SlideShare uma empresa Scribd logo
ENVELHECIMENTO E DOENÇA
14/09/2016 miguel.mferreira@nms.unl.pt
Miguel Marques Ferreira
Sumário da Aula
! INTRODUÇÃO
! ENVELHECIMENTO E DOENÇA
! DESNUTRIÇÃO
! Farmacoterapia e Polifarmácia
! Bibliografia
Demografia
•As alterações demográficas a nível europeu caracterizam-se por um
aumento dos indivíduos com mais de 65 anos, e, inversamente uma
diminuição dos nascimentos.
•Em Portugal:
1960 - >65 anos, 7,8% do total da população
2011 - >65 anos,19% do total da população
• As estimativas para os próximos 50 anos vão no sentido do
aumento desta taxa e, em 2060, Portugal será dos países mais
envelhecidos da União Europeia.
Demografia
Doenças Crónicas
Envelhecimento
Envelhecimento Doença
Incapacidade
Dependência QoL
Processo
fisiológico
inevitável
previsível
irreversível
próprio dos seres vivos
As alterações ocorrem progressivamente, desde cedo na idade adulta
O padrão geral de envelhecimento nos mamíferos é semelhante
↓ reservas fisiológicas
↑ propensão para doenças
Envelhecimento biológico
PROGRESSIVA INCAPACIDADE DE
MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO
HOMEOSTÁTICO EM CONDIÇÕES DE
SOBRECARGA FUNCIONAL
Envelhecimento
O envelhecimento decorre a todos os níveis:
células / tecidos → órgãos / sistemas → organismo
↓ nº de células ativas
↓ taxa de atividade celular
↓ reparação celular
atrofia, fibrose, infiltração lipídica
1. Composição corporal
Alterações celulares
↓ utilização Mitocondrial de O2
↓ síntese de DNA e RNA
↓ capacidade de reparação
↑ lipofuscina
Alterações morfológicas no núcleo e organelos
Gordura
Corporal
Água
Volume
Plasmático
1. Composição corporal
Gordura
corporal
Massa
muscular
↓ Altura (~ 1 cm/década, após os 40 anos)
por:
- ↑ curvaturas da coluna vertebral
- ↓ discos intervertebrais
- ↓ arcada plantar
Sem alterações do comprimento dos ossos
longos
Global Pele
Músculo
Esquelético
Hematológico e
S. Imune
Orgãos
sensoriais:
Olho / Ouvido
Cardiovascular
Gastrointestinal
Respiratório
Renal
Endócrino
Genital
Botelho, M.A. (2007) Idade Avançada – características biológicas e multimorbilidade. Rev Port Clin Geral
23:191-5
Alterações anatómicas e fisiológicas
1. Composição corporal
2. Alterações no balanço energético
da taxa metabólica em repouso
(RMR):
- atividade metabólica dos tecidos reduzida,
pela menor massa muscular
da reserva funcional
- a demanda energética face ao stress
não é compensada
da eficácia na utilização de energia
- aumento do custo energético (consumo) na
atividade física (ex: caminhar)
- fadiga
- tendência para uma vida mais sedentária
↓
Níveis
energéticos
↓
Metabolismo
basal
↑
Necessidades
energéticas
durante a
atividade física
↓
Reposta face ao
stress
Se ↑ RMR:
- marcador de doença
- factor de risco para
mortabilidade
- perda de peso não
controlada
3. Homeostenose
dos
ajustamentos
moleculares
necessários para
tolerar desafios,
podendo ser apenas
evidentes em período
de esforço máximo ou
de stress.
Declinam as capacidades
para tolerar o stress
de natureza física:
• térmico
• oxidativo
• farmacológico
• nutricional
• hipóxico ou isquémico
3. Alterações metabólicas e hormonais
Metabolismo da
glicose
Atividade da tiroide
Atividade
corticosuprarenal
Hormonas sexuais
Alterações Homeostasia
Sinalização
hormonal
Anti-
oxidantes
Marcadores
inflamatórios
• ↑marcardores
inflamatórios:
Envelhecimento
+
Comorbilidades
• ↑stress oxidativo:
Produção de espécies reactivas
de oxigénio (ROs)
↓ atividade antioxidante
intrínseca
Alterações na termorregulação
Regulação da temperatura corporal
Sudorese
Resposta a pirogéneos
4. Alterações neurodegenerativas
Perda progressiva da estrutura ou
funcionamento neuronal
SNC não dispõe de capacidade reparadora
depósitos de lipofuscina
deposição de placas senis
alterações inflamatórias
alterações bioquímica
declínio da função sináptica
perda de coordenaçao entre regiões cerebrais
Atrofia cerebral associada à idade
após os 60 anos
↑ dos sulcos em detrimentos das circunvalações cerebrais
↑ do tamanho dos ventrículos cerebrais
Perda da motricidade fina e
destreza manual
redução do número de neurónios motores dano nas bainhas de mielina
Marcha
Equilíbrio
Cognição
Tempo de reação
Regulação SNA
Sensibilidade táctil, dolorosa e vibratória
Envelhecimento
Síndromes Geriátricos - Conceito
J Am Geriatr Soc. May 2007; 55(5): 780–791
São manifestações de doença Prevalência elevada na população idosa
Apresentam etiologia multifactorial
Podem envolver sistemas não relacionados com a sintomatologia
apresentada Impacto na funcionalidade e na qualidade de vida
" Doenças agudas vs doenças crónicas
" Apresentação atípica de doença nas pessoas idosas
Envelhecimento – na manifestação de doença e resposta ao
tratamento
Pluripatologia e polimedicação
Sintomatolgia não relacionada com o sistema lesado
Doença
" Maior gravidade da patologia
" Declínio funcional mais acelerado
" Maior tempo de convalescença
" Prognóstico mais dependente do doente
" Maior mortalidade morbilidade para as mesmas
doenças
Doença – Quadro Clinico
" Maior vulnerabilidade ao stress
" Maior dependência funcional
" Menor expressão semiológica
" Exame Objetivo
" Importante variação individual
Doença – Quadro Clinico
Diversidade
Ausência de doença?
saúde
física
forma
física
bem-estar
psicológic
o
apoio
social
integração na
comunidade
estado de
ânimo
satisfação
com a vida
Perceção de saúde
• noção sobre a própria saúde
• forma de auto-avaliação empregue em estudos
• tem elevado valor prognóstico
Saúde
O conceito de saúde.
Desnutrição e prevalência
-Mesmo o envelhecimento normal está associado a maior risco
nutricional
e-SPEN, the European e-Journal of Clinical Nutrition and Metabolism 4 (2009) e86–e89
Alteração da Composição corporal
e-SPEN, the European e-Journal of Clinical Nutrition and Metabolism 4 (2009) e289–e299
Síndrome Geriátrico
Alterações
típicas do
envelhecimento
Causas
precipitantes
(doença, suporte
social, …)
Desnutrição
Sarcopénia
Consequências da desnutrição
! ↑ Morbilidade
! > Risco de Infeção
! Dependência/incapacidade funcional
! ↑ risco de quedas, ↑ fractura
! Declínio cognitivo
! Úlceras de pressão, dificuldade na cicatrização
! ↓ Qualidade de vida
! ↑ Tempo de internamento e readmissão, > Custos
Avaliação do estado nutricional
! Registo do Peso
No domicilio
Em cada consulta
Controle da evolução
ponderal
Intervenção precoce
Critérios de Diagnóstico - ESPEN
Diagnóstico de desnutrição:
Alternativa 1:
IMC <18.5 kg/m2
Alternativa 2:
Perda de Peso (não intencional) > 10% sem
tempo definido, ou >5% nos últimos 3 meses e
(pelo menos um):
IMC<20 kg/m2 se <70 anos, ou <22 kg/m2 se
70 anos ou mais velho
FFMI <15 ou17 kg/m2 se sexo feminino ou
masculino respetivamente
Adaptado de Cederholm T, Bosaeus I, Barazzoni R, et al; Diagnostic criteria for malnutrition e An
ESPEN Consensus Statement; Clinical Nutrition 34 (2015) 335e340
► Aumento da variabilidade interpessoal
► Redução da clearence hepática e renal
► Diminuição do volume de distribuição
► Diminuição do efeito de primeira passagem hepática, com maior
biodisponibilidade de drogas ativas e menor de pró fármacos
Alterações da Farmacocinética
► Não totalmente esclarecido
Alterações da Farmacodinâmica
Alterações nos
Recetores Fisiológicos
Densidade
Afinidade
Mecanismo de Ligação
Alteração na resposta
aos fármacos
Maior sensibilidade a
agentes psicotrópicos e
sedativos
Redução dos
receptores β-
Adrenérgicos
cardicacos e vasculares
Redução AMPc
! As reações adversas -10-20%.
! Responsáveis por 10% dos internamentos, sendo estes mais
demorados e aumentam para o dobro o risco de morte.
! Os idosos consomem 25% dos fármacos dispensados e mais de 50%
dos medicamentos não sujeitos a receita médica3
Polifarmácia
► 5-10 medicamentos
► Considerar suplementação e produtos de ervanária
► Impacto:
As manifestações mais comuns associadas à polifarmácia são: quedas,
hipotensão ortostática, falência cardíaca ou detioração cognitiva e
delirium.
Risco de reações adversas – proporcional ao numero de fármacos
Interação entre drogas
Fator de risco independente para quedas e fraturas ósseas
Dificulta a abordagem terapêutica correta
Dificulta a correta adesão
Polifarmácia
► Balanço necessário entre o excesso de medicação e a não prescrição
► Adequação das guidelines a doentes com multimorbilidades
► Adequar a medicação à esperança de vida do doente
Polifarmácia
► Prescrição apropriada no doente idoso
Tem indicação para o medicamento?
O medicamento é efetivo?
A dose é correta?
As recomendações estão corretas?
As recomendações são praticáveis?
Há interações medicamentosas previsíveis?
Há interações entre a medicação e as comorbilidades?
A duração da terapêutica é aceitável?
O preço é aceitável ou há alternativas mais baratas?
Critérios de prescrição adequada!
Abordagem
“start slow, and go slow”

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a DI_Aula_T2_Envelhecimento_e_doenca.pdf

Frequência da ocorrência da síndrome metabólica história natural. dr. caio ...
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica   história natural. dr. caio ...Frequência da ocorrência da síndrome metabólica   história natural. dr. caio ...
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica história natural. dr. caio ...
Van Der Häägen Brazil
 
HIPOTIREOIDISMO E OBESIDADE
HIPOTIREOIDISMO E OBESIDADEHIPOTIREOIDISMO E OBESIDADE
HIPOTIREOIDISMO E OBESIDADE
Van Der Häägen Brazil
 
Obesidade
ObesidadeObesidade
Obesidade
Ann Bainne
 
Obesidade X Sociedade
Obesidade X SociedadeObesidade X Sociedade
Obesidade X SociedadeVanessa Paiva
 
Toxicodep..
Toxicodep..Toxicodep..
Toxicodep..R C
 
Slides nhb
Slides nhbSlides nhb
Slides nhb
calinesa
 
Aula l Nutrição e Estética _out _2019.pdf
Aula l Nutrição e Estética _out _2019.pdfAula l Nutrição e Estética _out _2019.pdf
Aula l Nutrição e Estética _out _2019.pdf
VivianneVelozoSa
 
Diabetes mellitus associado à obesidade abdominal,obesidade periférica e doen...
Diabetes mellitus associado à obesidade abdominal,obesidade periférica e doen...Diabetes mellitus associado à obesidade abdominal,obesidade periférica e doen...
Diabetes mellitus associado à obesidade abdominal,obesidade periférica e doen...
Van Der Häägen Brazil
 
Doenças Prevalentes da Infância [ETEC CARLOS DE CAMPOS]
Doenças Prevalentes da Infância [ETEC CARLOS DE CAMPOS]Doenças Prevalentes da Infância [ETEC CARLOS DE CAMPOS]
Doenças Prevalentes da Infância [ETEC CARLOS DE CAMPOS]Vinicius Lopes
 
Obesidade
ObesidadeObesidade
Cardiogeriatria
CardiogeriatriaCardiogeriatria
Cardiogeriatria
resenfe2013
 
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
Van Der Häägen Brazil
 
Conceitos em Patologia - Juarez Quaresma
Conceitos em Patologia - Juarez QuaresmaConceitos em Patologia - Juarez Quaresma
Conceitos em Patologia - Juarez QuaresmaEuripedes Barbosa
 
Obesidade descontrolada obesidade e interação com hormônios.obesidade tem tud...
Obesidade descontrolada obesidade e interação com hormônios.obesidade tem tud...Obesidade descontrolada obesidade e interação com hormônios.obesidade tem tud...
Obesidade descontrolada obesidade e interação com hormônios.obesidade tem tud...
Van Der Häägen Brazil
 
2º ano. prova mensal.2º bim.transtornos alimentares
2º ano. prova mensal.2º bim.transtornos alimentares2º ano. prova mensal.2º bim.transtornos alimentares
2º ano. prova mensal.2º bim.transtornos alimentaresTony
 
Hipertensão
HipertensãoHipertensão
Hipertensão
Lilian Souza
 
Fragilidade
FragilidadeFragilidade
Fragilidade
uhgeri
 
Desnutrição pv
Desnutrição pvDesnutrição pv
Desnutrição pv
Paulo Sales
 

Semelhante a DI_Aula_T2_Envelhecimento_e_doenca.pdf (20)

Frequência da ocorrência da síndrome metabólica história natural. dr. caio ...
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica   história natural. dr. caio ...Frequência da ocorrência da síndrome metabólica   história natural. dr. caio ...
Frequência da ocorrência da síndrome metabólica história natural. dr. caio ...
 
HIPOTIREOIDISMO E OBESIDADE
HIPOTIREOIDISMO E OBESIDADEHIPOTIREOIDISMO E OBESIDADE
HIPOTIREOIDISMO E OBESIDADE
 
Obesidade
ObesidadeObesidade
Obesidade
 
NutriçãO Em Cirurgia
NutriçãO Em CirurgiaNutriçãO Em Cirurgia
NutriçãO Em Cirurgia
 
Obesidade X Sociedade
Obesidade X SociedadeObesidade X Sociedade
Obesidade X Sociedade
 
Toxicodep..
Toxicodep..Toxicodep..
Toxicodep..
 
Slides nhb
Slides nhbSlides nhb
Slides nhb
 
Aula l Nutrição e Estética _out _2019.pdf
Aula l Nutrição e Estética _out _2019.pdfAula l Nutrição e Estética _out _2019.pdf
Aula l Nutrição e Estética _out _2019.pdf
 
Diabetes mellitus associado à obesidade abdominal,obesidade periférica e doen...
Diabetes mellitus associado à obesidade abdominal,obesidade periférica e doen...Diabetes mellitus associado à obesidade abdominal,obesidade periférica e doen...
Diabetes mellitus associado à obesidade abdominal,obesidade periférica e doen...
 
Doenças Prevalentes da Infância [ETEC CARLOS DE CAMPOS]
Doenças Prevalentes da Infância [ETEC CARLOS DE CAMPOS]Doenças Prevalentes da Infância [ETEC CARLOS DE CAMPOS]
Doenças Prevalentes da Infância [ETEC CARLOS DE CAMPOS]
 
Obesidade
ObesidadeObesidade
Obesidade
 
Manual 2
 Manual 2 Manual 2
Manual 2
 
Cardiogeriatria
CardiogeriatriaCardiogeriatria
Cardiogeriatria
 
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
Doença hepática gordurosa não alcoólica e síndrome metabólica problema de saú...
 
Conceitos em Patologia - Juarez Quaresma
Conceitos em Patologia - Juarez QuaresmaConceitos em Patologia - Juarez Quaresma
Conceitos em Patologia - Juarez Quaresma
 
Obesidade descontrolada obesidade e interação com hormônios.obesidade tem tud...
Obesidade descontrolada obesidade e interação com hormônios.obesidade tem tud...Obesidade descontrolada obesidade e interação com hormônios.obesidade tem tud...
Obesidade descontrolada obesidade e interação com hormônios.obesidade tem tud...
 
2º ano. prova mensal.2º bim.transtornos alimentares
2º ano. prova mensal.2º bim.transtornos alimentares2º ano. prova mensal.2º bim.transtornos alimentares
2º ano. prova mensal.2º bim.transtornos alimentares
 
Hipertensão
HipertensãoHipertensão
Hipertensão
 
Fragilidade
FragilidadeFragilidade
Fragilidade
 
Desnutrição pv
Desnutrição pvDesnutrição pv
Desnutrição pv
 

Último

AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptxAULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
DiegoFernandes857616
 
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdfAcidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
GabryellaNeves2
 
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
mariastephanie335
 
Principios do treinamento desportivo. Ed Física
Principios do treinamento desportivo. Ed FísicaPrincipios do treinamento desportivo. Ed Física
Principios do treinamento desportivo. Ed Física
AllanNovais4
 
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
rafapr7799
 
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdfCartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Camila Lorranna
 
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na EnfermagemMICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
sidneyjmg
 
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolenciaViolência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
THIALYMARIASILVADACU
 
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdfApostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
josi572362
 
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptxdoenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
ccursog
 
APOSTILA Citologia Clà nica didatico.pdf
APOSTILA Citologia Clà nica  didatico.pdfAPOSTILA Citologia Clà nica  didatico.pdf
APOSTILA Citologia Clà nica didatico.pdf
PatrickVieira30
 

Último (11)

AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptxAULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
 
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdfAcidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
 
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
 
Principios do treinamento desportivo. Ed Física
Principios do treinamento desportivo. Ed FísicaPrincipios do treinamento desportivo. Ed Física
Principios do treinamento desportivo. Ed Física
 
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
 
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdfCartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
 
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na EnfermagemMICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
 
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolenciaViolência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
 
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdfApostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
 
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptxdoenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
 
APOSTILA Citologia Clà nica didatico.pdf
APOSTILA Citologia Clà nica  didatico.pdfAPOSTILA Citologia Clà nica  didatico.pdf
APOSTILA Citologia Clà nica didatico.pdf
 

DI_Aula_T2_Envelhecimento_e_doenca.pdf

  • 1. ENVELHECIMENTO E DOENÇA 14/09/2016 miguel.mferreira@nms.unl.pt Miguel Marques Ferreira
  • 2. Sumário da Aula ! INTRODUÇÃO ! ENVELHECIMENTO E DOENÇA ! DESNUTRIÇÃO ! Farmacoterapia e Polifarmácia ! Bibliografia
  • 4. •As alterações demográficas a nível europeu caracterizam-se por um aumento dos indivíduos com mais de 65 anos, e, inversamente uma diminuição dos nascimentos. •Em Portugal: 1960 - >65 anos, 7,8% do total da população 2011 - >65 anos,19% do total da população • As estimativas para os próximos 50 anos vão no sentido do aumento desta taxa e, em 2060, Portugal será dos países mais envelhecidos da União Europeia. Demografia
  • 7.
  • 8. Processo fisiológico inevitável previsível irreversível próprio dos seres vivos As alterações ocorrem progressivamente, desde cedo na idade adulta O padrão geral de envelhecimento nos mamíferos é semelhante ↓ reservas fisiológicas ↑ propensão para doenças Envelhecimento biológico PROGRESSIVA INCAPACIDADE DE MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO HOMEOSTÁTICO EM CONDIÇÕES DE SOBRECARGA FUNCIONAL
  • 10. O envelhecimento decorre a todos os níveis: células / tecidos → órgãos / sistemas → organismo ↓ nº de células ativas ↓ taxa de atividade celular ↓ reparação celular atrofia, fibrose, infiltração lipídica 1. Composição corporal Alterações celulares ↓ utilização Mitocondrial de O2 ↓ síntese de DNA e RNA ↓ capacidade de reparação ↑ lipofuscina Alterações morfológicas no núcleo e organelos
  • 11. Gordura Corporal Água Volume Plasmático 1. Composição corporal Gordura corporal Massa muscular ↓ Altura (~ 1 cm/década, após os 40 anos) por: - ↑ curvaturas da coluna vertebral - ↓ discos intervertebrais - ↓ arcada plantar Sem alterações do comprimento dos ossos longos
  • 12. Global Pele Músculo Esquelético Hematológico e S. Imune Orgãos sensoriais: Olho / Ouvido Cardiovascular Gastrointestinal Respiratório Renal Endócrino Genital Botelho, M.A. (2007) Idade Avançada – características biológicas e multimorbilidade. Rev Port Clin Geral 23:191-5 Alterações anatómicas e fisiológicas 1. Composição corporal
  • 13. 2. Alterações no balanço energético da taxa metabólica em repouso (RMR): - atividade metabólica dos tecidos reduzida, pela menor massa muscular da reserva funcional - a demanda energética face ao stress não é compensada da eficácia na utilização de energia - aumento do custo energético (consumo) na atividade física (ex: caminhar) - fadiga - tendência para uma vida mais sedentária ↓ Níveis energéticos ↓ Metabolismo basal ↑ Necessidades energéticas durante a atividade física ↓ Reposta face ao stress Se ↑ RMR: - marcador de doença - factor de risco para mortabilidade - perda de peso não controlada
  • 14. 3. Homeostenose dos ajustamentos moleculares necessários para tolerar desafios, podendo ser apenas evidentes em período de esforço máximo ou de stress. Declinam as capacidades para tolerar o stress de natureza física: • térmico • oxidativo • farmacológico • nutricional • hipóxico ou isquémico
  • 15. 3. Alterações metabólicas e hormonais Metabolismo da glicose Atividade da tiroide Atividade corticosuprarenal Hormonas sexuais Alterações Homeostasia Sinalização hormonal Anti- oxidantes Marcadores inflamatórios • ↑marcardores inflamatórios: Envelhecimento + Comorbilidades • ↑stress oxidativo: Produção de espécies reactivas de oxigénio (ROs) ↓ atividade antioxidante intrínseca Alterações na termorregulação Regulação da temperatura corporal Sudorese Resposta a pirogéneos
  • 16. 4. Alterações neurodegenerativas Perda progressiva da estrutura ou funcionamento neuronal SNC não dispõe de capacidade reparadora depósitos de lipofuscina deposição de placas senis alterações inflamatórias alterações bioquímica declínio da função sináptica perda de coordenaçao entre regiões cerebrais Atrofia cerebral associada à idade após os 60 anos ↑ dos sulcos em detrimentos das circunvalações cerebrais ↑ do tamanho dos ventrículos cerebrais Perda da motricidade fina e destreza manual redução do número de neurónios motores dano nas bainhas de mielina Marcha Equilíbrio Cognição Tempo de reação Regulação SNA Sensibilidade táctil, dolorosa e vibratória
  • 18. Síndromes Geriátricos - Conceito J Am Geriatr Soc. May 2007; 55(5): 780–791 São manifestações de doença Prevalência elevada na população idosa Apresentam etiologia multifactorial Podem envolver sistemas não relacionados com a sintomatologia apresentada Impacto na funcionalidade e na qualidade de vida
  • 19. " Doenças agudas vs doenças crónicas " Apresentação atípica de doença nas pessoas idosas Envelhecimento – na manifestação de doença e resposta ao tratamento Pluripatologia e polimedicação Sintomatolgia não relacionada com o sistema lesado Doença
  • 20. " Maior gravidade da patologia " Declínio funcional mais acelerado " Maior tempo de convalescença " Prognóstico mais dependente do doente " Maior mortalidade morbilidade para as mesmas doenças Doença – Quadro Clinico
  • 21. " Maior vulnerabilidade ao stress " Maior dependência funcional " Menor expressão semiológica " Exame Objetivo " Importante variação individual Doença – Quadro Clinico
  • 23. Ausência de doença? saúde física forma física bem-estar psicológic o apoio social integração na comunidade estado de ânimo satisfação com a vida Perceção de saúde • noção sobre a própria saúde • forma de auto-avaliação empregue em estudos • tem elevado valor prognóstico Saúde
  • 24. O conceito de saúde.
  • 25. Desnutrição e prevalência -Mesmo o envelhecimento normal está associado a maior risco nutricional e-SPEN, the European e-Journal of Clinical Nutrition and Metabolism 4 (2009) e86–e89
  • 27. e-SPEN, the European e-Journal of Clinical Nutrition and Metabolism 4 (2009) e289–e299
  • 30. Consequências da desnutrição ! ↑ Morbilidade ! > Risco de Infeção ! Dependência/incapacidade funcional ! ↑ risco de quedas, ↑ fractura ! Declínio cognitivo ! Úlceras de pressão, dificuldade na cicatrização ! ↓ Qualidade de vida ! ↑ Tempo de internamento e readmissão, > Custos
  • 31. Avaliação do estado nutricional ! Registo do Peso No domicilio Em cada consulta Controle da evolução ponderal Intervenção precoce
  • 32. Critérios de Diagnóstico - ESPEN Diagnóstico de desnutrição: Alternativa 1: IMC <18.5 kg/m2 Alternativa 2: Perda de Peso (não intencional) > 10% sem tempo definido, ou >5% nos últimos 3 meses e (pelo menos um): IMC<20 kg/m2 se <70 anos, ou <22 kg/m2 se 70 anos ou mais velho FFMI <15 ou17 kg/m2 se sexo feminino ou masculino respetivamente Adaptado de Cederholm T, Bosaeus I, Barazzoni R, et al; Diagnostic criteria for malnutrition e An ESPEN Consensus Statement; Clinical Nutrition 34 (2015) 335e340
  • 33. ► Aumento da variabilidade interpessoal ► Redução da clearence hepática e renal ► Diminuição do volume de distribuição ► Diminuição do efeito de primeira passagem hepática, com maior biodisponibilidade de drogas ativas e menor de pró fármacos Alterações da Farmacocinética
  • 34. ► Não totalmente esclarecido Alterações da Farmacodinâmica Alterações nos Recetores Fisiológicos Densidade Afinidade Mecanismo de Ligação Alteração na resposta aos fármacos Maior sensibilidade a agentes psicotrópicos e sedativos Redução dos receptores β- Adrenérgicos cardicacos e vasculares Redução AMPc
  • 35. ! As reações adversas -10-20%. ! Responsáveis por 10% dos internamentos, sendo estes mais demorados e aumentam para o dobro o risco de morte. ! Os idosos consomem 25% dos fármacos dispensados e mais de 50% dos medicamentos não sujeitos a receita médica3 Polifarmácia
  • 36. ► 5-10 medicamentos ► Considerar suplementação e produtos de ervanária ► Impacto: As manifestações mais comuns associadas à polifarmácia são: quedas, hipotensão ortostática, falência cardíaca ou detioração cognitiva e delirium. Risco de reações adversas – proporcional ao numero de fármacos Interação entre drogas Fator de risco independente para quedas e fraturas ósseas Dificulta a abordagem terapêutica correta Dificulta a correta adesão Polifarmácia
  • 37. ► Balanço necessário entre o excesso de medicação e a não prescrição ► Adequação das guidelines a doentes com multimorbilidades ► Adequar a medicação à esperança de vida do doente Polifarmácia
  • 38. ► Prescrição apropriada no doente idoso Tem indicação para o medicamento? O medicamento é efetivo? A dose é correta? As recomendações estão corretas? As recomendações são praticáveis? Há interações medicamentosas previsíveis? Há interações entre a medicação e as comorbilidades? A duração da terapêutica é aceitável? O preço é aceitável ou há alternativas mais baratas? Critérios de prescrição adequada! Abordagem “start slow, and go slow”