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Da emergência planetária À construção de um futuro sustentável Exposição Década da Educação Por um Futuro Sustentável 2005-2014
Esta é uma exposição concebida para ajudar a vencer o grave  síndrome da rã fervida Sabeis em que consiste?
Se introduzirmos uma rã à temperatura ambiente e formos aquecendo pouco a pouco… A rã não percebe a gravidade das alterações… E acaba fervida! Não estão os seres humanos a passar pelo mesmo? Analisemos a situação!
A que problemas tem hoje de  fazer frente a humanidade? Porque é que se fala de emergência planetária? Que podemos fazer?
Comecemos! A que problemas tem hoje de fazer frente a humanidade? Participemos na construção das respostas!
É preciso fazer um esforço para  não esquecer nenhum problema importante  porque, dada a sua interdependência, ignorar algum deles pode bloquear o tratamento do conjunto
Vejamos quais são os problemas e as suas estreitas interligações... que obrigam a um tratamento conjunto
Que formas de contaminação são mais preocupantes? Contaminação ambiental  sem fronteiras   com graves sequelas
Metais pesados Desperdícios Urbanos e agrícolas Resíduos nucleares Poluentes Orgânicos  Permanentes Contaminação pelos Plásticos Alterações climáticas Alergias Gases nocivos Aumento do efeito de estufa Uma contaminação sem fronteiras e com graves sequelas Contaminação luminosa Desperdícios industriais Contaminação acústica Lixo espacial Naufrágios de petroleiros (“ acidentes ”) Cancro Destruição da camada de ozono Chuva ácida Contaminação visual Destruição de recursos e ecossistemas Conflitos bélicos
Que recursos estão em perigo? Esgotamento e destruição dos recursos naturais
Jazidas minerais Recursos de água doce Massa florestal Escoadouros sólidos Camada fértil dos solos Recursos   pesqueiros Escoadouros aquosos Esgotamento e destruição dos recursos naturais Petróleo Carvão Gás natural Escoadouro gasoso
Onde se potenciam e resultam  mais graves estas problemáticas de contaminação e esgotamento de recursos?
Quais são as consequências do crescimento urbano desordenado? Urbanização crescente e desordenada
Uma urbanização desordenada e especulativa Alta contaminação Destruição de terrenos agrícolas Ocupação de zonas de risco Gasto exagerado  de tempo Desconexão com a natureza Marginalização e insegurança
Como temos vindo a observar, poluição, destruição de recursos e urbanização desordenada,  potenciam-se  mutuamente ¿ Quais  podem ser as  consequências globais  do conjunto de problemas mencionados?
Degradação dos ecossistemas Os relatórios elaborados para a ONU por painéis de peritos alertam, ano após ano, para uma deterioração generalizada dos ecossistemas que qualificam de devastadora A exploração intensiva, os incêndios, a contaminação… estão a destruir todos os ecossistemas: bosques, pradarias, recifes de coral…
Degradação dos ecossistemas Merece uma especial atenção o papel que desempenha nesta degradação o  aumento  do efeito de estufa  e das  alterações climáticas   que aquele está a gerar, com consequências já visíveis: ,[object Object],[object Object],[object Object]
Aumento de desastres Os desastres “naturais” multiplicaram-se em poucas décadas devido ao aumento do efeito de estufa, à desflorestação, à seca das zonas húmidas, aos derrames de petróleo, aos resíduos urbanos e industriais, à ocupação urbana de zonas não adequadas, etc.  As alterações climáticas,  já em marcha , estão a traduzir-se num aumento de fenómenos extremos: secas, furacões, inundações, deslize de terras...
Perda de biodiversidade Estamos a envenenar solos, águas e ar, fazendo desaparecer, com poluição, pesticidas, cimento... milhares de espécies a um ritmo que constitui uma  extinção   massiva .  É urgente interromper esta destruição de biodiversidade, que ameaça arrastar a própria espécie humana Em consequência,  o equilíbrio da biosfera pode acabar-se  se continuarmos a cortar-lhe alguns elos da cadeia (Folch, 1998)
Destruição da diversidade cultural A diversidade cultural, como assinala Ramón Folch, é “uma dimensão da biodiversidade” e a sua destruição deve preocupar-nos tanto ou mais que o desaparecimento de espécies vegetais ou animais Esta diversidade cultural –  património comum de toda a humanidade  - vê-se ameaçada pela imposição forçada de formas culturais, consideradas “superiores” ou “verdadeiras”, que ignoram a riqueza que representam a diversidade e mestiçagem Porque essa diversidade é a garantia de uma pluralidade de respostas aos problemas a que humanidade tem de fazer frente
Pobreza, fome e pandemias Por ano morrem no mundo mais de 15 milhões de crianças por causas relacionadas com a fome   A SIDA e muitas outras doenças infecciosas estão a dizimar milhões de vidas e a deixar milhões de órfãos Muitas doenças infecciosas agravam-se  por causas ambientais  como a contaminação da água A degradação ambiental tem graves consequências para milhares de milhões de pessoas
Desertificação Os relatórios sobre os "Recursos do Planeta" alertam para uma deterioração generalizada dos ecossistemas que qualificam de  devastadora , conduzindo à   desertificação e ao próprio desaparecimento da espécie humana Esta desertificação é o resultado terminal da exploração intensiva, dos incêndios, da contaminação, do aumento da temperatura...
Estes são, pois, os novos problemas associados à contaminação, à urbanização desordenada…    Degradação dos ecossistemas Aumento de desastres Perda de biodiversidade Destruição da diversidade cultural Fome e pandemias Desertificação
A que comportamentos, individuais e colectivos podemos atribuir esta situação? Em que medida somos responsáveis? Foto: Rodrigo Mascarell
Causas desta situação de  autêntica emergência planetária Quais podem ser as causas deste conjunto de problemas  estreitamente interrelacionados ?   Que outros problemas estão subjacentes?
Aposta no crescimento indefinido Desde a segunda metade do século XX, produziu-se um crescimento económico global sem precedentes. Este crescimento é  superior ao que se produziu desde o começo da civilização!  Do mesmo modo que um cancro que cresce sem parar destrói finalmente os sistemas que sustentam a sua vida, uma economia global em contínua expansão destrói lentamente o ecossistema Terra   Este crescimento está associado ao  hiperconsumo
Hiperconsumo Os 20 países mais ricos do mundo consumiram no último século mais Natureza, isto é, mais matéria-prima e mais recursos energéticos não renováveis, que toda a humanidade ao longo da sua história e pré história E não nos podemos esquecer que para uma quarta parte da humanidade – que vive com menos de um dolar por dia – “aumentar o seu consumo é uma questão de vida ou de morte e um direito básico” (Gordmier, 1999) Estabelecemos assim uma relação com a  explosão demográfica
Explosão demográfica Desde meados do século XX nasceram mais seres humanos que em toda a história da humanidade O consumismo de uma quinta parte da humanidade e a explosão demográfica produzem  desequilíbrios insustentáveis A população actual precisaria dos recursos de “três Terras” para alcançar em todo o planeta um nível de vida semelhante ao dos países desenvolvidos
Desequilíbrios 1200 milhões de pessoas dos mais de 6000 milhões que habitam a Terra comem mais do que necessitam ainda que uma quantidade idêntica padeça literalmente de fome e careça de condições higiénicas, de atenção médica, de educação…  “ 18% da humanidade possui  80% da riqueza e isso não pode ser. Esta situação desembocará em grandes conflagrações, em emigrações massivas e em ocupação de espaços pela força” (Mayor Zaragoza, 1997)
Conflitos e violências Os profundos desequilíbrios traduzem-se em todo o tipo de conflitos e violências: Guerras, com as sequelas da corrida ao armamento e destruição (sem dúvida, o pior atentado à sustentabilidade) Migrações massivas, terrorismo, actividades das máfias e empresas transnacionais que impõem os seus interesses particulares escapando a todo o controlo democrático Mas a principal violência é a pobreza extrema!
Anteposição míope dos interesses particulares a curto prazo As causas assinaladas respondem a uma defesa míope do que é “nosso” (nossa família, nosso clã, nosso país, nossa espécie,...) sem pensar nos outros nem nas gerações futuras  Uma atitude criticável por razões éticas e por constituir a expressão de um egoísmo pouco inteligente, que não tem em consideração as consequências,  para nós mesmos , das acções guiadas por interesses particulares imediatos... que produzem destruição e desequilíbrios insustentáveis
Estas são, em síntese,  as causas últimas da degradação Aposta no crescimento indefinido Hiperconsumo Explosão demográfica Desequilíbrios Conflitos e violências Prioridade dos interesses particulares   a curto prazo
O que pode fazer cada um de nós, junto dos outros? Que medidas são necessárias para tornar possível um futuro sustentável?
Necessitam-se   e são  possíveis   medidas Científico - tecnológicas Educativas Políticas Todas são igualmente imprescindíveis e   devem ser tratadas conjuntamente
“ Desenvolvimento sustentável  é o desenvolvimento que atende às necessidades da presente geração sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” . (CMMAD, 1988) A sustentabilidade como  conceito unificador das medidas a adoptar
Medidas científico-tecnológicas Que investigações e inovações científico-tecnológicas  se devem promover?
Medidas científico - tecnológicas Priorizar necessidades básicas: Fontes de energia limpa Incremento da eficiência Obtenção de alimentos Investigando e aplicando sempre o  princípio da prudência Mas a  tecnologia não chega ! Prevenção e tratamento de doenças Gestão sustentável da água Alcance de uma maternidade e paternidade responsáveis Redução de desastres…
Mas, nem tudo é consenso … Quais são as questões a debater ?
É a energia nuclear uma “solução verde”, dado que não contribui para o efeito de estufa? (Lovelock, 2004) Um exemplo:
Os debates, em torno da energia nuclear e dos produtos transgénicos, entre outros, não têm uma resposta exclusivamente científico-tecnológica, já que têm implícitas opções éticas … E tal, remete-nos, necessariamente, para medidas educativas.
Medidas educativas Foto: Rodrigo Mascarell Que educação promover?
Medidas educativas Contribuir para uma correcta percepção da situação do mundo, suas causas e medidas a adoptar Fazer compreender que a procura de interesses particulares a curto prazo é também prejudicial para si mesmo
Medidas educativas Consumo responsável (os três R) Mostrar o que cada um pode fazer, juntamente com outros, nos diferentes âmbitos,  e ajudar a pô-lo em prática: Comércio Justo “ A ctivismo cidadão esclarecido ” que remete para  medidas políticas
Que medidas políticas podemos e devemos promover para contribuir para um futuro sustentável?
Medidas Políticas Impulsionar instituições que evitem a imposição de valores e interesses particulares, nocivos para a população actual ou gerações futuras   Alcançar uma nova ordem mundial, uma autêntica globalização para baseada em A cooperação, a solidariedade A rejeição do unilateralismo O respeito e promoção da diversidade Universalizar  os direitos humanos
E acima de tudo…
O conjunto de medidas contempladas deve ser dirigido à  universalização dos direitos humanos   como objectivo e como   requisito  de um futuro sustentável
Os  direitos democráticos  de opinião, reunião, associação… Constituem uma condição  sine qua non  para a participação cidadã na tomada de decisões que afectam o presente e o futuro da humanidade
Igualmente essenciais para a sustentabilidade são os  Direitos económicos, sociais e culturais  ao trabalho, à habitação, à saúde, à educação, ao lazer…  Pode-se exigir a alguém que não contribua para destruir um bosque… se esse é o seu único recurso para alimentar os seus filhos?
E são imprescindíveis os novos  Direitos de solidariedade: À paz A um ambiente saudável A um futuro sustentável… e satisfatório para todos
Precisa-se de uma revolução cultural, uma mudança profunda das atitudes e condutas, que exige Posicionamentos estritamente locais, pontuais e a curto prazo Indiferença face a um ambiente considerado imutável Ignorar a própria responsabilidade pessoal e social Procura de soluções  contra  os outros Romper com
Tornaremos assim possível um futuro sustentável Criando  um  clima  de envolvimento generalizado! Actuando como  activistas esclarecidos,  que estudam e impulsionam  a adopção das medidas necessárias! Adicionando-nos à  Década da Educação para um futuro sustentável  (2005-2014)! Podemos encontrar informação  na web dedicada à Década: www.oei.es/decada
Muito obrigados pela vossa atenção e pelas vossas contribuições para a sustentabilidade! Exposição preparada por : Amparo Vilches, Daniel Gil Pérez,  Juan Carlos Toscano, Óscar Macias, Isabel Martins,  João Praia, Patrícia Sá Organização de Estados  Ibero-americanos para a Educação  a Ciência e a Cultura (OEI)

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Da emergência planetária à construção de um futuro sustentável

  • 1. Da emergência planetária À construção de um futuro sustentável Exposição Década da Educação Por um Futuro Sustentável 2005-2014
  • 2. Esta é uma exposição concebida para ajudar a vencer o grave síndrome da rã fervida Sabeis em que consiste?
  • 3. Se introduzirmos uma rã à temperatura ambiente e formos aquecendo pouco a pouco… A rã não percebe a gravidade das alterações… E acaba fervida! Não estão os seres humanos a passar pelo mesmo? Analisemos a situação!
  • 4. A que problemas tem hoje de fazer frente a humanidade? Porque é que se fala de emergência planetária? Que podemos fazer?
  • 5. Comecemos! A que problemas tem hoje de fazer frente a humanidade? Participemos na construção das respostas!
  • 6. É preciso fazer um esforço para não esquecer nenhum problema importante porque, dada a sua interdependência, ignorar algum deles pode bloquear o tratamento do conjunto
  • 7. Vejamos quais são os problemas e as suas estreitas interligações... que obrigam a um tratamento conjunto
  • 8. Que formas de contaminação são mais preocupantes? Contaminação ambiental sem fronteiras com graves sequelas
  • 9. Metais pesados Desperdícios Urbanos e agrícolas Resíduos nucleares Poluentes Orgânicos Permanentes Contaminação pelos Plásticos Alterações climáticas Alergias Gases nocivos Aumento do efeito de estufa Uma contaminação sem fronteiras e com graves sequelas Contaminação luminosa Desperdícios industriais Contaminação acústica Lixo espacial Naufrágios de petroleiros (“ acidentes ”) Cancro Destruição da camada de ozono Chuva ácida Contaminação visual Destruição de recursos e ecossistemas Conflitos bélicos
  • 10. Que recursos estão em perigo? Esgotamento e destruição dos recursos naturais
  • 11. Jazidas minerais Recursos de água doce Massa florestal Escoadouros sólidos Camada fértil dos solos Recursos pesqueiros Escoadouros aquosos Esgotamento e destruição dos recursos naturais Petróleo Carvão Gás natural Escoadouro gasoso
  • 12. Onde se potenciam e resultam mais graves estas problemáticas de contaminação e esgotamento de recursos?
  • 13. Quais são as consequências do crescimento urbano desordenado? Urbanização crescente e desordenada
  • 14. Uma urbanização desordenada e especulativa Alta contaminação Destruição de terrenos agrícolas Ocupação de zonas de risco Gasto exagerado de tempo Desconexão com a natureza Marginalização e insegurança
  • 15. Como temos vindo a observar, poluição, destruição de recursos e urbanização desordenada, potenciam-se mutuamente ¿ Quais podem ser as consequências globais do conjunto de problemas mencionados?
  • 16. Degradação dos ecossistemas Os relatórios elaborados para a ONU por painéis de peritos alertam, ano após ano, para uma deterioração generalizada dos ecossistemas que qualificam de devastadora A exploração intensiva, os incêndios, a contaminação… estão a destruir todos os ecossistemas: bosques, pradarias, recifes de coral…
  • 17.
  • 18. Aumento de desastres Os desastres “naturais” multiplicaram-se em poucas décadas devido ao aumento do efeito de estufa, à desflorestação, à seca das zonas húmidas, aos derrames de petróleo, aos resíduos urbanos e industriais, à ocupação urbana de zonas não adequadas, etc. As alterações climáticas, já em marcha , estão a traduzir-se num aumento de fenómenos extremos: secas, furacões, inundações, deslize de terras...
  • 19. Perda de biodiversidade Estamos a envenenar solos, águas e ar, fazendo desaparecer, com poluição, pesticidas, cimento... milhares de espécies a um ritmo que constitui uma extinção massiva . É urgente interromper esta destruição de biodiversidade, que ameaça arrastar a própria espécie humana Em consequência, o equilíbrio da biosfera pode acabar-se se continuarmos a cortar-lhe alguns elos da cadeia (Folch, 1998)
  • 20. Destruição da diversidade cultural A diversidade cultural, como assinala Ramón Folch, é “uma dimensão da biodiversidade” e a sua destruição deve preocupar-nos tanto ou mais que o desaparecimento de espécies vegetais ou animais Esta diversidade cultural – património comum de toda a humanidade - vê-se ameaçada pela imposição forçada de formas culturais, consideradas “superiores” ou “verdadeiras”, que ignoram a riqueza que representam a diversidade e mestiçagem Porque essa diversidade é a garantia de uma pluralidade de respostas aos problemas a que humanidade tem de fazer frente
  • 21. Pobreza, fome e pandemias Por ano morrem no mundo mais de 15 milhões de crianças por causas relacionadas com a fome A SIDA e muitas outras doenças infecciosas estão a dizimar milhões de vidas e a deixar milhões de órfãos Muitas doenças infecciosas agravam-se por causas ambientais como a contaminação da água A degradação ambiental tem graves consequências para milhares de milhões de pessoas
  • 22. Desertificação Os relatórios sobre os "Recursos do Planeta" alertam para uma deterioração generalizada dos ecossistemas que qualificam de devastadora , conduzindo à desertificação e ao próprio desaparecimento da espécie humana Esta desertificação é o resultado terminal da exploração intensiva, dos incêndios, da contaminação, do aumento da temperatura...
  • 23. Estes são, pois, os novos problemas associados à contaminação, à urbanização desordenada…   Degradação dos ecossistemas Aumento de desastres Perda de biodiversidade Destruição da diversidade cultural Fome e pandemias Desertificação
  • 24. A que comportamentos, individuais e colectivos podemos atribuir esta situação? Em que medida somos responsáveis? Foto: Rodrigo Mascarell
  • 25. Causas desta situação de autêntica emergência planetária Quais podem ser as causas deste conjunto de problemas estreitamente interrelacionados ? Que outros problemas estão subjacentes?
  • 26. Aposta no crescimento indefinido Desde a segunda metade do século XX, produziu-se um crescimento económico global sem precedentes. Este crescimento é superior ao que se produziu desde o começo da civilização! Do mesmo modo que um cancro que cresce sem parar destrói finalmente os sistemas que sustentam a sua vida, uma economia global em contínua expansão destrói lentamente o ecossistema Terra Este crescimento está associado ao hiperconsumo
  • 27. Hiperconsumo Os 20 países mais ricos do mundo consumiram no último século mais Natureza, isto é, mais matéria-prima e mais recursos energéticos não renováveis, que toda a humanidade ao longo da sua história e pré história E não nos podemos esquecer que para uma quarta parte da humanidade – que vive com menos de um dolar por dia – “aumentar o seu consumo é uma questão de vida ou de morte e um direito básico” (Gordmier, 1999) Estabelecemos assim uma relação com a explosão demográfica
  • 28. Explosão demográfica Desde meados do século XX nasceram mais seres humanos que em toda a história da humanidade O consumismo de uma quinta parte da humanidade e a explosão demográfica produzem desequilíbrios insustentáveis A população actual precisaria dos recursos de “três Terras” para alcançar em todo o planeta um nível de vida semelhante ao dos países desenvolvidos
  • 29. Desequilíbrios 1200 milhões de pessoas dos mais de 6000 milhões que habitam a Terra comem mais do que necessitam ainda que uma quantidade idêntica padeça literalmente de fome e careça de condições higiénicas, de atenção médica, de educação… “ 18% da humanidade possui 80% da riqueza e isso não pode ser. Esta situação desembocará em grandes conflagrações, em emigrações massivas e em ocupação de espaços pela força” (Mayor Zaragoza, 1997)
  • 30. Conflitos e violências Os profundos desequilíbrios traduzem-se em todo o tipo de conflitos e violências: Guerras, com as sequelas da corrida ao armamento e destruição (sem dúvida, o pior atentado à sustentabilidade) Migrações massivas, terrorismo, actividades das máfias e empresas transnacionais que impõem os seus interesses particulares escapando a todo o controlo democrático Mas a principal violência é a pobreza extrema!
  • 31. Anteposição míope dos interesses particulares a curto prazo As causas assinaladas respondem a uma defesa míope do que é “nosso” (nossa família, nosso clã, nosso país, nossa espécie,...) sem pensar nos outros nem nas gerações futuras Uma atitude criticável por razões éticas e por constituir a expressão de um egoísmo pouco inteligente, que não tem em consideração as consequências, para nós mesmos , das acções guiadas por interesses particulares imediatos... que produzem destruição e desequilíbrios insustentáveis
  • 32. Estas são, em síntese, as causas últimas da degradação Aposta no crescimento indefinido Hiperconsumo Explosão demográfica Desequilíbrios Conflitos e violências Prioridade dos interesses particulares a curto prazo
  • 33. O que pode fazer cada um de nós, junto dos outros? Que medidas são necessárias para tornar possível um futuro sustentável?
  • 34. Necessitam-se e são possíveis medidas Científico - tecnológicas Educativas Políticas Todas são igualmente imprescindíveis e devem ser tratadas conjuntamente
  • 35. “ Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que atende às necessidades da presente geração sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” . (CMMAD, 1988) A sustentabilidade como conceito unificador das medidas a adoptar
  • 36. Medidas científico-tecnológicas Que investigações e inovações científico-tecnológicas se devem promover?
  • 37. Medidas científico - tecnológicas Priorizar necessidades básicas: Fontes de energia limpa Incremento da eficiência Obtenção de alimentos Investigando e aplicando sempre o princípio da prudência Mas a tecnologia não chega ! Prevenção e tratamento de doenças Gestão sustentável da água Alcance de uma maternidade e paternidade responsáveis Redução de desastres…
  • 38. Mas, nem tudo é consenso … Quais são as questões a debater ?
  • 39. É a energia nuclear uma “solução verde”, dado que não contribui para o efeito de estufa? (Lovelock, 2004) Um exemplo:
  • 40. Os debates, em torno da energia nuclear e dos produtos transgénicos, entre outros, não têm uma resposta exclusivamente científico-tecnológica, já que têm implícitas opções éticas … E tal, remete-nos, necessariamente, para medidas educativas.
  • 41. Medidas educativas Foto: Rodrigo Mascarell Que educação promover?
  • 42. Medidas educativas Contribuir para uma correcta percepção da situação do mundo, suas causas e medidas a adoptar Fazer compreender que a procura de interesses particulares a curto prazo é também prejudicial para si mesmo
  • 43. Medidas educativas Consumo responsável (os três R) Mostrar o que cada um pode fazer, juntamente com outros, nos diferentes âmbitos, e ajudar a pô-lo em prática: Comércio Justo “ A ctivismo cidadão esclarecido ” que remete para medidas políticas
  • 44. Que medidas políticas podemos e devemos promover para contribuir para um futuro sustentável?
  • 45. Medidas Políticas Impulsionar instituições que evitem a imposição de valores e interesses particulares, nocivos para a população actual ou gerações futuras Alcançar uma nova ordem mundial, uma autêntica globalização para baseada em A cooperação, a solidariedade A rejeição do unilateralismo O respeito e promoção da diversidade Universalizar os direitos humanos
  • 46. E acima de tudo…
  • 47. O conjunto de medidas contempladas deve ser dirigido à universalização dos direitos humanos como objectivo e como requisito de um futuro sustentável
  • 48. Os direitos democráticos de opinião, reunião, associação… Constituem uma condição sine qua non para a participação cidadã na tomada de decisões que afectam o presente e o futuro da humanidade
  • 49. Igualmente essenciais para a sustentabilidade são os Direitos económicos, sociais e culturais ao trabalho, à habitação, à saúde, à educação, ao lazer… Pode-se exigir a alguém que não contribua para destruir um bosque… se esse é o seu único recurso para alimentar os seus filhos?
  • 50. E são imprescindíveis os novos Direitos de solidariedade: À paz A um ambiente saudável A um futuro sustentável… e satisfatório para todos
  • 51. Precisa-se de uma revolução cultural, uma mudança profunda das atitudes e condutas, que exige Posicionamentos estritamente locais, pontuais e a curto prazo Indiferença face a um ambiente considerado imutável Ignorar a própria responsabilidade pessoal e social Procura de soluções contra os outros Romper com
  • 52. Tornaremos assim possível um futuro sustentável Criando um clima de envolvimento generalizado! Actuando como activistas esclarecidos, que estudam e impulsionam a adopção das medidas necessárias! Adicionando-nos à Década da Educação para um futuro sustentável (2005-2014)! Podemos encontrar informação na web dedicada à Década: www.oei.es/decada
  • 53. Muito obrigados pela vossa atenção e pelas vossas contribuições para a sustentabilidade! Exposição preparada por : Amparo Vilches, Daniel Gil Pérez, Juan Carlos Toscano, Óscar Macias, Isabel Martins, João Praia, Patrícia Sá Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação a Ciência e a Cultura (OEI)