigado tudo desde o princípio, resolvi escrever...”. Aqui se compreende logo que não foi simplesmente um “ditado” da parte de Deus. Em reação à esta teoria (do ditado verbal), veio uma outra teoria que defende exatamente o contrário: “a inspiração é a aprovação que a Igreja dá ao livro”. Em outras palavras, o fato de figurar no Cânon (= conjunto dos livros aceitos pela Igreja cristã como inspirados) é a garantia da própria inspiração. Esta tese é totalmente equivocada e não teve grande aceitação até hoje. Outro importante estudioso (afecto a igreja católica), de nome Franzelin, propôs uma outra interpretação do modo de inspiração: na Bíblia “nem tudo é de Deus, nem tudo é do homem, mas as ideias são de Deus e as palavras são do homem”. Obteve um certo apoio nalguns sectores de estudiosos da Bíblia, mas também não explicou tudo e, portanto, não teve aceitação dos estudiosos. Conclusão Várias outras explicações da doutrina da revelação existiram, e não precisamos discutir todos neste estudo. Fundamental é apenas saber que a Biblia Sagrada é a codificação da Palavra que Deus deu aos homens, por meio de um complexo processo de Auto-revelacao e inspiração de pessoas escolhidas para que Ele, sua cntade e Salvacao fossem conhecidas pela criatura. Para se entender cada página da Bíblia deve-se ter em mente portanto a intenção divina que guiou o autor ao escrever a sua mensagem. Não se pode abrir um livro da Bíblia, em qualquer parte dela, e ler tudo como se fosse a mesma coisa. Ler e entender tudo o que nela está “ao pé da letra”, literalmente, tem conduzido a equívocos, erros e heresias que muitas vezes comprometem a confiabilidade da Bíblia. É incontestável que se o livro é mesmo inspirado por Deus, o seu contudo é totalmente verdadeiro. Mas esta Verdade não estará imediatamente evidente, precisa ser alcançada pelo estudo e reflexão espiritual cuidadosa, isto é, com a ajuda do entendimento racional e da fé, ajudando-se mutuamente. Prática comum em muitas seitas cristãs até hoje, especialmente entre os cristãos (e igrejas) que desprezam o conhecimento teológico e têm conhecimentos teóricos da Bíblia muito limitados e reducionistas, é desprezar e/ou relativizar este esforço diligente de buscar captar, através do Espírito Santo, a revelação divina por detrás da Palavra. Os que assim procedem falta-lhes noção do verdadeiro valor da Bíblia e sua importância.
  • 11. Lição 2 – Como a Bíblia foi formada Texto base: Deuteronómio 11.18,19 Introdução A Bíblia Sagrada é livro de Deus, não de homens, é o livro da vida, contra todos os demais livros que se opõem a ele. A sua origem/autoria é totalmente divina, a sua própria existência é ela mesmo, de facto, um milagre. Conhecer esta trajectória, de como a Bíblia foi dada a humanidade, ensinada e preservada, até nossos dias, é uma tarefa importantíssima de todo o ensino da Igreja. Esta lição vai expor os conhecimentos que nos ajudam a perceber essas verdades, na esperança de que a nossa fé na Palavra seja mais forte e produza melhores frutos na nossa vida. 1. Antiguidade da Bíblia Como Palavra revelada de Deus, a Bíblia é o “tratado” mais antigo existente no mundo. Já a Bíblia como Palavra de Deus escrita vem a ser um dos livros mais antigos que existem. Gênesis, a primeira parte, foi escrito cerca de 1.400 anos antes do nascimento de Jesus, e o Apocalipse, o último livro da Bíblia, foi escrito, aproximadamente, no final do primeiro século da era cristã. Assim, conclui-se que a Bíblia foi escrita num período total de 1500 anos. Quando Deus decidiu dar aos homens a sua Palavra, com a exigência de ser ensinada aos filhos e guardada para todas as gerações vindouras (Veja Deuteronómio 11.18,19), ainda não existia bem desenvolvida a escrita (alfabeto) como forma mais comum de guardar informação. Embora fosse já possível “codificar” informação através da prática do “cunho” em rochas e pedras, o que naquele tempo prevaleceu foi a capacidade humana de preservar a informação oralmente. Um dos “milagres maravilhosos” da Bíblia é justamente essa capacidade que Deus conferiu aos receptores originais da Palavra revelada para mantê-la inalterada por muitos séculos, apenas por meio do ensino oral. Chama-se “tradição oral” a prática codificada por esse povo para o ensino e preservação da Palavra revelada. A tradição oral existiu praticamente até os tempos de Davi, quando foi finalmente incrementada a actividade do registo escrito. NOTA DIDÁTICA. Apesar de a Bíblia ser um livro muito antigo, a sua mensagem permanece inalterada e a sua mensagem continua tão verdadeira e atual como no tempo em que foi escrita. 2. O registo escrito da Tradição Oral A passagem da tradição oral para a forma escrita começa aproximadamente nos anos 1.110 a 1.200 antes de Cristo. Na verdade, isto inicia-se com o desenvolvimento da própria prática, na antiguidade, de reduzir á escrito aquilo que devia ser registado e guardado. A Bíblia chegou até nós através de diversos recursos da capacidade humana e de meios materiais. Pode-se destacar os seguintes meios de “cunho” e pintura: cerâmica, pedra, argila, cera, usados nos tempos de Moisés e dos profetas escritores; papiro, usado até o seculo III da nossa era, é material (lâminas da entrecasca, depois de prensadas, secas e polidas) feito de plantas (espécie de cana) que cresciam em lagos e rios do Egito e Síria; pergaminho, feito de pele curtida de ovelhas, cabras, antílopes e outros animais (deve o nome acidade de Pérgamo, na Ásia Menor, onde muito se produzia e comercializava esse material. Além destes, para cunhar e pintar as letras utilizou-se cinzel de ferro (para entalhar pedras e tábuas cerâmicas), o estilete (para cunhar tábuas de argila e de cera), além da cana (feita de junco de 14-40 cm) e
  • 12. penas de aves (desde o III século a.C) para gravar nos pergaminhos e papiros. Como tinta usou-se a mistura de carvão, gomas coloridas de diversas plantas e a água para diluir. A forma dos “livros” também desenvolveu-se com o tempo, com realce para os famosos rolos, isso é, folhas de papiro coladas lada a lado e enrolados em torno de um pedaço de pau, também conhecidos como “pergaminhos”. Os rolos tinham em média 12 metros de cumprimento, mas podiam atingir até 48 metros. Tal como dissemos, o registo escrito da Bíblia acompanha o desenvolvimento do alfabeto literário. Nas diversas etapas desse processo, dois tipos de escrita foram usadas: a forma uncial (= símbolos/letras grandes desenhados), dos manuscritos gregos desde o seculo IV da nossa era, e a forma predominantemente “minúscula” das letras consoantes do hebraico, conectadas sem espaço entre as palavras e sem vogais. As vogais do hebraico só foram inventadas por volta do ano 800 da nossa era, pelos estudiosos conhecidos como Massoretas. 3. As línguas bíblicas Embora a Bíblia exista atualmente em diversas línguas, inclusive as nossas línguas nacionais em Angola, ela foi escrita originalmente em 3 línguas orientais faladas pelo povo hebreu (de Israel e Palestina) e grego (da Grécia). Por isto, chama-se TRADUÇAO toda e qualquer Bíblia existente em línguas que não sejam estas três: hebraico (única língua dos hebreus/judeus até antes do cativeiro babilônico em 722 a.C.), aramaico (falado pelos povos da Mesopotâmia), e o grego (língua que se propagou no tempo dos impérios, do Macedónio ao romano). Apenas poucas partes da Bíblia foram escritas em aramaica, nomeadamente os seguintes trechos do Antigo Testamento: Esdras 8.8 a 6:18 e 7:12-26; Jeremias 10. 11; Daniel 2.4 a 7.28. Já quanto ao grego, foi no chamado “grego popular” (koiné), que se desenvolveu e se propagou no período do império romano, em que se escreveu todo o Novo Testamento. Antes disto, o Antigo Testamento já tinha sido TRADUZIDO essa língua, na sua versão mais tradicional (=clássica). 4. A formação do Antigo Testamento Seguindo os estudiosos, são conhecidas duas versões escritas (= cânones) antigas desta parte da Bíblia: o “cânon breve” (dos judeus antigos, chamado também de palestinense) e o “cânon longo” (dos judeus da diáspora/dispersão, conhecido como alexandrino). A diferença entre as duas versões é que o cânon mais antigo (breve), é formado por 39 livros e se divide em três partes (“lei”, “profetas” e “escritos), enquanto a versão longa foi formada com 46 livros. Esta última versão do Antigo Testamento, que apareceu apenas na TRADUÇÃO grega que já referimos, conhecida genericamente como “Septuaginta” (tradução feita por 70 estudiosos no Egipto), acrescentou 7 novos livros ao “cânon breve”, cuja autoridade divina (= revelação) não foi reconhecida pelos hebreus antigos, nomeadamente os livros de Tobias, Judith, Baruc, Eclesiástico, I e II Macabeus e Sabedoria, além de acréscimos de conteúdo aos livros de Ester e Daniel, que não consta da “versão original” dos antigos hebreus. Foi nos tempos da diáspora judaica (= judeus espalhados no estrangeiro), especialmente com os chamados “judeus helenizados” que moravam no Egipto, na famosa cidade académica de Alexandria, que estes decidiram interpretar a “inspiração bíblica” de forma mais ampla, para defender que Javé também inspirou os seus filhos que escreveram estes outros livros, fora da terra santa e muito tempo depois que a primeira versão (breve) do Antigo Testamento já existia. Como consequência disto, essa versão longa (grega) espalhou-se no antigo império romano, em que o grego era a língua de todos. Contudo, quando os cristãos decidiram unir o Antigo ao Novo Testamento, como a totalidade da Palavra revelada de Deus, em discussões que começaram em finais do seculo III, considerou-se que aquela versão longa do Antigo Testamento não representava o legado do “povo da revelação”, mas
  • 13. acabou pesando depois a influência de importantes teólogos do IV e V séculos, como Basílio, Santo Agostinho e Leão Mango, na aceitação do “cânon grego”. A ala que seguia o bispo (= papa) de Roma, que veio a ser conhecida como Igreja Católica Apostólica Romana desde o V século, popularizou a aceitação desta “versão longa” do Antigo Testamento (grego), que passou a ser rotulado como “deuterocanónico” (= “de outro cânon”), em contraposição a “versão original” dos judeus antigos, que é considerada a “protocanónica” (= “cânon primitivo, original”). A sua aprovação final como a versão oficial do Antigo Testamento para os católicos ocorreu no dia 8 de Abril de 1546, num concilio (reunião geral) realizado na pequena cidade de Trento, na Itália. Com todas as heresias introduzidas por esta igreja no Cristianismo ao longo de toda a idade média, os ensinamentos bíblicos equivocados e espúrios que foram adoptados por imposição dos teólogos do Papa de Roma (doutrinas sobre Maria, da penitência, das indulgências, do purgatório, dos 7 sacramentos, etc.), eclodiu um movimento de revolta pela recuperação da canonicidade (sacralidade) das Escrituras no Cristianismo que terminou na revolução bíblica conhecida como Reforma Protestante. Os evangélicos protestantes (seguidores exclusivamente do Evangelho de Cristo), desde Martinho Lutero (1534) e João Calvino (1540), conhecendo toda a história, reafirmaram desde o seculo XVI o “cânon hebreu” (breve) como aquele que cumpre os requisitos relacionados com a pura e verdadeira doutrina da revelação. Por isto, nós os protestantes adoptamos como livros sagrados do Antigo Testamento apenas os 39 livros do cânon do “povo da revelação”, os hebreus antigos. 5. A formação do Novo Testamento O Novo Testamento é formado por 27 livros, estruturados em quatro partes: os “Evangelhos”, o “Actos dos Apóstolos”, as “Epístolas, ou Cartas”, e o “Apocalipse, ou Revelação”. A maioria destes livros foram escritos por volta da segunda metade do I século da era cristã. Nesse período os ensinamentos de Jesus (= evangelho) eram difundidos oralmente pelos Apóstolos e pelos primeiros evangelizadores que foram testemunhas oculares do seu ministério. Com o passar do tempo, foi se impondo a necessidade de registar por escrito esse Evangelho, assim como a narrativa sobre a vida e obra de Cristo. Foi assim que surgiram os Evangelhos. Depois os Apóstolos foram despertados pelo Espírito Santo para a necessidade de transmitir e explicar a fé aos seguidores de Cristo mediante o ensino oral, e depois por meio de cartas escritas para as igrejas e cristãos dispersos em várias regiões do império Romano. Assim surgiram as Epístolas. Dentre os vários escritos sagrados produzidos nessa época, dois deles se destacaram por sua importância específica: a história do ministério dos apóstolos e da igreja primitiva, designada de “Actos dos Apóstolos”, escrita por um médico chamado Lucas, e um tratado especial que retrata a experiência do Apóstolo João, designado como “Apocalipse”. As cartas eram não apenas recebidas e ensinadas pelas Igrejas destinatários, mas durante todo o I e II séculos cópias delas circulavam pelas igrejas que as juntavam para formar uma colecção de escritos sagrados. Igrejas chegavam a formar “bibliotecas” dessas cartas, provocando mais tarde uma situação de desconfiança quanto a autenticidade de certas cartas dessas, principalmente as que continham ensinamentos diferentes daquilo que tinham sido os ensinamentos de Jesus e dos Apóstolos [diversos ensinamentos falsos a respeito de Jesus Cristo tinham começado a circular na época (2 Tessalonicenses 2.1-2, 2 Coríntios 11.4), exigindo que os cristãos fossem extremamente cautelosos ao receber ensinamentos e doutrinas (1 Timóteo 4.1, 2 Coríntios 11.12-15, 1 Timóteo 6.3-4)]. Não tardou muito e começaram a surgir estudiosos teólogos (Ex. Marcião, na primeira metade do II seculo, Montano, no mesmo período, entre outros), que decidiram promover polémica séria sobre a autenticidade de algumas cartas, situação que obrigou os cristãos a investigar e determinar os livros autênticos de toda a
  • 14. coleção (= cânon do Novo Testamento). Os 27 que formam este Cânon foram aceitos quase que universalmente dentro do cristianismo, pelo menos desde o século III, como aqueles cujo conteúdo constitui a revelação feita pelo Espírito Santo e transmitida fielmente pelos homens inspirados por Deus. Critérios secundários levados em conta no Canon do NT são a origem apostólica (ou de geração apostólica), a ortodoxia (correção) na pura doutrina crista e o uso generalizado nos cultos das igrejas antigas. Conclusão A unanimidade no reconhecimento da inspiração divina da Bíblia está em 66 livros, 39 no Antigo Testamento, escrito em hebraico e com pequenos trechos em aramaico, e 27 no Novo Testamento, escrito em grego. Além da inspiração e do cuidado de Deus em preservar seu conteúdo, a evidência de que a Bíblia que temos hoje, com começo, meio e fim, é a completa Palavra de Deus está, portanto, em outras três consequências dessa inspiração: a unidade, a inerrância e a revelação. Lição 3 – Autoridade da Bíblica (Texto Base: 2 Timóteo 3.4-17) Segunda — Jr 36.1,2: Deus mandou que suas palavras fossem escritas em um rolo Terça — 2Pe 3.2: As Escrituras inspiradas por Deus dizem respeito ao Antigo e ao Novo Testamento Quarta — Mc 7.13: O Senhor Jesus disse que a Bíblia é a Palavra de Deus Quinta — Jo 10.35: As Escrituras Sagradas jamais falharão Sexta — Hb 4.12: A Palavra de Deus é viva, poderosa e capaz de transformar vidas Sábado — Js 1.8: A Bíblia é o manual de Deus para o nosso bem Introdução A Bíblia é a revelação de Deus escrita para a humanidade. Disso decorre o fato de ela ser nossa exclusiva fonte de autoridade espiritual. Sua inspiração divina e sua soberania como única regra de fé e prática para a nossa vida constituem a doutrina basilar da fé cristã. Essa inspiração é um facto singular que ocorreu na história da redenção humana. O enfoque da presente lição é sobre a importância e o significado dessa inspiração divina. A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina. O selo dessa autoridade aparece em expressões como “assim diz o SENHOR” (Êxodo 5.1; Is 7.7); “veio a palavra do SENHOR” (Jeremias 1.2); “está escrito” (Marcos 1.2). Isso encerra a suprema autoridade das Escrituras com plena e total garantia de infalibilidade, pois a Bíblia é a Palavra de Deus (Marcos 7.13; 1Pedro 1.23-25). A autoridade da Bíblia se evidencia nos seguintes argumentos históricos: 1. Autoria divina A Bíblia não é um livro escrito por homens, mas por homens inspirados por Deus. a) Vimos que a Bíblia foi escrita por 40 homens. Esses homens eram especiais apenas num sentido: foram ajudados pelo Espírito Santo a registar as palavras de Deus. Essa é a razão porque, apesar de ter sido escrita por homens, a Bíblia é a genuína “Palavra de Deus” (2 Pedro 1.21)
  • 15. b) Algumas vezes o Espírito Santo disse ao escritor exatamente o que ele deveria escrever. Veja-se por exemplo Jeremias 36, verso 2: “Toma o rolo de um livro, e escreve nele todas as palavras que te hei falado contra Israel”. Em Lucas 1.3 e Apocalipse 1.1-11 os escritores são claramente guiados a buscar e a instruir-se, através do Espírito Santo, de tudo que deveriam escrever. Nada de escrever apenas, mas compenetrar-se na orientação espiritual do Espírito Santo para “sentir”, “ouvir”, “desvelar” a voz de Deus antes de registar a Sua mensagem. NOTA TEOLOGICA - A palavra “inspiração” designa a influência controladora que Deus exerceu sobre os escritores da Bíblia. Tem a ver com a habilidade comunicada pelo Espírito Santo, de receber a mensagem divina e de registá-la com absoluta exatidão. Assim, o que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina. É por causa da sua inspiração que a Bíblia é chamada de “A Palavra de Deus”. 2. Inerrância A Bíblia está sempre certa! Por isto ela é chamada de “Palavra de Deus”. E diz-se por isto que o efeito mais excelente e maravilhoso da inspiração da Escritura é a inerrância. E o que significa inerrância? É sinônimo das palavras infalível e certa. Todos os seus ensinamentos, preceitos e decretos são verdadeiros porque veem de Deus, e se cumprem porque são a vontade expressa do próprio Deus. Daí o Apostolo Paulo escrever: “Toda a escritura é inspirada por Deus e [portanto] proveitosa para ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver” (Versão King James, Português). Quem crê em Deus não se preocupa com as informações técnicas da Bíblia, mas abre o seu coração para dizer que cré na Bíblia como a Palavra de Deus que não falha, que transforma, que edifica, que corrige, que instrui para a salvação. Uma vez que a palavra de Deus é perfeita, o seu papel na capacitação do homem perfeito é central. NOTA TEOLÓGICA: A palavra inerrância não quer dizer que não possa se encontrar proposições equivocadas na Bíblia, do ponto de vista dos fatos e da razão humana. Uma vez que a verdade divina na Bíblia nos é transmitida por homens, os quais, embora estando sob o domínio da inspiração divina, permaneciam homens do seu tempo; e sendo somente através desta realidade humanamente condicionada que nos é possível ter acesso à verdade de Deus, “inerrância não se aplica a tudo o que se encontra de qualquer maneira na Bíblia”, mas a mensagem essencial da Palavra que, para ser compreendida, muitas vezes exige que o leitor da Bíblia conheça bem a essência de todo o Evangelho. 3. Única! A Bíblia contém verdades que os homens, sozinhos, jamais poderiam ter descoberto. Ninguém poderia ter escrito sobre a criação do Universo sem que o criador lhe houvesse revelado. Sabemos, através da história, que certos factos aconteceram. Mas ao lermos a Bíblia, verificamos que vários desses acontecimentos foram profetizados muitos anos antes (ler Lucas 4.21). É maravilhoso perceber que o conteúdo (=Evangelho) do Novo Testamento, a começar pelo próprio nascimento de Jesus Cristo, resulta todo do cumprimento de promessas feitas muito antes (milhares de anos!) no Antigo Testamento. Por esta razão o próprio Jesus Cristo esclareceu que saberemos facilmente que a Bíblia é a Verdade (sobre todas as coisas) se seguirmos os seus ensinamentos: “Quem quiser fazer a vontade de Deus saberá se o meu ensino vem de Deus ou se falo em meu próprio nome” (João 7.17; Veja também João 17.17-19). Viver em desacordo com a Verdade da Palavra de Deus, dos seus ensinamentos sobre a vida, equivale a viver equivocadamente, pecaminosamente, mesmo quando as coisas não possam parecer assim. O apóstolo Paulo foi um homem muito sábio, e foi usado por Deus para explicitar a utilidade da Bíblia para os crentes. Passaremos a ver adiante estas verdades.
  • 16. 4. Utilidade e autoridade da Bíblia Em que consiste, então, a autoridade da Bíblia na vida real dos crentes? Qual é a utilidade da autoridade da Bíblia na vida do homem? A resposta para estas perguntas é o cerne da mensagem de 2 Timóteo 3:4-17, que podemos mais ou menos resumir nos seguintes termos: “é a construção do caráter do homem que conhece, teme e segue a Verdade de Deus, portanto preparado para ser e viver de acordo com o que é certo e verdadeiro”. Paulo associa essa resposta a quatro dimensões da vida: o ensino da Verdade, a repreensão (conduta humana), a correção dos erros e a educação em justiça. Vejamos cada uma: a) Ensino (= didaskália) - o propósito das Escrituras é o ensino do Evangelho (salvação em Cristo): elas “podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3.15). São ensinos espirituais que não se encontram em nenhum outro livro no mundo. A Bíblia revela toda a história da humanidade, desde o início da criação, as coisas profundas de Deus, a vinda de Jesus, os “mistérios” do futuro, até os decretos eternos de Deus (Veja Genesis 2.1-4; Isaías 46.10; Lucas 21.25-28). b) Repreender (= elenromai) a conduta humana. A Bíblia é a expressão última da verdade de todas as coisas, por isto ela orienta e adverte quanto a forma correcta de viver e as consequências da má conduta. Ela busca corrigir a conduta humana, para que o homem consiga experimentar a felicidade de Deus nesta terra. Paulo mostra como a vida do jovem Timóteo tinha sido abençoada pelo facto de a sua família conhecer e seguir os ensinamentos da Bíblia. Exorta-o a permanecer nesses ensinamentos, a viver de acordo com o padrão estabelecido na Palavra de Deus (2 Timóteo 3.14,15). Como uma espécie de um “manual do fabricante”, a Bíblia corrige o erro e orienta para vida. Ela é ‘proveitosa para ensinar’, para instruir os ignorantes, ‘para repreender” ou condenar aqueles que estão no erro (=pecado), ‘para corrigir’ ou retificar o que estiver errado, e ‘para instruir’, educar ou treinar os filhos de Deus em toda a ‘justiça'”. Os seus ensinamentos são, portanto, a bússola para a vida diária do cristão, para a vida em família, na igreja, no trabalho e na sociedade. c) Correção de erros – É a tarefa de colocar tudo “nos trilhos divinos”, pôr as coisas de volta ao padrão divino ensinado por Jesus e revelado aos profetas e apóstolos. A correção ocorre e existe para convencer os mal orientados sobre os seus erros, e colocá-los no caminho certo outra vez. Hoje podemos dizer que, para não andarmos errantes, a Palavra de Deus é o padrão por excelência, a nossa regra de fé e prática. d) Na educação da justiça (= paideia). Moldar num filho as mesmas qualidades que o pai tem. Você é filho de Deus? As qualidades de Deus são encontradas na sua vida? O crescimento no conhecimento da palavra de Deus leva a sabedoria e a justiça. A Escritura capacita para a vida boa e justa. A leitura, ensino, pregação e meditação nas escrituras produz pessoas e líderes hábeis para as boas obras, para a promoção da paz e do bem-estar comuns. Ela tem como propósito tornar o cristão uma pessoa perfeita, um ser humano bom e maduro. Nisto está a sua autoridade. Ela equipa e adequa homens e mulheres para que enfrentem todas as situações e sejam vitoriosas. Conclusão A autoridade da Bíblia decorre do facto de ela a ser o único livro portador da mensagem da Vida, da salvação do pecado e da perdição eterna. O conteúdo essencial dessa mensagem é Jesus Cristo, enviado para ser o mediador da relação entre o homem e Deus. A sua incarnação salvaguarda não apenas a confiabilidade da Bíblia, mas também sua inerrância e autoridade para conduzir o homem para a felicidade divina. Ela não se satisfaz em ser simples objeto de estudo. Quer ser parceira ativa num processo de aprendizagem em que Deus e o mundo estão em jogo. Por isto, a autoridade da Bíblia reúne muitos impulsos e traz motivação para a leitura e a exploração da riqueza das Sagradas Escrituras. O cristão que, reconhecendo o valor da inerrância das Escrituras, desejar ter o seu caráter bem formado por ela, não pode abrir mão do estudo da Palavra, e da análise constante do seu próprio viver, de modo a não
  • 17. permitir que que sua vida se desvie do caráter de cristão que teme e honra a Deus. Este hábito da auto-análise exige coerência, esforço, zelo, cuidado... em tudo aquilo que tem o propósito de honrar ao Senhor na totalidade da nossa existência. Veja 2 Coríntios 2.17; 4.1; 2 Pedro 1.16-21. O caráter de um cristão será nobre e bom a partir do momento em que, crendo em Deus, se propuser a amar a Deus e viver de acordo com a sua Palavra. Na obediência a Deus, no viver de acordo com a sua Verdade, recuperaremos o tempo e as oportunidades perdidas por causa do pecado. A partir do momento em que escolhermos viver em conformidade com os ensinamentos da Palavra, o nosso percurso de vida até a morte eterna torna-se um caminho de contínuos triunfos, mesmo se do ponto de vista humano continuamos a experimentar tribulações e vicissitudes! Veja João 16:33. Licão 4 – O problema das Traduções e Versões da Bíblia Textos bíblicos (de suporte): Mateus 5.18,19; Isaías 40.8; Lucas 21.33; 1 Pedro 1.25; Texto áureo: Neemias 8.8: “Eles iam lendo a Lei de Deus e traduzindo; e davam explicações para que o povo entendesse o que era lido” [NTLH]. Introdução Por que existem tantas traduções e versões da Bíblia? É fundamental que o estudante da Bíblia desenvolva noção sobre os problemas relacionados com a multidão de versões da Bíblia que circulam nas igrejas. Infelizmente, não basta ser Bíblia para ser aceitável. Para não cairmos em erro, sobre doutrinas e ensinamentos encontrados na Bíblia, é preciso que tenhamos a mão um texto correctamente traduzido para a nossa língua. E isto só é possível se um longo e árduo caminho de trabalho de tradução textual foi percorrido com muito zelo, oração e responsabilidade pelos tradutores. E se o livro a traduzir é a Bíblia Sagrada, um pequenino erro coloca tudo em risco! É por isto que a tradução deste livro é um trabalho muito sensível, que exige muito conhecimento por parte dos peritos. Uma tradução da Bíblia atual só é minimamente confiável se o tradutor utilizou os textos mais antigos disponíveis nas línguas originais (= manuscritos antigos). 1. Não existem manuscritos originais do Antigo Testamento Tal como aprendemos, o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, a língua dos israelitas [ou hebreus] que receberam a Revelação, enquanto o Novo Testamento foi escrito em grego, língua do povo da Grécia, que havia se tornada uma língua universal do império romano, no qual Cristo e os apóstolos nasceram, viveram e morreram. Os materiais usados no início da escrita eram precários e se deterioravam com o tempo. Para a conservação do texto bíblico, os judeus desenvolveram a prática de copiar para novos materiais os textos. Era um trabalho intensamente extenuante e meticuloso, porque exigia que erro nenhum fosse cometido nas cópias (veja Mateus 5.18). Por esta simples razão, atualmente não existem “manuscritos originais” do Antigo Testamento, que é um Livro muito antigo.
  • 18. 2. Há muitos manuscritos antigos do Novo Testamento Quanto ao texto do Novo Testamento, redigido em grego mais recentemente, foi possível conservar-se cerca de quatro mil manuscritos em grego (do todo ou de partes). Por exemplo, no Museu Britânico (Inglaterra) existe um manuscrito completo do Novo Testamento, escrito no século IV. Mais recentemente também os investigadores descobriram porções deste Testamento que foram redigidos no século II, e outro fragmento do Evangelho de João redigido no ano 125, possivelmente escrito pelo apóstolo João por volta de 85-90. 3. O que são Traduções e Versões da Bíblia? Tradução é o nome que se dá ao trabalho de passar um texto escrito em uma língua, para outra língua. Como as línguas são códices que refletem forma específicas de um determinado povo comunicar sua compreensão das coisas e do mundo, para uma boa tradução não bastam só palavras. Além destas, um tradutor tem de dominar a forma de pensar e construir sentido com as palavras nas duas línguas em confronto. Isto é assim com qualquer livrinho de história das abelhas escrito na Alemanha, e que alguém queira disponibilizar para alguma língua dos angolanos. Note que não há problema nenhum se o tradutor deste livrinho interpretar mal algumas expressões e errar as palavras. É apenas um livrinho de história de abelhas. Já quanto a Bíblia Sagrada, a conversa é mais séria (Veja Mateus 5.18,19; Lucas 16.17: “Contudo, é mais fácil os céus e a terra desaparecerem do que cair um traço da menor letra de toda a Lei. Cuidado para não deturpar a Lei” [Bíblia King James, Português, versão atualizada]). As várias traduções para a mesma língua, feitas por tradutores diferentes e em épocas diferentes, são chamadas de Versões. É importante compreender que é normal, com o passar do tempo, que se perca alguma capacidade de interpretar linguisticamente de forma correcta factos e coisas antigas. Basta que nos lembremos como muitos falantes das nossas línguas nacionais, com o passar do tempo, deixam de entender muitas expressões mais antigas dessas línguas. 4. O problema da variação e distância linguística O quimbundo, por exemplo, apresenta variações regionais significativas (havendo quimbundo de Malanje, de Catete, do Kwanza Norte, de Luanda, do Uíge), que se aprofundam na medida em que o tempo passa. A depender do tradutor, uma Bíblia em quimbundo usará uma destas variações (não dominadas pelos falantes da outra região), e com o passar do tempo, até essa mesma variação poderá sofrer alterações de significado em muitas de suas expressões, por causa da “dinâmica semântica” (invenção de novas palavras, de tempo em tempo – os neologismos - para designar/rotular coisas e significados já comuns). Tratando-se da Bíblia, este problema de variações no processo de tradução (da língua original para a nova língua; da língua original para uma das variantes de uma língua; de uma língua para uma de suas variantes; de uma língua oficial para uma das línguas nacionais, de uma língua arcaica/antiga, para uma variante mais recente) é um assunto muito sério. O risco de alteração de sentido e significado das expressões e palavras é muito grande, situação que pode comprometer totalmente a “doutrina da inerrância” da Palavra de Deus (já estudada). Nem todas as traduções bíblicas foram feitas a partir das línguas ou manuscritos originais, fato este que aprofunda as dificuldades que estamos a tratar, que é o risco de sacrificar “o sentido da Palavra de Deus” por causa do distanciamento linguístico. Um exemplo disto é a primeira versão da Bíblia em português, feita por João Ferreira de Almeida. Em 1644, com a idade de 16 anos, ele iniciou a tradução do Novo Testamento usando versões em latim, espanhol, francês e italiano. Mas depois verificou que o resultado estava cheio de problemas de “deslocamento de sentido” por causa do distanciamento com as línguas originais. Corrigiu este problema fazendo uma nova tradução, desta vez a partir da versão em grego (língua original do NT), conhecida como Textus Receptus (o mesmo usado pelos reformadores).
  • 19. 5. O Problema das traduções/versões ideológicas Além disto, existe ainda o problema das traduções/versões ideológicas da Bíblia. Esta designação é adequada para aquelas traduções, ou versões, nas quais o sentido das palavras (do original ou da língua final) é forçado para exprimir significado da doutrina religiosa ou teológica do(s) tradutor(es). A mais famosa destas traduções é a Bíblia conhecida como “tradução do novo mundo das escrituras sagradas”, das Testemunhas de Jeová1 (veja nota didática no rodapé). Mas atualmente abundam as traduções/versões com conteúdo ideológico, produzidas por pessoas intencionadas em conformar o texto bíblico com seus pensamentos, ideias ou doutrinas (Veremos alguns exemplos mais adiante). Os peritos estudiosos da Bíblia (bibliólogos) desenvolveram uma ciência própria para analisar os manuscritos antigos (ou originais), a Crítica Textual, com o objectivo de confrontar a exatidão dos textos que existem ou aparecem em várias línguas. Com esta intensificação abundante dos estudos especializados, pode-se dizer que atualmente temos uma melhor compreensão dos textos bíblicos, e facilmente pode se conhecer hoje os ensinamentos doutrinários ou teológicos que são totalmente errados á luz do “sentido original” das Escrituras. 6. O milagre da “confiabilidade” da Bíblia Sagrada Apesar de alguns diferenças doutrinárias (e de interpretação) que dividem alguns evangélicos entre si, os cientistas em estudos especializados da Bíblia têm assinalado há muito tempo que a variação entre os manuscritos mais antigos [ou os originais existentes] e o texto das Bíblias existentes é totalmente insignificante, apenas algo mais que uma milésima parte do texto inteiro. Um milagre se comparado com outros livros antigos existentes. Um dos peritos antigos nesses estudos, Sir Frederic Kenyon, da Inglaterra, afirma que nenhuma doutrina essencial do cristianismo está baseada em versículo discutível. 7. As primeiras traduções (antigas) Historicamente a tradução da Bíblia começou na época de Esdras e Neemias (veja Neemias 8.8). Naquela época, e até mesmo nos tempos de Jesus, foi necessário traduzir oralmente a Palavra de Deus para o aramaico e para o grego popular. Na forma escrita a tradução mais antiga chama-se Septuaginta, feita do hebraico para o grego clássico ao longo dos últimos 200 ou 300 anos antes de Cristo. Há pelo menos três traduções antigas consideradas como as mais importantes, até hoje usadas como referência na tradução para as diversas línguas existentes. a) Septuaginta (ou Versão dos Setenta). É uma tradução do AT hebraico para o grego, feita entre os anos 280 e 130 A.C. É conhecida por "Septuaginta" porque foi feita por 70 sábios hebreus, convocados em Alexandria, no Egito, pelo rei Ptolomeu Filadelfo. Esta versão era muito usada pelos apóstolos. b) Vulgata Latina. Feita por Jerônimo no fim do Século IV, do hebraico e grego para o latim, a língua dos romanos. Jerônimo era grande conhecedor do hebraico e do grego, e coube a ele a tarefa de 1 [Nota didática sobre a TNM: A Tradução do Novo Mundo (TNM) é singular em uma coisa – ela é o primeiro esforço sistemático e intencional de produzir uma versão completa da Bíblia que é editada e revisada para o fim específico de concordar com a doutrina de um grupo. As Testemunhas de Jeová (TJ) e a Sociedade Torre de Vigia perceberam que as suas crenças contradizem as Escrituras. Então, ao invés de conformar as suas crenças com as Escrituras, eles alteraram as Escrituras para que concordassem com as suas crenças. Por exemplo, a TNM traduz o termo grego staurós (“cruz”) como “estaca de tortura” porque as TJ não acreditam que Jesus foi crucificado numa cruz. A TNM não traduz a palavra hebraica sheol ou as palavras gregas hades, gehenna e tartarus como "inferno", porque as TJ não acreditam no inferno. A TNM dá a tradução “presença” em vez de “vinda” para a palavra grega parousia, porque as TJ acreditam que Cristo já voltou no início do século XX. Em Colossenses 1:16, a TNM insere a palavra “outras”, apesar de ela estar completamente ausente do texto original grego. Isso é feito para dar a ideia de que “todas as outras coisas” foram criadas por Cristo, em vez de o que o texto diz: “todas as coisas foram criadas por Cristo”. Isso é para corresponder com a sua crença de que Cristo é um ser criado, e acreditam assim por negarem a Trindade].
  • 20. preparar uma versão confiável em latim. A Igreja Católica Romana, desde o fim do Século XVI, tem adotado esta versão como oficial. c) Versão Siríaca Peshito. Feita para a língua da Síria, tendo sido provavelmente a primeira tradução do N.T. na sua totalidade. 8. O problema dos livros apócrifos Tal como já vimos, nas versões Septuaginta e Vulgata Latina encontram-se outros livros, num total de 16, considerados “apócrifos” (= ocultos), nomeadamente: I Esdras, II Esdras, Tobias, Judite, o resto de Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, a Epístola de Jeremias, o Canto do Três Mancebos, a História de Suzana, Bel e o Dragão, a Oração de Manassés, I Macabeus, II Macabeus, além de III e IV Macabeus acrescentados pelo Códice Alexandrino. Este conjunto de livros, que os estudiosos católicos convencionaram chamar de “deuterocanónicos” (= de “outro cânon”), foram escritos muito tempo depois que o Cânon hebraico já tinha sido fechado. Por esta razão os judeus não aceitaram esses livros como inspirados por Deus. Não pode existir um segundo Canon, para além daquele que Deus deu aos judeus no tempo dessa revelação. Até o próprio Jerônimo, que traduziu a Bíblia em grego (Septuaginta) para o latim (=Vulgata), também não os aceitou como inspirados. O cristianismo evangélico (= protestantes históricos em geral, desde a Reforma), seguindo a tradição do povo escolhido, não aceitou esses livros como parte do Cânon Sagrado, pelas seguintes razões básicas: contém erros históricos, geográficos e cronológicos; aprovam a mentira, o suicídio, o assassinato, os encantamentos mágicos, as orações aos mortos, a salvação por meio de obras, descrição do sobrenatural de uma forma grotesca e ridícula, entre outros problemas. Após séculos de análise cuidadosa, que concluiu pela rejeição desses livros como desprovidos da autoridade (= inspiração) dos livros do Cânon hebraico, a própria igreja católica só os aprovou definitivamente mais de 1000 anos depois do seu acréscimo na Bíblia hebraica. Foi em 1546, no chamado Concílio de Trento (na Itália), com o voto de 53 padres coagidos pelo poder católico, que esta Igreja os aprovou. Vários padres participantes daquela Concílio votaram destemidamente contra, e alguns lamentaram depois que os favoráveis sequer tinham conhecimentos históricos sobre os escritos orientais. Um destacado líder católico é conhecido por ter afirmado que aqueles livros só foram aprovados como parte do cânon porque a Igreja Católica Romana encontrou neles livros o seu próprio espírito. 9. O Surgimento da versão Portuguesa Com todo o seu valor histórico e sentimento religioso, Portugal não deixou uma tradução da Bíblia em língua popular. Houve um esforço para a divulgação das Escrituras em português entre 1495 e 1628, de que resultou a tradução de algumas partes a pedido de famílias reais. Foi João Ferreira de Almeida, filho de católicos convertido ao Protestantismo na Holanda, que Deus escolheu para essa realização a partir de 1628. Traduziu primeiro, quando tinha apenas 15 anos de idade, um resumo dos Evangelhos e Epístolas do espanhol para o português. Aos dezasseis anos traduziu todo o Novo Testamento a partir da Vulgata, consultando também as versões espanholas, italianas e francesa. Antes de sua morte em 1691, traduziu também o Antigo Testamento até Ezequiel 48.21, obra terminada depois por seu amigo Jacob Ofden Akkar (pastor protestante) em 1753. Surgiram depois outras traduções portuguesas, como a dos Padres António Pereira de Figueiredo, entre as mais antigas, e do Padre Manuel de Matos Soares (1950) e a Tradução Brasileira, das mais recentes. E o aperfeiçoamento linguístico da Bíblia em português tem sido perseguido desde 1951, por meio de revisões, levando ao surgimento de versões oficiais como a ARC (Almeida Revista e Corrigida, 1951, pela Imprensa Bíblica Brasileira); a ARA (Almeida Revista e Atualizada, de 1958, pela Sociedade Bíblica do Brasil), e a ARC/ARA (1995, também pela Sociedade Bíblica do Brasil).
  • 21. 10. A diversidade de Versões atuais da Bíblia na língua portuguesa Tal como vimos, multiplicaram-se as versões concebidas como uma forma de “facilitar” a compreensão da Palavra de Deus nas línguas existentes. São conhecidas mais de 30 traduções/versões, só na língua portuguesa! Muitas, se não a maioria destas traduções/recentes, surgiram como resultado dessa intenção, como é a versão “Bíblia na Linguagem de Hoje”, que é um esforço sério e zeloso de peritos em facilitar a compreensão aos leitores contemporâneos da nossa língua. Contudo, de uma forma leviana passaram a surgir grupos, editoras e pessoas que levianamente meteram-se a produzir versões interpretadas do texto bíblico, feitas de traduções/versões da mesma língua, só para verem suas intenções doutrinarias, ideológicas e religiosas realizadas. Nunca as traduções/versões representaram risco tão evidente para o verdadeiro cristianismo, pecado grosseiro tão evidente contra a eterna Palavra de Deus, do que a situação instalada por este “comércio consumista e irresponsável da Bíblia”. CONCLUSAO Na próxima lição analisaremos algumas destas versões existentes na nossa língua. Licão 5 - As Traduções e Versões da Bíblia (II) [Conclusão da lição anterior] Tal como vimos, em língua portuguesa existem várias traduções/versões. As mais conhecidas são: Nova Versão Internacional (NVI); Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH); King James 1611; Almeida Revista e Atualizada (ARA); Almeida Revista e Corrigida (ARC); A Mensagem; Nova Versão Transformadora (NVT); Nova Bíblia Viva; Nova Almeida Atualizada (NAA); King James Atualizada (KJA); Almeida Século 21; Tradução Brasileira; Almeida Corrigida Fiel (ACF). Qual delas é a melhor? Como escolher? 1. Por que existem tantas traduções? Na lição anterior estudamos que a Bíblia foi escrita a partir de sua formação original em hebraico e aramaico, quanto ao Antigo Testamento, e em grego, o Novo Testamento. Como existem muitas línguas no mundo, foi e é necessário que existam as traduções. Para se falar em melhor tradução da Bíblia, precisamos saber que existem dois métodos de tradução utilizados para traduzir, a partir dos idiomas originais: ü Equivalência Formal = Tradução ao “pé da letra”, palavra por palavra, fiel ao original. ü Equivalência Dinâmica = Tradução de frases, aplicando o sentido equivalente na outra língua. As melhores traduções são aquelas que combinaram cuidadosamente os dois métodos. As que adoptaram apenas a equivalência formal, na tentativa de ser fiel ao texto original, muitas vezes falham em traduzir de forma correcta o sentido real que o autor pretendia comunicar. 1. A primeira tradução da Bíblia (Antigo Testamento) foi em 286 a.C, no Egipto, conhecida como a SEPTUAGINTA (LXX). 70 especialistas traduziram do hebraico para o grego.
  • 22. 2. O estudioso Orígenes traduziu do grego para o latim, em 170 d.C., conhecida como “HEXÁPLA” (já com o novo testamento) por ter usado 6 versões diferentes (Hebraico, Grego, Versão de Águila, Versão de Símaco, A Septuaginta e a Versão de Teodocião). 3. O estudioso Jerônimo “traduziu” do latim antigo para o latim comum, em 387 d.C, denominada como “VERSÃO VULGATA”. A Igreja Católica Apostólica Romana adoptou esta versão. 4. O estudioso Jonh wycliffe, da Inglaterra, fez a primeira tradução para o inglês em 1380, utilizando para isso os originais hebraicos e a Vulgata. 5. O estudioso Erasmo de Roterdão traduziu só o Novo Testamento, em 1516, para uma linguagem inglesa mais popular na idade média. 6. O reformador e teólogo Martinho Lutero traduziu a Bíblia toda para o alemão, em 1534, utilizando os originais hebraicos e comparando com a Vulgata. 7. O estudioso João Ferreira de Almeida traduziu para o português a Bíblia, em 1644, utilizando como fonte as versões já existentes em latim, francês e italiano, traduzidas diretamente do grego e do hebraico (traduziu o Antigo Testamento somente até o Livro de Ezequiel 48.21, vindo a falecer em 1691). 2. Qual de todas é a melhor tradução/versão? De forma geral, em português, as traduções da Bíblia mais usadas são: as várias Almeidas (Corrigida, Fiel, Atualizada, Revisada), a Nova Versão Internacional (NVI), a versão da King James em português, e as paráfrases Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTHL), Viva e A Mensagem. De todas as melhores são as que transmitem o verdadeiro sentido da palavra como está no original. Comparando todas estas traduções/versões, a mais confiável para os leitores evangélicos em geral é a Bíblia Corrigida Fiel, a partir de João Ferreira de Almeida. Já para estudantes (da Bíblia), é sempre fundamental usar mais que uma tradução para fins de comparação. 3. Diferenças entre as traduções/versões Tentando localizar onde as versões portuguesas mais comuns (da tradução de João Ferreira de Almeida) se encaixam nos parâmetros de tradução vistos acima, pode-se dizer que a Almeida Corrigida (AC) utiliza a equivalência formal de forma extrema, ao contrário da Almeida Atualizada (AA), que adopta um método bem mais equilibrado. Depois da Almeida Atualizada, podemos posicionar ainda a NVI entre as traduções que tentam combinar a equivalência formal e a equivalência dinâmica, sendo, portanto, muito boa para o uso comum. Já utilizando muito da equivalência dinâmica, temos a NTLH, e de forma bastante extrema, as versões Viva e A Mensagem. Estas devem ser usadas com muita reserva. Ocorrem algumas diferenças semânticas nas versões que podem atrapalhar a compreensão correcta do leitor mais comum, até mesmo com o risco de acreditar em heresias. Veja os exemplos fornecidos no final desta lição (= recurso didático). 4. Por que existem tantas Bíblias de Estudo? Bíblias Jerusalém, Thompsom, Dake, Pentecostal, Apologética, Plenitude, Discipulador, Chave do Grego, etc., são exemplos de Bíblias anotadas para estudo. Não são novas traduções, apenas versões que reflectem diferentes interpretações, de acordo com a necessidade de cada denominação ou confissão religiosa! Algumas dão foco nas doutrinas, como a Bíblia Apologética.
  • 23. Com este tipo de interesse muitas editoras e estudiosos de diferentes denominações produzem suas próprias Bíblias de estudo, compatíveis com suas práticas e doutrinas, que na lição anterior chamamos de “versões ideológicas”. Além disto, o que na verdade existe hoje é uma “febre” mercadológica, ambição de atrair compradores, e fazem-se modernizações do livro para seduzir o interesse das pessoas por meio de rótulos (Bíblia da Mulher, Bíblia dos Jovens, Bíblia do Executivo, Bíblia Graça sobre Graça – para - gays, etc.). Por isso o que atualmente o crente tem de saber antes de comprar ou usar uma Bíblia é se ela tem a ver com sua denominação, com as doutrinas bíblicas que a sua igreja professa, etc. 5. Como decidir sobre que Bíblia usar/comprar? É recomendável que saiba de antemão quais Bíblias a tua denominação/confissão aceita/usa, e para isto deve consultar o seu pastor ou líder treinado. Além do que já foi referido, aconselham-se alguns critérios importantes na avaliação de uma tradução/versão da Bíblia para o uso/compra. 1. Abra as primeiras páginas da Bíblia e veja as informações preliminares que ela traz sobre o editor, o ano de publicação, a equipa de tradutores, a confissão religiosa responsável por essa tradução/versão, a apresentação feita pelo(s) tradutore(s). Muitas Bíblias escondem esta informação e começam logo com o texto bíblico. É uma atitude suspeita. 2. Equipa de tradutores. No passado pessoas audazes traduziram a Bíblia sozinhos, como Jerônimo, Almeida e Schökel. Hoje em dia, normalmente, a tradução é fruto de trabalho de equipa, somando forças tanto em relação ao conhecimento das línguas originais, de capacidade de interpretação do texto, e em relação as próprias competências da língua portuguesa.2 Uma das traduções/versões mais ideológicas (tendenciosas) que existe é a Tradução do Novo Mundo, das Testemunhas de Jeová, e usou exatamente o artifício de ocultar a identidade dos tradutores para que ninguém possa descobrir se são pessoas que dominavam mesmo as línguas originais e a própria língua destino. Há que fugir desses enganadores mal-intencionados. 3. Confessionalidade. Na diversidade atual das versões da Bíblia, infelizmente é mesmo importante a questão de “a nossa Bíblia e a dos outros”. Com certeza você pertence a tua confissão religiosa (=denominação). Sabendo já que existe diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante, é importante também saber se a Bíblia que você compra ou usa condiz com os princípios doutrinários e litúrgicos da tua igreja, para não te sujeitares a condição de “aquele crente que qualquer vento leva”. 4. Atenção as notas. Bíblias anotadas são muito úteis e valorizam uma boa compra de Bíblia hoje em dia. Ajudam a ler com eficácia a Palavra de Deus. Mas há muita gente que prefere Bíblias não anotadas, justamente para não serem induzidas. Contudo, use a informação preliminar (critério 1, acima) para estar seguro de que as anotações foram feitas por estudiosos (teólogos, pregadores, bibliólogos, exegetas, etc.) que seguem as doutrinas bíblicas da tua confissão. Conclusão – Confiança nas traduções A confiança é uma soma de elementos objectivos e subjectivos. Um católico praticante tem preconceitos em relação à Bíblia Almeida e, provavelmente, um evangélico não terá em mãos uma Bíblia Ave Maria. não importa tanto a Bíblia que usa, mas é fundamental a consciência de que as traduções têm limites e que aquela usamos sem saber pode não ser a melhor. Aplique os critérios 2 A Bíblia de Jerusalém, por exemplo, tem 16 tradutores, além de vários revisores exegéticos e literários.
  • 24. acima, e consulte sempre o teu pastor ou líder treinado para não de deixar levar por todo o vento de doutrinas. RECURSO DIDÁTICO (Lição 5) EXEMPLO DE DIFERENÇAS DE TRADUÇAO/INTERPRETAÇAO Genesis 1: 1-2 No princípio Deus criou os céus e a terra. Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Nova Versão Internacional (NVI) No começo Deus criou os céus e a terra. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar, e o Espírito de Deus se movia por cima da água. Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH) Em primeiro lugar, Deus criou o céu e a terra - Tudo que se vê e tudo que não se vê. A terra era como uma massa sem forma, um vazio sem fim, uma escuridão quase palpável. O Espírito de Deus pairava sobre o abismo das águas. A Mensagem No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra, entretanto, era sem forma e vazia. A escuridão cobria o mar que envolvia toda a terra, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. King James Atualizada (KJA) No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Almeida Corrigida Fiel (ACF) Salmo 16:5 Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro. Nova Versão Internacional (NVI) Tu, ó Senhor Deus, és tudo o que tenho. O meu futuro está nas tuas mãos; tu diriges a minha vida. Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH) O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice; tu manténs a minha sorte. King James Fiel 1611 (BKJ) O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o arrimo da minha sorte. Almeida Revista e Atualizada (ARA) O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; tu sustentas a minha sorte. Almeida Revista e Corrigida (ARC) Tu foste minha primeira e única escolha, ó Eterno... Depois me fizeste teu herdeiro. A Mensagem Somente tu, Senhor, és minha herança, meu cálice de bênçãos; tu guardas tudo que possuo. Nova Versão Transformadora (NVT) O Senhor é a minha riqueza e o meu cálice de bênçãos. Ele é o alicerce que sustenta a minha vida. Nova Bíblia Viva SENHOR, tu és a porção da minha herança e do meu cálice; és tu quem garante o meu destino. Almeida Século 21 Jeová é a porção da minha herança e do meu cálice. Tu és da minha sorte o sustentáculo. Tradução Brasileira
  • 25. Salmo 19:1 Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Nova Versão Internacional (NVI) O céu anuncia a glória de Deus e nos mostra aquilo que as suas mãos fizeram. Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH) A glória de Deus viaja pelos céus, as obras de arte de Deus estão expostas no horizonte. A Mensagem Os céus proclamam a glória de Deus; o firmamento demonstra a habilidade de suas mãos. Nova Versão Transformadora (NVT) Os céus revelam a glória de Deus, o firmamento proclama a obra de suas mãos. King James Atualizada (KJA) Mateus 19:26 Jesus olhou para eles e respondeu: "Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis". Nova Versão Internacional (NVI) Mas Jesus, olhando-os, disse-lhes: Aos homens isto é impossível, mas com Deus todas as coisas são possíveis. King James Fiel 1611 (BKJ) Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível. Almeida Revista e Atualizada (ARA) Jesus olhou bem firme para eles e disse: "Ninguém tem chance, se pensam que conseguirão por esforço próprio. A única maneira é deixar Deus agir. Só ele tem o poder de fazer". A Mensagem Jesus olhou atentamente para eles e disse: "Humanamente falando, ninguém. Mas para Deus, tudo é possível". Nova Bíblia Viva Mas Jesus, fixando o olhar neles, revelou-lhes: "Isso é impossível aos seres humanos, mas para Deus todas as coisas são possíveis". King James Atualizada (KJA) Jesus, volvendo os olhos para eles, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível. Tradução Brasileira João 1:1 No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Nova Versão Internacional (NVI) No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH) Antes de tudo, havia a Palavra, a Palavra presente em Deus, Deus presente na Palavra. A Mensagem No princípio, aquele que é a Palavra já existia. A Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Nova Versão Transformadora (NVT) No princípio era aquele que é a Palavra, e ele estava com Deus e era Deus. Nova Bíblia Viva
  • 26. Romanos 5:1 Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. Nova Versão Internacional (NVI) Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo. Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH) Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Almeida Revista e Atualizada (ARA) Ao aceitar, pela fé, o que Deus sempre desejou para nós - consertar nossa situação com ele, tornar-nos prontos para ele -, alcançamos tudo isso com Deus, por causa do nosso Senhor Jesus. A Mensagem Portanto, uma vez que pela fé fomos declarados justos, temos paz com Deus por causa daquilo que Jesus Cristo, nosso Senhor, fez por nós. Nova Versão Transformadora (NVT) Portanto, agora, desde que fomos declarados justos à vista de Deus, pela fé, podemos ter paz com Deus por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. Nova Bíblia Viva Filipenses 4:13 Tudo posso naquele que me fortalece. Nova Versão Internacional (NVI) Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação. Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH) Eu posso fazer todas as coisas por meio de Cristo, que me fortalece. King James Fiel 1611 (BKJ) Posso fazer qualquer coisa por meio daquele que faz de mim o que sou. A Mensagem Eu posso fazer todas as coisas que Deus me pede com a força que Cristo me dá. Nova Bíblia Viva Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. Almeida Corrigida Fiel (ACF)
  • 27. UNIDADE II – ESTUDO PANORAMICO DA BIBLIA Depois de estudarmos lições que tratam da propedêutica geral da Bíblia, ou seja, a Introdução ao estudo da Bíblia, vamos agora dar início a unidade que explora os conteúdos gerais tratados em cada parte e livros da Bíblia. O objectivo desta unidade é familiarizar o estudante com os temas teológicos e com os significados da mensagem presente na Bíblia, conforme revelado em cada livro e no tempo da escrita, e tornar possível a compreensão correcta e fiel da Bíblia para os nossos dias. Lição 6 – O Pentateuco Texto bíblico: Deuteronómio 31.9 1. Significado, estrutura/divisão dos livros e temas Pentateuco é o nome que se dá ao grupo dos primeiros cinco livros da Bíblia. É assim chamado porque, na língua grega, “Penta” significa cinco e “Teucho” significa “livros”. A autoria humana destes livros é atribuída a Moisés, tanto pelos Judeus (Marcos 12:19), quanto por Jesus Cristo (Marcos 12:26; João 1:17 e 45). Esta divisão da Bíblia é ainda conhecida por dois outros nomes: “livros da Lei” (por causa do conteúdo comum dos livros), e Torá. Os judeus designam, por sua vez, esses livros com o título genérico de Torah, termo hebraico que, apesar de ser habitualmente traduzido por “lei”, na realidade tem um significado mais amplo. Torah, de fa to, inclui o conceito de “lei” e, até com maior propriedade, os de “guiar”, “dirigir”, “instruir” ou “ensinar” (Deuteronómio 31.9). Os principais Temas e as seções correspondentes do Pentateuco podem ser analisados segundo o esquema seguinte: ü Desde a criação do mundo até a genealogia de Abraão (Génesis 1-11). ü A história dos Patriarcas (Génesis 12-50). ü A saída do Egito (Êxodo 1-15). ü Desde o Egito até o Sinai (Êxodo 16-18). ü A revelação do Senhor no Sinai (Êxodo 19-Nm 10). ü Desde o Sinai até Moabe (Números 10-36). ü O livro de Deuteronómio (Deuteronómio 1-34). Os Livros que constituem o Pentateuco, e seus respectivos conteúdos temáticos, são os seguintes: 1) Gêneses - Narra as origens do universo e do gênero humano até à formação paulatina do povo de Israel, durante a sua estadia no Egito como cativos. 2) Êxodo - Narra a saída dos israelitas do Egito, libertos e conduzidos por Moisés até o Sinai, onde recebem de Deus a Sua “lei religiosa” e “lei civil”, e constituindo-se, por meio de um pacto sagrado, em “povo escolhido de Deus” (constituído por 12 tribos).
  • 28. 3) Levítico - Regula o culto (de relacionamento com Deus), a forma dos rituais religiosos, um tratado dirigido especialmente aos israelitas pertencentes a tribo dos levitas, que formavam o clero consagrado (sacerdotes) para servir no trabalho de adoração e ensino no templo (santuário). 4) Números - Trata do recenseamento do povo (contagem) que existia naquele tempo; além disto, faz um balanço dos fatos e providências legislativas correspondentes aos cerca de 40 anos de vida nômade (peregrinação) no deserto da península do Monte Sinai. 5) Deuteronómio - A “segunda lei”, emanada pelo fim da jornada no deserto, foi escrito quando Moisés retoma a legislação precedente para adaptá-la às novas condições de vida sedentária, em que o povo viria a se encontrar com a conquista iminente da Palestina (Terra de Canaã = A Terra Prometida). Os nomes dos livros, tal como os temos, foram dados pela Septuaginta que, tal como já estudamos, é a tradução da Torá para a língua grega, feita por 70 especialistas da Biblioteca da cidade de Alexandria, no Egipto, no século III a.c. Finalmente, o Propósito do Pentateuco é recontar a graça de Deus ao transformar Israel em uma nação, e ao dar a ela sua lei. Assim, a obra começa com a criação do mundo, e traça a história da humanidade enfatizando a formação da nação teocrática, e relatando sua história até o ponto em que esteve pronta a entrar na Terra Prometida. Ressalta, enfim, a iniciativa de Deus em regular o seu relacionamento com esse povo por meio de leis, especialmente os dez mandamentos e a legislação relacionada ao Tabernáculo, aos sacrifícios e ao sacerdócio. 2. Conteúdo e mensagem dos livros do Pentateuco O Pentateuco é uma unidade porque todos os livros cinco livros se entrelaçam e se completam. A. O Livro de Gênesis. Autor e período histórico. O escritor deste livro é Moisés. A narrativa de Genesis abrange o período que vai desde a criação até à morte de José, um período de cerca de 2.315 anos, mais ou menos de 4004 a 1689 antes de Cristo. Tema. É bem definido pelo seu título, Gênesis, que significa “princípio”, porque é a história do princípio de todas as coisas – o princípio do céu e da terra, o princípio de todas as formas de vida e de todas as instituições e relações humanas. É o “viveiro” das gerações da Bíblia, pois nele se encontram os começos de todas as grandes doutrinas referentes a Deus, ao homem, ao pecado e à salvação. O proposito do livro é revelado pelo primeiro versículo: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Face ao pecado que entrou no mundo, corrompendo o propósito da criação, o escritor apresenta o Criador de toda a terra como o seu Redentor, aquele que há, enfim, de redimi-la. Génesis relata por que se tornou necessária a redenção e como Deus escolheu uma nação a fim de revelar às demais nações a Sua vontade, o Seu amor, os seus desígnios e os seus planos de restaurar a criação a criação e salvar o mundo.
  • 29. Mensagem de Genesis - O livro relata a criação do mundo e do homem, a queda do homem no pecado e sua expulsão do paraíso, além da rápida expansão do pecado. Para travar este processo, Deus decreta a destruição do pecado através de um dilúvio, salvando apenas um fiel. Em Noé, a raça manteve-se viva, e houve um recomeço. Mas corrupção gerada na natureza humana pelo original tornou-se grande ao ponto de o homem continuar a pecar, inventar outros deuses (idolatria) e contaminar todo o mundo. Deus separa uma nação desse mundo pecador, através de um homem fiel, Abraão, que é chamada (separado) para ser o pai da fé. Génesis relata a sua obediência e suas peregrinações, mostrando que até com os fracos Deus permanece fiel à sua promessa de salvação. B. O Livro de Êxodo Título. O nome “êxodo” vem da língua grega e significa “sair”, porque regista a saída do povo de Israel que se achava no cativeiro do Egito, como escravos desta nação. Foi escrito por Moisés, registando acontecimentos que abrangem um período de 216 anos, mais ou menos de 1706 a 1490 antes de Cristo. Começa mostrando o povo de Israel habitando no meio da idolatria egípcia, como escravos, e termina mostrando-o como um povo redimido, habitando na presença de Deus. Tema. Gênesis lemos acerca do princípio da redenção. No livro do Êxodo lemos acerca do progresso da redenção. Mensagem de Êxodo – O livro começa com os descendentes de Jacó no Egito, e como foram libertados poderosamente, sob a liderança de MOISÉS. Relata como Deus os constituiu uma nação no monte Sinai, dando-lhes os dez mandamentos (Êxodo 20) e ractificando a aliança. Foram ordenados os procedimentos a seguir para o levantar o Tabernáculo de adoração, para que Deus pudesse, então, habitar no meio deles. Oprimido pelos egípcios, Israel necessita de libertação. Deus provê essa libertação. Tendo sido salva, a nação necessita de uma revelação de Deus para orientá-la na conduta e no culto de sua nova vida. Deus lhe dá a Lei. Convencidos do pecado pela santidade da Lei, os israelitas sentem a necessidade de purificação. Deus provê sacrifícios. Tendo uma revelação de Deus, o povo sente a necessidade de culto (ritual de comunhão com Deus e adoração do seu nome). Deus lhe dá o tabernáculo e estabelece um sacerdócio. Em Gênesis a redenção é efetuada através de indivíduos; em Êxodo, é efetuada através de uma nação inteira: Israel. A idéia central do livro é a redenção pelo sangue. Em torno dessa idéia concentra-se a história de um povo salvo pelo sangue, amparado pelo sangue e tendo acesso a Deus pelo sangue. Essa redenção se apresenta suprindo todas as necessidades da nação. Conclusão provisória Na formação do Pentateuco há evidencia-se a inspiração divina no facto de que compila, ordena e redige narrações, séries genealógicas e conjuntos de leis que, durante muitos séculos, haviam sido transmitidas apenas oralmente de uma geração para outra. Nele está contida a herança espiritual que Moisés legou ao povo de Israel, uma herança viva, fielmente transmitida e enriquecida com o passar dos séculos.
  • 30. AGENDA ANUAL [IBNA] [II SEMESTRE, 2019] JULHO TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, PREPARANDO EDUCADORES E MESTRES DA PALAVRA (Educação Teológica) DIVISA Isaías 61:4 TEMA CBA MÊS DA EDUCACAO TEOLOGICA DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA 06 Culto de Jejum e oração- (7h-12) Juventude Igreja Templo 7h 08 Ceia do Senhor Diáconos Igreja 08 Sessão Administrativa Ordinária da Igreja Presidência Membros Templo 13h 14 Lançamento da Agenda “Universidade da Bíblia” Educação Crista Igreja 17 Palestra sobre “A Saúde da Mulher” SFM Mamas e moças 27 Workshop de Didática do Ensino da Bíblia I Educação Cristã Profs e oficiais da EBD 9h 27 Casamento (Irmãos Inácia e Morais) Igreja Igreja Templo 14h 28 Culto da família Igreja Igreja Templo 10h 28 Fest Gospel (Festival de Louvor, Teatro e Dança) Juventude Igreja e convidados Templo 14h30 AGOSTO TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, COMO FAMILIA BAPTISTA DIVISA Hebreus 13:9 TEMA CBA MÊS DA FAMÍLIA BAPTISTA DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA 03 Jejum e oração- (7h-12) Grupo de casais Igreja Templo 7h 03 Workshop de Didática do Ensino da Bíblia II Educação Cristã Profs e oficiais EBD Templo 9h 03 Casamento Domingas Tumba e Álvaro Igreja Igreja 14h30 04 Início Modulo I da Universidade da Bíblia Educação Cristã Igreja 04 Ceia do Senhor Diáconos Igreja 11 Encontro de namorados e noivos (Programa da Juventude) Ministério Juventude Igreja e convidados 14h 11 Recital Coral ConAliança Coral N Aliança Coral e convidados Templo 14h30 17 Café-Teológico (Instituto Kayrós) Kayrós Líderes e Pastores Templo 8h30 17 Reunião Conselho Diaconal, Pastor e Missionários Conselho Diaconal 10h 25 PROGRAMA JOVEM: “O jovem cristão e a internet” Min Juventude Jovens e igreja 14h30 27-30 Assembleia Geral da CBA
  • 31. 31 Vigília de oração Min Juventude Igreja e convidados Templo 20h 31 Reunião Conselho Diaconal Conselho Diaconal Pastor, Diáconos 10h SETEMBRO TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, FORTALECENDO A NOSSA IDENTIDADE DENOMINACIONAL DIVISA Salmo 33:12 TEMA CBA MÊS DA MOÇA CRISTÃ (SFM) DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA 01 Ceia do Senhor Diáconos Membros 07 Culto de Jejum e oração- (7h-12) Juventude Igreja Templo 7h 6-8 Viagem Missionária ao K. Sul Evangelismo e Missões Igreja Kibala Saída: sexta 14h 08 Dia da Criança Baptista Ministério Infantil Crianças da Igreja Templo 9h 9-14 Semana de Jejum e Oração Ministério Juventude Igreja 14 Workshop de Liderança Cristã (“Líderes cristãos de Valor”) Pr. Zakeu Membros da Igreja Templo 8-10h 14 Casamento Madalena e Carlos “Astro” Igreja Igreja 14h 15 Reunião Conselho de Liderança Directoria da Igreja Directoria e Líderes Templo 14h 21 Encontro de Casais Grupo de Casais Casais da Igreja Templo 15h 21 Manhã desportiva Ministério juventude Jovens e adolescentes 8h 22 Sessão Ordinária da Igreja Presidência Membros 12h30 27-29 Viagem Missionária ao K. Sul Evang. e Missões Igreja Kibala Sexta 14h 27 Estudo do livro de Daniel (Irmã Diamantina) SFM Senhoras e moças 28 Vigília de oração Juventude Igreja Templo 21h 29 PROGRAMA JOVEM: Visita, almoço e estudo: residência da família Gatay Ministério Juventude Jovens e adolescentes OUTUBRO TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, ATRAVÉS DE MISSOES NACIONAIS DIVISA Mateus 28.19,20 TEMA CBA MÊS DE MISSÕES NACIONAIS ALVO (OFERTA) LOCAL: 150.000,00 KZ DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA 02 Mutirão Evangelístico (evangelização na adjacência do Templo) SFM SFM e Moças Igreja 10h 05 Casamento Lina e Belmiro Andalika Igreja Igreja Templo 15h
  • 32. 06 Ceia do Senhor Diáconos Igreja 09 Atelier (curso) de Culinária e Costura SFM Mamas e moças 13 Palestra: o Jovem cristão e o empreendedorismo Ó. Kinganga e Juventude Juventude 14h 19 Manhã Recreativa, Social e Evangelística na Missão Fonte de Jacó (Benfica) Juventude e Evangelismo Igreja Benfica 9h 20 Culto Cantado Min. Adoração 27 Culto de Missões (Missões e a família). Ceia na Fonte de Jacó Missões e Evangelismo 27 PROGRAMA JOVEM (“Evangelismo local” com exibição de filme) Ministério da Juventude Jovens e Adolescentes 14h NOVEMBRO TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, ORANDO PELA PATRIA AMADA DIVISA Josué 19.1,2 TEMA CBA MÊS DA ORAÇÃO MUNDIAL DA MULHER BAPTISTA (SFM) DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA 03 Ceia do Senhor Diáconos Igreja 09 Dia Baptista de Oração Mundial: “Culto de Jejum e oração” Juventude Igreja 7h-12h 10 Dia do Diácono Baptista: “Consagração de diáconos” Corpo Diaconal Igreja + convidados Templo 10h 17 Estudo dos Jovens: “Conhecendo a Bíblia através da exposição” Ministério Juventude Jovens e adolescentes Templo 14h 17 Dia Nacional de Ação de Graças: “Concerto de Corais” Ministério Adoração Corais locais+1 Templo 14h 29 Vigília de oração Juventude Juventude + Igreja 20h 24 PROGRAMA JOVEM (Palestra “O cristão e a Pátria”) Min Juventude Juventude + Igreja Templo 14h DEZEMBRO TEMA LOCAL CONSTRUINDO UMA IGREJA SAUDAVEL, ATRAVÉS DA CELEBRAÇAO DO NATAL E DA VALORIZACAO DA PALAVRA DIVISA Mateus 1:20 TEMA CBA MÊS DA BIBLIA E DO NATAL DIA ACTIVIDADE RESPONSAVEL PARTICIPANTES LOCAL HORA 1-30 Seminário de formação profissional Juventude, Ed Cristã Igreja e comunidade Templo Sábados 01 Ceia do Senhor Diáconos Membros 01 Sessão Extraordinária (Profissões de fé e comissões de trabalho) Igreja Membros 08 Dia da Bíblia Ed. Cristã Igreja 08 Baptismos Igreja Igreja Templo 14 Natal das Crianças: cantata dos Adolescentes (confraternização e distribuição de brinquedos as crianças da comunidade) Ministério Infantil, Ação Social e Membros da igreja 9h
  • 33. Adolescentes 21 Natal das Crianças 21 PROGRAMA JUVENTUDE: “Lazer, Evangelismo Local + filme”. Ministério Juventude Jovens e adolescentes Templo 22 Concerto Natalino dos Corais da Igreja (Participação das Crianças) Ministério Adoração Corais, duetos e solos 9h 25 Culto de NATAL Igreja Igreja 8h 29 Culto de Gratidão (Oferta de Amor) Igreja Igreja 9h NOSSOS VALORES Valores são um conjunto de princípios que determinam nossa atitude no cumprimento da nossa missão. Nossos valores são definidos à luz da palavra de Deus e do contexto no qual estamos inseridos. ü Devoção: Cremos que uma vida de total devoção a Deus e ao seu reino deva ser o normal para cada cristão. Inclui-se aqui a oração, jejuns, adoração e louvor (Atos 1.14; Romanos 12.1,2; Mateus 6; 2 Timóteo 2.15; Salmo 40.3). ü Dons: Cremos que o envolvimento no serviço do Senhor, conforme os dons dados pelo Espírito Santo, e de acordo com a paixão e os diferentes estilos de cada pessoa, edifica a Igreja e glorifica a Deus (Colossenses 3.24; Efésios 4; 1 Coríntios 12.14; 1 Pedro 4.10,11) ü Ensino Bíblico: Cremos que o ensino bíblico é a base da transformação do indivíduo e da comunidade. Ele deve ser ao mesmo tempo culturalmente relevante e doutrinariamente bíblico (Romanos 12.7, 2Timóteo 3.16,17; Tiago 1.23-25). ü Pessoas: Cremos que criados à imagem e semelhança de Deus, os seres humanos ocupam lugar de primazia na criação. Portanto, todas as pessoas, sejam ricas ou pobres, são importantes para nós e devemos amá-las e desenvolver relacionamentos significativos com elas (Gênesis 1.26-31; João 3.16; Lucas 19.10; Atos 20.35). ü Família: Cremos que lares fortes contribuem profundamente para uma igreja forte. Assim, a nossa prioridade deve ser Deus, família, e só depois o trabalho e o ministério (Deuteronômio 6.1-9). ü Excelência: Cremos que a excelência honra a Deus e inspira as pessoas, por isso, buscamos um aperfeiçoamento contínuo em tudo que fazemos. Excelência é fazer o melhor com os recursos que Deus nos dá (Malaquias 1; Colossenses 3.16,17; Provérbios 27.17).